Em um discurso emocionado na quadra da Estação Primeira, na última segunda-feira, a presidente da Mangueira, Guanayra Firmino, celebrou sua trajetória pessoal e conclamou a comunidade a seguir unida na caminhada para o centenário da Verde e Rosa, que acontece em 2028. Com agradecimentos à ancestralidade e a diversas figuras históricas da escola, Guanayra destacou o trabalho construído ao longo dos anos e reafirmou seu compromisso de liderar a Mangueira com diálogo e participação popular.
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“Eu queria agradecer primeiramente à minha ancestralidade, à ancestralidade da Mangueira”, iniciou. Ao relembrar sua ligação com figuras históricas como Tia Fé — sua tataravó —, Guanayra fez questão de frisar que sua conquista não se deu apenas pelo legado familiar: “Tenho muito orgulho de ser tataraneta da Tia Fé, mas o meu caminho aqui eu trilhei a Guanayra. Eu estou presidenta por direito, por trabalho”.
O discurso foi também uma homenagem às mulheres da Mangueira e à resistência feminina no samba. Guanayra relembrou momentos em que as mulheres não podiam sequer pisar no palanque da bateria: “Hoje, quando eu vejo as ritmistas, eu tenho maior orgulho, porque eu e muitas da minha geração não pudemos”. E completou com um chamado: “Mulheres, jovens ou não tão jovens, ocupem os espaços de vocês, na Mangueira e na vida, porque a gente pode tudo”.
Durante sua fala, a presidente expressou gratidão aos antigos adversários políticos que se tornaram parceiros de gestão: “Era muito improvável eu ter o apoio do Elmo, do Alvinho, do Elias, mas eles agarraram o meu braço e foram comigo nesses três anos”. Também destacou a influência do ex-presidente Chiquinho: “Chiquinho me desafiou a voltar para a gestão, e eu agradeço por isso”.
Guanayra ainda anunciou que já está em curso o planejamento para as celebrações dos 100 anos da escola: “Nós vamos fazer muita coisa: musical, documentário, e uma porção de ações que já começamos a executar”, afirmou, reforçando que a participação da comunidade será essencial para o sucesso do projeto.
Encerrando, a presidente fez um apelo à transparência e ao diálogo: “Acha alguma coisa errada? Me procura. Se a gente tiver que discutir, a gente vai chegar a uma conclusão. Participem mais da escola”, pediu, reforçando sua disposição de estar aberta a críticas e sugestões.
Com a emoção à flor da pele e a voz embargada em alguns momentos, Guanayra resumiu seu sentimento: “Eu serei a presidenta dos 100 anos para a honra e glória dos meus ancestrais. E quero caminhar com vocês”.