Por Lucas Santos e Luan Costa

A temporada da peça “Joãosinho & Laíla: Ratos e Urubus, larguem minha fantasia” terminou. O site CARNAVALESCO levou algumas personalidades das escolas de samba para um dia especial na Arena Sesc Copacabana. Os convidados assistiram ao espetáculo e depois conversaram com a gente sobre os dois pilares do carnaval (Laíla e João 30) e a iniciativa de reunir os sambistas em outra atividade cultural. Veja abaixo.

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Fotos Claudia Ribeiro/Divulgação

Mestre Macaco Branco (Vila Isabel): “Ele foram grandes ícones que deixaram marcado na história do carnaval grandes mudanças e evoluções. A passagem deles pelo carnaval foi um divisor de águas. Porque se tem muita coisa que hoje é bonito, todo mundo gosta, é que eles lá atrás quebraram pedra e trouxeram esse legado para todos nós. São grandes referências que vão ficar para história do carnaval. Daqui a 100 anos ainda vai estar se falando de Joãosinho e de Laíla”.

Porta-Bandeira Selminha Sorriso (Beija-Flor): “É uma honra para mim poder vivenciar uma peça com dois personagens que eu tive o privilégio de trabalhar. Mestre Laíla foi a pessoa que me levou, a mim e o Claudinho para a Beija-Flor, isso já tem quase 30 anos. Trabalhei com mestre Joãosinho Trinta nos shows dele. Não tive o privilégio de ser a porta-bandeira dele na Beija-Flor, mas viajei para vários países com o espetáculo dele. Passei aniversário com ele, era uma amiga muito próxima. Em 2008 quando ele voltou a quadra da Beija-Flor ele disse que estava voltando naquele momento porque era um convite meu, e que ele me amava muito. Para mim, como sambista e porta-bandeira, foi uma honra ter trabalhado com dois grandes mestres desse carnaval, pessoas que vai passar 100 anos e não serão esquecidos. Esse espetáculo nos trouxe lembranças, e quem estiver assistindo, vai ter gratidão por ter conhecido um pouquinho da história desses dois”.

Elmo José dos Santos (Diretor de Carnaval da Liesa): “Eu acho que aproxima as pessoas da história deles e são dois mitos do carnaval, dois mestres que a gente tem que pedir a benção. Sempre pedi quando eles estavam aqui, e com certeza estão nos abençoando lá de cima. Eu acho que o que eles fizeram para o mundo do samba , eu só posso agradecer a Papai do céu, e agradecer em nome do povo do samba por tudo que eles fizeram para que o carnaval chegasse onde chegou”.

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Luis Carlos Magalhães (ex-presidente da Portela): “Sempre é uma forma de manter o legado, a história. Por mais que nós contemos, sempre vai faltar alguma coisa. É bom ficar registrado em livro, em filme. Eu acho que os dois são inigualáveis, nunca houve ninguém como Laíla e nunca houve ninguém como João”.

Mestre Fafá (Grande Rio): “É uma honra ter uma peça falando de Laíla e Joãosinho. Acho que não só deveria ter uma peça, mas um documentário, uma série, porque eles são talvez 50% da história do carnaval. Os dois juntos tiveram papéis importantes na história do nosso carnaval, da nossa cultura brasileira. Ter uma peça falando deles, representada por pessoas do samba, boa parte do elenco são pessoas que são realmente do samba, acho que tem uma importância muito grande, e é muito bacana ver que o mundo do samba está prestigiando a peça”.

Hélio Bejani (Grande Rio): “É sensacional, adorei enquanto espetáculo, enquanto trabalho teatral, musical, maravilhoso, equipe maravilhosa. Mas a importância histórica, eu acho que é o que conta mais aqui para que o público leigo conheça também quem foram os personagens do carnaval que começaram e fizeram o carnaval chegar aonde ele chegou hoje” .

Beth Bejani (Grande Rio): “Eu acho que é a história que fica viva do carnaval. Infelizmente, já perdemos os dois mas eu mesma me surpreendi quando vi a peça, porque algumas ideias que eu achava que era do Joãosinho, na verdade eram do Laíla. Traz esse conhecimento também. Na verdade formavam uma dupla fantástica, reinventaram o carnaval. Eu acho que deixar esse marca, contar essa história é muito importante não só para o meio do carnaval mas para o meio cultural como um todo”.

Annik Salmon (Carnavalesca da Mangueira): “Ah essa peça acho que é muito importante, né? De tá acontecendo, sendo falado, sendo mostrado. O Joãozinho foi um ícone do Carnaval, um grande artista que eu acho que inspirou todo mundo. Grandes carnavalescos se inspiram nele. E Laíla além de ter sido um grande amigão, uma pessoa que eu tive o prazer, o privilégio de trabalhar, de conhecer, aprendi muito. Era necessário tá sendo falado dele. Então, assim, eu tô ansiosa, quero ver de perto. Então, não tenho noção do que será apresentado, não li antes, não, não sei de nada do que vai acontecer, mas tô ansiosa”.

Gui Estevão (Carnavalesco da Mangueira): “Ah, eu acho que eles são dois revolucionários, né? O João no sentido estético, no sentido conceitual de enredo, de pensamento plástico de escola de samba, mas que pra além disso de diálogo, sobretudo com o público. De conseguir trazer temáticas que de alguma maneira transcenderam uma lógica no Carnaval durante quase setenta anos, ele conseguiu revolucionar nos últimos cinquenta anos, e o Laíla eu acho que tem uma mudança sobretudo de noção de comunidade principalmente e tem uma marca mais profunda no ponto de vista musical, né? Laíla era um grande conhecedor do samba, um grande conhecedor do gênero, das particularidades e do gênero em relação a desfile de escola de samba. Então, acho que a marca dos dois vai ser eterna. Eu acho que tudo que envolve discussões e de alguma maneira possam promover a cultura do samba são fundamentais. Então, o site Carnavalesco é uma referência dentro do jornalismo do Carnaval é é fundamental, é um veículo que consegue promover ainda mais essas e outras manifestações sobre desfile de escola de samba, sobre o Carnaval que transcendem apenas o fevereiro, né? E assim a gente consegue alcançar ainda mais o público pra além da Marquês de Sapucaí”.

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João Vitor Araújo (Carnavalesco do Tuiuti): “Bom, falar de Joãozinho e 30 e falar de Laíla é falar do Carnaval. Carnaval que a gente tem hoje, com toda beleza, todo gigantismo. Costumo dizer sempre que o João 30 ele era um pioneiro, né? Hoje falasse muito em Carnaval de crítica e tudo mais, só que Joãozinho já fazia isso há muito tempo, né? Dentro da linguagem dele, ele sempre dava o recado dele, então ele pra mim é o pai disso tudo aí juntamente Laíla, nada mais do que justo essa homenagem no teatro. É maravilhoso, tá sendo maravilhoso e seria maravilhoso que esse espetáculo tivesse como rodar, né? Fazer uma turnê em todas as comunidades assim, todas as pátrias pra que as comunidades pudessem se enxergar nessa história toda, porque isso é o Carnaval, é o nosso espelho. Então, eu acho que todas as comunidades mereciam essa oportunidade, seria muito bom que isso acontecesse, mas a gente sabe como é a situação da cultura no nosso país, né? Infelizmente, ela é a prima pobre. Então, a gente tem que lutar muito promover esses espetáculos, levar esses espetáculos para que todas as pessoas possam contemplar todas todas as pessoas possam assistir, seria maravilhoso se isso fosse possível”.

Samir Trindade (Compositor): “São duas pessoas fundamentais pro carnaval brasileiro, pra nossa cultura, é muito bacana poder assistir essa peça e poder lembrar um pouco dessas duas pessoas e do que eles fizeram. Da minha parte, em especial principalmente pelo Laíla porque eu tive mais contato, uma pessoa que pra mim faz muita falta no carnaval e vai ficar marcado na minha história. O site Carnavalesco é até retórico falar que sempre tá do lado do Carnaval, tá do lado do sambista há muito tempo e não esperava outra coisa do site carnavalesco, né? Poder tá promovendo, trazer o sambista aqui pra poder assistir essa peça que tem esses dois gênios do Carnaval e isso é é a rotina do site carnavalesco: lembrar sempre do povo do samba”.

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Wallace Palhares (presidente da Liga-RJ): “O Laíla eu já sou suspeito a falar, né? Que foi o cara que me lançou no mundo da harmonia, no segmento de harmonia, mas são assim figuras mágicas, os pilares desse carnaval que nós vivemos hoje. Este novo formato de carnaval, esse carnaval que nós viemos hoje é graças tanto ao João quanto ao Laíla. Então, é impossível você falar do Carnaval sem citar os dois. “Mata também um pouco da saudade da gente quanto sambista. Poder rever algumas algumas coisas maravilhosas que eles fizeram em vida. E o site carnavalesco mais uma vez como sempre dando gás, né? Mantendo a chama acesa, o site carnavalesco acerta muito em cheio quando faz esse tipo de coisa, como sempre tem feito”.

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