A Beija-Flor de Nilópolis convocou a comunidade no último domingo para um evento especial no Baródromo, local tradicional do carnaval localizado entre a Tijuca e o Maracanã. O palco, montado na área externa, foi o cenário perfeito para o encontro, que começou com a apresentação do grupo Samba Enredo Raiz. A azul e branca da Baixada entrou comandada por Nino do Milênio, que embalou o público com clássicos da história nilopolitana. Leozinho Nunes e os demais integrantes do carro participaram da festa criada pela agremiação. A apresentação contou com a energia contagiante do mestre de bateria Rodney, o mestre-sala e a porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, ritmistas e diversos componentes da agremiação, além de muitos torcedores vestidos de azul e branco. O enredo da Beija-Flor para 2025 presta uma emocionante homenagem a Laíla, ícone do samba e peça central em 13 dos 14 títulos da escola. Conhecido por sua disciplina e visão artística, Laíla dedicou mais de sete décadas ao carnaval.

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Foto: AmiChavy (Guilbert)/Divulgação Beija-Flor

“Ah, eu já toco (no Baródromo) há muito tempo, é sempre bom estar perto da galera. Aqui é sempre ‘lotadão’, sempre dá um prazer mostrar o samba, cantar o samba da Beija”, destacou mestre Rodney.

Para Andressa Abreu, de 42 anos, o amor pela Beija-Flor é uma herança de família. “Eu sou de Copacabana. Minha mãe é nordestina e, quando chegou no Rio, viu o Neguinho da Beija-Flor na televisão. Ela se apaixonou por ele e virou Beija-Flor. Desde então, nossa família inteira, eu, minha irmã e minha mãe, passamos a vida assistindo aos desfiles da Beija-Flor na televisão. O que aconteceu depois? Eu casei com um nilopolitano. Meu marido é Beija-Flor, mas sempre deixo claro: eu já era Beija-Flor por causa da minha mãe. Hoje, estar aqui no Baródromo, um pouco longe de Nilópolis, e ver tanta gente de azul e branco foi muito emocionante para mim”.

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Para Andressa Abreu, de 42 anos, o amor pela Beija-Flor é uma herança de família. Foto: Rhyan de Meira/CARNAVALESCO

O evento foi uma oportunidade de conectar ainda mais a escola com o público fora de Nilópolis. Alan Albuquerque, soldador e componente há 25 anos, ficou impressionado com a recepção.

“Achei muito legal aqui. Eu nunca tinha vindo antes, já tinha ouvido falar, mas nunca vim. Como a Beija-Flor convocou todos os componentes, eu não podia ficar de fora. Hoje aqui foi surreal. O pessoal gritando, cantando muito. Quando a bateria parou, todo mundo foi à loucura, pulando. Foi emocionante”, contou Alan.

Marquinho Marino, diretor de carnaval, ressaltou a relevância do Baródromo como um ponto de encontro que transcende barreiras geográficas. “Aonde o povo está, onde o samba está, a gente tem que estar, né? Esse é o espírito do carnaval, e o Baródromo é mágico por isso. É um lugar que não tem uma escola só; aqui as pessoas celebram o samba como um todo. Foi muito especial ver o público cantando sambas antigos e abraçando o enredo de 2025”.

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“Eu acho que a comunidade abraçou muito esse enredo, pelo impacto e significado que o Laíla teve para a gente. Tive a honra de participar de vários carnavais que ele coordenou para nós”, afirmou Alan, destacando a importância de homenagear o mestre.

Para Claudinho, mestre-sala da Beija-Flor, o evento serviu como um indicativo do que está por vir na Sapucaí. “O Baródromo já é carnaval o ano todo. Hoje a gente sentiu essa atmosfera incrível, e dá para perceber que o samba em homenagem ao Laíla será muito bem recebido na avenida. Esse samba é maravilhoso, e os compositores estão de parabéns”.

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O mestre Rodney também expressou sua empolgação ao conduzir os ritmistas durante o evento. “Sempre é bom estar perto da galera e ver o samba pegar de vez. Volúpia, alvoroço… pode ter certeza que o samba já deu bom”, comentou, destacando a conexão com o público e o potencial do samba-enredo de 2025.

A porta-bandeira da escola, Selminha Sorriso, falou sobre o significado de sua performance no evento. “Estar aqui mostrando a minha dança para a comunidade e para o povo do carnaval carioca é uma troca de energia incrível. É um aquecimento importante para o grande desfile que está por vir”.

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A figura de Laíla foi exaltada por todos os presentes. Claudinho também destacou o legado deixado pelo mestre. “Laíla foi um pioneiro. Ele nos ensinou muita coisa, e é emocionante ver a comunidade abraçando esse samba”.

O diretor de carnaval deixou claro a importância de levar o samba para além dos limites de Nilópolis, mostrando como Beija-Flor tem se tronado cada vez mais “uma escola que dialoga com todos”. “Esse tipo de evento ajuda a expandir fronteiras e reforça a conexão com o público”.

Apaixonado pela escola, Alan comentou também sobre a paixão do público pela escola. “É isso que nos move. O amor que a gente sente aqui é o que faz a Beija-Flor ser tão forte. Quando a gente sente a comunidade vibrando assim, é impossível não se emocionar”.

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Alan Albuquerque, soldador e componente há 25 anos, ficou impressionado com a recepção. Foto: Rhyan de Meira/CARNAVALESCO

Selminha também reforçou o papel dos eventos como parte da preparação para o desfile. “Cada momento como este nos ajuda a afinar os detalhes e a nos conectarmos com o público. Estamos prontos para levar um grande espetáculo à avenida”.

Marino resumiu a energia da noite: “A recepção foi incrível, e isso só aumenta nossa confiança para o desfile. A Beija-Flor está pronta para fazer história novamente”.