Por Juliana Cardoso
A azul e branca de Madureira foi a quarta escola a desfilar na noite desta segunda-feira. Com o enredo “Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá”, a Portela levou para a Avenida a tão esperada e sonhada homenagem à Clara Nunes. A escola era uma grande paixão na vida da cantora mineira e a recíproca é verdadeira. Não é à toa que a quadra da agremiação está localizada em rua que leva o mesmo nome da mineira.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, componentes e desfilantes da agremiação no Carnaval 2019 reafirmaram a devoção da nação portelense por Clara.
Geraldo Batista, mais conhecido como Dino Cadeirante, chegou a integrar a banda que tocava com a cantora. Sobrinho do fundador Rufino, está na Portela há cerca de 60 anos e considera a escolha da agremiação mais do que assertiva. Para ele, Clara merecia esta homenagem, já que, por várias vezes, ela levou o nome da escola para os quatro cantos do Brasil.
O componente Yuri Soares também comentou. “A Clara Nunes, para nós, é a identidade da Portela. É a mulher que trouxe voz ao samba e o externou por todo o Brasil. Ela mostrou ao mundo o que é Madureira. É muito gratificante participar desse momento junto com a escola. Ela era uma pessoa muito especial e querida. Clara guerreira nos deixou prematuramente e faz muita falta, mas em nossos corações ela ainda vive”, disse, emocionado.
Um dos compositores do samba-enredo, José Carlos de Oliveira se disse honrado por ter escrito a letra em homenagem à Clara e ter sido escolhida para como trilha sonora do desfile.
“Clara é um ícone, não só da Portela, mas de todo o Brasil. Ela e a escola são a mesma coisa. Esse tema foi uma ótima forma de mostrar o quanto nós, portelenses, amamos a cantora”.
O nítido carinho dos integrantes por Clara e a paixão ao entoar o samba na Avenida só reforçam a feliz escolha da direção da Azul e Branca de Madureira para a passagem da escola pela Sapucaí este ano.