O samba comemorou um momento especial. Pela primeira vez em sua história, a Academia Brasileira de Letras abriu as portas para exaltar a arte de um compositor popular. Ao fazer a palestra intitulada “Silas de Oliveira, um poeta épico”, o escritor Alberto Mussa destacou que o compositor do Império Serrano foi o fundador do gênero samba de enredo e o principal inspirador dos grandes-mestres dos hinos que encantam multidões, quando cantados na Avenida, nos desfiles das Escolas de Samba.

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Foto: Império Serrano/Divulgação

Mussa é conceituado pesquisador do assunto, autor do livro “Samba de Enredo: História e Arte”, feito em parceria com o pesquisador e historiador Luiz Antônio Simas.

O SAMBA PIONEIRO

liberdade na feitura dos versos e da melodia foi composto por Silas de Oliveira para o Carnaval de 1951: “Setenta e Um Anos de República”, com o qual o Império venceu o desfile organizado pela Federação das Escolas de Samba (naquele ano houve outro desfile, da União das Escolas de Samba, vencido pela Portela).

“Até então, os sambas mantinham uma estrutura padronizada de letra e melodia, descrevendo ou não o que a Agremiação apresentasse no desfile” – explica. “Os sambas de Silas eram totalmente imprevisíveis e de uma riqueza extraordinária em sua construção artística. Estilo que foi aprimorado na década de 60, com outras obras clássicas, como “Aquarela Brasileira”, “ Glórias e Graças da Bahia”, “Os Cinco Bailes da História do Rio” e “Heróis da Liberdade”. Seus sambas acabaram virando modelo para outros mestres” – conclui.

CADEIRA 41

A palestra encerrou o 5º Ciclo de Conferências do ano, “Cadeira 41” (são 40 imortais no total), que teve como objetivo apresentar quatro nomes que poderiam ocupar, em suas épocas, uma das Cadeiras da ABL e que, por razões diferentes e individuais, não se tornaram membros da Academia.

Na semana anterior, “Teodoro Sampaio” foi o tema da conferência ministrada pelo escritor e compositor Nei Lopes. O ciclo “Cadeira 41” contou com a coordenação da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado e foi realizado às quintas-feiras do mês de agosto, às 17h30, na Sala José de Alencar.

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