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Maricá domina a primeira noite da Série Ouro no Carnaval 2024 em noite com desfiles irregulares

A União de Maricá foi o grande destaque da noite de sexta-feira nos desfiles da Série Ouro. Em sua estreia na Sapucaí, a escola mostrou a força de seu projeto através do time de peso contratado. A comissão de frente já chegou impactando, ao exibir um samba no pé fortíssimo em cima de um tripé que girava e inclinava. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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A Estácio de Sá, gigante do carnaval carioca, fez um bom desfile no geral, mas não cumpriu com a expectativa de ser a melhor da noite para disputar o título. Contando com um grande samba, um dos melhores do grupo, a escola teve uma harmonia bem quente, mostrando ótimo volume de canto. Porém, os problemas de evolução prejudicaram sonhos mais altos da agremiação. A escola estourou o tempo em 1 minuto. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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A Inocentes de Belford Roxo fez um desfile de boas soluções estéticas para contar seu enredo de forma alegre e divertida. Apesar de não serem luxuosas, as alegorias e fantasias mostraram acabamento correto e boa leitura. O casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola teve uma boa apresentação, com bastante sincronia, classe e expressividade. Entretanto, a comissão de frente, mesmo com uma apresentação bem detalhada, teve alguns erros notórios. Além disso, a escola teve problemas em sua evolução, principalmente, na primeira cabine, com a abertura de um buraco. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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A União do Parque Acari foi a grata surpresa da primeira noite de desfiles da Série Ouro. Mostrando organização, a escola evoluiu de forma leve e espontânea na avenida. Também teve uma harmonia competente, com boa uniformidade no canto entre as alas. As atuações seguras dos intérpretes oficiais e da bateria ajudaram a impulsionar a agremiação ao entoar o samba-enredo. O grande destaque foram as soluções plásticas. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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A Acadêmicos de Niterói apresentou um desfile de boa plástica na avenida, com belas soluções estéticas e combinações de cores, tanto nas alegorias, quanto nas fantasias, mesmo sem contar com tanto luxo. Apesar de a harmonia ter sido prejudicada por um vazamento de som em pleno desfile, o canto dos componentes, que vieram um número reduzido, não se mostrou suficiente. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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A Unidos da Ponte fez um desfile bem aguerrido na Sapucaí, embalada pelo forte e ótimo samba-enredo, que teve um entrosamento perfeito com a atuação do intérprete principal e da bateria. Porém, a harmonia da escola não seguiu esse padrão, se mostrando bem irregular no cortejo, com alas cantando mais, e outras menos. A evolução também se mostrou problemática na pista durante todo o desfile, com alguns buracos sendo abertos frente aos módulos de jurados, depois das apresentações da bateria. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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O Império da Tijuca teve uma passagem pela avenida bem problemática por conta de seus erros em evolução. Além do espaçamento exagerado entre algumas alas, dois grandes buracos foram abertos em frente a módulos de julgamento. As alegorias e fantasias foram de bom gosto e uso alternativo de materiais. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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O Vigário Geral teve uma apresentação cheia de problemas no carnaval da Série Ouro. O principal defeito foi o acabamento de suas alegorias e fantasias, que deixou muito a desejar, além do uso de materiais simplórios. Ainda assim, por conta dos elementos de fácil leitura, o enredo foi bem transmitido na avenida. * LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE

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Primeira noite do Grupo Especial de São Paulo no Carnaval 2024 tem ótimos desfiles

Apesar de uma grande sexta-feira de desfiles na primeira noite do Grupo Especial do carnaval paulistano, absolutamente todas as agremiações tiveram, ao menos, algum momento de oscilação nos respectivos desfiles – ou seja, não é possível dizer que houve ao menos um desfile tecnicamente perfeito. Com sete escolas abrindo o pelotão principal da folia na cidade de São Paulo, foi nítido identificar que o nível está nivelado por cima, e todos os deslizes encontrados pelas instituições podem ser decisivos para a decretação de uma campeã. Confira abaixo um breve descritivo de como foi cada um dos desfiles:

Camisa Verde e Branco

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Doze anos após o último desfile no pelotão especial do carnaval paulistano, o Camisa Verde e Branco, enfim, cumpriu a promessa feitas nos longos anos no Grupo de Acesso I e homenageou Oxossi ao retornar para o Grupo Especial. Abrindo a primeira divisão da folia de São Paulo com o enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”, idealizado pelos carnavalescos Renan Ribeiro e Leonardo Catta Preta, a agremiação. contou com uma ótima apresentação da Furiosa, histórica bateria da agremiação e uma das mais celebradas da folia na maior cidade da América do Sul. O Trevo da Barra Funda, entretanto, teve dificuldades em outros quesitos na apresentação, encerrada em 01h02.

Barroca Zona Sul

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A Barroca Zona Sul realizou na sexta-feira seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. A excelência técnica da agremiação aliada à grande atuação de Pixulé no carro de som e o bom conjunto visual foram os grandes destaques do desfile. A Faculdade do Samba foi a segunda escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após uma hora e três minutos.

Dragões da Real

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Terceira escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, a Dragões da Real mostrou o porque se preparou no mais alto nível para o Carnaval 2024. Alegorias luxuosas deram o tom do desfile, além de uma harmonia muito bem entrosada com o carro de som. A comissão de frente de Ricardo Negreiros foi bem vista, tendo uma coreografia complexa. Vale destacar a abertura forte nas arquibancadas. A equipe de apoio da Dragões da Real distribuiu bandeirinhas do enredo por todas as arquibancadas e fez a alegria do público, que mostrou alegria na arrancada do samba. A agremiação fechou os portões com 1h de desfile, cravados. A Dragões da Real levou o enredo “África – Uma constelação de Reis e Rainhas”, assinado pelo carnavalesco Jorge Freitas.

Independente

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Samba bom, comunidade que canta, ótimo staff… com tais características, absolutamente qualquer escola pode, tranquilamente, pensar em título. E, é bem verdade, todo o desfile da Independente Tricolor, quarta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval (09 de fevereiro), teve tais características. Houve, entretanto, um quesito que pode causar certa preocupação para a instituição da Zona Norte paulistana. Defendendo o enredo “Agojie, a Lâmina da Liberdade!”, idealizado pelo carnavalesco Amauri Santos, a agremiação da Vila Guilherme teve destaque na Comissão de Frente, no Samba-Enredo e na Harmonia, mas teve alguns pontos de observação em Alegorias na apresentação encerrada em uma hora e quatro minutos.

Acadêmicos do Tatuapé

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Pode pintar uma briga forte pelo campeonato. O Acadêmicos do Tatuapé executou um desfile competitivo que pode levar a escola às alturas. Por mais que os quesitos destaques tenham oscilado em algum momento, a competência foi forte e pode ‘apagar’ isso. Os principais quesitos que ficaram em evidência foram o canto novamente, assim como nos ensaios técnicos e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Jussara. Não pode entrar em um conjunto alegórico como um todo, precisa dos outros três para ser destaque, mas o abre-alas foi incrível e merece ser citado. Uma estética diferente, monocromática e esculturas realistas.

Mancha Verde

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A Mancha Verde realizou na noite de sexta-feira seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. Novamente, a técnica irretocável foi o principal destaque da agremiação, que contou com boa leitura dos quesitos visuais. A Mais Querida foi a sexta escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após uma hora e quatro minutos.

Rosas de Ouro

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Rosas de Ouro amanheceu com um desfile leve e que levantou o público na ensolarada São Paulo já pelas 6h da manhã. O samba-enredo foi cantado pela arquibancada e nitidamente a estratégia da agremiação da Brasilândia de escolher uma obra com melodia para cima deu certo. O colorido e o abuso das cores azul e rosa também foram destaque do desfile da Roseira.

Rosas de Ouro amanhece com um colorido e tem imediata resposta da arquibancada

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

A Rosas de Ouro fechou a primeira noite de desfiles do Grupo Especial de São Paulo. Amanhecendo com um grande sol, a Roseira teve uma grande arrancada do samba e uma resposta imediata do canto do público, sendo a arquibancada e camarotes. Foi um desfile satisfatório da agremiação e uma justa homenagem para o parque do Ibirapuera, que completa 70 anos e a cidade de São Paulo os seus 70 anos. O destaque ficou justamente para o canto e o grande colorido que a agremiação apresentou. Para o desfile a Roseira apresentou o enredo “Ibira 70”, assinado pelo carnavalesco Paulo Menezes.

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Comissão de frente

Como se trata de São Paulo, a Rosas de Ouro uniu a cidade à grande artista Rita Lee. Uma grande homenagem à cantora que nos deixou no ano passado. A coreografia, sob o comando de Helena Figueira, foi realizada na ótica da criança Rita Lee. É uma sacada da coreógrafa, pois a artista tinha uma grande ligação com a cidade de São Paulo.

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A apresentação havia vários personagens, como a própria Rita Lee criança e criaturas infantis com fantasias coloridas. Também havia uma família que acenava a todo tempo para o público com o objetivo de saudá-los.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Uilian Cesário e Isabel Casagrande bailou na pista com a fantasia representando o beija-flor e a rosa, tendo como nome da vestimenta “Quando o beija-flor beija a rosa”.

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Sobre a apresentação, a dupla realizou uma apresentação satisfatória. Em análise nos módulos 1 e 2, observou-se que os movimentos estavam em ótima sincronia, priorizando os giros horário e anti-horário, sem erros.

Enredo

Rosas de Ouro e temas paulistanos, uma união que costumeiramente sempre deu certo, especialmente nos anos 90. Sendo assim, a escola decidiu resgatar essas memórias para apagar os maus resultados que tiveram no último carnaval.

Dentro do desfile, se teve uma leitura clara do tema. Natureza, esporte e muita alegria. As fantasias e alegorias principalmente remetiam a tudo isso.

Alegorias

O abre-alas, intitulado como “Do solo ancestral ao cartão postal: presente que o passado nos deixou”, teve como escultura um grande nativo na frente. O local do parque era habitado por tupi-guarani, ou seja, uma natureza foi colocada no Anhembi como abertura da escola para apresentar o Ibirapuera em forma de alegoria. – Ala das crianças também desfilaram no carro como joaninhas. O diferente do elemento é que havia sons de pássaros cantando e águas caindo – Vale um adendo aqui: Isso podia comprometer a evolução, pois caiu um nível considerável de água na pista dos lados direito e esquerdo.

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“Saúde mais pura, corpo e mente sãos” é o nome da segunda alegoria, sendo inspirado em uma frase da segunda parte do samba. O carro representou o esporte que se tanto pratica no Ibirapuera. Várias bicicletas com componentes pedalando formaram o conceito, sendo todo ele em forma de rampa. Os veículos foram postos de cores diferentes na alegoria.

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Também feito em forma de samba-enredo, o terceiro carro alegórico da Roseira é chamado de “É tão bonito contemplar o infinito”. Nele, foi retratado o renomado “Planetário do Ibirapuera”. Um local que é visitado várias vezes durante os anos. No centro do carro há o globo terrestre e acima, em forma de bolas, os outros planetas pintados em diversas cores.

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Fechando, a quarta e última alegoria, tendo como nome do samba “Rosas pra comemorar, cantar pra você”, relembrou a época em que o ‘Ibira’ servia como desfiles das escolas de samba na década de 50. Para retratar o fato, no topo do carro havia uma escultura de um colorido arlequim.

Contudo, há de se repetir o que foi citado no tópico do enredo. Foi contado tudo de forma bastante clara.

Fantasias

Um colorido de vestimentas forrou o Anhembi a apresentação da Rosas de Ouro. As baianas estavam com uma fantasia incrível nas cores azul e rosa, vestidas de borboletas, e realmente tinham asas perfeitas. Sem dúvidas foi a fantasia destaque do desfile. Além disso, os pequenos costeiros ou quase nenhum, deixaram os componentes mais soltos para desfilar na manhã ensolarada de São Paulo.

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Harmonia

O canto da comunidade fluiu no desfile. As alas foram cantando o samba de forma satisfatória. A estratégia de escolher um samba com melodia para cima e um refrão que cita o amanhecer foi uma grande estratégia da Roseira. O ‘mini’ apagão na parte do “Rosas pra comemorar” foi o destaque no canto.

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Samba-enredo

O desempenho do carro de som, liderado por Carlos Júnior, teve um válido desempenho. O cantor mudou o seu estilo de desfile nessa apresentação. O ‘Carlão’ é conhecido por fazer vários cacos chamando a comunidade o tempo todo, mas hoje pouco fez isso e optou por cantar em linha reta junto à sua ala musical.

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Evolução

O quesito se comportou bem. Desfilou com leveza nesta manhã. Dentro do desfile, há uma coreografia em todo o refrão do meio, onde os componentes evoluem de um lado para o outro com o braço para cima. Tal movimento foi feito de forma correta entre todas as alas, além de as fileiras ficarem bem compactadas.

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O recuo da “Bateria com Identidade” foi repetido como em todos os desfiles e virou tradição. Os ritmistas entram e saem do box por três ou quatro vezes. É uma liberdade que a escola dá ao mestre Rafa.

Outros destaques

A “Bateria com Identidade”, de mestre Rafa realizou bossas em número considerável e o instrumento destaque foram os surdos, especialmente o de terceira. Bem afinado, se ouvia durante toda a avenida.

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A ala das baianas viera logo atrás do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, ainda no começo do desfile, após o abre-alas. As fantasias das mães do samba era em um azul e rosa, cores da escola e nomeada “Revoada das borboletas”. A parte de trás realmente era um destaque, com asas de borboleta.

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A rainha de bateria, Ana Beatriz Godoi, desfilou com uma fantasia em rosa e prata, intitulada como “O Sabiá do Ibira”.

Agropecuária inspira Mancha Verde em desfile marcado pelo alto nível técnico

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins

A Mancha Verde realizou na noite de sexta-feira seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. Novamente a técnica irretocável foi o principal destaque da agremiação, que contou com boa leitura dos quesitos visuais. A substituição de última hora ocorrida no casal de mestre-sala e porta-bandeira, porém, gerou problemas para o quesito. A Mais Querida foi a sexta escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após uma hora e quatro minutos.

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Comissão de Frente

A comissão de frente intitulada “Olubajé, o grande banquete a Omolu” se apresentou em três atos marcados pelo samba, fazendo uso de um tripé com a escultura de Obaluaê que carregava alimentos. Através dos atos, o grupo cênico simbolizou a lenda do orixá Ocô, que recebe a missão de tirar o alimento da terra para o banquete que será servido a Omolu. A coreografia é marcada por diversos passos de dança típicas dos orixás dos componentes em geral, tendo a atuação coadjuvante de representações de outros orixás como Oxóssi. A comissão cumpriu bem a missão de apresentar a escola e saudar o público, iniciando de forma positiva o desfile da escola.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da Mancha no desfile foi formado por Thiago Bispo e Adriana Gomes, e desfilaram com fantasias representando as “Sementes que Olorum criou”. Thiago substituiu às pressas o mestre-sala oficial da escola, Marcelo Luiz, afastado de última hora por motivos de saúde.

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Não dá para se esperar uma atuação irretocável de uma parceria formada a poucas horas do desfile começar. Para um casal chegar pronto à Avenida, é preciso um trabalho árduo através de treinos realizados ao longo de muito tempo, e por conta disso a falta de sintonia da dupla foi percebida em determinados momentos. Thiago tentou acompanhar os passos da espetacular Adriana, mas por vários momentos ao longo do desfile os giros não cravavam ou os movimentos ocorriam de forma descoordenada.

Enredo

O enredo da Mancha Verde em 2024 foi “Do Nosso Solo Para o Mundo”, assinado pelo carnavalesco André Machado. A proposta da escola foi retratar como a produção do campo no Brasil abastece há muito tempo boa parte do mundo. O desfile começa apresentando como a prática de se tirar o alimento da terra iniciou de acordo com a crença iorubá, passando por diferentes práticas agropecuárias ao longo da história, a tecnologia no campo e finalizando com o meio rural nos tempos atuais, a fé a São José, padroeiro da agricultura, e as festas das colheitas.

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A leitura do enredo ocorreu com clareza ao longo de todos os elementos apresentados pela escola no desfile e eram de fácil compreensão. As fantasias das alas simbolizavam bem a proposta de conexão de cada segmento, conseguindo chegar nas alegorias de forma bem representada. Destaque para a ala “Ogun forja as ferramentas para o agricultor plantar”, composta por várias fantasias diferentes e cuja formação tomava boa parte do espaço entre os carros um e dois.

Alegorias

A Mancha se apresentou com quatro alegorias. O Abre-alas foi intitulado como “A Colmeia”, enquanto a segunda alegoria foi nomeada “Agricultura no Brasil Colonial – As Missões Jesuíticas e os ciclos de exportação”, a terceira se chamou “Teu Celeiro Partilha” e a última recebeu o nome de “Do nosso Solo, para o Mundo”.

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As alegorias apresentaram bom acabamento e ilustraram bem a proposta do enredo. O destaque ficou para o terceiro carro, que contou com um grande contingente de crianças e esculturas caricatas de porquinhos fazendeiros, chamando a atenção do público. O último carro contava na parte superior ao centro com um globo terrestre que se abria, revelando pessoas que fizeram uma atuação nos momentos em que eram visíveis.

Fantasias

O conjunto de fantasias da Mancha costurou através das alas a linha cronológica da narrativa do enredo proposto pela escola. A separação dos setores ocorreu de maneira clara, com destaque para a ala que veio após o carro Abre-alas que entregou de forma criativa a saída do setor inicial, que abordou a prática agrícola na crença iorubá, com o setor seguinte que começou a contar a história da agricultura no Brasil colonial. Os desfilantes conseguiram evoluir de forma leve e animada, contribuindo positivamente para o conjunto do desfile da Mancha.

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Harmonia

A comunidade da Mancha Verde provou mais uma vez o comprometimento que possuem com o bom desempenho da escola na Avenida. O coral da Mais Querida ecoou ao longo de todo o desfile, se destacando especialmente nos vários apagões praticados pela bateria “Puro Balanço”. A ala “Meu São José, nos dê a sua proteção” se destacou com canto vigoroso e animado.

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Samba-Enredo

O samba da Mancha Verde foi composto por Tinga, Marcelo, Lepiane, Lico, Leandro, Richard, Jefferson, Telmo, João, Lucas, Alison, Rodrigo, Deivid, Tiago e Paulo, e foi defendido na Avenida pela ala musical liderada pelo intérprete Fredy Vianna. De letra curta, a obra da escola narra o enredo de forma clara e objetiva, e o canto da comunidade mostrou que o samba é capaz de manter o andamento harmônico do desfile sem comprometer.

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Evolução

Tradicionalmente um quesito forte da Mancha Verde, a evolução teve bom comportamento ao longo de todo o desfile. A escola procurou ocupar com rapidez o espaço do primeiro setor, para garantir que a fluidez da apresentação transcorresse sem percalços. A única ressalva foi a demora para a conclusão da manobra de recuo da bateria, o que fez com que a Mancha ficasse muito tempo parada na Avenida antes de voltar a prosseguir. Nada que prejudicasse o encerramento do desfile, ocorrido com os portões fechados com uma hora e quatro minutos.

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Outros Destaques

Estrando no comando da bateria “Puro Balanço”, os mestres Cabral e Viny conseguiram conduzir bem a atuação dos ritmistas e garantiram boas bossas e retornos dos apagões aplicados. A Rainha Viviane Araujo foi soberana vestindo sua fantasia representando uma cantora sertaneja. Ao seu lado, a Princesa Duda Serdan representou o “Orvalho de Oxumaré”.

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Rosas de Ouro: fotos do desfile no Carnaval 2024

Acadêmicos de Niterói tem desfile marcado pela boa plástica, mas apresenta canto irregular e peca em evolução

Por Raphael Lacerda e fotos de Nelson Malfacini

A Acadêmicos de Niterói foi a penúltima escola a entrar na Marquês de Sapucaí nesta sexta-feira de desfiles da Série Ouro. Com o enredo “Catopês – Um céu de fitas”, do carnavalesco Tiago Martins, a agremiação se destacou pela boa plástica, mas teve um canto irregular e apresentou diversas falhas em evolução – que resultaram em buracos ao longo da Passarela do Samba. A agremiação também foi prejudicada pelo vazamento de áudio que ocorreu no som oficial da Sapucaí, em pleno desfile.

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Comissão de Frente

Sob o comando do coreógrafo Fábio Batista, a comissão de frente representou o “corpo de fitas” e contou com um tripé. A equipe foi composta por 17 componentes – sendo dez homens e sete mulheres -, e apresentou uma coreografia bem entrosada, que contou com a nova iluminação do Sambódromo. Ao longo dos quatro módulos, o segmento se saiu bem e fez uma apresentação positiva.

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Mestre-sala e Porta-Bandeira

A dupla formada por Vinícius Pessanha e Jack Pessanha desfilou com uma fantasia bem acabada, batizada de “Pluralidades” – representou as diversidades culturais religiosas dos negros às manifestações das congadas das Minas Gerais. A dupla fez uma boa apresentação na primeira cabine de jurados, com um bailado clássico e com pouca coreografia. A iluminação da Sapucaí também foi utilizada na apresentação do pavilhão. Já no terceiro módulo, o mestre-sala falhou e não conseguiu pegar a bandeira. Nos demais módulos, a conexão e sintonia entre a dupla foi positiva.

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Enredo

A escola de Niterói levou para a Avenida o enredo “Catopês – Um céu de fitas”, e exaltou a fé e a cultura popular da Festa e Catopês, da cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. A festa, que completa mais de 180 anos, teve início nas mãos dos negros das antigas fazendas na região do antigo Arraial das Formigas. Para abordar o tema, o carnavalesco Tiago Martins dividiu o desfile em três setores: “Andando pelas dobras do tempo”; “Fazer promessas em nome da fé” e “O legado da alma de Catopê”.

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Alegorias

A escola desfilou com três alegorias e um tripé. O abre-alas, que representou os quilombos e as irmandades negras para a coroação dos reis e rainhas do congado e a religiosidade africana. O bom acabamento e a beleza da alegoria chamou a atenção. Apesar dos problemas na evolução dos carros, a estética deles foi um dos destaques do desfile. A plástica foi o auge da agremiação.

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Fantasias

A escola levou para a avenida um desfile bastante colorido e com fantasias bem acabadas e bonitas. Entre elas, vale o destaque para a ala das baianas, que representou “O império do divino”. A ala oito, que representou “Os porta estandarte”, também se destacou com sua luxuosidade.

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Harmonia

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a Acadêmicos de Niterói teve a harmonia prejudicada e foi desrespeitada por seguidos vazamentos de áudio no som oficial do Sambódromo. Sob o comando do intérprete Tuninho Jr, o carro de som de Niterói fez o seu papel e mostrou um bom entrosamento com a bateria do mestre Demétrius Luiz. A ótima condução do intérprete foi um dos pontos altos da escola. Apesar disso, o samba não teve um bom rendimento entre os componentes, que cantaram apenas alguns trechos. Alguns componentes chegavam a “pescar” os finais dos versos.

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Samba-enredo

A obra foi composta por Júnior Fionda, Tem-Tem Jr., Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Casa Leme e Richard Valença. O samba-enredo não funcionou na avenida, e muitos componentes não cantavam. Apesar disso, o refrão principal “Niterói em louvação” marcava um ápice entre as alas e parte do público.

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Evolução

O principal problema da Acadêmicos de Niterói nesta noite. Desde o início, o desfile foi marcado por problemas de evolução que resultaram em buracos. A última alegoria apresentou problemas ainda no início da Sapucaí, e ocasionou um buraco no primeiro módulo de jurados. A alegoria precisou ser empurrada em vários momentos ao longo da Avenida. Já na altura do setor 7, a agremiação novamente teve problemas e abriu mais um buraco, desta vez entre a ala 11 e a segunda alegoria. Por fim, no último módulo, o abre-alas e a segunda alegoria demoraram a evoluir, o que ocasionou mais dois espaços. As falhas impactaram no andamento da escola e no desempenho dos componentes.

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Outros Destaques

Destaque para o entrosamento entre o carro de som e a bateria do mestre Demétrius Luiz, que apresentou um bom desempenho ao longo de toda a Marquês de Sapucaí.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Niterói no desfile

Um desfile muito bom da bateria da Acadêmicos de Niterói, comandada pelo consolidado mestre Demétrius. Uma conjunção sonora pautada pelo andamento confortável pelo equilíbrio foi produzida. É possível dizer, inclusive, que a base de trabalho de mestre Demétrius na “Cadência de Niterói” é a valorização do ritmo. Suas bossas costumas ser simples e práticas, todas intuitivas, além de bem ligados ao samba-enredo da agremiação. Uma pena somente um chapéu volumoso, desconfortável e alto que a bateria usou. O chapéu com volume acima do ideal impediu que as peças leves, que ficam na frente da bateria, tocassem no primeiro recuo. Pela pista, diretores e ritmistas foram aguerridos, garantindo a visualização de sinais com muito esforço e comprometimento.

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Uma cozinha da bateria “Cadência de Niterói” com afinação privilegiada foi notada. Surdos de primeira e segunda foram educados e e precisos durante o desfile. Os surdos de terceira contribuíram com um balanço acima da média. Repiques coesos e ressonantes tocaram conectados a um naipe de caixa de guerras bastante sólido.

Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas consistente foi percebida. Um naipe de chocalhos de qualidade técnica tocou interligado a uma ala de tamborins de nítida virtude musical, que executou um desenho rítmico simples, mas com bastante precisão.

Bossas simples, mas altamente funcionais foram exibidas. Arranjos com integração musical demonstrando bom gosto aliado a praticidade, que teve execuções impecáveis pelo ritmo da bateria da Niterói. Destaque para a bossa da cabeça do samba, tanto pelo impacto sonoro dos surdos, como pelo bom balanço produzido durante o arranjo musical.

A apresentação no primeiro módulo (cabine dupla) foi segura. A exibição no segundo módulo foi até superior que a anterior, com uma fluência rítmica notável entre os naipes. Já a última apresentação em cabine, mesmo ligeira, foi correta. Inclusive, deu a impressão de que era possível deixar a bateria mais alguns minutos em frente ao módulo. Um ritmo muito bom da “Cadência de Niterói”, em noite de bastante equilíbrio e consistência. Mestre Demétrius têm motivos de sobra para sair feliz da Sapucaí, com um grande desempenho de seu ritmo.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Ponte no desfile

Um grande desfile da bateria da Unidos da Ponte, sob o comando de mestre Branco Ribeiro. Uma conjunção sonora de bastante qualidade foi apresentada. Incluindo bossas potentes que acrescentaram sonoridade baiana à “Ritmo Meritiense”.

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Uma bateria da Ponte muito bem afinada foi notada. Marcadores de primeira e segunda foram precisos durante o desfile. Já os surdos de terceira contribuíram com uma sonoridade envolvente. Pelos médios, um naipe de repiques coeso se exibiu em conjunto com caixas de guerra altamente ressonantes. É importante, inclusive, destacar o trabalho brilhante das caixas em bossas. Foi ela a cereja do bolo de um trabalho de concepção musical criativa de muito bom gosto, que conectou a “Ritmo Meritiense” à baianidade pedida pelo tema sobre o Dendê.

Uma parte da frente do ritmo com um desempenho elevado e a altura da cozinha da bateria da Ponte foi percebida. Um naipe de tamborins de alta profundidade técnica tocou entrelaçada com uma ala de chocalhos igualmente poderosa. A convenção rítmica dos tamborins tinha uma conexão louvável com a obra da escola e também buscava levadas baianas em alguns trechos. É possível dizer, inclusive, que o casamento musical entre tamborim e chocalho foi um ponto alto da cabeça da bateria. Cuícas sólidas e agogôs corretos, com batida pautada pela melodia, também auxiliaram no preenchimento da sonoridade das peças leves.

Bossas intimamente ligadas ao samba-enredo da escola de São João de Meriti foram exibidas com bastante capricho. Uma criação musical privilegiada foi apresentada, se aproveitando bastante da levada baiana que atrelou o ritmo da Ponte ao enredo do Dendê, numa escolha que poder ser considerada sábia.

A apresentação no primeiro módulo de julgadores (cabine dupla) foi satisfatória. Já na segunda cabine, a fluência rítmica foi até maior, garantindo uma exibição enxuta. A melhor apresentação se deu no encerramento, no último módulo de julgamento, onde com tempo de sobra por não ter entrado no recuo, a bateria da Ponte deu um verdadeiro e autêntico sacode. Mestre Branco Ribeiro, diretores e ritmistas certamente saíram satisfeitos após um grande desfile da “Ritmo Meritiense”.