Por Gustavo Lima, Naomi Prado, Lucas Sampaio, Gustavo Mattos, Eduardo Frois e Will Ferreira
As escolas de samba do Grupo de Acesso I de São Paulo participaram neste sábado dos minidesfiles realizados na Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo do Carnaval 2026. As agremiações abrilhantaram o início da noite com as apresentações para o público, que compareceu massivamente à Fábrica do Samba, localizada na Barra Funda. Confira a seguir uma análise do que cada postulante a uma vaga na elite da folia paulistana apresentou na passarela.
CAMISA 12
Retornando ao Grupo de Acesso I após 20 anos e encarregada de abrir as apresentações, a Camisa 12 mostrou para o público que cada vez mais se identifica com enredos de cultura africana. Com uma comissão de frente caracterizada e coreografando de acordo com a proposta do enredo “Princesas Nagô, Rainhas do Brasil – A origem da fé, herança de Ketu”, assinado por Delmo de Moraes, que falará sobre as mulheres que fundaram o primeiro terreiro de candomblé no Brasil, a agremiação da torcida corintiana também teve no samba conduzido por Clóvis Pê e Tim Cardoso um fator positivo. A comunidade cantou forte ao som da obra e contribuiu para uma animada abertura das apresentações da segunda divisão da folia paulistana.
UNIDOS DE VILA MARIA
Segunda escola a desfilar, a Vila Maria aposta no enredo “Do chão que alimenta à culinária que encanta: Brasil, um banquete de sabores”, assinado por Vinícius Freitas, para retornar ao Grupo Especial após três carnavais. Os destaques da apresentação da “Mais Famosa” vão para as roupas dos casais de mestre-sala e porta-bandeira, em especial o primeiro, formado por Camila Moreira e Carlos Eduardo, que evoluíram com uma fantasia de plumas arroxeadas deslumbrante. A bateria “Cadência da Vila”, agora comandada pelo mestre Marcel Bonfim, mostrou que continua afiada e ajudou a elevar o nível do samba conduzido pelo intérprete Clayton Reis.
ACADÊMICOS DO TUCURUVI
Mordidos após o polêmico rebaixamento no Carnaval de 2025, os Acadêmicos do Tucuruvi mostraram vigor para conduzir o enredo “Anti-Herói Brasil”, assinado por Nicolas Gonçalves. Terceira escola a se apresentar, a trupe da Cantareira teve na comissão de frente um ponto forte. Caracterizados de malandros liderados por uma entidade, deram o tom da proposta do tema, que é celebrar o povo brasileiro, os anti-heróis que superam com bravura os desafios do dia a dia. A quarta ala da agremiação da Cantareira, uma das poucas com caracterização específica dentre as apresentações do Acesso I, veio justamente representando diferentes perfis de pessoas comuns, chamando a atenção do público.
A “Bateria do Zaca”, comandada pelo mestre Serginho, mostrou a já conhecida boa forma e ajudou a animar os componentes, que cantaram forte o samba comandado pelo intérprete Hudson Luiz.
MANCHA VERDE
A quarta apresentação foi de outra agremiação que teve um rebaixamento surpreendente. Após anos disputando título na elite, a Mancha Verde volta ao Acesso I e já no minidesfile demonstrou sua força. Apostando na reedição do enredo “Pelas mãos do mensageiro do Axé, a lição de Odu Obará: a humildade”, do Carnaval de 2012 e assinado desta vez por Rodrigo Meiners, a apresentação teve como principal destaque a harmonia. O samba, que assim como na primeira vez foi comandado pelo intérprete Freddy Vianna, é um dos mais cantados na quadra alviverde há anos, o que tornou muito fácil para a comunidade se empolgar ao som da obra.
Destacaram-se também a bela caracterização da comissão de frente, com uma coreografia vibrante, e o alto astral do primeiro casal, formado por Adriana Gomes e seu novo parceiro, Thiago Bispo.
NENÊ DE VILA MATILDE
Após bater na trave em 2025, a Nenê aposta no enredo “Encruzas – Nenê de Corpo e Alma no Coração de São Paulo”, assinado por Danilo Dantas, que exaltará o famoso cruzamento da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, para retornar ao Grupo Especial. A Águia da Zona Leste foi a quinta escola a passar pela pista e, entre seus principais destaques, esteve o grande número de desfilantes. A comunidade compareceu em peso e cantou o samba defendido pelo intérprete Tiganá com vigor. A obra teve um bom desempenho no desfile, embalada pelas notas criativas da “Bateria de Bamba”, comandada pelo mestre Matheus Machado.
PÉROLA NEGRA
Retornando como campeã do Grupo de Acesso II e sexta escola a se apresentar, a Pérola Negra foi também a primeira agremiação do ano a apostar em um tripé no minidesfile, o que se tornou padrão até o final do evento. A alegoria era basicamente o símbolo da escola, porém grande e rica em detalhes. A “Joia Rara” também optou por não abrir a apresentação com uma comissão de frente coreografada, apostando no encanto da comunidade de sua escola mirim, a Perolinhas do Amanhã, para conquistar o público.
O animado samba, defendido pelo intérprete Lucas Donato e Juan Briggs, embalou a comunidade da Vila Madalena ao longo do desfile, que contou também com alguns componentes caracterizados de acordo com o enredo “Valei-me cangaceira arretada, Maria que abala a gira, valente e bonita que vence demanda”, assinado por André Machado, que celebrará a força da mulher nordestina por meio da figura da cangaceira Maria Bonita, esposa de Lampião.
DOM BOSCO DE ITAQUERA
A escola da Zona Leste foi a sétima a se apresentar e, desde o início, impressionou o público com sua comissão de frente caracterizada e evoluindo em passos bem comuns de enredos afro. O tripé que veio em seguida contou com a presença de uma destaque fantasiada em referência ao enredo “Mariama – Mãe de todas as raças, de todas as cores. Mãe de todos os cantos da Terra”, assinado por Fábio Gouveia.
O exaltado samba da Dom Bosco, defendido pelo intérprete Rodrigo Xará, mostrou força na pista por meio do forte canto da comunidade. Outro destaque vai para as várias rosas distribuídas ao público ao longo da passagem da comunidade itaquerense.
INDEPENDENTE TRICOLOR
Iniciando sua apresentação com um tripé gigantesco com o símbolo e o nome da escola, a Independente Tricolor foi a oitava e última escola do Acesso I a se apresentar. A comissão de frente passou caracterizada e evoluindo de acordo com a proposta do enredo “N’Goma – A primeira festa na manhã do mundo”, assinado por Léo Cabral e Yuri Aguiar. Chamou a atenção um componente do quesito carregando um tambor e o tocando em dados momentos da coreografia, sendo referência direta à proposta central do tema. O primeiro casal da escola, formado por Jeff Anthony e Thais Paraguassu, levantou o público com vigor e uma bela dança.
A Acadêmicos de Niterói realizou mais um ensaio na Avenida Amaral Peixoto neste domingo e, mais uma vez, o samba da agremiação se destacou pela excelente comunicação com o público, principalmente em seu chiclete refrão de cabeça, na boca do povo que assistiu ao ensaio e também dos componentes. A obra faz jus à figura extremamente popular do homenageado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cresce a cada apresentação da azul e branco e se firma como alicerce para um desfile quente na Marquês de Sapucaí. O casal Emanuel e Thainara foi outro destaque do ensaio, com mais uma ótima apresentação que mostrou todo o entrosamento da dupla. A Niterói tem a dura missão de abrir os desfiles do Grupo Especial no domingo de Carnaval, apresentando o enredo “Do alto do mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil”, de autoria do carnavalesco Tiago Martins.
Emanuel e Thainara vivem um momento especial na carreira, estreantes como primeiro casal no Grupo Especial e vindos de um excelente minidesfile, onde exibiram todo o seu talento. Neste ensaio, seguiram o padrão de apresentação que alcançaram, com muita uniformidade nos movimentos, leveza gestual e elegância, exibindo o entrosamento que possuem dos últimos carnavais. Um desempenho que abre um ótimo horizonte pensando no desfile oficial.
EVOLUÇÃO
Calcada na força de seu samba e puxada pela comunicação com o público presente na Amaral Peixoto, a Niterói mostrou uma evolução firme, com as alas preenchendo bem a pista e mostrando animação e garra. Exceto no refrão principal, onde a escola balançava os braços cantando “Olê, olê, olá, Lula, Lula”, dando uma bonita movimentação e uniformidade à evolução, os componentes desfilaram muito soltos, podendo cantar e sentir o samba cada um à sua maneira, sem perder a organização. O ritmo de evolução foi confortável, sem correria, e a azul e branco foi avançando na pista com tranquilidade.
SAMBA E HARMONIA
A obra que a Niterói levará para a avenida já nasceu popular e segue em crescente, impulsionando toda a apresentação da escola. Além do refrão de cabeça, que é o grande momento de explosão do samba, o trecho “sem mitos falsos, sem anistia” é muito cantado e se tornou outro ponto de destaque. A primeira parte é mais extensa e, em alguns momentos, passa de forma mais morna, porém tem sido levantada por Emerson Dias e seus apoios com muita garra e domínio do samba.
No seu todo, a obra tem puxado o desempenho da Niterói nos quesitos de chão e contribuiu para uma competente harmonia exibida no ensaio. A maior parte dos componentes cantou com entusiasmo diversos trechos, até menos explosivos, como o trecho central “vi a esperança crescer e o povo seguir sua voz…”. A primeira parte mostrou alguns componentes com canto mais irregular, mas na segunda parte o canto cresceu consideravelmente, até uma explosão no refrão de cabeça.
Emerson Dias, intérprete da agremiação, falou sobre a força e popularidade do samba:
“O samba já está num patamar, numa esfera fora do âmbito só do Carnaval, no Brasil inteiro. É um samba que qualquer postagem na internet alcança 100 mil visualizações, milhares de comentários. Podemos ver a força deste samba no minidesfile. O samba está numa crescente muito boa, e isso é o mais importante. Sabemos da responsabilidade e da dificuldade que será alcançar a permanência, mas estamos preparados e brigando muito para que isso aconteça”, afirmou.
OUTROS DESTAQUES
Uma pequena menina ao lado da musa Karinne Rodrigues roubou a cena com muita fofura e samba no pé. Karinne também se destacou com bastante samba e carisma.
A bateria de Branco Ribeiro passou com firmeza e contribuiu para o bom desempenho do samba da escola.
A comissão de frente não se apresentou no ensaio; a cabeça da escola abriu com o casal de mestre-sala e porta-bandeira.
Um espetáculo de evolução, uma escola vibrante exaltando um dos seus e um homenageado em estado de graça. Esses foram alguns dos destaques que a Viradouro mostrou em um ensaio irrepreensível, com a força de um desfile valendo título. Foi o melhor ensaio da escola na temporada, mostrando tudo o que se espera de uma das potências da atualidade.
Uma evolução impecável e extremamente contagiante, com os componentes dominando toda a pista, brincando e aproveitando todo o espaço para a apresentação. Acima da conhecida excelência dos quesitos que a agremiação possui, a energia presente no ensaio foi o ponto crucial para o banho que a Viradouro apresentou.
Cantar sobre um dos seus é diferente, e a emoção teve seu ápice no final da apresentação, quando os diretores de harmonia e carnaval ergueram Ciça como numa apoteose, com aplausos e reverência de toda a escola. Os componentes não precisaram buscar abraçar o enredo após a escolha; ele já nasceu abraçado. Todo esse clima tende a ser ainda maior no desfile oficial, quando a escola desfilará na segunda-feira de Carnaval mostrando o enredo “Pra cima, Ciça!”, desenvolvido por Tarcisio Zanon.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Julinho e Rute estão em estado de graça e dançam com uma naturalidade que impressiona. O experiente casal bailou com muita graça, elegância e vitalidade, numa série com algumas pitadas de coreografia inspirada no samba, como na segunda parte da obra, mas, na maior parte da apresentação, o bailado foi solto, com uma precisão impecável nos movimentos, tudo feito com muita limpeza na execução. Um desempenho espetacular.
EVOLUÇÃO
A Viradouro mostrou um modelo de evolução não tão frequente nos dias atuais. A escola não apenas andou para frente; as alas se movimentaram para os lados, com componentes trocando de posição, movimentando todo o corpo, ocupando espaço com os braços, usando toda a pista para cantar e se divertir. Uma evolução solta, empolgante, fluida, bonita de ver. E tudo isso com um ritmo constante de sequência dos componentes pela pista, sem sobressaltos ou inconsistências na forma como a escola avançava. A troca de energia entre público e desfilantes trouxe ainda mais vivacidade para o ensaio da vermelho e branco, que encerrou seu ensaio coroando o seu homenageado. Marcelinho Calil, diretor-executivo da Viradouro, falou sobre o ensaio.
“O ensaio foi espetacular. Pelo lado emocional, foi um ensaio quente: escola pulsando firme, cantando, feliz, espontânea; e, tecnicamente, tudo aconteceu de forma muito encaixada, muito precisa, tudo funcionando. Estou muito feliz. Certamente, foi nosso melhor ensaio até agora; ao meu ver, um ensaio perfeito, não vi absolutamente nada que eu pudesse pontuar, isso é raro. Na técnica e na emoção, que é o principal para este ano, foi uma noite muito feliz”, declarou.
SAMBA E HARMONIA
Um desempenho de excelência foi alcançado pelo samba da Viradouro neste ensaio de rua. Wander Pires e seus apoios extraíram toda a qualidade que a obra possui, valorizando a linha melódica, como no refrão central, que tem uma melodia muito bonita, seguido do começo da segunda parte: “se a vida é um enredo, desfilou outros amores”. O trecho de canto mais corrido — “peça perfeita pra me completar, feiticeiro das evocações…” — passou com muita clareza e obteve ótimo rendimento, com bastante balanço. O refrão de cabeça explodiu durante todo o ensaio. Essa explosão se viu no canto da escola, que foi fortíssimo na totalidade das alas, com componentes gritando o samba mesmo longe da bateria. Além dos refrães, diversos trechos tiveram um canto muito forte, como: “contam no Largo do Estácio o destino em seu passo, que fez, pouco a pouco, uma chama acender; traz surdo, tarol e repique pro mestre reger”. A Viradouro cantou alto e radiante.
OUTROS DESTAQUES
Muitas vezes, pelo foco total no samba no pé, a ala de passistas acaba apresentando um canto mais falho e irregular; não foi o que ocorreu com a Viradouro. Os passistas da agremiação cantaram muito o samba durante a passagem da escola.
Ciça foi aclamado no final do ensaio por diretores, passistas, seus ritmistas, Rute, Julinho e quem mais estivesse ali por perto. Uma linda cena e mais um capítulo dessa homenagem tão especial.
No começo da noite do último domingo, a Estação Primeira de Mangueira ocupou a Rua Visconde de Niterói para mais um ensaio de rua, em preparação para o Carnaval 2026. A verde e rosa vai levar o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França, em homenagem ao Mestre Sacaca e à cultura afro-indígena amapaense. A apresentação vigorosa da comissão de frente de Karina Dias e Lucas Maciel foi seguida pelo bailado impecável do 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Cintya Santos. Com um canto linear e forte, a Mangueira foi embalada pela sintonia de Dowglas Diniz com a “Tem que respeitar meu tamborim”, de Taranta Neto e Rodrigo Explosão.
O diretor de carnaval, Dudu Azevedo, comentou sobre o desempenho da escola no minidesfile que aconteceu na sexta-feira do fim de semana anterior, 29 de novembro, e declarou que era um dia de festa a ser celebrado.
“A gente levou as potências da escola. Aproveitamos bem a experiência com o som. Por sinal, é só elogio. Acho que evoluiu aí 5 mil por cento. Tem aquele som que dá total audição para nós, do carro de som, do entrosamento da bateria. Muito bom. E é uma festa para o povo, do povo. É uma comemoração do Dia Nacional do Samba. Muita gente quer avaliar segmentos e quesitos nos minidesfiles. Ali é uma comemoração, é para ser visto nosso povo cantando, brincando carnaval. E o melhor de tudo foi essa avaliação que a gente pôde ter do som, nosso primeiro contato com o som novo. Mas a Mangueira sai feliz. Fizemos uma grande homenagem através do Sidnei França, que teve a ideia de dar uma homenagem aos 30 anos do Carnaval de 1996, uma homenagem ao Oswaldo Jardim. Assim, a Mangueira sai feliz. Fomos para lá com o propósito de cantar, se divertir, e foi isso que a gente fez. Não tem por que a gente tirar do minidesfile uma avaliação, sabe? Eu gosto muito do minidesfile como uma data de comemoração. Eu saio totalmente desse estereótipo de avaliar algo, comparar algo, não tem isso no minidesfile. Nenhuma escola sai mais preparada ou menos preparada por fazer um bom minidesfile”.
COMISSÃO DE FRENTE
Os coreógrafos Karina Dias e Lucas Maciel montaram uma coreografia que foi executada com muito vigor e sincronia. Os componentes fizeram gestos bem fluidos que lembram movimentações tanto indígenas quanto de origem afrorreligiosa. Outro detalhe são as formações circulares, que mostravam a força coletiva do grupo e também incorporavam a possibilidade de os dois lados da pista poderem ver passos semelhantes.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
A energia do furacão do casal Matheus Olivério e Cintya Santos contagiou a Rua Visconde de Niterói. Mestre-sala e porta-bandeira demonstraram uma combinação de maturidade, alegria e precisão. Foi possível observar a irreverência na interação do casal, mas havia elegância nos giros hipnotizantes de ambos. O casal foi ovacionado ao fim das apresentações.
EVOLUÇÃO
A alegria mangueirense era nítida. A Verde e Rosa desfilou cantando e dançando bastante por todo o percurso. Os desfilantes seguiram em um ritmo empolgante e cadenciado. As alas coreografadas eram pontuais ao longo do desfile e bem executadas.
SAMBA E HARMONIA
É inegável que o samba de Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal está na ponta da língua de todo mangueirense, da primeira ala à velha-guarda, que encerra o cortejo. Os pontos altos são “Sou gira, batuque e dançadeira (areia)”, que exige o grito de “Areia” por parte dos desfilantes, e o “Yá, Benedita de Oliveira, Mãe do Morro de Mangueira / Abençoe o jeito tucuju”. Além disso, algumas alas “brincam” com o refrão principal no verso “Juntei o povo daqui, juntei com o povo de lá”, que é complementado com um “Eu também” em resposta.
Dowglas Diniz e seu carro de som evidenciaram conforto na condução do samba e na interação com a bateria verde e rosa. O intérprete se apropriou bem do hino da escola, dando um ritmo leve e empolgante. Ele comentou o desempenho no minidesfile em homenagem ao Dia Nacional do Samba e definiu que ainda há margem para aprimoramento:
“É um resultado muito positivo. Nós conseguimos botar em prática tudo aquilo que planejamos, tudo aquilo que a gente veio ensaiando. Tem alguns pontos que precisam ser melhorados, mas acredito que até fevereiro, no grande dia do desfile, vai dar tudo certo. Fiquei muito feliz com o resultado do canto da comunidade, o rendimento do samba, o entrosamento do carro de som juntamente com a bateria. Não são pontos negativos, que é o que eu digo, são ideias nossas. Testamos algumas ideias numa parte musical como vocalizes, que podemos tentar fazer outros também. São pontos que eu falo que são o brilho do trabalho. Acredito que até lá vamos estar com tudo encaixadinho”.
OUTROS DESTAQUES
A bateria “Tem que respeitar meu tamborim”, comandada por Rodrigo Explosão e Taranta Neto, demonstrou entrosamento do início ao fim e fez um desfile certeiro em suas bossas. Dessa forma, foi fácil para a rainha Evelyn Bastos e para o time de musas da Mangueira exibirem todo o seu talento e carisma.
A Acadêmicos do Grande Rio realizou no último domingo seu primeiro ensaio de rua na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, no Centro de Duque de Caxias. A escola demonstrou muita força e garra neste primeiro treino, com uma atuação especial de Evandro Malandro junto à bateria de Mestre Fafá, além da demonstração de que a obra já está na ponta da língua dos componentes. A Tricolor caxiense levará para a Sapucaí o enredo “A Nação do Mangue”, sobre o movimento Manguebeat, surgido no Recife e que tem como um dos seus principais expoentes o músico Chico Science. A agremiação será a terceira escola a pisar na Sapucaí na terça-feira de carnaval.
Daniel Werneck e Taciana Couto encantaram muito nesta noite com uma dança que une o tradicional do bailado a movimentos mais representativos e explicativos do samba da escola. Encantando os espectadores do ensaio da Grande Rio, o casal realizou giros com grande precisão, demonstrou sincronia em diversos movimentos e apresentou um cortejo bem clássico, somando a agilidade à leveza que ambos possuem ao desfilar, sem perder a força dos gestos ao longo da apresentação.
SAMBA E HARMONIA
Com Evandro Malandro conduzindo, a agremiação conseguiu mostrar o quanto o samba para o próximo carnaval já está na veia do Tricolor Caxiense. O cantor estreou bem neste fim de ano e demonstrou o quanto busca força e potência para transmitir não só as histórias, mas também os movimentos sociais ao seu redor. Evandro foi auxiliado por seu carro de som, que também demonstrou muita segurança no trabalho conjunto. O samba da escola funcionou muito bem e foi cantado de ponta a ponta da rua, com grande participação dos componentes, que abraçaram fortemente a obra, especialmente nos momentos em que o canto é jogado para eles, como em “Freire, ensine um país um analfabeto” e “Eu também sou caranguejo, à beira do igarapé”.
Ao CARNAVALESCO, Evandro comentou sobre esse primeiro ensaio de rua, destacando a força do canto da comunidade da Baixada.
“Estou muito feliz, a gente estava ansioso para pisar aqui na Brigadeiro e dar o show que costuma dar para Caxias, para a Grande Rio e para todos os visitantes. Espero que todos estejam saindo felizes, foi um ensaio maravilhoso. Estou muito feliz com o comportamento do pessoal, tanto quem estava desfilando quanto quem estava na calçada. Foi maravilhoso ver todo mundo cantando. Acho que Caxias precisava disso, vir logo para a rua para mostrar o quanto a revolução já começou”, afirmou.
EVOLUÇÃO
A evolução da escola teve muita força do componente caxiense, que passou bem solto durante este primeiro treino. Os foliões vieram tranquilos dentro de suas alas, mas sempre felizes, comemorando com os braços e com elementos como leques, bastões de luz e mastros, demonstrando muita energia. A escola apresentou uma ala coreografada que não impactou a evolução, assim como foi dissipado o temor de que a presença de Virgínia Fonseca, rainha da escola, pudesse causar algum tipo de interferência, o que não ocorreu.
Thiago Monteiro, diretor de carnaval, comentou também sobre o mini desfile na Cidade do Samba e analisou o primeiro ensaio de rua, destacando a participação da comunidade e o reforço de grades ao longo do trajeto.
“Ali fomos com 3% do contingente dar uma volta no quarteirão, fazer uma festa. Para a gente, tecnicamente, ali é nada. Hoje, efetivamente, começa a nossa preparação de deslocamento. Treinamos na quadra, em ambiente fechado e controlado. Hoje começa nossa preparação real. Para o minidesfile, a gente faz festa, não avaliamos tecnicamente. Ali é uma grande festa maravilhosa, parabéns para a Rio Carnaval e todas as escolas, mas a Grande Rio não entra em pilha”, declarou.
“Superou minhas expectativas. A comunidade cantou muito, os segmentos funcionaram muito. Lógico, é o primeiro ensaio de rua. No nosso planejamento, temos ensaios agora em dezembro, janeiro, os ensaios técnicos, e a escola sabe onde quer chegar. Estou muito satisfeito, vendo a escola lotada, todo mundo com vontade, sabendo o que tem que fazer. Isso é o fundamental. Agora vamos continuar no caminho”, afirmou.
“Estamos acostumados com o povo. Colocamos grades em alguns pontos, um pouco mais para janeiro. A escola tradicionalmente está acostumada a esse tipo de ensaio. Gostamos do calor do povo de Caxias. Nossa filosofia é que o povo vem com a gente. Na hora da pista, sabemos o que fazer, a comunidade sabe o que fazer, sabe quando tem que formar, onde tem que andar. Isso nunca foi questão. Ganhamos um carnaval assim. A comunidade de Caxias é muito importante para a gente. Afinal, desfilamos em outro município, e é aqui que nos abastecemos. Na minha ótica e da diretoria, não gostamos de afastar, de apartar. É todo mundo junto. Se a comunidade for problema para a gente, a gente deixa de existir”, disse sobre as grades.
OUTROS DESTAQUES
A bateria de mestre Fafá foi um grande destaque da noite. Os ritmistas fizeram diversos momentos de paradinhas, bossas e outras intervenções que deram muito gás aos componentes. Fafá falou ao CARNAVALESCO sobre o primeiro ensaio.
“Tudo que a gente se propõe a fazer na quadra vem dando certo. O sistema do caminhão funcionou muito bem, a bateria se portou muito bem, a escola se portou muito bem. O nosso samba vem crescendo, evoluindo a cada ensaio, a cada terça e agora também aos domingos, que é de suma importância. É muito feliz quando você acaba o ensaio e os presidentes e a direção de carnaval te parabenizam, dizendo que foi muito bom, que a escola fluiu muito bem. Continuamos com nossa métrica de silêncio e trabalho. Acho que temos que falar menos e trabalhar mais, e a resposta se vê na avenida. Sabemos que podemos evoluir cada dia mais, sabemos que podemos melhorar, e vamos melhorar até chegar ao ponto certo”, afirmou.
A rainha Virginia Fonseca também chamou bastante a atenção do público, mostrando evolução no samba e sendo muito receptiva, dentro das possibilidades, com quem acompanhava o ensaio. A comissão de frente, comandada por Hélio e Beth Bejani, não esteve presente neste primeiro treino.
Nem mesmo o forte calor de domingo conseguiu diminuir a energia e a alegria do portelense em mais um ensaio de rua da Majestade do Samba. Depois das 19h, a Estrada do Portela já estava lotada para o ensaio, e, após um esquenta cheio de sucessos comandado por Zé Paulo Sierra e Vitinho, quando a obra de 2026 começou a apresentar seus primeiros versos, a comunidade mostrou que o samba está na ponta da língua — e, mais do que isso, que o hino para o Carnaval 2026 tem muito daquilo que o portelense gosta de levar para a Sapucaí. Impulsionado por um alto rendimento da Tabajara do Samba, que mostrou sua força já desde a bem desenvolvida introdução, o samba se manteve muito bem durante o ensaio, não caiu em nenhum momento, e o portelense cantou e evoluiu com muita alegria, mas sem esquecer de primar pela organização e correção. No final, com pouco mais de uma hora e quinze de ensaio, a satisfação estava estampada no rosto da comunidade e principalmente da direção.
O diretor de carnaval, Junior Schall, avaliou o rendimento da escola neste ensaio e comparou com a boa apresentação no minidesfile da Cidade do Samba, no fim de semana passado.
“Entendemos que no minidesfile conseguimos reproduzir muito desse potencial que a gente trabalha na quadra e aqui no ensaio de rua. Com um núcleo menor, conseguimos ter um grande aproveitamento do samba com a bateria do mestre Vitinho, o carro de som capitaneado pelo Zé Paulo (Sierra) e todos os componentes da escola. A gente fala de sinergia. A gente fala do canto do samba em um alto volume e por toda a extensão da escola. Ali, com um grupo menor, e aqui, na Estrada do Portela, neste início de exercício ainda, multiplicado por bem mais de mil, aplicamos algo que teremos que fazer no desfile oficial. Não depende da extensão do trajeto, depende da intensidade colocada no trajeto”.
Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO
Em 2026, com o enredo “O Mistério do Príncipe do Bará — A oração do Negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”, a Portela será a terceira escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Marlon Lamar e Squel Jorgea, indo para o terceiro Carnaval juntos, mostraram-se bem à vontade apesar do forte calor e da responsabilidade de abrir o desfile, já que a Portela não levou a comissão de frente para este ensaio. Na entrada da apresentação no local preparado para o treino de cabine, a dupla já apresentou alguns passos de dança afro, com Squel logo em seguida se destacando pelo número de giros e pela intensidade. Além desses passos mais tradicionais, o casal escolheu fazer algumas pontuações nos gestos em cima da letra do samba e mostrou movimentos de muita doçura e ternura, sempre se procurando e sempre também procurando valorizar o pavilhão, saudando-o para o público. Excelente apresentação.
HARMONIA E SAMBA-ENREDO
O intérprete Zé Paulo Sierra mostrou bom entrosamento com o mestre Vitinho. Antes do ensaio, a dupla teve muito cuidado nos ajustes de som, e a introdução do samba mostrou criatividade e correção, trazendo primeiro um samba de partido-alto para depois trazer muita força de instrumentos mais leves, como chocalhos e xequerês, com uma batida mais marcada e tribal já no grito e nos versos que antecedem o refrão principal, até entrar no refrão propriamente dito e a bateria subir na cabeça. Aliás, não foi só a introdução que impressionou: o samba inteiro teve um rendimento muito alto. Destaque para os dois refrões, mas também para o início da cabeça com “É Bará, é Bará ô ô…” e para os versos mais melodiosos e de letra forte: “Enquanto houver um pastoreio / A chama não apagará / Não há demanda que o povo preto não possa enfrentar”. Este último, talvez, concorra para ser, em letra, o verso do carnaval.
Isso tudo impulsionou o canto da comunidade, que se manteve alto e intenso durante todo o ensaio. Grande performance da comunidade portelense.
O intérprete Zé Paulo Sierra avaliou o ensaio, comparou também com o trabalho no minidesfile e revelou toda a emoção de participar de mais um ensaio de rua da Majestade do Samba.
“Hoje foi só mais um dia de trabalho. Estamos trabalhando e trabalhando. A gente tem amistoso trabalho essa semana e vamos passo a passo, como foi no minidesfile, que, para mim — não vou avaliar as outras escolas —, eu coloco a Portela como uma das melhores no minidesfile. E ali não está em julgamento fantasia, ali é comunicação, é como o samba rendeu e tudo mais. Acho que a Portela fez um grande trabalho de harmonia, tanto aqui como lá, e essa comunidade está de parabéns. Aqui o astral é muito bom, é muita ancestralidade, é a escola do coração e mexe para caramba. Aprendi a amar Carnaval por conta de um samba da Portela. É difícil segurar a emoção e, aqui, a Portela me confiou esse trabalho superdifícil, que não é substituir o Gilsinho, é conseguir que, em pouco tempo, essa dor amenize. E acho que, em pouco mais de dois meses, a gente tem conseguido fazer isso”.
EVOLUÇÃO
Outro quesito em que a comunidade deu um show. Muito organizada, sem apresentar buracos, evoluindo com fluidez mesmo com as dificuldades já conhecidas da Estrada do Portela — via de subida e mais estreita, por exemplo. Os componentes, além de tudo, mostraram alegria em desfilar, felizes com o samba. Primaram pela espontaneidade, já que não se viram alas coreografadas — pelo menos nesta apresentação. E, com um grande número de componentes para o ensaio, a Portela veio bem grande, mostrando a dedicação que a comunidade tem com os treinos. Bom trabalho da equipe da Portela, que conseguiu manter a organização e a alegria durante todo o treino deste domingo.
OUTROS DESTAQUES
A “Tabajara do Samba”, do mestre Vitinho, mostrou muita musicalidade, e um naipe que se destacou foi o de xequerês, dando um molho todo especial ao samba. Já a rainha Bianca Monteiro chamou a atenção pelo já costumeiro samba no pé e por alguns momentos especiais em que, após a bateria abrir no meio, Bianca entrava seguida da ala de xequerês e dançava junto com os ritmistas que abaixavam. Momento de muito frisson no público.
No esquenta, Zé Paulo e Vitinho trouxeram diversas obras antigas e mais recentes da discografia portelense, passando por “Contos de Areia”, “Madureira Sobe o Pelô”, “Um Defeito de Cor”, “Das Maravilhas do Mar Fez o Esplendor de Uma Noite”, entre outras.
Por Gustavo Lima, Naomi Prado, Lucas Sampaio, Gustavo Mattos, Eduardo Frois e Will Ferreira
No sábado ocorreu a Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo de 2026, com a apresentação dos tradicionais minidesfiles das 32 escolas filiadas à Liga-SP, divididas em três grupos (Acesso 2, Acesso 1 e Grupo Especial). A festa, como de costume, avançou madrugada adentro, iniciando às 15h, com o Camisa Verde e Branco sendo a última escola a se apresentar por volta das 5h. Em análise do CARNAVALESCO, o Grupo Especial mostrou um equilíbrio muito grande. No recorte dos últimos anos, esta é a melhor safra de sambas-enredo e, por isso, o alto nível das apresentações se refletiu na Fábrica do Samba.
Entretanto, uma escola propôs algo inédito: A Estrela do Terceiro Milênio confirmou o grande samba-enredo que possui e incorporou o enredo de forma criativa. A agremiação realizou uma roda de samba no meio do desfile, inovando de fato.
MOCIDADE UNIDA DA MOOCA
Estreando no Grupo Especial também nos minidesfiles e entrando na passarela logo após o show de Xande de Pilares, a escola da Zona Leste estava visivelmente emocionada por se apresentar pela primeira vez entre as coirmãs do principal pelotão do carnaval paulistano. A MUM fez questão de mostrar que é uma agremiação de alto nível em todos os aspectos, começando pelo grande tripé que trouxe, impressionando o público, com a Rainha do Carnaval 2025, Ariê Suyane, à frente.
Com um samba elogiado, foi possível notar a emoção do trio de intérpretes formado por Emerson Dias, Gui Cruz e Sté Oliveira ao cantar a obra, que foi muito bem sustentada pela Chapa Quente, comandada por mestre Denys Silva. Assim como é tradicional nas escolas da Zona Leste, a comunidade da MUM cantou fortemente o samba, animando a Fábrica do Samba.
Com o tema “Geledés – Agbara Omirin”, assinado pelo carnavalesco Renan Ribeiro, a MUM abrirá o carnaval de São Paulo, na sexta-feira.
COLORADO DO BRÁS
O enredo “A Bruxa está Solta – Senhoras do Saber Renascem na Colorado”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick, segue despertando curiosidade no público. O minidesfile começou com elementos escuros em preto e roxo, como fantasias e tripés, sugerindo que o desfile oficial também terá essa paleta de cores. À medida que a escola evoluía, outras tonalidades foram surgindo, levando os espectadores a imaginar como essa transformação será apresentada na avenida. A corte da bateria, formada pela rainha Talita Guastelli e pela madrinha Bruna Costa, desfilou fantasiada, mostrando a seriedade da preparação da comunidade. A Ritmo Resposta, comandada por mestre Acerola de Angola, executou convenções bem respondidas pelo público e imprimiu energia ao samba.
A escola será a segunda a desfilar na sexta-feira com o tema “A Bruxa está Solta – Senhoras do Saber Renascem na Colorado”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick.
DRAGÕES DA REAL
A entrada da escola foi bastante impactante. Integrantes da comissão de frente vieram executando uma coreografia cheia de energia, causando forte impacto visual. Em seguida, o tripé impressionou pela altura, pelo volume e pelo acabamento. Um costume tradicional da Vila Anastácio foi mantido no minidesfile: a evolução fluida, com componentes realmente se divertindo e curtindo o evento. A madrinha da bateria Ritmo que Incendeia, Lexa, estava entre as mais animadas, interagindo com os integrantes e com o público.
Com desenvolvimento do carnavalesco Jorge Freitas, a Dragões da Real será a terceira escola a passar no Anhembi com o tema “Guerreiras Icamiabas: Uma Lendária História de Força e Resistência”.
TATUAPÉ
Uma das características marcantes da azul e branca da Zona Leste é o canto potente dos componentes, e isso se repetiu. Na parte final do minidesfile, todos os presentes cantaram intensamente o samba-enredo da bicampeã. Até a ala das passistas, que costuma ter menor volume vocal, se destacou, chamando a atenção do público. Também vale destacar a comissão de frente, que apresentou uma coreografia leve e completamente alinhada ao samba-enredo.
Wagner Santos assina o tema da Tatuapé: “Plantar para colher e alimentar, tem muita terra sem gente, tem muita gente sem terra”, sendo a quarta escola a desfilar na sexta-feira.
ROSAS DE OURO
Ao contrário da maior parte das coirmãs, a atual campeã optou por realizar um esquenta com duas passadas, deixando a comunidade ainda mais animada para entrar no minidesfile. A histórica comunicação com o público esteve presente novamente, com todos levantando bexigões azuis e rosas para saudar a escola, que retribuiu com casais de mestre-sala e porta-bandeira fantasiados. O projeto Sou Roseira, que visa fortalecer a comunidade, mostrou mais uma vez sua força, assim como o canto da escola, que segue em crescente evolução.
A atual campeã do carnaval será a quinta escola a desfilar na sexta-feira com o enredo “Escrito nas Estrelas”, desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Ricardo.
VAI-VAI
Pela primeira vez defendendo a Saracura em um minidesfile, Pedro Trindade e Mirelly Nunes se destacaram. Com giros rápidos e muita sincronia, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola mais vitoriosa do carnaval paulistano encantou o público na Fábrica do Samba. O samba-enredo segue sendo trabalhado pela ala musical. A introdução foi feita com um instrumento de sopro, criando uma abertura especial. Outra escolha da escola foi começar a obra pelo primeiro verso, e não pelo refrão principal.
A escola do povo será a sexta desfilar na sexta-feira de carnaval com o tema “Em cartaz: a saga de um povo heroico no apogeu da vedete Pauliceia”, feito por uma comissão de carnaval.
BARROCA ZONA SUL
Com uma representação de Oxum logo na comissão de frente, a Faculdade do Samba também chamou atenção pelos bexigões distribuídos aos componentes, criando um efeito visual bonito. O samba-enredo, novamente considerado um dos melhores da forte safra de São Paulo, funcionou muito bem. A escola cantou todo o percurso, especialmente quando a bateria Tudo Nosso se abaixou e o público cantou junto com a agremiação.
Fechando a sexta-feira de carnaval, a verde e rosa do Jabaquara tem como enredo “Oro Mi Maió Oxum”, assinado pelo carnavalesco Pedro Magoo.
IMPÉRIO DE CASA VERDE
É perceptível que o clima na escola mudou com o enredo “Império dos Balangandãs”. O samba, contagiante, tem rendido ótimos momentos nas vozes dos imperianos. O forte refrão de meio animou até quem assistia, arrancando palmas no ritmo do samba. Também merece destaque a estreia de Tiago Nascimento como voz oficial em um evento da Liga-SP, dividindo o carro de som com o renomado Tinga. A escola passou a impressão de querer mostrar que está mais forte do que nunca e que o 11º lugar de 2025 não representa sua verdadeira capacidade. A garra da comunidade e o excelente desenvolvimento do trabalho foram os pontos altos. Destacam-se ainda a comissão de frente, com estética africana, e o casal Patrick Vicente e Sofia Nascimento, que mostrou grande entrosamento.
O Império abrirá o sábado de carnaval em 2026, no dia 14 de fevereiro, com o enredo “Império dos Balangandãs: Joias Negras Afro-Brasileiras”, assinado pelo carnavalesco Leandro Barboza.
ÁGUIA DE OURO
A escola fez uma apresentação descontraída, colocando seus principais segmentos na frente do minidesfile e deixando os demais mais livres no fim. O canto da Pompeia se destacou novamente, agora com o reforço do mestre Moleza na bateria. Vale destacar a bossa em que a bateria executa um reggae nos últimos versos do samba: “Nos festivais pra celebrar / com o rei daqui e o rei de lá / e de mãos dadas bebemorar”. A comissão de frente, coreografada por Robson Bernardino, fez movimentos discretos e no ritmo. A porta-bandeira Monalisa Bueno estreou parceria com o mestre-sala Alex Malbec, substituto do eterno João Carlos Camargo, transmitindo segurança.
Com o enredo “Mokum Amsterdã: O voo da Águia à cidade libertária”, a escola será a segunda a desfilar no sábado, sob desenvolvimento do carnavalesco Alexandre Louzada.
MOCIDADE ALEGRE
A Morada do Samba trata o evento como algo grandioso há anos, e por isso sempre se destaca. Nesta noite, a comissão de frente comandada por Jhean Allex apresentou danças teatrais com figurinos que remetiam ao teatro e à negritude, alternando homens e mulheres, alinhada ao enredo em homenagem a Léa Garcia. O principal destaque foi o samba-enredo. Além da interpretação impecável de Igor Sorriso, talvez tenha sido o mais cantado pelo público, que balançava bandeiras da escola. O refrão de cabeça, apesar de curto, possui entonações longas e altas, o que permitiu grande volume vocal na Fábrica do Samba. O “Lerê” do refrão de meio permanece como o grande destaque da obra. A escola levou uma grande alegoria, quase tocando o teto da entrada para a pista, onde estava o pavilhão da escola e, no topo, a recém-eleita Rainha do Carnaval, Pâmela Lacerda. Também se destacaram o casal Diego Motta e Natália Lago, vestidos com indumentárias de avenida, demonstrando elegância, entrosamento e conexão com o pavilhão.
Terceira a desfilar no sábado, a Mocidade Alegre levará ao Anhembi o enredo “Malunga Léa – Rapsódia de uma deusa negra”, desenvolvido pelo carnavalesco Caio Araújo.
GAVIÕES DA FIEL
Desde a criação dos minidesfiles nesse formato de lançamento do CD, esta foi a melhor apresentação dos Gaviões da Fiel. A escola encarou o evento com mais seriedade, buscando surpreender e mostrar a força da nação corinthiana no carnaval. Em anos anteriores, a apresentação parecia protocolar, mas desta vez a postura foi diferente. A maturidade da entidade merece elogios. A comunidade também demonstrou evolução com enredos culturais. No último carnaval, era nítida a dificuldade com o samba afro de “Irin Ajó Emi Ojisé”, mas agora, com um samba repleto de palavras indígenas, os componentes cantaram com muita força, mostrando grande adaptação. Vale destacar o trabalho do diretor musical Rafa do Cavaco e do carro de som ao lado do intérprete Ernesto Teixeira. O minidesfile revelou uma nova Gaviões da Fiel, atual terceira colocada e forte candidata ao título.
Pelo terceiro ano consecutivo, a Torcida que Samba desfilará na quarta posição do sábado, com o enredo “Vozes Ancestrais para um Novo Amanhã”, desenvolvido por Júlio Poloni e Rayner Pereira.
ESTRELA DO TERCEIRO MILÊNIO
O minidesfile da Milênio foi marcado pela ousadia. O homenageado Paulo César Pinheiro, autor de grandes composições, inspirou a escola a fazer uma roda de samba no meio da apresentação. A bateria Pegada da Coruja, comandada pelo mestre Vitor Velloso, parou completamente, deixando apenas tantãs e outros instrumentos leves na marcação, lembrando o desfile da Mangueira em 2012. A escola do Grajaú é conhecida por inovar, e a ideia foi bem-sucedida. O entrosamento do casal Arthur Santos e Waleska Gomes, além do forte canto das últimas alas, marcou a exibição. É um dos grandes sambas do carnaval. Darlan Alves e Grazzi Brasil vêm interpretando muito bem a obra, mantendo uma parceria consolidada.
Com desenvolvimento do carnavalesco Murilo Lobo, a Milênio será a quinta escola a desfilar no sábado com o tema “Hoje a poesia vem ao nosso encontro: Paulo César Pinheiro, uma viagem pela vida e obra do poeta das canções”.
TOM MAIOR
A escola vermelho e amarelo promete emocionar o público. O samba-enredo conduz a uma viagem por memórias positivas através de Chico Xavier e exalta também a cidade de Uberaba em uma carta do próprio homenageado. Grande destaque para a comissão de frente: um integrante representou Chico enquanto os demais bailarinos dançavam ao som da obra, trajando roupas da época, como boinas, camisas sociais, calças e suspensórios. A Tom 30, bateria liderada por mestre Carlão, mostrou uma cadência técnica que a coloca entre as mais qualificadas do carnaval, com todos os instrumentos audíveis. Para celebrar o momento, a escola distribuiu pequenas cartas com mensagens antigas de Chico Xavier, levando ao público recados positivos que vão além do carnaval.
Sexta escola a desfilar no sábado, a Tom Maior levará ao Anhembi o enredo “Chico Xavier: Nas Entrelinhas da Alma, as Raízes do Céu em Uberaba”, desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Campello.
CAMISA VERDE E BRANCO
Com um dos melhores sambas do ano, o Camisa não contou com o intérprete Charles Silva no minidesfile, mas isso não foi um problema. A ala musical sustentou a obra e animou o público que permaneceu para ver o Trevo da Barra Funda. Um enredo sobre Exu naturalmente gera um samba vibrante, e isso se confirmou no minidesfile. A escola levou um grande contingente de componentes, do carro de som às últimas alas. Enredo e samba fortes motivam a comunidade, e a impressão é que, neste momento, muitos deixaram de lado a situação judicial para defender o pavilhão.
A porta-bandeira Lys Grooters, única nota 40 do Grupo Especial em 2025, agora tem novo parceiro. Marquinhos Costa, ex-Barroca Zona Sul, foi desligado e assumiu o posto no Trevo.
Encerrando os desfiles do Grupo Especial, o Camisa apresentará o enredo “Abre Caminhos”, assinado pelo carnavalesco Guilherme Estevão.
A Imperatriz Leopoldinense realizou mais um ensaio de rua no último domingo, do jeito que acostumou o mundo do samba nos últimos anos: canto forte, organização extrema e desfilantes brincando nas alas. E foram o canto e o pulsar da comunidade os grandes destaques deste ensaio. Desde a vibração da coreografia da comissão de frente ao jovem que tremula a bandeira na última ala, a Verde e Branca deu uma aula de como manter um cantar forte e linear durante todo o cortejo. A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no Carnaval 2026 e fará uma homenagem ao artista Ney Matogrosso, com o enredo “Camaleônico”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.
A Rua Euclides Faria tem testemunhado grandes ensaios da Imperatriz e uma escola que cada vez mais carrega o público com ela. Neste domingo, no dia em que a presidente Cátia Drumond celebra cinco anos na direção da coroa leopoldinense, ela, que é a maior responsável pela virada de chave no astral da escola, viu a imagem de uma comunidade calorosa e que cai no samba junto com o público. Ensaio da Imperatriz é para se jogar. E cantar. Com a aula de harmonia da escola, o canto uníssono e muito alto dos componentes faz o público pegar rápido, pelo menos, os dois refrães do samba.
“Eu sempre tendo a fazer o exercício que é natural, de entender que cada ensaio é uma evolução do anterior. Essa é a progressiva. A gente olha para o ensaio, o último ensaio, eu consigo achar que o ensaio de hoje foi melhor do que o passado. E aí a gente agora vai reunir para entender o fluxo, o que pode ajustar. Mas eu sempre acho que o objetivo fundamental desse ensaio, além de ser o encontro com a nossa comunidade, é a harmonia num conceito total musical, que é a união da bateria, do carro de som, da escola cantando. E eu acho que a Imperatriz, se pudesse desfilar amanhã, estaria pronta”, avaliou o diretor de carnaval André Bonatte.
COMISSÃO DE FRENTE
No melhor estilo Patrick Carvalho: movimentos fortes, vibrações e uma marca do coreógrafo. Os componentes não só dançam, mas o olhar de cada um faz parte da coreografia e ajuda a prender a atenção dos espectadores. Na apresentação, um personagem central encena os trejeitos do homenageado, com extremo talento. Ao entorno dele, forma-se um balé que compõe uma interessante montagem do número do quesito.
MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
O ensaio deste domingo não contou com a apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Rafaela Theodoro está se recuperando de uma virose e não esteve presente. Já Phelipe Lemos estava no jeitão dele: se acabando no ensaio no meio das alas e com o público.
SAMBA
Junção é com a Imperatriz. Mais uma vez, sequer dá para imaginar que eram dois concorrentes. O samba pegou, é empolgante, dançante e ajuda no ritmo do ensaio de rua, em seus momentos de explosão. Dá para perceber que o povo gosta de cantar “canto com alma de mulher…” e pular bastante em “se joga na festa, esquece o amanhã”.
Ao CARNAVALESCO, o cantor Pitty de Menezes disse estar confiante de que o samba crescerá ainda mais e acredita que o canto da escola está no caminho certo.
“Cada ensaio tem sido uma surpresa. A comunidade tem, a cada dia, gritado mais o samba. Não só quem está desfilando com a escola, mas a comunidade que está assistindo também está cantando muito. Eu fico muito feliz porque a gente está em um caminho muito bom, um caminho certo para poder conquistar o nosso objetivo e fazer esse samba explodir na avenida. O samba tem conquistado muito as pessoas. Porque, é o que eu sempre falo, samba é trabalho. A gente tem uma das melhores equipes, se não a melhor equipe do carnaval, musicalmente falando. Então, eu acho que o samba ainda vai crescer mais. No ano da Cigana falaram que era o Frankenstein. No ano do Lampião também colocaram o nosso samba como um dos últimos, e a gente foi campeã no Carnaval. E a Imperatriz é assim. Imperatriz é uma escola de resistência. Uma comunidade que briga pela sua escola, e não vai ser diferente. Nós vamos entrar na Avenida para ganhar o campeonato”.
HARMONIA
Um show que melhora a cada semana. A Imperatriz tem um coro de tirar o fôlego e a equipe de harmonia tem muito a se orgulhar do trabalho realizado. O canto é linear, explode quando tem que crescer e baixa quando o samba pede. O componente não cansa: pula e canta o tempo todo. Uma exibição impressionante.
“Naturalmente as pessoas vão encontrando as zonas mais confortáveis e elas cantam mais. Então a gente tem, por exemplo, aqui, uma grande quantidade de mulheres. É um trabalho que a gente faz na quadra, de falar que nos momentos mais graves do tom, mais grave do samba, os homens têm que tentar agora impor um pouquinho mais. Ou seja, a gente faz o trabalho de casa dentro da quadra e eu acho que o resultado a gente vê na rua. Sempre vejo uma evolução no canto”, disse André Bonatte.
EVOLUÇÃO
A Rainha de Ramos é uma escola pulsante e tanto o samba quanto o enredo ajudam na performance. Os lenços nas mãos dos componentes dão volume à massa de desfilantes. Olhar a Imperatriz vindo pela rua cria uma expectativa de que quem está assistindo vai ser levado junto quando a escola passar. Também é uma aula de evolução organizada e tranquila.
OUTROS DESTAQUES
A presidente Cátia Drumond esteve no ensaio no dia em que celebra cinco anos à frente da escola. Como presente, ela ganhou muito carinho dos componentes e um ensaio de fazer o coração bater mais forte. Ao CARNAVALESCO, a presidente falou sobre o resultado de um trabalho que começou com a escola no Acesso.
“A palavra certa é gratidão. Agradecer também a Deus, agradecer essa comunidade que abraçou a minha gestão. Porque eu faço o meu trabalho, mas se eu não tiver eles, não chego a lugar nenhum. Você vê uma Imperatriz feliz, independente de título ou não, isso é saber que estamos fazendo um trabalho bem feito. Essa é a maior coisa da minha gestão. Eu sou muito firme no que eu falo. Quando eu assumi a escola, muitos falavam para mim que ia ser difícil, que a escola ia voltar para o Acesso. E eu sempre acreditei que eu podia. E, para eu poder, eu não posso sozinha. Eu consegui, nesses cinco anos, montar uma equipe. Então, também devo tudo, além da comunidade, à minha equipe”.
O último sábado marcou mais um capítulo importante para o carnaval de São Paulo, com o evento de lançamento dos sambas-enredo de 2026, realizado na Fábrica do Samba. A noite reuniu organização exemplar, praça de alimentação estruturada, arquibancadas cobertas e apoio da cidade, que contou com operação de metrô 24h. Na pista, as escolas mostraram força e equilíbrio em suas apresentações, evidenciando que a disputa pelo Acesso 1 promete ser acirrada no próximo ano. Entre os destaques do dia, Morro da Casa Verde, Torcida Jovem e Unidos de São Lucas chamaram atenção pela consistência e energia apresentadas em seus minidesfiles. O CARNAVALESCO analisou as apresentações e relatou um panorama geral das escolas do grupo de Acesso 2.
A Amizade da Zona Leste será a primeira escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Xangô e Iansã, o casal do dendê no ilê da Amizade”, assinado pelo carnavalesco Rogério Monteiro. O casal estreante Victor Hugo e Pamela Souza destacou-se, mostrando sincronismo e interação com o público. Vestidos de azul, a dupla fez uma boa estreia na escola.
IMPERATRIZ DA PAULICÉIA
A Imperatriz da Paulicéia será a segunda escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Congá: O Altar Sagrado da Minha Fé”, assinado pelo carnavalesco Pedro Magoo. O ponto alto da apresentação da azul e branca da Zona Leste foi a parte musical. O time de canto, liderado por Dom Júnior, e a bateria, regida pela mestra Rafa, mostraram sintonia e harmonia, deixando boas expectativas para os ensaios técnicos e para o dia do desfile.
TORCIDA JOVEM
A Torcida Jovem será a terceira escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Axé – Raízes e Ritmos da Cultura Afro-Baiana”, assinado por uma comissão de Carnaval. O conjunto geral mostrou excelência e competência para alcançar o objetivo de avançar ao grupo de Acesso 1. A coreografia, o sincronismo e a expressão corporal do primeiro casal, Gabriel e Joice; a técnica e emoção do intérprete Ivanzinho; e a organização das alas, que trouxeram adereços de mão, foram pontos positivos para a agremiação.
X-9 PAULISTANA
A X-9 Paulistana será a quarta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “YVY Marã Ey: A Busca pela Terra sem Mal”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos e pelo enredista Leonardo Dahi. O carro de som, liderado por Royce do Cavaco e Daniel Collete, embalou com muita técnica o samba de 2026, permitindo que os componentes cantassem e evoluíssem bem.
UNIDOS DE SÃO LUCAS
A Unidos de São Lucas será a quinta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Meu Tambor é Ancestral: Heranças e Riquezas de um Povo… Um Brasil de Festas Pretas!”, assinado pelo carnavalesco Anselmo Brito. A agremiação apresentou um bom conjunto. Entre harmonia, evolução, bateria e time de canto, a Unidos de São Lucas mostrou que quer voltar ao grupo de Acesso 1 com maestria.
UNIDOS DO PERUCHE
A Unidos do Peruche será a sexta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Oi… Esse Peruche Lindo e Trigueiro… Terra de Samba e Pandeiro”, assinado pelo carnavalesco Chico Spinosa. A comissão de frente coreografada por Carllos Alves destacou-se pela performance no minidesfile. Vestindo roupas com tecido afro, os bailarinos investiram em passos tradicionais alternados com movimentos que remetiam ao enredo.
MORRO DA CASA VERDE
O Morro da Casa Verde será a sétima escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Santo Antônio de Batalha Faz de Mim Batalhador”, assinado pelo carnavalesco Ulisses Bara. A agremiação elevou o nível do dia no que se refere à harmonia, evolução e bateria. Durante uma bossa executada pela bateria, toda a escola coreografava e cantava alto, conquistando o público, que celebrou junto com os componentes.
IMPERADOR DO IPIRANGA
O Imperador do Ipiranga será a oitava escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Bejiroó, Onipé Doum Ibeji”, assinado pelo carnavalesco Rômulo Souza. A comissão de frente coreografada por Diogo Costa foi o grande destaque da apresentação. Os componentes executaram passos tradicionais do quesito com maestria, sincronismo e clareza nos movimentos. Além disso, utilizaram leques azuis e amarelos durante o desfile.
UIRAPURU DA MOOCA
O Uirapuru da Mooca será a nona escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Salve Maria Felipa, no Balanço da Maré, a Heroína da Independência!”, assinado por uma comissão de carnaval. A parte musical deu o tom da apresentação. A bateria do mestre Murilo, juntamente com o intérprete oficial Thiago Brito, desfilou harmonicamente. Além disso, a rainha de bateria Acássia abrilhantou a linha de frente com sorriso e muito samba no pé.
PRIMEIRA DA CIDADE LÍDER
A Primeira da Cidade Líder será a décima escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Paulo Barros, o Gênio do Carnaval”, assinado pelos carnavalescos Ewerton Visotto e Cristiano Oliveira. O cantor Thiago Melodiah apresentou-se caracterizado e interpretou o samba com maestria, fazendo com que a comunidade se empolgasse e desenvolvesse uma boa evolução.