A equipe do CARNAVALESCO ouviu integrantes da Unidos de Padre Miguel sobre a apresentação da escola, na última sexta-feira, na “Noite dos Enredos”, na Cidade do Samba. O Boi Vermelho da Vintém levará para Avenida o enredo “Egbé Iya Nassô”, desenvolvido pelos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada. Veja abaixo o vídeo da apresentação e os depoimentos dos componentes.
Jéssica, porta-bandeira: “Foi uma emoção muito grande e conseguimos atingir o nosso objetivo e foi lindo, lindo demais”, disse a porta-bandeira.
Vinícius, mestre-sala: “Foi incrível, uma sensação que nunca tinha sentido antes. Graças a Deus, nossa escola se dedicou bastante, ensaiamos bastante pra fazer essa bela apresentação, o nosso resumo do nosso enredo. Acredito que conseguimos corresponder à altura e é isso, é desfrutar desse momento, que para gente cada momento é muito importante no Grupo Especial”.
Foto: Vítor Melo/Divulgação Rio Carnaval
Bruno Ribas, intérprete: “Foi fantástico. A gente tem um carinho muito grande pelas culturas africanas, pelas culturas afro-brasileiras. E a gente está falando de um axé que que nunca foi falado, no Brasil, no carnaval, ou em qualquer outro âmbito artístico. É uma honra muito grande. E a Unidos consegue sair, no seu lançamento já, demonstrando que vai fazer um grande carnaval. Antes de mais nada, eu quero agradecer a Paulo César Feital pelo texto a mim concedido com tanto carinho e por ter dado essa contribuição ao nosso espetáculo de hoje”.
Um Carnaval fora de época – ou, ao menos, uma prévia dele. A Cidade do Samba recebeu na última sexta-feira a “Noite dos Enredos”, uma pequena mostra do que as 12 escolas do Grupo Especial planejam levar para a Marquês de Sapucaí em 2025. A edição, que marcou o retorno do espetáculo após um período de dez anos, recebeu cerca de oito mil pessoas, segundo a Liga das Escolas de Samba (Liesa). Para entrar, era necessário doar 1 kg de alimento não perecível. Turistas e amantes do mundo carnavalesco que marcaram presença parecem ter aprovado o evento.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
Contente com as apresentações, a turista de Florianópolis, Daniela Silva, de 49 anos, acredita que realizar outros festivais fora do período de desfiles é importante para integrar quem não acompanha o espetáculo. Apaixonada pela Beija-Flor de Nilópolis e Mangueira, ela nunca tinha ido à Cidade do Samba.
“Eu adorei o evento e achei um espaço muito democrático. Acredito que poderia ocorrer mais vezes para que o público se aproxime desse evento gigantesco que é o carnaval do Rio. Hoje, nós turistas podemos conhecer a história do que vai ser levado por cada escola de samba. Acredito que deva ter outras vezes para aproximar a comunidade”, enfatizou a turista.
Marcos Gileno e Daniela Silva
Daniela estava acompanhada do carioca e torcedor da Beija-Flor, Marcos Gileno, de 51 anos. Morador da capital catarinense desde os cinco anos, ele elogiou a segurança e a organização da festa. No entanto, afirmou que não conseguiu assistir todas apresentações por conta da distância para o palco.
“Estava sensacional. A festa foi maravilhosa e estava super organizada. O que poderia melhorar são os telões. Eles poderiam estar mostrando o palco, porque quem ficou mais atrás não conseguiu ver as apresentações”, avaliou Marcos.
A tijucana Thaina Schueler, chefe de cozinha de 27 anos, também acredita que o “carnaval fora de época” ajuda a agregar pessoas de fora do mundo do samba. É o caso dela.
Tijucana Thaina Schueler
“É importante porque estimula que pessoas que não são do carnaval participem. Acredito que muitas pessoas que não são efetivamente do Carnaval vieram. Eu, por exemplo, não era do Carnaval e comecei a vir. A experiência foi muito boa. O que mais gostei foram as apresentações em si, porque o pessoal se empenhou. A Tijuca foi a melhor de todas e arrasou (risos)”, comentou Thaina.
Por outro lado, como nem tudo é perfeito, participantes também pontuaram críticas ao festival. Margareth Machado, advogada e torcedora do Salgueiro, reclamou do som e da vista para o palco.
Margareth Machado, advogada e torcedora do Salgueiro
“Achei boa, mas não gostei do som. Estava abafado e a gente não conseguia ouvir.A visão de quem não estava no camarote ficou prejudicada. No entanto, valeu a pena. De elogio, a segurança do evento foi muito boa”, afirmou Margareth.
Além das 12 escolas do Grupo Especial, a “Noite dos Enredos” também contou com a roda de samba do tradicional Cacique de Ramos. A festa só terminou durante a madrugada de sábado.
A escola de samba União do Parque Acari, integrante da Série Ouro da Liga-RJ, revelou o samba-enredo que embalará sua apresentação na Marquês de Sapucaí em 2025. Sob o enredo “Corda de Prata – O retrato musical do Povo”, concebido pelo carnavalesco Guilherme Estevão, a agremiação levará para a avenida uma composição assinada pelos compositores Moacyr Luz e Fred Camacho.
Aconteceu
Jacarandás e pinhos ressoaram
Será que o Criador vestido de artesão
Me fez o baluarte da canção
O céu
Iluminado pelo amanhecer
Antes da lua se esconder
Cravou um raio no meu coração
Lâmina de prata, um bordão de aço
Vida encordoada, marcando o compasso
Foi Deus quem dedilhou esse momento
E várias rotas em “movimentos”
Vieram
Ciganos, Jesuítas, trovadores
Partiu de mim o tom de mil cantores,
Ponteios e cordéis lá do Sertão
Nas salas, nos salões e terreiros
Fiz a fama de artista,
E renasci brasileiro
Parceiro eterno do compositor!
Já fui vadio, boêmio das festas,
“Chorando” serestas, um som popular
“Se alguém perguntar, diz que fui por aí”
Hoje sou o samba do Parque Acari!
Meu nome é violão, o mestre da canção
No teu abraço me desfaço da desilusão
Eu sou a União nas mãos de um sonhador
A inspiração dos versos de amor
A Estação Primeira de Mangueira promoveu um verdadeiro espaço de imersão durante a “Noite dos Enredos”, na última sexta-feira, na Cidade do Samba. A agremiação realizou oficinas de tranças e turbantes, ofereceu quitutes ao público presente e ainda disponibilizou três protótipos de fantasias do próximo carnaval. Além de exaltar a negritude carioca, a proposta foi revelar para a comunidade uma amostra de como será o trabalho artístico da escola, segundo o carnavalesco Sidnei França. Em 2025, a Verde e Rosa levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval
“Para esse momento, a ideia foi trazer uma surpresa principalmente para a comunidade da Mangueira presente, que tem uma ansiedade de saber como o novo carnavalesco trabalha e pensa”, explicou o artista.
Os três protótipos de fantasia – nas cores verde, rosa e branco – ficaram expostos em uma tenda, em frente ao barracão da escola. Qualquer pessoa podia entrar, no entanto, filmagens e fotos não eram permitidas. Sidnei explicou que os figurinos retratam momentos diversos do desfile e contam, com a cara e essência de Mangueira, a narrativa do enredo.
Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira
“Propositalmente, escolhi três fantasias pela cromática e narrativa. A verde fala sobre o quiabo: quem come quiabo não pega feitiço, que tem tudo a ver com a tradição bantu de enxergar no alimento o seu fortalecimento e sua proteção. Também temos uma fantasia que fala sobre o porquê das pessoas se vestirem de branco no Réveillon – isso também vai estar no enredo da Mangueira nesta fantasia. Por último, a fantasia do sopro da vida: ela vem no setor das inquices e da africanidade espiritual”, detalhou o carnavalesco.
Foto: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO
E o angú e caruru, tradicionais quitutes da culinária afro-brasileira, levaram ao público um gostinho do que a Verde e Rosa vai contar na Passarela do Samba.
“As casas de zungus eram tradicionalmente, na Pequena África, espaços de sociabilização preta do Rio antigo. Estamos procurando exaltar a veia preta do Rio contemporâneo através das heranças Bantu”, contou.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) iniciou nessa segunda-feira (2), na sede da entidade, uma série de encontros para debater o julgamento do Carnaval. O primeiro dia de simpósio reuniu jurados do último desfile do Grupo Especial e representantes das agremiações para realizar reflexões sobre os quesitos Enredo e Alegorias e Adereços.
“Essa é uma ótima oportunidade para que os profissionais envolvidos possam debater a possibilidade de melhorias no julgamento dos próximos anos”, ressaltou o presidente da Liesa, Gabriel David.
“O intuito é permitir um julgamento que se aproxime da realidade, visando o resultado mais justo possível”, completou o coordenador de jurados da Liesa, Thiago Farias.
Vale ressaltar que o corpo julgador para 2025 ainda não está definido. A coordenação recebeu, durante o mês de julho, currículos de novos profissionais interessados em participar e está em fase de análises.
Ao longo deste mês, todos os quesitos passarão pelo simpósio.
Nesta terça-feira, a Grande Rio dará início a seu concurso de samba-enredo para o Carnaval 2025. Dezoito obras foram inscritas na última segunda-feira, 26 de agosto, sendo nove do Rio de Janeiro e nove do Pará, em parceria com as agremiações do Grupo Especial, sob a liderança da ESA. A apresentação dos sambas cariocas será na quadra da escola (Rua Almirante Barroso, nº 5 – Centro de Caxias), a partir das 20h. Entrada franca.
Thiago Monteiro, diretor de Carnaval da Grande Rio, celebrou a excelente safra de sambas-enredos. A escola terá um grande desafio para o próximo carnaval.
“Estou muito feliz e satisfeito com a safra de sambas deste ano. Os compositores entenderam o a sinopse, mergulharam nas encantarias e apresentaram excelente obras. Essa disputa vai dar trabalho, mas como falamos aqui, ‘um trabalho bom’. Aproveito para agradecer a todos que se inscreveram. A escola está muito orgulhosa de ter recebido tanto samba bom”, comemorou Monteiro, que foi quem teve a ideia de fazer uma seletiva de sambas no Pará.
No Rio, a disputa de samba será sempre às terças-feiras, às 20h. No dia 7 de setembro, haverá uma seletiva no Pará, nesta etapa os dois sambas campeões seguirão direto para a semifinal, no Rio de Janeiro, no dia 24 de setembro.
No ano que vem, a Grande Rio levará para a Avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
O Museu do Samba e a empresa de turismo Rio Samba Bus lançam no dia 7 de setembro (próximo sábado) um passeio turístico e cultural inédito para cariocas e turistas. Batizado de Tour do Samba, a atração combina um passeio em ônibus panorâmico (aberto, sem teto e sem janelas) que sai de Copacabana com destino ao Museu do Samba, na Mangueira, tendo pelo caminho duas paradas obrigatórias para entender a cultura afro-brasileira e a história do samba: o Cais do Valongo, na Zona Portuária, e o Sambódromo, palco dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Foto: Leandro Mendes/Divulgação
No Museu do Samba, os turistas participam de uma grande vivência, com visita às exposições interativas sobre a história do gênero e suas grandes personalidades, assistem a uma apresentação de ritmistas e passistas e, no final, degustam uma feijoada, prato típico da gastronomia das agremiações carnavalescas e rodas de partido alto. O ônibus panorâmico conta com guia, passistas e trilha sonora temática. O Tour do Samba tem duração aproximada de 4h30min, com saída às 10h30 do Shopping Cassino Atlântico, na rua Francisco Otaviano s/n, em Copacabana. O ingresso individual custa R$ 190 e está á venda no site www.riosambabus.com.br .
“Eu já acalentava há muito tempo o sonho de ter um tour pelos pontos de grande referência de nascimento do samba carioca e que levasse o turista a conhecer o samba na essência de suas formas de expressão, incluindo música, dança e gastronomia. Mas faltava o parceiro ideal, que tivesse a estrutura para essa logística e, ainda, uma visão cultural do turismo. Por meio de nossa conselheira Cátia Medeiros, que é do departamento feminino da Estácio de Sá e empresária, conseguimos chegar ao Rio Samba Bus, uma empresa jovem, inovadora e com DNA carioca”, afirma Nilcemar Nogueira, fundadora e diretora do Museu do Samba.
“Este produto é inédito e tem como foco compartilhar experiências através da cultura, da música e da história da nossa cidade. O Museu do Samba é uma instituição de referência, por isso acreditamos no sucesso dessa parceria. Trabalhamos para que o turista possa tirar o melhor proveito do seu passeio, aliando diversão com uma vivência autêntica e única, bebendo nas fontes em que o samba nasceu e se desenvolveu”, aposta Jorge Oliveira, sócio da empresa Rio Samba Bus.
Serviço
Tour do Samba – Rio Samba Bus
Data: 07/09/2024
Horário: 10h30min (saída) às 15h (retorno)
Ponto de embarque: Shopping Cassino Atlântico – Rua Francisco Otaviano s/n, Copacabana
Roteiro: Orla de Copacabana – Cais do Valongo (Zona Portuária) – Sambódromo (Marquês de Sapucaí) – Museu do Samba (Rua Visconde de Niterói, 1296, Mangueira)
Itens inclusos: ônibus panorâmico com guia, passista e serviço de bar (1 cerveja ou 1 drink); visita às exposições do Museu do Samba (“Samba Patrimônio”, “Aos Heróis da Liberdade”, “A força feminina do samba”, “Simplesmente Cartola”, “Dona Zica da Mangueira. Do Rio e do Brasil”); apresentação de ritmistas de escolas de samba; almoço com feijoada.
Ingresso: R$ 190,00
Onde comprar: www.riosambabus.com.br
A Acadêmicos de Niterói divulgou o seu enredo para o Carnaval 2025. A azul e branca da cidade sorriso levará a festa junina para a Marquês de Sapucaí em seu próximo desfile. Com o título “Vixe Maria”, o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins, renovado pela agremiação. A escola promete fazer dos seus componentes os verdadeiros quadrilheiros, que desembarcarão em Maracanaú, no Ceará, onde é realizado um dos maiores São João do mundo. O enredo trará as origens deste folguedo popular e a história de uma das festas mais populares do Brasil.
“Das festanças nos salões nobres da Europa até a chegada ao Brasil e a transformação em cortejo religioso. “Vixe Maria” é o título do nosso enredo, exaltando essa expressão nordestina. Podem esperar um desfile muito alegre, de bom gosto e falando da nossa gente. Será um Carnaval com todos os ingredientes brasileiros: festa, fé, cultura e diversão”, afirma Tiago Martins.
No carnaval de 2025, a Acadêmicos de Niterói será a 7ª escola a desfilar no sábado de carnaval, 1º de março, na Marquês de Sapucaí. A escola integra a Série Ouro da folia carioca, comandada pela Liga RJ.
Veja sinopse
Vixi Maria!
Olha quem vem chegando para a maior festa da cidade: a Acadêmicos de Niterói!
Cheia de balancê, an avant (ê), returnê. Chegou a hora do anarriê!
Essas palavras dão pistas das origens europeias de uma dança que move os brasileiros na
solenidade de São João. Ao contemplarmos a sua fogueira festiva, alguns afirmam recordar
que foi Santa Isabel quem a acendeu para anunciar o nascimento do filho. Aquele que traria a “boa-nova”, a vinda de Cristo.
O “luzeiro do anúncio”, símbolo representativo desse chamado, brilha na escuridão, abrindo a presença divina para o nosso festão.
Mas nem sempre foi assim.
Das festas pagãs das antigas civilizações, ligadas aos ciclos da natureza, diversos rituais foram apropriados pelo catolicismo e incorporados em celebrações nas cortes monárquicas do Velho Mundo. Nos séculos 18 e 19, o hábito de dançar quadrille fazia parte das animações na Europa. Era um costume entre os nobres franceses de se reunir em pares de homens e mulheres para uma dança com passos marcados.
Já a quadrilha, como dança e também como música, vai entrar para o repertório brasileiro após a chegada da família real portuguesa. Os instrumentos de orquestra passam a ser substituídos pela sanfona, triângulo e zabumba. Aqui, as festas juninas foram reinventadas e se tornaram uma exaltação das raízes caipiras.
Bolo de fubá, canjica, milho, paçoca, pamonha, pé de moleque, maçã do amor. Vinho quente e quentão. Chapéu de palha, camisa xadrez, calça com remendos. Bombinhas e rojões, fogos de artifício. Bandeirinhas coloridas penduradas em varais de barbante.
Tudo virou folclore, tradição.
Mesmo nascida em outro continente, as festas juninas assumiram uma identidade própria em território nacional. Virou um evento imperdível. Internacional. Como o meu, em Maracanaú (Ceará), o maior São João do planeta.
A festa popular também virou festa católica, a quermesse das igrejas acompanha alguns ritos e rituais.
Santo Antônio, por exemplo, é o casamenteiro.
São Pedro é quem controla o tempo.
São João traz a característica da fartura [que remete aos períodos de plantio e de colheita].
Para São José, levo meu arrasta-pé.
A “Padim Ciço”, garanto minha proteção.
A fé permeia a cultura. A religiosidade se mistura ao populário. Essa crença que se manifesta de forma tão singular e bela, tão simples e rica nas festas juninas, é a expressão de um desejo latente na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, que nunca perde a fé e a capacidade de se divertir.
A devoção junina é a síntese da alegria do brasileiro de poder festejar e rezar.
“A fogueira tá queimando Em homenagem a São João O forró já começou Vamos, gente, rapa pé nesse salão”
Luiz Gonzaga – São João na Roça
Para a minha querida e eterna professora Rosa. Seus ensinamentos e histórias estarão comigo para sempre. Obrigado por tudo!
Carnavalesco Tiago Martins
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025. No próximo domingo acontece mais uma fase. *OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Cecília Cruz: A terceira obra da noite teve a assinatura dos compositores Cecília Cruz, Cláudio Cruz, Luciano Fogaça, Binho Gomes, Osmar Fernandes e Julio Pagé. A torcida marcou presença e mostrou o samba na ponta da língua. O intérprete Digão foi ótimo na condução do samba e foi um dos destaques da apresentação. Foi uma das melhores apresentações da parceria que contou com bastante garra do palco. O falso refrão do meio foi mais uma vez um grande destaque “Roda, gira, gira sol, onde mora outra manhã/Lá detrás do arrebol, raia a luz de oxalufã/Roda, gira, gira sol, onde o canto foi saudar/Nas Gerais, a voz de Deus, Epa Babá”. A entrada da segunda parte foi corrigida e fluiu muito bem, sendo perceptível essa fluidez nas quatro passadas. O refrão de cabeça mais uma vez foi ótimo “Em busca de um sonho a Águia voou/E um anjo negro nos abençoou/A nossa mania é ter fé no samba/Bituca, a Portela te ama”. A primeira parte do samba, mais uma vez, ficou nítida a bela melodia que a obra possui. Foi uma apresentação ótima do início ao fim, sendo um grande momento da noite.
Parceria de Vinicius Ferreira: O quarto samba da noite teve a assinatura dos poetas Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Wanderley Monteiro, Jefferson Oliveira, Bira, Hélio Porto & André do Posto7. A torcida marcou grande presença na quadra e foi bastante vibrante na passagem da obra. Wander Pires e todo o palco conduziram bem o samba. A virada melódica “Vem Marias, ogãs… liberdade tem” foi mais uma vez um dos destaques. A primeira parte do samba funcionou muito bem, sendo bem cantado pelo palco. Já na segunda, tem uma parte de impacto, na virada melódica “O sol no altar da manhã” verso que o portelense coloca as mãos para o alto. O refrão principal teve um rendimento muito bom “Qualquer maneira de amor vale a pena/você é um poema que a vida escreveu/O amor é por nós, tem timbre, tem voz/ E nasceu Milton pelas mãos de Deus”. Apresentação de qualidade da parceria e foi possível notar alguns segmentos cantando o samba.
Parceria de Jorge do Batuke: Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo foram a quarta apresentação da noite. A torcida foi mais uma uma que marcou grande presença. Um dos melhores intérpretes da atualidade do Carnaval, Pitty de Menezes, fez falta na apresentação e coube ao talentoso cantor da Ilha, Tem-Tem Jr, comandar o palco, contando ainda com vozes potentes, Thiago Acácio, Tuninho Junior, Daniel Silva e Roberta Barreto. Os intérpretes arrancaram com tudo lá no 220 voltz e depois acalmaram quando entrou a bateria. Destaque principal vai para o falso refrão do meio, que provocou grande interação com a galera na quadra. A melodia do samba vai mudando a todo momento e isso fica perceptível durante toda a segunda parte da obra. O refrão principal mais uma vez funcionou e foi um dos destaques “No azul da romaria, na canjica da gamela/Sob a luz de oxalufã… Portela/E no andor do nosso povo a voz de Deus/ Se alguém tem um lugar ao sol… Sou eu”. Apresentação de qualidade da parceria que vem ganhando diversos adeptos na quadra. Foi possível notar segmentos cantando o samba de forma efusiva durante toda as quatro passadas.
Parceria de Mauro Diniz: O penúltimo samba da noite teve a autoria dos compositores Mauro Diniz, Pirique Neto, Antônio Pontes, Fabrício Fontes, Diego Nicolau, Fred Camacho e Francisco Aquino. A torcida marcou presença de forma mais tímida, comparando com as duas parcerias anteriores, mas que não comprometeu em nada a apresentação. Evandro Malandro cantou demais e conduziu o palco que estava entrosado e firme. A segunda do samba foi um destaque pois a melodia foi bem valorizada pelo palco e era perceptível os desenhos melódicos. O refrão principal foi mais cantado pela torcida e foi a parte de maior impacto da apresentação “Milton Nascimento/Brasileiro vencedor/Voa nas asas da águia/Que a Portela te veste de amor”. Foi uma apresentação valente da parceria.
Parceria de Valtinho Botafogo: O último samba da noite teve a assinatura dos compositores Valtinho Botafogo, Os Gêmeos, Madalena, Rodrigo Guerra, Lico Monteiro, Orlando Ambrosio e Marcelo Lepiane. A torcida marcou presença e foi uma das mais animadas da noite. O palco foi um dos destaques, pois contou com um Zé Paulo inspirado e cantores firmes no apoio. O samba teve um rendimento muito bom com destaque principal para o refrão principal “Solto a voz/Que o dia vai clarear/Meu povo em prece a cantar na procissão/ Quero chorar, sorrir, viver cada momento/Feito menino Milton Nascimento”. A cabeça do samba passou bem também como já de costume “Lá vou eu, cantar a liberdade/No trem da eternidade/A gente se encontra na estacao”. A segunda parte do samba tem versos importantes que chamam a torcida pra cantar “Ah meu coração de estudante a palpitar” e “Vai minha águia altaneira”. A parceria mais uma vez fez uma apresentação segura e com qualidade.
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a primeira etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. No próximo sábado acontece mais uma fase. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Jojo Toddynho: A obra de Jojo Toddynho, Betô Corrêa, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Márcia Carvalho, Giácomo e Samir Trindade abriu a noite de eliminatórias com a participação da cantora cantando o refrão. Rafael Tinguinha foi o cantor do samba. Bem defendida, a obra traz alguns momentos bem interessantes, como o próprio refrão final e o início da segunda parte “Nasce um novo dia/o meu ziriguidum não foi ilusão”, sendo um dos destaques desta primeira noite.
Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra de Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho índio, Lauro Silva, Prof. Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal. Wander Pires apresentou bem a obra, levando a ser um dos destaques desta primeira noite. Bem fluída, com destaque para momentos muito inspirados na primeira parte do samba, entre os versos e a melodia, como os que iniciam com “Quem dera amor…” e “Te anoitecer…”.
Parceria de Paulinho Mocidade: Terceira a subir ao palco, a parceria de Paulinho Mocidade, Rafael Drumond, Rafael Esteves, André Pimentel, Léo Galin, Luiz Antônio, Hermes Jr., Gilberto Paizão, Gil do Viegas e Giovane teve a voz de Thiago Brito comandando o microfone. A obra conta um com um falso refrão interessante, além de ter destaque os versos “E hoje estou aqui…/a pioneira nave mãe a desbravar”, que empolgava, além da torcida, outras pessoas na quadra. A levada do samba foi bem envolvente durante a apresentação.
Parceria de Ricardo Simpatia: O samba de Ricardo Simpatia, Franco Cava, J Giovani, Valtinho Botafogo, Juca, Jorginho Mocidade, Flavinho Avellar, Victor do Chapéu, Marcelo Vai Vai e Almir Chega Junto foi o quarto no palco da quadra, e foi bem defendida por Thiago Acácio. Com três refrões, o samba tem neles pontos muito bons, em especial o que se inicia com ‘Na tela do cinema…”, podendo crescer mais durante a disputa. A estrofe iniciada com “Carros voadores, famílias modernas” também se destaca dentro da obra.
Parceria de Jaci Campo Grande: Sexta da noite, a parceria de Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lúcio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini, Bimbim Portella Passou bem durante a apresentação no quadra, tem versos que se destacam durante o samba, especialmente, na segunda parte, como “meu perfil de avatar é o castorzinho apaixonado”, e o encaminhamento para o refrão final, a partir de “no samba ser independente…”, que há um bom crescimento, cumprindo bem seu papel.
Parceria de Jurandir: A parceria de Jurandir (Didi), Jorge Carvalho, Jorge Alves, Dunga, Raimundo, Tim Maia Daflon, Renilson, Leo Lopes, Altair, e Ribeirinho foi a sétima a se apresentar, e teve uma cadência mais suave em relação aos outros, o que o diferenciou dos demais durante a apresentação, lembrando um pouco sambas mais antigos, com destaque para os refrões da obra, e para a segunda parte do mesmo. Igor Pitta foi bem durante o tempo de apresentação.
Parceria de Zé Glória: Formada por Zé Glória, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Trivella, Mynagal, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax, a parceria foi a oitava da noite. Charles Silva comandou muito bem a apresentação da obra, que foi um dos destaques da noite. Com uma torcida animada e cantando bem o samba, que tem como um dos pontos altos o falso refrão no meio da obra, onde as duas estrofes começam com “Voar, voar!…”, sendo um momento que contagiou algumas das outras pessoas presentes na quadra.
Parceria de Paulo César Feital: A parceria de Paulo César Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rosário, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr. Castilho e Léo Peres encerrou muito bem a noite, sendo um dos destaques. Comandada por Tinga, o samba apresenta bons momentos, como o fim da primeira parte, com versos questionando sobre o futuro. Os refrões da obra também chamaram muita atenção, em especial os dois últimos versos de cada “A juventude vai crer/que toda estrela pode renascer”, no refrão do meio e “E Deus vai desfilar/pra ver o mago recriar a Mocidade”, fazendo alusão a volta do carnavalesco Renato Lage.