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João Drumond projeta expansão do Instituto Imperatriz e celebra avanços na gestão da Liesa

João Felipe Drumond, diretor financeiro da Liesa e vice-presidente da Imperatriz Leopoldinense, conversou com o CARNAVALESCO durante a Noite dos Enredos, no último dia 8 de agosto. Ele falou sobre a gestão financeira da Liga, o reconhecimento do carnaval carioca como manifestação cultural nacional, a experiência de presenciar a sanção da lei em Brasília e os planos para o futuro do Instituto Imperatriz.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O dirigente iniciou fazendo um balanço do primeiro ano à frente do departamento financeiro da Liesa. Ele avaliou de forma positiva as relações com as escolas e o avanço na remuneração dos profissionais do carnaval, prioridade que, segundo ele, seguirá sendo o foco da gestão.

“Vamos trabalhar este ano para dar ainda mais condições para que as escolas de samba possam remunerar cada vez melhor seus artistas, oferecer condições de trabalho dignas e garantir que o espetáculo mantenha um nível cada vez mais equilibrado, com igualdade de chances e oportunidades para todas as escolas”.

As agremiações têm elogiado a gestão de João no setor financeiro, apontando melhorias significativas na administração. Para ele, o mérito é coletivo, fruto do trabalho da Liga sob a presidência de Gabriel David. Ele também destacou a chegada de novos parceiros comerciais para o Rio Carnaval como um dos próximos avanços.

“Somos liderados pelo gabinete do Gabriel David, com muito mérito para todos os setores da Liga, comercial, marketing, comunicação, financeiro. Não tenho dúvida de que a tendência é melhorar ainda mais. Temos uma nova marca chegando para se juntar à Liga, estamos dando as boas-vindas ao Mercado Pago, e tenho certeza de que, ainda este ano, teremos mais marcas conosco”, afirmou.

Recentemente, João também representou a Liesa em Brasília, durante a sanção da lei que reconhece o Carnaval do Rio como manifestação cultural nacional. Ele ressaltou a importância desse marco, que valoriza o samba, o sambista e todos os profissionais que constroem o espetáculo.

“É um marco para a Liesa ser recebida pelo Presidente da República, dentro do gabinete presidencial, e ver a valorização não só do espetáculo, mas principalmente de cada pessoa que o faz acontecer. Quando o Carnaval é declarado patrimônio imaterial da cultura nacional, também se reconhece como patrimônio o artesão, o ferreiro, o serralheiro, a costureira e o sambista de forma geral. Para mim, pessoalmente, ter representado a Liesa nesse momento histórico é algo que levarei para o resto da vida. Tenho muito orgulho de ter estado lá, junto ao Presidente, ao Governo Federal e aos deputados, comemorando esse dia tão importante para a nossa cultura”, destacou.

Por fim, o vice-presidente da Rainha de Ramos falou sobre o futuro do Instituto Imperatriz, que pretende auxiliar moradores da Zona da Leopoldina e comunidades próximas, em busca de uma sede definitiva e da expansão com núcleos avançados.

“Temos muitos projetos em fase de planejamento, com muito cuidado e zelo, para que possamos atender cada vez melhor e mais pessoas em nossa comunidade. A nossa expectativa é que, até o final do ano, já estejamos na nossa sede. Tenho certeza de que vamos trazer muitas conquistas para a Leopoldina, e essa sede será apenas o início de uma nova era. Pretendemos avançar com núcleos do Instituto Imperatriz dentro das comunidades, e muito em breve teremos não só a sede funcionando, mas também núcleos avançados no Complexo do Alemão, no Complexo da Penha e no Complexo da Maré”, concluiu.

José Junior mergulha no universo do samba e anuncia pacote de produções sobre o carnaval

O produtor cultural José Junior, fundador do AfroReggae, está expandindo suas fronteiras e mergulhando de cabeça no universo do carnaval. Conhecido por suas séries de sucesso que retratam a realidade das comunidades, Junior agora volta seu olhar para a maior festa popular do Brasil. Os primeiros grandes projetos são o reality show “A Voz do Carnaval”, que definiu os novos intérpretes da Beija-Flor de Nilópolis, e uma série documental sobre a vida e carreira do ícone Neguinho da Beija-Flor. A relação de José Junior com a escola de Nilópolis não é recente. Ele se considera “um cara dos anos 1980” e sua formação cultural foi marcada pela era de ouro da agremiação, com figuras como Joãozinho Trinta, Neguinho e Anísio Abraão David.

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Foto: Divulgação/AfroReggae Audiovisual

“Eu vi muito a Beija-Flor. Joãozinho Trinta, Neguinho, Anísio. Muitas referências”, relembra.

Após um período afastado, a paixão reacendeu através de uma forte amizade com Gabriel David, presidente da Liesa. Foi de uma conversa com ele que nasceu a ideia do reality.

“Ele virou pra mim, cara, e falou assim: ‘irmão, tive uma ideia, queria ver o que que você acha'”, conta Junior.

A proposta era criar um programa para escolher o novo intérprete da escola, uma iniciativa que Junior abraçou imediatamente, sentindo-se privilegiado com o convite.  O projeto, realizado em parceria com o Multishow e o Globoplay, promete mostrar ao público “a doutrina da Beija-Flor”, revelando um processo de escolha que já existia internamente, mas que agora será televisionado.

Durante a produção do reality, surgiu a inspiração para um novo projeto. “Eu senti que tinha que fazer uma série do Neguinho também, na paralela”, explica Junior.

Assim, nasceu a série documental sobre um dos maiores nomes do carnaval, um projeto que ele descreve como “inspiracional e de superação”. A produção irá explorar histórias desconhecidas do grande público, desde a época do “Neguinho da Vala” até momentos pessoais delicados, como a luta contra o câncer.

“Esse cara é um vencedor. Eu acho que ele é um herói brasileiro”, afirma o produtor.

Novos horizontes e a visão para o futuro

A imersão no carnaval abriu um leque de possibilidades para José Junior, que já planeja outras obras ambientadas neste universo. Ele está desenvolvendo duas séries de ficção que terão o carnaval como pano de fundo: uma sobre o Jogo do Bicho e outra, intitulada “Dinastia”, que narra a história real de uma família há 50 anos no tráfico e sua relação com a festa.

Para Junior, que tem uma longa trajetória de trabalho em comunidades, a escola de samba é o “maior exemplo de comunidade”. Ele confessa que seu conhecimento prévio era superficial e que a convivência com os baluartes e membros da Beija-Flor o fez perceber a complexidade e a riqueza desse mundo. Essa experiência já o inspira a sonhar com novas histórias, como uma ficção baseada na vida da sambista Pinah.

“Quando você começa a conviver com esse mundo, com esse universo isso muda a cabeça”, reflete.

Com múltiplos projetos em andamento, José Junior se posiciona não apenas como um produtor, mas como um cronista deste universo, resgatando parte de sua própria infância e se comprometendo a levar as histórias, os dramas e as glórias do carnaval para uma audiência ainda maior.

Grande Rio inicia eliminatória de samba em noite marcada por equilíbrio nas apresentações

A Acadêmicos do Grande Rio realizou sua primeira eliminatória de sambas-enredo para o Carnaval 2026 na última terça-feira. Onze sambas se apresentaram na quadra da tricolor, retratando o enredo “A Nação do Mangue”, sobre o movimento Manguebeat, de autoria do carnavalesco Antônio Gonzaga. Apesar de algumas boas apresentações, não houve um destaque absoluto na primeira noite de disputas. Abaixo, o CARNAVALESCO apresenta a análise sobre o desempenho de cada samba que se apresentou na noite.

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Foto: Rafael Arantes/Divulgação Grande Rio

Parceria de Dinho Artigrili: O samba de Dinho Artigrili, Alex Primo, Ricardo Construção, Viny Melodia e Hugo da Grande Rio teve Danilo Cezar no microfone principal. A apresentação contou com uma torcida numerosa e animada, porém ainda sem o samba “na ponta da língua”. Tecnicamente, foi uma apresentação correta, pautada no refrão principal e numa primeira parte de melodia envolvente, culminando num forte refrão central: “ó chama os batuqueiros, eu já vou me chegando, maracatu atômico já tô incorporando, traz no peito a coragem dos nossos ancestrais, é lança certeira que não volta atrás”.

Parceria de Derê: A obra de Derê, Licinho Jr., Moratelli, Julio Alves e Fábio Gomes teve Bruno Ribas e Leozinho Nunes à frente dos microfones. Um samba que começa em tom bastante aguerrido com os versos “é tempo de revolução, o mangue vai se libertar, convoco a minha nação pra emergir deste chão, recuperar o meu lugar”. Toda a primeira parte é construída em cima da revolução social feita pelo movimento manguebeat. O refrão central é mais poético e de bonita melodia: “gonguê, ganzá, girar, girou, o maioral incorporou, foi na roda de ciranda, entre o galo e a lua cheia, na encruza sem demanda, pés descalços na areia”. A apresentação foi muito boa, apesar de uma leve queda na última passada, e conseguiu transmitir a beleza da obra.

Parceria de Neguinha da Grande Rio: A parceria de Neguinha da Grande Rio, Rubens Gordinho, André Ricardo e Celsinho Mody teve Nêgo e Celsinho defendendo o samba na quadra. A obra apresentou uma melodia com arroubos de ousadia e variações fora do usual, que deram um charme à apresentação. Porém, o samba acabou tendo um rendimento irregular, com uma queda em alguns trechos, como no refrão “é Daruê, Daruê Malungo, nação Zumbi, casa real, é o rei Chico no cortejo, o caranguejo genial”. O refrão de cabeça, com uma melodia mais convencional, passou de forma regular.

Parceria de Myngal: Obra de Myngal, Denilson Sodré, João Diniz, Miguel Dibo e Hélio Porto, que trouxe Charles Silva e Rafael Tinguinha comandando a apresentação. O refrão de cabeça “meu canto é maracatu por igualdade, nas garras do aratu, identidade, num Grande Rio de veias abertas, toque de alfaia, mente liberta” se mostrou bastante funcional. O refrão central, de estrutura melódica mais ousada, foi um ponto alto da obra, com os versos “daruê Malungo ê, viva o templo de batalha, daruê Malungo ê, descendentes de Dandara, é guardião regue o pé do mundo livre, lamento negro é essência que vive”. A apresentação foi redonda e manteve o pique em todas as suas passadas.

Parceria de Ailson Picanço: O samba de Ailson Picanço, Marquinho Paloma, Davison Wendel, Xande Pieroni e Marcelo Moraes teve Dodô Ananias como voz principal. O samba, em muitos momentos, soa como um clamor, e a apresentação alcançou isso com êxito, como no belo refrão central: “manamauê, maracatu, saluba ê Nanã, Yabá! A vida parecida com as águas, não é doce como o rio, nem salgada feito o mar”. A segunda parte tem melodia dolente até os versos finais, que preparam para a cabeça que não tem refrão. O samba vinha tendo uma ótima apresentação, porém a estrutura sem este refrão de cabeça acabou causando uma falta de entendimento de quando o samba se encerrava, e a parceria seguiu cantando, tendo que ser interrompida pelo diretor de carnaval Thiago Monteiro.

Parceria de Marcelinho Santos: A composição de Marcelinho Santos, Henrique Bilico, Xande de Pilares, Ricco Ayrão e Sergio Daniel teve no palco Tem-Tem Jr., Ito Melodia, Vitor Cunha e Thiago Britto. Um samba que apostou em refrãos de canto fácil e melodia que “jogava a obra para cima”. Principalmente, no refrão de cabeça, isso se retratou na apresentação, que foi empolgada, com os versos “maré que vai, maré que vem, caranguejo em movimento não aceita ser refém, maré que vai, maré que vem, o tambor da Grande Rio não se rende pra ninguém”. Na letra, alguns versos soam de construção mais simples, porém a estrutura mais usual contribuiu para uma animada apresentação.

Parceria de Samir Trindade: A parceria de Samir Trindade, Mateus Pranto, Laura Romero, Binho Teixeira e Leandro Custódio teve Wantuir comandando o samba. A obra mostrou alguns trechos com canto atropelado, como nos versos “em Caxias, batida ecoou é Baixada e Recife a lutar, dois mundos o mesmo clamor, manguebeat, um país, meu lugar”. O refrão de cabeça teve um desempenho correto, porém o destaque da apresentação foi o falso refrão central: “Dos maracatus e de Palmares, mestre Salu e Daruê, eu sou a voz da liberdade, o caos, o fuzuê, cirandeiro ê, cirandeiro á, lamento negro, Malungo a cantar, cirandeiro á okê, caboclo okê, do som emergir, da lama vencer”. No geral, foi uma apresentação irregular, com alguns bons momentos.

Parceria de Igor Leall: O samba de Igor Leall, Arlindinho Cruz, Paulo César Feital, Romeu D’Malandro e Gustavo Clarão mostrou irregularidades. O refrão de cabeça “Saluba Nanã, Nanã Buruquê, agô para entrar pra pisar no seu Ilê, respeite quem é de fato direito, nação Zumbi Grande Rio no peito” se destacou na apresentação e teve um bom rendimento. O restante da obra não teve uma sustentação linear em todas as passadas, com alguns versos soando truncados e não contribuindo para um desempenho elevado.

Parceria de Mariano Araújo: A obra de Mariano Araújo, Moisés Santiago, Dionísio, Aldir Senna e Wolkester Rolleigh teve Clóvis Pê e Tuninho Junior como vozes principais. O samba obteve um desempenho satisfatório com três passadas firmes e um refrão principal que mostrou força na quadra, com os versos “Grande Rio vem na força da Baixada, no baque virado dos tambores da invocada, o povo forte ergue a comunidade, e sai da lama pra viver dignidade”. Uma apresentação consistente da parceria.

Parceria de João Carlos: O samba de João Carlos, Adilson Quaresma, Max Pierre, Altamar Franco e Jaiminho Balta Point realizou uma apresentação agradável, apesar do refrão de cabeça “bota pra moer, Grande Rio me chamou, bota pra moer, que a festa começou, lá vem a minha tricolor, olha a onda” ter uma letra mais simplória. O restante do samba alterna bons momentos com uma segunda parte menos inspirada no que diz respeito à condução do enredo, com pouca concatenação entre os versos.

Parceria de Eduardo Bretas: A parceria de Eduardo Bretas, Marcão Lodi, Diego Soares, Paulinho Letra e T’Nem teve Guto defendendo o samba. E o intérprete elevou o nível da obra com um excelente desempenho, explorando boas soluções melódicas como no início da segunda parte: “A lança de okê, o dom de subverter, o som que faz vencer a lama, Saluba Nanã!”. Apesar do refrão de cabeça e do trecho que emula um refrão central com mudança nos versos finais não serem de muito impacto, a obra se manteve com um rendimento bom em toda a sua passagem.

União de Maricá recebe Samba de Caboclo em festa para samba-enredo do Carnaval 2026 no sábado

A União de Maricá vai transformar sua quadra em um grande palco de festa no próximo sábado (6), a partir das 18h, para celebrar o samba-enredo campeão do Carnaval 2026. A noite terá como atração principal a estreia em Maricá do grupo Samba de Caboclo, que comanda uma super roda de samba, além de um show completo dos segmentos da escola liderados pelo intérprete oficial Zé Paulo Sierra e a abertura com o cantor Babby. A entrada é solidária, mediante doação de 1kg de alimento não perecível.

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Foto: Renata Xavier/Divulgação Maricá

Matheus Santos, presidente da União de Maricá, destacou a importância da agenda movimentada de eventos promovidos pela escola. Ele também frisou que o momento será de celebração rumo ao próximo desfile.

“Este será um momento de alegria e confraternização, em que nossa comunidade vai celebrar o samba escolhido para o Carnaval 2026. A movimentação constante da quadra é fundamental, porque este espaço é mais do que o coração da escola, é um lugar de encontro, força cultural e fortalecimento da nossa identidade como escola de samba. Receber o Samba de Caboclo em Maricá, pela primeira vez, também é um presente para todos nós”, afirmou Santos.

Em 2026, a União de Maricá será a sexta escola a cruzar a Sapucaí no dia 14 de fevereiro, sábado, pela Série Ouro. A composição de Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7 irá embalar a escola em busca do acesso ao Grupo Especial.

Paraíso do Tuiuti inicia inscrições para alas de comunidade

O Paraíso do Tuiuti começou a realizar às segundas as inscrições para os interessados em desfilar nas alas de comunidade da escola. O cadastramento será feito sempre a partir das 19h, na quadra da agremiação. Os interessados devem levar documentos básicos, como RG, CPF, comprovante de residência e uma foto 3×4.

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Foto: Gipe Produção/Divulgação

Logo após o cadastro, a partir das 20h, a agremiação também realiza os ensaios de canto com o samba do Carnaval 2026. A quadra do Tuiuti fica no Campo de São Cristóvão, 33, no bairro de São Cristóvão.

No próximo Carnaval, o Paraíso do Tuiuti será a primeira escola a desfilar na terça-feira de Carnaval com o enredo “Lonã Ifá Lukumi”, sobre uma vertente religiosa afro-cubana que vem sendo redescoberta no Brasil. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.

Unidos da Tijuca leva quatro sambas para a semifinal que será realizada nesta quinta

A Unidos da Tijuca entra na reta final da escolha do hino que cantará na Avenida em 2026, que servirá de trilha sonora para o enredo “Carolina Maria de Jesus”. A semifinal acontece nesta quinta, 04 de setembro, a partir das 19 horas, na quadra da agremiação, situada no Santo Cristo. A entrada é franca para segmentos e componentes inscritos para o próximo desfile. A quadra da escola fica situada à Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo. Há estacionamento amplo no local.

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Foto: Gabriel Gomes/CARNAVALESCO

Quatro parcerias disputarão três vagas para a grande final que acontecerá dia 13 de setembro, data que também será marcada pela coroação da rainha de bateria Mileide Mihaile. Para a penúltima etapa eliminatória, a escola abrirá as portas de sua quadra a partir das 19h para a escolha dos sambas finalistas. Os ingressos poderão ser adquiridos antecipadamente através do Sympla ou no televendas 21 96451-5719. A pista custa R$ 30,00 (antecipado). As mesas para 4 pessoas (com ingressos inclusos) sai por R$ 300,00. Os camarotes inferiores para 10 pessoas custam R$ 800 e os superiores R$ 1.000,00. Quem preferir poderá adquirir diretamente na bilheteria, no horário do evento.

Confira as parcerias semifinalistas:
Samba Concorrente 1 – Compositores: Leandro Gaúcho, Anderson Benson, Maia Cordeiro, Clairton Fonseca, Fogaça, Paulo Marrocos , Ailson Picanço e Manoel Netto;
Samba Concorrente 7 – Compositores: Lico Monteiro, Samir Trindade, Leandro Thomaz, Marcelo Adnet, Marcelo Lepiane, Telmo Augusto, Gigi da Estiva e Juca;
Samba Concorrente 8 – Compositores: Gabriel Machado, Julio Pagé, Robson Bastos, Miguel Dibo, Serginho Motta, Orlando Ambrósio, Jeferson Oliveira e Lucas Macedo;
}Samba Concorrente 16 – Compositores: Arlindinho, Babi Cruz, Diego Nicolau, Adolfo Konder, Felipe Petrini, Luiz Pavarotti, Michel Portugal e Fred Camacho

Primeiro ‘Encontro Carnavalesco’ reúne imprensa especializada para debater os rumos da cobertura do carnaval

No dia 1º de setembro, segunda-feira, o Museu do Samba, na Mangueira, foi palco da primeira edição do “Encontro Carnavalesco”, iniciativa do CARNAVALESCO para celebrar seus 18 anos de existência. O debate, conduzido pelo criador e editor-chefe do veículo, Alberto João, reuniu nomes importantes da imprensa que cobre o carnaval carioca: Lucas Dellatorres (Band), Rafael Galdo (O Globo), Marcos Vinícius (Rádio Tupi), Raphael Azevedo (O Dia), Chico Frota (Rádio Arquibancada) e Gui Alves e Rangel (Mais Carnaval). O clima foi de confraternização, mas também de reflexão. Ao longo da noite, os profissionais compartilharam experiências, apontaram dificuldades e projetaram caminhos para o futuro da cobertura do maior espetáculo da Terra. Entre os principais pontos debatidos esteve a dificuldade de acesso e a falta de estrutura para as equipes que trabalham na Sapucaí.

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Desafios da cobertura jornalística

Lucas Dellatorres, da Band, destacou a complexidade logística da cobertura: “Sentimos muita falta das idas às escolas. Temos equipes em jornais locais, de rede e outros projetos. Não dá para montar equipe nas finais, por exemplo, porque a logística é muito maior do que quem está em casa imagina. Para mandar alguém à final da Unidos da Ponte, aquela equipe não pode trabalhar naquele dia. Assim, acabamos não conseguindo entregar tudo como gostaríamos. Mas, se o pessoal mandar vídeo na horizontal, conseguimos registro no jornal. Nos deram um limão, faremos uma limonada. Não é o ideal, mas estamos pensando em melhorar para o ano que vem”.

Rafael Galdo relembrou, com saudosismo, a época em que o carnaval era mais valorizado entre os novos profissionais: “Era muito diferente antigamente. A briga era por quem cobriria o Carnaval, e eu precisei conquistar meu espaço, porque havia muita gente qualificada nos jornais. Hoje, as equipes são mais jovens, muitos não conhecem a festa, então há o desafio de incentivá-los a aprender e apreciar essas histórias. Sinto falta do acompanhamento diário, do barracão, das quadras, do contato com a festa. Antigamente eu ia muito mais; hoje o tempo está mais curto, a rotina mais cheia, e consigo vivenciar muito menos tudo isso que é essencial para entender e transmitir o carnaval”.

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Marcos Vinícius, da Rádio Tupi, falou sobre a ausência do contato direto com a emoção dos desfiles: “Este ano senti um pouco a falta de estar na pista, de passar aquela emoção do componente. Estamos tendo que fazer um trabalho mais gravado, estudar nosso equipamento para concentrar melhor o som, mas sentimos que o ouvinte também percebe essa diferença. Não perdemos qualidade, mas sentimos falta do que tínhamos antes”.

O mediador Alberto João reforçou a importância do acesso: “A imprensa que não tem os direitos não consegue entrar na área de competição. Mesmo comprando ingressos, fica difícil acompanhar os módulos de julgamento ou ter proximidade com artistas. Precisamos de mais mobilidade para contar a história como ela é”.

Chico Frota, da Rádio Arquibancada, complementou: “Hoje nossos olhos são os mesmos da televisão. Temos que acompanhar a Band, a Globo, para ter informações. Antes, no setor 1, tínhamos contato maior com os artistas, e isso faz falta. É necessário pré-produzir tudo, preparar os repórteres, fazer com que enviem mensagens pelo WhatsApp durante o desfile, porque não dá mais para simplesmente chegar e registrar. Não há mais contrato com a emoção como antes”.

Rangel Andrade, do Mais Carnaval, destacou o papel da imprensa: “Sem imprensa não há divulgação, aquilo simplesmente não existe. Quando o Crivella assumiu, quem comprou a briga das escolas foi a imprensa. Se não fosse assim, nada teria sido feito. A imprensa precisa ser vista como parceira, para auxiliar e defender o Carnaval. Sem isso, vamos passar anos implorando por espaço”.

Evolução da cobertura: do texto ao vídeo

O debate abordou também a adaptação aos novos formatos. Rafael Galdo, de O Globo, explicou: “Se soubermos usar, a inteligência artificial ajuda a agilizar trabalhos, mas nosso trabalho não pode ser substituído. Hoje, o texto sozinho não basta: precisa de imagens, redes sociais, engajamento. Algumas matérias têm milhares de minutos de conteúdo e pouca leitura, mas outras, bem construídas, com vídeos e fotos, têm muito mais engajamento”.

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Raphael Azevedo, de O Dia, enfatizou o poder da imagem: “Um vídeo da musa do Império Serrano mandando beijo tem mais impacto do que o impresso. Mas o texto continua essencial para análise, registro histórico e memória. A imagem complementa, mas não substitui”.

Gui Alves, do Mais Carnaval, lembrou o papel da imprensa especializada em tempos difíceis: “Nos anos mais complicados da cultura, quando muitos projetos falharam, fomos nós que mantivemos o Carnaval visível. É importante que nosso trabalho seja reconhecido e valorizado, porque mantemos o público informado e apaixonado”.

Evolução da cobertura

Outro ponto de destaque foi a necessidade de adaptação às novas linguagens e plataformas. Rafael Galdo refletiu sobre esse processo: “Não basta escrever a matéria. É preciso pensar em engajamento, em redes sociais, em como transformar a informação em conteúdo multiplataforma. Até a inteligência artificial entrou nesse processo para otimizar o trabalho. O público quer informação rápida, mas também profundidade, e esse é o equilíbrio que temos que buscar”.

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Raphael Azevedo, de O Dia, acrescentou a importância do registro escrito: “Hoje, o corte de um vídeo, uma frase polêmica ou um momento específico ganham mais força do que uma reportagem inteira. Mas o texto continua sendo fundamental, porque ele é memória, registro, história. A gente precisa pensar no imediato, mas também no que vai ficar para o futuro do Carnaval”.

Para Gui Alves, do Mais Carnaval, é importante lembrar da resistência da imprensa especializada em momentos de crise: “Nos anos em que o Carnaval sofreu mais, fomos nós que seguramos a chama acesa. Quando não havia espaço na grande mídia, era a imprensa especializada que mantinha o público informado e apaixonado. Nossa missão é essa: estar ao lado do povo e das escolas, em qualquer situação”.

Papel da opinião

A opinião é um elemento central da cobertura especializada e exige equilíbrio e independência. Marcos Vinícius comentou: “Tem várias coisas, mas eu não vou escolher mal o meu prato de comida. Eu faço crítica construtiva, sem esculhambar, com respeito. Não é passar pano, mas também não é destruir”.

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Lucas Dellatorres detalhou: “A gente tem que opinar, mas sem perder a magia do espetáculo. Cada um tem sua perspectiva do que está vendo, e na rádio é pior ainda, porque quem está ouvindo só tem a sua régua. Você passa sua perspectiva e tenta dar ao público uma conclusão do que está acontecendo”.

Chico Frota destacou: “Eu já tirei âncora na Intendente Magalhães porque estava quase chorando, dizendo que aquilo ali é pobre demais, uma desgraça. Se você está transmitindo e fala isso, quem está do outro lado vai desligar. Tem que fazer crítica construtiva, sem destruir. Não é falar que tudo é maravilhoso, mas também não é passar pano”.

Rangel Andrade reforçou a independência: “Quando a gente faz opinião, é baseada em fatos. Se o carro quebrou, a culpa não é nossa, é de quem fez o carro. Mas muitas diretorias ainda não entendem que a imprensa precisa ser independente. Não estamos contra ninguém, apenas relatando a realidade. A imprensa não pode ser ameaçada e receber ligações pedindo para deletar conteúdos, como já acontece”.

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Gui Alves acrescentou: “É uma questão de contexto. Uma análise só tem valor se tiver embasamento. Criticar sem contexto é vazio. O público percebe quando a crítica tem seriedade e fundamento”.

Rafael Galdo resumiu: “É independência com equilíbrio. Podemos mostrar erros e problemas, mas sem perder a magia do Carnaval. Às vezes, mesmo com falhas, a vibração do público e a paixão da festa fazem toda a diferença”.

Raphael Azevedo comentou sobre pressões externas e a necessidade de transparência com o público: “Interação e independência. Hoje falta muito um olhar de quem está do outro lado para entender que a imprensa precisa ser independente. Não vamos ficar toda hora falando, mas é preciso que diretorias de escolas entendam quando algo é ruim. O trabalho é público e, quando se faz mal, todo mundo vê. Às vezes o desfile é bom, às vezes não, e nossa opinião precisa ser respeitada. No Carnaval, ainda há falta de transparência: você não sabe quanto ganha a segunda porta-bandeira, se tem que implorar para pagar um táxi ou ir para uma gravação. Em outros setores, como musicais, todos os valores são públicos. Precisamos de abertura para fazer jornalismo com equilíbrio e responsabilidade”.

Sonhos para o futuro

Na parte final, cada jornalista compartilhou seus desejos para o futuro da cobertura. Marcos Vinícius resumiu em uma frase que carrega o peso da tradição da Rádio Tupi: “Meu sonho é simples: quero voltar à pista com estrutura adequada, com condições para narrar o desfile como sempre fizemos. O público precisa sentir a emoção que acontece ali, e para isso é fundamental que o rádio esteja de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, a avenida”.

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Rafael Galdo projetou um cenário mais digno para os profissionais: “Desejo que tenhamos mais espaço, mais infraestrutura, mais bem-estar para as equipes de imprensa. O Carnaval é uma festa grandiosa, patrimônio cultural, e a cobertura precisa ter estrutura à altura. Não dá para continuar em condições improvisadas. O jornalista precisa ter dignidade para exercer o seu trabalho”.

Lucas Dellatorres defendeu mudanças práticas no modelo de trabalho: “Precisamos de uma logística melhor, mais organizada, que permita à imprensa trabalhar de forma digna e eficiente. É possível conciliar segurança e ordem sem sufocar a liberdade de circulação do jornalista. São Paulo já mostrou que isso funciona, e a gente pode se inspirar em exemplos positivos para que o Rio volte a ser referência também na cobertura”.

Raphael Azevedo reforçou a importância da união entre os veículos: “O futuro só vai ser melhor se estivermos juntos. Se cada um ficar isolado, perde espaço e respeito. Unidos, a gente tem força para reivindicar condições melhores, mais acesso, mais estrutura. Nosso sonho coletivo precisa ser a união da imprensa para garantir que a história do Carnaval continue sendo contada com seriedade e paixão”.

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Rangel Andrade projetou um futuro de maior proximidade com o público: “Meu desejo é ter mais contato com o povo, mais liberdade para narrar o Carnaval como ele é, sem amarras, sem protocolos que engessam o trabalho. O Carnaval é emoção, é verdade, e o público quer sentir isso na nossa cobertura. A imprensa precisa estar do lado do povo, porque é ali que está a essência da festa”.

Gui Alves sonhou com previsibilidade e organização: “Mais do que estrutura física, precisamos de planejamento. Hoje tudo é muito improvisado, decidido em cima da hora, e isso prejudica a cobertura. Se tivermos previsibilidade, condições claras e organização, conseguiremos fazer o nosso trabalho da melhor forma possível. Isso é o que vai garantir qualidade e respeito ao nosso trabalho”.

E Chico Frota concluiu com a visão dos projetos independentes, que lutam diariamente pela sobrevivência: “Quero ver a imprensa independente com apoio financeiro e espaço digno para trabalhar. É ruim tirar do próprio bolso. A Rádio Arquibancada já mostrou o seu valor, já provou que consegue entregar conteúdo de qualidade e que tem público fiel. O que falta é estrutura para que possamos continuar crescendo. O público reconhece o nosso trabalho, mas precisamos que o mercado e as instituições também reconheçam”.

Espaço de diálogo inédito

No encerramento, Alberto João celebrou o encontro: “Este evento nasceu da necessidade de criar um espaço onde todos possam trocar experiências e refletir sobre o Carnaval e sua cobertura. Queremos que seja o início de uma tradição que fortaleça a imprensa especializada e a própria festa”.

Nova geração no comando: Mestre Branco Ribeiro promete bateria ‘ousada e emocionante’ na Acadêmicos de Niterói para o Carnaval 2026

A Acadêmicos de Niterói mira o Carnaval 2026 com uma aposta clara na renovação e na força de sua comunidade. No coração da escola, a bateria “Cadência de Niterói”, uma nova pulsação será ditada por mestre Branco Ribeiro. Com uma trajetória sólida e um DNA do samba forjado desde as escolas mirins, Branco assume o desafio de comandar os ritmistas da azul e branco com a missão de entregar um trabalho ousado, técnico e, acima de tudo, carregado de significado. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o mestre revelou o peso e a honra que o convite representa, não apenas para sua carreira, mas para toda uma nova safra de sambistas que agora chega a postos de comando.

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Foto: Divulgação/Niterói

“Para mim, é um momento muito especial. Primeiro, por uma estreia da minha geração à frente de uma bateria, como mestre de bateria. E, óbvio, também pela homenagem ao presidente Lula. Ele transcende, deu voz e deu espaço para muitos de nós hoje na sociedade”, celebrou Branco, conectando sua ascensão profissional à representatividade do enredo.

Um som para ecoar na Avenida

Quando questionado sobre a identidade musical que pretende imprimir na “Cadência de Niterói”, mestre Branco não hesita em usar a palavra “ousadia”. No entanto, essa audácia é fruto de um trabalho consistente e de uma evolução que vem sendo construída ao longo de sua passagem por diversas agremiações, da Intendente Magalhães à Série Ouro.

“Nós vamos trazer um ritmo ousado, porque é a característica da nossa geração e eu como, vamos dizer, precursor hoje do ritmo. Acho que temos que trazer tudo que a gente vem construindo. Vai ser um ritmo ousado, com muita elegância, obviamente, e muita emoção em homenagem ao Lula. Que ele merece”, detalhou o mestre.

Legado e Inovação: A transição da batida

Um dos pontos mais importantes para a comunidade é entender como o novo trabalho dialogará com o legado deixado por mestre Demétrius. Branco demonstra profundo respeito pelo seu antecessor e explica que a base rítmica será mantida, mas com uma nova roupagem técnica, alinhada às tendências modernas das baterias.

“Vamos dizer que o Demétrius trabalha de um modo mais generalista, que é a maneira que a galera trabalhava com prato e tal. Hoje em dia, houve uma mudança drástica de caixa, que acaba saindo desse parâmetro. Mas a gente mantém ali as marcações, do jeito que o Demétrius já marcava, só que com uma afinação bem definida. Eu acho que essa é uma das marcas do Demétrius que a gente preserva, e também é uma das que está no meu DNA”, explicou o comandante, mostrando que a mudança será na precisão sonora, sem perder o balanço característico da escola.

Uma trajetória de dedicação ao ritmo

A chegada de Branco Ribeiro ao comando da bateria da Niterói não é um acaso. Sua história no carnaval começou cedo, em 2006, na escola mirim Filhos da Águia. Em 2008, tornou-se ritmista da Portela, bebendo de uma das fontes mais tradicionais do samba. De lá para cá, acumulou experiência como diretor em diversas agremiações e como mestre no Embalo do Engenho Novo, Em Cima da Hora, Vila Santa Tereza, Unidos da Ponte e, mais recentemente, na Botafogo Samba Clube. Essa jornada o credencia para o desafio de fazer a bateria pulsar forte no desfile de 2026, unindo a força de uma nova geração à tradição do pavilhão niteroiense.

Mocidade tem noite equilibrada e disputa de samba para o Carnaval 2026 já tem seus protagonistas

Duas parcerias se destacaram durante a quinta etapa das eliminatórias de samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, realizada na noite do último domingo, na quadra da Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, oito concorrentes se apresentaram. Os grupos liderados por Jaci Campo Grande e Rafael Drumond foram eliminados. No próximo Carnaval, a Estrela-Guia da Zona Oeste levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Rita Lee – a padroeira da liberdade”, desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage.

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Parceria de Paulinho Mocidade: A obra também é assinada por Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Ayres, Christiane e Trivella. Os intérpretes Dowglas Diniz, Tinguinha e o próprio Paulinho Mocidade comandaram a apresentação. Animado, o samba conseguiu unir o DNA de Rita à essência da Mocidade.
A torcida cantou com entusiasmo, embora não estivesse em peso, e alguns componentes da harmonia também se juntaram ao coro. Destaque para o falso refrão: “Venenosa ê ê ê ê ê / Erva venenosa ê ê ê / Vem tocar meu chocalho cascavel / O veneno é cruel!”. No geral, o ótimo desempenho resultou em uma das melhores apresentações da noite.

Parceria de Paulo César Feital: O samba foi escrito em parceria com Dudu Nobre, Claudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozario, Carlinhos da Chácara, Júlio Alves, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Leo Peres. O intérprete Tinga, acompanhado pelos demais cantores, conduziu uma apresentação de alto nível. A letra, marcada por irreverência e metáforas fortes, traduz com precisão o espírito de Rita Lee. A torcida se mostrou animada, ainda que com a letra em mãos, mas a quadra não chegou a ficar lotada. O carro de som, no entanto, manteve consistência e sustentou a obra com firmeza. Alguns trechos trazem alusões a composições de Rita, reforçando a identidade do enredo. O verso “Independente não teme ninguém” funcionou como grito de guerra da comunidade.

Parceria de Franco Cava: A obra tem assinatura de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovanni, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho. O intérprete Leozinho Nunes garantiu uma apresentação autêntica, acompanhado por cantores vestidos com figurinos que faziam alusão a Rita. Parte da torcida acompanhou a obra com o auxílio de cola. Entre os trechos mais marcantes, destacou-se: “Eu sou da Mocidade! A padroeira da liberdade, Rita ‘Lee-berdade’!”.

Parceria de Santana: O samba também foi composto por Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva. A apresentação teve início com um solo de saxofone executando a introdução de “Lança Perfume”. O intérprete Leonardo Bessa comandou o canto e contribuiu para uma passagem positiva. Torcedores, incluindo baianas da escola, cantavam a obra, ainda que com a letra em mãos.

Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra foi o grande destaque da noite. Além de Jefinho, assinam o samba Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax.
Os intérpretes Wander Pires, Charles Silva e Tem-Tem Jr. conduziram uma excelente apresentação, que incendiou a quadra com um canto coletivo arrebatador – daqueles de arrepiar do início ao fim. A torcida, a maior da noite, cantava forte, ainda que com a letra em mãos. Baianas, membros da harmonia, da velha-guarda e até o primeiro casal se renderam à força da obra. É um samba que demonstra grande potencial para chegar à final.

Parceria de Zélia Duncan: A última apresentação da noite ficou por conta da parceria de Zélia Duncan, que também reúne Frejat, Arlindinho Cruz, Zé Paulo Sierra, André, Prof. Renato Cunha, Rafael Falanga, Diego Estrela e Igor Leal. O trio Zé Paulo Sierra, Zélia e Frejat comandou a defesa da obra. Apesar de não ser um samba explosivo, a condução firme de Zé Paulo ajudou a envolver o público. Ao final, o intérprete fez questão de cantar junto à torcida – que, apesar de não estar em grande número, participou com entusiasmo.

Em versos de amor, Tom Maior faz o primeiro ensaio geral para 2026 com o samba-enredo campeão

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

Após um processo eliminatório inteiramente voltado para a comunidade, a Tom Maior apresentou para o mundo da folia paulistana o samba-enredo que embalará o desfile de “Chico Xavier — Nas entrelinhas da alma, as raízes do céu em Uberaba”, assinado pelo carnavalesco Flávio Campello e sexto a se apresentar no sábado de carnaval do Grupo Especial de São Paulo. Composto por Maradona, Didi Pinheiro, Darlan Alves, Celsinho Mody, PH e Felipe Karanova, a canção foi o grande destaque do primeiro ensaio geral da agremiação, realizado no último domingo. Para conferir as reações da comunidade em relação ao samba e para ouvir personagens importantes da vermelho e amarelo, o CARNAVALESCO se fez presente na quadra da agremiação, na rua Luigi Greco, no bairro da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira

Enredo diferenciado

Marco Antonio Ferreira, popularmente conhecido como Maradona, um dos compositores do samba-canção, credita a vitória à maneira completamente diferente com que o enredo foi desenvolvido: “Acabou sendo uma vertente nova: pegar uma personalidade como o Chico Xavier, que é um espiritualista, para contar a história de uma cidade. É diferente daquilo que a gente está acostumado, só que existe um fator primordial nesse enredo: justamente o Chico Xavier. Ele é um cara que escrevia mensagens espíritas e ele conta a história de Uberaba. Isso mexeu demais com a gente. Na hora que nós começamos a compor esse samba, era uma emoção em cima da outra. Graças a Deus, com certeza, ele nos abençoou para que terminasse com uma letra magnífica”, comentou.

Saulo Mesquita, outro compositor da parceria campeã, mostrou gratidão nominal ao carnavalesco da agremiação: “Fica todo o nosso agradecimento ao carnavalesco Flávio Campello. Uma sinopse muito bem desenvolvida e completa, em que nós conseguimos transmitir para o papel essa obra por intermédio desse texto. Não posso dizer nem que houve algum tipo de dificuldade. Esse samba foi diferente desde a construção até o dia do estúdio. Na gravação, nós tivemos todos chorando, emocionados e arrepiados. Foi uma coisa sensacional, sem explicação”, destacou.

História e presente

Maior campeão de sambas-enredo da história da agremiação, Maradona relembrou como começou a ligação dele com a agremiação – pontuando alguns momentos ainda mais especiais: “É o meu 17º samba-enredo na escola. Isso não tem preço. A primeira escola que eu entrei foi o Camisa Verde Branco, em 1987. Já em 1988, eu conheci a Tom Maior. Era o Douglinhas quem cantava, ainda. Eu me apaixonei e comecei a frequentar os ensaios. Meu primeiro ano foi na bateria, o segundo ano foi na Harmonia e o terceiro na ala musical. O primeiro samba vencedor foi em 1993, ‘Meio-Dia, Barriga Vazia’, que era o enredo da feijoada. Tirando o samba de 2026, o que eu mais gosto é o da Imperatriz, em 2018. Pude participar de Angola, Frank Aguiar, o tema do trabalhador… graças a Deus tenho uma história rica aqui”, comemorou.

Saulo revelou um pouco de como a canção foi produzida: “Foi um samba que nasceu de apenas três encontros. Três encontros e o samba brotou, foi uma inspiração sem explicação, podemos dizer. Graças a Deus, depois de uma disputa com 26 sambas inscritos, tivemos a honra de sagrar esse campeão. Hoje, ver a quadra cantando o samba desse jeito é simplesmente emocionante. É emocionante, não tenho palavras para descrever o sentimento que eu estou hoje aqui na Tom Maior. É somente gratidão”, afirmou.

Sistema justo

A dinâmica da disputa interna na Tom Maior foi elogiada por personagens importantes da vermelho e amarelo. Saulo foi um deles: O sistema de eliminatória da agremiação também agradou Saulo: “Acho bastante satisfatória a forma como a diretoria da Tom Maior conduziu as eliminatórias. Foi uma coisa muito clara. Eles colocaram todos os sambas concorrentes no YouTube, dando uma lisura tremenda nessa disputa. Na minha opinião, todas as escolas poderiam seguir esse exemplo da Tom Maior. Além de proporcionar um pouco menos de gasto para os compositores, a gente fica seguro e entende que realmente há disputa. É uma coisa maravilhosa e, graças a Deus, a gente se sagrou campeão. Eu agradeço mais uma vez a diretoria, ao presidente Carlão e à diretora Érica”, novamente fazendo elogios nominais a pessoas da vermelho e amarelo.

Gilson da Conceição, popularmente conhecido como Gilsinho, destacou o quanto é possível já se acostumar com cada canção assim que eles começam a cair nas graças da comunidade: “Eles preferem assim – e, para mim, dá no mesmo. Quando os sambas chegam, a gente já tem uma noção de qual pode crescer e vai despontar. Dessa vez não foi diferente – tanto que, na final, foi aquela coisa: cantamos os três sambas. O que teve a maior receptividade da escola foi realmente o que ganhou”, revelou.

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Elogios unânimes

Outros tantos personagens da agremiação gostaram não apenas da obra vencedora da eliminatória de samba-enredo – mas, também, da recepção da comunidade à canção. Carlos Alves, popularmente conhecido como Carlão, presidente da escola e mestre de bateria da Tom 30, foi um deles: “Eu gostei muito! É o início de um trabalho, logicamente – mas eu, particularmente, estou satisfeito com o resultado. Para mim, é o melhor samba que nós tivemos na eliminatória. Nós não decidimos nada, quem decidiu foi a comunidade na votação. Agora, é trabalhar bastante para nós chegarmos no dia do desfile cantando muito esse samba maravilhoso”, comemorou.

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Erica Ferreira, diretora-geral da agremiação (encabeçando a direção de Carnaval e de Harmonia da Tom Maior), foi bastante detalhista para explicar não apenas a própria opinião, mas também a fórmula de disputa do samba-enredo: “A primeira impressão foi maravilhosa! Quem escolheu esse samba foi a comunidade, sempre destaco isso. Nós tivemos uma audição no dia 03 de agosto, em que os três finalistas foram cantados. Nós fizemos um QR Code para a nossa comunidade votar e recebemos na nossa quadra toda a liderança, chefes de ala, apoios, todos os departamentos – e componentes, também. De 537 votos possíveis naquele dia, 450 foram para o Samba 4 – que foi o vencedor. É clichê, mas ‘a voz do povo é a voz de Deus’. Eu estou muito feliz, porque isso facilita o nosso trabalho – além de ser uma obra linda e feita por pessoas que são crias da casa”, comemorou.

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Gilsinho também gostou da receptividade da comunidade vermelho e amarelo à canção: “É um samba maravilhoso. Tem aquela fórmula de samba bem construída – que faz a comunidade cantar. Todo mundo gostou muito desde o início. É um samba que hoje a gente já viu a comunidade em peso cantando. A gente fez uma gravação com algumas alterações de notas que estavam meio enterradas e levantou um pouco. A escola está pronta para mais um desfile“, prometeu.

Flávio Campello foi outro nome importante da agremiação que gostou do que viu: “Esse era o samba da comunidade! Desde as eliminatórias, nossa comunidade abraçou esse samba, e isso influenciou (e muito) na escolha. Nesse primeiro ensaio, pudemos perceber que cantar o samba já com as alterações necessárias para a adequação ao enredo não será um problema ao longo desse ciclo carnavalesco, o samba apresentado neste domingo foi a canção já alterada e inteiramente adequada ao que apresentaremos na avenida. Nossa comunidade cantou o samba do início ao fim e foi uma noite linda, com o Gilsinho e a ala musical apresentando de uma forma incrível, a comunidade abraçando a canção com a alma. Agora, é trabalharmos para realizar nosso sonho e objetivo. Vamos para cima!”, finalizou.