A Lins Imperial informou que a dupla de carnavalescos Eduardo Gonçalves e Ray Menezes será a responsável mais uma vez pelo desenvolvimento do enredo que a verde rosa levará para a Marquês de Sapucaí na Série Ouro da Liga-RJ.
Foto: Divulgação/Lins
Conhecido da agremiação desde 2005 quando entrou na escola como carnavalesco, permanecendo até 2008, Eduardo Gonçalves retornou à agremiação para o Carnaval 2021 como diretor de arte e cultural, e foi promovido à carnavalesco para o Carnaval 2022, quando a agremiação do Lins desenvolveu o enredo em homenagem ao Antônio Carlos Gomes, o popular e inesquecível Mussum.
“Trabalhar mais um ano ao lado do Ray Menezes é um prazer enorme. Ele é um artista que, acima de tudo, ama o que faz, tem grande experiência e se entrega muito no projeto proposto. Com ele, o trabalho fica leve e temos uma troca muito intensa de energias, o que é necessário para entregarmos um grande carnaval para a Lins Imperial”, diz Edu.
Responsável pelo ateliê de roupas estratégicas da Lins Imperial há 8 anos, o estilista Ray Menezes assinou em 2022 pela primeira vez um carnaval na Marquês de Sapucaí. Ray que trabalha há 33 anos no carnaval, estreou na Lins Imperial em 2020, já se tornando campeão em seu primeiro ano. Uma aposta alta da verde e rosa do Lins.
“A Lins é uma escola que sempre admirei. Estou pronto para dar o melhor de mim para essa escola que é valente, forte, briga todos os anos pelo título e em 2023 brigará mais uma vez. Tenham certeza que fazemos um grande carnaval”, avisa Ray Menezes.
A agremiação trabalha em possíveis temas para 2023 e divulgará em breve o enredo que apresentará na Avenida no próximo carnaval.
Uma série de atrações vai marcar nesta sexta-feira, as comemorações pelos 76 anos de fundação da Unidos do Viradouro. A programação vai começar com Missa em Ação de Graças, às 18h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Niterói. Às 20h, na quadra, com entrada gratuita, a agenda terá abertura do grupo Papo 90. Às 21h30, será a apresentação da equipe para o Carnaval 2023.
Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Viradouro
Em seguida, o destaque será o grupo Estrelato. Um pocket-show, com o intérprete Zé Paulo Sierra, ritmistas comandados por mestre Ciça, Erika Januza, rainha de bateria, passistas e casais de mestre-sala e porta-bandeira, encerra o dia de festa.
Os portões da quadra, que fica na Avenida do Contorno, 16, no Barreto, serão abertos ao público às 19h.
A Imperatriz Leopoldinense anunciou a contratação de mais dois profissionais para o time que atuará no desenvolvimento do próximo desfile. Márcio Dellawegah e Sabrina Sant’Ana serão responsáveis pela direção coreográfica de alas e alegorias e das apresentações oficiais da escola, entre outras atividades previstas no calendário leopoldinense. Festejada pelo carnavalesco Leandro Vieira, a dupla de coreógrafos é parte importante do projeto que prevê a Imperatriz Leopoldinense afinada com as diretrizes de um carnaval mais arrojado.
Foto: Divulgação
“Para mim, é uma alegria desmedida repetir aqui uma parceria de trabalho que só trouxe magnetismo e energia ao nosso último trabalho feito em conjunto. Sabrina e Márcio irão somar ao projeto de forma bastante participativa, e a Imperatriz de 2023 só se beneficiará com o talento sem amarras desses dois profissionais. Não vejo a hora de ver a sabedoria artística deles comandando os corpos que, em desfile, vibrarão com as misturas brasileiríssimas do samba, do xaxado, do Rio e do Nordeste. Ter os dois no time é um luxo”, enaltece o carnavalesco.
Cantora, bailarina, professora de dança, coreógrafa e graduanda em produção cultural, Sabrina Sant’Ana tem 34 anos e será diretora coreográfica de uma agremiação pela primeira vez. A artista iniciou seus estudos na escola de música Villa Lobos, onde se formou em canto e, na dança, na Escola de Dança e Centro Cultural Jaime Arôxa. Atualmente, é membro da Cia Clanm e da Cia Folclórica Junina Pode C Show. É Elewá – nomenclatura em iorubá designada às detentoras da beleza de uma determinada tribo – do Afoxé Ómó Ifá e Princesa do Bloco Ilê Aiyê, instituição pioneira de resistência e cultura afro na Bahia.
“Esse convite representa a possibilidade de trazer mais beleza e representatividade para uma escola tão grandiosa. Estou muito feliz, motivada, e já me sinto abraçada pela família de Ramos. Podem aguardar o melhor de nós”, comemora a profissional.
Aos 27 anos, Márcio Dellawegah também recebe a primeira oportunidade de direção coreográfica de uma escola de samba. Bailarino, professor, coreógrafo e instrutor de samba no pé, Márcio foi campeão do concurso Brasil Samba Word Champions 2018 e eleito Rei dos passistas do Salgueiro no último Carnaval. Dançou em grandes festivais, como Rock in Rio 2017, e, atualmente, atua como professor na Escola Carioca de Danças Negras e coreógrafo da Cia Folclórica Junina Pode C Show.
“Estou realizando um sonho. É um desafio de vida. É hora de, junto à Rainha de Ramos, mostrarmos a força e a riqueza de sua história”, festeja o dançarino.
Com a chegada da dupla, a Imperatriz chega a sua sétima contratação para o próximo Carnaval. Já foram anunciados o carnavalesco Leandro Vieira, o coreógrafo Marcelo Misailidis, o intérprete Pitty de Menezes, o mestre-sala Phelipe Lemos e a diretora de movimentos do 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ana Paula Lessa. Mestre Lolo e a porta-bandeira Rafaela Theodoro tiveram seus contratos renovados.
Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. O artista se inspira na “peleja” inverossímil e delirante dos cordelistas que, após a morte do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva – o famoso Lampião -, transformaram em jocoso, ficcional e rica a literatura do destino pós-morte da mítica personalidade nordestina. Cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu” são o mote do brasileiríssimo e rico universo artístico da narrativa proposta pelo carnavalesco.
No sorteio da ordem dos desfiles do Carnaval de São Paulo de 2023, a equipe do CARNAVALESCO conversou com a presidente Luciana Silva, da Tom Maior, quarta colocada em 2022, e abordou sobre o planejamento da escola para a próxima temporada. A principal mudança foi no casal, Jairo Pereira e Simone Gomes, que estivam no posto da escola desde 2007, não estarão em 2023, para o lugar chegaram Ruhanan Pontes e Ana Paula, vindos da Colorado do Brás.
Foto: Vinicius Vasconcelos/Site CARNAVALESCO
“Sou suspeita, sou uma das partes que está trazendo o casal. É uma aposta grande, sem dúvida, eles têm a cara da escola, e tenho certeza que farão um excelente trabalho. Vamos fazer o trabalho sempre em busca do campeonato, o resultado a gente nunca sabe. Mas o trabalho é feito para isso, com certeza”, garantiu a presidente.
A Tom Maior teve dois grandes resultados recentes, em 2018 e 2022 ficando em quarto lugar, com desfiles marcantes, mas o sonho é com o título inédito do Grupo Especial e leva como lição detalhe em um décimo em 2022: “Nós não podemos perder um décimo. Temos que lutar por 270 pontos, é nota máxima em todos os quesitos”, afirmou Luciana Silva.
Sobre o sorteio, a Tom Maior será a penúltima escola a desfilar na sexta-feira e Luciana avaliou: “Quando a gente quer ser campeão e está fazendo um bom trabalho, não tem que escolher. Obviamente tem condições que dificultam, a última escola normalmente desfila de dia, é mais difícil. Mas sem dúvida, o sexto lugar é excelente”.
O enredo será anunciado nesta quinta-feira e a presidente da agremiação revelou: “Podem esperar o enredo com a cara da Tom Maior como sempre. A gente pode navegar por vários mares, mas é sempre um enredo com a nossa identidade”.
No último carnaval cantaram ‘O Pequeno Príncipe no Sertão’ com o carnavalesco Flávio Campello, que permanece em 2023.
Fabrício Villa Flor de Carvalho, fã da escola de samba Grande Rio, teve um dia inesquecível na Cidade do Samba. Comprador do NFT (token não fungível) legendário criado pela IDG – plataforma de desenvolvimento e comercialização de NFTs – em parceria com a agremiação, o carioca teve direito ao produto digital e também a uma memorabilia, neste caso uma peça original do desfile da escola de samba em 2022: uma bandeira original usada em um dos carros a alegóricos. Como bônus, ainda ganhou um encontro com Demerson D’Alvaro, ator que personificou Exu, orixá tema do enredo no desfile da escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro.
Foto: Divulgação
O NFT de categoria “legendário” foi vendido por mil dólares, aproximadamente R$ 5 mil. A memorabilia e a experiência associadas ao colecionável digital funcionaram como forma de agregar ainda mais valor ao token.
No primeiro trimestre de 2022, o mercado de tokens não fungíveis movimentou cerca de US$ 12 bilhões, segundo o relatório da Dapp Radar, e o crescimento em vertentes da cultura brasileira é cada vez mais evidente.
A Grande Rio acompanhou a evolução do mercado e lançou uma coleção inédita de cards colecionáveis em parceria com a IDG, empresa que já possui um portfólio de NFTs voltados para o universo dos aficionados por esportes e entretenimento. A coleção conta com cards exclusivos que representam momentos únicos do desfile da vencedora do Carnaval de 2022 no Grupo Especial do Rio de Janeiro.
Carvalho, 47 anos, conta sobre o processo de compra e relata o momento em que recebeu a peça: “Já estava olhando no mercado sobre ativos digitais e entendi que aquela sobre a comissão de frente da Grande Rio seria bastante impactante, tendo em vista tudo o que representou para o desfile, a forma como foi a apresentação do ator. E foi uma enorme coincidência, comentei com um amigo sobre ativos digitais e chegando em casa fui procurar algo nesse sentido, e na hora que joguei na busca NFT Grande Rio, apareceu justamente esse. Vi que era um item único e não pensei duas vezes, comprei. Eu sou nascido e criado em Duque de Caxias, nasci em 1974 e a Grande Rio é de 1988. Meu pai foi praticamente um dos fundadores da escola junto com a família Soares, então é uma ligação familiar. Quando pensei em NFTs de escola de samba, pensei logo de cara na Grande Rio e quando eu bati o olho e vi que tinha uma, sendo um artigo único e legendário, foi algo inexplicável”.
A participação do ator que desfilou na Grande Rio personificando Exu foi uma surpresa para o colecionador. “Para mim é uma honra ser eternizado num NFT, assim como foi uma honra desfilar pela Grande Rio representando Exu e conseguir esse campeonato inédito para a escola. Depois do desfile a escola me comunicou sobre essa ação de NFT, pesquisei um pouco mais sobre o tema. Posso dizer que ainda sou garoto nesse assunto, mas estou me informando cada vez mais”, enfatiza Demerson D’Alvaro.
Para Sylmara Multini, CEO da IDG que também estava presente no encontro, a compra deste colecionável digital é um passo importante para a consolidação da cultura de NFTs no Brasil: “Sabemos que esse mercado está em ascensão, principalmente no Brasil, e a criação de NFTs que abrangem diversos meios culturais abre uma porta para a consolidação desse setor. Nós buscamos ao máximo diversificar a cultura de NFTs e eternizar esse momento da Grande Rio foi um grande marco. O mercado de NFTs é global, as pessoas estão deixando de adquirir itens físicos e comprando digitais e o setor de colecionáveis está nesse caminho”.
Soam os tambores de África – do Reino de Congo – suntuoso e soberano. Das terras da velha Angola, Guiné e Benim, de Dongo, Matamba, Cassange, Cabinda e Quissama. Uma África em berço dourado. Nobre e ancestral em sua raiz. Onde cada aldeia carregava um herdeiro da bravura do seu povo. Terra de heróis e heroínas. Berço de guerreiros e guerreiras. Protegidos e forjados pela espada de ferro de Ogum. O senhor da guerra em tempos de paz.
Eis que tamanha riqueza não seria esquecida. As praias são tomadas por invasores e a costa africana não resiste. A grande calunga navega trazendo os filhos dessa África poderosa para o Brasil com correntes no pescoço e argolas no pés. Um oceano de lamentos e preces… Ao aportar, negros escravizados são expostos na dor em pleno cais do valongo no Rio de Janeiro e feito mercadoria são vendidos e guiados para o Vale do Paraíba do Sul.
Ordens dos barões do café: plantar, colher e servir. Na fonte de ouro verde do Brasil – o cafezal – eram escravos de ganho e mucamas abandonados perante a tanta crueldade. O capitão e senhor das terras Manuel Francisco Xavier e sua esposa Francisca Eliza Xavier enriqueciam por braços negros e nas madrugadas ouvía-se o estalar das chibatas contra qualquer rebeldia. Mas, o ato de um capataz despertou a inssurreição negra. O sangue africano fervia sobre a dor de cada irmão.
Dois heróis surgiriam no Vale do Paraíba do Sul. Quebrem as correntes! Fujam das senzalas! Era o povo preto em rebelião. Vozes libertárias ecoavam e conduziam o sentimento e o ideal de ser livre novamente. Manoel Congo e Marianna Crioula encorajaram e conduziram mata adentro todos aqueles que sonhavam com a liberdade. Resistência. Bravura. Heroísmo. Um quilombo. “Morrer sim, entregar não!”. Lutar em um tempo em que ser livre nunca foi um direito. Acender a centelha da coragem em um tempo onde enfrentar é resistir.
Nas terras do vale do café reside a herança cultural da luta quilombola. Vassouras e Paty do Alferes guardam em seu ventre o legado de dois heróis da liberdade. Hoje, no antigo Lago da Força, atual centro histórico de Vassouras, há o Memorial Manoel do Congo e em Paty do Alferes, encontra-se o Centro de Assessoria Jurídica Popular Marianna Crioula – além de inspirar artistas em obras como o filme “Ngangula, o ferreiro de Paty” de Pedro Sol; o documentário “Marianna Crioula – Um Grito de Resistência” e a peça “A saga de Manoel Congo e Marianna Crioula – Os Heróis da Resistência” de Ricardo Andrade Vassíllievitch. Vassouras e Paty do Alferes também são o berço de manifestações africanas deixadas pelos escravos em sua história no vale do café. Terra de capoeiras, jongueiros e maculelês.
Que a luta e os nomes de Manoel Congo e Marianna Crioula sejam lembrados pra sempre no axé das nossas baianas, na pulsação da nossa bateria, na ancestralidade da nossa velha guarda e na voz de todo componente. Que o ideal de liberdade e igualdade racial viva e viver é resistir. Jacarepaguá evoca suas raízes ancestrais nesta noite de coroação ao rei e a rainha do vale do café. Salve Manoel do Congo e Marianna Crioula! Salve os heróis da liberdade!
O Museu do Samba recebeu, no último dia 20 de junho, um dos maiores mestres de bateria do carnaval carioca para gravação de depoimento para o acervo audiovisual da instituição. Mestre Ciça, comandante da bateria da Unidos do Viradouro, foi entrevistado pelo pesquisador Vinicius Natal e pela gerente técnica do museu, Desirrée Reis, dentro da programação do projeto “Memória das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro”, que documenta histórias e memórias de personalidades do samba e do carnaval – cantores, compositores, mestres de bateria, porta-bandeiras, passistas e outros profissionais da folia.
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Mestre Ciça relembrou o início de sua trajetória, tocando agogô de duas bocas em sua “escola do coração”, a Unidos de São Carlos, hoje Estácio de Sá. O sambista falou sobre momentos marcantes, como o ano em que desfilou na Viradouro com a bateria em cima de um carro alegórico, além de detalhar sua experiência de 34 anos à frente de ritmistas em escolas como Unidos da Tijuca, União da Ilha e Grande Rio.
Os depoimentos para o projeto “Memória das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro” contam com o apoio do Ibram – Instituto Brasileiro de Museus. O acervo possui relatos de mais de 160 nomes, entre eles Nelson Sargento, Monarco, Tia Surica, Haroldo Costa, os mestres de bateria Odilon, Casagrande e Jorjão, o lendário mestre-sala Delegado, e as porta-bandeiras Selminha Sorriso, Dodô da Portela e Vilma Nascimento.
O material está disponível para consulta e pesquisa, mediante agendamento pelo e-mail [email protected].
A marca do Rio Carnaval foi premiada com o Leão de Ouro, em Cannes, na França, no Festival Internacional de Criatividade. Foram duas premiações nas categorias: Design e Industry Craft. Criado pela agência Tátil, a mesma que desenvolveu a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Rio Carnaval simbolizou uma mudança de patamar no segmento para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
“Isso é sem precedente para história do design brasileiro. Essa imagem produzida pelo Rio Carnaval é linda. Estamos na história”, publicou Gabriel David nas redes sociais.
Ao site CARNAVALESCO, o diretor de marketing da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, explicou como surgiu a intenção de criar a marca “Rio Carnaval”. “A marca é criada a partir do bailado de uma porta-bandeira vista de cima. Todo o tracejado dessa marca é criado a partir desse bailado. É a forma da emoção que o carnaval traz para essa marca. Ao longo dos próximos meses, vamos destrinchar todos os detalhes que isso pode proporcionar. É uma marca viva, atual e que representa as escolas como um todo”, disse.
Foram 22 carnavais defendendo a União da Ilha. Da estreia ao lado do pai, Aroldo Melodia, em 1996, e no ano seguinte, em 1997, Ito já assumia o microfone principal da tricolor insulana sozinho. Depois de um breve período de três anos na Porto da Pedra, em 2002, Ito voltou para o seu período mais significante na agremiação. Destes, foram 11 seguidos no Grupo Especial, um período dourado para a escola da Ilha do Governador. Mas, em 2023, o cantor vai estar pela segunda vez na carreira defendendo o pavilhão de uma outra escola, o Império Serrano. Ao site CARNAVALESCO, Ito explicou as razões para decidir realizar uma mudança tão significativa em sua carreira. * VEJA AQUI MAIS NOTÍCIAS DO IMPÉRIO SERRANO
Foto: Pedro Siqueira/Divuglação Império Serrano
“Quando surgiu o primeiro convite, e o primeiro não foi do Império, eu fui conversar com o presidente Ney Filardis, porque todo mundo sabe do amor que eu tenho pela escola do meu pai, pela União da Ilha, só que chegou em um momento que eu precisava dar uma guinada. Falei com o presidente que estava pintando oportunidade, pedi que ele pensasse um pouco no meu lado, o mundo do carnaval passou por uma situação muito difícil, e no Especial eu teria um recurso a mais, para a família. Ele chorou comigo, falou que não ia me prender e que nem podia. Fiquei triste por sair, mas muito feliz de estar indo para o Especial. E o Império mexeu comigo por conta da bandeira, escola de coração pelas raízes que tem, isso me fez lembrar meu pai, ser da antiga, aquela coisa do samba de raiz, escola do povo. Não foi só pelo financeiro, mas pela bandeira”, frisou Ito.
Morador do bairro da Ilha do Governador, Ito sabe que a escolha profissional pode não ter sido bem entendida por parte da torcida da União da Ilha. Mas o cantor acredita que em sua maioria o povo insulano segue tendo carinho por ele e que o restante vai compreender com o tempo.
“O povo insulano, a maioria entendeu, uma parte não entendeu, porque eles acham que eu fui para uma escola que tirou o lugar da Ilha. E, não é isso, carnaval nós sabemos que chega uma hora que as coisas mudam. A Ilha fez um excelente desfile, eu cantei nela, impecável, mas o Império também não errou. E aí por conta dos quesitos, o Império levou. E quando surgiu essa oportunidade, eu falei ‘eu vou para o Império’. Mas tiveram pessoas que passaram na minha porta de casa e falaram ‘tu largou a Ilha’. Eu falei ‘não larguei a Ilha não, eu moro aqui, estou aqui, e a Ilha pode contar comigo, só não vou cantar’. O que eu puder ajudar a União da Ilha, vou ajudar, só que agora a minha bandeira é o Império Serrano”.
E com relação ao imperiano, ansioso pelo próximo carnaval, Ito promete muita dedicação para ajudar a escola a voltar aos tempos de glória.
‘Todo mundo sabe que toda a minha vida sempre foi muito fiel a tudo que eu faço, seja no amor, na religião, no samba, e ser cantor do maior carnaval do Brasil e do mundo. Eu digo aos insulanos que não fiquem tristes não, o futuro só Deus sabe. Mas hoje sou Império Serrano de camisa e de coração. É uma bandeira muito forte. Eu estou vindo para o Império em um momento que a escola se encontrou, a escola está vindo com fome, com gana, com um chão que sempre existiu, mas que clareou, acendeu e eu vou dar tudo de mim”, promete o cantor.
Para o carnaval 2023, o Império Serrano irá homenagear o cantor e ídolo da escola, Arlindo Cruz, com o enredo intitulado “Lugares de Arlindo”.
A Liga das Escolas de Samba de São Paulo promoveu o evento do sorteio para ordem dos desfiles de 2023. O presidente da entidade, Sidnei Carrioulo, comentou algumas questões em relação ao próximo carnaval e, também, fez um balanço geral de tudo o que aconteceu em 2022.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
“Foi um carnaval atípico. Dentro das dificuldades que tivemos, eu acho que foi um grande espetáculo. Tivemos dois adiamentos, verba trincada, perda de receita, mas eu acho que foi tudo bem sucedido perante às dificuldades que a gente teve. Não só a Liga como todas as escolas. Para 2023, a gente vai retomar parcerias. A parte financeira é muito importante para montar o carnaval. Sem dinheiro, não vamos para lugar nenhum. A gente acredita muito na volta dos parceiros, conseguir vender as arquibancadas, ter um reconhecimento maior da Rede Globo, porque terminou o nosso contrato e estamos para renovar agora. Temos várias situações que eu acho que vamos elaborar para fazer um carnaval muito melhor em 2023”, disse em entrevista ao CARNAVALESCO.
O regulamento e critério de julgamento dos desfiles do carnaval paulistano são sempre grandes temas a serem debatidos pelos sambistas. Segundo o presidente, as escolas devem se adaptar. “Todo ano fazemos mudança do regulamento e critério de julgamento e perdemos a sequência das coisas. A regra tem que ser uma só. As escolas devem tem que se adaptar. Não se pode ficar todo ano se adaptando à uma regra. Fica complicado”.
Festa de lançamento dos sambas em dezembro
Sidnei Carrioulo, também comentou sobre a confecção do tradicional CD dos sambas-enredos. “Estamos vendo alguns parceiros que estão para dar resposta, porque hoje o CD não tem fonte de renda nenhuma. Virou só promocional. Hoje, através da internet, até o próprio CD físico se tornou uma peça decorativa. A agremiação que é campeã sempre está querendo estampar a capa e isso é importante para a escola, mas estamos vendo alguns parceiros para bancar esse CD, fazer uma promoção legal e continuar na mesma pegada dos outros anos. Sobre a festa de lançamento, acontecerá perto do dia 2 de dezembro, que é o Dia Ncional do Samba”.
Por fim, o presidente falou das relações que existe com os mandatários das agremiações ligadas às entidades. “A Liga é uma associação diferenciada. O carnaval é diferenciado. Existe uma situação atípica da Liga para as escolas de samba. Cada um dentro da sua escola de samba, é um líder natural dentro daquela agremiação. Depende muito do trabalho que ele faz e do respeito que os componentes. A Liga não é diferente disso. O que é diferente é a questão de lá dentro ter somente líderes. Quando eu lido com a Liga, só me comunico com presidentes de comunidade. São pessoas trazem uma responsabilidade diferenciada do que os componentes de suas escolas”.