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Por dentro dos ritmos: saiba detalhes sobre a bateria do Império Serrano para 2023

Confira como foi o segundo ensaio técnico no Parque de Madureira e a expectativa da bateria Sinfônica do Samba para o próximo carnaval

O Parque de Madureira estava fechado para visitantes ao longo da última terça-feira (devido ao jogo do Brasil na Copa dias antes), mas nem isso afastou as pessoas de darem aquela conferida à noite, assim que os ritmistas imperianos pegaram suas peças, para iniciar o ritmo. A bateria do Império Serrano é daquelas que costumam dispensar comentários ou apresentações. Além de ser historicamente uma das mais premiadas do carnaval brasileiro, também é praticamente um acontecimento musical dentro do carnaval carioca. Entrar em contato com seu ritmo tradicional e constatar a emoção dos populares com a bateria imperiana dá a exata dimensão sobre seu legado.

O Carnaval de 2022 deixou mestre Vitinho muito feliz e com a sensação de dever cumprido. O título veio com notas 10 e premiações, como o ESTRELA DO CARNAVAL, de melhor bateria. O projeto agora almeja ainda mais. Com pé no chão e humildade, o trabalho é focado em desenvolvimento e evolução, seja individual e/ou coletiva. A personalidade do mestre é envolta de perfeccionismo, sem contar o desejo de sempre buscar elevar os conhecimentos através dos estudos. Isso é uma forma de, na prática, mostrar para o ritmista que se atrever a fugir do lugar comum e se desafiar é vital no processo evolutivo musical.

Mestre Vitinho se considera um obcecado, daqueles que não se contenta com qualquer outra atitude que não seja a excelência musical. Dentro desse prisma, uma notória evolução envolvendo os toques de caixas de guerra e repiques ganharam destaque diante de um trabalho disciplinado. Ele alerta para a necessidade, inclusive, da mudança na própria postura do ritmista tocando, na forma como segura a peça, baquetas e se movimenta enquanto produz ritmo. Segundo o mestre, desenvolver essa questão particular permitiu um acrescento na própria musicalidade da escola, além de integrar e sincronizar os ritmistas criando uma filosofia baseada em unidade.

O projeto fundamental da Oficina de Percussão segue dando resultados, aumentando a qualidade musical da Sinfônica do Samba, além de possibilitar que o sonho de participar de uma bateria tradicional e renomada como a do Império Serrano vire realidade. A ala de chocalhos, por exemplo, é composta quase que integralmente de alunos da oficina e apresentou um nível técnico elogiável durante todo o ensaio.

Uma das principais características do ritmo imperiano são as afinações mais pesadas das marcações, que junto da batida das caixas de guerra (resgatada com a bela rufada) dá um molho peculiar a Sinfônica, complementada de forma magistral pelo som metálico dos agogôs da escola da Serrinha. Os surdos de terceira também possuem valor musical distinto dentro do ritmo do Império, hoje em dia fazendo menos cortes e desenhos, o que ajuda mais a casar o seu toque com a musicalidade pedida pelo samba. Cabe ressaltar que é parte da identidade musical imperiana ter um arranjo mais complexo de ser executado em bossas ou mesmo uma extensão musical diferenciada (paradinhas mais longas).

Mestre Vitinho, comandante da Sinfônica do Samba

Produzir arranjos musicais para um enredo de Arlindo Cruz no Império Serrano é praticamente um presente para um mestre de bateria estreante no Grupo Especial. Mestre Vitinho pretende levar quatro bossas para a Avenida e todas já estão sendo ensaiadas. Um trabalho que buscou uma imersão profunda na carreira do homenageado, em suas obras, culturas e experiências, como relatado em bate-papo com o mestre após o ensaio,

“Falar de Arlindo é falar de música. É musicalidade pura. O cara é a música viva em pessoa. Um gênio de compositor, com múltiplas composições. Um grande ídolo do Império Serrano e um dos maiores ídolos que a escola da Serrinha já teve. Então falar de Arlindo Cruz é algo musicalmente rico e vasto. Falar de ancestralidade, de religião, de pagode, de samba de raiz, melodias fortes. Então ao saber que o enredo seria ele, tratei logo de estudar. Passei a escutar ainda mais Arlindo, me aprofundar sobre seus Orixás de cabeça para desenvolver as bossas tendo tudo isso em conta”, disse Vitinho.

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