No próximo domingo, a quadra da Unidos de Padre Miguel será palco de mais um grande evento que promete reunir samba, sabor e muita alegria: é dia de Feijoada da UPM! O tradicional encontro promete aquecer o coração dos sambistas e apaixonados pelo Carnaval.
A partir das 13h o grupo de samba Mandela abre os trabalhos com muito pagode e sucessos consagrados, seguido por um super show da União da Ilha, com um espetáculo recheado de emoção, samba no pé e energia insulana. Os segmentos do Boi Vermelho encerram a festa com uma apresentação especial.
A entrada será gratuita para quem comparecer vestindo a camisa da Unidos de Padre Miguel ou da União da Ilha, celebrando a irmandade entre as duas agremiações e o espírito de união do samba. Para quem não estiver uniformizado, os valores são bastante acessíveis: R$ 25 com feijoada ou R$ 10 sem feijoada.
Serviço:
📍 Local: Quadra da Unidos de Padre Miguel – Rua Mesquita, 8 – Padre Miguel
📅 Data: 15 de junho (domingo)
🕐 Horário: A partir das 13h
Entrada: Grátis com camisa da UPM ou União da Ilha
R$ 25 com feijoada
R$ 10 sem feijoada
Atrações: Grupo Mandela, Show da Unidos de Padre Miguel e Show da União da Ilha
Enredo: “SOCOA-Y-REMA: Onde o altar encontra o mar”
Justificativa
O enredo nasce do compromisso da Em Cima da Hora em valorizar e preservar a memória brasileira a partir de um território que é espelho do país: Saquarema. Localizada na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, a cidade reúne, em seu chão, camadas históricas, culturais, sociais e simbólicas que traduzem a formação e a pluralidade da identidade nacional.
A escolha de Saquarema como tema de nosso desfile vai além de uma homenagem geográfica. Trata-se de exaltar um território onde o passado ecoa em sambaquis ancestrais e em lutas de povos originários e quilombolas; onde a fé popular, expressa nas festas religiosas e devoções, estrutura o pertencimento de sua gente; e onde a arte, a música e o esporte transformaram o lugar em referência nacional e internacional.
Desde os Tamoios, primeiros habitantes da região, passando pelo período colonial e pelas resistências negras em Bacaxá, até a chegada do progresso com a ferrovia e a industrialização com a antiga usina, Saquarema guarda em si um percurso histórico digno de ser contado na avenida. Cada etapa representa não apenas eventos locais, mas reflexões sobre o Brasil profundo — suas dores, suas conquistas e suas permanências.
A cidade é considerada a capital nacional do surfe, sendo palco de campeonatos mundiais que movimentam a economia e projetam o Brasil no exterior. Soma-se a isso o legado esportivo no voleibol e a riqueza cultural do rock, que tem em Serguei e no Templo do Rock um marco de expressão autêntica e contra-hegemônica.
Por fim, a natureza deslumbrante, a cultura vibrante e o espírito acolhedor de Saquarema são elementos que dialogam com o universo carnavalesco: a festa popular que mistura sagrado e profano, tradição e modernidade, beleza e resistência. É este universo que pretendemos levar para a Marquês de Sapucaí.
Ao contar a história de Saquarema, contamos a história de um Brasil real e sensível. Um Brasil de fé, de luta, de cultura viva. Um Brasil que canta, dança e resiste. Por isso, a Em Cima da Hora ergue seu pavilhão em homenagem a essa terra encantada, com a certeza de que sua história merece ser eternizada em samba-enredo, fantasia e alegoria.
Viva Saquarema! Viva o Carnaval! Viva a cultura brasileira!
Sinopse do Enredo
Exaltar o que é nosso é preservar o que se tem.
Assim é este lugar que nos encanta a cada badalar do tempo.
Cheios de histórias e de memórias que contam a nossa existência.
As marcas que se revelam trazem luz ao teu passado
Tendo os sambaquis como sua testemunha mais pungente
Nesta missão que devemos perpetuar para além da eternidade.
Indígena e vermelha, em teu seio tupi, tamoios lhe batizaram.
Portugueses assumiram a posse quando muitos te exploraram.
Neste Brasil colonial sem fim o teu chão é palco de lutas e glórias.
Negros que perseguem a liberdade
Bradam gritos quilombola que ecoaram em Bacaxá.
Servindo de pouso e acolhida, príncipe e naturalista
Te puseram no mapa na rota do conhecimento exaltando tua natureza.
Progresso que se alcança na ferrovia que te fez aproximar,
Mas que se dissipou no tempo feito fumaça no caminho.
Usina que emprega quando a vida nem doce era,
Mas por fim foi esquecida…
Tornou-se por tempos um lar de poucos ou terra de ninguém.
Entre montanhas, lagoas e mar se consolidou.
Teu pescado é fonte de sobrevivência,
Abençoando na fé aqueles que em romaria fazem dos festejos cartão-postal.
O exaltar do manto que cobre teus filhos
Acariciando as ondas que lhe batem no rochedo principal
É luz que se vê ao longe, um farol a quem se aprochega
Fazendo ir e voltar, partir ou ficar
Fincar a raiz para um futuro mais tranquilo
Na fé que mantém firme tua gente.
Festiva, contagiante e plural,
Aporta em ti um rock eloquente no se fazer diferente.
Que autêntica, acolhe todas as tribos.
Com Serguei faz para si o Templo do Rock.
Seu símbolo é força viva na cultura nacional.
Em teus céus se materializa o sonho de voar.
Em tuas matas se descortina a natureza que regala a vida e faz bem.
O teu mar é perfeito em tudo: é forte, mas acalma e aproxima.
Faz querer voltar, faz pensar em ficar.
Faz turista se transformar em nativo também.
És fonte das vitórias, fazendo história no voleibol.
Na crista das tuas ondas se coroam reis e rainhas,
Domadores do perigo e aventureiros do circuito mundial.
Fazem festa, movimentam a economia.
São eles que te acarinham, chamando de Saquá!
Agora vês se não és especial!?
A sua história a enobrece e eterniza para onde for.
Em tudo é monumental, viva e adorada.
É destino de férias.
É sol, é som, é sal.
Hoje, é o enredo na Em Cima da Hora
Para o bem desta folia de carnaval.
Recebam todos com muito amor e alegria,
Socoa-Y-Rema! Socó-Rema! SAQUAREMA!
Esta cidade sem igual.
Argumento e Pesquisa: Rodrigo Almeida e Anderclébio Macêdo
Texto: Anderclébio Macêdo
O Instituto Imperatriz Leopoldinense segue investindo nos sonhos das crianças e adolescentes de sua comunidade. Em mais uma ação social da entidade sem fins lucrativos, sete jovens moradores dos Complexos do Alemão e da Maré irão disputar, no próximo fim de semana, em São Paulo, o Campeonato Brasileiro Kids de Jiu-Jitsu.
Foto: Nelson Malfacini/ Divulgação Instituto Imperatriz
Com a viagem patrocinada pelo Instituto, os jovens, oriundos da ONG ‘Talentos do Morro’, que atende 500 crianças da região, embarcam já nesta quinta-feira, ao lado dos professores Wilson Barbosa, o Gracie da Maré, e Kleber Barbosa, o Binho, para o município de Barueri, onde irá acontecer a competição.
O presidente do Instituto Imperatriz e também atual diretor financeiro da Liesa, João Drumond, celebrou a classificação dos jovens para o campeonato e reforçou o compromisso e responsabilidade da organização com todos os atendidos.
“É fundamental investir no talento daqueles que representam o futuro das nossas comunidades. Independentemente do resultado, esses jovens já são vitoriosos só pela oportunidade de competir, e fazer parte deste momento nos orgulha muito. O esporte transforma vidas e, no que depender do Instituto Imperatriz, muitas pessoas serão impactadas positivamente. Isso é só o começo”, afirmou João.
As aulas gratuitas de Jiu-Jitsu para a comunidade da Zona da Leopoldina e bairros vizinhos na quadra da Imperatriz começam em breve. Segundo Vanessa Malfacini, diretora do Instituto, todas as informações de dias e horários serão divulgadas ainda este mês, juntamente com os horários das aulas de samba no pé, de Zumba e também de funcional e alongamento.
Hoje, o Instituto Imperatriz já conta com turmas de ballet para crianças e adultos. As aulas acontecem na quadra da agremiação, que fica na Rua Professor Lacé, 235, em Ramos.
A União de Maricá divulgou nesta quinta-feira o seu calendário completo até a final de samba-enredo que define o hino oficial da escola para o Carnaval 2026. Com o enredo “Berenguendéns e Balangandãs”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, a escola vai mergulhar no universo das joias que são símbolos de identidade, ancestralidade e resistência presentes na cultura negra, na Série Ouro.
A sinopse será lançada na próxima segunda-feira, às 19h, nas redes sociais da agremiação. A escola também promoverá uma série de encontros com os compositores específicos em participar da disputa, com o objetivo de detalhes detalhados da proposta e fomentar a criação de sambas alinhados ao enredo. Os encontros tira-dúvidas aconteceram em dois espaços: no barracão, na Rua Almirante Mariath, 6, em São Cristóvão, nos dias 23 e 30 de junho e 14 de julho, e na quadra da escola, em Maricá, no dia 7 de julho, sempre às 19h.
O período de inscrições para os sambas concorrentes já tem dados definidos. Os compositores deverão entregar suas obras no dia 29 de julho, às 19h, na quadra da União de Maricá. A disputa acontecerá ao longo do mês de agosto, dividida em quatro etapas: primeira eliminatória no dia 1º, segunda eliminatória no dia 8, semifinal no dia 22 e a grande final no dia 29.
Para o diretor de carnaval Wilsinho Alves, o anúncio antecipado do calendário reforça o compromisso da escola com a organização e a valorização dos compositores. A expectativa é de uma disputa rica em conteúdo e musicalidade, refletindo a força do tema proposto para o próximo desfile.
“O planejamento é fundamental. Divulgar esse calendário com antecedência permite que os compositores se preparem com qualidade, estudem a sinopse com profundidade e entreguem sambas que reflitam toda a riqueza do enredo que vamos levar para a Marquês de Sapucaí. Não tenho dúvidas de que teremos mais uma linda obra”, disse Wilsinho.
Em 2026, a União de Maricá será uma sexta escola a desfilar no sábado, dia 14 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí, em busca do acesso ao Grupo Especial.
A Unidos de Vila Isabel apresentará na próxima segunda-feira a sinopse do enredo para o Carnaval 2026 na quadra da agremiação. A partir das 20h, os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora explanarão para os compositores e para a comunidade a narrativa que utilizarão para abordar o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”.
“Será uma celebração a Heitor dos Prazeres, esse sambista, pintor, pessoa tão importante para a construção do samba carioca”, explica Haddad sobre o enredo. “É um enredo que fala dessa poética de uma cidade em que o samba e a macumba se misturam e de um artista cuja trajetória se confunde com a trajetória da Vila”, completa Bora.
Recentemente, a azul e branca de Noel divulgou o calendário da disputa de samba-enredo deste ano. A novidade é a abertura da competição para todas as parcerias, isto é, a presença de integrantes da ala de compositores da escola não é obrigatória.
Os compositores terão pouco mais de um mês para entregar as letras. A inscrição é gratuita e cada parceria deverá ser composta por até oito integrantes. A festa para escolher o novo hino da azul e branca de Noel será realizada em 12 de setembro, na quadra da agremiação.
Segunda escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, a Vila Isabel apresentará o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”. A partir de um olhar onírico, a escola homenageará Heitor dos Prazeres, a quem é atribuída a criação dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze.
Calendário
16/06 – Entrega da sinopse
03/07, 10/07 e 17/07- Dúvidas e orientações
21/07 – Audição interna
31/07 – Entrega dos sambas
12/09 – Final da disputa
A convite da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro participará mais uma vez da tradicional confecção de tapetes de sal para a procissão de Corpus Christi, que acontece na próxima quinta-feira, dia 19 de junho, no Centro da cidade.
O convite partiu do Padre Wagner, responsável pela Catedral Metropolitana, e teve apoio do cardeal Dom Orani Tempesta, que solicita a presença de todas as escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Como pioneiro na iniciativa em anos anteriores, o Salgueiro foi novamente chamado a representar sua comunidade com arte e devoção.
Este ano, o tapete criado pela escola terá como tema “Rosas para Cristo” , unindo elementos da fé católica à simbologia do enredo salgueirense de 2026, que também traz a rosa como elemento central. A proposta une espiritualidade, arte e a identidade do Salgueiro, em uma homenagem que valoriza a tradição e o respeito à cultura religiosa.
A montagem do tapete terá início às 5h da manhã, com concentração marcada para as 4h na Catedral. A conclusão está prevista para as 11h.
A direção da agremiação convida todos os segmentos e membros a contribuirem com a construção do tapete, que será um dos destaques da celebração religiosa.
Serviço
Confecção dos Tapetes de Sal – Procissão de Corpus Christi 2025
Data: Quinta-feira, 19 de junho
Local: Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro
Chegada: 4h
Início da confecção: 5h
Término previsto: 11h
Neste domingo, a partir das 13h, a sede da agremiação em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, recebe uma tradicional feijoada com roda de samba-enredo. Além disso, haverá show com todos os segmentos da azul e amarelo e apresentação do novo segundo e terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Os ingressos custam R$ 30. A feijoada custará R$ 20.
No próximo Carnaval, o Tuiuti será a primeira escola a desfilar na terça-feira de carnaval com enredo “Lonã Ifá Lukumi”, sobre uma vertente religiosa afro-cubana que vem sendo redescoberta no Brasil. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.
Serviço:
Feijoada do Paraíso com roda de samba-enredo
GRES Paraíso do Tuiuti
Data: domingo, 15 de junho, a partir das 13h
Local: Campo de São Cristóvão, 33 – São Cristóvão, Zona Norte do Rio
Ingressos a R$ 30. Feijoada a R$ 20
Classificação: Livre
A emoção tomou conta da quadra da Beija-Flor na noite da última quarta-feira, quando foi anunciado o resultado do reality show “A Voz do Carnaval”. A disputa revelou os novos intérpretes oficiais da azul e branca de Nilópolis para o Carnaval 2026: Nino e Jéssica Martin. A atração vai ao ar em setembro, no canal Multishow. Em uma final carregada de sentimento e história, Nino não conteve a emoção ao celebrar a vitória.
“Na minha cabeça eu só estou abraçando as pessoas aqui, tirando as fotos com a galera, ainda estou processando o momento. É uma coisa muito surreal na minha cabeça, porque envolve muita coisa ao mesmo tempo, de pessoas que eram meus amigos, que já se foram, momentos que eu passei aqui. Eu olho pra trás, vejo minha carreira também, nunca imaginei estar passando por esse momento agora”, desabafou.
A conquista ganha contornos ainda mais simbólicos por acontecer justamente após a aposentadoria de Neguinho da Beija-Flor, ícone máximo da escola no carro de som. Nino relembrou com carinho os caminhos que o levaram até ali — e os amigos que o acompanharam.
“Eu vi o anúncio da aposentadoria, eu não estava no carro de som, a escola me convidou para fazer reforço, convidou a mim e ao Leozinho Nunes para reforçar. Depois surgiu a história do reality. Eu, a princípio, na minha cabeça, não queria participar, mas depois eu mudei de ideia”, contou.
Mais do que uma vitória pessoal, Nino dedicou a conquista a um nome especial: Bakaninha, intérprete que vinha sendo preparado por Neguinho para sucedê-lo e faleceu de forma precoce em 2022.
“Hoje eu não cantei só por mim, cantei também pelo Bakaninha, que era meu amigo. Ele que seria o sucessor do Neguinho, o mestre já estava preparando ele pra isso. Hoje eu cantei não só pela comunidade nilopolitana, por mim, pelo meu sonho, mas pelo meu eterno amigo”.
A partir de agora, Nino dividirá a função com Jéssica Martin, com quem construiu uma forte amizade durante o processo do programa. Otimista, ele acredita que a parceria tem tudo para render grandes frutos.
“A gente vai trabalhar. Imaginar rimando com trabalhar, pode esperar um grande trabalho. Eu mesmo, vocês sabem, do carnaval, já dividi microfone na minha carreira, isso não é um problema. Jéssica é uma menina que canta muito, é tranquila. A gente criou um laço de amizade maravilhoso esse ano aqui. E só tende a dar certo, se depender de mim então…”, afirmou.
Demonstrando humildade e espírito de equipe, Nino deixou claro que o ambiente na Beija-Flor é de união, sem espaço para egos. “Aqui é Beija-Flor, aqui é família, aqui não tem vaidade. Quem me conhece sabe que eu não sou vaidoso, e eu estou pronto para fazer um grande trabalho, porque agora sim é a maior oportunidade da minha carreira. Agora sim é. Já tive muitas, mas definitivamente agora essa é a maior, monstruosamente, de todas.”
Ao ser questionado sobre outras referências além de Neguinho, Nino foi direto: “Jackson Martins e Wander Pires”, citou com respeito.
Savia David está oficialmente de volta ao carnaval de São Paulo. A influenciadora e empresária agora será a nova rainha de bateria da Estrela do Terceiro Milênio. Em entrevista, ela falou sobre a emoção de ocupar o cargo na escola do Grajaú e prometeu dar seu melhor à frente da bateria Terceiro Milênio.
“Estamos muito felizes pela chegada da Sávia. Ela tem uma energia contagiante, gosta muito da nossa escola e o carinho da comunidade é recíproco. Será um grande momento para ela e para nós”, declara o presidente Gilberto Rodrigues.
“É uma honra ter a Savia como rainha. Nossos ritmistas estarão muito bem representados por ela, que esbanja carisma e muito samba no pé”, conta o mestre Vitor Velloso.
“Estou muito feliz de voltar ao carnaval de São Paulo! Posso dizer, inclusive, que São Paulo já ganhou meu coração faz tempo. E senti muita falta neste ano que não estive desfilando no Anhembi, mas não deixei de assistir nem de estar presente, pelo menos assistindo, porque já me sinto de fato pertencente a essa festa paulista, que eu amo! Então podem esperar uma Rainha do Povo e muito dedicada, que estará ali vestido de fato a camisa e se entregando de corpo e alma”, prometeu.
Já muito conhecida pelos foliões paulistas, Savia David reinou soberana por sete anos à frente da bateria da Unidos de Vila Maria. Cargo que se despediu em 2024. “O convite veio logo depois de eu ter me desligado de outra escola. E a partir daí passei a ter contato com alguns componentes da escola e começou o nosso namoro, vamos dizer assim (risos). Ano passado tive a oportunidade de conhecer a quadra deles, cheguei a ir no lançamento do enredo deles e outras eventos. Além de visitar o barracão da escola também”, revelou.
Por fim, a beldade abriu o coração sobre os seus desejos como rainha de bateria da Estrela da Terceiro Milênio: “Quero fazer história junto com cada componente. Quero unir forças, e acho muito bacana porque o cenário é outro. Nós já temos afinidade, eu e a comunidade, os diretores, as passistas. A gente já se apaixonou! Sinto neles muito da Beija-Flor, eles têm uma pegada muito raiz. Então estou muito feliz e grata. Tenho certa que estou entrando para uma grande família e pretendo ficar lá até ir para a velha-guarda”.
A Tom Maior lançou seu enredo para o Carnaval 2026. O evento aconteceu no Teatro Ruth Escobar, localizado na Bela Vista, no Centro de São Paulo. Para envolver o público no tema, a escola proporcionou um espetáculo que durou mais de uma hora. Abordando o município de Uberaba e o médium Chico Xavier, o show teve pontos altos, como a representação do local na antiguidade, a relação da cidade com a Índia, danças e diversas expressões culturais. Para finalizar, um ator representando Chico Xavier discursou no palco, acompanhado por uma dança que revelou a logo do enredo.
Assinado pelo carnavalesco Flávio Campello, o enredo da Tom Maior tem como título:
“Chico Xavier – Nas entrelinhas da alma, nas raízes do céu em Uberaba”. A presença da comitiva do município, liderada pela prefeita Elisa Araújo, reforçou ainda mais a força da narrativa. A parceria entre a cidade e a escola promete seguir firme rumo ao desfile de 2026.
Inspiração em obra literária e respeito à espiritualidade
Flávio Campello comentou sobre a abordagem do tema. Segundo o carnavalesco, a grande inspiração foi o livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. A obra, psicografada por Chico Xavier, retrata principalmente o Brasil no plano espiritual. Flávio também revelou que a inserção da figura do médium foi fundamental para evitar um enredo “CEP” — centrado apenas em uma localidade.
“A gente não quis cair naquela rotina de enredo CEP, porque acho que isso acaba sendo muito cansativo. A prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, junto com o secretário de Cultura, abraçou nossa ideia, que era fazer uma homenagem a Chico Xavier e, ao mesmo tempo, narrar a história da cidade de Uberaba por meio dele. Nos inspiramos muito no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, com a linguagem que Chico utilizou através de Humberto de Campos, que psicografou a obra em 1939. É uma obra fantástica, e tentamos usar toda a fantasia, magia e espiritualidade encontrada no livro para construir nosso enredo”, contou o artista.
Dentro da estética do desfile, Campello reconhece o desafio de levar o tema para a avenida, mas se mostra confiante com o que vem sendo desenvolvido e elogia o apoio do presidente Carlão.
“É um desafio, pois Chico Xavier representa a espiritualidade, e isso precisa ser tratado com muito respeito. Mas a plástica está fluindo muito bem, estou gostando de cada linha e esboço desenhado. O Carlão me dá todas as condições para desenvolver meu trabalho, e tenho certeza de que vamos dar um pouquinho de trabalho no Anhembi em 2026. Que Chico Xavier nos abençoe”, disse.
O espetáculo no Teatro Ruth Escobar teve grande aprovação. Toda a encenação exaltou Chico Xavier e, sobretudo, a cidade de Uberaba.
“Ensaiamos por quatro semanas para este dia e estamos muito felizes com o resultado. Toda a comunidade participou. Não havia nenhum profissional. Conseguimos fazer um espetáculo com as pessoas da nossa própria escola. No palco, elas puderam brilhar, ter esse reconhecimento e o aplauso do público”, completou.
Busca por um grande samba e o merecimento da vitória
O presidente Carlos Alves, o Carlão, contou como surgiu o enredo e destacou a receptividade da comitiva de Uberaba. O também mestre de bateria prometeu um grande espetáculo.
“A ideia surgiu por meio de uma agência que nos apresentou essa proposta de parceria. Eu topei, e nossa direção também. Fomos para Uberaba, recebidos com muito carinho pela prefeita e pelo secretário. Estou muito feliz. Uberaba é uma cidade grande, com uma história marcante. Vamos falar sobre um filho adotivo da cidade, Chico Xavier, que, na minha opinião e na de muitos brasileiros, é um dos três homens mais importantes do Brasil. Nossa diretoria está feliz, a comunidade já abraçou a ideia e vamos fazer um grande espetáculo”, declarou.
Carlão explicou que a escolha do samba-enredo seguirá o mesmo formato dos anos anteriores: audições internas e divulgação pela internet.
“Na quarta-feira teremos a explanação do Flávio para os compositores, com a entrega da sinopse. As eliminatórias seguirão o mesmo modelo: gravação em estúdio e entrega de 10 CDs por samba. Esperamos receber uma obra de impacto, como tem sido nos últimos anos, para irmos fortes para a avenida”, explicou.
O dirigente também comentou sobre a inesperada sexta colocação conquistada no sorteio da ordem dos desfiles e a expectativa para o próximo carnaval.
“Ninguém esperava essa colocação. A oportunidade foi dada e vamos desfilar. Gostei muito. Não é que espero o título, mas vamos fazer o possível e o impossível para merecê-lo”, finalizou.
Imersão em Uberaba: uma cidade culturalmente rica
A diretora de Carnaval Érica Ferreira falou sobre a viagem da escola a Uberaba e destacou a riqueza do tema.
“Esse enredo chegou para nós e acabamos desenvolvendo. Fomos até Uberaba e fizemos uma imersão: eu, o Carlão e o nosso carnavalesco. Vimos como é rico não só falar de Chico Xavier, que é um ser iluminado, mas também da cidade, que tem aspectos que eu nunca imaginava. Por exemplo, há o Geopark, o sexto maior parque de dinossauros do mundo. Visitamos uma igreja onde convivem cristãos, evangélicos, candomblecistas, umbandistas… todos juntos. É uma cidade muito rica. De cada dez pessoas que conhecem Uberaba, seis vão por causa de Chico Xavier. Acho que esse enredo chegou no momento certo, agora que estamos de volta ao grupo de elite do carnaval paulistano”.
Érica também destacou o envolvimento da comunidade no espetáculo de lançamento. “Esta apresentação foi desenvolvida por mim, Flávio e João Vitor, com nosso diretor artístico. Pegamos partes do enredo — começo, meio e fim — e transformamos em um grande espetáculo. Para que tudo desse certo, convidamos toda a comunidade. Não foi só a comissão de frente. Participaram também a velha guarda, as baianas, o chefe de ala, as musas… Foi uma entrega muito bonita em um tempo curto”, concluiu.