Por Gustavo Lima. Fotos de Magaiver Fernandes
A Pérola Negra abriu os desfiles da noite de sábado no carnaval de São Paulo, e não foi dos sonhos da comunidade. A escola pecou muito em evolução, houve uma correria absurda do minuto 45 em diante, além de presença de grandes buracos. Outro ponto negativo foram as fantasias, pois provavelmente devido aos acidentes com as fortes chuvas, faltando poucos dias para os desfiles, a comunidade teve de se reinventar com o que deu. A agremiação optou pelo uso de alegorias simples para facilitar o entendimento. Outro quesito que decepcionou, foi a harmonia da escola, após realizarem bons ensaios neste quesito. Contudo, foi uma apresentação bem irregular da “Joia Rara”, o que faz a escola brigar apenas pela permanência no Grupo Especial. A escola terminou o desfile com 64 minutos.
Comissão de frente
A ala veio com um tripé simbolizando um grande baú, onde de dentro saíram personagens representando deuses indianos, ciganos e sacerdotes indianos, esses últimos ficam em todos os momentos na pista, ora fazendo a coreografia do samba, ora realizando a apresentação teatral. A comissão de frente teve um desempenho satisfatório dentro do que era previsto, mas deveria ter focado mais nos ciganos, teve pouca dança característica do povo. A leitura das mãos e a bola de cristal, que são marcas, também não tiveram presentes na ala.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Arthur Santos e Eliana Salles estavam vestidos na cor verde escuro, aparentemente representando alo da natureza. No começo, a porta-bandeira teve dificuldade de controlar o pavilhão pelo forte vento que fazia no momento, além da garoa, mas logo a desavença foi driblada e a dupla realizou uma apresentação segura em frente à torre dos jurados.
Harmonia
A harmonia da escola não foi satisfatória no desfile. A Pérola Negra não repetiu o que realizou nos ensaios técnicos e teve um canto fraco, consequentemente, a avaliação se a agremiação obteve clareza ou não, fica muito dificultada.
Enredo
A escola homenageou os ciganos na avenida, mostrando toda sua cultura e história. O objetivo também foi de mostrar a questão do elo que os ciganos fazem com as outras culturas, mas sem perder a essência de seu povo. O carnavalesco focou muito na história, mostrando muitos elementos de Egito, Índia e Europa, onde o povo foi bastante perseguido nessa época. As fantasias não eram claras em sua representação, talvez pelo acidente que ocorreu com as chuvas, e a leitura ficou bastante dificultada. As alegorias eram de fácil assimilação e tinham a ver com o enredo.
Evolução
A evolução foi muito danificada. A agremiação estava numerosa e houve muita dificuldade com a condução dos carros alegóricos, o que culminou na presença de buracos, principalmente em frente ao recuo de bateria, ocorreu ao menos três problemas desse tipo. Apesar de ter fechado antes dos 65 minutos, a escola teve que correr muito, no minuto 45 a última alegoria estava entrando na pista ainda, e obrigou a escola a entrar em uma correria absurda, são duas penalizações graves que ocorreram no campo de visão dos jurados.
Samba-Enredo
O samba se destaca mais por sua letra, que é bem explicativa e retrata o enredo de forma correta. O intérprete Daniel Collete, que desfilou comemorando 20 anos de carnaval em São Paulo, teve uma apresentação boa, incendiou a comunidade principalmente na concentração, com suas palavras de motivação, mas na pista a escola não respondeu à altura.
Fantasias
Era notório que as fantasias estavam bastante danificadas pelo acidente que ocorreu com as chuvas, os materiais usados eram precários. As vestimentas também não explicavam de forma clara o que os setores queriam mostrar, mas apesar de todos os problemas, o aspecto positivo foi a questão da coloração, a escola apostou em um desfile bastante colorido, o que deu um bom aspecto visual. Vale lembrar que as fantasias danificadas foram enviadas aos jurados e não serão julgadas.
Alegorias
A escola trouxe um abre-alas com esculturas de elefantes e deus Ganesha, e logo atrás veio a representação de outros deuses indianos, com mulheres dançando nas laterais do carro, representando o templo indiano de Meenkashi. A segunda alegoria vem com dourado predominante, com esculturas de deuses egípcios e aparentemente, um faraó no topo,
simbolizando o templo do faraó Ramsés. A terceira alegoria tinha as cores vermelho e amarelo predominante, com esculturas de ciganas no topo e atrás do carro alegórico, retratando a história do povo na Europa. A quarta alegoria veio colorida, mas tinha a cor roxa predominante, este carro representava o misticismo do povo, como leitura de mãos e bola de cristal. A última alegoria é um tributo a Santa Sara, que é venerada pelos ciganos, onde teve uma escultura da santa e logo atrás do carro alegórico, vinha uma ala imensa de ciganos.
Outros destaques
Destaque para a fantasia da rainha de bateria Samara Carneiro, que tem a cor branca e é detalhada em LED.