O CARNAVALESCO abre a série de matérias com as escolas das séries Pratas e Bronze, que desfilam na Intendente Magalhães no Carnaval 2026. Conversamos com cada equipe criativa, em encontro feito em parceria com a Superliga, na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (ABAC), no Centro do Rio. A estreia é com a São Clemente. Carlos Eduardo, o Cadu, carnavalesco da agremiação, que vai desfilar na Série Prata, falou sobre o enredo e os desafios da agremiação da Zona Sul na Intendente.
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“O enredo da São Clemente para o Carnaval 2026 se chama ‘Na Tamarineira, é Pagode, é Carioca, é São Clemente’. Ele surgiu como uma homenagem aos compositores e a esse estilo musical que, de acordo com nossas pesquisas, é hoje o mais escutado do Brasil”, disse Cadu.
O argentino explicou que, na década de 1970, os compositores das escolas de samba aproveitavam muito os intervalos dos ensaios para apresentar as composições em que trabalhavam durante o ano inteiro. Com a chegada dos gestores e a profissionalização da festa, no entanto, essa parte de apresentações foi retirada para que o foco se voltasse unicamente ao samba-enredo. Dessa lacuna, emergiu o Cacique de Ramos, precursor do pagode, como uma roda de amigos.
“É um enredo que tenta resgatar a identidade da escola, a irreverência que ela tem. É um enredo lúdico e, ao mesmo tempo, divertido. Tem aquela energia alto-astral que a escola está precisando neste momento da sua trajetória”, pontuou o diretor criativo.
Após anos no Grupo Especial, a São Clemente deixou a principal divisão do carnaval carioca em 2022 e, em 2025, caiu da Série Ouro. Nunca, em mais de 60 anos, a agremiação havia desfilado fora da Sapucaí.
“Eu considero que o carnaval da Intendente, atualmente, é o mais difícil. Não somente pela quantidade de escolas que integram a Liga, mas também pelas dificuldades relacionadas à iluminação, à passarela, ao chão, ao som e a todos os outros elementos que fazem com que o carnaval realmente seja muito difícil e complicado de realizar”, afirmou Cadu.
O artista também destacou que, atualmente, os desfiles da Intendente Magalhães, que ocorrem próximos ou simultaneamente aos da Sapucaí.
“A maior dificuldade da escola neste momento é acreditar. Nela mesma, no seu potencial, que a passagem pela Intendente, talvez, não seja justa, mas seja necessária. É sair fortalecido dessa experiência e regressar logo à Sapucaí. A São Clemente tem uma comunidade muito grande e forte”, afirmou Cadu.
Nesse sentido, a escola investiu na reformulação de seu time para 2026, com a contratação do próprio carnavalesco, Cadu, além da promoção de Johnny, prata da casa, ao cargo de mestre de bateria. Estreante na preto e amarelo de Botafogo, Cadu acumula passagens pela Vila Isabel, Unidos de Padre Miguel, União da Ilha e Em Cima da Hora. Em 2025, sagrou-se campeão da Série Prata com a Unidos do Jacarezinho.
“Eu sou conhecedor do carnaval da Intendente, assim como também da Sapucaí. A São Clemente, através do nosso presidente, Renatinho, do nosso diretor de carnaval e de toda a família clementiana, está me dando absoluta liberdade para trabalhar. Eles confiam muito no meu critério e no da minha equipe para construir esse carnaval”, garantiu o hermano.
Questionado, por fim, sobre as fantasias e alegorias, ele não titubeou: “Grandiosidade. Podem esperar grandiosidade”.







