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Mestre Paulinho Steves segue à frente da bateria da União de Maricá para 2025

Seguindo com o processo de montagem da equipe para o Carnaval 2025, a União de Maricá confirmou mais uma renovação. Encaminhando-se para o quarto desfile, o mestre Paulinho Steves continua no comando da Bateria Maricadência na busca do título da Série Ouro.

Paulinho é morador de Maricá, foi diretor de bateria por anos e assumiu como mestre na construção do desfile de 2022, ainda na Intendente Magalhães. Com boas notas e prêmios conquistados ao longo desse tempo, ele foi o responsável por ditar o ritmo da agremiação em sua estreia na Série Ouro, em 2024, com três notas 10. Steves não escondeu o ânimo na continuidade do trabalho na escola maricaense:

“Vai ser um prazer estar mais um ano junto com a União de Maricá. Teremos cerca de oito meses de pura batucada para fazer o coração da escola pulsar. Confio em mais um trabalho de muita qualidade para conquistarmos a nota máxima com foco no acesso ao Grupo Especial, que é o sonho de todos”, garantiu Paulinho Steves.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Para o próximo ano, a União de Maricá vem mantendo a base que alcançou o quarto lugar da Série Ouro em 2024. Até o momento, além do mestre Paulinho Steves, foram renovados o diretor de carnaval Wilsinho Alves, o diretor geral de harmonia Junior Cabeça, o diretor de barracão Rodrigo Foca, o coreógrafo da comissão de frente Patrick Carvalho e o chefe de ateliê Julio Cerqueira. A única contratação foi a do carnavalesco Leandro Vieira, que vai desenvolver o trabalho artístico da escola.

Acadêmicos de Vigário Geral renova com o coreógrafo Handerson Big para o Carnaval 2025

A Acadêmicos de Vigário Geral anuncia a renovação com o coreógrafo Handerson Big para o Carnaval de 2025. Este será o quinto ano consecutivo dele na agremiação. Com uma trajetória de quase 40 anos desfilando na Marquês de Sapucaí, dos quais 20 foram dedicados à coreografia de comissões, o coreógrafo já teve passagens pela União da Ilha, Estácio, Império Serrano e Rocinha.

“Estou muito feliz em continuar fazendo parte da família Vigário Geral para mais um carnaval, principalmente porque 2025 será um ano muito especial para mim já que estarei completando 40 anos no Sambódromo da Marquês de Sapucaí e desses 40 anos, 20 anos são como coreógrafo de comissão de frente. Para mim, será uma grande felicidade e responsabilidade comemorar essas marcas enquanto realizo um belo trabalho na comissão de frente do GRES Acadêmicos de Vigário Geral em 2025”.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Além do coreógrafo, a escola já anunciou a renovação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, do mestre de bateria e do intérprete oficial, e anunciou a chegada dos carnavalescos Caio Cidrini e Alex Carvalho.

Tadeuzinho decide não concorrer na eleição na União de Maricá e celebra contratação de Leandro Vieira

Tadeu Marinho, o Tadeuzinho, não é mais o presidente da União de Maricá. A escola teve seu pleito no fim de fevereiro e ele não decidiu concorrer novamente. Ao site CARNAVALESCO, ele falou da decisão de não disputar a eleição. O próximo presidente é Juliano Oliveira.

“Eu e toda equipe tivemos um desafio enorme em 2021 com o falecimento do fundador da escola saudoso Mauro Alemāo, que era levar nossa escola pra Sapucaí e graças ao comprometimento, garra e amor a escola, tivemos êxito. Em 2024 fizemos uma belíssima estreia na Sapucaí e após o carnaval, houve eleições estatutárias na escola e resolvi nāo concorrer para dar oportunidade aos mais jovens. Tenho certeza que a nova diretoria eleita fará um belíssimo trabalho na administração da escola. Eu aprendi a gostar muito da escola. Saio da presidência, porém continuo como torcedor e desfilante. Além disso, eu continuo na Ala de Compositores da Portela e irei me dedicar a fazer meus sambas e concorrer na Portela e por aí (risos)”.

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Foto: Arquivo pessoal

Perguntado o que espera do desfile de 2025, Tadeuzinho demonstra muito otimismo com o sucesso da Maricá.

“Espero de verdade que em 2025 a escola consiga alcançar o objetivo que é o Grupo Especial. A União de Maricá é uma escola nova, porém tem muita garra, força, e um corpo técnico sensacional. Nao tenho dúvidas que virá forte rumo ao título”.

Ele também comentou a chegada do carnavalesco Leandro Vieira para ser o responsável pelo desfile de 2025.

“O Leandro Vieira é um craque, um dos melhores carnavalescos. Campeăo ano passado com a Imperatriz e nao tenho dúvida que fará um belíssimo trabalho na União de Maricá. Parabenizo a nova diretoria pela contratação”.

‘Meus netos vão poder ver o quanto o carnaval me presenteou’, diz Pitty de Menezes sobre o Estrela do Carnaval

Pitty de Menezes está radiante com o pós-carnaval. Ganhador do Estrela do Carmaval, de Melhor Intérprete do Grupo Especial, o cantor se sentiu honrado com o prêmio, e como ele focará marcado na sua história e para posteridade da família. O CARNAVALESCO ainda conversou com o cantor sobre o samba da escola, que saiu um pouco desacreditqdo da quadra, para ser o maos ouvido do álbum com as gravações do “Ao Vivo” do desfile. A festa de premiação do Estrela do Carnaval acontece no próximo domingo, dia 14 de abril, no Imperator, no Méier. * COMPRE AQUI O SEU INGRESSO

Pitty falou primeiro sobre o Estrela do Carnaval, e como ficou honrado em receber o prêmio pelo Grupo Especial:

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“Para mim é uma grande felicidade, uma grande honra. Um prêmio que é muito reconhecido, um prêmio maravilhoso, um prêmio grandioso, que vem somar na minha carreira, brindando todo o trabalho, toda a humildade, todo o amor que a gente coloca no nosso trabalho, para mim representa muito. Eu vou poder daqui a alguns anos, meu filho, meus netos, vão poder olhar e ver aquele prêmio lá na minha sala, no meu quarto, e ver o quanto o carnaval me presenteou. O carnaval é tudo na minha vida, o carnaval é onde trouxe o meu caráter, deu caráter no Pitty, representa muito. Só tenho que agradecer ao Estrela do Carnaval pelo reconhecimento”.

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O cantor contou ainda sobre o trabalho com o samba para o desfile, ao longo dos meses, já que a composição saiu desacreditada da final e acabou se tornando o samba do ano, o que deixou a comunidade muito feliz:

“Eu acho que é trabalho. A gente quando pensou na junção a gente estava enxergando lá na frente. A gente sabe que tem uma comunidade que canta muito, a gente sabe que tem uma comunidade que é muito forte em Ramos e a gente sabia que a comunidade iria abraçar. E a gente tem uma equipe maravilhosa de músicos, o Pedrão (Pedro Miguel, co-diretor musical da Imperatriz), o Lolo, o Leandro, toda a equipe do carro de som, a gente sabia que a gente iria poder fazer um trabalho maravilhoso, que a escola dá condição para isso e a gente enxergava lá na frente o sucesso desse samba e não foi diferente. A Sapucaí cantou com a Imperatriz, foi um desfile maravilhoso, lindo, infelizmente, não ganhamos o campeonato, a Viradouro mereceu, mas a gente fez um grande desfile, é isso que fica. Independente de prêmio a gente viu no desfile a comunidade toda cantando, feliz. Importante é ver a comunidade feliz”.

Com a versão ao vivo do samba ‘bombando’ no Spotify, Pitty de Menezes fica muito contente com a repercussão da cigana após o Carnaval de 2024: “É maravilhoso a gente ter a oportunidade de trazer esse clima da avenida para dentro de casa com os sambas ao vivo, é maravilhoso. É uma oportunidade das pessoas que não estão lá dentro da Sapucaí poder sentir um pouco dessa energia. E a gente também ouve para aprender, ver o que a gente errou, eu acho maravilhoso. A Liesa foi bem inteligente, trazendo esse ao vivo para o povo. Eu acho que está dando certo, a Imperatriz é líder, viral, está sendo maravilhoso”.

Conheça o enredo da Viradouro para o Carnaval 2025

A Viradouro, atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, divulgou na noite desta segunda-feira seu enredo para o Carnaval 2025. “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos” é o título do enredo que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Veja abaixo a publicação da escola.

“Sobô Nirê Mafá! 🪇🪘

Assim é saudado “Reis Malunguinho”.

E é com a companhia poderosa dessa entidade afro-indígena, que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro, que a Viradouro dá início à caminhada rumo ao Carnaval 2025.

Pernambuco, primeira metade do século 19. O quilombo do Catucá era foco de resistência e viu seu último líder, João Batista, o Malunguinho, ser duramente perseguido por seus atos libertários.

Ao fugir das emboscadas, ocultou-se na mata e aprendeu com os indígenas o segredo da força das ervas.

Assim, tornou-se Mensageiro de Três Mundos: Mata, Jurema e Encruzilhada.

Malunguinho é o dono da chave mágica para abrir senzala e fechar o corpo dos que a ele rogam proteção.

O que ronda a mata para vencer inimigo, trazendo a ciência dos pajés, os caminhos da cura.

Salve a Jurema Sagrada!
Salve a coroa de Reis Malunguinho!
Salve a coroa da Viradouro!
Sobô Nirê Mafá!”

‘Melhor casal da Série Ouro em 2024’: Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete celebram Estrela do Carnaval e falam sobre 2025

Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete têm uma trajetória marcante no carnaval carioca como mestre-sala e porta-bandeira, com passagens pela Mocidade Unida da Cidade de Deus, Difícil é o Nome, Renascer de Jacarepaguá, União da Ilha e Unidos do Viradouro. Em 2024, o casal brilhou na Avenida defendendo o primeiro pavilhão da União da Ilha e em reconhecimento ao trabalho feito, recebem no próximo domingo, dia 14 de abril, no Imperator, no Méier, o Estrela do Carnaval, de melhor casal da Série Ouro. * COMPRE AQUI SEU INGRESSO PARA FESTA DE PREMIAÇÃO

Durante uma entrevista concedida ao site CARNAVALESCO, eles expressaram sua gratidão pelo prêmio e enfatizaram a importância desse reconhecimento para suas carreiras como casal: “O Estrela é um dos mais importantes prêmios do carnaval, e ser agraciado com ele, mostra que nosso trabalho está caminhando da maneira correta, e que todo trabalho valeu a pena. Esse prêmio chega para nos consagrar como um grande casal”, citou Thiaguinho.

Amanda também enfatizou a importância do prêmio e como ele mostra que estão no caminho certo: “Fiquei muitíssimo lisonjeada em ganhar o Estrela do Carnaval! Prêmio de grande prestígio, que sonhava em receber novamente. Também traz a certeza que estamos trilhando o caminho certo em nossas carreiras. Agora somos bicampeões e tenho certeza que a entrega do prêmio será um momento muito especial para nós”.

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Quanto ao desfile de 2024 pela União da Ilha, Thiaguinho e Amanda descreveram como uma realização e uma conquista significativa: “O desfile de 2024 foi uma realização e conquista muito grande. Considero um desfile maravilhoso que fizemos, conseguimos entregar uma boa performance e tivemos uma interação bem grande do público quando estávamos nos apresentando, no momento das palmas na coreografia, acompanharam as palmas junto e foi algo que eu realmente nunca vou esquecer”, comentou Amanda.

Em complemento, Thiaguinho desabafou: “Nosso desfile foi lindo, a apresentação contagiou quem assistiu, fomos surpreendidos nas três cabines quando o público bateu palma junto comigo, no refrão do meio. Essa emoção mexeu muito conosco e deu um gás pra dançar ainda mais. O público é o maior termômetro da avenida, se eles gostaram, não há quem contrarie”.

Quanto aos planos futuros, o casal pretende dedicar-se ainda mais à Unidos do Viradouro em 2025, visando uma constante evolução e realização. Thiaguinho ressaltou a importância de aprender com experiências passadas e praticar exercícios para corrigir erros e fraquezas, enquanto Amanda expressou sua confiança no futuro, deixando-o nas mãos de Deus e seus guias espirituais.

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“O ano de 2025 ainda não chegou, mas os trabalhos já estão a todo vapor, os estudos e análises do que vivemos já aconteceram e já estamos no momento de praticar exercícios que nos ajudem a corrigir erros e fraquezas. Sem dúvida, em 2025 estaremos ainda melhores e realizados com a nossa Unidos do Viradouro”, compartilhou Thiaguinho.

Já Amanda diz que o futuro a Deus pertence: “Esperamos continuar pontuando e mostrando nosso trabalho no grupo. Como e onde ainda não sabemos, o futuro a Deus e nossos guias pertence!”

Thiago Brito não é mais intérprete da Inocentes de Belford Roxo

O cantor Thiago Brito divulgou nesta segunda-feira que não segue na Inocentes de Belford Roxo para o Carnaval 2025. Veja a publicação do intérprete.

“Venho comunicar a vocês que não estarei a frente do carro de som da Inocentes de Belford Roxo Para o carnaval de 2025

A toda a diretoria meu muito obrigado por esses dois anos, nesta segunda passagem no comando do carro de som da Caçulinha da baixada!!

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

A comunidade de Belford Roxo que sempre me abraçou, minha gratidão eterna e tenha certeza que o amor e a paixão pela Inocentes e para a vida inteira”.

Presidente da Vila Isabel revela planos para 2025 e faz balanço do carnaval de 2024

A Vila Isabel, que apostou na reedição de “Gbalá – Viagem ao templo da criação”, ficou em sexto lugar no Carnaval 2024. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente, Luiz Guimarães, fez uma análise do desempenho da escola neste carnaval, comentou sobre os desafios enfrentados durante a apresentação, destacando a situação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, cuja performance foi prejudicada devido à falta de luz em determinado momento do desfile, além de compartilhar os planos da agremiação para o próximo ano. Mesmo diante das adversidades enfrentadas em 2024, a Vila Isabel já está em processo de planejamento para o enredo de 2025, demonstrando determinação e comprometimento com a continuidade do seu legado no Carnaval carioca.

“Achei o carnaval no mais alto nível possível de uma maneira geral e está mostrando a força do investimento que cada escola está recebendo e está fazendo um bom uso para poder estar sempre melhorando. E a Vila Isabel, mais um ano veio nas campeãs, obviamente não foi o que a gente queria, que era buscar o campeonato, ou então estar perto, mas ajustes foram feitos para o ano que vem a gente poder estar brigando nas cabeças ali novamente”, comentou o presidente Luiz Guimarães.

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Questionado sobre ter surpreendido a todos com a renovação de toda a equipe da escola antes do desfile, o presidente Luiz Guimarães contou como chegou nessa decisão: “Eu tomei essa decisão não baseada no resultado até porque eu não sabia ainda o que ia ser do desfile em si, mas acreditando muito na equipe de carnaval, justamente por isso eu fiz esse movimento de anunciar antes, pela credibilidade que eles me passam e por todo trabalho feito pela união que a gente tem, pela qualidade que todos eles têm e eu vejo o trabalho sendo feito da melhor maneira possível, eu não poderia não fazer esse gesto de renovar antes até para dar uma tranquilidade, uma segurança para eles”.

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Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

No Carnaval de 2024, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cris Caldas, não conseguiu atingir o gabarito desejado. Durante o desfile, o casal optou por mais um ano de risco e inovação, incorporando em suas fantasias leds que combinavam com os efeitos de iluminação da Marquês de Sapucaí. No entanto, os jurados decidiram descontar alguns décimos da pontuação, justificando que a dança do casal se tornou difícil de visualizar devido às luzes de led.

“A gente buscou inovar, acabou tendo um pequeno delay entre a luz e o início da apresentação, acabou que eles começaram a se apresentar no escuro, que não seria isso no caso e acabou o jurado enxergando isso de maneira negativa e está tudo certo, faz parte, a gente buscou arriscar e quem arrisca está sujeito a dá certo ou dá errado, mas ano que vem a gente vem de uma maneira diferente para poder entrar nos nove quesitos e sair buscando o título”, desabafou Luiz.

Sobre o enredo para o Carnaval de 2025, o presidente Luiz Guimarães revelou: “Ainda não tem nada definido, a gente ainda tem mais um mês e pouco para poder definir isso. Estamos entre dois, três caminhos ainda, a gente está estudando muito para saber a melhor decisão, porque o Paulo preza muito pelo plástico visual e a gente também preza muito por um bom enredo. Vamos casar isso da melhor maneira possível, tem que ser uma decisão muito acertada, estou pensando, não tomamos a decisão, estamos tendo reuniões constantes diárias, semanalmente, para poder anunciar na maneira certa e tomar a decisão acertada também”.

Unidos de Padre Miguel contará com experientes enredistas em sua estreia no Grupo Especial

A Unidos de Padre Miguel está se preparando para sua estreia no Grupo Especial em 2025. Para garantir um desfile marcante e a permanência na elite do Carnaval Carioca, a escola está recebendo o apoio de dois experientes enredistas: Clark Mangabeira e Victor Marques. Os novos contratados, trarão todo o seu conhecimento e paixão pelo carnaval para auxiliar a dupla de carnavalescos, Alexandre Louzada e Lucas Milato, na pesquisa e desenvolvimento do próximo enredo

“Estamos muito felizes com a chegada de Clark e Victor na escola. Temos certeza de que eles irão contribuir muito para que tenhamos um enredo incrível para nossa estreia no Grupo Especial em 2025”, disse o diretor de carnaval, Cícero Costa.

Victor possui mestrado em Antropologia Social pela UFMT e está atualmente cursando doutorado em Estudos de Cultura Contemporânea. Clark é mestre em Ciências Sociais pela UERJ, doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ e pós-doutor em Artes Visuais.

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Ambos são coautores do livro “Assombros e Enredos”, uma obra que explora as raízes do carnaval brasileiro. Além disso, juntos, escreveram o enredo da Unidos de Padre Miguel em 2022, intitulado “Iroko – é tempo de xirê!”, e contribuíram com enredos para outras escolas de samba renomadas, como Unidos de Vila Isabel, Mocidade Alegre, Unidos do Viradouro, entre outras.

A apresentação da equipe completa para 2025 ocorrerá no próximo dia 23 de abril, durante a feijoada de São Jorge, na quadra de ensaios da escola.

Artigo: Espaço Candonga na Apoteose, a importância de sua preservação

Por Sérgio Almeida Firmino

Este artigo deseja pormenorizar uma atividade em meio aos desfiles das Escolas de Samba na Marquês de Sapucaí, da qual tornou-se uma missão hereditária, em respeito à ancestralidade recente, cuja, ainda ocorre, há mais de meio século, em um espaço de pertencimento natural, a partir da figura lendária de José Geraldo de Jesus (1920-1997), o Candonga. Segundo o jornalista José Luís Azevedo eex-funcionário da Riotur, os jornalistas tinham um local de encontro, ali na rua Salvador de Sá, rua que cruza a Marquês de Sapucaí ou Passarela do Samba.

De fato, bem no local onde ficava a cabine da TV Globo e TV Manchete, José Luís Azevedo relata, emocionado, que assistia do seu local de encontro de jornalistas e comentaristas como: José Carlos Rego, Albino Pinheiro, Fernando Pamplona, Manoel Alves, Darcy Moreira, enfim, os jornalistas que atuavam na transmissão do Carnaval da cidade. Esses jornalistas presenciaram acontecimentos maravilhosos na Marquês de Sapucaí, esses acontecimentos ou novidades, não foram escritos, eram divulgados entre eles, ou no mundo do samba. Um desses relatos, talvez o mais interessante, era sobre a presença de um funcionário da Riotur, apaixonado pelas Escolas de Samba e pelas baterias das Escolas de Samba, José Geraldo de Jesus, o Candonga, como era chamado, que estacionava seu próprio carro, no cantinho do segundo recuo das baterias. Esse manejo de Candonga já era conhecido bem antes dos desfiles serem realizados na Sapucaí, na verdade, é desde a avenida Presidente Vargas, ou mesmo na avenida Antônio Carlos, onde o sambista, por sua comodidade, estacionava dentro da Passarela do Samba.

A partir de 1984, com a construção em cimento armado da passarela do samba, o segundo recuo das baterias ganhou notoriedade singular. Para o jornalista Haroldo Costa, amigo pessoal de Candonga, ali tornou-se “o Feudo do Candonga”. De fato, sobre o Mestre Candonga, precisa-se de um livro inteiro para relatar sua vida, da qual merece ser apresentado ao público.

Leda Maria Martins teria argumentos acadêmicos para pontuar Mestre Candonga, em sua “Afrografias da Memória”. Com efeito, Mestre Candonga nasceu em Santo Estevão, na Bahia, em 05 de dezembro de 1920. José Geraldo de Jesus veio para o Rio de Janeiro com 13 anos de idade, sem nada nas mãos, tentar a sorte na cidade do Rio, e foi morar no bairro do Estácio.

Candonga, ainda muito jovem, reconhece a vida boêmia efervescente e mundana que o cercava. Escolhe a Marinha do Brasil para servir à pátria e torna-se marinheiro foguista de caldeira de navio, e logo em seguida é designado para trabalhar no Palácio do Catete, tornando-se homem de confiança do Presidente Getúlio Vargas.

Sua adoração pelo samba aproximou Mestre Candonga do Jogo do Bicho e da contravenção, chegando a trabalhar para a mãe de Castor de Andrade, seu futuro padrinho de casamento com Dona Aparecida de Jesus. Esses relatos foram colhidos do próprio Candonga. Mestre Candonga amava incondicionalmente o Carnaval, sobretudo as Escolas de Samba. Ele era a figura marcante na Passarela do Samba, e seus 160 quilos, vigor físico adquirido quando jovem nas lutas de boxe, junto à academia do seu amigo Santa Rosa – aliás, foi Santa Rosa que o apelidou de Candonga. José Luís Azevedoassevera em conversa, com requintes de detalhes, o domínio espacial de Candonga na Sapucaí, e sua relação com todas as Escolas de Samba, principalmente as gigantescas baterias e seus ritmistas.

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Foto: Instituto Cultural Candonga

Após a morte do jornalista Darcy Moreira, a LIESA cria a sala de imprensa Darcy Moreira, no Setor 1, onde o grupo de jornalistas que antes reunia-se à frente do segundo recuo de baterias, passa a frequentar a sala de imprensa na Sapucaí. No entanto, todos os jornalistas, fotógrafos, políticos e outros credenciados para permanecerem na pista de desfiles, sabiam que Candonga guardava em seu porta-malas do seu carro estacionado dentro da Sapucaí, algumas cervejas, muita água para os seus ritmistas e uma bebida especial chamada Cravo Escarlate, que, segundo o Candonga, era uma bebida afrodisíaca. A história que ele contava é que seu bisavô era reprodutor escravo de senzala e como trabalhava na fazenda de cana de açúcar, sua função era de reprodutor, ou seja, gerava filhos para trabalhar na fazenda. Candonga contou que seu bisavô africano conhecia as ervas da mata, reuniu algumas ervas e as mergulhou em algo semelhante a aguardente. Esta mistura de ervas foi deixada descansando por algum tempo em infusão, e assim ele criou um tônico especial. O reprodutor bebia este tônico regularmente para manter-se ativo sexualmente e reproduzir. Segundo Candonga, este bisavô escravo teria mais de 120 filhos. Ele mesmo mestre Candonga dizia ao vento que tinha 47 filhos.

Os dirigentes das Escolas de Samba, assistindo o desenvolvimento dos ritmistas após beberem da água servida por Candonga, resolveram também parar com suas baterias à frente da TV Globo e TV Manchete, ou melhor, no segundo recuo das baterias, para receberem a água de Candonga. Em seguida, além de pararem suas baterias de suas Escolas de Samba, passaram a conduzi-las para dentro do espaço vazio entre os setores 09 e 11, também estacionamento do carro do Mestre Candonga. O chamado recuo das baterias, nasceu através da ação humanitária de Candonga em servir água na boca dos ritmistas.

Segundo o jornalista José Luís Azevedo, que teve várias funções no Sambódromo, além de diretor de operações da Riotur, não há no regulamento da Liesa, qualquer menção de obrigatoriedade em adentrar com as baterias das Escolas de Samba, no chamado recuo das baterias, ou atualmente reconhecido como Espaço Candonga. Entenda-se sobre a ação, de servir água na boca dos ritmistas, esses artistas, batuqueiros ou percussionistas, marcando o ritmo contagiante das Escolas de Samba, que não podem parar de tocar seus instrumentos. Assim Candonga servia na boca de cada ritmista. Foi ideia do Mestre Candonga, que começou com a sua Portela, com a finalidade de dar uma sobrevida a todos os ritmistas, e que depois passou a servir a todos os ritmistas de todas as Escolas de Samba desfilando na Passarela do Samba Darcy Ribeiro ou Marquês de Sapucaí.

Mestre Candonga também era o Guardião da Chave da Cidade; em algum tempo remoto, o ex-segurança de Getúlio Vargas, criou uma chave de um artefato de madeira de um metro e meio e o cobriu de lantejoulas para simbolicamente abrir o Carnaval da Cidade. Criou uma chave, que seria para sempre a Chave da Cidade para uso no Carnaval no Rio de Janeiro. Candonga, sem saber, imortalizou esta cerimônia, que acontece em todo o Brasil. O prefeito recebe a Chave da Cidade e entrega ao Rei Momo para este, dar início ao Carnaval da Cidade. Os jornalistas Sérgio Cabral, Albino Pinheiro, Ferdi Carneiro, João Ubaldo Ribeiro, Fernando Pamplona, Ricardo Cravo Albin, enfim, um grupo seleto de amigos, todos entusiastas do Samba e do Carnaval do Rio, e em plena ditadura militar, ajudaram Mestre Candonga com esta ação. Candonga resolveu criar a chave, na premissa que o Carnaval da Cidade era aberto, mas não tinha uma chave. Maria Cristina Silva de Jesus (1959-2021) deixou em depoimento no documentário “Candonga, Cravo e Passarela”, da Boni Comunicações, ao asseverar que Candonga percebeu que sempre sumiram com a chave, assim resolveu, ele mesmo, fazer uma chave, que tomou para si a responsabilidade de guardá-la para o próximo Carnaval. E, desde então, esta cerimônia acontece há muitos anos, tendo iniciado em 1964 – exatamente no início da ditadura militar no Brasil.

Candonga não está mais entre nós. Esse baiano de Santo Estevão faleceu em 27 de março de 1998, no entanto, o ethos deixado como legado das ações absolutamente simples de Candonga, este afrodescendente, suscita reconhecer esses símbolos orientados por Maria Leda Martins, como sendo ecos da “Afrografia da Memória”, acentuadamente, intrínseca tanto no contar e repassar essas verdadeiras histórias, desenvolvidas na oratória, ano após ano, concebidos com tamanha beleza estética coloridas, fortes culturais.

O raciocínio sobre os códigos e o ethos estão impregnados não apenas na figura mítica de José Geraldo de Jesus – o Candonga -, mas também nas suas ações culturais, além de todo universo espacial que a Sapucaí congraça. A alta capacidade do povo preto, trazido forçosamente para o Brasil, e estabelecer a alteridade, envolvendo-se na cultura dos povos tradicionais e caucasiana, tornou a etnia preta empoderada culturalmente na sua densa historiografia. O poder de ajustamento negro, o uso sistemático da alteridade, o pertencimento, suscita o surgimento de outras Culturas, fortalecendo as etnias e sua história. A mistura étnica ajudou a desenvolver nuances de outras culturas, sociais e de fato, de aspecto comportamental.

O fenômeno ocorrido nas Américas no encontro das três etnias foi marcado por violências brutais. No entanto, fato histórico relevante, agravado pelo rentável comércio escravo, que perdurou por três séculos no Brasil. Com efeito, a violenta intromissão do conquistador, a fatalidade da diáspora africana e logo após a tentativa do aniquilamento da outra cultura, mitigou o desenvolvimento da rica cultura brasileira. Ainda assim, histórias reais vividas no campo santo Apoteose, na rua Marquês de Sapucaí, confirmam a necessidade de se estudar a relação memória, resistência e o pertencimento, assim como o poder da textualidade oral afro-brasileira, de fato, espaços preservados na memória, no entanto, também construídos fisicamente e no inconsciente da ancestralidade preta. Candonga, além de sambista, foi um mensageiro de intuições do passado, não escritas, não lidas, um ator que desempenhou seu papel na rica construção do conhecimento, embora não científico, porém de aspecto epistemológico, intrínseco em cada movimento cultural, ele assume, inconscientemente ou não, com extrema felicidade a harmonia de ser negro.

Ao concluir, torna-se muito importante a preservação desses locais, movimentos ou temas culturais, que fazem parte da nossa Cultura. O Espaço Candonga é apenas um pedacinho de chão na Marquês de Sapucaí, protegido por fazer parte do grande palco, do maior espetáculo do planeta Terra. No entanto, de enorme teor cultural, antropológico, histórico, de pertencimento, de inclusão, representante vivo do ethos brasileiro.

O Espaço Candonga nasceu do amor incondicional de um sambista, loucamente apaixonado pela sua cultura, reverenciado por todos que beberam e até hoje bebem de sua água, mas também, por qualquer um do povo, que é servido pela cultura gerada naquele espaço. Portanto,Candonga, sua Caravan laranja, seu Cravo Escarlate, sua Chave da Cidade, são símbolos muito importantes, intocáveis, imutáveis, da afrografia da nossa memória.

Sérgio Firmino
[email protected]
@sergioalmeidafirmino
Assessor Especial de Economia Criativa do Carnaval pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Presidente da Federação da Indústria Criativa Cultural do Carnaval do Estado do Rio de Janeiro – FICCCERJ.
Diretor Conselheiro Pró Bono do Instituto Cultural Cravo Albin.
Agradecimentos: aos jornalistas José Luiz Azevedo, Haroldo Costa e Ricardo Cravo Albin.

Referências
Martins, leda Maria (1997). “Afrografias da Memória: O Reinado do Rosário do Jatobá”. São Paulo: Perspectiva Belo Horizonte: Mazza Edições 1997 (coleção perspectiva).
Sodré, Muniz (1942).“A Verdade Seduzida”. Rio de Janeiro. DP&A 2005, 3ª Edição.
Sodré, Muniz (1942). “Samba, O Dono do Corpo”. 2ª Edição, Rio de Janeiro (1998).
Araújo, Hiram (1991): “Memórias do Carnaval”, Rio de Janeiro: Oficina do Livro, Carnaval-História- 2 Rio de Janeiro (Cidade) Escolas de Samba – História.
Leopoldina, J. S. (1978). “Escola de Samba, Ritual e Sociedade”. Petrópolis: Vozes.
Pamplona, Fernando (2013). “O Encarnado e o Branco”. Nova Terra.