O CARNAVALESCO esteve na Cidade do Samba e conversou com cinco componentes de diferentes escolas do Grupo Especial logo após o sorteio da ordem dos desfiles para o Carnaval 2026. As reações variaram entre entusiasmo e frustração, refletindo as expectativas para a próxima folia.

A grande novidade é que o Salgueiro encerrará os desfiles do Grupo Especial, feito inédito desde a inauguração do Sambódromo. O jornalista Gabriel dos Santos, de 26 anos, celebrou a conquista:
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“Tem noção que minha escola vai fechar depois de 53 anos? Desde 1972 isso não acontece. Todo salgueirense sonhava com esse momento. A alegria está lá em cima”.
A enfermeira Priscila Almeida, de 34 anos, da Imperatriz Leopoldinense, esperava outra colocação, mas reforça a confiança na liderança da escola: “Queríamos ser a última de terça ou segunda, mas confiamos na nossa presidente. Como Leandro Vieira diz: ‘quem faz Carnaval para vencer, ganha em qualquer dia'”.

Pela Beija-Flor, o atendente Thiago Lima, de 27 anos, aprovou a repetição da posição em relação ao ano anterior: “Em 2025 fomos a segunda de segunda e deu certo. Que venha o bi”.
A assistente social Dayse Lima, 62, comemorou a posição da Mangueira como a última de domingo: “Mangueira tem esse peso. As torcidas esperam, há mais tempo para a concentração e para confraternizar com os integrantes”.

Marcus Oliveira, autônomo de 30 anos e torcedor da Viradouro, vê sua escola em vantagem: “A Viradouro será a terceira escola da segunda-feira, nem a primeira nem a última. Historicamente, essa posição é excelente”.
Domingo abre os desfiles com tradição e equilíbrio
No domingo, 15 de fevereiro, desfilam Acadêmicos de Niterói, Imperatriz, Portela e Mangueira. Para Gabriel, o dia promete ser mais competitivo do que no ano anterior:
“Portela está no jogo, Imperatriz é a escola a ser batida e a Mangueira dispensa comentários”.
Marcus reforça o peso das escolas tradicionais: “Três estão no top 5 do Rio. Apesar de títulos mais escassos nos últimos anos, são potências”.
Segunda-feira será dia de gigantes
Mocidade, Beija-Flor, Viradouro e Unidos da Tijuca compõem a segunda-feira, dia 16. Thiago acredita que será a noite mais disputada:
“É briga de cachorro grande. A Viradouro vive excelente fase, e mesmo a Tijuca, que não está tão bem, ainda impõe respeito”.
Marcus destaca o favoritismo de Beija-Flor e Viradouro, mas vê desafios para as demais: “Mocidade e Tijuca vêm instáveis. A disputa deve ficar mesmo entre as favoritas”.
Terça-feira fecha o Carnaval com força
Na terça-feira, 17 de fevereiro, desfilam Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel, Grande Rio e Salgueiro. Thiago elogia os enredos e os carnavalescos: “Tuiuti traz um tema interessante sobre africanidade cubana. Vila vem forte com Gabriel e Leonardo. E o Salgueiro fechando é especial”.

Marcus aponta o envolvimento da comunidade como diferencial: “Vila e Salgueiro são da região da Tijuca, com grande torcida. E a Grande Rio está entre as favoritas”.
Gabriel crava a terça como o dia mais competitivo e vê o domingo como o mais equilibrado, porém menos acirrado.
Torcedores avaliam melhores e piores posições
A maioria dos entrevistados considera a primeira escola de domingo, a Acadêmicos de Niterói, em desvantagem. Para Marcus: “É uma posição ingrata, ainda mais para uma escola recém-chegada do Grupo de Acesso. Corre o risco de ser esquecida”.
Thiago aponta a Unidos da Tijuca como mal posicionada: “Virá após escolas com chão forte como Beija-Flor e Viradouro. E, com todo respeito, a Tijuca tem deixado a desejar”.

Gabriel também vê prejuízo para a Imperatriz: “Ser a segunda do domingo, enquanto poderia ser a quarta de terça, faz diferença. São 72 horas a menos para se destacar”.
Quanto à melhor colocação, Dayse defende a Mangueira como última de domingo. Os demais elegem o Salgueiro, última de terça, como o grande beneficiado.
“Fechar o Carnaval depois de tanto tempo é histórico. Essa mística é uma das coisas mais legais do samba”, conclui Gabriel.