A Estrela do Terceiro Milênio iniciou as divulgações das permanências dos seus segmentos do Carnaval 2026. A primeira delas foi a do mestre Vitor Velloso, que irá para o sétimo ano no Grajaú. O músico acumula boas notas nos carnavais nos últimos carnavais à frente da “Pegada da Coruja” e mais uma vez ganha a confiança da diretoria para comandar a orquestra da agremiação da zona sul. Veja a nota.
Ele ficaaaaa! Nosso mestre de bateria, Vitor Velloso, vai comandar mais um ano a bateria @pegadadacorujaoficial !
Vitor segue para o sétimo ano na Estrela do Terceiro Milênio e desde sua chegada muita coisa boa aconteceu: escolinhas de bateria, festas da PDC, muitos ritmistas formados no Grajaú, prêmios, reconhecimento, inclusão e inovações no ritmo. Uma história de sucesso para quem já vive e respira Carnaval há 26 anos.
Parabéns Vitor! Que seja mais uma temporada de desafios e vitórias, afinal “ousadia vence”, né mestre?”
Arthur e Waleska seguem na Estrela do Terceiro Milênio
Mais uma renovação do Terceiro Milênio é do casal de mestre-sala e porta-bandeira Arthur Santos e Waleska Gomes. A dupla, que estreou no Grupo de Acesso em 2024, irá para o terceiro ano juntos. Em 2025, com alta performance na pista, consegue a nota máxima para a escola. Nesta ocasião, a Estrela do Terceiro Milênio anunciou a permanência do casal com artes e textos dedicados exclusivamente a eles. Veja:
Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO
“Renovada! Waleska Gomes segue como primeira porta-bandeira da nossa escola em mais um lindo projeto. Hoje ela também estreia suas aulas de dança para novos casais de mestre-sala e porta-bandeira. O curso chama Nobre Bailado.
Esse será seu terceiro ano na escola, ostentando e conduzindo nosso bem maior, ao lado do mestre-sala, Arthur Santos. Desde quando moraram no pavilhão, Wal e Arthur já conquistaram prêmios e vem mais um! Neste ano, foram contemplados como melhor casal pela votação do Recordar É Viver. Parabéns!
Boa sorte, Wal! Que seja mais uma temporada de sucesso! E bora ensaiar, treinar, dançar e ensaiar, treinar e dançar…para dar mais um lindo show de dança e talento na Avenida!”
Em seguida o anúncio de Arthur: “Arthur Santos, seguirá em 2026 como 1º mestre-sala da nossa escola. Arthur é um dos jovens talentos do nosso Carnaval e foi consagrado revelação na arte da dança pelo site CARNAVALESCO. Ele merece muito né, gente?!
Arthur, ao lado da porta-bandeira Waleska, conquistou prêmios e hoje, juntos, coordenaram o projeto de aulas de dança chamado Nobre Bailado.
Desejamos muita sorte para você, Arthur, nessa nova jornada dupla na condução e proteção do nosso pavilhão e na escolinha”
Mais do que um evento que encanta o público e atrai turistas no mês de fevereiro, o carnaval movimenta seus profissionais o ano inteiro. Na Porto da Pedra, as atividades começam no mês de maio com oficinas gratuitas para a comunidade que deseja se preparar, desde já, para o carnaval 2026. A partir de quinta-feira, passistas e bateria oferecem aulas gratuitas de samba no pé e percussão na quadra da vermelha e branca de São Gonçalo. A atividade é totalmente gratuita para crianças, jovens e adultos. Confira:
– Oficina de Percussão : todas as quintas, das 19h às 20h, a partir dos 14 anos de idade
– Projeto Sambando com o Tigre : todas as quintas, das 20h às 21h, a partir dos 10 anos de idade
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
As inscrições podem ser feitas diretamente na quadra da escola, nos dias das oficinas. Para participar, os interessados devem apresentar documento de identidade, cpf, comprovante de residência e 2 fotos 3×4. No caso de alunos menores de idade, é necessário também a apresentação do comprovante de escolaridade e autorização do responsável escrita a punho.
Ensaios de bateria também recomeçam esta semana
Embalados pelas notas máximas no quesito, os ritmistas da bateria Ritmo Feroz também irão iniciar os ensaios visando as apresentações e o desfile do próximo ano. Mestre Pablo ressalta a importância de começar o trabalho com antecedência.
“O preparo precisa ser iniciado o quanto antes porque, ao longo do ano, a escola se apresenta em eventos dos mais variados e sempre queremos fazer apresentações diferenciadas que encantem o público. A partir do momento em que se escolha o samba, entram as bossas para o desfile, e isto já é um outro processo. Esta também é uma forma de integrar os ritmistas após esse período de descanso”, comenta o mestre.
A quadra da Unidos do Porto da Pedra fica na Travessa João Silva, 84 – Porto da Pedra.
Igor Vianna chegou com tudo na Mocidade. Apresentado junto à equipe do Carnaval 2026 da Estrela Guia, o filho do lendário intérprete Ney Vianna, uma das estrelas da história da escola de Padre Miguel, cantou alguns dos sambas mais marcantes da agremiação neste último domingo, durante a feijoada da escola, realizada na quadra histórica da Vintém.
Dono de uma voz potente, o cantor conversou com o CARNAVALESCO sobre este retorno à escola onde cresceu, a emoção de se apresentar na quadra, entre outros assuntos. No início, Igor destacou a importância de assumir a voz da escola e o desejo de que seja uma longa parceria.
Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO
“Assumir esse microfone, para mim, é um sonho, um desejo que eu tenho desde quando o meu pai se foi. E se passaram 35 anos e a escola me deu essa oportunidade. Eu vou agarrar com unhas e dentes, e eu espero, de verdade, que seja um casamento longínquo”, afirmou o cantor.
Para o artista, cantar na quadra histórica também é um bom sinal para o futuro na relação entre ele e a Verde e Branco da Zona Oeste, além de emocionante, por conta de toda a sua criação.
“A importância, eu não sei nem mensurar. Porque eu nasci aqui nesse chão, eu sou criado aqui. E estar cantando aqui, nessa quadra de tantas histórias, para o meu povo… Foi bem difícil eu conseguir me manter, me segurar ali e conter a emoção. Foi bem difícil”.
Para o intérprete, que tem um carinho enorme por todos os sambas da Mocidade, o samba que mais o toca e mexe com ele é sobre Elis Regina, quando a Mocidade homenageou a artista em “Elis, um trem de emoções”, em 1989.
“O carinho eu tenho por todos, como vocês podem ver. Mas o samba que mais me toca, que eu não consegui conter as lágrimas, que eu vim a chorar na hora que cantei, foi o Elis. Elis é um samba que, quando eu canto, eu sempre choro”.
Ao falar sobre o carro de som da escola, Igor Vianna destacou a continuidade do trabalho da escola, que trouxe apenas um novo nome para compor a equipe.
“Eu trouxe um rapaz em quem eu tenho plena confiança, que é o Rafael. A escola já tem um trabalho. Eu só vim para me acoplar e, junto a eles, ajudar em prol da nossa Mocidade”.
Por fim, Igor falou sobre o trabalho com o diretor musical da escola e também com mestre Dudu e com a bateria “Não Existe Mais Quente”:
“O diretor musical é um cargo de suma importância. Ele tenta tirar da gente toda a preocupação e fazer o melhor para o trabalho em si. E o André é um cara que a gente é amigo há mais de 20 anos. Vai ser muito fácil trabalhar ao lado dele. E o Dudu, a gente cresceu junto. Desde os anos 1990 a gente está junto. Era um sonho meu trabalhar com ele, e dele também. Eu vim para cá por uma indicação do Dudu e do diretor musical. Pode ter certeza de que a gente vai fazer de tudo para realizar um trabalho ímpar pela nossa escola”, encerrou o cantor.
Mestre Dudu também falou sobre o que espera da parceria com Igor e como a escola vê esse retorno de um de seus crias para assumir a voz da Mocidade no próximo carnaval.
“A Mocidade é uma escola de vanguarda e está aí apostando nos seus, como foi comigo também lá em 2012. Eu não tinha pretensão de ser mestre de bateria, mas está aí o resultado do trabalho: quase 15 anos no comando da bateria. E agora é apostar no Igor, um cara também que é formado em casa. O pai dele nos deu muitas conquistas, foi a voz da escola durante muito tempo. E por que não tentar o Igor Vianna? Eu acho que ele pode ser a nossa voz. A escola está apostando nele, dando todo o suporte, como deu para mim também. E eu estou aqui também de peito aberto para poder abraçá-lo, como toda a direção de bateria, minha bateria e a direção de toda a escola no geral. A gente quer fazer o Igor Vianna ser a voz da Mocidade — só depende dele agora. Tive um papo muito rápido com ele, que é uma pessoa muito emotiva, vai entregar um ótimo trabalho. Igor é um cara que quer estar muito tempo no carnaval, não é de bobeira. E agora é esperar chegar essa oportunidade para 2026. Até lá, muitas coisas vão rolar, muitos ensaios, muitas experiências, mas tenho certeza de que ele vai entregar o melhor para a nossa escola”, comentou o mestre.
A Imperatriz Leopoldinense anunciou que Ney Matogrosso é seu enredo para o Carnaval 2026. Mais uma vez, a escola levará para Avenida Marquês de Sapucaí uma proposta autoral do carnavalesco Leandro Vieira. Batizado de “Camaleônico”, o enredo celebra o artista, a obra e a virtuosidade performática do intérprete de sucessos como “Sangue Latino”, “Rosa de Hiroshima”, “O Vira”, “Homem com H” e “Metamorfose Ambulante”. A entrega da sinopse, onde Leandro Vieira irá realizar a explanação do enredo para os compositores interessados na disputa, será no dia 27 de maio, na quadra da escola, localizada na Rua Professor Lacé, 235, em Ramos. A Verde e Branco será a segunda a desfilar no domingo de carnaval, dia 15 de fevereiro de 2026.
Para o carnavalesco, além de ser uma figura icônica da cultura nacional, Ney Matogrosso é dono de uma assinatura absolutamente pessoal no imaginário artístico brasileiro.
“Ney é um camaleão não apenas pela versatilidade musical construída nesses mais de cinquenta anos de carreira, mas também pela extraordinária identidade visual mutante que nos arrebata. Ele é o homem de Neanderthal, o Bicho-homem e o Pássaro-homem. Em cena, ele é bandido, bandoleiro e cigano. Uma boneca cobiçada, um Homem com H, aventureiro e inclassificável. Um fauno camaleônico e carnavalesco que me interessa”, afirma o artista, que vai para o seu quarto desfile consecutivo na Rainha de Ramos.
Carnavalesco Leandro Vieira com o vice João Drumond
Leandro Vieira acrescenta que o homenageado nunca se deixou aprisionar por rótulos, passeando por estilos musicais diversos, onde deixa sua marca cheia de personalidade em clássicos musicais presentes no imaginário popular.
Com uma carreira tão longeva quanto celebrada, a personalidade artística e as relevantes contribuições culturais de Ney seguem cada vez mais festejadas. Não à toa, foi tema de espetáculos teatrais e musicais dedicados à sua trajetória, biografias, documentários e, recentemente, homenageado no longa ‘Homem com H’, que estreou nos cinemas no último dia 01 de maio, tendo Jesuíta Barbosa como intérprete do artista nas telas.
Agora, Ney ressurgirá transformado em desfile carnavalesco, tendo sua personalidade criativa celebrada na avenida pela tradicional agremiação.
A Unidos de São Lucas anunciou a permanência de Andrew Vinicius. O mestre irá para mais um carnaval com a agremiação da zona leste, que no Carnaval 2025 disputou o Grupo de Acesso 1 após uma rápida ascensão. No último desfile, Andrew propôs um ritmo diferente com samba no ritmo do ijexá, onde na oportunidade era o tema do carnaval e, com isso, a “Bateria USL”, conquistou a nota máxima na apuração. Veja a nota.
“Ele fica! Com muita alegria e batidas no coração, anunciamos a renovação de Andrew Vinícius como nosso mestre de bateria! À frente dos ritmistas da Unidos de São Lucas, Andrew seguirá comandando com talento, garra e amor a nossa Bateria USL, rumo a mais um carnaval inesquecível! Avante, mestre!”
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Candidato para reeleição presidencial da Portela, que acontecerá em maio, em data ainda não definida, Fábio Pavão conversou com o CARNAVALESCO. Atual presidente da escola, ele terá na sua chapa, o ex-presidente, Luis Carlos Magalhães, como vice. Todos os candidatos vão ser entrevistados, se quiserem, pelo site. Confira abaixo o papo com Pavão.
“Porque um grupo significativo de sócios entende que a continuidade da nossa gestão é o melhor para a escola. Primeiro, porque nenhum de nossos adversários tem real compromisso com uma gestão democrática. Segundo, porque entendem que, ao longo dos doze anos de gestão Portela Verdade, nós avançamos em termos de resultado e colocações, tendo alcançado o campeonato em 2017. Nós entendemos que é deste ponto que precisamos avançar e corrigir os quesitos que temos apresentado problemas, e não jogar tudo fora e começar do zero. Um terceiro aspecto é que temos uma gestão financeira pautada pela austeridade e pela responsabilidade, pensando no presente e no futuro da agremiação. Votar na Portela Verdade é seguir mudando com segurança, sem perder aquilo que nós já alcançamos, mas avançando com um trabalho sério, não com promessas vazias”.
Por que o Luis Carlos Magalhães como vice?
“Antes de qualquer coisa, pela pessoa do Luis Carlos Magalhães. Uma figura reconhecidamente honesta, íntegra e comprometida com a Democracia. Isso é muito importante para a nossa escola nesse momento. A formação desta chapa foi um pedido da maioria das pessoas que estão desde o início com o grupo Portela Verdade. Eu, como candidato a presidente, acolhi o pedido e conversei com o Luis Carlos Magalhães, que para a nossa felicidade aceitou. Eu e o Luis Carlos temos muita coisa em comum, como a paixão pela cultura e um perfil conciliador. Aliás, esse perfil do Luis Carlos foi a grande marca dos seis anos de sua gestão, superando crises como a própria morte do Falcon. Tê-lo ao meu lado, neste momento, com esta capacidade conciliadora, é fundamental para que possamos superar os muitos desafios que vamos encontrar pela frente”.
Caso reeleito a Tia Surica segue como presidente de honra?
“Esta é uma excelente pergunta. Alguém precisa ter juízo e bom senso sobre este assunto. O posto de Presidente de honra é puramente simbólico. Não existe nada sobre isso no estatuto, muito menos deve ser parte do processo eleitoral, como estão fazendo. O Presidente de honra é da instituição, não de uma gestão em particular. Promover presidentes de honra junto com chapas eleitorais cabe em situações específicas, como em 2013 e 2022, mas não agora. Veja, não é difícil entender. Em qualquer instituição o presidente de honra ocupa o posto até sua morte, ou mesmo depois dela, como a Imperatriz e a Viradouro fazem, “in Memorian”, com Luizinho e Monassa respectivamente. Até 2013 a Portela mantinha o Natal como presidente de honra, ocupando o posto “in Memorian”, assim como estas escolas que eu citei. Em 2013, a Chapa Portela Verdade vinculou o nome do Monarco como presidente de honra, iniciando, então, um sistema parecido com o da Mangueira, em que o Presidente de honra permanece até a sua morte, sendo depois substituído por outro baluarte. Na eleição de 2022, novamente cabia esta questão, pois o Monarco havia acabado de falecer. Nossa Chapa vinculou o nome da Surica, enquanto a concorrente anunciou o nome do Noca. Agora, em 2025, a Surica está viva, de forma que este debate não faz o menor sentido. Primeiro, para ganhar voto, um grupo anunciou a Tia Surica como Presidente de honra da Chapa, como se ela já não representasse a instituição. A outra indicou a Vilma Nascimento, excelente pessoa, grande sambista e possivelmente a maior portelense viva. Todos os elogios seriam poucos para definir a Vilma e descrever sua trajetória para a Portela e para o carnaval, mas o mérito dela não está em questão. O problema é que este debate sequer deveria estar sendo estabelecido. É uma distorção do que é o posto de Presidente de honra. Isso mostra que meus adversários não têm a noção do que é a instituição Portela. A Surica tem todo o direito de se posicionar politicamente, mesmo representando a instituição. Nós não vamos mexer naquilo que não deve ser mexido”.
Após o primeiro mandato o que você ainda deseja fazer na Portela no segundo mandato?
“Conquistar o título, claro. Este é sempre o principal objetivo. Fazer carnavais competitivos e, claro, corrigir os problemas que aconteceram nos últimos anos, é a nossa prioridade absoluta. Porém, isso só acontece associado às questões administrativas que nós vamos seguir priorizando. Por exemplo, quando a gente fala das práticas da boa governança muitos não entendem, mas o pioneirismo da Portela na questão ambiental, além de ser uma óbvia necessidade da sociedade, reposiciona a escola no mercado, aumentando as possibilidades de captação de recursos. Da mesma forma, cumprir as regras de compliance e criar um Departamento de Integridade, que é nosso objetivo agora, ajuda a mostrar a seriedade da gestão e atrair novos investidores. Portanto, não existe formula mágica para se construir uma escola vencedora, isso é resultado de um trabalho. Um trabalho que nós já começamos. Este trabalho passa pela ampliação das fontes de receita da escola. E aqui eu falo de dados concretos, não de discursos vazios. É o que a Portela Verdade já faz nos últimos doze anos, com responsabilidade fiscal. Nos últimos dois anos nós conseguimos ampliar o orçamento total da Portela, que, incluindo gastos administrativos e de carnaval, neste ano foi de 16 milhões. Em grande parte, isso é mérito da Liesa, que ampliou os recursos para todas as escolas. Não sou desonesto em não reconhecer isso, mas deste total também consta o aumento constante das receitas de quadra e de captação de recursos/patrocínios. É em cima do que já conquistamos de receita própria que vamos seguir trabalhando para ampliar ainda mais nos próximos anos. Da mesma forma, temos que seguir com a política de responsabilidade fiscal, reduzindo as dívidas da escola. Isso vem sendo feito desde 2013, com exceção, por motivos óbvios, do período da pandemia, onde a dívida voltou a crescer, mas retornando ao viés de queda em seguida. Pagamos só este ano cerca de 2,6 milhões em acordos judiciais e extrajudiciais, a maioria de pendências anteriores a 2013. Em relação ao IPTU, por exemplo, em 2018 estávamos inadimplentes desde 1979, com uma dívida de 1,9 milhões. Pagando e negociando, já reduzimos este valor para cerca de 700 mil. A dívida total da Portela, hoje, está na casa dos 6,2 milhões, considerando todos os acordos e processos já transitado e julgado. Nós não temos qualquer dívida trabalhista, ao contrário do que muitos falam sem conhecimento. Reparem, se temos 16 milhões de orçamento e 6,2 milhões de dívidas, temos, como consequência, uma condição financeira estável, pois a qualquer momento poderíamos quitar este valor. O problema é que, se fizéssemos isso, abriríamos mão de fazer carnavais competitivos. Aliar estes dois aspectos é o que colocamos em prática na gestão Portela Verdade. Mais uma vez, no discurso cabe qualquer coisa, até vender um mundo mágico, mas administrar uma escola como a Portela exige responsabilidade”.
Essa eleição com três chapas dividiu a escola. Como buscar a união após o resultado do pleito?
“A pergunta é muito boa, mas precisa de uma explicação mais aprofundada sobre o contexto desta eleição. A rede de sociabilidade em uma escola de samba é dinâmica. A cada eleição existe uma reorganização política, como em qualquer grupo social. Ao longo dos últimos anos, tendo como referência uma escola inclusiva, promovemos o retorno de muita gente que estava na Portela antes da eleição de 2013, que foi um processo traumático e deixa sequelas até hoje. Pessoas boas, portelenses, que poderiam e estão colaborando com o dia a dia da escola, no conselho, diretoria ou simplesmente sendo feliz participando dos eventos, sem discriminação. A questão é que esta abertura incomodou a um grupo de pessoas, que agora encontraram a oportunidade de conseguir poder. A “Chapa Supera” Portela é uma Chapa fascista. Digo isso sem fazer qualquer analogia com a política nacional, e sem sequer saber em quem eles como pessoas físicas votaram ou deixaram de votar, isso não importa. Estou dizendo que a Chapa “Supera Portela” é conceitualmente fascista. Veja, o discurso deles remete a um passado romantizado, idealizado, que foram os anos do Falcon. Eles falam a todo instante que vão retornar aos tempos do Falcon. Eles sequer possuem legitimidade para falar isso, pois fui eu e as pessoas que estão comigo que viramos noites sem dormir, suamos no barracão, ralávamos nos ensaios de segmentos, que acompanhamos o comboio dos carros até a avenida…Eles querem se apropriar de um discurso sobre carnavais dos quais eram meros expectadores. Pois bem, o que desvirtuou a Portela deste passado romantizado, segundo eles? A entrada de pessoas “ligadas ao Nilo” ao longo dos anos. Eles não querem saber quem são essas pessoas. Eles generalizam e estereotipam para agredir, ofender. Agora, eles se unem com o discurso de “pureza”, de retornar aos “valores primevos da Portela Verdade”. Dizem que vão extirpar, expulsar, eliminar, excluir todo mundo que seja parente ou amigo de quem eles não gostam, pessoas que estavam na escola antes de 2013. Quem tem o mínimo de bom senso sabe onde isso termina. É impossível unir a escola sobre estes fundamentos, pois o que eles pregam é exatamente a cisão. Por outro lado, tem muita gente que comandava a escola antes de 2013 que não pode mesmo voltar. Gente que lesou a Portela, deixando danos que até hoje nos trazem problemas, como a não prestação de contas da verba pública investida no carnaval de 2006. Algumas destas pessoas foram expulsas pelo próprio Nilo Figueiredo, e agora elas estão ligando para sócios e pedindo voto para a Chapa do Junior Escafura. Essas pessoas querem vingança, estão com “sangue nos olhos”, como se diz. Como eu disse na outra pergunta, eu e o Luis Carlos Magalhães temos um perfil conciliador. Queremos uma escola inclusiva e democrática, enquanto nossos adversários querem o confronto e a vingança. Nossa chapa é a que reúne melhores condições para unir a escola depois desse processo eleitoral, pois nosso discurso é o oposto do que eles pregam”.
O que promete aos portelenses caso seja reeleito?
“Primeiro, internamente, e isso é importante, manter a Portela como uma escola democrática, em que os sócios tenham liberdade de expressão e opinião. Veja, é muito fácil controlar o quadro social da Portela para se perpetuar no poder. Todos os novos sócios precisam ser aprovados pelo presidente, que, se ele quiser, seleciona apenas os amigos para integrar o quadro social. Ao contrário de uma escola fechada e restrita, este ano vamos ter a maior eleição da história da Portela, o que só é possível porque, nos últimos anos, rigorosamente todos os sócios que se inscreveram para o quadro social foram aceitos. Para o portelense de uma forma geral, nós vamos avançar do patamar em que estamos hoje. Nós não estamos satisfeitos com o quinto lugar, mas é inegável os méritos da gestão Portela Verdade. Nosso desempenho nos últimos 11 carnavais, ou 8, se preferirem, é melhor que os dos 25 anos anteriores a nossa gestão. Apenas duas vezes nós não retornamos nas campeãs, no que é o melhor desempenho entre todas as agremiações, ao lado do Salgueiro. É deste ponto que nós precisamos avançar para conquistar o campeonato. Quais os nossos quesitos críticos? Alegoria e comissão de frente. Temos que focar nisso para realmente brigar pelo campeonato, pois nos outros quesitos temos um desempenho muito bom. Muita gente descreve a situação da Portela como um “cenário de Terra arrasada”, o que não é verdade, mesmo que algumas pessoas tenham ficado frustradas com o desfile. Este tipo de discurso é perigoso. Aliás, o discurso fácil é perigoso. Todos concordamos que a Portela precisa disputar o campeonato, mas não existe solução mágica. Eu não posso aqui vender sonhos. Não posso fazer promessas vazias. O que eu prego é a continuação de um trabalho que apresenta resultados, mesmo que, especialmente nestes dois quesitos, precisamos concentrar esforços e melhorar. Um dos meus adversários, o advogado, diz que o desfile deste ano foi horrível e que era “nível de grupo de acesso”, mas se indignar agora como discurso eleitoreiro é fácil. Ele foi o primeiro que subiu no palanque da Liesa e erguer feliz o troféu de quinto lugar, mas, naquele momento, embora já tivesse pretensão políticas, não sabia como se posicionar, ou contra ou a favor da atual diretoria. Fazer discurso de conveniência é fácil, e isso eu não posso fazer. Meu outro adversário, o vice-presidente, parece que esteve “Cego, surdo e mudo” sobre o que acontecia nos três últimos anos, como se não tivesse participado de tudo, inclusive da tomada de decisões. O que eu ofereço é um discurso sincero e verdadeiro. Eu já fui campeão. Em 2017 eu era um dos diretores de carnaval. O caminho é avançar num trabalho que já está sendo feito, que já coloca a Portela brigando lá em cima. É a partir daqui que, corrigindo as falhas, vamos dar o salto necessário para conquistar o campeonato. O portelense merece”.
O Estado do Rio de Janeiro fortaleceu a percepção de segurança para turistas brasileiros e internacionais após a bem-sucedida organização e a atuação das forças de segurança no Carnaval 2025. Um estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) revela que após a edição da folia deste ano, 65,9% dos visitantes brasileiros e 70,6% dos estrangeiros expressaram satisfação ou muita satisfação com a segurança pública no Rio.
Antes da viagem, 32,3% dos brasileiros e 23,3% dos estrangeiros consideravam o Rio pouco seguro. Os dados representam um salto significativo não só para o setor turístico, mas também para a economia e a atração de investimentos em todo o território fluminense.
“Esses dados refletem a nossa percepção e planejamento estratégico para a segurança pública. O Rio de Janeiro tem a vocação de recepcionar nossos visitantes da melhor maneira e esses números demonstram o quanto tem valido a pena receber atrações internacionais, como os shows da cantora Madonna e da Lady Gaga. Esses eventos vão além da movimentação de pessoas em nossas cidades, pois demonstram ao mundo um Rio de Janeiro ainda mais preparado para as demandas globais, o que atrai investimentos e as melhores oportunidades para o Rio”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Maior permanência gera maior retorno financeiro
Os dados do Instituto também mostram que o Rio de Janeiro experimenta um notável aumento no fluxo turístico nestes períodos, impulsionando um grande impacto econômico em todo o Rio. Somente durante a festa do Carnaval foram gerados R$ 8,8 bilhões para a economia do estado.
Além disso, de acordo com o levantamento, a média de permanência dos turistas brasileiros durante o Carnaval foi de nove dias, com destaque para 11 dias entre os estrangeiros. A estadia em hotéis continua sendo a principal escolha de hospedagem (45,4%), mas o aluguel por plataformas digitais cresceu, chegou a 34,9% por conta do custo-benefício, dizem 53% dos entrevistados.
O Instituto também aponta que o impacto direto do turismo com hospedagem, alimentação, transporte e lazer atingiu R$ 3,4 bilhões, um aumento real de 36% em relação a 2024. Com os efeitos indiretos, a movimentação total somou R$ 8,8 bilhões, um aumento de 39,7%.
A pesquisa, realizada com 1.037 turistas entre 28 de fevereiro e 4 de março, mostrou que 49,6% dos visitantes eram brasileiros, principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Os estrangeiros representaram 50,4%, com destaque para Argentina, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França.
Quanto ao interesse por destinos do interior do Rio, 28,4% manifestaram a intenção de conhecer as cidades de Arraial do Cabo (41,2%) e Búzios (36,7%), os destinos mais citados.
O carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense e União de Maricá, Leandro Vieira, conversou na última quinta-feira, com o jornalista Muka. O bate-papo, disponibilizado no canal do Youtube do comunicador, se debruçou sobre o processo criativo, falou de novos e velhos talentos do carnaval e mudanças e tendências recentes do maior espetáculo da Terra. Leandro iniciou sua participação comentando sobre o atual estágio de desenvolvimento dos enredos para as escolas em que trabalha.
“Não dá para dar spoiler do que não existe ainda. Não existe. Se eu der spoiler, é mentira. Na verdade, a gente tem várias ideias, mas às vezes uma que tive há três anos já envelheceu, não é oportuna. Os terrenos por onde eu estou pisando também me alimentam de novas referências. No momento, eu estou lendo e aprofundando propostas que eu guardo há uns 2 anos”, disse Leandro.
Nesse sentido, segundo o artista, há de se pensar não só em argumentos abstratos, mas em conteúdos imagéticos com potencial de serem representados na avenida. Foi justamente essa abordagem simples e popular que fez de seus desfiles tão celebrados.
“A amarração é muito simples. Falar da Betânia é (falar da) Betânia do Candomblé e da música. Quando eu fiz a religiosidade popular, eram santos de altares e santos de casa. Mesmo história para ninar gente grande, que talvez seja aparentemente mais complexo, é a história que a história não conta. Se você for parar para pensar, você resume em poucas palavras. Eu gosto dessa ideia do ordinário, na melhor conotação da palavra. A simplicidade tem esse poder de comunicação, de construção de beleza”, explicou o carnavalesco.
Tendo completado, em 2025, 10 anos assinando apresentações na Sapucaí, o artista falou que nunca foi obrigado a conceber um desfile que não lhe agradasse.
“Até tentaram imposições e tal, mas eu sempre fui muito franco com relação à necessidade da liberdade para trabalhar, que não me interessava o trabalho amarrado, que não me que não me interessava o trabalho orientado”, revelou.
Ainda assim, o egresso da Escola de Belas Artes da UFRJ não se considera contrário a enredos patrocinados, desde que não sejam absurdamente comerciais e propagandísticos.
“Há enredos patrocinados que te abrem possibilidades de pesquisa fantásticas. O último carnaval do Bora e Haddad foi patrocinado e não tem nada de ruim. Pelo contrário, foi maravilhoso, possibilitou investimento financeiro de uma escola incrível. Eu fiz o Lampião e ele podia ser patrocinado. Algum estado do Nordeste, Alagoas, Pernambuco, a prefeitura de Piranhas, podia ter patrocinado. Não rolou. O patrocínio não é inimigo da construção artística”, defendeu Leandro.
O criador comentou também sobre o atual estado do carnaval carioca, tanto em termos de novos talentos como quanto à visão que a sociedade tem do espetáculo.
“Do aspecto criativo, o carnaval vai bem demais e mostra muito fôlego, quanto a safra dos artistas – e não estou falando dos carnavalescos, não. Me refiro aos mestres de bateria, mestre-sala, porta-bandeira, dos intérpretes, da qualidade musical dos carros de som, das escolas de samba, bailarinos… Não há carência de artistas, não há entressafra”, pontuou.
Leandro exaltou ainda o surgimento, mesmo que tímido, de carnavalescos negros e mulheres e expressou que novos talentos, como João Vítor Araújo, mestre Vitinho e Pitty de Menezes convivem com estrelas consagradas como Renato Lage, mestre Ciça e Ito Melodia.
“Artisticamente, aponta potência, aponta continuidade. Você olha para esses nomes e todos são apaixonados, todos aprenderam a gostar de desfiles de samba e, apesar de cada um fazer a seu modo, seguem adiante com uma tradição bonita. Outras manifestações carnavalescas, como as grandes sociedades, acabaram. A gente olha para elas e consegue determinar início, meio e fim. A escola de samba não”, expôs.
Já em relação à valorização social da festa, Leandro sustentou que a população entende mal a festa e, para que se atinja o devido reconhecimento, é necessário um esforço coletivo e de longo prazo dos grandes veículos de divulgação das artes.
O carnavalesco criticou o discurso utilitarista de que a destinação de verbas públicas para o evento é um investimento que gera retorno financeiro, sobretudo através do turismo e da coleta de impostos. Para ele, a legitimidade do carnaval não está no aspecto monetário, mas no valor artístico e cultural.
“A gente sabe o quanto boa parte da sociedade brasileira tem aversão ao que é popular. Porque o que é popular tradicionalmente é periférico e a gente sabe a aversão que as pessoas têm à periferia. Nós sabemos o quanto a sociedade brasileira tem aversão, restrição a pessoas retintas. A culpa é dessa sociedade doente com traços equivocados que entende mal cultura, sabe pouco do país e é difícil lutar contra isso, embora acho que a gente deva insistir na luta de ainda apresentar ao Brasil, o Brasil que vale a pena, o Brasil da beleza, o Brasil das artes. O Brasil que o Brasil não conhece”, argumentou Leandro.
Caminhando para o término da conversa, Leandro, a pedido de Muka, analisou as recentes mudanças do carnaval carioca. Os três dias de desfile, em contraste ao esquema anterior, de duas noites, desagradou o talento, que considerou o término pouco depois das 3 da manhã demasiado cedo.
“Eu nunca sentei na mesa de um botequim ou na mesa de um bar e ouvi queixa de sambista dizendo que dois dias de desfile era muito. Alguém que tenha dito ‘Não, dois dias de desfile tá muito, três dias vai ser muito melhor, vamos botar quatro escolas por dia que vai ser melhor’. Nunca ouvi isso”, alfinetou.
Para ele, há interesses que não artísticos envolvidos nessa decisão, sobretudo em relação aos camarotes que, após o espetáculo das agremiações, puderam aumentar o som e estender com liberdade suas comemorações.
“Fiquei com a sensação de que o desfile das escolas de samba atrapalhava a festa das escolas de samba, que era bom que acabasse rápido. ‘Vamos passar ali às 4 horas, vamos resolver isso aqui porque precisa desfilar para depois continuar’. Como sambista, me deu uma sensação ruim”, descreveu Leandro.
A inclusão de um quarto módulo de jurados obrigou que houvesse mais paradas no desfile, o que, para o sambista, engessou uma atividade que já é engessada pelo regulamento. Em sua visão, faltou a fluidez de um espetáculo que tem a dinâmica da procissão como fundamental. Nem mesmo a Beija-Flor, que Leandro disse ter sido o desfile mais emocionante e digno de título, com seu chão incontestável, chegou perto da catarse de anos anteriores.
O profissional se posicionou também sobre a tendência de tripés majestosos na comissão de frente. “O meu foi enorme. A comissão da Imperatriz é uma como tantas outras. Todo mundo basicamente está levando um palco onde os bailarinos se apresentam em cima. E isso dá pouquíssimos recursos: ou você esconde gente dentro e possibilita o surgimento ou você camufla equipamento para o efeito de fogo, faísca, água, vento. E todo mundo ficou refém disso. Está pior nos últimos anos que entrou o drone”, opinou.
A iluminação cênica da Sapucaí, por sua vez, é um desafio que anima um pouco mais Leandro, apesar de ele acreditar que o ponto ideal ainda não foi encontrado. Em sua perspectiva, não adianta iluminar a Sapucaí como um estádio de futebol, com luz à beça, como era feito anteriormente. Por outro lado, a Passarela do Samba não é um palco de show convencional: ao abrangerem toda a avenida em um mesmo momento, efeitos luminosos que valorizam certos segmentos e alegorias, por exemplo, podem ficar aleatórios para alas mais distantes.
Leandro elogiou o fechamento das notas ao fim de cada noite de desfile.
“Esquece a ideia de que não é comparativo. É comparativo – mas esse comparativo, para ser justo, deve levar em consideração a noite. Porque o público não é o mesmo, as condições do dia não são as mesmas. É um espetáculo a céu aberto que um dia pode chover e no outro não. Pode acontecer de todo mundo numa noite passar um monte de perrengue e na noite seguinte não chover. Na noite seguinte, ser completamente diferente. Não é mais o mesmo espetáculo. É, então, muito justo que se tenha uma impressão da primeira noite, uma impressão da segunda noite e uma impressão da terceira noite. E, no fim, na matemática, as diferenças sejam as mais justas possíveis”, explicou.
Para ele, o que explica historicamente as escolas que se apresentaram segunda terem ganho muito mais títulos do que aquelas que desfilaram no domingo foi exatamente o fechamento das notas no último dia.
“Quando as pessoas vão para casa e descansam, elas já são outras. O júri não é mais o mesmo. O júri, mesmo sendo as mesmas pessoas, tem um comportamento no domingo e outro depois que ele foi para casa dormir e descansou. Eu não acredito que alguém que assistiu um espetáculo na primeira noite tenha a lembrança no último dia daquilo que mais lhe impactou”, expressou.