A Mocidade Independente de Padre Miguel pode chegar a liderança do ranking da Liesa a depender dos resultados do carnaval de 2022. Com o título, por exemplo, a escola já assumiria o primeiro lugar. A classificação leva em conta o resultado dos últimos cinco carnavais. O corte começa justamente no ano do último título da escola, em 2017, quando dividiu o campeonato com a Portela. O diretor de carnaval Marquinho Marino, em entrevista recente ao site CARNAVALESCO, colocou o título com o enredo falando sobre o Marrocos como ponto de partida para essa retomada da Verde e Branca de Padre Miguel.
“O marco zero dessa transformação foi em 2017, que foi ali que tudo começou de verdade, foi na escolha do samba. O título acabou ajudando porque automaticamente as pessoas viram que o caminho era aquele, em 2018 foi muito mais fácil, 2019 foi muito mais fácil”, relembra o diretor.
Apesar da possibilidade de liderança do ranking, Marino foca no título e lembra da forte concorrência que a Mocidade tem para este carnaval.
“Na verdade, depende apenas de a gente ganhar, nada mais. Mas isso tem que ser consequência e não objetivo. A escola hoje está forte na disputa, mas carnaval se ganha na pista e por isso as doze tem as mesmas chances”, avisa Marino.
Já para mestre Dudu, comandante da Não Existe Mais Quente há 10 anos, essa mudança de rumo da agremiação tem muito a ver com a direção da escola.
“Todo mundo sabe que a Mocidade ficou muito tempo prejudicada de comando, com falta de dinheiro, falta de pagamento, mas depois que o Rogério de fato assumiu nossa escola, como patrono, juntamente com o Flávio, com o Luiz Claudio, a escola mudou totalmente. A gente não quer só estar no ranking, a gente quer ganhar o carnaval. E se depender deles, eu sei que eles não vão medir esforços para isso, a escola vai ganhar todo o ano. Agora é outra Mocidade, não falta mais dinheiro, carinho. Os caras estão sempre fechados com a gente e agora posso dizer que é realmente a Mocidade Independente de Padre Miguel”, entende o comandante da Não Existe Mais Quente.
Wander Pires, icônico intérprete do título de 1996, “Criador e Criatura”, retornou à escola em 2017 para ganhar de novo, e também faz parte desse novo momento. Para o intérprete, a volta e chegada de pessoas com o “DNA independente” tem sido o diferencial para que a escola possa buscar chegar ao topo do carnaval.
“É um trabalho em conjunto, são as contratações, a volta das pessoas que são Mocidade, Marquinho Marino, Dudu, Capoeira, é um trabalho em conjunto, o Fabato, nossos patrões, André Félix da nossa ala musical. Acredito que a Mocidade briga pelo favoritismo. É uma das favoritas. E o fator principal vai ser o amor, a garra e a vontade de vencer. E de chegar naquela Sapucaí e dizermos que vencemos a COVID”, espera o intérprete.
Dançando juntos desde 2020, Diogo Jesus e Bruna Santos fizeram parte do importante terceiro lugar do último carnaval. Bruna era a segunda porta-bandeira da escola até então, e Diogo chegou a participar como primeiro mestre-sala entre 2015 e 2017, para retornar no último desfile. Diogo considera que fez parte desse resgate e fica feliz com sua própria evolução e da evolução da escola como um todo.
“Para mim é importante frisar que eu também faço parte desse resgate. De 2015 para cá, a Mocidade vem crescendo bastante nos quesitos e eu estou feliz com esse desempenho, e também estou feliz pelo meu desempenho, acho que nós viemos diminuindo os pontos perdidos, e cada vez mais que a gente vem evoluindo e a escola evoluindo, a gente vai alcançando grandes números”, explica o mestre-sala.
A porta-bandeira Bruna Santos acredita que esse resgate partiu da diretoria e que é importante que a escola se mantenha sempre brigando no topo.
“Acho que é um pouco de tudo, a nova diretoria também da Mocidade resgatou bastante isso e é importante a gente agora pegar esse primeiro lugar e se manter ali como uma das escolas campeãs do carnaval”, acredita Bruna.
A Mocidade busca seu sétimo título em 2022 apresentando no segundo dia de desfiles do Grupo Especial o enredo “Batuque ao caçador”.