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Com erros de evolução, Santa Marta estoura o tempo de desfile

Por Márcio Guilherme

A oitava escola da noite, a Mocidade Unida do Santa Marta, levou para a Intendente Magalhães o enredo “Ajeum: Alimento de corpo e alma”, desenvolvido pelo carnavalesco Arthur Paschoa, que contou sobre a culinária sagrada afro-brasileira desde os tempos da ancestralidade. A agremiação se apresentou de forma lenta na avenida, fazendo com que, ao final do seu desfile, corresse para não estourar o tempo, abrindo vários espaçamentos entre as alas e alegorias, assim terminando o seu desfile no tempo de 41 minutos e 27 segundos.

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Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO

Comissão de Frente

Comandada pelo coreógrafo Plínio Costa, encenaram os orixás em uma grande gira. Com muito sincronismo e performance, passaram uma leitura clara do enredo, atendendo bem à proposta e exigência do tema. Uma excelente apresentação, digna de nota máxima.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Marcelo Tchetchelo e Érica Duarte se apresentou com muito sincronismo e muita elegância. Uma performance muito boa. Vieram para buscar a nota máxima no quesito.

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Harmonia e Evolução

A escola, em alguns momentos, se apresentou de forma vibrante, com os componentes cantando o samba, em sintonia com o carro de som e a cadência da bateria. A agremiação se apresentou de forma lenta no seu desfile. Teve problemas que podem custar a perda de alguns décimos por conta da correria no trecho final, na tentativa de não estourar o tempo; de nada adiantou.

Samba

A obra dos compositores Bruno Gomes, Ana Beatriz Florindo, Sergio Henrique da Conceição, Carlos Henrique dos Santos, Ari Jorge (in memoriam), Tales Fernando, Sylvio Ricardo e Luis Fernando da Silva realizou a leitura perfeita do enredo. Com a letra forte e melodia que casou corretamente, bem interpretado pelo Raí Trovick e seu carro de som, contagiou os componentes e a galera presente.

Bateria

Os ritmistas, comandados pelo Mestre Caliquinho, se apresentaram com uma cadência forte e pra cima. Foi o complemento necessário para fazer o samba acontecer na avenida.

Outros destaques

Vai para a Comissão de Frente, que realizou uma excelente apresentação diante dos jurados. A interpretação do Raí Trovick e o carro de som fizeram o samba acontecer, casando-o perfeitamente com a cadência e as bossas do Mestre Caliquinho.

‘É o maior carnaval da Vila Isabel em termos de inovação’, diz presidente Luiz Guimarães

Com um desfile que promete unir tecnologia, criatividade e tradição, a Vila Isabel chega à Sapucaí em 2025 com a ambição de reconquistar o título do carnaval carioca. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Luiz Guimarães revela detalhes sobre o enredo “assombrosamente divertido”, os investimentos em efeitos visuais, a força da comunidade e a estratégia para superar rivais. Confira os bastidores de um carnaval que aposta em inovação, maquiagem impactante e surpresas na avenida para emocionar jurados e torcedores.

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Foto: Site CARNAVALESCO

Passado o pré-Carnaval, chegou o momento. Qual é o tamanho da sua expectativa para esse desfile da Vila?

“A expectativa é a maior possível. O Carnaval está no ápice. Respeitamos todas as escolas. O que resgatamos na Vila foi o orgulho de pertencimento. Não entramos mais como ‘mais uma escola’, e sim para disputar. Estamos em quarto no ranking da Liga, o que mostra nossa evolução. Estou acreditando muito neste ano, ainda mais analisando os nove quesitos friamente. Nosso carnaval será muito diferente dos demais. O conjunto pode impactar no resultado: as surpresas que vamos trazer, a criatividade e o impacto visual. Sem dúvida, é o maior carnaval da Vila em termos de inovação. Paulo Barros acertou muito, e estamos confiantes”.

Dizem que, para a Vila ganhar este ano, Paulo Barros precisa repetir o “segredo”. É por aí?

“Ele teve grandes carnavais entre 2010 e 2014, cada um com um estilo único, mas dentro da identidade dele. Nosso conjunto alegórico tem carros com significados especiais e surpresas, como o de São Jorge. São seis ou sete carros que vão impactar, cada um com estética e conceito diferentes, mas alinhados ao enredo. A comissão de frente, por exemplo, trará algo inédito na Sapucaí”.

O que você quer dizer com “algo inédito”?

“Usaremos luz, efeitos especiais e investimentos pesados em tecnologia. Será um pontapé inicial que pode “anestesiar” o público. O conjunto alegórico está muito bem resolvido”.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira virá no padrão tradicional?

“O primeiro casal mantém o padrão clássico. O segundo virá com uma fantasia mais elaborada. Ficou bem legal”.

Você mencionou efeitos e maquiagem. É um carnaval com investimento nisso?

“Mais de 95% da escola estará maquiada. Gastamos mais de meio milhão só em maquiagem, com 100 profissionais trabalhando. Até a bateria terá próteses dentárias para o efeito de vampiro. É um trabalho minucioso, mas a comunidade abraçou o enredo, que tem um ar tenebroso, mas divertido”.

O novo modelo de julgamento (sem comparação entre escolas) preocupa?

“A Vila votou contra, pois acreditamos que o carnaval é comparativo. Mas o plenário decidiu, e vamos respeitar. Só saberemos os efeitos após o resultado”.

E o samba-enredo? É uma preocupação?

“O samba deste ano é funcional e autoexplicativo, como o Evoé (2023). Ele permite que o público entenda o enredo enquanto canta. Tivemos o Gbalá e perdemos pontos. O quesito é imprevisível, mas estamos confiantes”.

O desfile tem elementos similares ao Carnaval de 2011 da Tijuca (do “Medo”)?

“Tem similaridades no conceito, mas com tecnologia atual. Em 2011, não tínhamos os recursos de iluminação e efeitos de hoje. Este ano será muito mais impactante”.

A segurança na região da Vila preocupa? Como a escola ajuda a comunidade?

“Os ensaios são o maior evento cultural do bairro. A escola é um refúgio de alegria em meio às dificuldades. Estamos construindo uma quadra esportiva e planejamos uma Vila Olímpica para ampliar projetos sociais. Queremos dar oportunidades às novas gerações”.

Há cobrança para dar um título ao seu pai (Capitão Guimarães)?

“Meu foco é a escola, não vaidades pessoais. Se ganharmos, será por todos. O sentimento aqui é de que cada um dê seu melhor pela Vila”.

Qual é a análise sobre os rumos do Carnaval com a Liga?

“Acredito na direção da Liga, mas houve mudanças polêmicas, como o desmembramento dos dias. Os camarotes, por exemplo, sofreram com a terça-feira. Precisamos ajustar isso”.

O Carnaval 2025 é o mais caro da história da Vila?

“Sim. Tecnologia, iluminação e inovações elevam os custos. Estamos entre as três escolas com maior investimento no Grupo Especial. Algumas recebem verba de municípios vizinhos, o que cria desigualdade. Mas a Vila se destaca pela criatividade e gestão.”.

Paulo Barros está satisfeito com o trabalho?

“Ele está mais feliz e participativo do que em anos recentes. Isso nos dá ainda mais confiança”.

Macaco Branco é o maior mestre de bateria da história da Vila?

“Ele é excepcional. Quando o trouxemos, a bateria estava há quase 10 anos sem nota máxima. Macaco é músico, entende de tudo, e hoje é o coração da escola, junto com Tinga”.

Tinga é cobiçado por outras agremiações. Como mantê-lo?

“Ele ficará na Vila enquanto quiser. Torço para que daqui a 40 anos ele complete 50 anos de carreira aqui, como Neguinho da Beija-Flor”.

Qual quesito será o diferencial em 2024?

“A comissão de frente, pela inovação. Mas precisamos estar bem em todos os nove quesitos para vencer”.

A adesão da comunidade ao samba surpreendeu?

“Era esperada. Resgatamos o orgulho de ser Vila Isabel. O samba foi abraçado porque a comunidade acredita no projeto”.

Para encerrar: o título é possível em 2025?

“Claro. Todo ano batemos na trave, mas saímos do Sambódromo com a certeza de que fizemos o melhor. Nossa hora vai chegar”.

Dom Bosco de Itaquera realiza desfile leve com destaque para o conjunto musical

Dom Bosco de Itaquera realiza desfile leve com destaque para o conjunto musical
Detalhes de alegoria e o colorido das fantasias também ficaram em evidência.
Fechando o dia domingo do Grupo de Acesso 1, a Dom Bosco de Itaquera levou para o Anhembi o circo. O público pôde ver um colorido muito forte pela pista e um desfile bastante leve e alegre. O destaque ficou para a bateria “Gloriosa”, comandada pelo mestre Bola, além do carro de som, liderado pelo intérprete Rodrigo Xará. A riqueza de detalhes nas alegorias idealizadas pelo carnavalesco Fábio Gouveia também vale uma citação especial.

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Comissão de frente

A comissão, que é comandada por André Almeida, representou a “Trupe Cigana”. Nela, havia palhaços e bobos da corte, além de ciganas e as personagens denominadas como “Mulher Barbada” e o “Apresentador”. O tempo todos os bailarinos desfilavam em sincronia e em duplas saudando o público. Uma comissão de frente realmente que foi para a pista com o objetivo de cumprir o regulamento. Vale destacar também o tripé, que havia uma figura de um olho no centro, que é a logo do enredo.

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Mestre –sala e porta-bandeira

O casal Leonardo Henrique e Mariana Vieira, vestidos de “Circo Místico”, tiveram um desempenho satisfatório no desfile. Bem como a maioria dos casais neste ciclo, a dupla optou por realizar os movimentos obrigatórios com o objetivo de arrancar as notas 10 dos jurados.

Enredo

A proposta da escola foi apresentar a origem do circo. A partir disso a Dom Bosco colocou espetáculos nas alegorias, a escultura dos animais e as lonas tão característica dentro do abre-alas. A agremiação também optou por colocar na pista o ilusionismo, o tradicional palhaço, ciganas e cartomantes. Apesar de três setores, um tema rico e recheado detalhes, combinado com um colorido muito forte.

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Alegorias

O abre-alas, denominado como “O Grande Circo”, de fato era uma réplica perfeita do local da felicidade. São usadas carroças e esculturas de animais que fazem partes dos espetáculos ao redor do mundo, como o elefante, que ficava no topo da alegoria. A lona, característica principal da cultura, esteve presente nas cores vermelha e branca também em cima do carro.

A segunda alegoria, representava “O Circo Místico”, onde haviam cisnes carregando o carro que tinha como elemento principal as cartas de tarô e a cartomante ao centro. Balões e um grupo cênico completavam a alegoria.

O último carro simbolizava “Bravo Bravíssimo”, onde ao centro tinha um nariz e boca do palhaço. O complemento do carro era feito de balões, além de destaques. Vale ressaltar a presença da figura central da agremiação presente na alegoria: o padre Rosalvino.
Fantasias. A escola foi vestida padrão circo mesmo. Uma característica bem colorida com maquiagens criativas, lembrando espetáculos circenses. O acabamento foi satisfatório, sem erros e a Dom prezou pelos componentes. Indumentárias leves que permitiam o componente evoluir com tranquilidade.

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Samba-enredo

O carro de som, conduzido pelo intérprete Rodrigo Xará mostrou um nível de entrosamento altíssimo. O cantor vive ótima fase e empolgou o público, além do fato de o samba cair como uma luva na voz dele. As vozes femininas da ala musical foram o grande destaque da ala, que se tornaram bem perceptíveis ao longo da avenida.

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Evolução

Por ser um samba alegre e descontraído, inevitavelmente a comunidade da Dom Bosco é instruída a evoluir dessa maneira. Uma escola compacta sem deixar rastros de espaçamentos também. Não há coreografia dentro do samba, somente aplausos em determinadas partes da obra.

Outros destaques

A bateria “Gloriosa”, comandada por mestre Bola, deu um desempenho satisfatório para o samba, além de realizar bossas criativas em momentos estratégicos do desfile para atingir os compassos necessários

Beija-Flor 2025: galeria de fotos das alegorias na concentração

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Presidente André Vaz revela investimento recorde em estrutura e fala de renovações no Salgueiro

Com ensaios técnicos avaliados como “excelentes” e um samba-enredo que já ultrapassa 1,7 milhão de visualizações, o Salgueiro chega ao Carnaval 2025 confiante na busca pelo décimo título do Grupo Especial. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente da escola destacou o clima de entusiasmo na comunidade, investimento recorde em estrutura e a aposta em uma narrativa clara para conquistar os jurados. A agremiação promete surpresas na comissão de frente e já renova contratos estratégicos para manter a equipe após o desfile.

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Presidente André Vaz

Qual o balanço do pré-Carnaval do Salgueiro?

“O balanço é que a escola fez excelentes ensaios técnicos. O clima estava ótimo na quadra, no barracão, na Avenida Maxwell, na Conde Bonfim e na Sapucaí, principalmente no segundo dia, que foi ainda melhor. A escola está pulsando: os segmentos vibram, a comunidade também, a diretoria e os funcionários estão engajados. Os carros estão lindos, as fantasias maravilhosas. Tudo que projetamos foi executado, e estamos prontos”.

Qual será o grande trunfo do desfile?

“O samba-enredo, que é fortíssimo. A leitura do enredo será clara para todos, com carros alegóricos e fantasias que traduzem a narrativa. Isso é crucial para o sucesso com os jurados. Além disso, o ‘boom’ virá do canto da comunidade e da vontade coletiva de trazer a décima estrela”.

Em termos de investimento, é o maior desfile da sua gestão?

“Com certeza. Desde que cheguei, em dezembro de 2018, é o maior investimento em estrutura, organização e planejamento. O carnaval hoje é caro, a disputa é acirrada, e estamos fortalecidos para brigar pelo título”.

O samba é o mais ouvido do ano. Isso impulsiona o desfile?

“Sim. Desde a disputa, sabíamos que era um samba poderoso, alinhado à sinopse e aos desenhos do carnavalesco Jorge Silveira. Ele ganhou força ensaio após ensaio, caiu na boca do povo e já bateu 1,7 milhão de visualizações. Na Sapucaí, a arquibancada cantou de ponta a ponta. Esse samba já marcou a escola e marcará o campeonato”.

A comissão de frente promete ser impactante. O que esperar?

“Contratamos Paulo Pinna, que trouxe um trabalho excepcional. O investimento foi altíssimo, e tudo o que ele planejou foi executado. Teremos uma comissão com dança surpreendente, um tripé incrível e elementos que vão ‘rasgar a avenida’. Será a abertura perfeita para o desfile”.

Já há renovações contratuais além do casal de mestre-sala e porta-bandeira?

“Sim. Renovamos com Sidclei e Marcela (casal) por dois anos em 2023, assim como com Guilherme e Gustavo (mestres de bateria). O foco agora é o carnaval: não queremos dispersar atenção. Após o desfile, resolveremos os próximos passos, mas a equipe está consolidada”.

Salgueiro 2025: galeria de fotos das alegorias na concentração

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