Início Site Página 878

Paraíso do Tuiuti abre inscrições para curso de formação de diretores de harmonia

O Paraíso do Tuiuti realiza nos próximos dias 23 e 30 de agosto, das 20h às 22h, um curso para formação de novos diretores de harmonia. As inscrições estão abertas e o projeto é liderado pelo grupo Anjos da Guarda, do diretor geral de Harmonia da escola, Luiz Carlos Amâncio.

desfile tuiuti 2022 105
Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

As aulas contarão com a presença de convidados de outras agremiações. Já estão confirmados: Dudu Falcão, diretor de Carnaval da Unidos do Viradouro; Marcelinho Emoção, diretor geral de Harmonia da Vila Isabel; Cláudio Russo, compositor; André Gonçalves, diretor de Carnaval do Tuiuti; Viviane Martins, coreógrafa e apresentadora de casal de mestre-sala e porta-bandeira; e João Vitor Araújo, carnavalesco do Tuiuti.

“Essa é uma excelente oportunidade, que abrirá portas aos participantes, de ingressarem em algumas agremiações como Diretor de Harmonia”, resumiu Amâncio.

Para se inscrever no curso, basta enviar nome completo, idade e número de celular para o WhatsApp (21) 96808-4072.

O Paraíso do Tuiuti fica no Campo de São Cristóvão, 33 – São Cristóvão – RJ, em frente ao Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (Feira de São Cristóvão).

Imperatriz Leopoldinense realiza expedição em Pernambuco

O carnavalesco Leandro Vieira e o diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense, João Felipe Drumond, desembarcaram nesta quinta-feira em Pernambuco para uma expedição no estado. Em 2023, a agremiação vai levar para a Marquês de Sapucaí o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”. O tema se inspira em cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu”.

leandro joao
Fotos: Divulgação/Imperatriz

“O objetivo era conhecer de perto a história de Virgulino Ferreira da Silva e enriquecer ainda mais a história que a Imperatriz Leopoldinense contará na avenida”, afirma João Felipe.

Em Recife, a delegação da Imperatriz visitou o Centro de Artesanato de Pernambuco, a Secretaria de Turismo e o Museu Cais do Sertão. Já em Serra Talhada, terra natal de Lampião, foram visitadas a sede da prefeitura municipal e o Museu do Cangaço.

leandro joao2

“O enredo surge como uma vontade de falar de um pedaço do Brasil que vale a pena. O Brasil da cultura popular. Da oralidade. Da tradição da contação de histórias. O Brasil que delira e reinventa realidades, já que o mundo real não basta. O Brasil do cordel. Dos repentes. O enredo surge de um Brasil que a gente alimenta na memória afetiva como uma espécie de Brasil imaginário para suportar o Brasil real”, diz Leandro Vieira.

leandro joao3

A disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2023 na Imperatriz começa no dia 04 de setembro. O regulamento completo da disputa pode ser acessado no site oficial da escola: imperatrizleopoldinense.com.br. Esta é a primeira vez que a disputa será aberta a todos os compositores interessados. Poetas de escolas coirmãs, filiados a entidades musicais em geral, e talentos dos mais variados gêneros podem inscrever suas obras no concurso.

Como Ganhar Dinheiro no Brasil: Apostas Esportivas Online

Todo mundo sabe que os brasileiros são apaixonados por esportes, especialmente futebol. Você já pensou que pode aliar sua paixão com rendimentos em dinheiro? Existem casinoonlinedinheiroreal.com que dispõem de uma gama bem ampla de possibilidades deapostas esportivas.

Sabemos que no Brasil não há uma cultura de apostas em cassinos. Muito disso se deve à uma lei que proíbe que cassinos fixem suas sedes físicas em território nacional. Com isso, o mito de que cassinos são totalmente proibidos e que apostas não são legais ficou no imaginário do brasileiro.

Como dito, isso é um mito. A lei não proíbe que brasileiros acessem cassinos online com sede em outros países. Fazer apostas online também não é ilegal e o dinheiro que vem dessas apostas pode ser recebido normalmente no Brasil.

Portanto, não há motivos para deixar de acessar, conhecer e apostar em cassinos online. Mais ainda, com a possibilidade de apostar no seu esporte favorito ou no seu time do coração.

Para te ajudar a explorar o mundo das apostas, preparamos algumas dicas para ganhar dinheiro no Brasil fazendo apostas esportivas em casinos pt online.

Como começar a ganhar dinheiro no Brasil: apostas esportivas online

Escolha cassinos com opções esportivas

Existem diversos tipos e opções de cassino no mercado de apostas. Há opções para todos os gostos e tipos de apostas. Se você gosta de esportes e quer ganhar dinheiro com apostas esportivas, escolha um cassino especializado e que te ofereça diversas opções de apostas esportivas.

Atualmente, existem alguns cassinos com boa gama de apostas esportivas. Confira algumas opções:

Betano – Atualmente o mais completo cassino de apostas esportivas;
Betsson Cassino – Outra opção de cassino com boas apostas esportivas;
Campo Bet – Uma boa opção de cassino que tem também outras opções de jogos.

Mire no seus esportes favorito

Sabemos que o mundo do esporte é muito vasto e isso abre um mundo de possibilidades quando o assunto são aposta. Para facilitar sua vida e aumentar suas chances de acerto, mire nos seus esportes favoritos.

Fica infinitamente mais fácil acertar quando você conhece as regras dos jogos esportivos, conhece os competidores e tem uma noção de qual pode ser o resultado da partida que pretende apostar.

Além disso, é muito mais prazeroso apostar em esportes que você gosta e isso te deixará muito mais seguro para arrasar nas escolhas.

Fique de olho no cenário esportivo

Se você quer apostar para vencer, acompanhe o cenário esportivo da modalidade escolhida. Assim você consegue prever vitórias e derrotas e fazer apostas certeiras.

Sabe aqueles noticiários com comentários de narradores e especialistas em determinado esporte? Então, eles podem te ajudar e muito. Com o olhar crítico, podem te dar pistas de quais são as melhores apostas.

Existem diversas páginas na internet que fazem essas análises. Fique de olho e aposte para ganhar.

Escolha mais de uma modalidade

Você deve escolher mais de uma modalidade para fazer suas apostas. Sabe porque?

Aumenta suas chances de acerto e aumenta seu leque de possibilidades. Se em uma semana não houver boas rodadas ou apostas disponíveis, você pode continuar testando sua sorte escolhendo outra modalidade.

Além disso, aumenta suas possibilidades de diversão e de lucro. Imagina só torcer pela vitória em múltiplos esportes? Demais, não é mesmo?

Aproveite o cassino

A última dica é: Aproveite ao máximo o cassino escolhido. Você pode escolher um cassino com apostas esportivas mas que também te ofereça as opções clássicas. Isso quer dizer que com um depósito você pode aproveitar as apostas esportivas e também as apostas em jogos clássicos de cassino, como roleta, poker e bingo.

Além disso, a maioria dos cassinos oferece bônus. Aproveite-os para explorar todas as possibilidades e se divertir muito.

Tipos de Site

As várias opções de cassinos online tem tipos diferentes de sites. Procure sempre identificar e acessar sites de cassinos seguros e conhecidos Além disso, confira a criptografia de dados. Você pode conferir a segurança do site analisando os seguintes itens de segurança:

● Ao acessar o site, verifique na barra do endereço eletrônico, ao lado do nome do cassino, se aparece um cadeado fechado. Isso quer dizer que o site que você está acessando é seguro e passou por diversas etapas de verificação de software e o site está de acordo com todas as legislações vigentes;
● Verifique se as informações do cassinos estão visíveis e expostas para o usuário, geralmente essas informações estão no rodapé da página;
● Cuidado com links enviados por e-mail ou sms, podem conter vírus ou furtar seus dados;

Requisitos

Os requisitos para apostar em cassinos online são simples. Você precisa obrigatoriamente ser maior de idade (18 anos) e fornecer as informações solicitadas pelo cassino na hora de preencher seu perfil. Lembrando que cada cassino tem um regulamento próprio e exige dados diversos dos usuários. Leia sempre o regulamento do cassino escolhido e crie senhas de acesso seguras. Leia sempre as condições dos seus jogos favoritos.

Mangueira 2023: samba da parceria de Nelson Rufino

Compositores: Nelson Rufino, Dudu Nobre, Igor Leal, Rute Labre e Gustavo Clarão
Participação Especial: Arlindinho Cruz e Alex Doria
Intérprete: Evandro Malandro

Oyá
Derrame essa magia
Que vem lá da Bahia
Mãe África do Brasil
Iaiá
Ouça os seus tambores
Prova dos seus sabores
Esse povo negro
Que seduziu
Cantar
E acender a chama
Pra procissão que clama
Será “Liberdade ou ilusão”
Obá, Xango, Oxossi, Ogum
Pai Oxalá, Oxum
Yemanjá e Omulu no Baticum

Dança de Capoeira
Cortejo pros Orixás
Feitiçarias, cantorias, rituais
É Afrodescendência
A baiana rezadeira
Rainha na estação primeira

A arte em fantasia
É resistência do próprio “ser”
A dor e a alegria da Bahia
Tem poder
Olodum, Ilê Ayê
Muzenza e outros mais
Salve a cor da liberdade
Negra baianidade
Dos idos carnavais
Mangueira a força do meu samba
Suor de gente bamba
A luz dos ancestrais

Vai ter dendê e acarajé
No meu padê, axé
Chegou Mangueira no couro do tambor
Que canta em Bantu, Gegê, Angola e Nagô

Mangueira 2023: samba da parceria de Manu da Cuíca

Compositores: Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Bira Show, Flávio Mano e Antônio de Matos
Intérprete: Grazzi Brasil

Dá licença de chegar
Vim do ventre do tambor
Cria de vó rezadeira
Sou Mangueira Nagô
Quem subir minha ladeira vai descer lá no Pelô
Onde a África dança no tempo, no vento, na cor

Preta Flor do Ilu, do Ilê
Rainha de cucumbi
Semeando em xequerê
A herança de Zumbi
Pela Bahia de Todos os Cantos
Minha Embaixada é de Jeje, de Banto
Verde no pano da costa
Rosa pra dar pro meu santo (2x)

Quem quiser me proibir
Que venha
O afoxé já vai sair, é lenha
Proteção de Yalotim, de Oyá
Dandalunda maimbanda

Quem quiser me proibir
Se lasca
O cortejo vai sair e arrasta
O reggae até cair, ioiô
Até cair no samba

Me chama, moço, que eu vou vadiar
Sem corda eu vou com Dodô e Osmar
Fio de conta contra a ponta da chibata
Abadá que já foi bata
Foi mortalha de hauçá
Modupé, irmãos de axé
Da negra babel tupiniquim
O Olodum mandou avisar
Tem que respeitar nosso tamborim

Não tem sinhô, não tem sinhá
Se embala, se embola no chão de Arerê
Ora yeyê, ô, mãe da Bahia
A festa é manifesto de alforria

Mangueira 2023: samba da parceria de Eraldo Caê

Compositores: Eraldo Caê, Sérgio Gil, Ruy Chianeli, Fernando de Lima

Mangueira canta sob as bênçãos de Oyá
Vai ter folguedo e festivos rituais
No peito um pedido de paz
E no clamor das vozes negras ecoou
Um grito que a sociedade não calou
Da arte fez sua arma contra a burguesia
Dos clubes trouxe a poesia, não se escravizou
Fazendo frente à elite, dos sonhos não desistiu
Ao mundo seduziu

E o toque do olodum, tem magia
A rainha abençoou, ê Bahia!
Filhos de Ghandi, nhanhã e candomblé
Negro tem samba no pé
Negro tem samba no pé

Ó mãe África, sua cultura veio pra valorizar
Blocos afro
O carnaval baiano chega pra ficar
A liberdade é fugaz, amordaçados jamais!
O verde se derrama em rosa pro Deus negro passar
No ‘‘trio Dodô e Osmar’’
Ele é superstar
Na estação primeira
Vai levantar poeira!

Tem ile aiyê na Mangueira
Festa no Pelô, que zoeira!
Negro no axé de Arerê
Só quer um lobby, um hobby, um love com você!

Sinopse do enredo da Vila Isabel para o Carnaval 2023

Enredo: ‘Nessa festa, eu levo fé!’

vila enredo2023

A religiosidade que motiva grande parte das comemorações em todo o mundo tem sua origem em cultos a divindades consideradas profanas se colocadas em oposição à ideia monoteísta, de um único deus, propagada por algumas religiões. Na festa do Carnaval da Vila Isabel, a fé vem acompanhada da diversidade, onde todos os deuses fazem parte da história de uma só humanidade, que trilha caminhos diferentes em busca da felicidade.

No começo, foi Dionísio na Grécia. O deus grego foi o princípio de tudo. Tempos depois, a mitologia romana incorporou Dionísio como Baco. O deus da uva, cultuado na época das colheitas, percorreu muitos lugares para semear a nova devoção, a entrega absoluta ao mais irresistível desejo: o de celebrar! Seu vinho entorpecia os sentidos, embriagava a alma, aproximava os corpos, libertando as mulheres que dançavam em rodopios para homenageá-lo e se entregarem ao êxtase místico. Seus ensinamentos frutificaram e atravessaram os séculos. Baco, o deus das festas, atendendo ao chamado da Vila Isabel, renasce e inicia uma nova caravana que chega à Sapucaí e faz um desfile para afastar a tristeza, animar os corações e semear felicidade.

O cortejo divino que invade a Avenida e contagia o público canta forte e canta alto, embalado pelo ritmo emocionante da bateria. Todos dançam para evocar a divindade que deu origem a todas asfestividades! Evoi! Evoé! Que soem os tambores! A festa de todas as festas vai começar!

QUEM NOS ENSINOU A FESTEJAR… FORAM DEUSESMILENARES!

Se os antigos gregos e romanos nos brindaram com o mais puro vinho da celebração, os egípcios nos ensinaram a comemorar o ano inteiro. Seus festivais eram uma espécie de libertação, de catarse coletiva dos problemas da vida dura e entediante, onde o que se queria era brincadeira e diversão para afastar as tensões das guerras, agradecer e pedir favores aos deuses. De todas as festas, uma das mais populares era dedicada a Bastet, deusa da fertilidade, da reprodução, da embriaguez, da dança e do amor, que tinha o poder de fertilizar a terra e as pessoas, sendo celebrada na época da semeadurapara invocar boas colheitas.

Da Mesopotâmia, vem o Akitu, uma espécie de pacto, onde o destino da humanidade era receber prosperidade se cultuasse os deuses. Marduk, uma divindade de vida, morte e renascimento, inaugurava um novo ciclo de estações para a agricultura, sempre que os humanos o cultuavam. Esse antigo festival de tradição assíria acontece até os dias de hoje. O que poucos sabem é que ele influenciou o mundo na realização das festas do Ano Novo. Feliz Akitu!

Uma explosão de cores começa a encantar a Avenida com o Holi Festival, um dos mais antigos da Índia, que se espalhou por diversos lugares do mundo para comemorar a chegada da primavera e da renovação da esperança. As pessoas jogam pós coloridos umas nas outras, e as cores simbolizam o amor das divindades hindus Krishna e Radha.

A Inti Raymi, Festa do Sol, é a mais importante celebração da cultura andina, que remonta aos tempos da chegada da ocupação Inca em território peruano. O festival tem origem em uma súplica para que o deus Sol iluminasse as montanhas geladas no topo das Cordilheiras dos Andes e garantisse bons períodos de plantios e colheitas. Mas, naverdade, esse culto foi inspirado pela antiqüíssima civilização de Tiwanaco, na Bolívia, onde está a famosa Porta do Sol.

As tradições milenares representadas no Ano Novo Chinês, uma festa que dura 15 dias, ganham vida na Passarela! A Dança do Leão, que vem dos tempos das dinastias Han e Tang, como uma cerimônia para exorcizar espíritos maléficos e invocar sorte e felicidade, faz parte dessa tradição. O Festival das Lanternas encerra as comemorações e é muito especial, pois é a primeira noite de lua cheia do calendário da China, marcado pelo retorno da primavera. Acredita-se que o imperador Han Ming, um defensor árduo do budismo, há cerca de dois mil anos, ao saber que os monges, em respeito ao Buda, iluminavam os templos com lanternas, no décimo quinto dia do primeiro mês lunar, ordenou que todos acendessem lanternas em suas casas nessa mesma data.

Iluminada a Avenida pelos cultos que pediam proteção e prosperidade aos antigos deuses mitológicos, o cortejo atravessa o tempo para apresentar as festividades que direcionam a devoção de seus fiéis a divindades e santos protetores em diferentes lugares do mundo.

TEM PADROEIRO NO MUNDO INTEIRO!

As ruas espalhadas em todo o planeta recebem devotos o ano inteiro, para louvar seus protetores e padroeiros. São milhões de pessoas que se dedicam a praticar a fé com a paixão de quem quer obter uma graça, agradecer ou, simplesmente, participar da festa! O sentimento coletivo de comunhão e alegria mantém vivas tantas tradições e manifestações populares mundo afora.

E, no Japão, são incontáveis as divindades e celebrações! De origem xintoísta, os festivais “matsuri” reverenciam guardiões de templos e cidades, por todo o país. O consagrado Santuário Okunitama celebra a divindade Okami, guardiã de sua antiga província, em dias e noites de festivais lotados, como o Kurayami. As procissões de cores, andores, ritos e trajes típicos simbolizam o encontro feliz do povo com o divino e perpetuam a cultura japonesa.

Pelas ilhas Filipinas, na Ásia, o Festival Sinulog recebe milhões de pessoas de diversos lugares, encantadas com as danças rituais e amúsica dos tambores e gongos nativos em homenagem ao protetor Santo Niño. A devoção à imagem do Menino Jesus surgiu a partir da fusão do catolicismo com as crenças dos povos originários, que os colonizadores não conseguiram impedir.

Em terras irlandesas, irreverentes e animados desfiles celebram o Dia de São Patrício, padroeiro nacional, refletindo o sincretismo da fé católica com as tradições pagãs dos antigos povos celtas e seus sacerdotes druidas. O verde das fantasias de duendes e do trevo, símbolo de sorte e do início da primavera desde os ancestrais, toma conta das ruas, com muita música, comida e bebida!

Já em Valência, na Espanha, a adorada santa protetora recebe uma bela e colorida homenagem que deslumbra a todos. O cortejo da Oferenda das Flores à Virgem dos Desamparados ocorre durante os festejos das “Fallas” pagãs locais. Milhares de “falleras” e “falleros”, com seus trajes típicos e bandas animadas, caminham pelas ruas até a praça da Basílica da Virgem, levando buquês que vão formar o manto da colossal imagem da padroeira da cidade, construída especialmente para receber as oferendas florais. É um espetáculo de alegria e devoção!

A FESTA NOSSA DE CADA DIA

Baco, o deus do êxtase, conduz o desfile às terras brasileiras, onde os festejos também pertencem ao reino do sagrado e do profano. As festas nossas de cada dia têm o poder de espantar a dor e a misériacom a mais pura alegria! O país possui inúmeros folguedos de fé que mostram a diversidade de tradições e o sincretismo de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas.

Uma das maiores manifestações religiosas populares da Bahia é a Lavagem das escadarias do Bonfim. O ritual que reúne milhares de pessoas no Largo do Bonfim, bem em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada, se repete todos os anos, desde o final do século XVIII. Todos se vestem de branco, a cor de Oxalá, o deus iorubá sincretizado com Nosso Senhor Jesus Cristo. As baianas da Vila fazem a festa do Senhor do Bonfim! É água de cheiro para Oxalá e oferendas no mar para Iemanjá! Em várias regiões do país, multidões se encontram nas areias das praias ou participam de procissões para homenagear a divindade afro-brasileira e Rainha do Mar. Na Festa de Iemanjá, a vaidosa orixá recebe flores, perfumes, espelhos, bijuterias e comidas, que são colocados em pequenos barcos e lançados nas águas por seus devotos e admiradores.

Mas “num tem festa mió” que a Junina! É Santo Antônio, São João e São Pedro, é pular fogueira, dançar quadrilha e comer de um tudo que é comida típica! Colocar a roupa caipira, brincar no ritmo contagiante do “arraiá” e cair na festança até o dia clarear! E não perder o casamento na roça, que, além de divertido, faz homenagem ao santo casamenteiro.

Os festejos de fé se espalham pelos campos e cidades brasileiras. A Cavalhada, um folguedo que veio de Portugal, tem origem nos torneios de cavaleiros medievais. É a teatralização de uma batalha ao ar livre entre cavaleiros cristãos e mouros, belamente ornamentados, que acontece em diversas cidades do interior. Outros personagens irreverentes e mascarados, de caráter profano, também fazem parte desse folclore, saindo pelas ruas a galope em uma grande algazarra!

Em Belém do Pará, acontece o Círio de Nazaré, a maior manifestação católica do país e um dos maiores eventos sagrados do mundo! A cidade inteira é pura emoção e alegria! Milhares depessoas querem participar da procissão e agarrar a corda utilizada para puxar a luxuosa berlinda que transporta a imagem da santa. Para os romeiros, a corda representa o elo com Nossa Senhora de Nazaré. Ao tocá-la, participam intensamente da fé do Círio de Nazaré.

Símbolo da magia amazônica, o Festival de Parintins arrebata multidões e brincantes, que, ao som dos tambores e da toada,defendem as cores dos bois-bumbás. A grande manifestação folclórica brasileira envolve religiosidade e fantasia, para contar a história dos povos da floresta e as lendas do boi-bumbá. O apogeu do espetáculo é o auto da ressurreição do boi, com a intervenção do poderoso pajé. O público vibra!

A MORTE É UMA FESTA!

Baco, o deus da renovação e da alegria, conduz o desfile por festejos e ritos que transformam a tristeza da morte em uma grande celebração à vida e à memória dos que partiram. Essas homenagens festivas fazem parte do legado de culturas e tradições ancestrais em que a morte é entendida como uma forma de renascimento espiritual, um ciclo contínuo de vida, e não um fim! Também representam omomento de reencontro feliz e de reverência aos antepassados.

“Está bem, agora vai ser sempre assim. Os mortos não reviverão mais quando se fizer Kuarup, somente as suas almas! Agora vai ser só festa!”. Assim profetizou o mítico Criador Mavutsinim, ao fundar o Kuarup, o ritual das nações indígenas do Alto Xingu, em homenagem aos mortos. Na aldeia, são dias de festividades, para honrar a história daqueles que se foram e libertar suas almas paraviverem na eternidade.

Os povos africanos Dogon, da região de Mali, também cultuam seus antepassados e realizam festivais e cerimônias, como a Dança das Máscaras, para que os falecidos descansem no mundo espiritual. Em solo sagrado, celebram com trajes e máscaras coloridas, que simbolizam a conexão entre o mundo do Sol e o da Terra, onde a vida e a morte se encontram.

O Festival do Fogo, que acontece nas Ilhas de Shetland, na Escócia, é celebrado por descendentes vikings, que, ao final do desfile, queimam uma embarcação lançada ao mar, ao som de cânticos, comidas e bebidas. A apoteótica cena que encerra o festival remonta às antigas celebrações funerárias dos guerreiros vikings, que acreditavam que a morte gloriosa em batalha os levaria a Valhala, o mítico Salão dos Mortos, onde viveriam e comemorariam com os deuses.

De origem ancestral, o Dia dos Mortos, no México, celebra avida e a memória dos antepassados. Acredita-se que somente nessa época as almas podem voltar para visitar seus entes queridos. As pessoas se fantasiam, festejam e montam altares com comidas ebebidas, flores e velas, para guiar os espíritos em seu caminho. As caveiras belamente pintadas, como “La Catrina”, são o símbolo mais popular da festa e da cultura mexicana!

Em Nova Orleans, a música faz parte da vida e da morte! Os cortejos do Jazz Funeral são uma tradição religiosa importante da cultura afro-americana local. Nas marchas fúnebres, as bandas de metais começam tocando músicas solenes, mas, após o enterro, os ritmos se tornam comemorativos e catárticos. Todos cantam, dançam e agitam lenços, para festejar a vida e a história de quem partiu.

Já no dia 31 de outubro, em diversos países de origem anglo-saxônica, como os Estados Unidos, os mortos são celebrados em festejos com enfeites e fantasias “assustadoras” e divertidas. Ofamoso Halloween tem suas raízes no festival da colheita Samhain,dos antigos povos celtas, que marcava a chegada do inverno como a aproximação com o mundo dos mortos. Ao longo dos tempos, a festa pagã foi sendo adaptada, até ser instituída pela Igreja Católica como a Véspera do Dia de Todos os Santos.

CARNAVAL: NESSA FESTA, EU LEVO FÉ!

Todos os anos o mundo se prepara para comemorar uma das mais impressionantes festas do calendário religioso: o Carnaval! Inspirado nas celebrações pagãs da Antiguidade, ele foi incorporadopela Igreja Católica, como o tempo permitido aos fiéis paracometerem todos os pecados: embriagar-se, comer muito e se entregar aos prazeres da carne até a Quaresma. Alguns dos carnavais mais divertidos entram no cortejo da Vila, para revelar ao públicoformas diferentes de brincar nessa folia divina e profana que encanta multidões.

No ano da consagração da Basílica de São Marcos, um monarcamedieval local decretou que, no Carnaval de Veneza, todos deveriam se divertir, sem se preocuparem com a posição social. Desde então, a cidade recebe animados foliões, que, escondidos atrás de lindas máscaras e vestimentas, só se reconhecem na euforia da deliciosa brincadeira dos carnavais de rua!

Se, para se divertir em Veneza, é preciso apenas uma máscara, já em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, desfiles extravagantes exibem fantasias alegóricas que ocupam as ruas, surpreendendo a multidão, que, alegremente, canta, dança, come e bebe sem limites!

Bailes e bandas animam o Mardi Gras, em Nova Orleans, onde se misturam tradições europeias, africanas e caribenhas. A distribuição de colares de miçangas e contas para os brincantes é típica dos desfiles populares, além das cores roxa, verde e dourada nos adereços, fantasias e alegorias.

A Escola de Noel iniciou seu desfile conduzida pelo deus Baco, mostrando a origem das festas religiosas e nos encantando com seu legado de alegria e diversão. Agora, a divindade do prazer escolheu concluir sua trajetória no lugar mais animado de todos: a Marquês de Sapucaí, onde acontece o maior espetáculo a céu aberto da Terra: o Carnaval carioca! O cortejo toma conta da Avenida, reverencia e conduz o Rei Momo, personagem histórico, expressão maior do nosso sentimento divino de realeza e do triunfo do prazer! Na Apoteose, o Rei anuncia:

“Diga aos súditos da folia
que, no final dessa história,
vocês que semeiam alegria
merecem colher a vitória!
Evoé! Nessa festa, eu levo fé!”

Mangueira 2023: samba da parceria de Jocelino

Compositores: Jocelino, Vagner Sinimbu, Rodrigo Peçanha, Gilmar Sobrinho e Porkinho
Intérpretes: Carlos Júnior, Chitão Martins e Paulo Bispo

A AFRICANIDADE DA BAHIA
A BAIANIDADE É DA MAE TERRA
OYÁ SOPROU OS VENTOS DE MAGIA
ESSENCIA, RESISTENCIA DA FAVELA
LUANDA, SALVADOR, NA GINGA DO PELÔ
MEU POVO VAI DESCENDO A LADEIRA
É OXALÁ E ZAMBI, É RITUAL E SANGUE
SE É LUTA, LEMBRA O MORRO DE MANGUEIRA
SALVE CUCUMBI, GENTE PRETA SERPENTEIA
NEGA BAMBEIA COM O ROÇAR DO XEQUERE
CLAMA A RAINHA E O FEITIÇO VAI FAZER
O SEU FRUTO RENASCER

O SEU FRUTO RENASCER BIS

IDENTIDADE RESSOA NO COURO DO RUM
MEU TAMBOR VEM DE LÁ
E NA FOLIA DE RUA EU MOSTRO QUEM SOU
PRA ME PROTEGER, PRA ME REBELAR

NO ENGENHO VELHO
OS TERREIROS E O TALHAR DO IROKO
PELOS GUETOS SENTIR MAIS UM POUCO
A MAGIA QUE HÁ NO IJEXÁ
SEGUE O CORTEJO SAGRADO DA FÉ
SE FAZ AJEUM, CANDOMBLÉ
NA DANÇA DOS ANCESTRAIS
GIRAM OS ORIXÁS
SE A VIDA SE APRESENTA COMO AÇOITE
EU QUE TENHO A COR DA NOITE
ME LIBERTO EM MEU CANTAR
CLAVES DE SOL, AVENIDAS
PÉROLAS NEGRAS EM LINDO VISUAL
NO AMANHECER DO CARNAVAL

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA E DA BAHIA
É SOM DA QUEBRADA , TIMBALADA E OLODUM
AXÉ DO ILE AYE, O TOQUE DO BADAUÊ, OUVI DIZER
QUE TODA A CIDADE É DE OXUM

Mangueira 2023: samba da parceria de Kazen Sorriso

Compositor: Kazen Sorriso

Ó mãe África
Que trouxe meus afoxés
Salve a Bahia, meu povo de candomblé
Seu vento é forte e vem lá do além mar
Canta morro de mangueira
A força de oyá

Veio de longe da terra dos ancestrais
Trago na pele magia dos rituais
O ijexá de um alabê é quem nos guia
Pra cultuar nossa fé
Que não podia

E assim, iaiá
Eu vou a Bahia, ver preta rainha
Em um cortejo de rotins
E sem a lei áurea tão sonhada
O arauto anunciava
Em cucumbis

Muzenza já iníciou, saravá
Ilê, Malê de balê, timbalada
Se nunca viu venha ver
Todo o pelô vai descer
Em verde rosa pra lembrar o badauê

É de oxum
Toda essa cidade
O padê de Exu traz a liberdade
Em salvador o olodum pelas ladeiras
Tem berimbau, samba de roda e capoeira
Ao toque de um rumpilé
Na estação primeira

Mangueira 2023: samba da parceria de Junior Miranda

Compositores: Junior Miranda e Jorge Mazzoni
Intérprete: Ailton Santos

Vou mangueirar, festejar
feito cucumbis em procissão
Sob as bênçãos de oya, em oração REFRÃO
Comemorando entre becos e vielas
mais uma estrela da primeira estação

Me anulei,
Dentro da minha própria representação
Ao descobrir,
Que a pele preta era azo de opressão…
Mas consegui desfilar,
Sob a égide de Ilu a repicar!
Mães “Pretas” em Verde e Rosa,
Conscientizando os seus filhos a herdar…

Eu vim de longe,
Vim de muito longe…
Bantu, Haussá, Gege e Iorubá…

Liberta a minha voz,
Deixa a caneta contar, BIS
Gira baiana legado da nossa história!

Oh Rainha,
Conduz os guetos “Negros” em cortejos
Eterno jequitibá
Que lá do alto anuncia,
A liberdade e a fé nos orixás
Oh Mangueira,
Com surdos, xequeres e afoxés…
Timbalada, Reggae e Nagô
Com muito samba no pé
Hoje reduto do meu Axé