Premiação do Estrela do Carnaval 2022 na quadra da Imperatriz marca início das comemorações dos 15 anos do site CARNAVALESCO
A quadra da Imperatriz reúne os sambistas de todas as escolas neste domingo, a partir das 13h, para a entrega da 14ª edição do prêmio Estrela do Carnaval, ofertado pelo site CARNAVALESCO àqueles que mais se destacaram na avenida no Grupo Especial em 2022. Os ganhadores da Série Ouro recebem seus prêmio em 16 de julho, na quadra do Império Serrano.
A festa contará com uma suculenta feijoada e acontecerá pela primeira vez na quadra da Imperatriz Leopoldinense. O evento será o marco inicial das comemorações de 15 anos do site CARNAVALESCO, celebrados no próximo dia 01 de setembro.
Como vem ocorrendo nos últimos anos, a apresentação fica a cargo de Milton Cunha. Além das categorias tradicionais da premiação, os sambistas vão conhecer a escola de samba dos sonhos, montada pelos internautas em enquete realizada no site nos últimos dias.
Paraíso do Tuiuti (bateria), Unidos da Tijuca (harmonia e revelação), Mocidade (passistas e personalidade), Portela (mestre-sala e porta-bandeira), Vila Isabel (intérprete e ala de baianas), Viradouro (conjunto de fantasias) e Grande Rio (desfile do ano, conjunto alegórico, enredo, carnavalescos, samba-enredo, comissão de frente e originalidade) serão as escolas a se apresentarem para o público. Campeã da Série Ouro em 2022 e eleita o “Desfile do Ano”, o Império Serrano também estará presente.
A quadra da Imperatriz fica em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na Rua Professor Lacê, 235. Os camarotes já estão esgotados. O ingresso para pista custa R$ 25 e o prato de feijoada sai a R$ 35. Entradas podem ser adquiridas na própria quadra da Imperatriz.
Beija-Flor propõe em enredo para o Carnaval 2023 uma nova independência para o Brasil
A Beija-Flor divulgou seu enredo para o Carnaval 2023. Intitulado “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência” o enredo tem a assinatura dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, em parceria com o pesquisador Mauro Cordeiro. Confira abaixo a convocação da escola e a justificativa do enredo.
Convocação
Por uma questão de desordem no que se diz respeito às memórias que este país constrói:
VAMOS NOS UNIR, BRAVA GENTE!
Esta é uma convocação aos sobreviventes deste país que não nos reconhece.
Um país que ignora nossas existências.
Um país que comemora 200 anos da marginalização da sua própria gente.
Seremos a voz do desejo de uma nação inteira: independência e vida!
O Estado brasileiro foi erguido sobre um conjunto de mitos e símbolos que justicam as violências que ainda hoje são implementadas contra nós. Não é por acaso o apagamento do verdadeiro protagonista da história nacional: o povo brasileiro. Esta é a brava gente que está ausente dos atos cívicos que celebram nossos mitos fundadores. Excluídos.
Se as pautas fundamentais para uma nação soberana, independente e justa são trabalho digno, moradia, alimentação, participação popular, igualdade de direitos e liberdade plena, a grande pergunta é: este é o Brasil em que vivemos?
Propomos, então, um novo marco para a Independência Nacional: O dia em que o povo venceu, o 2 de Julho. O triunfo popular de 1823 é muito mais sobre nós e sobre nossas disputas. O Dia da Independência que queremos é comemorado ao som dos batuques de caboclo, cantando que até o sol é brasileiro. Precisamos festejar os marcos populares em festas que tenham cheiro, cor e sabor de brasilidade, reconhecendo o protagonismo feminino e afro-ameríndio. Somos aqueles e aquelas que, excluídos dos espaços de poder, ousam ter esperança no amanhã. O Brasil precisa reconhecer os muitos Brasis e suas verdadeiras batalhas.
É a partir desta data que provocamos uma nova comemoração da independência do Brasil. A independência do povo para o povo. Faremos, então, um grande ato cívico em louvação aos 200 anos de luta dos brasileiros, herança dos heróis e heroínas que forjam dia a dia, através de suas batalhas, uma nação verdadeiramente livre e soberana.
Reivindicamos e nos orgulhamos das lutas históricas e sociais daqueles que nos precederam nesta incansável batalha pela cidadania.
Juntem-se e vistam suas fantasias, pois será um grande carnaval quando em praça pública declararmos nossa própria independência. NÓS, O POVO! Juntando tudo e todes. O novo Brasil ditará as ordens a partir da folia. Alegria e manifestação! Nossa bandeira será um grande mosaico do que somos de verdade, feita a partir do retalho do que cada um tem a oferecer daquilo que lhe representa.
A cultura é o nosso poder, e, é através dela que lutamos pela transformação social, colocando o povo no pedestal que lhe é de direito. Por isso fazemos carnaval, é a nossa missão, sempre
construindo o país que acreditamos, e lutando para que ele seja um dia, realidade.
O grito será por justiça e liberdade, igualdade sem neurose e sem caô.
Nilópolis, 02/07/23.
Dia dos 199 anos da Independência do nosso Brasil
Justificativa
O G. R. E. S. Beija-Flor de Nilópolis irá apresentar no carnaval de 2023 o enredo “BRAVA GENTE! O GRITO DOS EXCLUÍDOS NO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA”.
O bicentenário da Independência é um momento propício para um debate profundo acerca dos rumos e do próprio sentido do país. O carnaval carioca, alegria e manifestação, não poderia ficar de fora desta ampla discussão. A festa consolidou-se como um espaço
privilegiado para reexão e a disputa de questões de importância fundamental em um espetáculo artístico de inegável dimensão política e caráter pedagógico.
Através do seu desfile, um ato cívico, nós propomos que a independência é um processo, defendemos um novo marco para a emancipação política brasileira, destacando o protagonismo popular enquanto denunciamos o caráter autoritário, tutelar, excludente e
desigual do Estado, desde sua gênese até a atualidade.
Ao invés de celebrar ritualísticamente o mito fundador da pátria – o grito do Ipiranga no 7 de setembro, argumentamos em favor de um novo marco, capaz de oferecer um sentido que consideramos mais próximo da verdade histórica de uma independência que foi
conquistada; não proclamada. Este marco é o 2 de julho de 1823, data da vitória das tropas brasileiras na conflagração instalada na Bahia.
Ao mesmo tempo, iremos rememorar esses duzentos anos a partir da perspectiva das camadas populares apontando as mazelas, contradições e limites da construção nacional. Heroico é o povo que constrói a sua própria autonomia através da luta. Esta é a nossa história: nada nos foi dado; cada um dos nossos avanços foi obtido pelos nossos próprios esforços.
Se o Estado brasileiro se ergueu como um instrumento para conservação de uma ordem patriarcal, escravocrata e latifundiária, o povo brasileiro, mesmo alijado dos espaços institucionais, insiste em disputar no Brasil sem temer nem a luta, nem a morte.
Este enredo é um grito que ecoa do Brasil profundo e se faz ouvir aos quatro cantos. Das aldeias, guetos, terreiros e favelas um brado em uníssono se faz clamor: independência e vida!
Este é o nosso grito..
Voz do povo! Beija-Flor vai ecoar ‘grito dos excluídos’ no Carnaval 2023
Duzentos anos depois, Beija-Flor vai ecoar ‘grito dos excluídos’ na Sapucaí para defender um novo Dia da IndependênciaA Beija-Flor quer exaltar a “verdadeira” Independência do Brasil no Carnaval 2023. A azul e branca da Baixada Fluminense lançou neste sábado, 2, seu enredo para o próximo desfile, intitulado “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”. A proposta tem assinatura dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, em parceria com o pesquisador Mauro Cordeiro. A divulgação aconteceu na quadra, em Nilópolis, em meio à tradicional feijoada realizada todos os meses.
“A ideia é provocar na mente das pessoas que a Independência não deveria ser comemorada em 7 de setembro e sim em 2 de julho, pois é a data em que se celebra a expulsão das tropas portuguesas da Bahia em 1823, um triunfo nacional com forte protagonismo feminino e afro-ameríndio”, explica Rodrigues, recentemente convidado por Louzada para assinar o Carnaval da agremiação: — Assim, a comemoração do bicentenário não seria em 2022, mas, sim, em 2023, onde se completam 200 anos desta vitória
A “Deusa da Passarela” quer propor novos marcos e símbolos nacionais a partir do protagonismo popular, desde a Independência até os dias atuais, e pretende transformar o desfile em um grande ato cívico.
“Levaremos para Avenida uma nova perspectiva destes fatos históricos, postos sob uma visão carnavalesca, sonhando com possibilidades de novos Brasis”, completa Rodrigues.
Antes mesmo do anúncio, a Beija-Flor movimentou as redes sociais e intrigou torcedores com ações e intervenções repletas de criatividade e impacto, realizadas ao longo do mês de junho.
Na primeira delas, a escola espalhou cartazes pela Baixada Fluminense e Zona Norte do Rio com os dizeres “Independência pra quem?” e “O que vamos comemorar no Carnaval 2023?”. A segunda ação foi a interdição do seu barracão na Cidade do Samba, na Zona Portuária da cidade, que teve uma das entradas fechada e pichada com palavras de ordem, como “Educação”, “Direitos iguais” e “O Brasil está com fome”.
Ao mesmo tempo, na internet, a instituição relembrou seus desfiles de temática crítica e social, na série chamada “A Beija-Flor em movimento”.
“O nosso desfile será um monumento vivo aos verdadeiros “Heróis da Liberdade”. Além dessa batalha, também vamos aclamar todos os movimentos sociais significativos que buscaram a libertação da nossa pátria, da Indendência até hoje”, descreve Louzada, completando: “Queremos entender se, de fato, desatamos as amarras em relação à Coroa Portuguesa ou só trocamos o poder de mãos. E onde o povo brasileiro estava nesse episódio, bem como os ideais de liberdade e igualdade”.
O novo enredo é uma das apostas da Beija-Flor para conquistar o 15º campeonato da história da escola — em 2022, “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” rendeu o título de vice-campeã. A transição entre os temas foi aplaudida pelo público da quadra, satisfeito com o lema de 2023 e também com a feijoada preparada sob o comando de Tia Débora, presidente da velha-guarda.
Junto a Louzada e Rodrigues, o lançamento contou com as participações do presidente Almir Reis e do diretor de Carnaval Dudu Azevedo. Os detalhes do enredo, anteriormente apresentados a Anísio Abraão David, presidente de honra, foram fortemente aplaudidos pela comunidade.
Autores do Enredo: André Rodrigues e Mauro Cordeiro Desenvolvimento: André Rodrigues, Mauro Cordeiro e Alexandre Louzada Convocação: André Rodrigues, Beatriz Chaves, João Vitor Silveira e Jader Moraes. Pesquisa e Justificativa: Mauro Cordeiro.
Sinopse do enredo da Unidos de Bangu para o Carnaval 2023
“AGANJÚ… A VISÃO DO FOGO, A VOZ DO TROVÃO NO REINO DE OYÓ”
AGANJÚ, o Xangô Menino – Reino de Oyó – Sentinela dos vulcões
Sou o quinto Alafim no Império de Oyó, filho de Ajacá, neto de Oraniã e sobrinho de Xangô. Representação máxima do poder de Olurum.
Vaidoso, forte e destemido… Carrego nas mãos o Oxé simbolizando a imparcialidade. Sou a divindade da vida, representada pelo fogo.
Sou liderança… Recebi de Olófin o dom e a missão de equilibrar o mundo!
Sou símbolo de terra firme, que, quando ameaçada, explode vomitando fogo.
Como sentinela dos vulcões… Se ameaçado boto fogo pelas ventas, queimando cidades e destruindo inimigos.
Mas também do fogo expelido, alumio a terra.
Tenho a força de trovões… Grito alto em prol dos escravizados e oprimidos!
Nas batalhas e em minhas decisões sou rápido como os raios!
Sou valente em meu reino e também valente na guerra!
Sou o Xangô Menino – Sou a voz do trovão e, por muitos anos, liderei o “Reino de Oyó”.
AGANJÚ – Agrados e Oferendas e o ritual – O amalá para Xangô
Batam cabeças… Forme a roda!
Pode ser nos terreiros afros de fé…
Nas praças e festas no mês junho, Salve São João… Salve São Pedro! Bandeirinhas, balões e o fogo das fogueiras não podem faltar.
De uma forma ou de outra Xangô a festejar!
No candomblé: Ecoa o alujá firme e forte no Rum.
Traz o ajapá, e o carneiro para ofertar
AGANJÚ gosta de ser agradado em seus rituais com muita fartura em suas comidas e obrigações ofertadas pelos seus filhos.
Traz a gamela, prepara o acaçá…
Azeite de dendê, cebola ralada para temperar…
Quiabo e carne não podem faltar!
Só não pode esquecer: Sou AGANJÚ, o Xangô Menino!
Aos Ibejis também peço para agradar. Frutas, guaraná, cocadas, bananadas e doces entram no meu amalá.
E nos rituais ao fogo elemento de Xangô… Festa da fogueira, nunca pode faltar. Roda de Xangô – cânticos, danças e louvações… fiéis ao orixá do fogo celebrar!
Quente, quente é o ajerê, panelas de barro de cabeça em cabeça a passar, na luta pelo poder do uso do fogo, Xangô e Iansã a duelar, línguas de fogo no terreiro a alumiar… Xangô, o vencedor. Feliz e a todos abençoar!
EM FESTA – ORIXÁS SAÚDAM AGANJÚ
Orixás te recebem e fazem uma grande saudação.
No compasso dos tambores, bate forte coração…
Chegam todos orixás em celebração ao menino.
AGANJÚ, em desfile mostra sua história!
Com o Oxé erguido, salve o “Xangô Menino”, que feliz está em festa…
Axé, ao meu povo guerreiro!
Sou AGANJÚ! Forte! Vaidoso! Altivo e destemido!
Em terras brasileiras e nas tradições afro-brasileiras, sou São João, São Pedro, São Jerônimo e São Judas Tadeu.
Kaô, Xangô!
Kaô, meu pai maior! Kabecile!
Sou AGANJÚ, o “XANGÔ MENINO”, orixá tão amado e querido que a UNIDOS DE BANGU APRESENTA na passarela a desfilar!
Texto e pesquisa: Robson Goulart e Amarildo de Mello.
Últimos dias para ver os reis do carnaval, Joãosinho Trinta e Laíla, em cena no teatro
Por Lucas Santos e Luan Costa
Dois personagens principais na história dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, Joãosinho Trinta e Laíla, são homenageados no espetáculo “Joãosinho & Laíla: Ratos e Urubus, larguem minha fantasia”, que encerra temporada domingo, na Arena Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160). As sessões de sexta, sábado e domingo acontecem às 19h. Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira).
Momento muito especial da peça “Joãsinho e Laíla: Ratos e Urubus, larguem minha fantasia” com o samba de 1989 da Beija-Flor. Não perca! Fica em cartaz até domingo na Arena Sesc Copacabana. #Carnaval #samba #Carnavalrj #carnavalesco pic.twitter.com/UGOKHnsnew
— Site CARNAVALESCO (@scarnavalesco) July 1, 2022
O maior desfile da história do carnaval do Rio de Janeiro é o grande tema da peça. O elenco no palco aborda os preparativos para o emblemático desfile da Beija-Flor de Nilópolis em 1989. Oito sambas enredo costuram a cronologia do espetáculo. A ideia surgiu de uma conversa de Édio Nunes, diretor da peça, que participou do histórico desfile, com o coreógrafo de comissão de frente Patrick Carvalho.
“Jamais esqueci a cena em que nós, os mendigos, arrancávamos o plástico preto (desfile das campeãs) que cobria a réplica da estátua do Cristo Redentor, um Cristo mendigo, que havia sido censurado pela Igreja e execrado pela mídia. Durante o desfile, a gente foi arrancando aquele plástico, desvelando aquele Cristo, provocando uma comoção”, diz o diretor.

O ator Wanderley Gomes que representa Joãosinho Trinta revelou ter profunda admiração pelo carnavalesco. “É um grande presente fazer Joãosinho Trinta que para mim é muito genial. Eu acho ele incrível, sempre tive uma grande admiração e estou encarando como um grande presente. A primeira coisa que eu fiz foi tentar não imitar (o Joãosinho), porque como eu não tive contato, eu vi uma coisa do programa “Roda Viva”, eu não quis imitar. Mas todo mundo fala que eu faço igual, não sei como, mas é isso”, disse o ator Wanderley Gomes.
Coube ao ator Cridemar Aquino representar o lendário Laíla. “Sou um folião, primeiro que eu sou o Beija-Flor de Nilópolis, sou um torcedor da escola. Cria de São João de Meriti, desde sete, oito anos de idade, estou do lado da quadra. Sempre que possível desfilo na escola e esse ano foi um presente receber esse carinho. Estou comemorando 25 de carreira como ator e fazer esse personagem nesse contexto falando desse carnaval específico de 1989 é muito importante pra mim”.
Conversa com Édio Nunes, diretor da peça
O que representa para você ter criado a peça do João 30 e Laíla?
“Encenar Joãosinho e Laíla é trazer à tona dois gigantes da história do Carnaval Carioca, é reverenciar esses mestres, tornando-os inesquecíveis pela sua obra, e contribuição artística no mundo do samba”.
Além das cenas que relembram sambas, tem uma parte da peça que cita Marielle, Dom Philips e Bruno Pereira. Como surgiu a ideia?
“Relembrar os sambas, com outra leitura, já fazia parte do roteiro. Contextualizar o Cristo de 89, para o Oxalá de 2022, surgiu nos ensaios. Marielle, sempre estará presente, uma negra guerreira, militante, nos representa. Dom e Philipe, é para gritar para o mundo, que VIDAS IMPORTAM, e o Teatro têm essa voz. Nós artistas, inquietos e pensantes, temos a palavra, e ninguém, nos cala”.
Após homenagear o João 30 e o Laíla pensa em outra pessoa, escola ou desfile?
“Penso em fazer uma trilogia. Sou mangueirense, e quero contar as histórias do Morro de Mangueira, homenagear os moradores que vivem naquele Palácio, a música, os costumes e tudo o que pulsa dentro da comunidade. O Samba no Teatro é uma cena desafiadora”.
Por que é tão difícil termos espetáculos teatrais que façam homenagens para escolas de samba e sambistas das agremiações?
“Penso que o Carnaval já cumpre essa função, de homenagear ícones, agremiações e personalidades. O meu interesse é sempre fazer recortes dentro de uma temática, e revirar o baú. Registrar, reverenciar e mostrar ao público, que o samba, é um dos maiores patrimônios do mundo, que precisa ser respeitado e divulgado, na sua excelência. E viva a arte do Samba”.
‘Yasuke’ é o enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval 2023
A Mocidade Alegre anunciou o enredo para o carnaval 2023. “Yasuke” é o tema do desfile, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira, estreante na escola.
“Eu queria agradecer muito por esse presente para minha, para sua e para nossa Mocidade Alegre. Muito obrigado, Jorge, de coração. Quando a coisa já nos emociona, vendo tudo isso, porque eu já ouvi, acabo me emocionando novamente. Sensacional. Estou muito feliz, espero que todos vocês tenham gostado, bora trabalhar em prol do carnaval 2023 firmes no propósito, porque vocês já sabem. A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força da união. Juntos, a gente vai fazer esse diferencial e conta com cada um de vocês”, disse a presidente da agremiação, Solange Cruz.
“Japão e África são duas culturas de riqueza ancestral imensa. São culturas que carregam por si só, sabedoria. Foram construídas ao longo do tempo baseadas na sabedoria. Todas as duas cultuas tem uma riqueza estética incrível. Se expressam fortemente através da plasticidade. Então, para carnaval isso é um prato cheio e a gente vai buscar explorar o máximo possível. Acho que é a primeira vez que a gente vai ver na passarela a junção desses dois universos pensados esteticamente no mesmo carnaval. Acho que esse é o desafio da Mocidade Alegre e a gente chama pro peito, pra responsabilidade e vamos fazer, se Deus quiser, uma grande trajetória”, contou o carnavalesco Jorge Silveira.
Veja o texto publicado pela escola
“O espírito de Yasuke ressurge no corpo de cada jovem preto, assim como aqueles que hoje habitam a cidade de São Paulo, onde negros e asiáticos fazem morada.
A cidade mais japonesa fora do arquipélago oriental é, paradoxalmente, a que também mais mata jovens negros. Por isso, diante de um mundo em que a pele preta assusta, é necessária uma armadura preta, de samurai, semelhante à de Yasuke, para enfrentar as guerrilhas e adversidades cotidianas do mundo contemporâneo. Salve os “Samurais da Quebrada”, determinados em não morrer.
Para o Carnaval de 2023, a Mocidade Alegre usará todo o potencial do sangue guerreiro de seus valentes foliões. Eles, vestidos de suas armaduras-fantasias, enfrentarão mais uma batalha em busca de uma importante vitória: provar que, assim como um dia fez Yasuke, cada jovem preto pode ser o que ele quiser, mesmo que os opressores, o preconceito e a discriminação digam o contrário.
Benditos, louvados sejam aqueles que encaram suas batalhas, independentemente dos temores do combate!”.
Vai-Vai reedita enredo de 2005 para o desfile de 2023
O Vai-Vai anunciou o seu enredo para o carnaval 2023. O tema, que é uma reedição do desfile de 2005, tem como título “Eu também sou imortal”.
Confira o texto divulgado pela escola.
“Explode de emoção o coração alvinegro, que fará do seu cortejo para o próximo Carnaval momento místico e mágico ao resgatar uma das buscas mais longínquas e intrigantes da experiência humana sobre a Terra: a Imortalidade!
Da explosão inicial à eterna expansão, um clarão na imensidão …Eis o despertar para os limites entre a vida e a morte: o desejo de perpetuar …Nas religiões, a fé é o espelho da alma que promete infinita salvação e paz… Contos e fábulas: _“Era uma vez… Felizes para sempre!”_ …Nas experiências alquímicas, o elixir da eterna juventude. Entre a alquimia e a ciência, o homem brinca de Deus e desafia o Criador.
A obra imortaliza. É chama que não se apaga o amor ao samba. Eterno, o Bixiga renasce!
Das cinzas ao apogeu… Eu Também Sou Imortal!”.
Sinopse da Viradouro para o Carnaval 2023
UNIDOS DO VIRADOURO – CARNAVAL 2023
ROSA MARIA EGIPCÍACA
A Profecia das Águas
Presságio... Diante do espelho ondulante das águas, a menina courana sentiu a vida passar diante de si. Uma gota se transformou em oceano, fazendo o real transbordar em vertigem.
Em transe, percebeu-se tragada por um assombrosoredemoinho em meio a um dilúvio brutal. Então defrontou-se com o reflexo de uma mulher misteriosa, de manto reluzente e coroa luminosa, como que a protegendo da própria sina. E, de súbito, viu-se emergir em uma arca resplandecente sobre a qual flutuaria plácida a cortar a fúria das ondas.
A menina chorou frente àquela revelação. Dali em diante, tudo se desfez em mar revolto, apagando as memórias dos seus primeiros anos. Foi rebatizada em águas cariocas, no outro lado do Atlântico. E desse bárbaro ritual de esquecimento, brotou uma nova Rosa, preta e cálida: a Rosa mística do Brasil.
Auri Sacra Fames – A Fome de Ouro
Ainda jovem, seguiu em romaria vigiada, por léguas e léguas mata adentro. Vendida às Minas Gerais, foi obrigada a peregrinar com os cativos pela Serra da Mantiqueira, longo percurso que a assombrava com visões de paraísos e infernos. Entre bruma e poeira, cortava as alterosas cravejadas de sonho e temor.
Nas freguesias mineiras, a sociedade devota do ouro e dos diamantes era sustentada pela depravada escravização na colônia. Cortejos de penitentes saíam pelas vielas do arraial entoando ladainhas. Pediam perdão por muitos pecados, menos o de submeter outros seres humanos a condições degradantes em nome da adoração às pedras e aos metais preciosos. Pacto social que envolvia todo um sistema forjado no privilégio, na degeneração moral e violação da dignidade dos corpos pretos.
Mas havia as frestas sociais. Enquanto servia de oferenda àquela civilização de escândalos e perversões, Rosa acumulou um tanto de joias para se enfeitar e sedas para se cobrir. Os parcos ganhos eram ostentados nos batuques do Acotundá. Na magia da noite escura, encandeada de luar e fogueira, a preta girava saia, saudava as almas e soprava aos ares a fumaça do cachimbo, religando-se à ancestralidade que brotava no terreirão da Fazenda Cata Preta, onde era cativa.
Até que o corpo deu sinais de desgaste. E Rosa se desfez de tudo. Distribuiu aos seus o pouco que havia recolhido, como fez Maria do Egito, a santa meretriz que foi alçada ao altar celestial após doar aos desvalidos toda a riqueza de uma vida. Mais tarde, deixaria de ser a Courana para ser Rosa Egipcíaca, transitando entre a devoção e o misticismo.
Ventanias, Visões e Possessões
Feitiçaria ou teatro? A freguesia alvoroçada se dividia em opiniões ao testemunhar as possessões da mulher, ocorridas entre rezas e sessões de exorcismo comandadas pelo padre português Francisco Gonçalves Lopes, o “Xota-Diabos”.
Visagens chegavam a Rosa em ventanias ruidosas que apoquentavam sua mente dividida entre os solfejos dos anjos e os gritos dos malignos. Em êxtase espiritual, elaera saliva e fogo, arrepio e suor, lágrima e vulcão. Sentia, atordoada, a presença de sete demônios pairando sobre si em vertiginosas espirais, possuída tal qual Maria Madalena.
Mas, assim como a personagem bíblica, a africana tinha também a alma acalentada pelo amor Divino. E os ventos agora lhe sopravam de volta ao litoral.
A Flor do Rio
Vivendo a debulhar as contas do Rosário, retornou ao Rio de Janeiro por onde desfilava como dileta serva de Deus. Sob o pálio da devoção a Santana, avó de Cristo, a negra cruzava a fé dos brancos com os cultos ancestrais aos mais velhos, herança da sua origem na costa africana. Rosaimpressionava o universo religioso da cidade com seus dons premonitórios, jejuns e flagelações, tornando-se focode curiosidade e admiração. Um passo para ser cultuada como Santa.
Levada pelo dever de perpetuar os pensamentosdevocionais, alfabetizou-se nas letras divinas e passou a escrever compulsivamente. Foi assim que colocou no papel aquele que é considerado o primeiro livro a ser escrito por uma mulher negra no Brasil. Desta forma, derramava pelas suas mãos o bendizer da palavra reveladanos pergaminhos mais sublimes.
Sentia na pele e no coração as dores das mulheres afastadas do convívio familiar. Assim, a visionária ergueu o Recolhimento, mosteiro com que ela havia sonhado como arca protetora a abrigar almas cujos corpos femininos eram negados pela sociedade.
O poder da vidência não cessava e Rosa sonhou com a imagem de cinco corações radiosos e brilhantes. Cada vez mais santa no altar popular, foi se tornando mais mística, mais etérea e mais misteriosa. Elo entre Deus e a humanidade, a beata com dons paranormais seria desposada em um grandioso devaneio apocalíptico.
A Derradeira Profecia
Revelação. Rosa fechou os olhos e pressentiu um dilúvio de força descomunal que lavaria os pecados da humanidade. Estava novamente frente à imagem que tanto a impressionou na infância: a mesma mulher misteriosa de manto reluzente, protetora do seu destino. Debaixo do majestoso véu das virtudes, revelou-se a face verdadeira: era o próprio rosto de Rosa.
Águas em turbilhão sairiam como veios da terra. E daquele reino sobrenatural emergiria não uma, mas duas arcas, flutuando entre a história e o delírio. Em uma,estava ela, no esplendor do seu último desvario; na outra, o rei Dom Sebastião, desaparecido em épica batalha em nome de Cristo.
O enlace com o Rei dos Encantados consumaria a união mística para fundar o grande Império Brasileiro. Rosa, enfim, seria o rastro de salvação dos eleitos no triunfanteevento do fim dos tempos, inundando as almas de esperança. Assim, cumpriu o enredo de uma vida e agora estava liberta para se tornar a própria Santa na qual se refletia.
Uma Santa Negra no Céu
E lá no firmamento, aonde as águas do dilúvio a arrebataram, um concerto de marimbas e candombes a aclamou em sua saga de fé. Guardas da Santa Coroa, empunhando fitas e bandeiras, uniram-se em batuquespara louvar à Santíssima africana que um dia viveu cercada de mistérios e virtudes em uma terra tão plena de vícios quanto de credos.
Folguedos desfilaram em louvor à mulher que virou divindade, em sagrado cortejo de canonização popular. Nos jardins do Palácio Celeste, ela se enxergou em cada rosa que desafia a sorte, insiste em rachar o chão e brota da aridez.
E no altar do Divino, todo enfeitado de flor, a mais belaRosa orna a coroa do Senhor.
Não é uma rosa qualquer. É a Rosa que o povo aclamou!
Autor do Enredo e Carnavalesco: Tarcísio Zanon
Inspirado no livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, de Luiz Mott
Texto: João Gustavo Melo
Referências:
ARARIPE JÚNIOR, Tristão de Alencar. O Reino Encantado: crônica sebastianista. Editor do Organizador, 2017.
ANTAN, Leonardo. Laroyê, Xica da Silva: narrativas encruzilhadas de uma incorporação no carnaval carioca. Nova Iguaçu: Carnavalize, 2021.
MARANHÃO, Heloísa. Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997.
MOTT, Luiz. Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993.
MOTT, Luiz. Acotundá: raízes setecentistas do sincretismo religioso afro-brasileiro, In Escravidão, Homossexualidade e Demonologia. S. Paulo: ícone, 1988, pp. 87-118.
PERES, Eraldo. FÉsta Brasileira: folias, romarias e congadas. São Paulo: Editora Senac, 2010.
SIMAS, Luiz Antônio. Almanaque de Brasilidades: um inventário do Brasil popular. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.
SOUSA, Giulliano Glória de. Negros feiticeiros das Geraes: práticas mágicas africanas e repressão em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII. Anais da Anpuh. Mariana (MG), 2012.
‘Delírios de um paraíso vermelho’ é o enredo do Salgueiro para o Carnaval 2023
Enredo: ‘Delírios de um paraíso vermelho’
PRÓLOGO
No princípio era o verbo. E os verbos e as gírias estavam com o povo, eram o povo, que descia o morro para transformar a rua em palco. Artistas de uma opulenta ópera popular chamada escola de samba, regida por um maestro/profeta que banhou de luxo a miséria e escancarou aflições escondidas em folhas de jornal.
Pelas mãos do profeta João esfarrapados ganharam ar de nobreza e protagonismo. Suas visões misturaram paraísos e infernos. Opostos que se atraem e se reinventam.
O evangelho segundo o João do povo teve suas primeiras páginas escritas na Academia do Samba e pregou que a regra é ousar. Seus delírios etéreos gozavam de intensa liberdade, não cabendo em si ou em julgamentos outros. Sem proibição ou pecado — abolir o não, purgar os preconceitos. A arte é para fazer sonhar, riqueza que não cabe em uma caixa ou que possa estar encarcerada nos porões de mentes tacanhas.
As epístolas deixadas ainda conduzem o reino do carnaval. Quem aprendeu em suas escrituras sabe bem que a alforria é soberana e que o encantamento e as inquietações provocadas pela criação e manifestação artística são elementos fundamentais de sanidade, capazes de provar que a fantasia é uma grande realidade.
João 30:90
DELÍRIOS DE UM PARAÍSO VERMELHO
O misterioso pórtico ergue-se da página em branco do universo. Por detrás de suas portas maciças, cuidadosamente entalhadas por nobre criador, a mais sublime obra de arte: as faces de um novo mundo. Superfície coberta por jardins que atravessam o horizonte, contorno sem fim. Paraíso protegido, íntegro. Em uma exuberância desmedida brotam árvores, folhas e flores de suntuoso encantamento. Os frutos ostentam tenra suculência, despertam apetite inesgotável. Até onde os olhos alcançam tudo é deslumbrante.
Frondosa e exótica, a natureza se impõe guardiã da sabedoria. O paraíso, ao contrário do que relatam os livros, se expande em tons de vermelho, em ricas cores vivas, fortes e sedutoras, que tingem a terra e o céu.
Entre barro e costela levantam-se as primeiras criaturas. Imagem e semelhança divina, testemunhas únicas a experienciar a excelência do Éden, os mistérios guardados no paraíso original. Adão e Eva, nativos afortunados, são retrato do bom selvagem, carregam em si a pureza em estado bruto, a inocência cercada de curiosidade. Cada descoberta é magnífica: tudo é estranho e familiar. No paraíso, o real e o fantástico se frequentam, o vento fresco tem perfume de liberdade. Os corpos dançam fluidos, percorrem o ambiente livres para as ilusões.
Vagueiam pelos campos sem contar que em sua sombra espia-lhes a ira. Furtiva criatura a invadir sorrateira a calmaria do Éden. Dissimulada aos olhos e nas palavras, transfigura verdades e mentiras, destila veneno poderoso e ludibria talentosa a pureza nativa. Sedutora serpente de língua afiada, faz florescer na mínima censura a mais tenra tentação. De tantas árvores e tantos frutos, somente aquela, proibida, há de revelar os segredos da vida, de preencher a ignorância com sabedoria.
No afã por intensidade, em uma mordida, o vermelho perde a cor, a exuberância míngua. No perigo maior do paraíso, a perda. Fruto da desobediência, agora pecado original. O pórtico se fecha e o Éden esvanece. Paraíso perdido, herança primeira da humanidade, expatriada da perfeição por ser facilmente corrompida.
O ser humano é filho da queda, desorientado pela condenação aos limites mundanos. Aqui na Terra, jardim dos exilados, o inferno são os outros. A cada juízo, uma condenação. Tudo é perversão e pecado. Tudo é proibido. Grandes olhos vigiam a vida dos outros e sentenciam à margem quem desafia os “costumes”: exclusão, apagamento. A obediência anda incorporada na culpa.
Quem há de ter pecado maior?
Uma luta de vaidades se manifesta e entre a inveja e a ira os homens se afrontam. Onde antes dava valor, hoje boto preço. Vendo barato minha dignidade, pois meu paraíso são meus bens. Notícias de tempos corrompidos, dos prazeres da carne, da gula devastadora e da preguiça moral. Relatos de períodos obscuros e frios.
A esperança renasce na fé, na ponta da espada, duelo do bem contra o mal. Na luta diária contra as cabeças de um dragão insaciável pelo sofrimento. Com a batalha armada, põe-se entre nós a cavalgada do fim dos tempos. É ensurdecedor o som do galope austero dos cavaleiros do apocalipse se misturando nas ruas, despertando dores e espalhando terror. Vendem a paz que não queremos, propagam o conflito. Devastam, destroem, espalham a escassez e a fome. E nessa irradiação do caos, a morte é a verdade anunciada.
A velha barca para o inferno tem uma nova diretriz: a redenção vem para os renegados. Os crucificados, os doloridos: uma multidão marginalizada aos olhos dos homens. Seus demônios caíram por terra.
Louvados sejam os excluídos!
Louvados sejam os rejeitados!
A compaixão lhes aguarda no novo Éden. Reluz em tons fortes de vermelho, renasce de amores e sonhos. Portas abertas a quem tem fome e sede de infinito. Entrem e sejam tomados pelo êxtase de um paraíso em festa, efusivo como uma interminável noite de carnaval. Lugar de desejos e das individualidades. Caldeirão de diversidade. Paraíso dos devaneios, da liberdade democrática das ruas, da comunhão entre todos, onde a fantasia se mistura com a realidade. O que era aparente ilusão hoje alimenta os olhos, preenche do corpo à alma: a fartura, a união, o respeito. Ouse imaginar um paraíso “carnevale”, salgueirense, em que a celebração é a fonte da vida eterna. No lugar das trombetas, tambores da Furiosa dão as boas vindas e pedem passagem para toda a gente.
Ainda que a mesma história fosse contada setenta vezes ou ilustrada por trinta mãos talentosas, seria difícil fantasiar esse lugar de reencontro com a liberdade, onde o pecado não mora mais ao lado, pois o sagrado e o profano se misturam, são tão mundanos quanto divinos, fontes de um mesmo criador. Apenas abra os olhos e flutue pelos encantos e delírios do novo paraíso vermelho, pulsante como a Academia do Samba, viva de desejos e prazeres.
Autoria do Enredo: Edson Pereira
Pesquisa e Desenvolvimento: Edson Pereira, Ruan Rocha, Lucas Abelha, Victor Brito e Departamento Cultural.
Roteiro: Edson Pereira e Ruan Rocha