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Salgueiro entrega sinopse do enredo 2026 no dia 10 de junho e inicia homenagens à carnavalesca Rosa Magalhães

O Salgueiro realiza, na próxima terça-feira, 10 de junho, às 19h30, na quadra da escola, o primeiro encontro oficial com os compositores para a entrega e explanação da sinopse do enredo que levará à Marquês de Sapucaí no Carnaval 2026. Na ocasião, também serão apresentadas as regras e diretrizes para o concurso de samba-enredo.

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Com o enredo intitulado “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, a escola celebrará a obra, o legado e o universo criativo da saudosa carnavalesca Rosa Magalhães, que se consagrou como a maior campeã da Sapucaí.

Assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira em parceria com o curador Leonardo Antan, o enredo propõe um cortejo lúdico e fabuloso, inspirado na trajetória de Rosa, com passagens por bibliotecas encantadas, reinos imaginários e encontros com personagens clássicos dos contos de fadas, da mitologia e do folclore brasileiro. A proposta é mergulhar no processo criativo de Rosa Magalhães, reverenciada por sua genialidade estética, rigor histórico e sensibilidade artística. Além de Jorge e Antan, a equipe de criação do enredo conta com Ricardo Hessez e Allan Barbosa.

A quadra do Salgueiro fica na Rua Silva Teles, 104, no Andaraí. O calendário oficial do concurso de samba-enredo inclui ainda três encontros para dúvidas e orientações — nos dias 24 de junho, 8 de julho e 22 de julho, das 19h às 22h — e a inscrição dos sambas concorrentes, marcada para o dia 30 de julho, quarta-feira, às 19h30.

Em 2026, o GRES Acadêmicos do Salgueiro fecha a última noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, na terça-feira de Carnaval, dia 17 de fevereiro.

Tendências em iluminação residencial: por que os pendentes estão em alta?

Nos últimos anos, uma tendência tem se destacado cada vez mais nos projetos de decoração de interiores: o uso de pendentes. Seja em ambientes residenciais ou comerciais, esse tipo de luminária se tornou um elemento chave não apenas pela funcionalidade, mas também pelo apelo estético. Atualmente, opções como o pendente nitrolux estão entre os modelos mais procurados por quem busca iluminar com personalidade.

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O que são pendentes e por que se destacam?

Pendentes são luminárias suspensas que ficam penduradas no teto por meio de cabos, fios ou hastes. Ao contrário de lustres ou plafons que tendem a ser mais tradicionais, os pendentes oferecem uma variedade de estilos, tamanhos, cores e materiais que os tornam incrivelmente versáteis.

Eles têm ganhado destaque por algumas razões principais:

  • Valorizam o design do ambiente

  • Permitem iluminação direcionada

  • Funcionam como elementos decorativos

  • São ideais para diferentes cômodos

Com isso, os pendentes não são apenas fontes de luz, mas também peças-chave para compor a identidade visual dos espaços.

Ambientes que mais se beneficiam dos pendentes

Cozinhas e áreas gourmets

Os pendentes são largamente usados sobre bancadas e ilhas. Além de proporcionar iluminação direta e eficiente para atividades como cozinhar e servir, também ajudam a criar uma atmosfera aconchegante e sofisticada.

Salas de estar e jantar

Nestes espaços, os pendentes costumam ser instalados sobre mesas ou pontos estratégicos para gerar um destaque visual. Modelos como o pendente nitrolux têm se tornado escolha popular pela combinação entre estética moderna e iluminação eficiente.

Quartos

Nos quartos, pendentes ao lado da cama estão substituindo os abajures. Essa solução libera espaço nas mesas de cabeceira e cria um visual mais leve e contemporâneo.

Corredores e hall de entrada

Mesmo em espaços de passagem, os pendentes podem criar um efeito visual marcante, tornando essas áreas mais interessantes e iluminadas.

Variedade de estilos e materiais

Outro fator que contribui para a ascensão dos pendentes é a variedade de estilos disponíveis no mercado. Atualmente, é possível encontrar desde modelos minimalistas até peças mais rebuscadas, feitas com materiais como:

  • Vidro

  • Alumínio

  • Madeira

  • Cobre

  • Cimento queimado

  • Tecido

Essa diversidade permite que o consumidor encontre uma opção que se encaixe perfeitamente no estilo da sua decoração.

A tendência do design industrial

Nos últimos tempos, o estilo industrial tem influenciado fortemente a escolha de luminárias. Os pendentes com visual metálico, estrutura aparente e design minimalista se alinham bem com essa proposta. O pendente nitrolux, por exemplo, traz um visual moderno que harmoniza com decorações industriais, escandinavas e contemporâneas.

Funcionalidade aliada à beleza

Mais do que objetos bonitos, os pendentes têm papel fundamental na funcionalidade dos ambientes. Por serem suspensos, oferecem:

  • Iluminação mais direta: ideal para tarefas específicas.

  • Regulagem de altura: adapta-se à necessidade de cada espaço.

  • Facilidade de instalação: não exigem grandes obras.

Essas características tornam os pendentes uma solução inteligente para quem busca prática e eficiência.

Sustentabilidade e uso de LED

A tendência à sustentabilidade também influencia o setor de iluminação. Os pendentes modernos, como os modelos da linha pendente nitrolux, muitas vezes já vêm preparados para o uso de lâmpadas LED, que são mais econômicas e duráveis.

O uso do LED traz benefícios como:

  • Redução no consumo de energia

  • Maior vida útil das lâmpadas

  • Menor emissão de calor

Além disso, muitas lâmpadas LED possuem opção de ajuste de temperatura da cor, possibilitando criar diferentes climas no mesmo ambiente.

Combinação com outros tipos de luminária

Uma estratégia comum entre arquitetos e designers é combinar pendentes com outros tipos de iluminação, como:

  • Spots embutidos

  • Trilhos com refletores

  • Luminárias de piso ou mesa

Essa combinação cria uma iluminação mais equilibrada, permitindo controle da intensidade e direção da luz conforme a necessidade.

Dicas para escolher o pendente ideal

1. Considere o tamanho do ambiente

Ambientes pequenos pedem luminárias mais compactas, enquanto espaços amplos comportam modelos maiores ou mesmo mais de um pendente lado a lado.

2. Atente-se à altura da instalação

A altura ideal varia conforme a função e o local da instalação. Em geral, recomenda-se:

  • 70 a 90 cm acima de bancadas

  • 1,80 m do chão em corredores e áreas de passagem

3. Harmonize com a decoração

Escolha um modelo que converse com o estilo do ambiente: moderno, clássico, retrô, minimalista, entre outros.

4. Escolha a lâmpada adequada

Opte por lâmpadas que ofereçam o tipo de iluminação desejada (quente, neutra ou fria) e que sejam compatíveis com o soquete do pendente.

Iluminação como parte da experiência

Nos dias de hoje, a iluminação é vista como um dos principais elementos para criar sensações e definir o clima de um ambiente. Não se trata apenas de clarear um espaço, mas de transmitir uma identidade, valorizar móveis e obras de arte, e até mesmo influenciar o humor das pessoas.

Pendentes, especialmente modelos como o pendente nitrolux, têm a capacidade de agregar essa camada de sofisticação sem esforço. Seu design marcante muitas vezes transforma o espaço sem a necessidade de reformas complexas ou grandes investimentos.

Versatilidade para além da residência

Embora muito populares em ambientes residenciais, os pendentes também conquistaram espaço em estabelecimentos comerciais. Restaurantes, cafeterias, lojas e escritórios vêm utilizando esse tipo de luminária para criar ambientes convidativos, bem iluminados e com personalidade.

Em projetos comerciais, os pendentes podem:

  • Reforçar a identidade visual da marca

  • Criar pontos de interesse estratégicos

  • Direcionar a atenção do cliente para vitrines ou produtos

  • Oferecer conforto visual

Essa versatilidade amplia ainda mais as possibilidades de uso dos pendentes, tornando-os verdadeiros coringas da iluminação contemporânea.

Tendências futuras no mercado de iluminação

À medida que o design de interiores evolui, novas soluções de iluminação surgem. Entre as tendências que devem ganhar força, podemos destacar:

  • Integração de pendentes com automação residencial

  • Uso de materiais recicláveis ou naturais

  • Pendentes modulares e com design adaptável

  • Modelos com tecnologia RGB e controle por aplicativo

Marcas como a Nitrolux já acompanham essas evoluções e oferecem produtos que aliam beleza, tecnologia e sustentabilidade.

Cuidados na instalação e manutenção dos pendentes

Para garantir segurança e durabilidade, é importante seguir algumas recomendações na hora de instalar e cuidar dos pendentes:

  • Certifique-se de que a fiação elétrica está em boas condições e que suporta a carga do pendente.

  • Utilize buchas e parafusos adequados para o tipo de teto (laje, drywall, madeira etc.).

  • Caso o pendente seja mais pesado, verifique se há reforço estrutural no ponto de fixação.

  • Limpe regularmente a luminária com pano seco ou levemente umedecido, evitando produtos abrasivos.

Manutenções simples ajudam a preservar o brilho e funcionamento dos pendentes por muito mais tempo.

Inspirações para usar pendentes em diferentes estilos de decoração

Cada estilo de decoração permite explorar pendentes de maneira criativa:

  • Estilo escandinavo: prefira modelos simples, em tons neutros e com materiais naturais.

  • Estilo boho: pendentes em fibra natural ou com design artesanal criam um clima despojado.

  • Estilo contemporâneo: abuse de formas geométricas, acabamentos metálicos e cores sólidas.

  • Estilo clássico: peças com acabamento dourado, cristal ou vidro lapidado combinam bem com esse perfil.

Escolher o pendente certo pode ser o toque final para transformar completamente o ambiente, tanto em termos de estética quanto de aconchego.

Homenageando Léa Garcia, Mocidade Alegre capricha com apresentação do enredo no Teatro Sérgio Cardoso

A Mocidade Alegre realizou na noite da última quinta-feira o evento de lançamento de seu enredo para o Carnaval 2026. O Teatro Sérgio Cardoso, localizado na Bela Vista, recebeu a escola do Limão e sua comunidade para uma festa muito aguardada. Divulgar um tema em um local diferente é uma iniciativa imersiva, especialmente por se tratar de uma homenagem a uma importante atriz da história da dramaturgia brasileira. Foi, literalmente, um espetáculo.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Com participações dos artistas Fred Nicácio e Thelma, a peça durou cerca de 40 minutos, até o anúncio do enredo: “Malunga Léa – Rapsódia de uma deusa negra”, assinado pelo carnavalesco Caio Araújo e pelo enredista Léo Antan.

Danças teatrais, a presença do casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego Motta e Natália, além da bateria Ritmo Puro e da ala musical liderada por Igor Sorriso, também fizeram parte do espetáculo da Morada no palco do Sérgio Cardoso.

Almejando ser diferente

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Logo do enredo de 2026 da Mocidade Alegre

A presidente Solange Cruz contou que a agremiação já havia feito um lançamento de enredo no mesmo local, em 2014, quando apresentou o tema “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”. A dirigente também ressaltou a importância de buscar inovação:

“A Mocidade Alegre lançou um enredo aqui em 2014. Em 2015, a gente lançou no Teatro São Pedro, o enredo da Marília Pêra. Como tinha tudo a ver com teatro, conseguimos realizar graças à Secretaria de Cultura, à nossa vereadora Sandra Santana e ao secretário Totó. Eu sou uma pessoa que vai atrás, buscando fazer o diferencial. Por isso, optamos por realizar novamente aqui, neste grande teatro, que está sempre de portas abertas para nós e para todos os artistas. Eu acho isso incrível”, declarou.

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Presidente Solange Cruz

Solange revelou que a escola foi procurada para desenvolver o enredo e aposta em uma grande história sendo contada na avenida, reforçando o protagonismo da agremiação:

“O Renato Cândido nos procurou juntamente com o filho da Léa. Saiu agora um documentário, vai sair um filme, e há uma peça prestes a estrear no Teatro Léa Garcia, no Tatuapé. Essas iniciativas chamaram a nossa atenção, e a história é muito bacana. Este é um enredo que, com ou sem patrocínio, é muito bom. A gente aposta muito nisso e temos certeza de que iremos contar uma grande história. Quero dizer também que nós não nascemos para ficar na coxia. Nascemos para ser protagonistas”, completou.

Entrando no enredo

Explicando brevemente o tema, o enredista Léo Antan contou que a Mocidade irá retratar a trajetória artística e exaltar a figura fundamental de Léa Garcia:

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Enredista Léo Antan

“Eu e o Caio ficamos muito animados, porque a Léa é uma das grandes artistas deste país. Poder homenageá-la é muito importante não só para a cultura do samba, mas para o Brasil reconhecer quem realmente fez a sua história. Léa Garcia foi uma mulher pioneira no teatro negro, indicada ao Festival de Cannes e premiada com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Orfeu Negro. Temos a história de uma mulher essencial para o Brasil, que ainda não é reconhecida como deveria. A Mocidade Alegre, que canta tão bem o feminino, agora se volta ao teatro para homenageá-la e contar essa trajetória com a grandeza que ela merece — no maior palco popular do país: o Carnaval.”

Léo também detalhou o título do enredo, destacando sua criatividade e referências históricas:

“No título, fazemos referência a um desfile da Mocidade Alegre de 1982: Malungos, Guerreiros Negros, assinado por uma mulher negra, Teresa Santos. Naquele desfile, falava-se sobre os malungos, companheiros de luta. Agora colocamos a Léa como nossa Malunga e trazemos outras referências no subtítulo: Rapsódia Negra, primeira peça que Léa fez no Teatro Experimental do Negro, e Deusa Negra, um filme africano da década de 70 em que ela interpretava uma sacerdotisa. Com esse título, costuramos referências para falar da Mocidade Alegre — que tem vocação para enredos negros e para exaltar figuras femininas — e da própria trajetória artística da Léa, que é o que queremos celebrar.”

Artista potente, resultado justo e força para 2026

O carnavalesco Caio Araújo também comentou sobre o enredo, exaltando a artista e destacando o foco no legado deixado por Léa Garcia:

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Carnavalesco Caio Araújo

“Chegou essa proposta e virou paixão na primeira pesquisa. A gente nem vai tanto pelo lado biográfico, e sim pelo legado da Léa: tudo o que ela produziu de arte para este país, tudo o que deixou como herança, para que a gente entenda melhor o que ela representou. Ela é uma atriz extremamente potente.”

Sobre a presença da escola na avenida, o artista antecipou a proposta visual e teatral para 2026: “Já consigo imaginar a Mocidade Alegre esteticamente na avenida. A escola virá com estruturas ousadas, como neste ano, mas com uma pegada mais teatral. Vai ser bem legal.”

Quanto ao resultado do Carnaval 2025, Caio considerou justo. Ele acredita que a Mocidade terminou na posição correta e valorizou o título conquistado pela Rosas de Ouro:

“Acho que fizemos um grande desfile. Temos muito orgulho do material que produzimos e a comunidade saiu muito feliz. Mas erramos na pista, e não há o que fazer. Terminamos na posição que merecíamos. Tivemos a sorte de ver a Rosas de Ouro ganhar um campeonato com um desfile magnífico. É uma escola gigante de São Paulo, que merecia voltar ao topo. Estamos muito orgulhosos do nosso projeto, mas vamos trabalhar para voltar mais fortes”.

Fotos do evento

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

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Sinopse do enredo da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2026

Enredo: Kunhã-Eté – O sopro sagrado da Jurema
Carnavalesco: Lucas Milato
Enredistas e sinopse: Clark Mangabeira e Victor Marques

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Prelúdio

Em 2026, a Unidos de Padre Miguel faz do seu cortejo um redemoinho de tempo, mito e memória: o enredo “Kunhã-Eté – O Sopro Sagrado da Jurema” é uma homenagem ficcionalizada e carnavalizada à heroína indígena Clara Camarão, símbolo da força potiguara que atravessa séculos, combinando ancestralidade, espiritualidade e resistência. O desfile será dividido em três grandes setores narrativos. O primeiro setor dá início à saga com o nascimento encantado de Clara, evocando a profecia do Xamã que, em transe de Toré e Jurema, anuncia sua vinda ao mundo flechada pela Mãe D’Água e banhada nas águas do Potengi, onde nasceu, para ser heroína guerreira. O segundo setor adentra os feitos históricos da Kunhã-Eté, exaltando suas três grandes participações em batalhas contra invasores holandeses: a missão de escolta de famílias a Porto Calvo na década de 1630; a Batalha de Tejucupapo, em 1646, quando liderou mulheres armadas de coragem, água fervente e pimenta; e, por fim, a Primeira Batalha dos Guararapes, em 1648, ao lado do esposo Filipe Camarão (Poti), enfrentando os invasores. No terceiro e último setor, o enredo mergulha no encantamento de Clara — sua transformação em entidade sagrada que habita a Juremá, onde vive entre os encantados, eternizada como guardiã do povo, da floresta e da história. Clara não é apenas lembrada: ela é reencantada no carnaval como mito que pulsa entre os maracás potiguaras e os tambores da comunidade da Vila Vintém.

Sinopse

I

É tudo mito.
Desde tempos imemoriais, dança-se o Toré.
Toré é roda, é círculo, é sagrado.
Toré é vida em espiral, acendendo o mundo.
É redemoinho de vento e de mata, que traz à vida uma nova filha potiguara.
Vozes da pedra, da água, do tempo, do encanto.
Quando o maracá canta, o passado responde.
Quando a noite cai espessa, os Potiguaras dançam em círculo ao som dos maracás.
É tempo de nascimento, de passar o sangue vermelho à nova kunhã.

No Toré, ritual sagrado e coletivo, o mundo toma forma e ancestralidade.
A vida de uma kunhã revela-se como a vida da comunidade inteira, fortalecida na folha nova.
Cocar é cabeça. Pintura é o corpo. Maracá é o pé. Jurema é a alma.
É o sopro de Tupã vertendo a seiva dos troncos velhos às ramas novas, raízes potiguaras que alimentam os mais novos.
Nasce a Kunhã-Eté sob a fumaça do Xamã, na mistura dos mistérios do cachimbo, entre goles da Jurema sagrada, ponte entre mundos, via dos espíritos e encantados, no Rio Potengi.
Na fumaça, os caminhos se revelam. No tempo, a profecia toma forma.
Sopro é reza.
E a menina vive no Toré embebido em Jurema, vida que atravessa os tempos.
À luz, nos braços do Xamã, a criança é lavada nas águas vermelhas de urucum, tingida de ancestralidade potiguara.
Quando tudo se junta no Toré, não é apenas um ritual: é o povo inteiro pulsando no mesmo corpo encantado.
Então, o Xamã vê surgir, imensa, a Mãe D’Água, que a flecharia.
Flechar é ver além, é despertar com o coração.
O mundo estremeceu.
Porque a Mãe d’Água só flecha quem precisa acordar.
Ela vem, perfuma a roda, sopra com doçura e o coração, de repente, abre-se como flor.
Ali, na miração, aprende-se que a água tem raiz, que lágrima é canto, e que corpo pode ser canoa.
Fez-se a profecia.
A menina guerreira nasceu para trazer paz potiguara contra os brancos, pela força do sangue e da vontade.
Não se dobraria a homem algum.
Como a mata, cresceria por onde ninguém esperava.
Como o rio, encontraria sempre um caminho.
Como floresta espessa, seria indecifrável.
Ao contrário, decifraria como vencer.

II

Sob a dominação branca portuguesa, crescia a kunhã, sem jamais deixar de ser sangue vivo e rebelde — ancestralidade pulsante contra a colonização.
Tupã e Mãe D’Água protegiam seu espírito, em nome dos ancestrais e encantados, sustentando a seiva vital da pequena nobre guerreira.
A força da floresta corria em suas veias.
Seu nome veio dos invasores da fé, mas fez-se história com ele.

Kunhã Clara.
Clara Guerreira.
Clara Camarão!
Casada com Poti, ela lutaria, indomável, pela liberdade dos seus.
E venceria os leões e as tulipas das bandeiras holandesas.
A lança de Clara cortava mais fundo que qualquer espada europeia.
Não o faria pelos colonizadores.
Faria pelos seus, pelo sangue potiguara.
Sangue do seu nome batizado, eterno.
Clara Camarão, que domaria os leões e venceria guerras.
E três seriam as vitórias:
A primeira, salvando famílias em fuga para Porto Calvo.
A segunda, com água fervente e pimenta, sopradas pelo vento em caminhos traçados por mulheres, para defender a comunidade de Tejucupapo.
A terceira, nos Guararapes, salvando o povo inteiro.
Três batalhas, um só grito: “Por nós!”
Os leões e as tulipas partiriam.
Porque é do sangue potiguara que brota a vitória.
Clara lutava como reza: de olhos firmes, com a alma em pé.
Pelos seus, nunca pelos invasores.

III

Clara pagaria com a dor da ausência de Poti.
Adeus, guerreiro.
Mas mesmo rasgada das páginas da história, dançaria no Toré da memória.
No doce gole de Jurema, ela se encantaria.
Quem se entrega à Jurema não morre — se transforma.
Venceria outra batalha: a do esquecimento.
E, flechada que fora pela Mãe D’Água, dobrar-se-ia ao mundo dos encantados.
Jurema sagrada e Clara gravada nos livros de aço da memória.
Encantada e mulher guerreira, Kunhã-Eté no sopro sagrado da Jurema rumo à eternidade.
Habitaria para sempre as matas e águas sagradas.
Ao lado do Pai do Mangue, de Flozinha, Haja-Pau, do Gritador e de tantos outros que vivem nas Igrejas Velhas, onde se bebe e vive a Jurema.
Jurema dos seus.
Ancestralidade potiguara presente.
Na mata, seu nome é sussurro.

No Toré, seu nome é canto.
Na história, seu nome é flecha.
Eis a visão.
Eis a profecia.
Eis o mito.
E o Xamã, daquele encontro com a Mãe D’Água, entendeu: tudo o que já foi, seria.

***

Hoje, a Vila Vintém se encanta!
Porque o Brasil é terra indígena que tem Dona.
Dona Clara Camarão, cuja lança crava a memória e a consagra como heroína potiguara brasileira.

Glossário:
Kunhã-eté – Na língua tupi, "Kunhã" significa mulher. "-Eté" é um sufixo de intensidade, que pode ser traduzido como verdadeira ou genuína. Kunhã-Eté é, assim, a mulher verdadeira, mulher autêntica. No contexto da mitologia potiguara, ela representa a guerreira espiritual e ancestral, portadora de sabedoria e força, que nasce do Toré e da Jurema como filha da floresta, da água e do povo.
Toré – é o ritual sagrado dos povos indígenas do Nordeste, especialmente entre os Potiguaras, onde se canta, dança e toca maracá em círculo. É prática espiritual, celebração da ancestralidade e conexão com os encantados.
Tejucupapo – localidade de Pernambuco onde, em 1646, ocorreu a Batalha de Tejucupapo, quando mulheres indígenas e camponesas enfrentaram tropas holandesas com armas improvisadas — como água fervente, pimenta e paus. No enredo, Tejucupapo representa o símbolo da coragem feminina indígena e popular, um feito de resistência coletiva que ecoa como mito e história.
Mãe D’Água – simbolicamente, no enredo, é a entidade mítica que habita os rios, mares e nascentes. Na cosmologia potiguara, ela teria natureza encantada e feminina, ligada à sabedoria ancestral, ao mistério das águas e ao poder de transformação. No enredo, ela “flecha” a Kunhã-Eté, isto é, desperta sua missão espiritual e guerreira — flechar é chamar alguém para o caminho do encantamento e da consciência.
Xamã – figura espiritual central dos povos indígenas, o Xamã é o mediador entre mundos, curador, condutor de rituais, guardião das tradições e conhecedor das ervas e visões. No enredo, é ele quem sopra a fumaça da Jurema, lê os sinais, anuncia a profecia e o nascimento da Kunhã-Eté, e guia o povo no Toré — sendo a ponte entre o visível e o invisível.
Jurema –é uma planta sagrada usada em rituais de cura, miração e conexão com o mundo dos espíritos e encantados.
Rio Potengi – é um rio localizado no atual estado do Rio Grande do Norte. Fontes sobre Clara Camarão indicam que ela nasceu nas margens do Potengi e ali cresceu antes de se tornar guerreira.

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Projeto de Lei fixa prazo para pagamento da subvenção do poder municipal para escolas de samba do Rio de Janeiro

Em encontro realizado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, no Centro da cidade, na noite desta quinta-feira, foi apresentado, pela Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval Carioca, o Projeto de Lei que estabelece prazos para o pagamento da subvenção às escolas de samba por parte de todas as ligas do Rio de Janeiro. Para ser aprovado, o projeto deverá ser votado na Câmara e, posteriormente, passará pela sanção do prefeito Eduardo Paes.

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frente carnaval
Foto: Reprodução de internet

Por meio do Projeto de Lei, o Poder Executivo municipal fica obrigado a efetuar a totalidade do repasse em até 120 dias após a data do carnaval do ano seguinte. Caso a subvenção seja parcelada, a primeira parcela deverá ser paga em até 210 dias, e seu valor não poderá ser inferior a 40% do total.

A lei tem como objetivo incentivar o turismo, a cultura popular e a geração de empregos por meio do fomento ao carnaval. As contratações realizadas com esses recursos deverão ser feitas com empresas situadas no estado do Rio de Janeiro, como já ocorre atualmente nos contratos firmados entre a Prefeitura e as ligas.

A prestação de contas dos recursos utilizados deverá ser feita em até 60 dias após a data do carnaval. Nela, deverão constar notas fiscais dos serviços prestados ou dos produtos adquiridos. A escola de samba poderá utilizar até 40% do valor com mão de obra, não sendo vedada a contratação de pessoa jurídica, como ferreiros e aderecistas que possuam MEI, o que lhes garante os mesmos direitos de um empregado formal.

“Vamos criar uma comissão de trabalho para que a gente possa fazer um ajuste fino no Projeto de Lei, ela passa pelas comissões da Casa e vai para sanção e regulamentação do prefeito. O projeto traz previsibilidade para todas as escolas. Detectamos que a festa fica duas ou três vezes mais cara sem essa previsibilidade. O fornecedor acaba cobrando um valor mais alto. Com o projeto aprovado, os desfiles vão ficar mais baratos, os funcionários vão receber antes, e esse recurso, chegando com antecedência para todos, dará mais segurança aos trabalhadores, que não precisarão enfrentar jornadas exaustivas”, disse o vereador Felipe Pires (PT-RJ).

Império Serrano convida técnico Carlo Ancelotti para vivenciar o samba em sua tradicional feijoada imperial

O samba e o futebol, duas das maiores paixões do povo brasileiro, podem viver um encontro histórico em junho. O Império Serrano enviou um convite oficial ao técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, para que ele participe da Feijoada Imperial, marcada para o dia 21 de junho, a partir das 13h, na quadra da escola, em Madureira.

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Foto: CBF

O ofício, também encaminhado ao presidente da CBF, Samir Xaud, destaca o desejo da Verde e Branco da Serrinha em abrir suas portas para o treinador italiano, que, segundo notícias recentes, teria demonstrado interesse em conhecer uma escola de samba.

“Para nós, será uma imensa alegria recebê-lo em nosso reduto imperial, para que possa vivenciar de perto a força cultural do samba e do carnaval carioca”, diz o documento assinado por Flavio França, presidente do Império Serrano.

O convite reforça o papel histórico do Império como guardião da cultura popular e da brasilidade. Com sambas antológicos e ícones como Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara e Mano Décio da Viola em sua história, o Império Serrano quer mostrar a Ancelotti que o Brasil vai muito além das quatro linhas.

“Essa aproximação entre o futebol e o samba fortalece ainda mais os laços com o povo brasileiro”, afirma o ofício, ressaltando o simbolismo do encontro entre o treinador da seleção e uma escola que representa a alma do Rio de Janeiro.

Caso aceite o convite, Ancelotti terá a oportunidade de sentir na pele o que é o samba no pé, o ritmo da bateria e a hospitalidade do povo da Serrinha. A expectativa é que essa visita marque o início de uma bela relação entre o técnico e a cultura que ele agora representa ao comandar a Seleção Brasileira.

Segunda festa junina da Liga-SP acontece nos dias 14 e 15 de junho

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) realiza, nos dias 14 e 15 de junho de 2025, a segunda edição da sua tradicional Festa Junina. O evento, que acontece na Fábrica do Samba, promete reunir milhares de pessoas em duas noites de muita música, dança e gastronomia típica.

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Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Entre as atrações musicais, destacam-se as apresentações das campeãs do Carnaval 2025: Rosas de Ouro, vencedora do Grupo Especial, e Tom Maior, campeã do Grupo de Acesso I. Além delas, o público poderá curtir os shows de Tiee e da Turma do Pagode, grandes nomes do samba e do pagode nacional.

Para participar, é necessário contribuir com 1 kg de alimento não perecível na entrada. Os portões da Fábrica do Samba abrem às 17h, em ambos os dias. Localizada na Av. Dr. Abraão Ribeiro, 497, a Fábrica do Samba fica a poucos minutos da Estação Barra Funda.

Em 2024, a primeira edição do evento recebeu cerca de 17 mil pessoas. Para este ano, a expectativa é de crescimento: estima-se que aproximadamente 20 mil pessoas participem da festa, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

Além dos shows e das tradicionais apresentações das quadrilhas das escolas filiadas à Liga-SP, a festa contará com dezenas de barracas típicas, brincadeiras juninas, correio elegante, prisão e o já consagrado Bingo da Velha Guarda.

Programação completa

Sábado – 14/06/2025
• 17h00 – Abertura dos portões
• 18h00 – Show com Jonas Medeiros
• 19h00 – Apresentação da Rosas de Ouro
• 19h30 – Quadrilhas das escolas da Liga-SP
• 21h00 – Show com Tiee
• 00h00 – Encerramento

Domingo – 15/06/2025
• 17h00 – Abertura dos portões
• 18h00 – Show com Jorge Ferraz e Cristiano
• 19h00 – Apresentação da Tom Maior
• 19h30 – Quadrilhas das escolas da Liga-SP
• 20h30 – Show com Turma do Pagode
• 23h00 – Encerramento

Após ‘resultado em 2025’, Rodrigo Delduque prega respeito e exalta enredo da Tucuruvi para 2026

Como acontece em todo ano, o resultado do Grupo Especial de São Paulo teve algumas surpresas em 2025. Uma delas foi o rebaixamento da Acadêmicos do Tucuruvi, escola que era tida como uma das favoritas para o título na temporada. O desfile para apresentar “Assojaba – A Busca pelo Manto” foi o décimo terceiro colocado no pelotão de elite do carnaval paulistano e, naturalmente, a agremiação é vista com algum favoritismo para o Grupo de Acesso em 2026. Não é assim, entretanto, que Rodrigo Delduque, vice-presidente e diretor de carnaval da escola. Em entrevista para o CARNAVALESCO no evento que definiu a ordem dos desfiles para o carnaval de 2026, o gestor do Zaca falou sobre o tema – e sobre muitos outros.

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Rodrigo Delduque, vice-presidente e diretor de carnaval da escola. Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Respeito e humildade

Na visão de Delduque, mais do que não ter favoritismo, a escola precisa lidar com o fato de estar retornando para o pelotão intermediário dentre os organizados pela Liga-SP após desfiles premiados: “É um grupo muito difícil. Não tem, jamais, na minha cabeça e na cabeça de toda a nossa família, essa situação de favoritismo. Por sinal, ao contrário: você tem uma responsabilidade muito maior ainda de estar ali tentando mostrar para as pessoas algo que elas idealizam – e o que, de repente, é a realidade. Nós vamos com todo respeito, como eu disse, mais uma vez trabalhar forte para, se Deus quiser voltar ao Grupo Especial”, comentou.

‘Anti-herói Brasil’ é o enredo da Acadêmicos do Tucuruvi para o carnaval de 2026

Em relação às coirmãs do Grupo de Acesso I, Delduque também destacou o quanto a disputa é acirrada: “Nós temos um grande respeito por todas as escolas do carnaval de São Paulo – e isso continua no Grupo de Acesso I. Todas as escolas que estão ali estão no mesmo intuito que o Tucuruvi: voltar ou chegar ao Grupo Especial. É uma briga muito nivelada nesse pelotão. O Tucuruvi tem procurado fazer a lição de casa, tem procurado mostrar o seu jeito de pensar para o mundo do carnaval e vem dando certo. A gente tem gostado muito do resultado interno, a comunidade tem abraçado e se adequado ao nosso estilo novo de pensar em relação à mesma Tucuruvi de algum tempo atrás”, comentou, aproveitando para elogiar a própria comunidade.

Dor

É claro que Delduque foi indagado sobre o sentimento em relação ao rebaixamento no Grupo Especial. Mais que franco, ele aproveitou para exaltar a escola como um todo – que, de acordo com ele, vai superar todas as adversidades encontradas pelo revés: “Foi um resultado catastrófico. Você fica com um sentimento de perda muito grande. E, às vezes, o número não pode falar pelo seu trabalho. O que acontece, quando você perde, é que você se sente um derrotado. Graças a Deus, a nossa comunidade me deu muita força para levantar. E eu vi uma comunidade muito forte, preparada e aguerrida em querer cantar cada vez mais, em querer somar cada vez mais. Eu acredito muito no potencial do nosso time, com essa força que eles têm um com o outro e passando isso para mim. Eu também estou forte por eles”, prometeu.

Linha mantida para 2026

Na manhã da última quarta-feira (28 de maio), a Acadêmicos do Tucuruvi revelou o enredo para o carnaval 2026: “Anti-Herói Brasil” – de acordo com as redes sociais da agremiação, “uma celebração ao nosso povo que vive e luta em meio às contradições do país”.

Alguns dias antes do anúncio, Delduque já tinha falado sobre a temática destacando sobre os enredos anteriores da agremiação: “Eu, particularmente, sou um amante da cultura popular brasileira e não poderia deixar de aprovar todos esses enredos quando eles vieram para nós. É claro que vieram vários outros também e, de repente, a gente ainda não conseguiu expor. É muito gratificante você falar de algo que o nosso povo conhece, de algo que o nosso povo também às vezes também sabe o que é, mas não tem um entendimento tão profundo – assim como eu. Em alguns desses enredos, também tive que aprender. Temos que passar a mensagem para o povo do carnaval de que nós temos muitas coisas boas aqui dentro do nosso país, que nós temos muitas coisas ainda a serem mostradas e cada vez mais evidenciar o nosso carnaval”, finalizou.

Instituto Imperatriz Leopoldinense anuncia retorno das atividades do ‘Ballet da Rainha’

O Instituto Imperatriz Leopoldinense anunciou nesta quarta-feira em suas redes sociais o retorno das atividades do já conhecido “Ballet da Rainha”. A volta às aulas para os antigos alunos acontece na próxima terça-feira, mas novas turmas serão abertas a partir da quinta (05/06), para crianças de 3 a 6 anos, a partir das 9h, e também para adultos a partir dos 40 anos ou mais, com início às 10h.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Imperatriz

Os interessados em uma vaga deverão comparecer para a matrícula munidos da seguinte documentação: cópias da identidade e CPF da criança e do responsável, cópia do comprovante de residência, declaração escolar atualizada para crianças maiores de 4 anos e foto 3×4.

O presidente do Instituto Imperatriz, João Drumond, celebrou o retorno do ballet e destacou que muitos outros projetos irão fazer parte da grade de atividades da entidade.

“Estamos muito felizes por esse retorno, que promove inclusão e qualidade de vida não só para as nossas crianças, mas para toda a população da Zona da Leopoldina. É só o início de muitas outras atividades que estarão presentes no nosso Instituto nesse semestre. Estão todos convidados”, afirmou João.

As aulas do Instituto Imperatriz Leopoldinense acontecem na quadra da agremiação, que fica localizada na Rua Professor Lacé, 235, em Ramos.

Sinopse do enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel para o Carnaval 2026

Título do enredo: “Rita Lee, a padroeira da liberdade”

Rita Lee é imensidão. Veio ao mundo para arrombar a festa e escandalizar um Brasil que já perdia seus matizes para um opressivo cinza chumbo. Até então, Luluzinhas roqueiras não entravam no clube dos Bolinhas. Sua chegada naquele terreno minado foi um sopro libertário. E ela logo tratou de espalhar no ar a mistura da sonoridade do rock britânico da contracultura, uma pitada generosa de sua malícia inocente e a atitude transgressora típica desse tal de “roque enrow”. Um deboche lisérgico que refrescou e mudou a cena musical no país.

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Seguiu nos apresentando canções iluminadas de sol. Tropicália Maravilha na veia. A mistura de ritmos brasileiros com a psicodelia Mutante era muito mais do quesó pão e circo (ou Panis et Circenses). Era inovação sonora, estética e comportamental. Um agito cultural para uma sociedade brasileira ocupada em nascer e morrer. Com seus parceiros de palco, a garota hippie-tropicalista construiu uma imagem de liberdade e uma obra ansiosa por quebraras regras daqueles tempos sombrios.

Um belo dia, resolveu mudar. E foi sem pensar em voltar, rumo ao seu voo solo. Já era irresistível como um fruto proibido quando seguiu livre, sedenta pelas surpresas do destino. Encontrou outros planos, outros rumos, outras histórias, outras canções… e um amor eterno. Cara-metade, “muso”, parceiro na vida. No chão, no mar, na lua. Nas melodias.

Ovelha Negra, soube remar contra a maré da ditadura, da censura, das ervas venenosas e até da prisão, na jaula do Xadrez 21, verdadeiras canoas furadas em seu caminho. Para o status quo que imperava no “patropi” daqueles tempos, a moça era imoral, obscena. Suas músicas, um desacato aos valores da tradicional família brasileira. Suas atitudes, uma afronta à moral e aos bons costumes. Mas, mesmo perseguida pelos milicos, seguiu transgressora, libertária, ousada, inovadora, provocativa. Seguiu genial.

Genialidade que transborda em suas palavras, letras, notas, melodias e poesias para cantar a liberdade, o amor, o feminino, o feminismo e a sexualidade da mulher de uma maneira franca e direta. Músicas que desafiaram estereótipos e tabus, e abriram caminhos, sem preconceitos, para emancipar as mulheres na trinca sexo, amor & liberdade.

O sexo frágil que não foge à luta ansiava por se sexualizar. E isto foi traduzido por ela em versos provocativos ao evocar o feminino cor de rosa choque que não sente culpa por sua volúpia; o prazer de ter prazer; o desejo ardente na pele; a cumplicidade; a fome de amar; a alegria de se entregar, de se deixar beber quente como um licor. Hoje, as sonoras trilhas abertas por ela são ruas, avenidas, estradas e muitos outros destinos por onde desfilam mulheres livres e empoderadas. Bonitas e gostosas. Naluz do luar…Com brilho nos olhos… De tanto imaginar loucuras…

Plural. Pluralíssima. Muitas em uma só. Rainha do rock. Cantora, compositora, instrumentista, atriz bissexta, escritora e apresentadora. Ativista. Super-heroína dos animais. Defensora dos “frascos e comprimidos”. Padroeira da Liberdade. Sagrada e profana. Maldita pela Igreja. Bendita pelos fãs. Santa Rita. DeSampa. Feiticeira das palavras e atitudes contra o preconceito e a caretice, com ou sem a guitarra nas mãos. Bruxa raiz que cruzou a lua amarela. Energia esotérica de outras dimensões. De outros planetas. De outros carnavais.

Chega mais, Rita. Vem para o templo do samba fazer um monte de gente feliz. Bota esse povo para cantar tuas músicas de letras afiadas, irreverentes, bem-humoradas, divertidas. Alegremente carnavalescas. Teu “rockcarnaval”. Baila. Como se baila na tribo. Desbaratina. Lança teu perfume na avenida. E vem festejar com a Mocidade, pois, se tem festa, que seja pra gente deitar e rolar na companhia desta imensidão que é você, Rita Lee.

Carnavalesco: Renato Lage
Texto: Paulo Cesar Barros