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O canal Fala Galera promoveu uma live especial para analisar todas as safras de sambas das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o Carnaval 2026. Durante a transmissão, os comentaristas Guilherme Campagnuci e Freddy Ferreira destrincharam os pontos fortes e as fragilidades de cada disputa, destacando favoritos, surpresas e tendências que podem influenciar diretamente nos desfiles da Marquês de Sapucaí. Apenas Niterói, que ainda vai apresentar a obra, e Tuiuti que fez encomenda só vão ser analisados futuramente.

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Imperatriz Leopoldinense: Um duelo técnico e emocional

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A Imperatriz Leopoldinense, que nos últimos anos acertou em cheio na escolha de seus sambas, gerava grande expectativa para sua safra de 2026. A disputa se encaminha para a final com os sambas 5 (Hélio Porto), 10 (Jefferson Lima) e 13 (Gabriel Coelho). O principal embate, na opinião dos apresentadores, está entre os sambas 5 e 13. Samba 5: Guilherme Campagnuci o vê como tecnicamente superior, elogiando a forma como as melodias de Ney Matogrosso foram inseridas sem atrapalhar a harmonia, além da inclusão da parte “Equador”. Freddy Ferreira também reconhece um “alinhamento musical muito acima da média” e uma “musicalidade bem trabalhada”. Samba 13: Ganhou destaque pela forte adesão da comunidade e pelas excelentes apresentações na quadra desde o início, com refrão marcante e uma ótima “subida pro refrão”. Freddy Ferreira o considera “mais poderoso, mais impactante, mais potente para desfile”, conectando-o às recentes “pancadas” da Imperatriz e à bateria Swing da Leopoldina.

Apesar de Guilherme Campagnuci ter predileção pelo samba 5, ele reconhece a força do 13 na quadra. Freddy Ferreira, por sua vez, se inclina para o samba 13 pela “pancada”. Ambos concordam que a Imperatriz, com sua equipe musical gabaritada, saberá ajustar o samba vencedor para que ele renda bastante na Avenida.

Portela: Uma safra rica e uma disputa aberta

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Foto: Eduardo Hollanda/Rio Carnaval

A disputa da Portela foi classificada como uma das mais difíceis do Carnaval 2026, incluindo composições de fora do Rio, uma tendência crescente. Favoritos iniciais de Guilherme Campagnuci: O samba de Toninho Gerais o emocionou pela beleza e pelo forte refrão. O samba de Samir também o conquistou pela poesia e gingado. Destaques da quadra: Valtinho Botafogo surpreendeu, mostrando melodia fluida, letra excelente e “pegada”, tornando-se forte candidato. Freddy Ferreira, que inicialmente não deu tanta atenção ao samba de Valtinho, reconheceu nele uma “cara de avenida”. Outras obras que impressionaram foram o samba de Mariene de Castro, com chances de final, e o de Cecília Cruz, que se destacou pela letra e melodia diferenciadas, sendo a segunda melhor apresentação na última quadra.

Freddy Ferreira, que no início se encantou mais com o samba de Samir, ressalta que o nível musical da disputa está “muito elevado”. Para ele e Guilherme Campagnuci, a Portela possui um leque de opções que tocam a sentimentalidade, a potência musical e o conteúdo, tornando a disputa totalmente em aberto.

Estação Primeira de Mangueira: O renascimento de uma safra

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Foto: Divulgação/Mangueira

Após críticas aos seus sambas nos dois últimos anos, a Mangueira promete um grande samba para 2026, com uma safra considerada “maravilhosa” e “excelente”. Verônica, do Amapá: Destacou-se pela representatividade do enredo (Amapá), melodia rica e boa letra. Freddy Ferreira ressaltou o “vínculo territorial” e a bagagem cultural única que o samba carrega, sendo “muito diferenciado” e “autêntico”. Beto Savana: Possui a “pegada de Mangueira”, arrebentando nas apresentações de quadra, com partes que viram “chiclete” e refrões muito fortes. Freddy Ferreira o considera o “samba mais contemporâneo” de todas as disputas, com “muita genialidade musical” e uma pulsação que “vai sacudir a Avenida”. Pedro Terra: Um samba “muito bonito”, rico melodicamente e poético, com uma “pegada totalmente diferente”. Para Freddy Ferreira, remete a uma “Mangueira na década de 70”, imponente e elegante.

A Mangueira terá o desafio de escolher entre sambas de qualidades distintas: um que remete ao enredo, outro com a “cara da Mangueira” e um mais poético. Tanto Guilherme Campagnuci quanto Freddy Ferreira exaltaram a qualidade geral da safra.

Mocidade Independente de Padre Miguel: Um favorito disparado

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Foto: Luiz Gustavo/CARNAVALESCO

A Mocidade, potência que Guilherme Campagnuci deseja ver disputando novamente, parece ter um favorito claro. Jefinho e parceiros: É o “melhor samba da disputa disparado”, segundo Guilherme Campagnuci e Freddy Ferreira, desde o início. Ambos elogiam como a obra trabalhou bem a essência de Rita Lee, com refrões que a comunidade adora cantar, sendo um “samba pronto para a Mocidade desfilar”. Freddy Ferreira descreveu-o como “psicografado”, nascido para ser campeão e proporcionar um grande desfile musical. Outros sambas: Obras de Sandra Sá, Feital e Santana também se apresentam bem, mas o de Jefinho se mantém à frente.

Apesar de Guilherme Campagnuci considerar que a safra geral da Mocidade “não foi boa”, o samba do Jefinho se destaca. Ele acredita que ajustes na melodia podem ser necessários, mas Freddy Ferreira prevê que a obra crescerá muito ao longo do carnaval, impulsionada pela bateria e pela identidade “sensual” da escola.

Beija-Flor de Nilópolis: Um sacode na quadra

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Fotos: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

A Beija-Flor enfrenta uma decisão muito difícil, com embate entre dois sambas fortes. Freddy Ferreira descreveu a safra como “excelente”, com o enredo bem assimilado e conectado à matriz africana da escola. Samba 39: Guilherme Campagnuci elogiou a construção melódica e a letra forte. Freddy Ferreira o definiu como “muito lindo”, “denso” e de “fluidez musical”. Samba 1: Forte e com versos para a comunidade nilopolitana cantar. Na quadra, gerou um verdadeiro “sacode”. Freddy Ferreira foi conquistado desde o início, vendo nele “força para embalar o desfile” e “potência para brigar por bicampeonato”. Outros: O samba 23 apresentou proposta diferente, mas eficaz. O samba 2 (Júnior PQD) também foi citado como bom.

A disputa é considerada uma “grata dúvida”, com sambas de muita qualidade e refrões fortes ligados ao enredo de herança ancestral e religiosa.

Unidos da Viradouro: A emoção de uma homenagem

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Foto: Renata Xavier/Divulgação Viradouro

A Viradouro tem um favorito claro, com homenagem que toca o coração. Cláudio Mattos e parceiros: Conquistou Guilherme Campagnuci de imediato e continua como seu favorito. O samba se destaca pela simplicidade poética, inteligência artificial como conceito, emoção e melodia bem conduzida. Freddy Ferreira o considera “sinceramente muito diferenciado” por sua “profunda sensibilidade” e “carga emocional muito grande”, conectando com a história de mestre Ciça. Outros sambas: O samba de Mocotó teve a melhor primeira parte da disputa; Deco é “muito bem interpretado”; Lucas Macedo também tem chances de chegar à final.

O favoritismo de Cláudio Mattos é amplamente reconhecido, e a homenagem a Mestre Ciça, com a participação da voz de Dominguinhos e consentimento da família, adiciona um “baita de um plus” à obra.

Unidos da Tijuca: A busca por uma nova história

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Foto: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

A Tijuca definiu seus três finalistas: Lico Monteiro, Arlindinho e Gabriel Machado. Lico Monteiro: Guilherme Campagnuci o apontou como favorito por capturar a proposta do enredo (o lamento de Carolina de Jesus), poesia e refrão forte “muda essa história Tijuca”. Freddy Ferreira considera a proposta “mais adequada” ao enredo, destacando a “carga sentimental” de luta e resistência. Arlindinho: Boa adesão na escola, mais leve e animado, com bom “balanço” no refrão de meio. Gabriel Machado: Considerado “regular”, bom tecnicamente, com letra e melodia de qualidade.

Ambos os analistas elogiaram o intérprete Charles Silva. Guilherme Campagnuci acredita que será surpresa se Lico Monteiro não vencer, e Freddy Ferreira concorda.

Unidos de Vila Isabel: O samba que ganhará a cidade

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Foto: Divulgação/Vila Isabel

A Vila Isabel vive um momento de renascimento musical. André Diniz e Evandro Bocão: Guilherme Campagnuci classificou como espetacular e futuro hino da escola. Freddy Ferreira considera a obra “bola no ângulo”, “profundamente diferenciada” e inspirada. Outros sambas: Obras de Feital e Ricardo Mendonça também se destacaram, mas Diniz e Bocão se sobressaem.

O enredo, assinado por Vinicius Natal, Leonardo Bora e Gabriel Hadadd, gerou um “grande samba” que contribui para o orgulho e esperança da comunidade.

Acadêmicos do Grande Rio: Um enredo desafiador e disputa equilibrada

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A Grande Rio, agora sob direção de Antonio Gonzaga, enfrenta um tema desafiador: cultura pernambucana e Manguebeat. Ailson Picanço: Favorito de Guilherme Campagnuci, considerado “mais denso” e que “costura melhor o enredo”. Freddy Ferreira concorda. Outros sambas: Derê e Samir apresentaram obras inspiradas, funcionais e sentimentais.

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A disputa é equilibrada e em aberto, com tempo e quadra decisivos para o resultado.

Acadêmicos do Salgueiro: A rosa de uma disputa aberta

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O Salgueiro homenageia Rosa Magalhães, com disputa intensa e em aberto. Favorito inicial de Guilherme Campagnuci: Samba de Marcelo Mota, inicialmente conquistou por melodia “maravilhosa”. Freddy Ferreira também estava apegado, mas o panorama mudou. Destaques da quadra de Guilherme Campagnuci: Rafa Hecht cresceu com apresentações consistentes, mantendo a “pegada” e referenciando a década de 1990 da Imperatriz. Destaques de Freddy Ferreira: Moisés Santiago e Adnet mostraram regularidade; Rafa Hecht lidera, mas a disputa é incerta.

A possibilidade de junção entre sambas não é descartada, dada a equipe musical de excelência do Salgueiro.

Veja abaixo o programa completo