A eleição da Portela, que acontecerá em maio, em data ainda não definida, ganhou mais uma chapa na disputa pela presidência da agremiação. A “Supera Portela”, encabeçada pelo advogado Leovegildo Pinto, mais conhecido como Doutor Leo, e o empresário André “da Martinelli”, foi lançada na noite da última quarta-feira, na quadra da Portelinha.
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O evento contou com a presença de ilustres portelenses, como a presidente de honra da Portela, Tia Surica, o ex-presidente da escola, Serginho Procópio, o presidente da galeria da Velha Guarda da azul e branco, Aimoré Azevedo, e o compositor Samir Trindade, que declararam apoio à chapa de oposição.
Em seu discurso na abertura do evento, Doutor Leo prometeu que a Portela deixaria de ser “chacota da Liesa”, caso seja eleito. “Vou lutar com todas as minhas forças para trazer a Portela de volta ao seu devido lugar. A Portela não vai ser mais chacota da Liesa. Não vamos mais fazer desfile de Grupo de Acesso. Em 2023, não caímos por causa do nosso pavilhão. E, este ano, outra vergonha: ficamos em 5º lugar porque uma jurada esqueceu de dar notas. Não quero mais isso para a Portela. Quero desfilar na Marquês de Sapucaí, não apenas passar por ela”, disse ele, relembrando os desfiles do centenário da agremiação, em 2023, e da homenagem ao cantor e compositor Milton Nascimento, em 2025.
Doutor Leo acredita que a solução para os principais problemas da Portela requer mudanças estruturais e no quadro de profissionais da escola. “O principal problema hoje é o financeiro e o carnaval. Precisamos mudar a concepção do barracão, do carnavalesco e trazer para dentro da Portela pessoas que agreguem financeiramente”, afirmou.
Caso seja eleito presidente da Portela, o diretor jurídico da agremiação garantiu que se reunirá com o atual carnavalesco da escola, André Rodrigues, para ouvir suas propostas de carnaval. E confirmou que nenhum outro segmento será alterado. “Não mudo ninguém. Casal, mestre de bateria, intérprete – vai continuar todo mundo”, prometeu.
Para enfrentar as questões financeiras da escola, Doutor Leo contará com a ajuda do empresário do ramo imobiliário André “da Martinelli”, candidato a vice na chapa “Supera Portela”, que chegou à azul e branco a convite de Marcos Falcon, em 2013, e contribuiu com benfeitorias para a escola.
A falta de transparência e o não cumprimento de acordos políticos foram as motivações para o empresário entrar de cabeça na eleição da Portela. “Comecei aqui ajudando a construir a capela da Tia Dodô, logo depois reformamos o barracão, fizemos a sala de troféus, a boutique, a reforma da quadra e do vestiário. Só que, durante todos esses anos, eu não sabia para onde meu dinheiro estava indo e como estava sendo administrado”, afirmou.
Martinelli também falou sobre a quebra do acordo político em que a atual administração apoiaria o atual vice-presidente da Portela, Júnior Escafura, na cabeça da chapa “Portela Verdade”. “A última administração, na minha concepção, fez um acordo político com o Júnior Escafura e eles romperam esse acordo. E eu não participo de acordos que não são cumpridos. A minha palavra, quando é dada, eu não volto atrás”, declarou.
E a “Supera Portela” deu sua palavra: ir até o fim do processo eleitoral. Perguntado se aceitaria renunciar à chapa para apoiar Escafura, Doutor Leo foi categórico: “Não”. A dupla de advogado e empresário está disposta a ir até o fim e, caso saia do pleito vencedora, implementar na Águia Altaneira uma gestão empresarial. “Queremos uma gestão empresarial na Portela”, afirmou Martinelli.
Ilustres portelenses declaram apoio à ‘Supera Portela’ em busca de renovação
Em um movimento que ganha força às vésperas das eleições da Portela, nomes históricos da azul e branco manifestaram apoio à chapa “Supera Portela”, defendendo uma gestão profissional, transparente e focada em resolver as dívidas da escola.
Serginho Procópio, ex-presidente da Portela, foi enfático ao criticar os “seguidos erros” da gestão atual e a falta de ouvidos aos apelos por mudança. “Chegou um momento em que não dá mais. Não dá mais para apoiar a outra chapa, a situação”, afirmou, justificando o apoio à “Supera Portela” como uma alternativa para “fazer o melhor” pela escola.
O coro por uma virada administrativa foi reforçado por Aimoré Azevedo, presidente da galeria da Velha Guarda, que destacou a urgência de sanear as finanças da agremiação. “Nenhuma chapa vai vencer enquanto a escola tiver uma dívida enorme e desconhecida”, alertou, cobrando clareza sobre valores, credores e um plano de pagamento. Aimoré também condenou a falta de recursos para salários: “Nenhuma empresa funciona assim. A Portela precisa ser administrada como empresa, com profissionalismo”.
Samir Trindade, outro portelense de peso, enxerga na “Supera Portela” a oportunidade de romper com a estagnação. “A vida é feita de ciclos, e este é o momento de a Portela renovar”, disse, lembrando o caráter democrático da escola. “O portelense quer mudança. A gestão anterior teve avanços, mas precisamos dar um passo a mais para voltar a disputar títulos e alegrar a comunidade”.
Até mesmo Tia Surica, baluarte e presidente de honra da Portela, não esconde sua preocupação. “Olha, eu não tenho nada contra a diretoria atual, mas tem que ter mudança”, afirmou. Questionada sobre quais seriam os problemas da Portela, foi direta: “Tudo, né, meu filho!? Do jeito que está, não pode continuar”.