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Mocidade tem noite equilibrada e disputa de samba para o Carnaval 2026 já tem seus protagonistas

Duas parcerias se destacaram durante a quinta etapa das eliminatórias de samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, realizada na noite do último domingo, na quadra da Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, oito concorrentes se apresentaram. Os grupos liderados por Jaci Campo Grande e Rafael Drumond foram eliminados. No próximo Carnaval, a Estrela-Guia da Zona Oeste levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Rita Lee – a padroeira da liberdade”, desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage.

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Parceria de Paulinho Mocidade: A obra também é assinada por Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Ayres, Christiane e Trivella. Os intérpretes Dowglas Diniz, Tinguinha e o próprio Paulinho Mocidade comandaram a apresentação. Animado, o samba conseguiu unir o DNA de Rita à essência da Mocidade.
A torcida cantou com entusiasmo, embora não estivesse em peso, e alguns componentes da harmonia também se juntaram ao coro. Destaque para o falso refrão: “Venenosa ê ê ê ê ê / Erva venenosa ê ê ê / Vem tocar meu chocalho cascavel / O veneno é cruel!”. No geral, o ótimo desempenho resultou em uma das melhores apresentações da noite.

Parceria de Paulo César Feital: O samba foi escrito em parceria com Dudu Nobre, Claudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozario, Carlinhos da Chácara, Júlio Alves, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Leo Peres. O intérprete Tinga, acompanhado pelos demais cantores, conduziu uma apresentação de alto nível. A letra, marcada por irreverência e metáforas fortes, traduz com precisão o espírito de Rita Lee. A torcida se mostrou animada, ainda que com a letra em mãos, mas a quadra não chegou a ficar lotada. O carro de som, no entanto, manteve consistência e sustentou a obra com firmeza. Alguns trechos trazem alusões a composições de Rita, reforçando a identidade do enredo. O verso “Independente não teme ninguém” funcionou como grito de guerra da comunidade.

Parceria de Franco Cava: A obra tem assinatura de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovanni, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho. O intérprete Leozinho Nunes garantiu uma apresentação autêntica, acompanhado por cantores vestidos com figurinos que faziam alusão a Rita. Parte da torcida acompanhou a obra com o auxílio de cola. Entre os trechos mais marcantes, destacou-se: “Eu sou da Mocidade! A padroeira da liberdade, Rita ‘Lee-berdade’!”.

Parceria de Santana: O samba também foi composto por Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva. A apresentação teve início com um solo de saxofone executando a introdução de “Lança Perfume”. O intérprete Leonardo Bessa comandou o canto e contribuiu para uma passagem positiva. Torcedores, incluindo baianas da escola, cantavam a obra, ainda que com a letra em mãos.

Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra foi o grande destaque da noite. Além de Jefinho, assinam o samba Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax.
Os intérpretes Wander Pires, Charles Silva e Tem-Tem Jr. conduziram uma excelente apresentação, que incendiou a quadra com um canto coletivo arrebatador – daqueles de arrepiar do início ao fim. A torcida, a maior da noite, cantava forte, ainda que com a letra em mãos. Baianas, membros da harmonia, da velha-guarda e até o primeiro casal se renderam à força da obra. É um samba que demonstra grande potencial para chegar à final.

Parceria de Zélia Duncan: A última apresentação da noite ficou por conta da parceria de Zélia Duncan, que também reúne Frejat, Arlindinho Cruz, Zé Paulo Sierra, André, Prof. Renato Cunha, Rafael Falanga, Diego Estrela e Igor Leal. O trio Zé Paulo Sierra, Zélia e Frejat comandou a defesa da obra. Apesar de não ser um samba explosivo, a condução firme de Zé Paulo ajudou a envolver o público. Ao final, o intérprete fez questão de cantar junto à torcida – que, apesar de não estar em grande número, participou com entusiasmo.

Em versos de amor, Tom Maior faz o primeiro ensaio geral para 2026 com o samba-enredo campeão

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

Após um processo eliminatório inteiramente voltado para a comunidade, a Tom Maior apresentou para o mundo da folia paulistana o samba-enredo que embalará o desfile de “Chico Xavier — Nas entrelinhas da alma, as raízes do céu em Uberaba”, assinado pelo carnavalesco Flávio Campello e sexto a se apresentar no sábado de carnaval do Grupo Especial de São Paulo. Composto por Maradona, Didi Pinheiro, Darlan Alves, Celsinho Mody, PH e Felipe Karanova, a canção foi o grande destaque do primeiro ensaio geral da agremiação, realizado no último domingo. Para conferir as reações da comunidade em relação ao samba e para ouvir personagens importantes da vermelho e amarelo, o CARNAVALESCO se fez presente na quadra da agremiação, na rua Luigi Greco, no bairro da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira

Enredo diferenciado

Marco Antonio Ferreira, popularmente conhecido como Maradona, um dos compositores do samba-canção, credita a vitória à maneira completamente diferente com que o enredo foi desenvolvido: “Acabou sendo uma vertente nova: pegar uma personalidade como o Chico Xavier, que é um espiritualista, para contar a história de uma cidade. É diferente daquilo que a gente está acostumado, só que existe um fator primordial nesse enredo: justamente o Chico Xavier. Ele é um cara que escrevia mensagens espíritas e ele conta a história de Uberaba. Isso mexeu demais com a gente. Na hora que nós começamos a compor esse samba, era uma emoção em cima da outra. Graças a Deus, com certeza, ele nos abençoou para que terminasse com uma letra magnífica”, comentou.

Saulo Mesquita, outro compositor da parceria campeã, mostrou gratidão nominal ao carnavalesco da agremiação: “Fica todo o nosso agradecimento ao carnavalesco Flávio Campello. Uma sinopse muito bem desenvolvida e completa, em que nós conseguimos transmitir para o papel essa obra por intermédio desse texto. Não posso dizer nem que houve algum tipo de dificuldade. Esse samba foi diferente desde a construção até o dia do estúdio. Na gravação, nós tivemos todos chorando, emocionados e arrepiados. Foi uma coisa sensacional, sem explicação”, destacou.

História e presente

Maior campeão de sambas-enredo da história da agremiação, Maradona relembrou como começou a ligação dele com a agremiação – pontuando alguns momentos ainda mais especiais: “É o meu 17º samba-enredo na escola. Isso não tem preço. A primeira escola que eu entrei foi o Camisa Verde Branco, em 1987. Já em 1988, eu conheci a Tom Maior. Era o Douglinhas quem cantava, ainda. Eu me apaixonei e comecei a frequentar os ensaios. Meu primeiro ano foi na bateria, o segundo ano foi na Harmonia e o terceiro na ala musical. O primeiro samba vencedor foi em 1993, ‘Meio-Dia, Barriga Vazia’, que era o enredo da feijoada. Tirando o samba de 2026, o que eu mais gosto é o da Imperatriz, em 2018. Pude participar de Angola, Frank Aguiar, o tema do trabalhador… graças a Deus tenho uma história rica aqui”, comemorou.

Saulo revelou um pouco de como a canção foi produzida: “Foi um samba que nasceu de apenas três encontros. Três encontros e o samba brotou, foi uma inspiração sem explicação, podemos dizer. Graças a Deus, depois de uma disputa com 26 sambas inscritos, tivemos a honra de sagrar esse campeão. Hoje, ver a quadra cantando o samba desse jeito é simplesmente emocionante. É emocionante, não tenho palavras para descrever o sentimento que eu estou hoje aqui na Tom Maior. É somente gratidão”, afirmou.

Sistema justo

A dinâmica da disputa interna na Tom Maior foi elogiada por personagens importantes da vermelho e amarelo. Saulo foi um deles: O sistema de eliminatória da agremiação também agradou Saulo: “Acho bastante satisfatória a forma como a diretoria da Tom Maior conduziu as eliminatórias. Foi uma coisa muito clara. Eles colocaram todos os sambas concorrentes no YouTube, dando uma lisura tremenda nessa disputa. Na minha opinião, todas as escolas poderiam seguir esse exemplo da Tom Maior. Além de proporcionar um pouco menos de gasto para os compositores, a gente fica seguro e entende que realmente há disputa. É uma coisa maravilhosa e, graças a Deus, a gente se sagrou campeão. Eu agradeço mais uma vez a diretoria, ao presidente Carlão e à diretora Érica”, novamente fazendo elogios nominais a pessoas da vermelho e amarelo.

Gilson da Conceição, popularmente conhecido como Gilsinho, destacou o quanto é possível já se acostumar com cada canção assim que eles começam a cair nas graças da comunidade: “Eles preferem assim – e, para mim, dá no mesmo. Quando os sambas chegam, a gente já tem uma noção de qual pode crescer e vai despontar. Dessa vez não foi diferente – tanto que, na final, foi aquela coisa: cantamos os três sambas. O que teve a maior receptividade da escola foi realmente o que ganhou”, revelou.

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Elogios unânimes

Outros tantos personagens da agremiação gostaram não apenas da obra vencedora da eliminatória de samba-enredo – mas, também, da recepção da comunidade à canção. Carlos Alves, popularmente conhecido como Carlão, presidente da escola e mestre de bateria da Tom 30, foi um deles: “Eu gostei muito! É o início de um trabalho, logicamente – mas eu, particularmente, estou satisfeito com o resultado. Para mim, é o melhor samba que nós tivemos na eliminatória. Nós não decidimos nada, quem decidiu foi a comunidade na votação. Agora, é trabalhar bastante para nós chegarmos no dia do desfile cantando muito esse samba maravilhoso”, comemorou.

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Erica Ferreira, diretora-geral da agremiação (encabeçando a direção de Carnaval e de Harmonia da Tom Maior), foi bastante detalhista para explicar não apenas a própria opinião, mas também a fórmula de disputa do samba-enredo: “A primeira impressão foi maravilhosa! Quem escolheu esse samba foi a comunidade, sempre destaco isso. Nós tivemos uma audição no dia 03 de agosto, em que os três finalistas foram cantados. Nós fizemos um QR Code para a nossa comunidade votar e recebemos na nossa quadra toda a liderança, chefes de ala, apoios, todos os departamentos – e componentes, também. De 537 votos possíveis naquele dia, 450 foram para o Samba 4 – que foi o vencedor. É clichê, mas ‘a voz do povo é a voz de Deus’. Eu estou muito feliz, porque isso facilita o nosso trabalho – além de ser uma obra linda e feita por pessoas que são crias da casa”, comemorou.

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Gilsinho também gostou da receptividade da comunidade vermelho e amarelo à canção: “É um samba maravilhoso. Tem aquela fórmula de samba bem construída – que faz a comunidade cantar. Todo mundo gostou muito desde o início. É um samba que hoje a gente já viu a comunidade em peso cantando. A gente fez uma gravação com algumas alterações de notas que estavam meio enterradas e levantou um pouco. A escola está pronta para mais um desfile“, prometeu.

Flávio Campello foi outro nome importante da agremiação que gostou do que viu: “Esse era o samba da comunidade! Desde as eliminatórias, nossa comunidade abraçou esse samba, e isso influenciou (e muito) na escolha. Nesse primeiro ensaio, pudemos perceber que cantar o samba já com as alterações necessárias para a adequação ao enredo não será um problema ao longo desse ciclo carnavalesco, o samba apresentado neste domingo foi a canção já alterada e inteiramente adequada ao que apresentaremos na avenida. Nossa comunidade cantou o samba do início ao fim e foi uma noite linda, com o Gilsinho e a ala musical apresentando de uma forma incrível, a comunidade abraçando a canção com a alma. Agora, é trabalharmos para realizar nosso sonho e objetivo. Vamos para cima!”, finalizou.

Dezoito anos de CARNAVALESCO! Legado da cobertura especializada em escola de samba

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O carnaval é competição, é cultura, é emoção. E há 18 anos o CARNAVALESCO se dedica a contar cada detalhe dessa festa grandiosa com rigor jornalístico e paixão genuína. Desde 1º de setembro de 2007, o CARNAVALESCO construiu um legado único: cobertura quesito a quesito dos desfiles do Rio de Janeiro e, também, de São Paulo; presença em todas as eliminatórias de sambas-enredo, valorizando o processo criativo que move compositores e comunidades; análises profundas, que se tornaram marca registrada; e matérias especiais que não apenas informam, mas ajudam a preservar a memória da maior manifestação cultural brasileira.

Em 2008, nasceu o Estrela do Carnaval, prêmio criado pelo site e que rapidamente se consolidou como uma das mais respeitadas premiações do setor, reconhecendo com seriedade e critério o trabalho de todas as escolas de samba. Uma iniciativa que valorizou ainda mais o esforço de cada comunidade.

O CARNAVALESCO é também escola de jornalismo. Ao longo desses 18 anos, muitos jovens talentos encontraram aqui a sua primeira grande oportunidade profissional e hoje brilham em redações, TVs e rádios pelo Brasil. Um orgulho que reforça a missão de ser não só veículo, mas formador de gerações de jornalistas apaixonados pelo samba.

A expansão para São Paulo foi outro marco importante. No Anhembi, o público conheceu a mesma seriedade e profundidade que já era reconhecida na Sapucaí. Hoje, a cobertura paulista é consolidada, respeitada e acompanha de perto a força e o crescimento do carnaval paulistano. Nos últimos anos, o CARNAVALESCO também ampliou seu alcance para os carnavais de Santos e Vitória, reafirmando o compromisso de estar presente em diferentes palcos da festa popular.

Ao longo dessa caminhada, o CARNAVALESCO quebrou recordes de audiência que consolidaram sua relevância digital. Em 2020, o site alcançou mais de 2,5 milhões de acessos apenas nos dias de desfiles, o maior número de sua história até então. Em 2023, novamente superou marcas históricas, com mais de 4 milhões de visualizações ao longo dos dias dos desfiles. E, em 2025, a cobertura chegou a um patamar inédito: 10 milhões de visitantes únicos entre a sexta-feira de desfiles e o sábado das campeãs, confirmando-se como referência incontornável para quem busca informação de qualidade sobre as escolas de samba.

Nas redes sociais, o CARNAVALESCO também conquistou um público fiel e crescente. São hoje mais de 260 mil seguidores no Instagram, cerca de 52 mil no Twitter/X, mais de 250 mil no Facebook, mais de 100 mil no YouTube e 33 mil no TikTok, números que refletem a força de uma comunidade engajada que acompanha cada conteúdo, interage e ajuda a expandir o alcance do carnaval na era digital.

Chegar à maioridade é celebrar tudo isso, mas também olhar para frente. O CARNAVALESCO seguirá crescendo, inovando e mantendo sua essência: dar às escolas de samba o espaço, o respeito e a grandeza que merecem. Porque o carnaval não é apenas espetáculo, ele é arte, é identidade, é Brasil.

Parabéns, CARNAVALESCO, pelos seus 18 anos. Vida longa à voz do samba na era digital.

Grande Rio: Composição da escola Pérola do Samba é a campeão da Seletiva Pernambucana

A Grande Rio já tem o seu representante de Pernambuco para a disputa do samba-enredo do Carnaval 2026: a obra da escola Pérola do Samba. A escolha aconteceu neste sábado, em Recife, durante a Seletiva Pernambucana. Agora a composição seguirá direto para a semifinal no Rio de Janeiro, na quadra da escola, em Duque de Caxias.

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O evento, realizado em frente à sede social do Bloco de Samba Tradição, reuniu centenas de pessoas e celebrou a integração cultural entre o samba carioca e as manifestações populares de Pernambuco. A noite contou com apresentação do intérprete oficial da Grande Rio, Evandro Malandro e o mestre de bateria da escola, Fafá, além do show do Maracatu Nação Porto Rico e outras atrações culturais. A noite contou com presenças especiais, entre elas: o presidente da Grande Rio, Milton Perácio, o diretor de carnaval, Thiago Monteiro, o artista expoente do movimento maguebeat, Fred Zero Quatro.

Análise completa: os sambas que se destacaram na noite do Salgueiro para o Carnaval 2026

O Acadêmicos do Salgueiro realizou, na noite do último sábado, a quinta etapa das eliminatórias da disputa de samba-enredo para o Carnaval 2026. Ao todo, oito obras concorrentes se apresentaram no palco da escola — duas delas se destacaram na noite. A Academia do Samba levará à Marquês de Sapucaí o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, em homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães.

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Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Parceria de Paulo Cesar Feital: Paulo Cesar Feital, Ian Ruas, Benjamin Figueiredo, Luiz Fernando, Márcio Pessi, Zé Carlos, Vagner Alegria, Dredi, Bruno Papão e Igor Leal assinam a obra. O canto ficou sob responsabilidade dos intérpretes Leonardo Bessa, Emerson Dias e Dowglas Diniz e foi marcado pelo vigor. Torcedores, em número razoável, compareceram com bandeiras vermelhas e brancas e fizeram questão de cantar o refrão em coro logo no início da apresentação. Por outro lado, quem estava mais ao centro da torcida não acompanhava o restante da obra. O refrão “Vermelho e branco juntei deu rosa/ No sassarico da Marquês deu rosa” trouxe uma pegada mais popular, mas sem abrir mão das referências à carnavalesca. Veja aqui a apresentação

Parceria de Moisés Santiago: Além de Moisés, assinam o samba Pedrinho da Flor, Gilmar L. Silva, Leonardo Gallo, Orlando Ambrósio, Zeca do Cavaco, Alexandre Cabeça, Bruno Dallari, Marquinho Bombeiro e D’Miranda. A apresentação ficou a cargo do trio de intérpretes Ito Melodia, Tem-Tem Jr. e Tuninho Jr., que ajudaram a potencializar ainda mais uma obra já marcada por força e explosão. A letra é rica em referências a trabalhos de Rosa Magalhães, como em “Bumbumpacumbum no reizinho glorioso”. A torcida fez bonito, sendo uma das maiores da noite, com forte participação e muitas bandeiras nas cores do Salgueiro. A parceria realizou uma apresentação de alto nível, se destacando entre as melhores da noite, com a força da torcida, a qualidade da obra e a performance dos intérpretes. Veja aqui a apresentação

Parceria de Xande de Pilares: Também assinam a obra Fred Camacho, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jessa, João Diniz e W. Corrêa. Cria da casa, o intérprete Charles Silva comandou a apresentação e foi peça fundamental para a passagem regular da obra. Fora do palco, a torcida marcou presença com bandeiras e bandeirões. Por outro lado, muitos componentes se limitavam a cantar apenas o refrão “À Rosa imortal, a poesia/ É teu carnaval da academia/ Não há argumento que negue o fato/ Eu sou Salgueiro e fim de papo”. Apesar da boa condução de Charles, a obra ficou abaixo do esperado e pode perder força na disputa. Veja aqui a apresentação

Parceria de Rafa Hecht: A obra foi escrita por Rafa Rafa Hecht, Samir Trindade, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Fabrício Sena, Deiny Jeffer, Felipe Sena, Ricardo Castanheira, JP Figueira e Deco. A condução ficou sob responsabilidade de Marquinho Art’Samba e de Leonardo Bessa. Embora não seja um samba explosivo, a obra se destaca pela força, pela energia contínua e pela constância, sem “cair” em nenhum momento. Destaque para o trecho “Que ti-ti-ti é esse pelo mundo a me levar?/ Naveguei sem sair do meu lugar”. A torcida foi a melhor da noite em número e canto, cantando em coro antes mesmo do início da apresentação. O samba se destacou como um dos grandes destaques da noite, ao lado da parceria de Moisés. Veja aqui a apresentação

Parceria de Gui Salgueiro: A parceria é formada por Guilherme Salgueiro, Mônica de Aquino, Marcão Campos, Carlos Ferrão, Geraldo da Valda, Fábio Teixeira, Dennis Garcia, Julio James, Eugênio Leal e Nego Martins. O intérprete Fábio comandou uma apresentação regular. Não é um samba explosivo, mas tem cadência firme e versos que favorecem o canto dos componentes. Destaques para os trechos “Porto da Utopia”, “Brasil em tons reveladores” e “sabores e aromas”, que remetem a enredos de Rosa. A torcida, em número reduzido, levou bandeiras e faixas com versos do samba. Apesar da animação, o canto caía após o refrão. No geral, foi uma apresentação positiva. Veja aqui a apresentação

Parceria de Marcelo Adnet: A obra foi escrita por Marcelo Adnet, Gustavo Albuquerque, Babby do Cavaco, André Capá, Bruno Zullo, Marcelinho Simon, Rafael Castilho, Luizinho do Méier, Igor Marinho e Fabiano Paiva. O intérprete Wander Pires conduziu a apresentação. Embora aparentasse estar com a voz em menor potência do que o habitual, manteve seu alto padrão e fez uma forte apresentação, principalmente, na última passada. A torcida chegou em peso, com bandeiras nas cores da escola, além de dois artistas em pernas de pau que erguiam um cartaz com o verso “Desata o nó da garganta do nosso torrão”. Os componentes cantavam antes mesmo do início da apresentação, embora parte deles se limitasse ao refrão. Integrantes da velha guarda fizeram questão de se aproximar do palco para apoiar a obra. Destaque para os versos: “Em provar minha cachaça/ Puxa o banco e vem prosear/ Nesses bares da Ouvidor tem paticumbum!/ Um brinde à minha flor”.
No geral, uma apresentação forte, sobretudo em sua última passada. Veja aqui a apresentação

Parceria de Marcelo Motta: Além de Motta, assinam a obra Dudu Nobre, Julio Alves, Manolo, Daniel Paixão, Jonathan Tenório, Kadu Gomes, Zé Moraes, Jorge Arthur e Fadico. Tinga comandou o canto e elevou o nível da apresentação, junto com os demais cantores. A torcida também chegou em peso e cantou forte, principalmente no refrão. A obra é uma das mais poéticas da disputa, apresentando Rosa Magalhães como flor literal e metáfora: “Plantei no velho Salgueiro, aos pés da ladeira/ No ventre da arte, uma linda roseira”. Outro destaque é a referência aos carnavalescos da nova geração, aprendizes de Rosa: “Enfim, desabrocha em Vieira, Tarcísio, João/ Em Léo, Gabriel”. A força da obra, somada ao entrosamento dos músicos, pode colocar a parceria em evidência ao longo da disputa. Veja aqui a apresentação

Parceria de Bernardo Nobre: A obra foi escrita por Bernardo Nobre, João Moreira, John Bahiense, André de Souza, Jorge Silva, Alfredo Poeta e Vitor Lajas. A apresentação ficou sob responsabilidade dos intérpretes Igor Vianna e Chicão. A torcida levou balões e bandeiras nas cores da escola, mas muitos não cantavam. Destaque para o trecho: “Salgueiro/ Sob as bênçãos de seu guardião/ Eterniza teu legado/ Mestra desse chão”. No geral, uma boa apresentação. Veja aqui a apresentação

Verde e Rosa muito bem servida! Confira panorama geral da disputa de samba da Mangueira para o Carnaval 2026

A Mangueira iniciou, neste último sábado, a disputa geral de samba-enredo para o Carnaval 2026, e o CARNAVALESCO acompanhou as apresentações das 15 primeiras obras concorrentes direto do Palácio do Samba. Confira abaixo nossa análise das oito parcerias classificadas para a próxima etapa do concurso.

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Parceria de Estevão Ciavatta: Primeiro entre os classificados a se apresentar, o samba assinado por Estevão Ciavatta, Pedro Tatuí, JotaPê, Gabriela Diniz, Jefferson Oliveira e Miguel Dibo contou com uma torcida animada. A obra foi conduzida pelas vozes de Gilsinho, Charles Silva e Matheus Gaúcho, apresentando uma pegada cadenciada, iniciada pelo agradável refrão de cabeça, em que se destaca o verso “Cada canto do Amapá tem um tantinho de Mangueira”. O momento de explosão surge logo em seguida, nos versos “Aos pés do Amapá, o som do maracá”, que conduzem a energia musical pelo restante da letra. Na segunda passagem, a presença da bateria deu ainda mais fôlego ao conjunto.

Parceria de Chacal do Sax: Na sequência, Marquinho Art’Samba, Tem-Tem Jr. e Rafael Tinguinha defenderam a obra assinada por Chacal do Sax, Fábio Martins, Marcelo Martins, Vitor Leandro, Augusto Gigi, Jean Michel e Gaspar. O samba apresenta originalidade, alternando a tonalidade melódica entre suas diferentes divisões. O refrão principal aposta na criatividade com a repetição “Sem ervas nada se faz! Sem ervas nada se faz!”, entre versos de estilo clássico que entregam para a primeira do samba com bom jogo de palavras no trecho “Evoco o xamã babalaô”. Sem um refrão central, a obra se apoia em duas estrofes mais curtas, em tons distintos, que se encaixaram bem na proposta. O desfecho traz o belo jogo de versos “Só quem vive a Amazônia sabe que é terra negra / O aroma verde e rosa é da Estação Primeira”, completando o conjunto harmônico que conquistou a torcida de forma espontânea.

Parceria de Beto Savanna: A interpretação de Pitty de Menezes, Igor Vianna e Dodô Ananias transformou o Palácio do Samba em floresta ao dar vida à obra assinada por Beto Savanna, Rodrigo Pinho, Wilson Mineiro, Daniel Paixão, Jonathan Tenório e Grassano. A explosão veio logo no início, com os versos em repetição “Saravá, Xamã Babalaô”, que antecedem o refrão de cabeça. Além da intensidade, a letra cita a quadra da Verde e Rosa, contagiando de imediato a torcida, que se manteve animada até o fim. A primeira do samba carrega a energia de forma cadenciada, preparando o terreno para mais uma explosão no refrão do meio, marcado pelo verso duplicado “Reza pra benzer, ô, reza pra benzer”. A parte final acumula força para a virada, enriquecida pelos marcantes versos “Mas ele é o tacape que insiste em ser farol / Ele é o espelho da vovó”, encerrando a apresentação em clima extasiante.

Parceria de Pedro Terra: Uma torcida volumosa se aproximou do palco quando Thiago Acácio defendeu a obra assinada por Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal. O samba mistura o estilo que consagrou a Verde e Rosa no passado com a energia contemporânea. Já no primeiro refrão, os versos “A magia do meu tambor te encantou no jequitibá” estabelecem o tom acolhedor da obra. A emoção se intensifica na primeira parte com “Árvore-mulher, Mangueira quase centenária”. A parte central é composta por estrofes curtas em repetição, introduzidas pela animada combinação “Çai erê babalaô, Mestre Sacaca”. O desfecho, rico em poesia, cita Benedita de Oliveira e completa um samba que manteve os ânimos elevados do público.

Parceria de Ivo Meirelles: O refrão principal da obra de Ivo Meirelles, Gilson Bernini, Gustavo Clarão, Xande de Pilares, Edinho Gomes e Felipe Mussilli é uma exaltação à bateria: “Tem que respeitar meu tamborim”. O samba, conduzido por Ito Melodia, Vitor Cunha e Bruno Ribas, apostou no sentimento da comunidade, embalado por uma torcida de peso. A construção clássica ganha destaque no refrão central, com bom jogo de palavras em “Turé! Turé! O pajé incorporou / Saravá Mestre Sacaca, o xamã babalaô”. No desfecho, os versos “Mergulhei nos mistérios, pude refletir / A herança dos meus ancestrais” trazem uma melodia distinta, conduzindo o encerramento da apresentação.

Parceria de Manu da Cuíca: Com interpretação de Bira Silva, o samba de Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Marcio Bola, João Carlos, Victor Nunes e Mama destacou-se pelos jogos de palavras criativos. No refrão de cabeça, brilha o trecho: “Eu sou Mangueira / Dos pés ao penacho / Na maré do Marabaixo / Tô pra lá de Macapá”. A letra também exalta o centenário da escola, ao citar a “Nega quase centenária”. A obra, cadenciada do início ao fim, aposta em versos de fácil conexão e conquistou um público mais independente em relação às demais parcerias.

Parceria de Lequinho: Assinada por Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Julio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, a obra se destaca pela poesia marcante e soluções contemporâneas. A torcida vibrou quando Tinga entoou os versos que antecedem o refrão de cabeça: “Le le le le le le! Aê! Aê! Le le le le le á! / Deixa o morro descer / Pra Amazônia incorporar”, ponto alto da apresentação. O refrão central reforça a força da letra com “Que o doutor da floresta… Sacaca / É ciência que não se lê”. O desfecho cresce melódica e liricamente até a repetição de “Quem guarda a cultura preserva o país”, finalizando com a identificação entre o estilo de vida de Sacaca e o do mangueirense: “Onde a vida é muito mais do que se vê / Só quem ama a escola de Zangaia e de Cartola consegue entender”. A torcida permaneceu animada, sinalizando o potencial da obra.

Parceria de Alexandre Naval: A noite no Palácio do Samba foi encerrada pela parceria de Alexandre Naval, Wendel Uchoa, Ronie Machado, Giovani, Marquinho M. Moraes e Ailson Picanço. O samba chamou atenção pela grande torcida, que sabia a letra de cor e ensaiou junto com Wantuir, Wic Tavares e Hudson Luiz. A obra mistura elementos tradicionais com criatividade, mesmo mantendo um andamento mais cadenciado. Seu refrão de cabeça evoca ancestralidade: “Caboclo Preto Velho, Verde e Rosa é meu sagrado / Toca o Marabaixo, Mangueira!”. A complexidade da letra se desenvolve até o refrão do meio, com menções ao trabalho curativo de Mestre Sacaca. O desfecho mescla emoção e criatividade, culminando no jogo de palavras dos versos “Canta! No terreiro oração se dança! / Samba! No laguinho, rei sentinela!”, responsáveis por devolver o samba ao refrão inicial e encerrar a apresentação em alto nível.

Coroação histórica: Após 17 anos, Juliana Paes retorna como rainha de bateria da Viradouro para o Carnaval 2026

A quadra da Unidos do Viradouro, em Niterói, ficou pequena na noite do último sábado, para receber um dos momentos mais aguardados do carnaval carioca: a coroação de Juliana Paes como rainha de bateria. Após 17 anos afastada do posto, a atriz foi ovacionada por uma multidão que lotou o espaço e não conteve a emoção. Chorando bastante, Juliana descreveu o retorno como “um sonho realizado” e afirmou que seu “coração voltou a bater no compasso da Furacão Vermelho e Branco”.

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Fotos: Luan Costa/CARNAVALESCO

O retorno acontece no ano em que a escola homenageia o mestre de bateria Ciça com o enredo “Pra Cima, Ciça”. Rainha entre 2004 e 2008, Juliana volta em um momento especial, atendendo a um convite pessoal do mestre.

“Eu amo essa escola. Sempre que podia, vinha para cá, minha família ainda mora aqui. Mas o meu carinho pelo Ciça é diferente: ele é como um pai para mim, me lembra meu próprio pai, por essa coisa de proteção. Temos muitas histórias juntos e estou muito feliz de voltar justamente em um enredo sobre ele”, disse Juliana, emocionada.

Emoção da escola e o desejo antigo

Para o presidente de honra Marcelo Calil Petrus, a volta da atriz representa a realização de um desejo antigo: “Era uma coisa que a gente já queria há muito tempo. Também era um desejo do Ciça, e ela atendeu. Estamos muito felizes com isso”.

O carnavalesco Tarcísio Zanon também não escondeu a alegria: “A Juliana faz parte do enredo, mais do que simplesmente ser rainha de bateria. Ela tem uma história linda com a escola. Não posso contar nada sobre a fantasia dela, mas é um spoiler: vem coisa linda por aí. É uma honra vestir essa grande rainha, que começou aqui como passista e hoje é uma das maiores artistas do Brasil”.

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Ciça realiza um sonho

Homenageado do enredo, o mestre Ciça revelou que Juliana não esperava o convite para reassumir o posto: “A Juliana já queria desfilar, mas não sabia que eu ia chamá-la para ser rainha. Ela tomou um susto, mas aceitou de cara. Ela quer viver esse momento comigo, que é meu, mas também é dela”.

Sobre os tradicionais passinhos que costumam marcar presença nos desfiles, Ciça deixou no ar: “Vai ter surpresa! Estamos fechando a escolha do samba, mas claro que vai ter.”

Uma coroação inesquecível

A noite foi marcada por emoção e nostalgia. A quadra estava lotada, reunindo torcedores, integrantes da escola, imprensa e convidados. Para o presidente Marcelinho Calil, o reencontro sela um momento histórico: “Juliana é cria desse chão. A vontade do Ciça era a vontade da escola. É um reencontro magnífico, nostálgico e, ao mesmo tempo, muito sólido. A escola está em êxtase, não teria uma rainha melhor para desfilar ao lado dele.”

Por enquanto, apenas 2026

Apesar da grande expectativa, Marcelinho deixou claro que, por enquanto, o acordo com a atriz vale somente para o Carnaval 2026: “O nosso combinado é só para este ano. A Juliana tem outros projetos e a Viradouro também tem seus caminhos. O importante é viver esse momento intensamente. Depois, a gente vê o que acontece”.

Com a quadra lotada, lágrimas, aplausos e um clima de festa, Juliana Paes foi coroada rainha de bateria da Viradouro. Seu retorno sela não apenas um capítulo marcante na história da escola, mas também reforça o vínculo de amor e gratidão que ela mantém com o mestre Ciça e com a Furacão Vermelho e Branco.

Três sambas empolgam e se destacam em noite festiva da Viradouro

A Unidos do Viradouro realizou, no último sábado, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2026. O CARNAVALESCO, por meio da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você confere a análise de cada apresentação. Nesta noite, se apresentaram oito sambas. O anúncio das obras que seguem na disputa será feito nas redes sociais da escola na próxima terça-feira.

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Parceria de Thiago Carvalhal: A primeira obra da noite foi assinada por Thiago Carvalhal, Bebeto Maneiro, Ludson Areia, Babby do Cavaco, Carlinhos Viradouro, Vinícios Moro, Pablo Adame e Rodrigo Neves. A apresentação contou com a condução segura do premiado intérprete Nego, que imprimiu ao samba a energia e a pegada necessárias para envolver o público. O ponto alto foi o refrão principal: “Abraço de mãe na Viradouro // A sua história não se apagará // É dia de festa, maestro do morro // Tem muita macumba pra comemorar!” O trecho se destacou pela força e funcionalidade na quadra. O único senão foi a presença de alguns torcedores lendo a letra para acompanhar a apresentação.

Parceria de Claudio Russo: O segundo samba da noite foi assinado por Claudio Russo, Dudu Nobre, Anderson Lemos, Lequinho, Junior Fionda, Totonho, Fadico, Manolo, André Braga e Júlio Alves. A interpretação ficou a cargo de Tinga, que transformou a apresentação em um verdadeiro espetáculo. Mesmo antes do início oficial, a torcida já entoava trechos da obra, criando um clima de expectativa. Quando Tinga assumiu o microfone, incendiou a quadra: chuva de papéis picados, bandeiras erguidas e, sobretudo, o samba cantado em coro. Os refrões, tanto o principal quanto o do meio, foram os mais entoados. O grande destaque, no entanto, ficou para os versos que antecediam o refrão principal: “Vou bater macumba // Vou bater macumba”, que ganharam força especial na voz da comunidade.

Parceria de Paulo César Feital: O terceiro samba da noite foi composto por Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho e Igor Federal. A obra foi defendida por Bruno Ribas, que conduziu a apresentação com maestria. A estrutura remete bastante à obra escolhida em 2025, assinada pelos mesmos compositores, evidenciando uma linha de construção que tem se mostrado funcional e competitiva. A parceria também levou um expressivo número de torcedores à quadra, reforçando sua força no concurso. Momentos de destaque surgiram já na abertura do samba: “Samba de sambar // É fogo na pele e no couro // Batuca a essência no fundo da alma da Viradouro” e também no refrão do meio: “Adarrum, afoxé, ijexá // Maestro da fé, alma lavada no Abaeté // Filho de Dona Guida nunca perde a batalha // Pode contar que a magia do ‘Velho’ não falha”.

Parceria de Deco: O quarto samba da noite foi assinado por Samir Trindade, Deco, Deiny Leite, Victor Rangel, Fabrício Sena, Felipe Sena, Robson Moratelli, Jeiffer, Ricardo Castanheira e JP Figueira. A condução ficou a cargo do intérprete Gilsinho, que imprimiu sua marca e garantiu uma apresentação firme e bem estruturada. A presença de uma torcida numerosa e vibrante ajudou a potencializar o clima, tornando a exibição ainda mais contagiante. Na letra, o samba presta diversas referências à trajetória de Mestre Ciça, mas sem soar repetitivo. As lembranças surgem com frescor, em novas melodias, resultando em uma obra que reverencia o passado e, ao mesmo tempo, se afirma como novidade. Esse equilíbrio fica evidente em trechos como o final: “E a Viradouro, meu amor, faz a homenagem”.

Parceria de Felipe Filósofo: O quinto samba da noite foi assinado por Felipe Filósofo, Fábio Borges, Russo da Festa, Elenice Baptista, Cacá Nascimento, Márcio Nascimento, Felipe Trotta, Devid Gonçalves, Evaldo Silva e Porkinho. A interpretação ficou sob responsabilidade de Igor Sorriso, que conduziu a obra com firmeza e carisma, acompanhado por Thiago Acácio e Cacá Nascimento. A apresentação teve um clima contagiante, resultado tanto da condução segura do trio quanto da energia da torcida, que cantou e vibrou do início ao fim. O grande momento veio no refrão do meio, quando os versos “De joelhos, de joelhos reza o tambor” ecoaram com intensidade, emocionando e empolgando ao mesmo tempo. O samba se destacou por equilibrar passagens festivas com momentos mais densos e emotivos.

Parceria de Mocotó: O sexto samba da noite foi assinado por Mocotó, PC Portugal, Arlindinho Cruz, J. Lambreta, André Quintanilha, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes, Renato Pacote, Reinaldo Guimarães e Bira Fernandes. A condução ficou por conta do intérprete Emerson Dias, que deu voz à obra com energia e segurança. Foi uma das apresentações mais completas da noite, reunindo animação, criatividade e potência. O samba manteve a vibração constantemente em alta, criando uma atmosfera sempre positiva e em sintonia direta com o enredo em homenagem a mestre Ciça. Algumas passagens emocionaram, demonstrando a versatilidade da composição. A torcida deu um verdadeiro espetáculo à parte. Além das tradicionais bandeiras, levou imitações de instrumentos e até um grupo de bate-bolas, sendo até então a mais criativa da disputa. O ponto alto foram os refrões, especialmente o principal, que marcou o ápice da apresentação e arrancou forte reação do público.

Parceria de Claudio Mattos: A penúltima obra da noite foi assinada por Claudio Mattos, Renan Gêmeo, Rodrigo Gêmeo, Lucas Neves, Rodrigo Rolla, Ronaldo Maiatto, Bertolo, Silvio Mesquita, Marcelo Adnet e Thiago Meiners. A condução ficou a cargo de Pitty de Menezes, que foi um dos grandes responsáveis pela avalanche que se tornou a apresentação. Impactante, contagiante e com ares de favorita, a obra desponta como forte candidata à final. Antes mesmo da apresentação, o samba já figurava entre os mais comentados e, na quadra, mostrou estar definitivamente na boca da torcida e dos segmentos da escola. Durante a passagem, muitos componentes cantaram com empolgação, reforçando a força da obra. O samba dialoga perfeitamente com a narrativa do enredo e, acima de tudo, remete ao modelo de sucessos que a Viradouro tem levado para a avenida nos últimos anos.

Parceria de Lucas Macedo: O último samba da noite foi apresentado pelos compositores Lucas Macedo, Diego Nicolau, Jefferson Oliveira, Vinicius Ferreira, Richard Valença, Miguel Dibo, Orlando Ambrósio, Hélio Porto, Aldir Senna e Wilson Mineira. A defesa ficou a cargo de Zé Paulo, Diego Nicolau e Charles Silva, que conduziram a obra com excelência. A parceria também levou um expressivo número de torcedores à quadra, reforçando sua presença no concurso. O samba apresentou ótimas variações melódicas e trechos de grande inspiração. Ganhou destaque o bis que antecede o refrão, evocando a melodia do clássico samba-exaltação da Estácio de Sá: “Hoje a Furacão prova seu amor // Eternamente, Professor!” Outro momento marcante foi a parte final, com versos de forte impacto coletivo: “Êêêêê… tá de alma lavada o Caveira! // Êêêá… é macumba de Alafiá! // No seu comando, o rufar é nossa voz // Serei sempre por você // Como sempre foi por nós”. O resultado foi uma apresentação intensa e vibrante, que consolidou o samba como um dos pontos altos da noite.

Portela reativa Departamento de Esportes e anuncia projeto para construção da Vila Olímpica da escola

Na manhã deste sábado, a Portela oficializou a retomada do seu Departamento de Esportes, resgatando um de seus pilares estatutários e reafirmando o compromisso social da escola com a comunidade. As atividades serão realizadas no River Futebol Clube, localizado no bairro da Piedade, Zona Norte do Rio de Janeiro, e oferecerão à população oportunidades em diversas modalidades, entre elas futebol, vôlei e outras cinco práticas esportivas que serão anunciadas em breve.

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Fotos: Gil Lira/Divulgação Portela

O presidente da Portela, Junior Escafura, destacou a relevância da iniciativa, que marca também o início de um projeto maior: a construção da Vila Olímpica da Portela.

“O Departamento de Esportes faz parte da história e da essência da nossa escola. É um orgulho para mim, como educador físico, retomar esse espaço, firmando o compromisso social que a Portela tem com a sua comunidade, indo além do Carnaval. Esse é o papel de uma escola de samba: ser um espaço de escola de vida, criando oportunidades para crianças e jovens se desenvolverem em diversas modalidades. Esta é apenas a primeira etapa do nosso projeto da Vila Olímpica da Portela, que está tomando forma e tem como objetivo ampliar o Departamento de Esportes, beneficiando crianças e jovens de Oswaldo Cruz, Madureira e de todos os bairros vizinhos”, declarou Escafura.

À frente do departamento, o diretor Rodrigo Calheiros ressaltou os próximos passos da iniciativa. “Nosso objetivo é oferecer atividades de qualidade, que promovam bem-estar, inclusão e formação cidadã. A prática esportiva traz inúmeros benefícios, especialmente para crianças e adolescentes, como desenvolvimento de disciplina, trabalho em equipe, além de autoestima e qualidade da saúde física e mental. Estamos preparando uma programação ampla, que vai atender diferentes faixas etárias e perfis, sempre valorizando e fortalecendo a comunidade portelense”, afirmou.

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Para marcar a reativação, foram realizadas atividades esportivas com as crianças e adolescentes da escola mirim Filhos da Águia, uma partida envolvendo integrantes da diretoria da Portela e ainda um jogo de futebol feminino, modalidade que em breve passará a integrar oficialmente o projeto. O calendário completo das modalidades será divulgado a partir de setembro, juntamente com as orientações sobre o processo de inscrição para os interessados em participar das atividades.

Wander Pires diz ser um sonho trabalhar com mestre Ciça e cita relação com a Viradouro: ‘Sinto um carinho muito especial’

Na voz de Wander Pires, a Viradouro encontrou um eco poderoso para os seus sonhos. Intérprete consagrado, dono de uma trajetória marcada por emoção, garra e entrega, ele hoje vive um momento de plenitude no comando do carro de som da Vermelha e Branca de Niterói. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Wander abriu o coração e deixou transparecer a gratidão e a conexão que o movem dentro da escola.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Sinto um carinho muito especial. Isso me faz muito bem. Eu sou muito grato por receber toda essa energia, todo esse carinho, toda essa energia positiva”, destacou, emocionado.

Wander não esconde o quanto a parceria com o mestre de bateria Ciça é um capítulo especial de sua carreira. “Sempre foi meu sonho trabalhar com ele. E vamos para o terceiro ano juntos. Nossa relação é maravilhosa, é tudo de maravilhoso”, reforçou.

Mas a voz do samba sabe que nenhum passo é dado sozinho. Em suas palavras, fica evidente o reconhecimento ao suporte recebido da diretoria da Viradouro, que o acolheu e confiou em seu talento. “É difícil você chegar em uma agremiação grandiosa como a Viradouro e receber todo esse apoio. Aqui eu tenho a confiança dos meus patrões, do seu Marcelo Calil, do seu Marcelinho Calil, do diretor de carnaval Alex Fab, do carnavalesco Tarcísio Zanon, da harmonia… Todos acreditam em mim. Eu não posso decepcioná-los”.

Wander vai além do dom natural. Sempre em busca de evolução, revela sua dedicação nos bastidores: “Estou começando um trabalho novo de aula de canto e sigo com a fono, que não deixo de fazer nesse período, uma vez por semana”.

A postura de disciplina e humildade transforma sua trajetória em inspiração. No momento em que Neguinho da Beija-Flor anuncia sua aposentadoria, o samba-enredo encontra em Wander Pires uma das vozes mais imponentes e representativas do carnaval brasileiro.

Na avenida, sua entrega vai muito além da técnica. Wander é coração pulsando no microfone, emoção que se multiplica em cada canto da arquibancada e que faz da Viradouro uma escola ainda mais vibrante.