Luto no samba! Morre Maria Helena, patrimônio da Imperatriz e do carnaval
O domingo está mais triste para todos os apaixonados por carnaval com o falecimento da porta-bandeira Maria Helena, que fez história na Imperatriz Leopoldinense. A sambista é, sem dúvida, um dos maiores patrimônios da arte das escolas de samba. A morte foi comunicada pelo filho, o meste-sala Chiquinho, em uma publicação nas redes sociais. Não há informação sobre a causa e nem local e horário do velório e enterro.
“Essa foi a sua última vez pisando na passarela que tanto se dedicou na vida, hoje estou sem chão e sem palavras. Minhas querida mamãe a minha maior porta bandeira se despediu de todos nós hoje. Maria Helena acaba de falecer”, informou Chiquinho.
A Imperatriz Leopoldinense cancelou o ensaio de rua que aconteceria neste domingo. “Maria, Maria! Com o coração em luto, a Imperatriz Leopoldinense comunica o falecimento de sua eterna porta-bandeira Maria Helena. Nascida em São João do Nepomuceno em 1945, Maria Helena chegou ao Rio de Janeiro nos anos 60, buscando um caminho melhor para sua vida difícil. De costureira à Porta-Bandeira, Dona Maria enfrentou diversas provações, até se tornar uma das mais célebres damas da folia. Empunhando a bandeira verde, branca e ouro de Ramos, Maria Helena se tornou uma das mais famosas e notórias personalidades do carnaval, sendo premiada e homenageada por diversos segmentos. Com seu filho, Chiquinho, a cinderela do subúrbio formou um dos pares mais emblemáticos da folia, participando dos campeonatos de 1989, 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001. Nosso sentimento é de amor e gratidão por essa mulher guerreira e apaixonante, majestade da Imperatriz do Carnaval. Obrigado por tudo, Maria Helena! Nossos sentimentos aos familiares, amigos, comunidade e todo o mundo do samba”, informou a publicação da escola.
No velório do ex-presidente Luizinho Drumond, Maria Helena, na época, conversou com o site CARNAVALESCO e comentou sua relação com o dirigente. “Eu sou suspeita para falar. Ele tinha amor gigante pela Imperatriz. Fiquei 30 anos como porta-bandeira da escola. A Imperatriz vai mudar. Ele nunca desistiu. Tirou do zero e botou no céu”, afirmou Maria Helena.
Recentemente, Maria Helena foi homenageada pelo Museu do Samba. “Estou achando muito chique essa homenagem; para mim é importante que os sambistas sejam lembrados enquanto ainda estão vivos. Eu só tenho a agradecer ao Museu do Samba”, declarou na época a porta-bandeira.
Maria Helena foi seis vezes campeã do Carnaval pela Imperatriz Leopoldinense. Entre 1983 e 2005, ela dançou com seu filho Chiquinho na Imperatriz, formando um casal que transformou-se em referência dos desfiles na Marquês de Sapucaí. A dupla também deu aulas do bailado de mestre-sala e porta-bandeira para crianças da Vila Cruzeiro, comunidade do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, e da Vila Olímpica de Ramos.
Maria Helena nasceu em 1945, em São João Nepomuceno, Minas Gerais, e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1960. Em 1971 estreou como porta-bandeira, aos 26 anos de idade, defendendo a Unidos da Ponte. Além da Imperatriz e Ponte, a sambista teve passagens pelas agremiações cariocas Unidos da Tijuca, Império da Tijuca, União da Ilha e Alegria da Zona Sul e pela Unidos da Vila Mamona, no Mato Grosso do Sul.
Forte emoção da comunidade marca ensaio da Mocidade Alegre
Sob uma fina garoa típica paulistana, a Mocidade Alegre realizou seu ensaio técnico no último sábado no Sambódromo do Anhembi. Preparando-se para exaltar Clementina de Jesus, a Morada do Samba entrou na avenida inspirada pelo marcante discurso da presidente Solange Cruz, que pediu para sua comunidade brincar o carnaval por todos aqueles que não poderiam estar ali com eles após dois anos de período pandêmico. Era explícito no olhar, no canto e na dança de cada componente a sintonia com os sentimentos de sua líder. A Mocidade deu um show de evolução mesmo levando o maior número de desfilantes dessa temporada de ensaios técnicos até aqui. E se enganam quem pensar que isso significou menos samba no pé, pois da primeira ala até a última, passando pelas fantásticas baianas, se divertir parecia uma verdadeira regra para cada um deles. A ala Samba Alegre passou cantando pelo último setor como se acabasse de entrar na avenida, exibindo um vigor invejável.
Já estava valendo? Harmonia ‘superou a expectativa’, diz diretor
Rodando sombrinhas do frevo, agitando balões e até mesmo cajados de Oxalá, como os guardiões do primeiro casal, muitas das alas carregavam adereços, com direito a algumas delas até mesmo usando fantasias parciais. A comissão de frente, por sinal, parecia pronta para ser avaliada, vindo praticamente completa com uma dança forte e imponente. Carlos Magno, diretor de harmonia, fez um balanço geral do ensaio da Morada.
“Ensaio bom. Temos muitas coisas para acertar, mas em vista do que a gente esperava, acredito que nós superamos a expectativa. Forçamos muito o canto, porque tem aquela questão de desfilar de máscara ou não e, por isso, a gente tinha esse intuito hoje. Todo mundo sabe que as pessoas vão chegando na reta final, e sabemos que precisamos trabalhar essas pessoas que chegaram. Porém, ao nosso ver, o ensaio foi bom e saímos com saldo positivo para a escola. Foi um grande passo que nós demos”, avaliou.
Com a expectativa de trazer entre quatro e cinco alas coreografadas, Carlos contou um pouco sobre o plano de ensaio com os componentes delas. “Por exemplo, quarta-feira, nós trabalhamos com eles separados na quadra junto com a bateria. Hoje, chegamos aqui mais cedo pra fazer umas duas ou três vezes lá na concentração com eles, com o intuito de dar certo. Esse casamento do ensaio deles junto com o técnico é muito importante. A gente bate nisso porque é o que nos levanta e é o que está ajudando a fazer nossa evolução. Eu acredito muito que vai dar certo”, disse.

Em alguns momentos do ensaio, quando bossas eram praticadas no verso do samba ‘A Mocidade se ajoelha aos seus pés’, a comunidade ensaiou fazer esse gesto citado. O diretor explicou o plano da escola para esse momento. “Estamos fazendo um ensaio exaustivo, mas estamos em estudo ainda. Não sabemos se vai ou não. O estudo é para ter a certeza se vai acontecer, para depois a gente falar ‘vamos’. Até o próximo ensaio técnico, vamos estar com isso resolvido”, prometeu.
No estilo que consagrou Quelé, samba cresce no Anhembi
Os sinalizadores acesos na Monumental e até mesmo em uma das alas deram ainda mais brilho ao forte canto da Mocidade Alegre. A comunidade abraçou o samba e se divertiu principalmente nos versos do refrão do meio, que são seguidos por uma sequência diferente dos padrões, mas que “obriga” o corpo a entrar numa frequência contagiante, no melhor estilo da Rainha do Partido-Alto. Igor Sorriso, intérprete principal da escola, resumiu em suas palavras essa vibração que o hino escolhido transmite.
“A proposta da Mocidade Alegre é homenagear Clementina de Jesus na sua essência. Então o samba-enredo que a gente escolheu para esse desfile tem muito disso, a essência de Clementina de Jesus. Samba leve, fácil, animado, gostoso, do jeito que era Clementina cantando e interagindo com o público. Então a gente vai tentar fazer isso, trazer Clementina de Jesus para o nosso desfile. Ela vai participar do nosso desfile, pode ter certeza disso. Pelo que eu vi, o povo tá cantando demais, e a tendência é a gente trabalhar para melhorar, evoluir esse canto, para a gente fazer um grande desfile”, exaltou o cantor.
Igor não escondeu seus sentimentos antes de começar a cantar o samba da Mocidade Alegre. Em breve discurso, falou do medo que teve de não voltar a fazer o que mais ama. Exaltando a comunidade, contou ao site CARNAVALESCO o que mais gostou no ensaio. “Foi o canto do meu povo. A bateria também vem muito bem. Mas o canto do meu povo foi forte, hein. Minha comunidade cantou. A gente está muito feliz de poder retornar esse momento. Como eu falei lá no início, durante a pandemia a gente teve muita insegurança, medo, do que iria acontecer, a gente não sabia. Graças a Deus a gente tem oportunidade de que estar aqui de novo representando nossa escola, fazendo nosso carnaval, então isso é muito importante”, finalizou.
Voou com a águia altaneira e caiu no samba de verde e rosa
Enquanto se encaminhavam para o recuo da concentração, a bateria Ritmo Puro chamou bastante atenção com suas roupas. Metade dos componentes usavam camisas azul e branca, em referência à Portela, enquanto os demais estavam vestidos nas cores verde e rosa da Mangueira, as escolas de samba da vida de Clementina de Jesus. Mestre Sombra, que comandará 240 ritmistas no desfile oficial, gostou do rendimento de seus pupilos ao comentar o desempenho no ensaio.
“Achei excelente, dentro do que a gente programou e ensaiou. Lógico que nunca nada tá perfeito, sempre haverá um ajuste, e vamos seguir em frente sempre procurando fazer o melhor. Essa é a nossa finalidade. Chegando em casa a gente vai fazer um apanhado geral para ver onde é que tem que apertar um parafusinho aqui e ali e vamo que vamo”, declarou.
O mestre explicou como a pandemia da covid-19 impactou nos preparativos da bateria, mas não deixou de exaltar o que a escola mostrou de mais valioso. “É um momento de muita garra, muito amor e dedicação. Um carnaval meio esquisito, praticamente dois anos parado. Aí de repente prolongou o tempo de ensaio, então muita coisa muda. A vida do ritmista muda. Então vamos fazer nesse primeiro momento o básico para o carnaval. Mas com certeza acredito que a gente não vai decepcionar. A homenagem à Clementina de Jesus, com um baita samba que nós temos, e a comunidade cantando. Essa que foi a grande diferença nesse ensaio”, encerrou.
Dito a Clementina vai para Karina: Cadê você?
Uma situação inusitada marcou a apresentação do primeiro casal da Mocidade Alegre. A porta-bandeira titular, Karina Zamparolli, não esteve presente por estar em núpcias com seu marido. Coube então a Thaís, irmã do mestre-sala Uilian Cesário, defender o pavilhão no ensaio. Com isso, não houve a necessidade de se fazer um treino mais rigoroso no momento, o que permitiu aos irmãos se divertirem de forma bastante solta enquanto bailavam no Sambódromo. Thaís falou ao site CARNAVALESCO qual foi o sentimento de assumir um posto tão importante da escola.
“Inexplicável. Eu estou no lugar que muitos desejam estar mesmo que fosse um pouquinho e eu fui a felizarda. Eu estou muito feliz, a Karina estava super de boa e concedeu esse momento. Eu acho que o mais importante foi dançar com meu irmão, fazia tempo que eu não dançava com ele, e foram ambas oportunidades que a Mocidade me deu. Eu estou muito feliz”, contou.
Uilian também relembrou os tempos que formou dupla com sua irmã, e aproveitou para curtir o momento que também contou com a presença da mãe. “Foi uma honra dançar com minha irmã. A gente começou juntos há alguns anos, então retomar com essa parceria, mesmo que por um curto momento, foi muito bacana. Estamos em família, minha mãe também conseguiu descer, e estamos no solo sagrado. Esperamos tanto para se reencontrar aqui, e com certeza foi uma noite inesquecível e a comunidade está aí, linda e maravilhosa. Estamos entre irmãos, família, a comunidade aí complementando esse dia tão especial”.
Thaís explicou sobre a proximidade de sua família com a de Karina, além de revelar os conselhos dados pela amiga para esse ensaio. “A gente tem muita proximidade. Somos uma família também. A gente costuma falar que é a ‘Cesário Zamparolli’, somos muito unidos graças a Deus. Ela falou ‘vai e se diverte. Você sabe o que tem de fazer’. Então ela me deixou super tranquila. Eu fiz o que deu e eu estou muito feliz, de verdade”.
Por último, Uilian falou sobre o momento que mais gostou no ensaio, além do impacto que o samba tem na dança do casal. “Confesso que me emociono muito com o hino do pavilhão e o hino da escola. Então com certeza o ponto alto foi aquela introdução. Consegui matar a saudade, consegui ver a escola ali enfileirada não tem como pagar uma emoção tão especial. Da dança, o samba é muito forte, é um samba afro, samba que puxa muito o poder da mulher. Então no refrão é sempre muito especial, que a gente dança com gás, com vigor. Com certeza o refrão da escola chama a gente bastante”, concluiu.
Um ensaio digno de escola tradicional
O ensaio foi marcado pela grande emoção e comprometimento dos desfilantes da Mocidade Alegre. A escola apresentou uma evolução impecável, de modo que fluiu tranquilamente e permitiu aos seus desfilantes brincarem o tempo todo, sem maiores preocupações. Vale destacar que em determinado momento foi necessária a entrada de uma ambulância para atender uma das baianas da escola, e a direção de harmonia precisou trabalhar para facilitar a passagem do veículo. Mas passado o susto, o canto permaneceu alto e encerrou com a mesma energia que iniciou o ensaio.
A Morada do Samba é a terceira escola a desfilar no segundo dia de desfiles do Grupo Especial, que ocorrerá no Sambódromo do Anhembi dia 23 de abril.
Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira ensaiam neste domingo na Sapucaí
O Sambódromo da Marquês de Sapucaí recebe neste domingo mais três escolas do Grupo Especial para os ensaios técnicos visando a preparação para os desfiles do próximo mês de abril. Paraíso do Tuiuti, Vila Isabel e Mangueira realizam seus treinos. Diferente da semana passada, o horário de início está marcado para as 20h e o término precisa acontecer até as 23h30. Isto porque o Metrô Rio, atendendo a uma solicitação da Liesa e da Prefeitura do Rio, vai estender o horário de funcionamento das estações Praça Onze e Central do Brasil para a meia-noite.
O Paraíso do Tuiuti é a primeira escola a realizar o seu treino oficial na pista de desfiles a partir das 20h. O público do carnaval finalmente poderá ver o experiente mestre Marcão no comando da Supersom, já que o sambista foi contratado após o Carnaval 2020. Com o enredo ‘Ka Ríba Tí Ÿe – Que Nossos Caminhos se Abram’ a agremiação de São Cristóvão será a primeira a desfilar na noite de 23 de abril de 2022, a segunda noite do Grupo Especial. O enredo está sendo desenvolvido por Paulo Barros.
A Unidos de Vila Isabel é aguardada por volta das 21h20 na pista de desfiles da Marquês de Sapucaí. A azul e branca do bairro de Noel vem cercada de expectativas neste pré-carnaval em virtude da justa homenagem que será prestada a Martinho da Vila, presidente de honra da escola. A comunidade vive a ansiedade de acompanhar no Sambódromo o rendimento do samba, um dos mais aclamados deste pré-carnaval. Além disso o homenageado pode dar o ar da graça na noitada de samba da avenida. A Vila Isabel do carnavalesco Edson Pereira será a última escola a desfilar na segunda noite de apresentações do Grupo Especial, já na manhã de 24 de abril de 2022, com o enredo ‘Canta, Canta Minha Gente. A Vila é Martinho’.
Encerrando a noite deste domingo na Sapucaí é a vez da Estação Primeira de Mangueira cruzar a pista. A mais popular das escolas de samba promete trazer o famoso arrastão atrás de sua apresentação. A verde e rosa deve ter nas atuações da comissão de frente, sob o comando de Priscila Motta e Rodrigo Negri e do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, o ponto alto de seu ensaio técnico. O carnavalesco Leandro Vieira apresenta em 2022 o enredo ‘Angenor, José e Laurindo’. A verde e rosa é a segunda a desfilar na primeira noite de apresentações no dia 22 de abril de 2022.
Serviço
Ensaios Técnicos Grupo Especial
Sambódromo da Marquês de Sapucaí
20h – Paraíso do Tuiuti
21h15 – Unidos de Vila Isabel
22h30 – Estação Primeira de Mangueira
Entrada Franca.
Sede de vitória! Império da Tijuca fecha segunda noite de ensaios da Série Ouro de olho no campeonato
Impulsionada pelo samba e pela bateria, a comunidade do Morro da Formiga mostrou que está disposta a brigar pelo título da Série Ouro, após o ensaio técnico realizado na noite de sábado no Sambódromo. Os componentes cantaram do início ao fim com bastante vigor e presentearam o público com uma exibição marcada pela alegria, organização e emoção. Outro destaque ficou por conta da comissão de frente, do coreógrafo Lucas Maciel, com uma bela roupa, os integrantes se apresentaram com bastante sincronia, força e energia, do jeito que o enredo da escola propõe. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO
Antes do início do desfile, uma bonita homenagem tomou conta do esquenta da escola, ao lado do intérprete oficial da agremiação, Daniel Silva, o grupo musical Matriarcas do Samba cantou duas músicas do cantor e compositor Candeia. A escola passou com equilíbrio em um ensaio com pouco mais de uma hora de duração, contando a partir da arrancada do samba para 2022.
“A gente sofre um pouco com a questão da falta de quadra. Mas, somos uma escola forte, que mostrou que veio com garra, nós fizemos um ensaio bom, compacto e algumas coisas ou outras devem ser acertadas, pois ninguém é perfeito, mas a escola veio muito bem e deixou um pouco do gostinho do que nós vamos mostrar no dia 21. A escola mostra que tem o povo preto no sangue”, disse Luan Teles, da direção da verde e branco.
Harmonia
Desde o primeiro até o quarto setor, todas as alas cantaram o “samba de quilombo” a plenos pulmões. Destaque para a ala 1 – Bolha Imperiana – e também para a ala 13, que é coreografada e representava o “Samba de Caboclo”. A ala das baianas veio na abertura da escola com uma roupa predominantemente branca com detalhes em verde, as matriarcas evoluíram com graça e cantaram bem o samba, com destaque para os refrões. A ala dos passistas esbanjou samba no pé, vestidos com uma roupa dourada, eles evoluíram e cantaram com bastante firmeza durante todo o ensaio. O destaque negativo fica para poucos integrantes em algumas alas do final da escola que não estavam em sintonia com o restante dos componentes.
“Eu estou feliz, depois de dois anos poder passar no templo do samba, estar aqui nessa passarela mesmo não estando lotado a gente sente a energia dos nossos ancestrais. A comunidade está de parabéns, o samba é maravilhoso, a galera está com vontade de vir aqui, saudades demais, quero agradecer a toda direção da escola, aos integrantes do carro de som, durante esse tempo foi difícil ensaiar, mesmo assim trocamos várias ideias pra gente não perder o meio da coisa. Só gratidão e felicidade, estou parecendo que foi desfile oficial, estou em êxtase, estar aqui é a coisa mais maravilhosa do mundo. Com todo respeito as outras escolas, mas o Império da Tijuca está com vontade de vencer e vai fazer um desfile maravilhoso assim como foi visto hoje nesse ensaio”, garantiu o intérprete.

Mestre-sala e porta-bandeira
O bailado de Renan Oliveira e Laís Ramos, primeiro casal da escola, mostrou vigor e leveza ao mesmo tempo. Na coreografia em frente aos módulos de julgamento, o cortejo do mestre-sala com a sua porta-bandeira se fez presente durante todo o tempo. A dança, que mistura passos com influência africana, ajudou na concepção da apresentação. Olho no olho, ausência de falhas e rodopios certeiros coroaram a passagem do casal pela Sapucaí. Eles estavam vestidos de branco. Ele em um lindo terno branco, com sapatos em dourado, e ela com um belíssimo vestido branco com detalhes em dourado e um turbante na cabeça. Durante todo o bailado foi possível ver Renan riscar a avenida em uma sequência difícil, já Laís se manteve firme e graciosa durante toda a apresentação, demonstrando destreza em lindos giros. A dupla manteve o contato visual durante toda a dança.
“É minha primeira vez no ensaio técnico como primeira porta-bandeira. Estou feliz demais, apresentamos tudo o que precisava apresentar, vamos fazer nossos acertos, mas estou muito feliz. A gente procurou não desperdiçar nosso tempo com outra coreografia, e estamos usando a nossa coreografia até mesmo pra ver se funciona. Me emocionei pra caramba no início, justamente para poder segurar a onda durante o desfile”, disse a porta-bandeira.
“Hoje foi muito divertido de fazer, teve um gostinho especial pra gente tanto pela parte pessoal quanto pela parte profissional e técnica do nosso trabalho. É
muito gratificante e a gente está encantado. Sentimentos o vento, o axé, o calor da Sapucaí, e, principalmente, o chão. Estamos felizes com o resultado”, completou o mestre-sala.
Samba
A escola garantiu um samba que manteve o andamento durante todo o desfile. De longe, o verso “negritude é lei, é lei” é o mais entoado por toda agremiação. Apontado no pré carnaval como um dos grandes sambas do ano, a obra dos compositores Paulinho Bandolim, Guilherme Sá e Edgar Filho foi um dos grandes destaques do ensaio do Império, comandado com maestria pelo cantor Daniel Silva, que vai para o seu sexto ano no comando do carro de som da escola, o samba foi cantado a plenos pulmões por toda a comunidade, além dos refrões, que eram entoados com bastante energia e entusiasmo, o final do samba que diz “Valeu, Zumbi” foi gritado pelos componentes em todos os setores da Sapucaí.
Bateria
Sob o comando de Jordan Pereira, a “Sinfonia Imperial” apresentou um casamento perfeito com o carro de som. O mestre citou que o andamento não precisa de ajustes, afinal, foi exemplar do início ao fim. Ao todo, a bateria contará com 210 ritmistas no dia do desfile e promete executar quatro convenções ao longo de toda a sua apresentação. Eles irão representar uma figura extremamente importante para a história do samba, Candeia. A rainha Laynara Telles, filha do presidente Tê, brilhou na frente da bateria com uma roupa toda dourada, fazendo referência a orixá Oxum. Ela, que tem forte relação com a comunidade do Morro da Formiga, esbanjou beleza, carisma e muito samba no pé durante
todo o ensaio técnico.
“Poxa, eu sou meio suspeito para falar, mas deu para perceber que foi show de bola. Todos elogiando, cantando. As bossas funcionaram muito bem. Se Deus quiser nós vamos alcançar o que a escola tanto deseja: quarenta pontos e o acesso para o Grupo Especial. Estamos fazendo quatro bossas. Teremos 210 ritmistas e eles vão representar o Candeia. O andamento de hoje foi perfeito, não pretendo ajustar. Foi excelente para o pessoal tocar. Olha só que ritmo gostoso (bateria tocando ao fundo). É isso que a galera quer, dá para a passista sambar, o povo brincar e evoluir. Queremos gritar é campeão”, afirmou mestre Jordan Pereira.
Evolução
Técnica. No sentido literal, essa é a palavra para definir a apresentação da escola no ensaio. Não houve alas que se misturassem ou clarões abertos durante o tempo em que estiveram na Marquês de Sapucaí. Aescola levou para a avenida pequenos elementos para demarcar os setores e facilitar a distribuição das alas. Os componentes evoluíram com muita desenvoltura e alegria, era possível ver o sorriso no rosto de cada desfilante, a escola estava se divertindo e se refletiu no andamento do ensaio. Apesar de muito concentrada e organizada, a escola se manteve solta por todo o tempo. Como ponto negativo, fica o registro de um pequeno descuido durante o módulo de cabine dupla entre a última ala do 3º setor e o tripé que vinha logo atrás, por pouco não se abriu um buraco.
Outros destaques
O Império da Tijuca aproveitou o ensaio para apresentar o mascote, uma formiga, cujo nome será definido em votação popular. Na frente da bateria foi possível observar a desenvoltura do mascote e sua interação com os componentes da escola. Outro destaque notado foi a presença de vários adereços de mãos nas alas, quase todas contavam com bexigas e pompons nas cores da escola.
A escola será a sétima a pisar na Marquês de Sapucaí no dia 21 de abril, quinta-feira, com o enredo “Samba de Quilombo – A resistência pela raiz”, do carnavalesco Guilherme Estevão.
Participaram da cobertura: Lucas Santos, José Luiz Moreira, Walter Farias, Gabriel Gomes e Luan Costa
Casal e comissão de frente são os destaques no ensaio da Unidos da Ponte
Foi com muita elegância e animação que a Unidos da Ponte abriu os ensaios técnicos da Serie Ouro nesta noite de sábado na Marquês de Sapucaí. A azul e branco de São João de Meriti presta, no carnaval de 2022, uma justa homenagem à Irmã Dulce, a primeira santa nascida no Brasil. Os destaques da escola ficaram por conta das apresentações da comissão de frente e do casal de mestre-sala e porta-bandeira. O treino teve duração de 57 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO
“Sinceramente, pra mim, o nosso ensaio foi maravilhoso. Nós passamos bem animados, depois de ficarmos dois anos parados, a escola nos surpreendeu. A gente pode aprimorar mais o canto porque aqui, no caso, é um ensaio e é justamente pra isso. Pode aprimorar também a evolução, o conjunto. Falar em Irmã Dulce, é uma coisa muito importante nos dias atuais”, afirmou Cátia Sant’Ana, diretora da escola.
Mestre-sala e porta-bandeira
O casal de mestre-sala e porta-bandeira Yuri Souza e Camylla Nascimento foi um dos destaques da passagem da escola. Em tons de bege e azul marinho, ele veio de padre e ela de freira, ambos com um crucifixo no peito e um largo sorriso no rosto. A dupla ficou à vontade para exibir toda graça e leveza durante o bailado. Entre cortejos e rodopios, a belíssima apresentação do casal da Unidos da Ponte nos módulos de jurados durou aproximadamente 1m55seg.
“Voltar é uma alegria imensa. Estou um pouco cansado, mas a gente está muito feliz com esse retorno. Ficamos dois anos parados e pisar na Marquês mais um ano está sendo uma experiência como se a gente estivesse começando, como se a gente estivesse pisando aqui pela primeira vez”, disse o mestre-sala.

“Aqui a gente consegue pegar um preparo físico maior e consegue ter uma dimensão mais exata da avenida, do espaço, do que a gente vai fazer no momento do desfile. Podem ter certeza de que o primeiro casal da Unidos da Ponte vai surpreender a todos”, completou a porta-bandeira.
Comissão de frente
A comissão de frente da Ponte é composta por homens, mulheres e uma criança. Eles vieram de branco, com detalhes da roupa em dourado. Todos os integrantes pisaram descalços no chão da passarela do samba. O grupo, comandado por Valci Pelé, realizou uma sincronizada e expressiva coreografia que durou cerca de 2min12s em cada módulo de julgamento.
Harmonia e Samba
Embora tenha feito um ensaio muito animado, a comunidade meritiense não apresentou um canto uniforme durante o seu ensaio, oscilando entre componentes que cantavam forte e outros que aparentavam ainda não terem decorado a letra do samba. A harmonia da escola teve seu auge durante os dois refrões, porém algumas alas não conseguiram manter o mesmo padrão de canto do início ao fim.
O samba-enredo da Unidos da Ponte foi entoado como uma grande oração à Irmã Dulce. A letra exalta a trajetória e pede a benção da “senhora de São Salvador”. Embalado pela voz de Charles Silva, o carro de som fez um ótimo trabalho na avenida. Os dois refrãos foram cantados com muita empolgação pela comunidade, especialmente o refrão principal, que clama: “Anjo de amor/ Luz que me guia/ Santa Dulce dos pobre, Maria!/ Em nome do pai/ Na cruz do perdão/ Nos dê a sua proteção”.
“É uma emoção muito grande voltar para Sapucaí, depois de uma pandemia. A comunidade da Ponte, a comunidade de Meriti, merecia esse ensaio. A Ponte é uma escola grande e a gente esperava muito por esse momento. Sabíamos que seria um grandioso ensaio, assim como temos certeza de que vamos fazer um grande desfile. As expectativas para o desfile são as melhores possíveis, nossa diretoria está fazendo um trabalho maravilhoso. O barracão está de impressionar, tenho certeza que muita gente vai se surpreender. Cantar um samba sobre a Irmã Dulce é maravilhoso, uma pessoal que abriu mão de tudo, dedicou toda sua vida a cuidar dos mais pobres, as pessoas que realmente necessitavam de tudo, mas principalmente de amor. Assim como naquela época, o mundo ainda precisa muito de amor e é isso que nós vamos trazer para a avenida”, prometeu o intérprete.
Bateria
A bateria Ritmo Meritiense, comandada pelo mestre Branco Ribeiro, mostrou sua versatilidade na passarela do samba. Além de executar as suas bossas e de sustentar o andamento da escola, os ritmistas ainda fizeram uma coreografia especial no último módulo de jurados. A bateria se dividiu em duas partes, que se separaram e em seguida se juntavam novamente, provocando um efeito interessante. Lilian Brito, mais conhecida no mundo do samba como “Lili Tudão”, reinou à frente dos ritmistas.
“Foi um ensaio que teve um rendimento bom. Acho que sempre temos o que melhorar. A gente está a menos de seis meses à frente da bateria, não houve tempo suficiente para criarmos um trabalho de base, criar uma escolinha para ter os nossos ritmistas. Mas, se Deus quiser, ano que vem daremos início nesse trabalho e com certeza o rendimento pode ser melhor ainda. A bateria vem de Santo Antônio, vão ser 250 ritmistas. O conjunto de bossas é o mesmo que todos puderam acompanhar no ensaio técnico. Fizemos várias avaliações com outras paradinhas também. Nós tínhamos desenhado e hoje ficou claro para a escola as que possuem maior adesão, que melhor funciona e mais contribui pro samba e é com ela que nós vamos. Tínhamos uma proposta de um andamento um pouco mais na frente, que é uma característica particular minha. Eu gosto desse tipo de samba, sem ser correria. Dessa forma, conseguimos encontrar o melhor andamento. A obra é soberana ao meu gosto pessoal, respeitamos isso e é o que vamos reproduzir na avenida”, explicou o mestre.
Evolução
A Unidos da Ponte evoluiu de forma dinâmica e compacta durante praticamente todo o seu ensaio. Porém, acabaram sendo formados dois buracos ao longo da passagem da escola pela avenida, mas que logo em seguida foram corrigidos. O primeiro deslize ocorreu entre a ala de passistas e a bateria, no primeiro módulo de jurados. O outro buraco, um pouco menor, surgiu em frente ao último módulo de julgamento, entre as duas alas que vieram a frente do tripé que representava o segundo carro alegórico da escola. Nada que ainda não seja possível de ser acertado até o dia do desfile.
Outros destaques
Em um aspecto geral foi um ensaio animado, leve e cheio de fé. A agremiação de São João de Meriti preencheu a avenida com algumas alas muito bem coreografadas, que encenavam um pouco da religiosidade brasileira. Os senhores e senhoras da ala da velha guarda esbanjaram estilo e elegância na Sapucaí.
Apesar dos contratempos durante a evolução, a escola se apresentou bem, conquistando a simpatia do público que a assistia. A Unidos da Ponte será a terceira a desfilar no sambodramo, dia 20 de abril, quarta-feira, pela Série Ouro. O enredo é “Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia”.
Participaram da cobertura: Eduardo Frois, Lucas Santos, José Luiz Moreira, Walter Farias, Gabriel Gomes e Luan Costa
Comunidade do Cubango canta em ensaio técnico com destaque para bateria, casal e comissão de frente
O Acadêmicos do Cubango superou alguns pequenos problemas na equalização do som no início do ensaio técnico, no Sambódromo, na noite do último sábado, com bom canto da comunidade guiada pelo intérprete Pixulé. O samba bastante elogiado desde o lançamento trouxe toda a negritude do enredo que fala sobre Chica Xavier, representada logo na comissão de frente que trazia a juventude da atriz na Roça da Sabina, em Salvador. Outro grande destaque ficou para o primeiro casal Diego Falcão e Aline Flores que mostrou entrosamento e segurança nos movimentos. A bateria “Ritmo folgado” foi outro segmento que agradou ao público presente. Os ritmistas comandados por mestre Demétrius trouxeram uma bossa com a presença de atabaques. De ponto para correção é importante destacar uma evolução um pouco presa em relação a espontaneidade dos componentes, faltou um pouco mais animação em algumas alas com o canto do samba, que ainda assim foi constante e esteve presente na boca da maioria dos componentes nos 50 minutos de ensaio. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO
Harmonia e samba-enredo
Com o experiente Pixulé no comando do carro de som, a escola superou algumas dificuldades na equalização do som que aconteceram logo depois do esquenta que teve a presença do samba em referência ao antigo enredo “Onilé Cubango” , antes da atual direção decidir pela troca do tema. O intérprete e seu time valorizaram o samba que tem muito de melodia e casa bastante com o enredo. O canto da escola foi constante, ainda que em alguns momentos não tão intenso, e sem aquele momento de explosão. Destaque para a comissão de frente e bateria, além de baianas como alas que também cantaram bastante. Uma das partes de mais destaque vem antes do refrão principal: “Na pedra fria/ no pé do morro/ dizem que mora um velho lá”, em um momento que a bateria fazia também uma bossa.
“O ensaio foi muito proveitoso, a escola cantou bem, é claro que problemas todas as escolas estão tendo, mas gostei muito, foi muito favorável, o canto da escola foi muito forte, o chão já é muito forte, todos conhecem. Etou muito satisfeito com meus harmonias, com a escola em si, a bateria, que encaixou muito bem no samba, todos. A Cubango tem um grande samba, um grande carnaval e tem tudo para fazer um grande espetáculo no primeiro dia da Série Ouro”, disse Leandro Azevedo, diretor de carnaval, que ainda revelou o que pode melhorar.

“A gente sempre busca a perfeição nos ensaios, pedindo um pouco mais de canto, um pouco mais de garra, por mais que isso já seja um dos pontos fortes da Acadêmicos do Cubango. Tenho certeza que a escola vai produzir um grande carnaval, não tenho dúvida disso. Esse tipo de enredo é característica da escola e a energia que a dona Chica Xavier, a mãe do Brasil, está passando para é absurda e tenho certeza que essa energia estará ainda mais presente no dia do desfile”.
Ao site CARNAVALESCO, o intérprete Pixulé analiso o ensaio técnico da verde e branco de Niterói. “O rendimento do samba foi maravilhoso, a escola cantou e vibrou, eu sou suspeito em falar em relação ao desempenho da Cubango no ensaio técnico, pra mim maravilhoso. Podem esperar tudo, será o desfile, a Cubango vai fazer um desfile que nunca fez antes aqui nessa Sapucaí, aguardem. A responsabilidade é muito grande, quando eu fui contrato parecia feriado em Niterói, a escola toda me abraçou, foi uma farra, foi uma festa maravilhosa que fizeram com a minha chegada. Eu só tenho a agradecer a esse povo, a essa comunidade maravilhosa”, comentou o cantor.
Mestre-sala e porta-bandeira
O primeiro casal Diego Falcão e Aline Flores, que irá dançar junto pela primeira vez, no desfile de abril, deram um show de elegância, no predomínio da cor preta no vestuário, com detalhes da escola. Diego no terno escuro, com a camisa, o sapato e uma faixa no chapéu em verde fluorescente. Já Aline, tinha um vestido, com uma saia em duas costuras sendo uma em verde e a outra no black. A roupa da porta-bandeira também se destacava pela presença de brilhantes. Em relação à dança, houve muita segurança, movimentos bem executados e sincronizados, mostrando entrosamento e simpatia. Aline encerrava a sua apresentação jogando um discreto beijo para o público e jurados de uma forma muito elegante e pertinente a coreografia.
“Eu não tenho nem palavras, porque meu último ano foi 2007… eu estou muito emocionada. Hoje, conseguir pisar novamente nessa avenida maravilhosa no lado de pessoas que dão o maior apoio, o Diego que está me ajudando muito. Espero chegar no dia do desfile e fazer melhor do que eu fiz hoje. O vento aqui é diferente, esse vento que eu gosto de pegar, vento, chuva… sem correr, porque é isso, é trabalhar a resistência. Vamos estar prontos pra tudo quanto é tipo de clima. O Cubango é uma escola com chão”, afirmou a porta-bandeira.
“É uma emoção muito grande retornar a marquês de Sapucaí. A gente já está fazendo ensaio durante a semana, mas com a comunidade, mais a bateria nesse lugar que é sagrado, só quem é sambista é que sabe o valor de estar pisando aqui. Estou muito emocionado. Minha parceria com a Aline já é um namoro bem antigo, de mesmo 14 anos atrás, mas tudo acontece quando tem que acontecer. Essa escola é maravilhosa, ela tem uma comunidade incrível que abraça quem abraça a escola e essa energia eu acho que o povo pode sentir”, completou o mestre-sala.
Bateria
A bateria “Ritmo Folgado”, de mestre Demétrius, sustentou muito bem o ritmo e valorizou o samba. Destaque para uma das bossas que acontecia antes do refrão principal a partir do trecho “Na pedra fria…”, em que os ritmistas agachavam, paravam os instrumentos e deixavam que atabaques sustentassem o ritmo até a volta completa dos naipes na entrada do refrão principal. A rainha Mariane Marinho veio com uma roupa brilhante, cheia de luzes e uma capa colorida. A rainha também chamou a atenção pelo longo cabelo rosa. Destaque também para a madrinha Maryanne Hipólito que veio com uma fantasia em uma malha branca cheia de símbolos que remetem a pinturas corporais. As duas pareciam bem entrosadas.
“O andamento foi muito bom para o tempo que a gente ensaio. No desfile será o mesmo andamento que a gente passou aqui hoje, vamos seguir confiantes no trabalho desenvolvido. Ensaiamos na quadra, mas só conseguimos realizar dois ensaios de rua na Amaral Peixoto. Foi muito proveitoso, juntando todo mundo e graças a Deus deu tudo certo. A bateria vem representando griôs, tanto feminino, quanto masculino. Vão ser 220 ritmistas. A gente vem com três bossas: uma é o opanijé, que é o toque do Omolu, que é o padroeiro da casa. A outra bossa também é nessa parte, pegando o refrão e tem mais uma no refrão do meio. Três convenções”, explicou o mestre.
Evolução
A escola evoluiu sem apresentar buracos e sem correr. Mas pecou um pouco na animação. Algumas aulas coreografadas eram bastante interessantes, com coreografias fortes como a que vinha logo atrás da bateria fazendo uma bonita coreografia remetendo a figura dos pretos velhos. E a ala posterior, remetia aos caçadores, com uma pena na cabeça e arco e flecha. Porém, as que não tinham coreografia, em alguns casos apresentavam foliões apenas cantando o samba de uma forma mais mecânica, evoluindo sem tanta espontaneidade, faltando um pouco de envolvimento com aquele momento, brincando ou sambando. Destaque para a organização das alas, e os elementos que os componentes traziam. A ala número 2, por exemplo, colorida, trazia estandartes na mesma estampa que as saias das mulheres. As baianas também vieram elegantíssimas em branco com detalhes na cor verde em vários tons com estética da mata, da natureza. Já as passistas vieram todas trabalhadas no verde fluorescente.
Outros destaques
A comissão de frente coreografada por Fábio Batista, além de cantar muito, parecia trazer uma representação da juventude de Chica Xavier, como aparece na sinopse, sua relação com a dança e com a reza ainda na Bahia. A comissão tinha bailarinos homens vestidos com uma calça branca e um pano com estética africana amarrado na cintura. Já as mulheres estavam de vestidos brancos, inclusive, a Chica que se diferenciava por uma tiara de flores vermelhas na cabeça. Na frente, ainda antes da comissão de frente, havia uma faixa com os dizeres “O amor preto cura. Me respeita”. O aniversário do carnavalesco João Vitor foi lembrado antes da arrancada com direito a um bolinho. E a presidente Patrícia Cunha, que esbanjava simpatia perto do carro de som, agradeceu a comunidade pela dedicação e aproveitou para pedir garra para o desfile.
O Acadêmicos do Cubango será a segunda escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, com o enredo “O amor preto cura: Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil”.
Participaram da cobertura: Lucas Santos, José Luiz Moreira, Walter Farias, Gabriel Gomes e Luan Costa