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TV Globo começa nesta sexta gravações do ‘Seleção do Samba’ nas quadras das escolas de São Paulo

O carnaval de 2023 está lançado. As 14 escolas de samba de São Paulo divulgaram enredo, samba e começaram os trabalhos de ensaios dentro de suas quadras. Dentro desses ensaios, ocorrerá a gravação do pograma “Seleção do Samba”, da TV Globo, e já temos calendário para este final de semana.

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Foto: Vinicius Vasconcelos/Site CARNAVALESCO

Vale lembrar que para o carnaval de 2023, os desfiles de São Paulo serão transmitidos abertamente para o Brasil inteiro, inclusive, o Rio de Janeiro. A primeira escola a receber visita da Rede Globo será a Rosas de Ouro. No sábado será Independente Tricolor e Acadêmicos do Tatuapé. Já no domingo será a vez de Tom Maior e Vila Maria participarem da gravação dentro de suas quadras.

O calendário a partir da divulgação das escolas até o momento:
04/11 – Rosas de Ouro (sexta)
05/11 – Tatuapé e Independente Tricolor (sábado)
06/11 – Tom Maior e Vila Maria (domingo)
12/11 – Dragões da Real (sábado)

Aguardamos a divulgação oficial das outras escolas que vão anunciando para a comunidade pelas redes sociais no intuito de lotarem a quadra para o ensaio para lá de especial. O “Seleção do Samba” paulista será transmitida somente no início de dezembro pela TV Globo, logo após o Altas Horas.

Axé no Morro da Formiga! Saiba como foi a gravação do samba-enredo do Império da Tijuca para o Carnaval 2023

“Sobe o Morro da Formiga, filho de Odé”, o primeiro verso do refrão principal do samba-enredo do Primeiro Império do Samba, já traz mais uma vez o orgulho pelas raízes da escola misturado com toda a pujança de mais uma vez trazer uma temática de valorização da cultura afro. O enredo “Cores do Axé” será desenvolvido pelos carnavalescos Júnior Pernambucano e Ricardo Hessez. Escolhida no dia 09 de setembro em uma grande final, a obra do Império da Tijuca mais uma vez é bastante elogiada e aparenta possuir mais uma vez o DNA da agremiação. Na Verde e Branca do Morro da Formiga desde 2017, o intérprete Daniel Silva é muito sensível ao trabalho de gravação das obras que vão para a Avenida. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o cantor explicou como o samba do Império da Tijuca 2023 tem mexido com ele.

“Falar desse samba para mim, é uma coisa muito especial, até porque ele está me pegando aos poucos. Aos poucos ele está entrando na mente, assimilando, e esse refrão principal, e pra mim aquela parte do ‘Sou de Jorge, cavaleiro de batalha’, são as partes mais fortes e emocionantes do samba, fica na cabeça da gente e faz a gente meio que viajar na letra, mesmo sem saber do conteúdo do enredo. Cada dia que passa, que a gente canta esse samba, que eu vejo a reação das pessoas, eu percebo que o samba está sendo bem aceito pela escola, pela comunidade, pela galera que está indo em nossas feijoadas, eu estou acreditando bastante nesse samba”, revela o cantor.

Daniel, conhecido pelo grande potencial de voz, também comentou sobre como realiza a preparação para o dia de colocar a voz oficial, ressaltando que leva muito da emoção para o trabalho técnico.

“No meu caso, falo em relação a mim particularmente, a técnica até existe, mas eu sou muito coração, sou muito da emoção. Quando chego aqui, eu esqueço tudo, vou no sentimento, ano passado até me emocionei, e eu costumo chegar aqui e pensar, vou fazer como se eu estivesse desenhando uma pintura, eu me entrego por completo para fazer a melhor gravação possível para a escola, para entregar a mensagem, para que a galera entenda o samba e tudo ficar perfeito na medida do possível”, conta Daniel Silva.

O samba, vencedor do concurso realizado pelo Império da Tijuca, tem autoria de Samir Trindade, Ricardo Simpatia, Bachini, Júlio Pagé, Wagner Zanco, Osmar Fernandes e Almeida Sambista. Quem segue no comando da Sinfonia Imperial é mestre Jordan que trouxe para a gravação da faixa oficial da escola na Série Ouro, um pouco do que pretende levar para Sapucaí.

“A gente já vem ensaiando há bastante tempo, mesmo antes de escolher o samba, a gente já estava ensaiando com o pessoal da bateria, só que a gente ainda não ensaiou com o canto da escola, a gente está adorando as coisas e está dando tudo certo. Já encaixamos as bossas direitinho. Todas as bossas que estarão no CD, a gente vai fazer na avenida. Fizemos três bossas, tem algumas viradas que nós fazemos diferenciadas”, esclarece o comandante da Sinfonia Imperial.

Mestre Jordan também destacou a importância que o trabalho de gravação oficial do samba tem para a preparação da escola em relação ao desfile.

“Para a gente que está no grupo de Acesso, a gente não tem tanta estrutura como no Especial para fazer certos tipos de ensaio, assim fica mais fácil, para o pessoal já ir escutando o que está no CD, muito mais fácil de assimilar as paradinhas, assimilar as viradas, fica muito mais fácil para todo mundo”, aponta Jordan.

Mesmo ainda sem a quadra, o Império da Tijuca vem tentando se organizar principalmente com a parte financeira. O diretor de carnaval, Luan Teles, explicou o planejamento da escola para o Carnaval 2023 em um ano atípico que por conta dos desfiles que aconteceram mais tarde do que de costume e isso mexeu um pouco com a preparação para o próximo.

“O nosso planejamento geralmente começa mais cedo, e como o carnaval já acabou em maio, a gente sempre apresentou enredo em abril, feijoada de São Jorge, e acabou que Abril ainda nem tínhamos acabado o desfile, não tinha definido nada, então a gente enfrenta um pouco a dificuldade de não ter saído o dinheiro ainda, nós temos o problema de não ter a quadra, de não poder fazer o giro da grana para a gente poder manter. Está um pouco corrido, a gente deu início ao barracão, já desmontamos o barracão, protótipo está para apresentar no final de outubro, e com a gravação do samba a gente inicia já os ensaios lá do lado de fora da quadra, por ele estar interditada, a gente vai levando devagarinho, aos poucos”, entende Luan.

O Império da Tijuca será a sétima escola a desfilar na segunda noite da Série Ouro em 2023.

Jorge Aragão e Dudu Nobre segunda-feira no Botequim da Cidade do Samba

Depois do sucesso da primeira edição, o Botequim da Cidade do Samba volta com a mesma força na segunda-feira, dia 07 de novembro. A partir das 18h, as portas da Fábrica de Sonhos do Rio Carnaval se abrem para o público e uma série de atrações especiais. Jorge Aragão, Dudu Nobre, Luiz Camilo, Chacal do Sax e o grupo Quintal da Magia vão proporcionar um início de semana inesquecível.

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O evento tem a organização da Liga Independente das Escolas de Samba e reforça o ativo cultural que é a Cidade do Samba. As edições são mensais e o ‘’happy hour’’ da folia acontece de 18h às 23h, sempre com a apresentação de Teteu José.

“A primeira edição foi um sucesso de público e alegria. Vi pessoas de diversas idades e classes sociais confraternizando, se divertindo. Tudo com segurança e acessibilidade para chegar e sair. É fundamental que elas estejam no nosso ambiente, respirando o ar da Cidade do Samba. Afinal de contas, é dali que surgem as coisas maravilhosas que veremos no próximo desfile”, ressaltou Jorge Perlingeiro, presidente da Liesa.

Para garantir que todos possam participar da festa, serão colocados à venda ingressos em preços promocionais, a partir de R$ 20, com entrada grátis para o público feminino até às 19h. Mesas para até quatro pessoas sairão por R$ 50. O estacionamento custará R$ 20.

Mais informações podem ser obtidas por telefone e pelos canais de comunicação oficiais do Rio Carnaval. Os ingressos estão disponíveis para venda online neste link: https://www.ingressocerto.com/botequim-da-cidade-do-samba

Botequim da Cidade do Samba, edição de novembro
Quando:Segunda-feira, 07 de novembro, de 18h às 23h
Onde:Rua Rivadávia Correa, 60, na Gamboa
Atrações:Jorge Aragão, Dudu Nobre, Luiz Camilo, Chacal do Sax e o grupo Quintal da Magia
Preços: A partir de R$ 20 (gratuito para mulheres até 19h), com mesas por R$ 50 (quatro lugares)
Estacionamento:No local, por R$20
Mais informações:(21) 98889-8517 e (21) 98889-8518

Mocidade apresenta novidades em sua equipe de desfile

A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou adequações pontuais em sua equipe técnica de desfile para o Carnaval 2023. Wallace Capoeira, que dirigiu a harmonia da agremiação a partir de 2017, passa a ser o coordenador operacional de barracão. Já a harmonia será comandada pela dupla Dudu Gaspar e Léo Mira, que já integravam a equipe da escola.

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Foto: Divulgação

“São apenas alguns ajustes para que tenhamos as tarefas bem definidas em cada ensaio e no desfile. O Capoeira realizou um ótimo trabalho e seguirá nos ajudando. Estará sempre ao meu lado. O Léo e o Dudu faziam funções determinantes nos desfiles desde 2017, e agora recebem essa oportunidade por méritos. Tenho certeza de que teremos uma equipe ainda mais forte e coesa para alcançar as notas máximas”, explica Marquinho Marino, diretor de carnaval da verde e branca.

Na coordenação de alegorias, Dinho Madeira e Alemão, que também integraram a harmonia da Mocidade nos últimos anos, serão os responsáveis. Eles tomam conta do andamento de cada alegoria no trajeto na pista de desfiles, bem como na evolução delas até a dispersão.

Os ensaios de canto da Mocidade para o próximo desfile começam na próxima quarta-feira, dia 09 de novembro, na quadra da Vila Vintém, a partir das 20h30.

Império Serrano divulga fantasia de ala para homenagear Arlindo Cruz

O Império Serrano, de volta ao Grupo Especial, divulgou uma fantasia de ala comercial para o Carnaval 2023. O enredo ”Lugares de Arlindo” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Alex Souza que fará sua estreia no Reizinho de Madureira. A ideia é passear pela carreira, vida e os gostos do grande baluarte da escola Arlindo Cruz. Em 2023, a agremiação vai abrir o domingo, primeira noite de desfiles do Grupo Especial.

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A fantasia divulgada nesta quinta-feira recebeu o nome de “Sambista perfeito, Orfeu intuitivo, senhor e cativo nas artes do amor”.

“Inspirado nos versos de “Sambista Perfeito”, composição de Arlindo Cruz e Nei Lopes, o Império Serrano personifica a figura mitológica de Orfeu para simbolizar o pagode romântico nas composições de Arlindo”, informou o texto da escola.

Imperatriz Leopoldinense realiza primeiro ensaio rumo ao Carnaval 2023 nesta sexta-feira

A Imperatriz Leopoldinense realiza nesta sexta-feira o primeiro ensaio de comunidade para o Carnaval 2023. O evento será na quadra da escola e terá entrada gratuita. Os portões abrem às 20h.

A verde, branco e ouro tem agendado seus ensaios de comunidade para todas as sextas-feiras. Os treinos de rua acontecerão a partir de dezembro, no bairro de Bonsucesso.

Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense será a quarta agremiação a desfilar na segunda-feira de Carnaval, no dia 20 de fevereiro, com o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, do carnavalesco Leandro Vieira.

O tema se inspira em cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu”, que se debruça nas hipóteses da literatura de cordel sobre o que teria acontecido com a alma do cangaceiro após sua morte, em 28 de julho de 1938.

A quadra de ensaios da Imperatriz fica na Rua Professor Lacé, 235, Ramos.

Unidos de Padre Miguel abre vagas para alas coreografadas

Para os foliões que curtem alas coreografadas, a Unidos de Padre Miguel está recebendo inscrições de componentes para suas alas. As vagas são para homens e mulheres com aptidão para dança. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 21 98359-2678, com George Louzada.

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Foto: Divulgação

A Unidos de Padre Miguel levará para a Marquês de Sapucaí em 2023 o enredo “Baião de Mouros”, de autoria dos carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves. A Vermelha e branca da Vila Vintém será a quinta agremiação a desfilar na sexta-feira de carnaval, pela Série A, do Rio de Janeiro, em busca do tão sonhado título e o acesso ao Grupo Especial.

Grupo Samba Enredo de Raiz completa sete anos e faz festa com gravação de show

Completando sete anos de muita roda de samba-enredo, o Grupo Samba Enredo de Raiz, ou Grupo S.E.R. como também é chamado, realizará um grande evento na quadra da Portela para comemoração do aniversário.

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Foto: Divulgação

Com data marcada para o próximo dia 13 de novembro, a partir das 13h, o grupo fará a sua já tradicional roda com o gênero que levanta o público e homenageia todas as escolas de samba do nosso carnaval. Muitos convidados e uma programação repleta de surpresas está sendo preparada para este dia, que terá uma gravação oficial do show.

O grupo liderado por Igor Vianna, intérprete da União da Ilha, conta um um time de músicos de muito talento. No repertório, sambas-enredo que marcaram as histórias das agremiações e do carnaval, passando por décadas e todas as divisões de desfiles.

Para Igor, o público vai ter a melhor roda de samba-enredo do Rio de Janeiro em versão comemorativa: “Estamos preparando um grande evento trazendo personalidades do samba que são amigos de vida e da trajetória do grupo. Vai ser um grande encontro!”, adianta.

O ingresso custa apenas R$ 20 e pode ser adquirido pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/aniversario-do-grupo-samba-enredo-de-raiz__1726993?share_id=hg6lr ou nos pontos físicos, como a bilheteria da quadra da Portela, o Baródromo e as lojas do Império Serrano e King Sport Rio, ambas em Madureira.

Liga-SP abre venda total dos ingressos para o Carnaval 2023 com lote promocional de compre um, ganhe outro

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo abre nesta quinta-feira, oficialmente, a venda total de ingressos para os desfiles do ano que vem. Agora, com mesas e cadeiras de pista, novo lote promocional de ingressos e duas bilheterias físicas na cidade. Saiba onde e como garantir um lugar para o espetáculo das escolas de samba no sambódromo do Anhembi.

Como comprar ingressos para o Carnaval SP 2023

A partir do dia 3 de novembro, quinta-feira, os sambistas podem adquirir ingressos em bilheterias físicas, em Pinheiros e no centro da cidade, além do site www.clubedoingresso.com/carnavalsp. Os ingressos têm valores a partir de R$ 90 para os desfiles do grupo Especial. Veja os endereços e horários de funcionamento:

Carioca Club Pinheiros
Endereço: rua Cardeal Arcoverde, nº 2899, Pinheiros – São Paulo, SP
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta, do meio-dia às 18h

Galeria do Rock – Loja 255
Endereço: avenida São João, nº 439, Centro – São Paulo, SP
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta, das 10h30 às 19h. Aos sábados, das 10h30 às 17h.

Mesas e cadeiras de pista

Também no dia 3 de novembro, estarão disponíveis para esta modalidade os setores A, B e G do sambódromo do Anhembi. Os ingressos podem ser adquiridos on-line, através do site www.clubedoingresso.com/carnavalsp, ou nos pontos de venda físicos, na Galeria do Rock, centro de São Paulo, e no Carioca Club, em Pinheiros.

Novo lote promocional de arquibancadas: compre um, ganhe outro

Já as arquibancadas do sambódromo do Anhembi entram em novo lote promocional. Por tempo limitado, todos que comprarem um ingresso para arquibancada (inteira) ganham um outro ingresso cortesia para o mesmo dia de desfile e setor. A promoção é válida, também, para quem já garantiu um lugar para assistir aos Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo em 2023, no primeiro lote, disponibilizado em junho. O Clube do Ingresso atenderá as pessoas que já compraram ingressos de arquibancada e querem ser contempladas com outro ingresso cortesia para o mesmo dia e setor. O atendimento será feito via WhatsApp (11) 3900-1058. Vale lembrar, a promoção é exclusiva para ingressos na modalidade inteira de arquibancada (meia-entrada não será contemplada) e por tempo limitado. Os desfiles do Acesso 2, no dia 11 de fevereiro, têm entrada gratuita nas arquibancadas. Não é necessário retirar nenhum tipo de ingresso, basta ir ao sambódromo do Anhembi.

Desfiles das escolas de samba de São Paulo

Na cidade que respira arte e cultura, o espetáculo é tradição, mas, a cada ano, a experiência é única e inesquecível. Nos dias 11, 17, 18 e 19 de fevereiro, as agremiações paulistanas retornam ao sambódromo do Anhembi. Os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo renovam seu caráter multifacetado e artístico, tornando o Carnaval paulistano em um verdadeiro festival de cultura popular, para todas as idades. No dia 25 de fevereiro, a temporada encerra com o Desfile das Campeãs.

Beija-Flor divulga fantasias de alas comerciais e de comunidade para o Carnaval 2023

A Beija-Flor de Nilópolis, atual vice-campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, divulgou algumas fantasias de alas comerciais e de comunidade para o Carnaval 2023. Novamente, a azul e branco prepara um enredo de forte apelo popular e com pegada crítica. A escola pretende levar para a avenida um novo olhar sobre a Independência do Brasil, através do enredo: “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues.

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Ameaça vermelha (ala de comunidade): Em dois momentos distintos de nossa história, em 1937 e 1964, setores conservadores da sociedade brasileira fizeram do medo o combustível para justificar intervenções autoritárias que romperam com as garantias constitucionais e instituíram regimes de exceção. Não à toa, nos dois momentos, teorias conspiratórias sobre uma ameaça comunista no Brasil ganharam força com o objetivo de criar na população temor e insegurança. Mobilizando valores, crenças e ideias construíram uma representação que se disseminou acerca do comunismo e legitimou ações violentas. Sendo um país forjado na desigualdade e erguido, em seus pilares, para manutenção desta, uma corrente ideológica que defende a transformação social entra em choque com o sentido desta nação, com a sua lógica fundante, sua razão de ser. O anticomunismo se enraizou graças à ação de órgãos estatais e entidades privadas que o disseminaram com forte apoio e adesão de setores conservadores da sociedade como, por exemplo, a Igreja e os militares. Tanto no Estado Novo quanto na Ditadura civil-militar o que se viu foram intervenções arbitrárias que cercearam direitos duramente conquistados para evitar uma ‘ameaça vermelha’ que nunca esteve próxima de se concretizar. Assim, ainda hoje, em momentos de crise ou instabilidade política institucional, o fantasma de um ‘perigo vermelho’ é acionado para legitimar medidas autoritárias, excludentes e antidemocráticas. A grande ironia é que a justificativa da implantação destes dois períodos ditatoriais foi uma suposta defesa do regime democrático.

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República da espada e do coturno (ala comercial): Se o tripé que sustentava o Império brasileiro era composto pela relação monarquia-latifúndio-escravidão, não surpreende perceber que com a abolição da escravatura em 1888, as oligarquias latifundiárias descontentes retiram seu apoio a monarquia e, no ano seguinte, é proclamada a República que decreta o banimento da família imperial do território brasileiro. A República no Brasil já nasceu velha, restringindo a cidadania a poucos e protagonizada por militares. É neste período, da Primeira República, que se consolida o projeto de nação iniciado no Império em suas características principais: a exclusão, a desigualdade e o autoritarismo. Operando através da construção de símbolos, o movimento republicano irá forjar uma ideia de Brasil que terá êxito na promoção dos seus valores. O país do futuro que silencia as mazelas do passado e as agruras do presente. O lema da bandeira nacional tem inspiração positivista. O progresso foi pensado como consequência da manutenção da ordem. Esta ordem, no Brasil, foi mantida através da violência, a partir da ação autoritária do Estado em um país desigual desde o seu alvorecer. Em nome da ordem e para manutenção da desigualdade, brasileiros e brasileiras sangraram nos sertões, nas florestas, campos e cidades. Eis a nossa República.

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Quem tem fome, tem pressa (ala de comunidade): A miséria, a extrema pobreza e a fome são sintomas do caráter desigual e excludente da formação nacional. Desde a colonização, o modelo econômico e social imposto em nosso território produziu a escassez e a insegurança alimentar. A brutal concentração de terras, o sistema escravista e a prioridade para exportação são algumas das raízes desta mazela. Este gigante de dimensões coloniais, onde a produção de alimentos bate recorde, ano após ano, também é o país onde o flagelo da fome é fato histórico. Uma nação verdadeiramente independente não pode conviver com a fome. Enquanto no ano de 2014 comemoramos o fato do país ter saído do Mapa da Fome da ONU; hoje, dados do Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontam que mais de 33 milhões de brasileiros não têm garantido o que comer, vivendo em situação de insegurança alimentar. O combate à fome no Brasil é uma luta histórica pela preservação da própria vida daqueles e daquelas condenados à carestia. A sociedade civil organizada é protagonista na denúncia, na mobilização, no enfrentamento e na conscientização em prol da conquista de políticas públicas que promovam a diminuição da pobreza. O objetivo primordial é garantir a todos os brasileiros e brasileiras o acesso a alimentação saudável, nutritiva e suficiente. Quem tem fome, tem pressa.

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Indígenas na luta pela terra (ala comercial): Em luta pelo seu direito originário desde a invasão colonial, as comunidades, os povos e nações indígenas conquistaram, através de ampla mobilização e organização coletiva, o reconhecimento desse direito na Constituição de 1988. Embora previsto em lei, a luta pela demarcação das terras indígenas segue sendo uma pauta fundamental em um contexto político de avanço do desmatamento, do agronegócio e da captura do Estado por estes interesses comerciais e produtivistas. A articulação dos povos indígenas têm marchado contra as duras investidas que ainda sofrem não apenas através de projetos de leis que autorizam, por exemplo, o garimpo em seus territórios mas também pela forte violência armada durante essas atividades e as invasões que ainda ocorrem nas poucas áreas demarcadas. Eles bradam, em alto e bom som, em defesa do direito fundamental dessas nações na busca de liberdade e autonomia: NÃO AO MARCO TEMPORAL! Indígenas são entraves aos interesses monopolistas dos latifundiários da burguesia agrária. Além de seus saberes ancestrais, tecnologias e formas de vida que desafiam a lógica castradora e uniformizante do Estado nacional, estabelecem uma relação com a terra que não é econômica; muito pelo contrário: a terra é fonte significativa da sua experiência comunitária. Possuem uma imensa diversidade sociocultural e linguística que insistem em preservar em um cenário de epistemicídio de todos os modos de conhecimento para além do paradigma ocidental judaico-cristão.

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Ode aos “Botocudos” (ala de comunidade): Indígenas integrantes do complexo Macro-jê, os “botocudos” são caçadores e coletores seminômades que cultivam a crença nos espíritos encantados dos mortos. Seus hábitos e modos de vida foram classificados pelo olhar eurocêntrico do colonizador, desde o primeiro contato, como obstáculos a um projeto civilizatório homogeneizador e violento. No ano de 1808, assim que a Corte Portuguesa chegou ao país, Dom João declarou uma guerra ofensiva aos chamados botocudos que só seria revogada em 1831. O que justificava esta medida e a guerra que se instaurou era o interesse nas terras. No século XIX, eles ocuparam os sertões de Minas Gerais e do Espírito Santo, na região dos rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha, lugar cobiçado no roteiro de expansão econômica que tinha justamente na questão fundiária uma pauta decisiva. Mesmo durante as guerras da independência, os conflitos entre as tropas do nascente Império brasileiro e os indígenas não cessaram. No alvorecer de um Brasil emancipado de Portugal, indígenas, filhos desta terra, foram combatidos como inimigos da nação a se construir. Em 1824 os “botocudos” realizam um cerco na cidade de Vitória em um episódio emblemático de insubmissão em um contexto violento onde a própria existência desta nação indígena estava em jogo. Reconhecemos sua altivez e bravura através de diferentes táticas e estratégias em uma saga de resistência heróica. Fazemos aqui nossa ode a estes heróis da terra.

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O sonho de liberdade Malê (ala de comunidade): Permeava o imaginário de todos os cativos, o sonho da liberdade. Após o grito de 1822, não compreendia-se a tal Independência com tantos ainda presos e forçados ao trabalho, sustentando sob a barbárie os alicerces do “progresso” desta terra. A manutenção da escravidão estava nas letras miúdas deste pacto mentiroso. A tensão dos escravizados explodia por vários cantos do Brasil. Salvador, que entre escravizados e libertos, tinha 78% da população composta por afrodescendentes, foi palco de diversas rebeliões negras sendo a mais significativa dentre estas a Revolta dos Malês. Um protesto coletivo, um levante, uma rebelião que, embora tenha sido rapidamente controlada, estremeceu a classe senhorial em seu temor de um novo Haiti. Este movimento pode ser compreendido a partir de uma combinação sui generis de três elementos: pertencimento étnico, condição de classe e religião. Os malês eram negros muçulmanos de origem iorubá – nagôs, haussás, ewes e etc. – e esta identidade étnica e religiosa se articulava a condição de classe: a maior parte dos revoltosos eram escravizados. Mesmo os revoltosos libertos, compunham o estrato mais baixo da pirâmide social. Nas reuniões de mobilização havia a leitura e a memorização de passagens do Alcorão. Partilhavam coletivamente a crença no poder protetor de amuletos. Os filhos de Alá na Bahia ensejaram transformar radicalmente a sua realidade e embora não tenham sido vitoriosos, os malês legaram heranças históricas e culturais até hoje presentes em nosso cotidiano, mas, acima de tudo, nos ensinaram, através de sua experiência, a importância da organização coletiva para os nossos anseios de liberdade, por isso um retrato glorioso em nosso ato, aos que vieram antes e lutaram. Vestir-nos de Malê é incorporar seus sonhos, mesmo que marginalizados em um projeto de sociedade.