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‘Rolo compressor voltou’, afirma presidente da Beija-Flor

Por Juliana Henrik, Rhyan de Meira e Raphael Lacerda

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A Beija-Flor apresentou o enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”, e mostrou que não está para brincadeira. A escola de Nilópolis fez um desfile impecável, emocionante e à altura de Laíla, colocando-se como fortíssima candidata ao título. A apresentação seguiu os moldes da era em que Laíla ajudou a construir a identidade da Beija-Flor: a simbiose perfeita entre emoção e técnica. Como afirmou o presidente Almir Reis em entrevista ao CARNAVALESCO, o famoso “rolo compressor nilopolitano” passou pela avenida.

“Nosso desfile foi para nota máxima. A comunidade cantou muito, o público ajudou muito, a evolução e harmonia foram boas. Viemos com pé na porta. O rolo compressor voltou”, afirmou o presidente.

Marco Antônio Marino, diretor de carnaval, estava emocionado e agradeceu por todo ensinamento e carinho de Laíla. O dirigente afirmou que foi um desfile à altura de Laíla e da Beija-Flor. “É difícil termos uma noção ali dentro do campo de jogo, mas a gente sente pela reação do componente. Em termos plástico o João Vitor acertou em cheio. Uma homenagem muito digna, bonita à altura do mestre (Laíla). A Beija-Flor fez um grande desfile. Um desfile que dignifica a história do mestre, a história da escola e nos colocamos na briga pelo título, apesar de achar que título é consequência. ‘Ratos e urubus’ foi o maior desfile da história do carnaval e não foi campeão. Ninguém pode cantar vitória antes do tempo. Aprendi que todas as escolas tem as mesmas chances desde quando entra na pista”, começou.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Eu não tenho a fé fervorosa que o Laília tinha, mas toda segunda-feira desde que eu entrei na Beija-Flor, vou na igreja do Santo Cristo, na missa das almas acender uma vela para ele, agradeço pela oportunidade de estar na Beija-Flor e todo carinho que ele tinha comigo. Tenho certeza que esse carinho foi fundamental para o presidente me convidar”, finalizou Marino.

Responsável pela plástica impecável e emocionante apresentado pela escola, o carnavalesco João Vitor acredita que dificilmente terá outro desafio tão grande quanto foi fazer esse desfile.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Talvez tenha sido o maior desafio da minha carreira. Não sei se voltou ter outro desafio tão grande. É muito responsabilidade falar do Laíla porque todas as escolas se inspiram nele. Ser escolhido para falar de Laíla na Beija-Flor é uma glória divina. Tem muito tempo que eu não via a Sapucaí interagindo como uma escola como interagiu com a Beija-Flor”, afirmou.

A emoção tomou conta de todos os membros da Beija-Flor e não poderia ser diferente com Laísa, filha de Laíla e diretora de tamborim da nilopolitana. “Sensação de dever cumprido. A Beija-Flor que teve a garra que mestre Laíla nos ensinou e tenho certeza que conseguimos passar isso para o público, que a Beija-Flor está de volta, que o rolo compressor da Baixada Fluminense sabe fazer carnaval. Nós cantamos e encantamos a Sapucaí”, declarou.

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‘Se não voltarmos nas campeãs, não entendo mais nada de carnaval, afirma mestre Casagrande

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A Unidos da Tijuca entrou na avenida com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respreita”, a Unidos da Tijuca encerrou seu desfile em 77 minutos. A estreia de Edson Pereira trouxe uma escola com boas soluções estéticas, principalmente nas fantasias, que tinham uma leitura satisfatória e com bons acabamentos. O samba, muito elogiado no pré-carnaval, passou muito melhor que nos ensaios técnicos, com grande domínio de Ito Melodia e um canto excelente da comunidade do Borel.

Comandada pelas estreantes Ariadne Lax e Bruna Lopes, a comissão de frente “Tudo Começa no Orum” trouxe a origem da saga de Logun-Edé no mundo espiritual dos orixás. Após cruzar a linha de chegada, as coreógrafas falaram com o CARNAVALESCO sobre o acolhimento que receberam da comunidade e o trabalho apresentado na avenida.

“Nosso primeiro ano na Unidos da Tijuca e fomos muito bem acolhidas pela comunidade e por toda a direção da escola. Estou muito feliz com o resultado do trabalho apresentado. Foi um período de muito ensaio, muita ralação e conseguimos entregar um lindo desfile”, disse Ariadne Lax.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Nossa sensação é de dever cumprido. De dever cumprido nas quatro cabines, com o público e ter passado essa história linda de Logun-Edé para avenida. Foram muitos ensaios, a reta final foi muito cansativa, mas a equipe foi sensacional”, completou Bruna Lopes.

O casal Matheus André e Lucinha Nobre representou a conexão entre Orum (mundo espiritual) e Ayê (terra) através de fantasias bipartidas: tons claros acima (Orum) e terrosos abaixo (Ayê), com búzios simbolizando a ligação entre as dimensões. A porta-bandeira falou de todo esforço que fez durante o pré-carnaval, as mudanças no estilo de vida e a certeza de que precisavam fazer um bom desfile para melhorar a impressão ruim que ficou da apresentação do ano passado.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Foi um desfile muito emocionante. Estou muito feliz com a parceria com o Matheus. Nós ensaiamos muito. Viemos de um resultado que não foi bacana ano passado. Estávamos consciente disso e trabalhamos em cima dos nossos erros. Eu e Matheus demos a mão um para o outro e nos seguramos quando começou a ficar difícil. Nossa intenção era chegarmos plenos no desfile e conseguimos. São 41 anos de carnaval. Comecei em 1984 e cada ano eu quero mais. Fico muito feliz e honrada com os elogios. Acho que todo mundo percebeu o esforço que eu fiz. Perdi 12 quilos, fiz toda uma reeducação alimentar, um tratamento ortomolecular. Hoje me sinto plena e com meu corpo forte”, declarou Lucinha.

O diretor de carnaval Fernando Costa falou sobre a mudança de ânimo que teve na Tijuca desde a escolha do enredo e se mostrou feliz pelo trabalho apresentado pelas coreógrafas da comissão de frente.

“Gostei muito do resultado do trabalho da comissão de frente. A cada apresentação que ela fazia o público aplaudia, gritava. Fiquei muito feliz pela Ariadne Lax e Bruna Lopes. Desde que lançou esse enredo a energia da escola mudou. Nós sentíamos as pessoas felizes na escola, cada ensaio que íamos fazendo as coisas iam crescendo e acho que hoje foi o ápice. O enredo ajudou, o samba ajudou, a comunidade queria esse enredo. Foi uma energia muito boa”, afirmou.

Outro ponto alto da escola foi a apresentação da bateria do Mestre Casagrande. É uma bateria conhecida por sua excelência e constância nas apresentações, levantou a Sapucaí e deixou Casagrande muito feliz. O mestre cravou que a comunidade tijucana vai estar no desfile das campeãs.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Fizemos o dever de casa. A bateria com a métrica que a gente toca, o andamento confortável para o samba e a recepção do público com a bateria foi muito boa. Estamos buscando resgatar o que a Tijuca era. Tinha muita gente da comunidade desfilando, o último carro só tinha pessoas da comunidade e foi muito legal. Tenho certeza que estaremos nas campeãs. Se não tivermos, aí eu não entendo mais nada de carnaval”.

A ausência sentida na bateria foi da rainha Lexa, que precisou se afastar após problemas durante a gravidez. Em fevereiro, a cantora perdeu sua primeira filha, a pequena Sofia, três dias após seu nascimento. Dessa forma, a Unidos da Tijuca optou por desfilar sem rainha em respeito à cantora. Coube a Juliana Alves apresentar a agremiação. Fazendo seu retorno à avenida em posição de honra, a atriz desfilou pela agremiação depois de muitos anos e emocionou o público com a sua volta.

“Esse desfile me encheu de orgulho desde o barracão. Esse desfile foi a consagração da nossa esperança. Todo mundo sabe o amor que eu tenho pela Tijuca e o orgulho da minha comunidade. Quero que os tijucanos tenham a honra de desfilar nas campeãs”, declarou.

Coreógrafos da comissão de frente da Portela explicam relação com carnavalescos da escola e adiantam o que esperar do desfile de 2025

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Coreógrafos da comissão de frente da Portela Foto: Carnavalesco

Milton Nascimento será o tema do carnaval da Portela em 2025. A homenagem será feita com o título “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”. O CARNAVALESCO entrevistou os coreógrafos da comissão de frente da Portela, Leo Senna e Kelly Siqueira, e falaram um pouco sobre o que esperar do desfile.

“Tudo o que a gente acredita de coletividade, de amizade, de amor à arte, de amor à ecologia, de amor às crianças… Milton representa tudo isso. Ele resume todas essas coisas que são tão importantes para nós, tão importantes para os pilares da Portela. A gente tá muito feliz e muito honrado de poder falar dele, de poder trazer o nome dele na cabeça da escola”, disse Kelly Siqueira.

“Quando a Portela chegou com esse enredo para gente, foi um bálsamo. Eu escuto Milton desde que eu era criança. Eu tenho uma relação afetuosa, familiar, de momentos da minha vida que me trazem o Milton. Com esse enredo, a gente mergulhou mais ainda na obra e na vida dele. A gente foi atravessado pela obra dele. O que a música dele é capaz de fazer é o que a gente está trazendo na comissão de frente e a escola toda está trazendo na força da Portela”, expressou Leo Senna.

Em 2025, a Portela, maior vencedora do Carnaval Carioca, traz à avenida o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, sobre um dos mais ilustres cantores e compositores da música popular brasileira. O desfile é assinado pelos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, que comandam pelo segundo ano consecutivo a direção artística da Majestade do Samba.

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Comissão de frente da Portela Foto: Carnavalesco

“A gente está fazendo tudo muito, muito junto. Toda ideia, a gente troca com eles. A todo momento, a gente fica trocando. Aquilo que eles visualizam que é bom para a escola e para a comissão, eles trazem e a gente, com um olhar mais recortado da comissão, absorve o que acha válido”, detalhou Kelly, sobre a parceria com Antônio e André.

Os coreógrafos comentaram também sobre a iluminação especial da Marquês de Sapucaí, que foi estrategicamente mobilizada, no ano passado, pelos desfiles mais elogiados pela crítica especializada.

“O Milton é uma pessoa iluminada. Esse ano, a iluminação ajuda a gente contar essa história”, revelou Kelly.

“A iluminação passou de uns anos para cá a ser um personagem a mais contador da história das comissões de frente e das escolas. Com certeza, esse ano ela é mais um personagem que vai estar entrando para contar essa história para você”, complementou Leo.

Sobre o tripé, a dupla confirmou a presença do elemento cenográfico na comissão de frente da Portela de 2025, embora tenham reforçado que o destaque da apresentação são os bailarinos, sempre.

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Foto: Carnavalesco

“Vamos trazer o tripé. Ele vem ajudando a gente a contar a história, mas sempre, sempre os bailarinos são a parte mais importante. Ele vem como um apoio para a gente contar nossa história”, pontuou Kelly.

“Tudo o que tá em volta, o tripé, a iluminação, todos os elementos que compõem esse macro do que a escola vem contando são coadjuvantes que ajudam a contar essa história. Os bailarinos são os personagens principais”, esclareceu Léo, que também deixou um último recado para a comunidade portelense.

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Foto: Carnavalesco

“Sempre, eu sempre penso em emoção”, declarou ele, sobre o que esperar da comissão de frente da Portela em 2025. “A Portela é uma escola muito forte. Tem uma ligação muito emocional e afetiva com cada componente. A gente compreende a Portela, nessa essência. Vamos trazer uma comissão forte e emocionante”, prometeu.

Nenê de Vila Matilde impressiona com desfile marcado por técnica

A Nenê de Vila Matilde fez uma apresentação grandiosa no Carnaval 2025, levando para a avenida o enredo “Um quê de poesia e um tanto de magia, nessa arte de encantar o imaginário popular…”, assinado pelo carnavalesco Danilo Dantas.

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A porta-bandeira Graci destacou a superação enfrentada ao longo da preparação e celebrou a entrega do casal na avenida.

“Foi muito interessante porque, no início do processo, a gente estava se conhecendo. Quando estávamos no ápice, o Edgar teve uma doença muito grave, entre a vida e a morte. Nos privamos de falar para não gerar alarde e, depois disso, eu tive um problema no joelho. Então, nossa dança foi mais cadenciada, respeitando esse momento de recuperação. A cada ensaio e apresentação, fomos nos soltando mais, nos divertindo e hoje conseguimos extravasar. Foi um grande presente!”, afirmou.

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O mestre-sala Edgar também comemorou a performance da dupla, ressaltando o sentimento de conquista.

“Hoje é uma sensação maravilhosa. Estou muito feliz! Esse desfile foi de pura determinação. Tivemos incertezas se conseguiríamos chegar até aqui, mas graças à paciência da escola e à confiança da Graci, conseguimos. A lealdade foi o que nos trouxe até esse momento, disse.

Nene2025 MestreBateriaMatheus

Na bateria, a emoção também foi intensa. O mestre Matheus destacou a dedicação da equipe para entregar uma apresentação impecável.

“O sentimento é de gratidão e dever cumprido. Foram meses de ensaios, noites sem dormir e muito trabalho. A bateria veio firme, fez todas as bossas e desenhos musicais com precisão. É gratificante ouvir pessoas da antiga dizerem que há 20 anos a bateria não descia assim. Isso é muito emocionante!”, afirmou emocionado.

O presidente Mantega exaltou a renovação da Nenê de Vila Matilde sem perder sua identidade.

“O desfile foi emocionante, fantástico, maravilhoso. A Nenê se renovou, mas manteve sua essência, sua raiz. Nenê é cultura, é história de um povo, e conseguimos mostrar isso. Foi uma apresentação espetacular!”, celebrou.

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No carro de som, o intérprete Agnaldo também saiu satisfeito com o resultado.

“Acredito que tudo correu muito bem. Estávamos concentrados e focados, mas também curtindo a escola passar cantando. Isso nos dá ainda mais confiança. Tenho fé que estaremos entre as campeãs”, comentou.

“A recepção foi incrível. O samba foi cantado do início ao fim e a escola evoluiu conforme o planejado. Estou muito feliz! A Vila Matilde é isso: emoção e garra”, afirmou Bruna diretora de carnaval.

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Já o carnavalesco Danilo Dantas celebrou o sucesso do enredo e a grandiosidade do desfile.

“Sensação de dever cumprido. Entregamos tudo o que essa comunidade esperava. Foi um enredo leve, alegre, luxuoso e colorido. Conseguimos mostrar essa mistura de Nordeste, era medieval e Brasil, tudo em um só espetáculo”, finalizou.

Com um desfile marcado por força e técnica, a Nenê de Vila Matilde chamou a atenção do público reforçando sua tradição.