Referência na luta pelos direitos das profissionais do sexo, Lourdes Barreto fará parte do desfile do Unidos do Porto da Pedra no Carnaval 2026. Prostituta, ativista e escritora, Lourdes é uma das vozes mais importantes na defesa da dignidade e dos direitos humanos de mulheres marginalizadas, representando com autenticidade e força o enredo da escola, “Das Mais Antigas da Vida, o Doce e Amargo Beijo da Noite”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes e pelo enredista Diego Araújo.
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O enredo mergulha na trajetória e na humanidade das profissionais do sexo — mulheres que, apesar do estigma e da exclusão, resistem, sustentam lares, movimentam economias e constroem laços de afeto e solidariedade. O Unidos do Porto da Pedra propõe um olhar sensível e respeitoso sobre essas mulheres que fazem parte da história e da cultura do país.
Mauro Quintaes destaca que a presença de Lourdes simboliza o coração do enredo. “Lourdes Barreto é uma dessas mulheres que transformam dor em força e luta em legado. Sua presença no nosso desfile é um ato de respeito e reconhecimento. Ela é, em essência, o que o nosso enredo busca retratar: a mulher real, humana e digna de ser celebrada”.
Em 2024, Lourdes Barreto foi reconhecida pela BBC como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo, figurando entre as três brasileiras da lista. No mesmo ano, participou do documentário “Puta Retrato” e do programa “Conversa com Bial”, ambos disponíveis no Globoplay. Militante histórica, Lourdes foi uma das fundadoras da Rede Brasileira de Prostitutas e criou o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (GEMPAC), referência nacional na defesa de direitos. Também integra a Plataforma Latina Americana de Pessoas que Exercem Trabalho Sexual (PLAPERTS) e é autora da obra “Puta Autobiografia”.
Para Lourdes, desfilar no Porto da Pedra representa mais do que uma homenagem: “Estar na avenida é ocupar um espaço de liberdade, de corpo e de fala. É o reconhecimento de uma história coletiva que sempre existiu, mas raramente foi contada. O carnaval é um ato político e de amor, e eu me sinto profundamente honrada por estar ao lado de tantas mulheres e homens que acreditam na transformação através da arte”.









