A Imperatriz definiu os quatro sambas que irão para a semifinal, com o corte das obras de Luizinho das Camisas e Renan Gêmeo. A Rainha de Ramos levará para a Sapucaí, em 2026, um enredo em homenagem a Ney Matogrosso, um dos maiores artistas do país, com o enredo “Camaleônico”, do carnavalesco Leandro Vieira. A escola será a segunda a desfilar no primeiro dia de apresentações, no domingo, 15 de fevereiro.
Parceria de Hélio Porto: A parceria que abriu a noite em Ramos foi a de Hélio Porto, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Miguel Dibo, Marcelo Vianna e Wilson Mineiro, que contou com Igor Sorriso e Charles Silva comandando a apresentação, além de Igor Pitta e Tuninho Jr. como apoios durante o tempo no palco. A performance teve destaques na noite em Ramos. Com refrões fortes e de fácil assimilação, além de letra e melodia envolventes, recheadas de referências diretas à discografia do homenageado, o samba passou bem cadenciado, com muitos bons momentos. Entre eles, os versos “Canto com alma de mulher/Arte que sabe o que quer”, que trazem uma melodia diferenciada e chamam atenção logo na primeira parte, antes de prosseguir para o refrão do meio. Outro ponto foi a melodia inspirada em Balada do Louco, de Ney, no início da subida para o refrão principal: “Eu juro que é melhor se entregar/Ao jeito felino provocador/Devoro pra ser devorado/Não vejo pecado ao sul do equador”, que cumpre muito bem o papel.
Parceria de Gabriel Coelho: Com Igor Vianna, Nêgo e Chicão comandando muito bem a apresentação, o samba de Gabriel Coelho, Alexandre Moreira, Guilherme Macedo, Chicão, Antônio Crescente e Bernardo Nobre foi o segundo a se apresentar na quadra da Rainha de Ramos, na sexta-feira. A obra foi bem cantada pelo público durante toda a apresentação. Com pegada forte e constante, o samba se destacou na segunda parte, exaltando os sucessos de Ney e trazendo a repetição “Se joga na festa, esquece o amanhã/Minha escola na rua pra ser campeã!”, que funcionou bem antes do refrão principal, este bastante animado e com referências a “Eu quero botar meu bloco na rua”. A primeira parte também trouxe força poética, numa busca pela essência da pessoa e do artista, como mostram os versos: “Sou meio homem, meio bicho/O silêncio e o grito/Pássaro, mulher/Que pinta a verdade no rosto/Traz a coragem no corpo/E nunca esconde o que é”.
Parceria de Jeferson Lima: A obra de Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Chico De Belém, Mirandinha Sambista, Alfredo Júnior e Tuninho Professor foi a quarta da noite. Com Wander Pires como voz principal, o samba teve passagem potente e animou a quadra. Os refrões foram o ponto alto da apresentação, em especial o do meio, com os versos: “Um bandido corazón… traiçoeiro!/Cavaleiro e cigano… bandoleiro!/O feitiço liberta anjos desiguais/Às feridas abertas, o viço dos ideais”. Outro grande momento veio na segunda parte, com a melodia e os versos: “Eu vou botar meu bloco na rua/A festa é sua… delírio, prazer/Pro sol despertar a vida tão nua/E o dia, feliz, nascer”. Eles se destacam antes da referência direta a Balada do Louco, que embala a subida para o refrão principal da obra.
Parceria de Me Leva: Tinga e Dodô Ananias conduziram com muita força o samba de Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Daniel Paixão, Herval Neto e Jorge Arthur, quinto da noite em Ramos. O grande destaque da obra foi o refrão principal: “Hei de tocar corações/Provocar nas canções/Uma nova diretriz/Porque seu canto me traz a lembrança:/Dizem que sou louco pela Imperatriz”, que brilhou junto da repetição anterior: “Não existe pecado abaixo da linha do equador/Seu juízo rasgado, você libertário, riacho de amor”. Outro ponto de força veio na segunda parte do samba, com os versos “Verdade pra cantar/A Rosa que jamais perfumaria/E o dom de originar/Um clamor em tom de ironia/Jurei mentiras e sigo adiante/Latino é o sangue que resiste às feridas”. A melodia, interessante e bem construída, foi acompanhada por muitos presentes na quadra, reforçando a boa recepção da obra.
O bicho está solto na Unidos de Vila Isabel, que realizou, na última sexta-feira, mais uma eliminatória de sambas-enredo para o Carnaval 2026. Com o enredo “Macumbembê, Samborembá. Sonhei que um sambista sonhou a África”, idealizado pelo enredista Vinícius Natal e pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, a escola de Noel Rosa apresentou uma excelente safra de sambas. A qualidade das obras foi notada na quadra, em ótimas apresentações, com alguns destaques, mas todas muito bem defendidas. O CARNAVALESCO esteve presente e traz a análise de cada obra na disputa.
Parceria de PC Feital: Abrindo a noite de eliminatórias, a parceria de PC Feital, Gustavinho Oliveira, Thales Nunes, Danilo Garcia, Gabriel Simões, Hugo Oliveira, Telmo Augusto e Washington Motta teve Rafael Tinguinha no comando do microfone. Com a quadra ainda tímida, o samba teve uma boa performance. O intérprete, integrante do carro de som da escola, jogou em casa na condução da obra. A melodia contribuiu para o bom desempenho na apresentação. A primeira parte do refrão “Toca macumba, aqui é Casa de Bamba / Toca macumba, é o Povo do Samba a cantar” apresentou um balanço melódico interessante, que agregou à boa performance.
Parceria de André Diniz: Com a inconfundível voz de Wander Pires no microfone, o samba da parceria de André Diniz e Evandro Bocão se destacou pela mobilização da quadra em torno da apresentação. Muitos ritmistas que ficam na frente do palco aproveitaram a primeira passada, sem bateria, para gravar a obra. Nas demais apresentações, o samba reuniu torcedores em todos os lados, cercando o palco e cantando de ponta a ponta. Foi o ponto alto da noite e, aparentemente, o mais esperado pelo público.
Parceria de Cláudio Mattos: A parceria de Cláudio Mattos, Ribeirinho, Markinho da Vila, Didi Tupinambá, Américo, R. Zimmermann, Robson Bastos, Domingos PS e Carlinhos Niterói teve seu samba defendido de maneira exemplar por Igor Vianna. O refrão foi bem cantado, em especial o trecho “Gira no macumbembê, firma no samborembá / Nessa África em xirê, pra canjira começar”. A apresentação foi satisfatória perante a quadra.
Parceria de Ricardo Mendonça: Defendido pela dupla Tem Tem Jr. e Evandro Malandro, o samba da parceria de Ricardo Mendonça, Diego Nicolau, Deco Augusto, Guilherme Karraz, Marcão, Vitor Marques, Miguel Dibo e Gigi da Estiva apresentou, com sua letra animada, um bom desempenho em mais uma sexta-feira de eliminatórias da escola de Noel Rosa. O refrão “Ê macumbembê samborembá / Ê macumbembê samborembá / Risca a pemba nas calçadas de Noel / Quem assina a autoria é a Vila Isabel!” é um trunfo da obra que, assim como a letra, conta com uma melodia animada, ambas contribuíram para a boa performance.
Parceria de Moacyr Luz: Encerrando a noite, a parceria de Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Inácio Rios, Márcio André Filho, João Martins, Dani Baga e Igor Federal teve Bruno Ribas na defesa do samba, que é mais curto que os demais, mas fluiu bem na quadra, sem deixar diferença relevante em relação às outras obras. O pré-refrão “Macumbembê, samborembá, ‘sonho de um sonho’, seu moço, a luz que vem de Dakar / Macumbembê, samborembá, samba é macumba e macumba é samba” é chiclete e levantou o público para o refrão principal.
Compositores: Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7
NÊGA DA LADEIRA DO PELÔ
TENS O SOM DE SALVADOR
E A MAGIA QUE FULGURA
REVOLUCIONAR É SEU PAPEL
E A ARTE DO CINZEL
TU CARREGAS NA CINTURA
JUNTO AO TABULEIRO NAS MANHÃS
HÁ O SONHO DAS IRMÃS QUE ANSEIAM LIBERDADE
ECOA TODA NZINGA DE MATAMBA
A MANDINGA E A DEMANDA
REALEZA, IDENTIDADE
BALANÇO QUE LEMBRA MEU ADARRRUM
NA ARMADURA DE OGUM, MEMÓRIA ANCESTRAL
ADORNO QUE GUARDO NO MEU ILÊ
HERANÇA DOS MALÊS
É FORJA DO METAL!
SANTA LUZ DA REBELDIA QUE MOLDOU O LIVRAMENTO
SOMOS JÓIAS DA PRINCESA, FILHAS DO EMPODERAMENTO
PENDURICALHO, QUE TE ENTREGO DE LEMBRANÇA
GUARDA A FÉ, O FOGO E O TALHO, RESPLANDECE A ESPERANÇA
EU PEÇO AOS MEUS ORIXÁS
E ENTREGO TODO AXÉ
A NEGA PODE E VAI TER O QUE QUISER
TANTAS PRETAS CONSAGRADAS
MEU ESPELHO COM ORGULHO
E A QUEM RENEGA A MULHERADA:
VÁ DORMIR COM ESSE BARULHO!
BALANGANDÃS, BERENGUENDÉS
CANTA MARICÁ O QUE A BAIANA TEM
PERTENCIMENTO QUE RELUZ NO AMULETO
CLARO, TINHA QUE SER PRETO!
A parceria de Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7 venceu a final de samba-enredo da União de Maricá para o Carnaval 2026. Além da vitória, os compositores levam o prêmio de R$ 100 mil. No próximo ano, a escola levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Berenguendéns e Balangandãs”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. A agremiação será a sexta a desfilar no sábado, 14 de fevereiro, pela Série Ouro. *OUÇA O SAMBA DE 2026
“É a terceira vitória na Maricá. Essa vitória é a vitória de Maricá, de um trabalho, de uma parceria que já vem há alguns anos, pelo menos três, investindo muito naquilo que a gente entende que pode engrandecer e tornar essa escola ainda maior do que ela é hoje. Um bom samba, um bom carnavalesco, uma boa direção, um bom planejamento… é tudo isso que uma escola precisa para ter o sucesso que a Maricá busca. É um carnaval para a gente subir, é um Carnaval para a gente ser campeão e entregar para essa comunidade tudo aquilo que ela merece: estar no Grupo Especial em 2027. Esse samba tem um conjunto harmônico, melódico, estético, que se encaixa perfeitamente naquilo que o Leandro, como um exímio e ilustre carnavalesco, desenhou. Essa foi a expectativa que a gente teve desde a sua elaboração, e que se materializou nessa entrega reconhecida pela escola com esse título”, disse o compositor Hélio Porto.
Compositor Hélio Porto
“Toda vitória tem uma emoção diferente. Essa, pra mim, teve a emoção de ver meu irmão que o samba me deu, o Baby do Cavaco, vencer um samba assinando de cabeça na União de Maricá. A emoção dele é a minha emoção. O samba é isso: é a música que a gente conhece, mas também são os parceiros que a gente faz, né, cara? E ver esse parceiro tão feliz é, pra mim, uma felicidade imensa. Agora vem também a responsabilidade. Ao ganhar um samba, a gente passa a ter uma responsabilidade que vai além da disputa. Quero também parabenizar o João Vidal, que é um amigo querido, o Wanderley Monteiro, um compositor fantástico, e o Gigante, que tem uma força incrível no meio do samba. Mas é pelo Baby que eu estou tão feliz hoje. A parte que mais gosto é a que chama as mulheres. Pra mim, o trecho mais forte é quando diz ‘quem renega a mulherada vai dormir com esse barulho’. Tem um olhar para a mulher aí que é muito interessante, porque o samba ainda é um meio bastante masculino, no palco, na apresentação. No público tem muita mulher, mas no palco ainda é bem masculino. Quando vários homens juntos, grandes assim, cantam em defesa da mulher, eu acho isso muito importante. Por isso esse trecho é o mais marcante pra mim”, afirmou o compositor Marcelo Adnet.
Compositor Marcelo Adnet
“Três vezes campeão, já tive samba campeão lá na Intendente, aquela coisa maravilhosa, aquele varnaval maravilhoso e a gente vem sempre na final, esse ano a gente decidiu juntar com o Rafael Gigante, somos amigos e decidimos parar de brigar, juntamos deu tudo certo e a gente está feliz demais com esse resultado da nossa escola de coração que é a União de Marica. É o samba que a comunidade comprou, baiana, passista veio junto com a gente, a escola e a comunidade abraçou de uma forma que comigo nunca tinha acontecido e deu tudo certo a gente foi consagrado com essa vitória maravilhosa”, comentou o compositor Babby do Cavaco.
Compositor Babby do Cavaco
“É a nossa terceira vitória aqui na escola. É a escola que trouxe essa conquista e nós temos o prazer de compor para ela. Somos honrados em defender a escola, em defender o pavilhão na avenida. Essa vitória é ainda mais importante que as anteriores, porque, a cada ano que passa, a nossa responsabilidade aumenta. A gente conhece o trabalho da escola, o amor dessa comunidade, a equipe que foi montada e tudo o que está sendo feito. É uma nova parceria, um novo enredo, um novo desafio, e nós vamos juntos, com muito afinco e empenho, para a avenida, buscar esse título e colocar a Maracanã no lugar que merece: o Grupo Especial. Eu gosto do samba como um todo, mas sou apaixonado pelo refrão de baixo, pelo refrão do meio e, claro, pelo refrão principal. Esses são os pontos altos da obra”, citou o compositor Rafael Gigante.
Compositor Rafael Gigante
Presidente Matheus Santos promete impacto na avenida
Confiante no projeto, o presidente da União de Maricá, Matheus Santos, destacou que a escola, mesmo jovem na Série Ouro, chega preparada para surpreender.
“A Maricá é uma escola que ainda é um bebê na Série Ouro. Mas, vocês podem esperar muito impacto. Será um carnaval grandioso, em que vamos mostrar a importância e a imponência dos balangandãs, remetendo às religiões de matriz africana e ao nosso povo. Eu e o Leandro estamos sempre buscando esse caminho. Vai ser um carnaval que, com certeza, vai arrepiar a Marquês de Sapucaí”.
Matheus também fez uma autocrítica ao último desfile e afirmou que pontos falhos já estão sendo corrigidos. “A própria mídia disse que a gente foi a melhor escola do grupo de acesso. Tivemos algumas falhas de evolução e de bateria, mas já estamos corrigindo isso neste ano. Estamos trabalhando incansavelmente para que não volte a acontecer e para colher bons frutos agora”.
O presidente ainda ressaltou a parceria intensa com o carnavalesco e valorizou tanto o apoio político quanto o trabalho dos bastidores. “Nosso prefeito acredita muito no carnaval e na cultura brasileira. Quero mandar um beijo e um abraço ao nosso prefeito, presidente de honra, que tanto aposta na nossa escola. Mas não posso deixar de agradecer também ao chão de fábrica: ferreiros, aderecistas, serviços gerais. Eu acredito muito na força do trabalho e que podemos, sim, mudar a vida das pessoas através da cultura e da educação”.
Leandro Vieira: ‘ Identifiquei uma escola com uma força feminina muito grande’
O carnavalesco Leandro Vieira, em seu segundo ano na escola, afirmou que o enredo é fruto de um olhar mais profundo sobre a identidade da agremiação.
“Ano passado foi meu primeiro ano, e naturalmente, no primeiro ano em qualquer lugar, você chega sabendo menos do que vai saber no segundo. Identifiquei uma escola com uma força feminina muito grande, com uma construção territorial ligada à ancestralidade. Acho que o enredo também reflete esse aprofundamento. Eu costumo dizer que estou em um ‘namoro’ com a Maricá. É um namoro novo, estamos nos conhecendo, com expectativa de dar certo”.
Sobre a preparação, o artista destacou a organização do barracão e o alinhamento das obras finalistas.
“Já entreguei o projeto completo de alegorias, e a escola está na fase de construção de ferragens, carpintaria e esculturas. Os três sambas finalistas estavam bem alinhados no discurso, e isso é muito importante. A grande expectativa é que o vencedor conduza a Maricá com energia na pista”.
Zé Paulo: experiência e competitividade
Novo intérprete da escola, Zé Paulo contou como surgiu o convite e demonstrou confiança no projeto. “Esse convite surgiu um pouco antes do Carnaval de 2025. Achei melhor viver isso aqui novamente, sair da zona de conforto. Cheguei com um projeto longevo: contrato de dois anos, quadra nova, grandes sambas. Estou muito feliz de estar aqui”.
Com experiência de acesso e título no Especial, ele acredita que pode contribuir na formação da identidade da Maricá. “Minha experiência no grupo de acesso é fundamental. Essa experiência me dá tranquilidade para ajudar a Maricá a criar sua casca, sua própria identidade. Tenho certeza de que, em breve, a escola estará figurando entre as grandes”.
O cantor também exaltou a sintonia com a bateria e o carro de som. “Estamos juntando tudo isso, colocando em um potinho, misturando bem, para fazer um grande trabalho em 2026”.
Wilsinho Alves: ajustes e metas para 2026
O diretor de carnaval, Wilsinho Alves, fez um balanço positivo do último desfile, mas apontou desafios de imagem e julgamento. “União de Maricá fez um grande desfile. Sobrou artisticamente com a técnica apurada. Infelizmente, existe um peso muito grande em cima da Maricá por causa da questão do apoio da prefeitura, como se não houvesse comunidade. Mas aqui há muito trabalho sério e valorização do componente”.
Para 2026, ele destacou reforços estratégicos e a importância de definir o samba cedo. “Trouxemos o Mauro, uma grande aquisição. Talvez seja a peça que faltava para o nosso acesso. Antecipamos todos os processos: barracão, ateliê, ensaios. O samba terá mais tempo de maturação, para que a comunidade chegue no ápice no momento do desfile”.
Mauro Amorim: paixão e profissionalização
Novo diretor de harmonia, Mauro Amorim celebrou a recepção calorosa e destacou a força da comunidade local. “Foi a maior surpresa que eu tive na minha chegada à Maricá. Hoje, a gente tem a satisfação de ter uma ala de baianas 100% Maricá, uma harmonia quase toda da área. Maricá é uma terra de sambista, sim. As pessoas são apaixonadas pela escola e querem trabalhar. Isso motiva demais”.
Mauro reforçou ainda o objetivo de profissionalizar o desfile. “Todos são apaixonados, mas precisamos construir um resultado. A gente não pode deixar a paixão atrapalhar a técnica. Vamos ensaiar bastante para provar que Maricá é terra de sambista”.
Mestre Paulinho Steves prepara novidades na bateria
Com a bateria “Maricadência” em evidência, o mestre PaulinhoSteves revelou novidades musicais para 2026. “Para 2026, vamos sim mergulhar no enredo a fundo. Vai ter umas coisinhas novas. Tenho certeza que vai trazer umas ideias fora da casinha”.
O mestre também celebrou a sintonia com o intérprete Zé Paulo. “Foi amor à primeira vista. Parece que a gente já trabalha junto a vida toda. Casamento perfeito”.
Fabrício e Giovana: confiança no figurino e coreografia
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício e Giovana, comemorou o desempenho de 2025 e já elogiou o cuidado da escola com as fantasias.
“A gente até já experimentou. Fizemos a primeira prova e está tudo bacana. O Leandro, mais uma vez, foi super feliz no figurino”, disse o mestre-sala.
“Nossa fantasia já passou pela primeira prova. Isso nos deixa até mais tranquilos para dormir, porque a gente sabe que nem sempre é assim. Para gente, está sendo maravilhoso”, garantiu a porta-bandeira.
Ela destacou ainda o trabalho coreográfico para o próximo Carnaval. “Em 2026, também temos influência afro, mas com mudanças de espaço e concepção. Com a Beth Bejani como coreógrafa, teremos um reforço muito grande”.
Parceria de Vinícius Santos: O primeiro samba apresentado na final foi de autoria de Vinícius Santos, Rogerinho do PT, Jânio Oasis, Jailton Russo, Bruno Braga e Flavinho Bento. A obra foi conduzida pelo intérprete Emerson Dias, que mostrou toda a sua empolgação característica ao convocar o público para cantar junto, animando a torcida que levou balões e bandeiras para apoiar. O samba dialogou bem com o enredo e teve boa recepção, com destaque para o refrão “Deixa a preta nos benzer / Deixa a preta adornar / Coroando a vitória de Maricá”, que, mesmo sem ser explosivo, foi entoado com força pela plateia.
Parceria de Babby do Cavaco: A segunda obra a se apresentar na final foi assinada por Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7. O samba foi defendido por Charles Silva e, desde os primeiros versos, mostrou que seria um dos pontos altos da noite. A apresentação revelou uma obra consistente, com letra densa e carregada de simbologias, que dialogaram de maneira precisa com o enredo. O refrão “A nêga pode e vai ter o que quiser” destacou-se pela força, fácil assimilação e grande apelo. Charles interpretou de forma segura e clara, valorizando cada verso e potencializando o discurso da obra. A performance ainda contou com pirotecnia da parceria e o apoio vibrante da torcida, que cantou com entusiasmo do início ao fim.
Parceria de Claudio Russo: O último samba da noite foi assinado por Claudio Russo, Marcelinho Moreira, Julio Alves, Manolo, Anderson Lemos e Fadico. A defesa da obra ficou a cargo do intérprete Pitty de Menezes, que, com seu talento habitual, conduziu o samba a uma apresentação consistente. Embora não apresentasse grandes momentos de explosão, a obra trouxe uma letra que dialogou bem com a narrativa do enredo. O destaque ficou para a primeira parte, com uma melodia envolvente e distinta das demais, especialmente nos versos: “Numa velha Salvador, um retinto vai e vem / Na ladeira do Pelô, no sobrado de alguém / Um fidalgo que comprou / O melhor sabor que tem”. A torcida participou com entusiasmo, levando bandeiras e apoiando a apresentação do início ao fim.
A Estação Primeira de Mangueira celebrou com orgulho o reconhecimento de duas mulheres: Guanayra Firmino, presidenta, e Evelyn Bastos, rainha de bateria. Ambas foram eternizadas como beneméritas nesta última quinta-feira pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). O título é mais que uma homenagem, é uma consagração de um legado feminino que está ligado à identidade da Verde e Rosa.
“É uma enorme honra fazer parte deste grupo a quem a Liesa concedeu neste ano o título de benemérito”, declarou a presidente da Estação Primeira de Mangueira, Guanayra Firmino. “Representatividade importa, e como mulher preta da favela que vai conduzir a Mangueira ao seu centenário, dedico à minha comunidade mais este reconhecimento”, conclui.
A Grande Rio promove neste sábado, a grande final da Seletiva Pernambucana do Concurso de Samba-enredo para o Carnaval 2026. A obra campeã seguirá direto para a grande final, no Rio, em 20 de setembro. O evento é gratuito, aberto ao público e será realizado a partir das 16h, em frente à sede social do Bloco de Samba Tradição, localizada na Rua Vidal de Negreiros, 102 – Recife/PE.
O evento terá a presença de Evandro Malandro, intérprete oficial da Grande Rio, que se apresenta pela primeira vez na etapa pernambucana da disputa. O público também poderá acompanhar a performance do Maracatu Nação Porto Rico, além de outras atrações culturais.
A iniciativa reforça o compromisso da agremiação em valorizar a diversidade cultural e aproximar diferentes tradições artísticas, estabelecendo uma ponte entre o samba carioca e as expressões populares de Pernambuco.
A parceria de Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7 foi apontada por 84,8% favorita pelos leitores do CARNAVALESCO para vencer a disputa de samba da União de Maricá para o Carnaval 2026. A parceria de Claudio Russo, Marcelinho Moreira, Julio Alves, Manolo, Anderson Lemos e Fadico recebeu 10,5% e a parceria de Vinícius Santos, Rogerinho do PT, Jânio Oasis, Jailton Russo, Bruno Braga e Flavinho Bento ficou com 4,7%.
Foto: Leandro Andrade/Divulgação Maricá
Além da escolha do samba-enredo, a noite promete ser uma grande festa, com apresentações de Nego Damoé e do grupo Clareou. A entrada será solidária, com a doação de 1kg de alimento não perecível. Em 2026, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar na Série Ouro, no sábado, 14 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí.
Em mais uma quinta-feira de eliminatória, a Beija-Flor de Nilópolis levou sete sambas para a próxima fase da disputa, com a eliminação das parcerias de Picolé da Beija-Flor e Arnaldo Matheus. Com o enredo “Bembé”, do carnavalesco João Vitor Araújo, a Azul e Branca da Baixada será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval em 2026. Veja abaixo a análise do CARNAVALESCO.
Parceria de Marcelo Guimarães: A parceria de Marcelo Guimarães, Cesar Neguinho, Wander Timbalada, Rogério Damata, Maicon Lazarim e Vander Sinval foi a terceira a pisar no palco nilopolitano, com Pixulé à frente do microfone, em uma performance muito boa que levantou o ânimo da quadra. O samba apresentou momentos interessantes na segunda parte, especialmente na mudança leve do ritmo da melodia, que se torna mais suave a partir do trecho “Por rio segue o mar de gente, vão passando as horas”. Esse ponto marca a subida para o refrão, que se destacou e foi bem cantado pela torcida. O refrão principal também chama atenção pela animação rítmica, valorizando o histórico da agremiação em enredos afro e religiosos logo no primeiro verso: “Meu Beija-Flor azul e branco, macumbeiro/Quilombola, feiticeiro, herdeiro de Bembé”, igualmente muito cantado.
Parceria de Júnior PQD: Pitty de Menezes defendeu com intensidade a parceria de Júnior PQD, Ailson Picanço, Nando Billy Mandy, Marcelo Moraes, Geraldo M. Felício e Robson Carlos, contando ainda com Hudson Luiz como apoio nos vocais, o que deu mais potência à apresentação. A obra empolgou a torcida e os componentes presentes na quadra, tendo como ponto alto o refrão do meio: “Firma na palma, eu quero ver!/Samba de roda, maculelê/No cangerê do meu iylê/Treze de maio não foi de graça/Quem é quilombo nunca mais será senzala!” A melodia combina bem com os versos, especialmente os dois últimos, que trazem grande força para a mensagem do enredo. Outro momento marcante está na primeira parte do samba, em “Flores para inanaê! (inaê, inaê!)/Cativeiro nunca mais!/Mas será que a liberdade/Trouxe a dignidade ou um novo capataz?”, também bastante cantado na quadra.
Parceria de Rômulo Massacesi: De autoria de Rômulo Massacesi, Lucas Gringo, André Jr., Nurynho Almawi, Doguinho e Ali Jabr, o quinto samba da noite teve Marquinho Art’Samba e Leozinho Nunes nos microfones principais, com apoio reforçado e uma apresentação muito potente. O samba foi bem cadenciado do início ao fim, valorizando o enredo da escola e destacando a cultura e religiosidade do Bembé. Os refrões cumpriram bem o papel de explosão, sendo cantados com força pela torcida, como em “O chão da magia emana axé/Sou Beija-Flor, casa de candomblé”. Outro momento de impacto foi a subida para o refrão: “Ao ver minha luta resista/Tem sangue por trás da conquista/O jogo alafiou o meu legado/Respeita pra ser respeitado”.
Parceria de Júnior Trindade: Com Bruno Ribas como intérprete principal, a obra de Júnior Trindade, Élson Ramires, JP Figueira, Ricardo Castanheira, Marcão da Gráfica e Júlio Alves teve uma apresentação animada, com apoio de Tuninho Jr. O refrão principal, encerrado pelo verso “Nilópolis, terra da magia/É muita macumba, parece a Bahia”, foi um dos pontos altos, empolgando a torcida. Outro destaque foi a segunda parte da obra, com melodia mais suave em versos como: “Em tuas águas vai meu povo de santo/De azul e branco o barco a navegar/Yabás, um reencontro espiritual/Que vem da África ancestral”.
Parceria de Sidney de Pilares: Composto por Sidney de Pilares, Marquinhos Beija-Flor, Chacal do Sax, Cláudio Gladiador, Marcelo Lepiane e Salgado João Conga, o sétimo samba da noite foi interpretado por Wander Pires, com apoio de Wandinho e Rafael Tinguinha. A apresentação foi potente e bastante animada, com forte participação da torcida, que cantou em coro trechos como o bis de subida para o refrão principal: “A curimba de baiano faz Nilópolis cantar/Aiê yê! Odoyá!”. O início da obra também chamou atenção com versos marcantes: “Não me peça pra calar minha verdade/Pois a nossa liberdade não depende de papel”, além da subida para o refrão do meio: “Não tememos ataque algum/A rua ocupamos por direito!”.
Parceria de Julio Assis: Tinga e Nêgo conduziram, junto aos apoios Thiago Acácio e Juan Briggs, o samba de Julio Assis, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso, em uma das grandes apresentações da noite. A torcida cantou forte durante toda a obra, que se destacou especialmente no bis e no refrão principal: “Atabaque ecoou, liberdade que retumba/Isso aqui vai virar macumba”. “Deixa girar que a rua virou bembé/Deixa girar que a rua virou bembé/O meu egbé faz valer o seu lugar/Eró eró Beija-Flor, alafiá!” Outros trechos marcantes foram “Sou eu Beija-Flor/Filho de santo que jamais se omitiu/O canto livre dos terreiros do Brasil/Que ainda clamam alforria”, com melodia interessante, e o falso refrão do meio, também de destaque.
Parceria de Kirrazinho: Encerrando a noite, a obra de Kirrazinho, Gui Karraz, Moisés Santiago, Miguel Dibo, Dr. André Lima e Denilson Sodré foi conduzida por Charles Silva, Igor Vianna e Tem-Tem Jr., com participação de Igor Pitta, em uma apresentação de muita força e animação. O samba, bastante poético, destacou-se nos refrões, como o principal, que remete à ancestralidade jeje-nagô e ao fundador da escola, Cabana. O refrão do meio, com melodia envolvente, foi bem cantado pela torcida: “Oro mi má oro mi maior/Oro mi má oro mi maior/A benção mainha, nos cubra de amor/E leva meu sonho nas asas de um Beija-Flor”. Na segunda parte, também ganhou força o trecho “Meu nego, te desejo liberdade/No balaio frente à purificação/Desse meu lugar não saio, ninguém solta a minha mão”, consolidando a obra como um dos destaques da noite.
A Beija-Flor de Nilópolis recebeu, na tarde de ontem, a visita do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, acompanhado de representantes do próprio Instituto e do Ministério da Cultura. O grupo foi recebido pelo presidente da escola, Almir Reis, e pelo time de enredistas da agremiação, que apresentaram em primeira mão todos os desenhos, alegorias e o conceito do desfile de 2026. O enredo da próxima temporada, intitulado “Bembé”, homenageia a mais antiga celebração pública de Candomblé do Brasil, realizada há mais de um século na cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.
A visita ofereceu ao presidente do IPHAN um acesso exclusivo ao processo criativo da Beija-Flor, conduzido pelo carnavalesco João Vitor Araújo, e reafirmou a importância de estabelecer pontes entre o patrimônio cultural imaterial e a arte do Carnaval.
Recentemente, a Beija-Flor recebeu do IPHAN uma carta oficial de parabenização pela escolha do enredo, além do título de “Amigos do Patrimônio”, reconhecimento concedido à agremiação por destacar, através do samba, um bem cultural tombado e registrado como patrimônio imaterial brasileiro.
Para o presidente da Beija-Flor, Almir Reis, esse reconhecimento é motivo de orgulho para toda a comunidade nilopolitana: “O título de ‘Amigos do Patrimônio’ reforça a missão da Beija-Flor de transformar a Sapucaí em palco da nossa memória coletiva. O Bembé é resistência, fé e arte, e a nossa escola será a voz que ecoará essa celebração para o mundo.”
Com o enredo “Bembé”, a Beija-Flor reafirma seu compromisso com a preservação da memória afro-brasileira, celebrando a ocupação dos espaços públicos, a ancestralidade negra e a pluralidade cultural do Recôncavo Baiano em seu desfile de 2026. A escola será a segunda a desfilar na segunda-feira de Carnaval, dia 16 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí.