A Imperatriz Leopoldinense abriu as portas de sua quadra em Ramos, na Zona Norte do Rio, na noite dessa sexta-feira, para realizar mais uma etapa do concurso que elegerá o hino oficial da agremiação para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela Rainha de Ramos. Ao todo, sete obras se apresentaram e cada uma teve direito a cinco passadas, sendo uma sem bateria e quatro acompanhadas pelos ritmistas da “Swing da Leopoldina”. No final, os sambas de Nenel S. Filho e da parceria de Marquinho Lessa foram cortados. Os demais seguem na disputa e voltam ao palco da escola na próxima sexta-feira, dia 29 de setembro.

cigana imperatriz
Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No ano que vem, a Imperatriz Leopoldinense apresentará o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. O tema tem como base um pequeno folheto que foi escrito há mais de 100 anos por Leandro Gomes de Barros, autor paraibano de cordéis que inspiraram o dramaturgo Ariano Suassuna a escrever o “Auto da Compadecida”. A proposta dá continuidade ao interesse da agremiação em se debruçar sobre o Brasil e sobre obras populares que souberam dar contorno à imaginação de caráter fantástico como uma extraordinária vocação do povo brasileiro. A Rainha de Ramos será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, encerrando o primeiro dia do Grupo Especial do Rio, em busca do bicampeonato.

Parceria de Zé Katimba: O primeiro samba a se apresentar na eliminatória gresilense foi o de autoria de Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha Sambista, Luizinho Das Camisas e Tuninho Professor, com as participações especiais de André Diniz e Eduardo Medrado. O intérprete Tinga, da Unidos de Vila Isabel, foi o responsável por defender a obra e teve o reforço luxuoso do também intérprete Chitão Martins, da Independente Tricolor, escola do Grupo Especial paulistano. A dupla, junto com os demais cantores de apoio, fez com que o samba tivesse um ótimo rendimento na quadra. O destaque foi o refrão principal, com os versos “O que eu tenho foi a cigana quem deu/O que é meu é dela, o que é dela é meu”, que funcionou extremamente bem. Outro trecho que se sobressaiu está no início da primeira estrofe da obra. Os versos “No olhar da Imperatriz tem o verde da esmeralda/ Quero ver-te Imperatriz no olhar da Esmeralda/ É nossa gente em caravana/ Com violinos, nessa festa da cigana” exercem uma função de falso refrão e chamaram a atenção muito por conta do desenho melódico. Em relação a torcida, com bandeiras e bandeirões nas cores da agremiação, o grupo compareceu em peso e mostrou sua força. Eles vibraram, pularam e cantaram ao longo de toda a apresentação. Quanto ao restante da quadra, a recepção ao samba foi positiva, sendo possível observar integrantes de segmentos, como a velha guarda, entoando a obra. Vale citar que a parceria trouxe ainda um grupo de ciganas, que performou no meio da galera e no palco.

Parceria de Me Leva: O samba assinado por Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antonio Crescente e Renne Barbosa, com as participações especiais de Daniel Paixão e Lucas Macedo, foi o segundo a se apresentar na noite de eliminatória na Rainha de Ramos. A obra foi defendida pela dupla de intérpretes formada por Igor Sorriso e Igor Vianna, que se mostrou bastante entrosada e deu um show no palco. O refrão principal, com os versos “Tá escrito nas estrelas, Imperatriz/ A sorte é sua, o povo é quem diz/ O que é meu é da cigana, o que é dela não é meu/ Quando chega fevereiro meu caminho é todo seu”, foi o ponto alto, sendo o trecho de maior rendimento. Destaque também para o trecho de subida para ele, “Ciganinha puerê, puerê, puerá/ Nessa noite linda eu quero te ver girar/ Ciganinha puerê, puerê, puerá/ No raiar do dia eu quero te ver girar”, bastante entoado pelos torcedores. Aliás, falando na torcida, antes mesmo da apresentação começar, o grupo já cantava o samba a plenos pulmões. Ornamentados com bandeiras e bandeirões nas cores da Imperatriz, eles pularam e dançaram sem parar. Além disso, assim como na parceria anterior, houve uso de fogos de artifício. Em relação ao restante da quadra, a obra teve grande receptividade, sendo possível observar diversos segmentos, como baianas, velha-guarda, cantando ao longo de toda a apresentação.

Parceria de Jeferson Lima: A terceira obra a se apresentar na noite de eliminatória na Imperatriz Leopoldinense foi a composta por Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Sílvio Mesquita, Carlinhos Niterói e Bello, com a participação especial de Gigi da Estiva. Os intérpretes Nêgo e Nino do Milênio, vozes oficiais da União da Ilha do Governador e da União de Maricá respectivamente, foram os responsáveis por conduzir o samba, que teve um ótimo rendimento na quadra. As variações melódicas foram bem exploradas e o refrão principal, com os versos”Vai clarear… olha o povo cantando na rua/ A Imperatriz desfila com a sorte virada pra lua”, foi o grande destaque. O trecho inicial da primeira estrofe do samba, “Busquei os versos pra contar/ O que Esmeralda escreveu/ Meu futuro é todo dela e o dela não é meu/Meu futuro é todo dela e o dela não é meu”, também chamou a atenção, muito por conta da melodia. Quanto à torcida, com bandeiras coloridas e bandeirões nas cores verde e branco, o grupo vibrou, pulou e fez coreografias. O canto também foi imponente, mantendo-se forte ao longo de todo o período da apresentação, e contagiou as demais pessoas presentes na quadra. Vale mencionar que, no meio dos torcedores, ainda foi realizada uma performance com ciganas.

Parceria de Guilherme Macedo: A obra assinada por Guilherme Macedo, Raul DiCaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr. E Bernini, com as participações especiais de Fábio Jorge e DVD Marcola, foi a quarta a se apresentar no palco gresilense na noite de eliminatória. O samba foi defendido por um time estrelado de cantores, que teve entre seus integrantes nomes como Ito Melodia, Bruno Ribas, Clóvis Pê e Tuninho Júnior. A performance dos intérpretes foi fundamental para o bom rendimento da obra na quadra. O ponto alto foi o refrão principal, com os versos “Cigana de puerê, puerá!/ Esmeralda confirmou/ É aqui o meu lugar!/ Cigana de puerê, puerá!/ O que é dela não é meu/ O que é meu ela me dá!”, sendo o trecho mais entoado do samba.  Sobre a torcida, o grupo veio com bandeiras e balões nas cores da agremiação. Apesar de animados, o canto deles deixou um pouco a desejar, uma vez que só se tornava forte nos refrões. Ao decorrer da apresentação, foi possível observar alguns segmentos cantando a obra, entre eles, as baianas.

Parceria de Jorge Arthur: O quinto samba da noite de eliminatória na Imperatriz foi o composto por Jorge Arthur, Cláudio Russo, Fadico, Dudu Miller, Marquinhos Bombeiro e Maestro. O intérprete Gilsinho, voz oficial da Portela, foi quem conduziu a obra e teve o também intérprete Tem Tem Jr., do Império Serrano, como um dos apoios. Graças ao time de cantores, o samba, melódico, conseguiu manter a sua característica mais cadenciada, sem que ficasse arrastado. O ponto alto foi o refrão principal, com os versos “Vai clarear! Ê Vai clarear!/ Vou te contar o que o testamento diz/ O meu destino já tem hora e lugar/ Ninguém segura a sorte da Imperatriz”. O trecho de subida para ele, especialmente o “Ciganinha puerê Ciganinha puerá/ A profecia vai se revelar”, cantando duas vezes, foi outro grande destaque, sendo um dos momentos de maior rendimento. Com bandeiras nas cores verde e branca como adereços de mão, a torcida pulou, vibrou e fez coreografias. Assim como ocorreu em outras apresentações, houve a performance de ciganas no meio da galera, com direito a roupas típicas e danças tradicionais, sendo mais uma atração no show promovido pela parceria.