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Tabajara brilhante, canto intenso e evolução segura: ingredientes do grande ensaio de rua da Portela

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Nem mesmo o forte calor de domingo conseguiu diminuir a energia e a alegria do portelense em mais um ensaio de rua da Majestade do Samba. Depois das 19h, a Estrada do Portela já estava lotada para o ensaio, e, após um esquenta cheio de sucessos comandado por Zé Paulo Sierra e Vitinho, quando a obra de 2026 começou a apresentar seus primeiros versos, a comunidade mostrou que o samba está na ponta da língua — e, mais do que isso, que o hino para o Carnaval 2026 tem muito daquilo que o portelense gosta de levar para a Sapucaí. Impulsionado por um alto rendimento da Tabajara do Samba, que mostrou sua força já desde a bem desenvolvida introdução, o samba se manteve muito bem durante o ensaio, não caiu em nenhum momento, e o portelense cantou e evoluiu com muita alegria, mas sem esquecer de primar pela organização e correção. No final, com pouco mais de uma hora e quinze de ensaio, a satisfação estava estampada no rosto da comunidade e principalmente da direção.

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O diretor de carnaval, Junior Schall, avaliou o rendimento da escola neste ensaio e comparou com a boa apresentação no minidesfile da Cidade do Samba, no fim de semana passado.

“Entendemos que no minidesfile conseguimos reproduzir muito desse potencial que a gente trabalha na quadra e aqui no ensaio de rua. Com um núcleo menor, conseguimos ter um grande aproveitamento do samba com a bateria do mestre Vitinho, o carro de som capitaneado pelo Zé Paulo (Sierra) e todos os componentes da escola. A gente fala de sinergia. A gente fala do canto do samba em um alto volume e por toda a extensão da escola. Ali, com um grupo menor, e aqui, na Estrada do Portela, neste início de exercício ainda, multiplicado por bem mais de mil, aplicamos algo que teremos que fazer no desfile oficial. Não depende da extensão do trajeto, depende da intensidade colocada no trajeto”.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Em 2026, com o enredo “O Mistério do Príncipe do Bará — A oração do Negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”, a Portela será a terceira escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

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Marlon Lamar e Squel Jorgea, indo para o terceiro Carnaval juntos, mostraram-se bem à vontade apesar do forte calor e da responsabilidade de abrir o desfile, já que a Portela não levou a comissão de frente para este ensaio. Na entrada da apresentação no local preparado para o treino de cabine, a dupla já apresentou alguns passos de dança afro, com Squel logo em seguida se destacando pelo número de giros e pela intensidade. Além desses passos mais tradicionais, o casal escolheu fazer algumas pontuações nos gestos em cima da letra do samba e mostrou movimentos de muita doçura e ternura, sempre se procurando e sempre também procurando valorizar o pavilhão, saudando-o para o público. Excelente apresentação.

HARMONIA E SAMBA-ENREDO

O intérprete Zé Paulo Sierra mostrou bom entrosamento com o mestre Vitinho. Antes do ensaio, a dupla teve muito cuidado nos ajustes de som, e a introdução do samba mostrou criatividade e correção, trazendo primeiro um samba de partido-alto para depois trazer muita força de instrumentos mais leves, como chocalhos e xequerês, com uma batida mais marcada e tribal já no grito e nos versos que antecedem o refrão principal, até entrar no refrão propriamente dito e a bateria subir na cabeça. Aliás, não foi só a introdução que impressionou: o samba inteiro teve um rendimento muito alto. Destaque para os dois refrões, mas também para o início da cabeça com “É Bará, é Bará ô ô…” e para os versos mais melodiosos e de letra forte: “Enquanto houver um pastoreio / A chama não apagará / Não há demanda que o povo preto não possa enfrentar”. Este último, talvez, concorra para ser, em letra, o verso do carnaval.

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Isso tudo impulsionou o canto da comunidade, que se manteve alto e intenso durante todo o ensaio. Grande performance da comunidade portelense.

O intérprete Zé Paulo Sierra avaliou o ensaio, comparou também com o trabalho no minidesfile e revelou toda a emoção de participar de mais um ensaio de rua da Majestade do Samba.

“Hoje foi só mais um dia de trabalho. Estamos trabalhando e trabalhando. A gente tem amistoso trabalho essa semana e vamos passo a passo, como foi no minidesfile, que, para mim — não vou avaliar as outras escolas —, eu coloco a Portela como uma das melhores no minidesfile. E ali não está em julgamento fantasia, ali é comunicação, é como o samba rendeu e tudo mais. Acho que a Portela fez um grande trabalho de harmonia, tanto aqui como lá, e essa comunidade está de parabéns. Aqui o astral é muito bom, é muita ancestralidade, é a escola do coração e mexe para caramba. Aprendi a amar Carnaval por conta de um samba da Portela. É difícil segurar a emoção e, aqui, a Portela me confiou esse trabalho superdifícil, que não é substituir o Gilsinho, é conseguir que, em pouco tempo, essa dor amenize. E acho que, em pouco mais de dois meses, a gente tem conseguido fazer isso”.

EVOLUÇÃO

Outro quesito em que a comunidade deu um show. Muito organizada, sem apresentar buracos, evoluindo com fluidez mesmo com as dificuldades já conhecidas da Estrada do Portela — via de subida e mais estreita, por exemplo. Os componentes, além de tudo, mostraram alegria em desfilar, felizes com o samba. Primaram pela espontaneidade, já que não se viram alas coreografadas — pelo menos nesta apresentação. E, com um grande número de componentes para o ensaio, a Portela veio bem grande, mostrando a dedicação que a comunidade tem com os treinos. Bom trabalho da equipe da Portela, que conseguiu manter a organização e a alegria durante todo o treino deste domingo.

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OUTROS DESTAQUES

A “Tabajara do Samba”, do mestre Vitinho, mostrou muita musicalidade, e um naipe que se destacou foi o de xequerês, dando um molho todo especial ao samba. Já a rainha Bianca Monteiro chamou a atenção pelo já costumeiro samba no pé e por alguns momentos especiais em que, após a bateria abrir no meio, Bianca entrava seguida da ala de xequerês e dançava junto com os ritmistas que abaixavam. Momento de muito frisson no público.

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No esquenta, Zé Paulo e Vitinho trouxeram diversas obras antigas e mais recentes da discografia portelense, passando por “Contos de Areia”, “Madureira Sobe o Pelô”, “Um Defeito de Cor”, “Das Maravilhas do Mar Fez o Esplendor de Uma Noite”, entre outras.

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Safra com sambas do Grupo Especial de alto nível se confirma em apresentações nos minidesfiles na Fábrica do Samba

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Por Gustavo Lima, Naomi Prado, Lucas Sampaio, Gustavo Mattos, Eduardo Frois e Will Ferreira

No sábado ocorreu a Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo de 2026, com a apresentação dos tradicionais minidesfiles das 32 escolas filiadas à Liga-SP, divididas em três grupos (Acesso 2, Acesso 1 e Grupo Especial). A festa, como de costume, avançou madrugada adentro, iniciando às 15h, com o Camisa Verde e Branco sendo a última escola a se apresentar por volta das 5h. Em análise do CARNAVALESCO, o Grupo Especial mostrou um equilíbrio muito grande. No recorte dos últimos anos, esta é a melhor safra de sambas-enredo e, por isso, o alto nível das apresentações se refletiu na Fábrica do Samba.

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Entretanto, uma escola propôs algo inédito: A Estrela do Terceiro Milênio confirmou o grande samba-enredo que possui e incorporou o enredo de forma criativa. A agremiação realizou uma roda de samba no meio do desfile, inovando de fato.

MOCIDADE UNIDA DA MOOCA

Estreando no Grupo Especial também nos minidesfiles e entrando na passarela logo após o show de Xande de Pilares, a escola da Zona Leste estava visivelmente emocionada por se apresentar pela primeira vez entre as coirmãs do principal pelotão do carnaval paulistano. A MUM fez questão de mostrar que é uma agremiação de alto nível em todos os aspectos, começando pelo grande tripé que trouxe, impressionando o público, com a Rainha do Carnaval 2025, Ariê Suyane, à frente.

Com um samba elogiado, foi possível notar a emoção do trio de intérpretes formado por Emerson Dias, Gui Cruz e Sté Oliveira ao cantar a obra, que foi muito bem sustentada pela Chapa Quente, comandada por mestre Denys Silva. Assim como é tradicional nas escolas da Zona Leste, a comunidade da MUM cantou fortemente o samba, animando a Fábrica do Samba.

Com o tema “Geledés – Agbara Omirin”, assinado pelo carnavalesco Renan Ribeiro, a MUM abrirá o carnaval de São Paulo, na sexta-feira.

COLORADO DO BRÁS

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O enredo “A Bruxa está Solta – Senhoras do Saber Renascem na Colorado”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick, segue despertando curiosidade no público. O minidesfile começou com elementos escuros em preto e roxo, como fantasias e tripés, sugerindo que o desfile oficial também terá essa paleta de cores. À medida que a escola evoluía, outras tonalidades foram surgindo, levando os espectadores a imaginar como essa transformação será apresentada na avenida. A corte da bateria, formada pela rainha Talita Guastelli e pela madrinha Bruna Costa, desfilou fantasiada, mostrando a seriedade da preparação da comunidade. A Ritmo Resposta, comandada por mestre Acerola de Angola, executou convenções bem respondidas pelo público e imprimiu energia ao samba.

A escola será a segunda a desfilar na sexta-feira com o tema “A Bruxa está Solta – Senhoras do Saber Renascem na Colorado”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick.

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DRAGÕES DA REAL

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A entrada da escola foi bastante impactante. Integrantes da comissão de frente vieram executando uma coreografia cheia de energia, causando forte impacto visual. Em seguida, o tripé impressionou pela altura, pelo volume e pelo acabamento. Um costume tradicional da Vila Anastácio foi mantido no minidesfile: a evolução fluida, com componentes realmente se divertindo e curtindo o evento. A madrinha da bateria Ritmo que Incendeia, Lexa, estava entre as mais animadas, interagindo com os integrantes e com o público.

Com desenvolvimento do carnavalesco Jorge Freitas, a Dragões da Real será a terceira escola a passar no Anhembi com o tema “Guerreiras Icamiabas: Uma Lendária História de Força e Resistência”.

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TATUAPÉ

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Uma das características marcantes da azul e branca da Zona Leste é o canto potente dos componentes, e isso se repetiu. Na parte final do minidesfile, todos os presentes cantaram intensamente o samba-enredo da bicampeã. Até a ala das passistas, que costuma ter menor volume vocal, se destacou, chamando a atenção do público. Também vale destacar a comissão de frente, que apresentou uma coreografia leve e completamente alinhada ao samba-enredo.

Wagner Santos assina o tema da Tatuapé: “Plantar para colher e alimentar, tem muita terra sem gente, tem muita gente sem terra”, sendo a quarta escola a desfilar na sexta-feira.

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ROSAS DE OURO

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Ao contrário da maior parte das coirmãs, a atual campeã optou por realizar um esquenta com duas passadas, deixando a comunidade ainda mais animada para entrar no minidesfile. A histórica comunicação com o público esteve presente novamente, com todos levantando bexigões azuis e rosas para saudar a escola, que retribuiu com casais de mestre-sala e porta-bandeira fantasiados. O projeto Sou Roseira, que visa fortalecer a comunidade, mostrou mais uma vez sua força, assim como o canto da escola, que segue em crescente evolução.

A atual campeã do carnaval será a quinta escola a desfilar na sexta-feira com o enredo “Escrito nas Estrelas”, desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Ricardo.

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VAI-VAI

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Pela primeira vez defendendo a Saracura em um minidesfile, Pedro Trindade e Mirelly Nunes se destacaram. Com giros rápidos e muita sincronia, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola mais vitoriosa do carnaval paulistano encantou o público na Fábrica do Samba. O samba-enredo segue sendo trabalhado pela ala musical. A introdução foi feita com um instrumento de sopro, criando uma abertura especial. Outra escolha da escola foi começar a obra pelo primeiro verso, e não pelo refrão principal.

A escola do povo será a sexta desfilar na sexta-feira de carnaval com o tema “Em cartaz: a saga de um povo heroico no apogeu da vedete Pauliceia”, feito por uma comissão de carnaval.

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BARROCA ZONA SUL

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Com uma representação de Oxum logo na comissão de frente, a Faculdade do Samba também chamou atenção pelos bexigões distribuídos aos componentes, criando um efeito visual bonito. O samba-enredo, novamente considerado um dos melhores da forte safra de São Paulo, funcionou muito bem. A escola cantou todo o percurso, especialmente quando a bateria Tudo Nosso se abaixou e o público cantou junto com a agremiação.

Fechando a sexta-feira de carnaval, a verde e rosa do Jabaquara tem como enredo “Oro Mi Maió Oxum”, assinado pelo carnavalesco Pedro Magoo.

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IMPÉRIO DE CASA VERDE

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É perceptível que o clima na escola mudou com o enredo “Império dos Balangandãs”. O samba, contagiante, tem rendido ótimos momentos nas vozes dos imperianos. O forte refrão de meio animou até quem assistia, arrancando palmas no ritmo do samba. Também merece destaque a estreia de Tiago Nascimento como voz oficial em um evento da Liga-SP, dividindo o carro de som com o renomado Tinga. A escola passou a impressão de querer mostrar que está mais forte do que nunca e que o 11º lugar de 2025 não representa sua verdadeira capacidade. A garra da comunidade e o excelente desenvolvimento do trabalho foram os pontos altos. Destacam-se ainda a comissão de frente, com estética africana, e o casal Patrick Vicente e Sofia Nascimento, que mostrou grande entrosamento.

O Império abrirá o sábado de carnaval em 2026, no dia 14 de fevereiro, com o enredo “Império dos Balangandãs: Joias Negras Afro-Brasileiras”, assinado pelo carnavalesco Leandro Barboza.

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ÁGUIA DE OURO

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A escola fez uma apresentação descontraída, colocando seus principais segmentos na frente do minidesfile e deixando os demais mais livres no fim. O canto da Pompeia se destacou novamente, agora com o reforço do mestre Moleza na bateria. Vale destacar a bossa em que a bateria executa um reggae nos últimos versos do samba: “Nos festivais pra celebrar / com o rei daqui e o rei de lá / e de mãos dadas bebemorar”. A comissão de frente, coreografada por Robson Bernardino, fez movimentos discretos e no ritmo. A porta-bandeira Monalisa Bueno estreou parceria com o mestre-sala Alex Malbec, substituto do eterno João Carlos Camargo, transmitindo segurança.

Com o enredo “Mokum Amsterdã: O voo da Águia à cidade libertária”, a escola será a segunda a desfilar no sábado, sob desenvolvimento do carnavalesco Alexandre Louzada.

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MOCIDADE ALEGRE

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A Morada do Samba trata o evento como algo grandioso há anos, e por isso sempre se destaca. Nesta noite, a comissão de frente comandada por Jhean Allex apresentou danças teatrais com figurinos que remetiam ao teatro e à negritude, alternando homens e mulheres, alinhada ao enredo em homenagem a Léa Garcia. O principal destaque foi o samba-enredo. Além da interpretação impecável de Igor Sorriso, talvez tenha sido o mais cantado pelo público, que balançava bandeiras da escola. O refrão de cabeça, apesar de curto, possui entonações longas e altas, o que permitiu grande volume vocal na Fábrica do Samba. O “Lerê” do refrão de meio permanece como o grande destaque da obra. A escola levou uma grande alegoria, quase tocando o teto da entrada para a pista, onde estava o pavilhão da escola e, no topo, a recém-eleita Rainha do Carnaval, Pâmela Lacerda. Também se destacaram o casal Diego Motta e Natália Lago, vestidos com indumentárias de avenida, demonstrando elegância, entrosamento e conexão com o pavilhão.

Terceira a desfilar no sábado, a Mocidade Alegre levará ao Anhembi o enredo “Malunga Léa – Rapsódia de uma deusa negra”, desenvolvido pelo carnavalesco Caio Araújo.

GAVIÕES DA FIEL

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Desde a criação dos minidesfiles nesse formato de lançamento do CD, esta foi a melhor apresentação dos Gaviões da Fiel. A escola encarou o evento com mais seriedade, buscando surpreender e mostrar a força da nação corinthiana no carnaval. Em anos anteriores, a apresentação parecia protocolar, mas desta vez a postura foi diferente. A maturidade da entidade merece elogios. A comunidade também demonstrou evolução com enredos culturais. No último carnaval, era nítida a dificuldade com o samba afro de “Irin Ajó Emi Ojisé”, mas agora, com um samba repleto de palavras indígenas, os componentes cantaram com muita força, mostrando grande adaptação. Vale destacar o trabalho do diretor musical Rafa do Cavaco e do carro de som ao lado do intérprete Ernesto Teixeira. O minidesfile revelou uma nova Gaviões da Fiel, atual terceira colocada e forte candidata ao título.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Torcida que Samba desfilará na quarta posição do sábado, com o enredo “Vozes Ancestrais para um Novo Amanhã”, desenvolvido por Júlio Poloni e Rayner Pereira.

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ESTRELA DO TERCEIRO MILÊNIO

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O minidesfile da Milênio foi marcado pela ousadia. O homenageado Paulo César Pinheiro, autor de grandes composições, inspirou a escola a fazer uma roda de samba no meio da apresentação. A bateria Pegada da Coruja, comandada pelo mestre Vitor Velloso, parou completamente, deixando apenas tantãs e outros instrumentos leves na marcação, lembrando o desfile da Mangueira em 2012. A escola do Grajaú é conhecida por inovar, e a ideia foi bem-sucedida. O entrosamento do casal Arthur Santos e Waleska Gomes, além do forte canto das últimas alas, marcou a exibição. É um dos grandes sambas do carnaval. Darlan Alves e Grazzi Brasil vêm interpretando muito bem a obra, mantendo uma parceria consolidada.

Com desenvolvimento do carnavalesco Murilo Lobo, a Milênio será a quinta escola a desfilar no sábado com o tema “Hoje a poesia vem ao nosso encontro: Paulo César Pinheiro, uma viagem pela vida e obra do poeta das canções”.

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TOM MAIOR

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A escola vermelho e amarelo promete emocionar o público. O samba-enredo conduz a uma viagem por memórias positivas através de Chico Xavier e exalta também a cidade de Uberaba em uma carta do próprio homenageado. Grande destaque para a comissão de frente: um integrante representou Chico enquanto os demais bailarinos dançavam ao som da obra, trajando roupas da época, como boinas, camisas sociais, calças e suspensórios. A Tom 30, bateria liderada por mestre Carlão, mostrou uma cadência técnica que a coloca entre as mais qualificadas do carnaval, com todos os instrumentos audíveis. Para celebrar o momento, a escola distribuiu pequenas cartas com mensagens antigas de Chico Xavier, levando ao público recados positivos que vão além do carnaval.

Sexta escola a desfilar no sábado, a Tom Maior levará ao Anhembi o enredo “Chico Xavier: Nas Entrelinhas da Alma, as Raízes do Céu em Uberaba”, desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Campello.

CAMISA VERDE E BRANCO

Com um dos melhores sambas do ano, o Camisa não contou com o intérprete Charles Silva no minidesfile, mas isso não foi um problema. A ala musical sustentou a obra e animou o público que permaneceu para ver o Trevo da Barra Funda. Um enredo sobre Exu naturalmente gera um samba vibrante, e isso se confirmou no minidesfile. A escola levou um grande contingente de componentes, do carro de som às últimas alas. Enredo e samba fortes motivam a comunidade, e a impressão é que, neste momento, muitos deixaram de lado a situação judicial para defender o pavilhão.

A porta-bandeira Lys Grooters, única nota 40 do Grupo Especial em 2025, agora tem novo parceiro. Marquinhos Costa, ex-Barroca Zona Sul, foi desligado e assumiu o posto no Trevo.
Encerrando os desfiles do Grupo Especial, o Camisa apresentará o enredo “Abre Caminhos”, assinado pelo carnavalesco Guilherme Estevão.

Ela é mestra! Imperatriz dá aula de harmonia em ensaio de rua

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A Imperatriz Leopoldinense realizou mais um ensaio de rua no último domingo, do jeito que acostumou o mundo do samba nos últimos anos: canto forte, organização extrema e desfilantes brincando nas alas. E foram o canto e o pulsar da comunidade os grandes destaques deste ensaio. Desde a vibração da coreografia da comissão de frente ao jovem que tremula a bandeira na última ala, a Verde e Branca deu uma aula de como manter um cantar forte e linear durante todo o cortejo. A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no Carnaval 2026 e fará uma homenagem ao artista Ney Matogrosso, com o enredo “Camaleônico”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

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A Rua Euclides Faria tem testemunhado grandes ensaios da Imperatriz e uma escola que cada vez mais carrega o público com ela. Neste domingo, no dia em que a presidente Cátia Drumond celebra cinco anos na direção da coroa leopoldinense, ela, que é a maior responsável pela virada de chave no astral da escola, viu a imagem de uma comunidade calorosa e que cai no samba junto com o público. Ensaio da Imperatriz é para se jogar. E cantar. Com a aula de harmonia da escola, o canto uníssono e muito alto dos componentes faz o público pegar rápido, pelo menos, os dois refrães do samba.

“Eu sempre tendo a fazer o exercício que é natural, de entender que cada ensaio é uma evolução do anterior. Essa é a progressiva. A gente olha para o ensaio, o último ensaio, eu consigo achar que o ensaio de hoje foi melhor do que o passado. E aí a gente agora vai reunir para entender o fluxo, o que pode ajustar. Mas eu sempre acho que o objetivo fundamental desse ensaio, além de ser o encontro com a nossa comunidade, é a harmonia num conceito total musical, que é a união da bateria, do carro de som, da escola cantando. E eu acho que a Imperatriz, se pudesse desfilar amanhã, estaria pronta”, avaliou o diretor de carnaval André Bonatte.

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COMISSÃO DE FRENTE

No melhor estilo Patrick Carvalho: movimentos fortes, vibrações e uma marca do coreógrafo. Os componentes não só dançam, mas o olhar de cada um faz parte da coreografia e ajuda a prender a atenção dos espectadores. Na apresentação, um personagem central encena os trejeitos do homenageado, com extremo talento. Ao entorno dele, forma-se um balé que compõe uma interessante montagem do número do quesito.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

O ensaio deste domingo não contou com a apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Rafaela Theodoro está se recuperando de uma virose e não esteve presente. Já Phelipe Lemos estava no jeitão dele: se acabando no ensaio no meio das alas e com o público.

SAMBA

Junção é com a Imperatriz. Mais uma vez, sequer dá para imaginar que eram dois concorrentes. O samba pegou, é empolgante, dançante e ajuda no ritmo do ensaio de rua, em seus momentos de explosão. Dá para perceber que o povo gosta de cantar “canto com alma de mulher…” e pular bastante em “se joga na festa, esquece o amanhã”.

Ao CARNAVALESCO, o cantor Pitty de Menezes disse estar confiante de que o samba crescerá ainda mais e acredita que o canto da escola está no caminho certo.

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“Cada ensaio tem sido uma surpresa. A comunidade tem, a cada dia, gritado mais o samba. Não só quem está desfilando com a escola, mas a comunidade que está assistindo também está cantando muito. Eu fico muito feliz porque a gente está em um caminho muito bom, um caminho certo para poder conquistar o nosso objetivo e fazer esse samba explodir na avenida. O samba tem conquistado muito as pessoas. Porque, é o que eu sempre falo, samba é trabalho. A gente tem uma das melhores equipes, se não a melhor equipe do carnaval, musicalmente falando. Então, eu acho que o samba ainda vai crescer mais. No ano da Cigana falaram que era o Frankenstein. No ano do Lampião também colocaram o nosso samba como um dos últimos, e a gente foi campeã no Carnaval. E a Imperatriz é assim. Imperatriz é uma escola de resistência. Uma comunidade que briga pela sua escola, e não vai ser diferente. Nós vamos entrar na Avenida para ganhar o campeonato”.

HARMONIA

Um show que melhora a cada semana. A Imperatriz tem um coro de tirar o fôlego e a equipe de harmonia tem muito a se orgulhar do trabalho realizado. O canto é linear, explode quando tem que crescer e baixa quando o samba pede. O componente não cansa: pula e canta o tempo todo. Uma exibição impressionante.

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“Naturalmente as pessoas vão encontrando as zonas mais confortáveis e elas cantam mais. Então a gente tem, por exemplo, aqui, uma grande quantidade de mulheres. É um trabalho que a gente faz na quadra, de falar que nos momentos mais graves do tom, mais grave do samba, os homens têm que tentar agora impor um pouquinho mais. Ou seja, a gente faz o trabalho de casa dentro da quadra e eu acho que o resultado a gente vê na rua. Sempre vejo uma evolução no canto”, disse André Bonatte.

EVOLUÇÃO

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A Rainha de Ramos é uma escola pulsante e tanto o samba quanto o enredo ajudam na performance. Os lenços nas mãos dos componentes dão volume à massa de desfilantes. Olhar a Imperatriz vindo pela rua cria uma expectativa de que quem está assistindo vai ser levado junto quando a escola passar. Também é uma aula de evolução organizada e tranquila.

OUTROS DESTAQUES

A presidente Cátia Drumond esteve no ensaio no dia em que celebra cinco anos à frente da escola. Como presente, ela ganhou muito carinho dos componentes e um ensaio de fazer o coração bater mais forte. Ao CARNAVALESCO, a presidente falou sobre o resultado de um trabalho que começou com a escola no Acesso.

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“A palavra certa é gratidão. Agradecer também a Deus, agradecer essa comunidade que abraçou a minha gestão. Porque eu faço o meu trabalho, mas se eu não tiver eles, não chego a lugar nenhum. Você vê uma Imperatriz feliz, independente de título ou não, isso é saber que estamos fazendo um trabalho bem feito. Essa é a maior coisa da minha gestão. Eu sou muito firme no que eu falo. Quando eu assumi a escola, muitos falavam para mim que ia ser difícil, que a escola ia voltar para o Acesso. E eu sempre acreditei que eu podia. E, para eu poder, eu não posso sozinha. Eu consegui, nesses cinco anos, montar uma equipe. Então, também devo tudo, além da comunidade, à minha equipe”.

Com apresentações equilibradas no minidesfile, Acesso 2 de São Paulo promete disputa acirrada no Carnaval 2026

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O último sábado marcou mais um capítulo importante para o carnaval de São Paulo, com o evento de lançamento dos sambas-enredo de 2026, realizado na Fábrica do Samba. A noite reuniu organização exemplar, praça de alimentação estruturada, arquibancadas cobertas e apoio da cidade, que contou com operação de metrô 24h. Na pista, as escolas mostraram força e equilíbrio em suas apresentações, evidenciando que a disputa pelo Acesso 1 promete ser acirrada no próximo ano. Entre os destaques do dia, Morro da Casa Verde, Torcida Jovem e Unidos de São Lucas chamaram atenção pela consistência e energia apresentadas em seus minidesfiles. O CARNAVALESCO analisou as apresentações e relatou um panorama geral das escolas do grupo de Acesso 2.

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AMIZADE DA ZONA LESTE

A Amizade da Zona Leste será a primeira escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Xangô e Iansã, o casal do dendê no ilê da Amizade”, assinado pelo carnavalesco Rogério Monteiro. O casal estreante Victor Hugo e Pamela Souza destacou-se, mostrando sincronismo e interação com o público. Vestidos de azul, a dupla fez uma boa estreia na escola.

IMPERATRIZ DA PAULICÉIA

A Imperatriz da Paulicéia será a segunda escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Congá: O Altar Sagrado da Minha Fé”, assinado pelo carnavalesco Pedro Magoo. O ponto alto da apresentação da azul e branca da Zona Leste foi a parte musical. O time de canto, liderado por Dom Júnior, e a bateria, regida pela mestra Rafa, mostraram sintonia e harmonia, deixando boas expectativas para os ensaios técnicos e para o dia do desfile.

TORCIDA JOVEM

A Torcida Jovem será a terceira escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Axé – Raízes e Ritmos da Cultura Afro-Baiana”, assinado por uma comissão de Carnaval. O conjunto geral mostrou excelência e competência para alcançar o objetivo de avançar ao grupo de Acesso 1. A coreografia, o sincronismo e a expressão corporal do primeiro casal, Gabriel e Joice; a técnica e emoção do intérprete Ivanzinho; e a organização das alas, que trouxeram adereços de mão, foram pontos positivos para a agremiação.

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X-9 PAULISTANA

A X-9 Paulistana será a quarta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “YVY Marã Ey: A Busca pela Terra sem Mal”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos e pelo enredista Leonardo Dahi. O carro de som, liderado por Royce do Cavaco e Daniel Collete, embalou com muita técnica o samba de 2026, permitindo que os componentes cantassem e evoluíssem bem.

UNIDOS DE SÃO LUCAS

A Unidos de São Lucas será a quinta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Meu Tambor é Ancestral: Heranças e Riquezas de um Povo… Um Brasil de Festas Pretas!”, assinado pelo carnavalesco Anselmo Brito. A agremiação apresentou um bom conjunto. Entre harmonia, evolução, bateria e time de canto, a Unidos de São Lucas mostrou que quer voltar ao grupo de Acesso 1 com maestria.

UNIDOS DO PERUCHE

A Unidos do Peruche será a sexta escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Oi… Esse Peruche Lindo e Trigueiro… Terra de Samba e Pandeiro”, assinado pelo carnavalesco Chico Spinosa. A comissão de frente coreografada por Carllos Alves destacou-se pela performance no minidesfile. Vestindo roupas com tecido afro, os bailarinos investiram em passos tradicionais alternados com movimentos que remetiam ao enredo.

MORRO DA CASA VERDE

O Morro da Casa Verde será a sétima escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Santo Antônio de Batalha Faz de Mim Batalhador”, assinado pelo carnavalesco Ulisses Bara. A agremiação elevou o nível do dia no que se refere à harmonia, evolução e bateria. Durante uma bossa executada pela bateria, toda a escola coreografava e cantava alto, conquistando o público, que celebrou junto com os componentes.

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IMPERADOR DO IPIRANGA

O Imperador do Ipiranga será a oitava escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Bejiroó, Onipé Doum Ibeji”, assinado pelo carnavalesco Rômulo Souza. A comissão de frente coreografada por Diogo Costa foi o grande destaque da apresentação. Os componentes executaram passos tradicionais do quesito com maestria, sincronismo e clareza nos movimentos. Além disso, utilizaram leques azuis e amarelos durante o desfile.

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UIRAPURU DA MOOCA

O Uirapuru da Mooca será a nona escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Salve Maria Felipa, no Balanço da Maré, a Heroína da Independência!”, assinado por uma comissão de carnaval. A parte musical deu o tom da apresentação. A bateria do mestre Murilo, juntamente com o intérprete oficial Thiago Brito, desfilou harmonicamente. Além disso, a rainha de bateria Acássia abrilhantou a linha de frente com sorriso e muito samba no pé.

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PRIMEIRA DA CIDADE LÍDER

A Primeira da Cidade Líder será a décima escola a desfilar no sábado de Carnaval pelo grupo de Acesso 2. A escola levará para a avenida o enredo “Paulo Barros, o Gênio do Carnaval”, assinado pelos carnavalescos Ewerton Visotto e Cristiano Oliveira. O cantor Thiago Melodiah apresentou-se caracterizado e interpretou o samba com maestria, fazendo com que a comunidade se empolgasse e desenvolvesse uma boa evolução.

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Arrancadas de todas escolas nos minidesfiles da Série Ouro para o Carnaval 2026

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Mocidade ajusta detalhes e mostra força no ensaio de rua rumo ao Carnaval 2026

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A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou mais um ensaio de rua, no último sábado, na Avenida Ministro Ary Franco, em Bangu. Após ter desfilado, na última semana, nas comemorações do Dia Nacional do Samba, a Estrela Guia da Zona Oeste retornou ao novo palco de seus ensaios, contando com a presença de seu time para mais um treino com a comunidade. A apresentação de Diogo e Bruna foi um dos pontos altos da noite, assim como o canto forte da escola com o samba em homenagem a Rita Lee, destacando o crescimento da obra em mais uma semana. A Estrela Guia de Padre Miguel vai homenagear a cantora, falecida em 2023 e uma das maiores ídolas musicais do Brasil, com o enredo “Rita Lee — A Padroeira da Liberdade”, desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage, abrindo a segunda noite de desfiles do Grupo Especial na segunda-feira de Carnaval.

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COMISSÃO DE FRENTE

Comandada por Marcelo Misailidis, a comissão de frente da Verde e Branca trouxe, mais uma vez, a coreografia inspirada em “Doce Vampiro”, de Rita Lee, demonstrando maior sincronia e aperfeiçoamento entre os bailarinos. Os integrantes mantiveram o que vem sendo apresentado nos ensaios de rua, com movimentos vampirescos e ágeis de braços e mãos, além de passos descritivos em relação à letra do samba, como a integrante venerada como “Santa Rita Leeberdade” e os vampiros prestes a morder sua vítima em “Meu doce vampiro, além do querer”. Foi uma apresentação muito bem executada, mais ágil e bem alinhada à proposta coreográfica de Marcelo.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

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Diogo e Bruna foram novamente um dos pontos altos do treino da Mocidade. Com a habilidade e a sincronia de sempre, o casal realizou sua coreografia com garra, confiança, força e animação, trazendo elementos anteriores com alguns passos e gestos novos.

Momentos já tradicionais, como giros mais distantes seguidos de aproximações, gestos de guitarra e expressões inspiradas no rock, além do cortejo mais próximo em “Meu doce vampiro, além do querer”, se integraram bem aos movimentos adicionados.

Na apresentação equivalente à cabine espelhada, o casal saudou cada lado em momentos distintos, revezando-se de maneira elegante, especialmente na despedida do módulo.

SAMBA E HARMONIA

Igor Vianna demonstrou que o samba já está “na ponta da língua” na Ary Franco, com boa presença nesta noite e comandando um ensaio muito sólido junto à comunidade da Zona Oeste. Ainda há margem para crescimento, mas seu desempenho e o entrosamento com o carro de som revelam afinação com a obra de 2026.

A comunidade cantou com força e alegria, sinal de que o samba vem se firmando entre os componentes. A explosão no refrão do meio, “Transo rock e samba pra sentir prazer, agora só falta você, agora só falta você”, voltou a arrepiar, assim como os demais refrões, que levaram os independentes ao grito coletivo.

Ao CARNAVALESCO, Igor Vianna comentou o retorno à Ary Franco e o momento vivido pela Mocidade, destacando a crescente sintonia entre escola e samba.

“A cada semana é uma nova emoção, um novo momento, e a escola está cada vez mais se encorpando ao samba, se adequando a ele. Temos algumas coisas a acertar, mas acho que o caminho é esse. Está tudo caminhando para o melhor pela nossa escola”.

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EVOLUÇÃO

A Mocidade apresentou evolução ligeiramente mais rápida em alguns trechos, muito por estar com um contingente menor nesta noite. Ainda assim, no geral, a escola fluiu bem pela rua, com componentes animados ao longo do percurso, demonstrando alegria, empolgação e forte conexão com o samba e com o enredo que levará à Sapucaí em 2026.

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Wallace Capoeira, diretor de carnaval, explicou que o tamanho da escola foi impactado pelo minidesfile da Série Ouro, que deslocou muitos colegas para o evento. Ele destacou ainda a garra vista no ensaio anterior e como o mesmo espírito se repetiu no último sábado em Bangu. Parabenizou a escola, reforçando a preocupação constante em aperfeiçoar o trabalho.

“Depois do minidesfile, a gente sempre pontua os erros. Graças a Deus, fizemos um baita minidesfile, com a escola muito empolgante, cantando muito e vibrando. É o cantar, vibrar e emocionar, e hoje, novamente, a escola mostrou isso. A Mocidade está de parabéns pelo trabalho que vem executando, toda a nossa diretoria, sob o comando da nossa direção: Marcelo Plácido, Wallace Capoeira, Sandro Menezes, nossa administrativa, Doutora Valéria. A Mocidade está feliz. Temos que querer, temos que trabalhar, entendemos que há muita coisa para ajustar, mas estamos no caminho, trabalhando quietinhos, respeitando todo mundo. A Mocidade é muito mais aguerrida, unida e competitiva”.

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OUTROS DESTAQUES

A bateria “Não Existe Mais Quente”, sob o comando de mestre Dudu, realizou um grande ensaio, com a presença da rainha Fabíola de Andrade, que convidou a musa mirim da escola, Maitê Mendes, para sambar ao seu lado no final da apresentação.

Análise dos minidesfiles da Série Ouro para o Carnaval 2026

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Presidente da Liga-SP comemora sucesso do novo concurso da Corte do Carnaval de São Paulo

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A Final do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo 2026 foi histórica. Após anos sob responsabilidade da São Paulo Turismo (popularmente conhecida como SPTuris), o evento voltou a ser organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), com direito a uma decisão realizada no dia 15 de novembro. Uma das personalidades do universo carnavalesco presente na ocasião era Renato Remondini, popularmente conhecido como Tomate, presidente da Liga-SP. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Tomate elencou pontos fortes e de atenção do evento, fez uma síntese e trouxe bastidores do novo capítulo do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo e deu alguns spoilers sobre o minidesfile, consagradíssimo evento que foi exportado da maior cidade da América do Sul para outras praças.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Saldo geral

Primeiramente, Tomate foi instigado pela reportagem a fazer uma síntese de como a Liga-SP vê a nova gestão da Corte do Carnaval de São Paulo: “Esse foi um primeiro ano da Corte do Carnaval de São Paulo retornando à Liga-SP, e isso está servindo de bastante aprendizado para a gente. A Liga-SP não fazia esse evento há mais de 20 anos e foi muito em cima que nós resolvemos tudo, que a gente ia passar a fazer o concurso – mais precisamente, no final de setembro. A gente não teve praticamente tempo nenhum para planejar. Diante desse pouco tempo e da novidade, foi muito positivo. A adesão das escolas foi muito boa – pode ser maior, mas foi pelo menos três vezes maior do que foram nos últimos concursos. Tivemos um avanço enorme nesse aspecto”, comentou, frisando o tempo escasso que a entidade teve para organizar toda a dinâmica.

Trunfos

Na esteira do saldo geral solicitado pela reportagem, Tomate começou a falar sobre alguns pontos que, para eles, sacramentam o sucesso do novo formato do Concurso da Corte do Carnaval de São Paulo: “Um avanço que eu acho importante até para os cofres é que, nesse evento, a gente conseguiu fazer com que a própria Liga-SP, realizando o evento, economizasse. E, aí, também democratizamos tudo: levamos para a Zona Leste, levamos para a Zona Sul, para a Zona Norte, trouxemos para a Fábrica do Samba. A ideia era essa. Fizemos a transmissão ao vivo para atingir muita gente, aumentamos o número de espectadores, de audiência e de pessoas impactadas. A expectativa foi atingida”, comentou.

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Tomate é o presidente da Liga-SP

Quando pedido para ser mais específico, o presidente da Liga-SP elencou baluartes e citou a União das Escolas de Samba Paulistanas, que organiza os grupos de base do carnaval paulistano: “O grande ponto alto foi a adesão. Isso é fato. Colocar no júri sambistas, ex-rainhas, ex-Reis Momo, dirigentes de entidades que cuidam do Carnaval de São Paulo, da UESP, Ailton Graça, Edléia dos Santos, que foi presidente da UESP… um monte de gente, todos eles coordenados por Raimundo Mercadoria. Aliás, o pessoal da Velha Guarda participando também foi um evento. Feito por sambistas, julgado por sambistas e entregue a sambistas. Isso foi um ponto bem positivo”, comentou.

Inclusão

Citando o slogan da entidade que preside, Tomate destacou que o intuito é que o Concurso da Corte seja cada vez mais plural: “É claro que tem coisas que estão sendo melhoradas. Algumas pessoas questionaram se não tem que limitar a idade, e, se a Liga-SP banca a frase de que ela é inclusiva, ela não pode limitar a idade ou peso. Não tem que ter estética corporal, não tem que ter nada. Tem que ter samba no pé, meu irmão. É um evento para sambista, é um evento para os talentos surgirem, para as pessoas serem felizes nele. Isso é o que vale”, refletiu.

Para melhorar

Tomate não fugiu sobre o que é necessário ter mais atenção em 2025, embora tenha deixado claro que será necessário refletir e ouvir comentários do mundo do samba: “Talvez um ponto de mais atenção é a gente entender, depois de avaliar tudo com calma, o que acaba incomodando as pessoas. Eu não ouvi tantos incômodos assim, graças a Deus, mas eu prefiro ouvir os incômodos, recebê-los, interpretá-los e corrigir. Como é uma novidade, é óbvio que tem coisas a ser corrigidas. Mas, no primeiro ano, depois de três eliminatórias, foram poucos ruídos e muitos elogios. Eu prefiro ouvir até os ruídos, os elogios eu deixo para o pessoal curtir”, revelou.

Público ouvido pelo CARNAVALESCO no minidesfile aponta que Virginia Fonseca está evoluindo no samba no pé

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O CARNAVALESCO compareceu à terceira noite de minidesfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e perguntou aos componentes da Grande Rio o que eles pensam da entrega da influencer Virginia Fonseca, passados pouco mais de um mês desde a coroação da nova rainha de bateria da tricolor de Caxias.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Ela é nova, então, com o tempo, vai aprendendo. Ela tem que se dedicar muito e ela tem potencial, ela se esforça. Ela vai arrasar em 2026”, disse a estudante Alícia Silva, de 15 anos, que desfila pela primeira vez pela agremiação.

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Estudante Alícia Silva, de 15 anos, que desfila pela primeira vez pela agremiação

Quem também está confiante é o estudante de odontologia e funcionário da prefeitura de Caxias, Jonathan Rodrigues, mais conhecido como o Gloss, de 24 anos.

“O samba dela melhorou bastante. Ela é uma pessoa muito esforçada e, desde antes de assumir o posto de rainha, ela já estava fazendo aulas de samba. Até o carnaval ela vai estar bem melhor. Ela vai arrasar na avenida. Na verdade, ela já está arrasando, porque a Virgínia entrega de verdade”, opinou Gloss, que desfila pela Grande Rio desde os 6 anos de idade.

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Estudante de odontologia, Jonathan Rodrigues

Para Jepherson Vieira, de 31 anos, que atua como técnico de enfermagem e desfila na agremiação desde 2018, o samba de Virgínia nunca foi ruim.

“O que pegaram foram takes nada agradáveis dela. A performance dela, no entanto, vem evoluindo cada vez mais por conta da dedicação e empenho que ela mostra. Ela teve aulas com a musa da comunidade, Luciene, e agora está procurando outros professores para aprender outras técnicas. Eu vim de comunidade, eu aprendi dentro da quadra. Se ela não veio, ela tem que fazer por onde para conquistar o espaço dela. E ela tem feito”, avaliou Jepherson.

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Jepherson Vieira, de 31 anos, que atua como técnico de enfermagem e desfila na agremiação desde 2018

O estudante de enfermagem Caio Doria, de 22 anos, e há quatro carnavais pela verde, vermelho e branco da Baixada, pensa diferente dos demais.

“O samba dela nunca vai ser o suficiente, porque a Grande Rio é uma escola de potência em que rainhas entram e saem e só a comunidade permanece. O esforço dela nunca vai superar o esforço das passistas que estão desde que nasceram na comunidade. Ela precisa olhar mais para a comunidade e aprender mais com as passistas, com as raízes da nossa escola”, criticou o futuro enfermeiro.

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Estudante de enfermagem Caio Doria, de 22 anos

Larissa Monteiro, estudante de Tecnologia da Informação, de 18 anos, em seu quinto ano na Grande Rio, é mais otimista.

“Desde o primeiro ensaio para cá, o samba dela evoluiu muito e vai evoluir mais ainda. Ficou claro, na primeira vez que ela sambou, que precisava de mais prática, de mais cursos, que agora ela está fazendo”, colocou Larissa.

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Larissa Monteiro, estudante de Tecnologia da Informação, de 18 anos, em seu quinto ano na Grande Rio

Entre críticas e elogios, o que todos concordam é que Virgínia é uma rainha esforçada. “Desde que começaram os ensaios, a Virgínia já foi a dois ensaios. Ela é, sim, uma das rainhas mais presentes. Ela tem interação com a quadra, sim. Ela conversa e fala com a quadra, sim. Não que as outras não tivessem, mas ela está mostrando que quer cada vez mais conquistar esse público que tanto a criticou no início”, declarou Jepherson.

Jonathan reforçou o interesse da rainha em manter contato com seus súditos. “Se tiver uma festinha da Grande Rio, ela quer participar, interagir com a escola, com a comunidade”, pontuou o Gloss.

Mesmo Caio, que questiona a legitimidade desse reinado, reconhece o empenho da beldade. “Ela está tentando e sendo bem recebida. Isso é importante para ela ter uma relação com a comunidade”, argumentou ele.

Por fim, os componentes analisaram a popularidade da escola nas redes sociais. Com 1,1 milhão de seguidores no Instagram, a Grande Rio é a agremiação do Grupo Especial carioca com maior engajamento na plataforma, seguida do Salgueiro, com 934 mil, e da Beija-Flor, com 625 mil. Será que a influencer Virgínia Fonseca, que reúne 50 milhões de fãs apenas no Insta, é a responsável por isso?

“Ela é uma influencer muito famosa, muito conhecida. Por conta de ela vir à frente da bateria, a escola ganhou bastante visibilidade”, respondeu Gloss.

Larissa reconheceu a contribuição de Virgínia, mas pontuou que a Grande Rio já vinha direcionando esforços para tal.

“O engajamento se deve não só à Virgínia, porque a minha escola vem crescendo com esses anos, vem ganhando visibilidade. Ela ajudou, mas não foi só a Virgínia, não”, ressaltou a jovem.

É como também pensa Jepherson Vieira. “A Grande Rio vem mostrando seu carnaval desde Tata Londirá. Vem mostrando que tem força, que tem garra, que a comunidade abraçou. A força da comunidade junto ao público também traz visibilidade. Com a chegada da Virgínia, foi só uma melhoria. Ela agregou ao que já estávamos fazendo há anos”, finalizou.

Liesa arrecada 18 toneladas de alimentos em evento do Dia Nacional do Samba

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Não foi apenas na pista da Cidade do Samba que as escolas de samba deram um show. O público também foi fundamental para o sucesso do evento, que aconteceu entre os dias 28 e 30 de novembro e arrecadou cerca de 18 toneladas de alimentos não perecíveis com a entrada solidária.

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Foto: Eduardo Hollanda/Liesa

“Esse resultado mostra a força do Carnaval. O samba é arte, é cultura e também mobilização social. Ele acolhe, mobiliza e transforma”, destacou o diretor financeiro da Liesa, João Drumond.

Toda a quantidade arrecadada de alimentos será destinada ao programa Sesc Mesa Brasil.