A grande campeã do Grupo de Acesso, Acadêmicos de Niterói, já está se preparando para estrear no Grupo Especial em 2026. A vitória deste ano foi celebrada por torcedores e pela comunidade do Largo da Batalha, que agora terá uma escola na elite do carnaval carioca. Contudo, a novata precisa estar preparada para enfrentar alguns desafios já conhecidos, mesmo que não oficialmente assumidos, como o julgamento pelo “peso do brasão” e o estigma de que toda escola que sobe do Acesso cai no ano seguinte. O CARNAVALESCO ouviu a opinião de torcedores de agremiações consolidadas na elite sobre o assunto.
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“Primeiramente, acho que tem que mudar isso de a escola que sobe ser a primeira a desfilar, pois, na televisão, esse desfile é transmitido em um horário muito cedo, o que não agrada ao público e deixa a agremiação em desvantagem, pela falta da devida atenção. Outro ponto é que o estigma é muito complicado para qualquer escola que chega à elite, e isso tem se repetido nos últimos anos. Todas as escolas que sobem se colocam no Grupo Especial para o ano seguinte, como, por exemplo, a UPM. A Niterói vem de um exímio carnaval e acredito que fará um excelente desfile no ano que vem, mas é muito difícil que consiga se manter. Para isso, precisa apresentar todos os quesitos impecavelmente”, afirmou o tricolor Leonardo Vieira.

O portelense Pedro Fontenele concorda com Leonardo: “Ela vai comprar uma briga muito grande, tais quais as que a UPM e o Império Serrano tiveram em 2023, e que, infelizmente, perderam. Sem citar nomes, sugiro que a Liga melhore a forma de julgamento e não tenha medo de rebaixar agremiações famosas. Se o peso da bandeira diminuir, escolas grandes que fazem desfiles ruins podem descer, e escolas menores que fazem desfiles muito bons podem permanecer no Especial”.

Quem compartilha da mesma opinião é a niteroiense Ana Amélia, torcedora da Viradouro, que criticou o favoritismo de algumas veteranas.
“Nos últimos anos, aconteceram muitas injustiças. Tivemos a UPM, que foi muito bem e desceu, mesmo com um desfile bem executado, enquanto vimos escolas intocáveis, que desfilaram mal e não sofreram punições. Vai ser um caminho muito difícil para minha parceira de Niterói. Quero muito que a escola se mantenha, porque temos grandes exemplos, como o meu Viradouro, que subiu e se firmou, ou o Tuiuti, que está aí até hoje. É uma guerra de sangue e brilho, porque todo mundo quer ficar no alto, mas alguém tem que cair. A Liga tem que ser reformulada, com uma nova bancada, que passe a cortar quem realmente está errando. As escolas têm tradição, mas não podem ser intocáveis. Ter história e legado é importante, porque o carnaval é uma cultura de raiz, mas é preciso ter pulso com quem erra — como quando a Imperatriz errou, desceu e subiu de novo porque veio bem e mereceu”, declarou a jovem de 19 anos, que já desfila pela vermelha e branca do coração e pretende expandir sua jornada no carnaval desfilando em mais escolas.

Se a Azul e Branca conseguir superar esses obstáculos, pode não apenas se manter no Grupo Especial, mas também fazer história carnaval carioca.