Início Site Página 315

Renascer de Jacarepaguá celebra ‘Desfile do Ano da Série Prata’ no Estrela do Carnaval

A Renascer de Jacarepaguá fez no Carnaval de 2024 um dos mais aclamados desfiles da Intendente Magalhães neste ano. A escola, que ficou em segundo lugar dentre as que desfilaram na segunda noite da Intendente, ganhou o Estrela do Carnaval de Desfile do Ano, assim como em outras categorias da premiação, como Bateria, Enredo, Samba do Ano e casal de mestre-sala e porta-bandeira e Alegorias. A premiação ocorrerá no próximo sábado, 15 de junho, na quadra do Império Serrano. * COMPRE AQUI SEU INGRESSO

renascer presidente
Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O CARNAVALESCO conversou com o presidente da escola André Augusto, o Dedé, durante o sorteio da Superliga para as Séries Prata e Bronze. Ele ficou muito contente com a premiação do Estrela, e o quanto os prêmios representaram para a comunidade: “É a consagração de tudo o que nós levamos para a avenida. De quanto a comunidade suou, de quanto os nossos segmentos deram o sangue para poder mostrar o carnaval que nós mostramos lá dentro da Intendente Magalhães. Para a gente foi muito gratificante e esse reconhecimento dá uma acalentada no nosso peito”.

O presidente também comentou a sensação da escola não ter retornado a Sapucaí, porém que a Renascer vai buscar o campeonato e o retorno à Série Ouro: “O sentimento é de tristeza no primeiro momento, mas isso não tira a nossa garra, não tira a nossa força, e acredito que inclusive reforça ainda mais a paixão e o amor do componente para o carnaval desse ano agora de 2025. Que a gente faça um carnaval mais forte, um carnaval mais grandioso e que a gente consiga o que a gente almeja que é voltar para Sapucaí”.

Por fim, André Augusto comentou que a escola já está se preparando para buscar o retorno e que virá com tudo para o próximo carnaval: “Muito mais do que fez em 2024”.

Veja aqui todos os premiados do Estrela do Carnaval da Série Prata

Desfile do ano: Renascer de Jacarepaguá
Samba: Renascer de Jacarepaguá
Comissão de frente: Cubango
Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Renascer de Jacarepaguá
Baianas: Botafogo Samba Clube
Intérprete: Ito Melodia (Tubarão de Mesquita)
Alegorias: Renascer de Jacarepaguá
Fantasias: Botafogo Samba Clube
Harmonia: Tradição
Rainha: Cubango
Carnavalesco: Cubango
Enredo: Renascer de Jacarepaguá
Passistas: Botafogo Samba Clube
Bateria: Renascer de Jacarepaguá
Bem-vindo ao Estrela do Carnaval: Tradição e Botafogo Samba Clube

Andrea de Andrade é a nova rainha de bateria da Porto da Pedra

Andrea de Andrade é a nova rainha de bateria da Porto da Pedra, que vai desfilar na Série Ouro em 2025. A influenciadora e musa da Vila Isabel conta que recebeu o convite da diretoria da agremiação de São Gonçalo.

andrea pp
Fotos: Web Cine; produção (Victor Marinho )

“Após o carnaval de 2024, recebi o convite da diretoria da Porto da Pedra, e pra mim foi uma grande surpresa, pois sempre tive um carinho muito grande pela escola. No último carnaval, me emocionei com a passagem da bateria, porém nunca imaginei que um dia estaria ocupando esse lugar”, conta.

A empresária não esconde a ansiedade para conhecer todos os integrantes e agradece pela oportunidade de poder brilhar à frente dos ritmistas da agremiação. “Sou grata pela oportunidade e confiança depositadas em mim. Sei da responsabilidade que é ocupar esse cargo, a Porto da Pedra é uma escola gigante, que representa todo um município, com uma comunidade forte. Estou ansiosa para conhecer os meus ritmistas, já tive um primeiro contato com o mestre Pablo e a troca foi incrível, sei que faremos uma grande parceria, e vamos fazer um lindo carnaval”.

andrea pp2

Andrea volta a ocupar o posto no carnaval carioca depois de 13 anos. Ela foi rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel até 2011. E ocupou o mesmo cargo na Império Casa Verde, em São Paulo. Além disso, é musa da Vila Isabel desde 2012. A musa fitness fala sobre a jornada dupla que fará em 2025.

“A expectativa é a melhor possível. Estou animada para um dos maiores desafios da minha vida, que é estar a frente de uma das melhores baterias do carnaval carioca, que é a Ritmo Feroz e continuar a minha trajetória em uma escola tão tradicional como a Vila Isabel. A energia da comunidade e a troca com os segmentos será de extrema importância para aguentar essa maratona, mas vocês podem ter certeza que darei o meu melhor pela escola, a comunidade de São Gonçalo pode contar comigo nessa jornada, e tenho certeza que ao final seremos felizes. Rumo ao grupo especial, meu Tigre!”, finaliza.

andrea pp3

Unidos da Tijuca realiza última etapa de tira-dúvidas com os compositores

A Unidos da Tijuca realizará na terça, quarta e quinta-feira, dias 11,12 e 13 de junho, a última etapa de tira-dúvidas com o carnavalesco Edson Pereira e a equipe de carnaval sobre o enredo do carnaval 2025 e os compositores. Os encontros são direcionados aos poetas como forma de acompanhar o processo de construção das obras concorrentes e garantir nenhuma intercorrência nas obras que serão inscritas no concurso de samba-enredo. Os agendamentos ocorrem através do WhatsApp 21 96432-1322. As parcerias serão atendidas individualmente.

logo enredo tijuca2025
Artista do cartaz:Thiago Morganti

Visando uma grande disputa de sambas, a Unidos da Tijuca que para o carnaval 2025 ouviu sua comunidade e escolheu o enredo pedido pelos componentes, “Logun-Edé Santo Menino que Velho Respeita”. A disputa será aberta para autores de fora da ala de compositores da Unidos da Tijuca. A agremiação receberá as obras no dia 27 de junho, quinta-feira , e iniciará a disputa no dia 01º de agosto. A grande final acontecerá no dia 21 de setembro.

A amarelo-ouro e azul-pavão do Morro do Borel desfilará dia 03 de março de 2025, segunda-feira de carnaval na Marquês de Sapucaí pelo Grupo Especial prometendo não medir esforços para trazer o título do carnaval 2025.

Encantamento de Caxias! Em jornada mística, Bora e Haddad exploram a riqueza e tradição da Amazônia no enredo da Grande Rio

A Grande Rio apresentou, na noite da última segunda-feira, em seu barracão a sinopse do enredo “Pororocas Parawaras: As águas dos meus encantos nas contas dos Curimbós”. A tricolor de Caxias proporcionou uma noite mágica, explorando a riqueza das encantarias que unem as princesas turcas ajuremadas com as tradições da Amazônia. De autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer, o enredo para o carnaval de 2025 será uma imersão nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina.

equipe grio 25
Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

O presidente da Grande Rio, Milton Perácio, abriu a noite agradecendo a todos pela presença e compartilhando suas expectativas para o Carnaval de 2025: “Quero dizer para vocês que neste momento é o pontapé inicial para o que iremos fazer na avenida. É a fase inicial para o sucesso de uma escola de samba que luta todos os anos pelo título. E não será diferente neste ano, onde nós estamos com um enredo maravilhoso”.

Guiados pela música de Dona Onete, os carnavalescos navegam pelos carimbós para contar o enredo místico. Gabriel Haddad explicou o ponto de partida do enredo e o que a escola quer levar para a avenida.

Sinopse do enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025

“O nosso ponto de partida foi a gente olhar para as nossas próprias raízes e a gente olhar para as nossas diversas ancestralidades e essas raízes que estão cravadas na Amazônia Paraense, e aí que a gente vai buscar a nossa inspiração. Levar a bandeira da escola para uma Samauma, que é uma árvore sagrada, foi o nosso primeiro passo e aí a gente começa a destrinchar e pedir licença para que a gente continue navegando por esse enredo. Nós vamos tentar conduzir todos vocês a um universo evocando uma atmosfera poética, um universo mágico que antecipa algumas das coisas que a gente vai mostrar na avenida em março de 2025”.

O carnavalesco Leonardo Bora comentou sobre o desafio de trazer um enredo inédito para o Grupo Especial, contando essa história que é passada de geração em geração num enredo que transmita esse poder do encantamento.

“Realmente é uma colcha de muitos retalhos narrativos. A gente está desenvolvendo um enredo que ainda não foi apresentado no Grupo Especial do Rio de Janeiro. Uma história que é narrada de geração em geração, a partir das narrativas de matriz oral dos povos de terreiro, a partir das narrativas griô. E cada terreiro conta uma variação da história. O nosso desafio é transformar isso num enredo carnavalesco, de beleza, de potência poética, de força. Porque é um enredo que mostra que a coisa mais forte que a gente tem é a alegria, é a festa, é o poder do encantamento”.

bora haddad grio

Uma novidade para a disputa de samba da Grande Rio em 2025 é que a competição também ocorrerá no Pará. O diretor de carnaval, Thiago Monteiro, explicou como tudo isso vai acontecer.

“A gente não vai só falar do Pará, a gente está vivendo esse Estado, a gente está vivendo essa cultura, nada mais justo do que a gente fazer um grande intercâmbio com o Pará e a Grande Rio. Por isso na disputa de samba, nós termos compositores do Pará se inscrevendo na nossa obra, no mesmo dia de entrega daqui, é o mesmo dia de entrega de lá, nós estamos fazendo uma leitura de sinopse hoje aqui e no sábado que vem haverá um evento semelhante a esse em Belém com os carnavalescos. Para não ficar solto também isso vai ser feito em parceria com a liga das escolas de samba de Belém e aí as escolas de samba associadas no Grupo Especial de Belém, que são nove escolas de samba, cada uma vai indicar um samba para disputar na Grande Rio. No dia 7 de setembro haverá uma final da seletiva paraense em Belém e o corpo de julgador é exclusivamente da Grande Rio, escolheremos dois sambas, esses dois sambas virão para o Rio e esses dois sambas que ganharem o Evandro vai gravar. É igualdade de condições, a gente quer o melhor samba”.

Vice-presidente da Rosas de Ouro reconhece erros dentro da pista no último carnaval, mas diz que trabalho foi entregue com sucesso

A Rosas de Ouro fechou a sexta-feira de desfiles no último carnaval. Entretanto, foi mais um ano que a escola da Brasilândia ficou em uma posição na tabela que não é digna do tamanho do pavilhão que ostenta sete títulos. A Roseira amargou o décimo primeiro lugar, ou seja, subiu apenas uma casa em relação a 2023. O CARNAVALESCO conversou com o vice-presidente Osmar Costa e ele falou sobre erros, acertos, contratações para 2025 e o que pode fazer para melhorar, mas mantém cautela em relação ao futuro, visto que a Liga-SP não tem um corpo de jurados e manual de julgador concreto.

rosas abrealas24
Foto: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP

Reconhecendo erros e o trabalho totalmente entregue ao carnavalesco

O vice-presidente avaliou o último carnaval. Segundo ele, houve problemas no gerador da alegoria e na evolução, apesar de ter entregue o trabalho que o carnavalesco Paulo Menezes havia desejado. “Com relação ao balanço do último carnaval, para mim a gente conseguiu realizar 98% do nosso projeto da parte visual. A gente acabou tendo outro problema na entrada, que foi um problema com o gerador e alguns detalhes da evolução. Algumas notas que foram descartadas, eventualmente mexeram com o resultado do carnaval, mesmo tendo jurados declarando que erraram no julgamento. Então isso para a gente é importante, porque também dá um norte com relação a algumas coisas. Nós procuramos fazer uma entrega diferente, saímos um pouco do lugar comum, principalmente nas alegorias. Eu acho que a gente pelo menos entregou o que o carnavalesco Paulo Menezes acabou colocando no papel”, disse.

Fechando o desfile com êxito, mas problemas no manual do julgador

Como citado anteriormente, a Rosas de Ouro não alcançou bons resultados na tabela após a apuração e, na opinião de Osmar, a colocação deveria ter sido melhor, pois nenhuma escola fechou a noite de desfile como a Roseira fez em 2024. “Ninguém quer ficar em décimo primeiro lugar. Todo mundo almeja um espaço no Desfile das Campeãs. Às vezes o resultado é sempre mais positivo. Eu acredito que esse manual, que é um grande problema nosso, às vezes é a interpretação do próprio manual do jogador. Então, a gente está vivendo o dia a dia. Às vezes ficam avaliando de que forma que o jogador vai olhar para a gente, porque parece que são olhares diferentes. Então, para mim, gostar da colocação, não posso. Acho que merecia um pouco mais. Nos últimos anos ninguém fechou uma noite de desfile como a Rosas de Ouro. É uma façanha que não é para qualquer escola. Eu acho que a minha escola é gigante. Muita gente cantando, muita gente chorando, muita gente emocionada com o que estava passando lá na frente. O que a gente sonha é mexer com as pessoas. Fazer as pessoas sentirem a emoção ao assistir nosso espetáculo”, contou.

osmar rosas
Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Contratações para solucionar problemas

Mudanças estão acontecendo. A diretoria contratou o carnavalesco Fábio Ricardo, coreógrafo Arthur Rozas e o projetista Yago Duarte, além de ter renovado com o seu time de harmonia, carro de som e mestre-sala e porta-bandeira. De acordo com o gestor, essas contratações chegam para solucionar os problemas que ocorreram no último desfile. Osmar, em tom de brincadeira, disse que se pudesse faria ainda mais aquisições. “A gente não consegue falar muito de futuro a partir do momento em que você não tem uma cartilha pronta. A gente não tem um manual de jogador, não tem um corpo de jurados, mas teoricamente a gente respira em cima do que tem ideia e do que a Liga das Escolas de Samba pretende com relação ao seu concurso. A gente vai trabalhar em cima disso. Com a possibilidade de trazer mais profissionais para agregar ao nosso time. Isso me deixa um pouco mais tranquilo, principalmente onde a gente teve problema. A gente precisava de um pente fino um pouco melhor na hora de finalizar essas alegorias, principalmente com relação a essa coisa da parte de geradores, que a gente acabou tendo um problema. Então, o que eu puder fazer com relação à contratação, é isso. Se eu pudesse, contrataria mais meia dúzia”, finalizou.

Quitéria Chagas será coroada rainha de bateria do Império Serrano

A modelo e atriz Quitéria Chagas retornará ao posto de rainha de bateria do Reizinho de Madureira para o Carnaval 2025, posição que ocupou pela primeira vez no desfile de 2006 com “O Império do Divino”. Sua coroação acontecerá no próximo sábado, durante a tradicional feijoada do Império Serrano, ocasião em que também serão apresentados os segmentos para o carnaval do próximo ano.

quiteria chagas
Foto: Roberto Filho/Divulgação Império Serrano

Nos últimos anos, Quitéria vinha desfilando como rainha da escola, abrindo os desfiles do Império na Avenida. À frente da bateria, ela saiu pela última vez em 2020. Sua história com a agremiação de Madureira é antiga, com mais de 20 anos de parceria. Foi ela, inclusive, quem encabeçou uma campanha contra a comercialização do cargo à frente dos ritmistas, prática que ganhou força há alguns anos.

Quitéria, que tem uma longa relação com a escola, foi acolhida pelo Império Serrano desde os preparativos para a reedição de “Aquarela Brasileira” em 2004. Ela já foi rainha da escola entre 2021 e o último desfile, e retornou ao posto máximo à frente dos ritmistas da Sinfônica do Samba em março deste ano. Reconhecida como prata da casa, sempre conquistou os corações dos imperianos, sendo vista pelos baluartes como a eterna rainha do Império.

Ao expressar sua felicidade por retornar ao posto, Quitéria declarou emocionada: “Estou transbordando de felicidade e gratidão pela escola. Como mulher do samba, é uma honra indescritível fazer parte dessa agremiação, ocupar esse cargo e resgatar nossa história como mulher preta, como mulher do samba, ao longo de mais de duas décadas dedicadas à escola”.

Unidos de Padre Miguel recebe Imperatriz Leopoldinense e Grupo Arruda em sua feijoada

No próximo domingo, dia 16 de junho, a Unidos de Padre Miguel realizará mais uma edição da tradicional Feijoada da UPM. O evento ocorrerá na quadra da escola, localizada na Rua Mesquita, nº 8, em Padre Miguel, e promete uma tarde repleta de diversão.

quadra upm
Foto: Diego Mendes/Divulgação UPM

Os visitantes terão entrada gratuita das 13h às 16h, podendo desfrutar de um prato de feijoada por apenas R$ 25,00. A programação inclui apresentação do Grupo Arruda, com um repertório que celebra os clássicos do samba.

A Imperatriz Leopoldinense também marcará presença com uma apresentação especial. Além disso, os segmentos do Boi Vermelho também marcarão presença com um super show.

Os interessados em garantir um lugar especial podem reservar mesas através do telefone (21) 99744-1223.

Serviço:
– Evento: Feijoada de Junho da Unidos de Padre Miguel
– Data: 16 de junho
– Horário: Entrada gratuita das 13h às 16h
– Local: Rua Mesquita, 8, Padre Miguel
– Atrações: Grupo Arruda, Imperatriz Leopoldinense e UPM show
– Valor da feijoada: R$ 25,00
– Reservas de mesas:(21) 99744-1223

Sinopse do enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025

Só o mar, o rio, o Grande Rio, aqui azul, ali verde, mais distante negro, barrento além, límpido mais adiante, interessava sua curiosidade, dava-lhe o desejo de viver e ser gente.
Eneida de Moraes – Banho de Cheiro

logo grio25

São elas as princesas dos segredos do Brasil encantado.
Luiz Antonio Simas – Almanaque Brasilidades

Kirimbasawayúriyí-itá / Yanéãgawara-itá
(A força que vem das águas / São os nossos Encantados)
George Borari e Keissi Borari – Suraras do Tapajós

O Carimbó é muito quente
Da cintura pra baixo eu sou peixe
Da cintura pra cima eu sou gente
Mestre Verequete – Sereia do Mar

– eu ouvi o rio
e ele falou pra mim
então eu renasci.
Mayara Yamada – Caudalosa

De todas as coisas do fundo eu vou falar um pouco. Ouvidos abertos, atentos à voz que baila. É ela quem versa o ponto, pinta o rosto, poetiza: remanso. Porque “as águas dos meus encantos… é doce!”

1.
Água doce me leva, deixa as águas me levar pra barreira do mar

No balanço, eu conto uma história de Princesas e Encantarias, areias, brumas e barro. Desfio a colcha de retalhos. Sigo em frente, mareando. Banzeiro de barco. Terceira margem, à beira. Mouros e mururés. Tudo, pois, começou no mar, em meia-viagem, nas tempestades. Tempo fora do tempo, quando a gente peregrina. Encruzillhadas cruzadas, fantasmas, mas é isso (ou aquilo): lenda, crença, reza, mito. Dizeres, letras que flutuam. Lanternas. Palavras que não afundam nas fossas abissais. Sereias e abassás, terreiros nos cantos das águas. Sangue, sal, saudade – a vida nada.

Contam de um sábio Rei, Sultão de nome afamado, cujas filhas embarcaram, fugindo das guerras santas. Eram três as Maresias, Tóias Turcas, Joias d’Água, navegando, navegando: Mariana, Herondina e Jarina. Que não conheceram a morte, uma vez que o mistério é o presente, verde, muiraquitã no peito: diante do arrebatamento, o naufrágio o inevitável, cruzaram os Portais da Encantaria e mergulharam no Espelho do Encante. O Avesso. Quando a névoa se fez incenso – e o céu, azul, azulejo.

2.
Verequete é o Rei coroado lá no mar
Coroa, coroa, coroa… brilhou no mar

Nas praias do Grão-Pará, brancas, lençóis de algodão, a Turquíssima Trindade encontrou um protetor. Verê, Averequete, Vodum poderoso, Tói, Totem das Ondas, Senhor das Espumas. Que se transforma em Pombo Roxo e pajeia, cintilante, a única das Sete Cidades que pode ser contemplada, vasta, sobre a imensidão barrenta. Marajó das revoadas, Aguaguara, vertigem! Viram, então, palácios e berçários, sementes da vida, romã-biribá-bacuri. Vida que vira mangue, mangue que oferta argila para que essa infindável vida seja traduzida em traços, ocos, vasos, dutos: olho d’água, útero do mundo. Na lama, no pântano, nasce a flor mais bonita – aprenderam, à deriva. Seguiram.

3.
Um chamado do fundo / você tem que respeitar
Assim disse um caramujo / que lá foi visitar

As águas driblam seus cursos, levam e lavam, no contrafluxo desse barco, que risca, lentamente, o arco espelhado do Encante. No fundo dos igarapés, nas bocas das matas, os bichos se transfiguram. Flecham! Cobras, sapos, peixes, caruás, o segredo em Pena e Maracá, Pajelança Cabocla. Mãe d’Água canta, Boto assovia, Boiúna se agita no lodo, Caipora e Curupira rodopiam nas clareiras. Mapinguari espia, Matinta espreita. A floresta, ela mesma, se materializa em entidade

Jurema, Quarta Conta, deusa cuja coroa, cocar tricolor, se uniu às três Soberanas. Rebatizadas, nas cascatas da Amazônia, Mariana foi Arara cantadeira; Jarina, a Jiboia vigilante; Herondina, a Onça do meu destino.

4.
Meu chão tem Encantaria, meu chão tem Encantaria
Eu não posso falar tudo, o meu pai não me ordenou

As mesmas águas que purificam, nas curvas dos descaminhos, carregam o misticismo e saciam as novas misturas. Tantas famílias chegaram, ribeirinhas; a corte se perpetua: os Dois Irmãos, Averequete e Dom José, viram o axé florescer, no Guamá. Lá e cá, Daomé. Mina-Jeje, Mina-Nagô. Babaçuê, batuques, batalhas…e mais brasa no defumador.Nobres com suas bandeiras, ciganos, marinheiros, boiadeiros, é de Légua e do Codó, é d’Oxum, Nanã e Iemanjá…
…é de Parailá, é de Parailô…

Vibra o Tambor de Mina, pulsa na pele das águas! De cuias, quartinhas, pias e garrafadas, veias de um mesmo tronco, raízes cuja seiva é também saliva, toque de abatazeiro, bouquet de patchouli. Muito forte é a fé, nas águas de Nazaré! Dançando ao luar, na Guma,as Princesas Ajuremadasofertaram os seus perfumes.Donas de toda a magia – afinal, “fizemos Cristo nascer na Turquia. Ou em Belém do Pará”. A rosa mosqueta, de frescor adocicado; a luz de azahar, em flor de laranjeira; as mais raras pétalas dos ramos da juremeira. Juntas, cantaram as suas doutrinas. Lideraram exércitos, nas trilhas Icamiabas. Passearam, festeiras. Bordaram, enfim, suas rotas divergentes.

5.
Quatro Contas me protegem desde menina
A vermelha é Mariana, a amarela é Jarina
A branca é a Cabocla Jurema –Juremê, Juremá
A verde é a Cabocla Brava, é a minha Cabocla Herondina
Que não me deixa cair, não me deixa tombar

Agora, o que ouvi por aí, vivido, nas folias: contam que Mariana assumiu o navio do pai e margeou a costa brasileira, em luta; contam que Tóia Jarina, vestida na cor do pavão, pode ser vista a girar nas praias, nas dunas adormecidas; e contam que Mãe Herondina não mais deixou a floresta – lá ficou, entre as samaúmas.

Pois tudo virou Carimbó, nos cantares do povo. “Chama Verequete”, o brado em trovão do Mestre! “Chegou Dona Mariana”, ginga de Pau e Corda! Os tambores Curimbós são a voz dos Encantados – contam, comem, rufam, narram. Curimbam! Toda a gente é rio e som, num banho de chuva e cheiro.Quando o canto de Dona Onete, Rainha, beija as Contas da sua vida, louvando, faceiro e jamburano, a proteção das Belas Turcas, celebra os recados das matas, os espíritos das águas, as ervas da Jurema e o saber ancestral da cura. Era isso o que elas buscavam: a cura, macerada na mão.

Aparelhagem Astral: É noite de festa no Reino da Encantaria!

O barco que me conduz não tem porto de chegada. Sou o próprio delírio sambista, nesse Grande Rio, sou o sonho aquecido no couro, a sagração das Pororocas – elas,lume de estrelas, aquelas que nos defendeme convidam aos segredos. Estrondo!Quero ver Carimbó na Avenida, quero mais carimbolar! Abrir as letras de um Samba valente! Acordar a Cobra Grande e fazer terra firme tremer! Quero ser, para sempre, a beleza guardada nas guias de quem, ainda criança, brilhou na Lua crescente, desceu ao fundo das águas, voou nas asas de uma borboleta azul, penteou os cabelos da Uiara e brincou de se encantar.

Enredo, pesquisa e texto: Gabriel Haddad e Leonardo Bora
Pesquisadora convidada: Rafa Bqueer
Assistentes de pesquisa / equipe de criação: Patryck Thomaz, Rafael Gonçalves, Sophia Chueke, Theo Neves

Agradecimentos:
Jean Gomes Negrão, Cláudio Didimano, Claudio Rego de Miranda, Ursula Vidal, Fernando Pessoa, Luiz Antonio Simas, Fernanda Martins, Leonardo Carrato, Luis Júnior, Alessandro da Silva Abreu, Odir Lima de Abreu, Cláudia Palheta, Lucas Belo, Josivana de Castro Rodrigues, Cilene Andrade, Ronaldo Guedes, Madson Embaixador, Ju Gomes, Jane Cerdeira, Marcelle Almeida, Thiago Hoshino, Alberto Mussa, Renato Menezes, Thiago Albuquerque de Lima, Thiago Avis, Vitor Souza Lima, Filipe Almeida, Mavi Maia.

Agradecimentos especiais, de axé e carimbó:
Pai Felipe e Ilê Axé Pedra de Itaculumí, MametuNangetu e Candomblé Manso Massumbando Keke Neta, Mãe Elô e Terreiro de Tambor de Mina Dois Irmãos, Pai Elivaldo e Terreiro de Rei Sebastião e Toya Jarina, Mestra Amélia Barbosa e Grupo de Tradições Marajoara Cruzeirinho, Mãe Fátima e Terreiro de Iansã Nossa Senhora da Conceição, Pajé Dona Roxita, Mestre Griô Chico Malta e Grupo de Carimbó Cobra Grande, YáObasylé Conceição e Ilê Dará AséOyáOnira, Mãe Luiza e Ilê Axé Monadeuy, Wellen Sillva e Grupo Carimbó do Pará, Andreia de Vasconcelos e Carimbó Aturiá, Dona Onete – a Mestra que nos deu o fio de contas, o pontinho que faltava.

Músicas citadas no texto da sinopse:
KirimbasawaYúriYí-Itá (A força que vem das águas) – Suraras do Tapajós (terceira epígrafe); Sereia do Mar – Mestre Verequete (quarta epígrafe); Quatro Contas – Dona Onete (1 e 5); Verequete é o Rei – Mestre Verequete (2); Fundo das Águas – Mestre Diquinho (3); Chão de Encantaria – Mestre Diquinho (4).

Referências bibliográficas:
ABUFAIAD, Verena; BARROS, Líliam. Folias de São Sebastião. Belém: IPHAN, 2008.
AKSIT, Ilhan. The Mistery oftheOttomanHarem. Istambul: Aksit. 2014.
CAMPOS, Alessandro Ricardo. Tambor na Guma é festa na Mina. AntHropológicas Visual, v. 1, coleção 2, n. 2. Recife: UFPE, 2015. In: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistaanthropologicasvisual/article/view/24063#:~:text=Quando%20se%20diz%20
CARDOSO DOS SANTOS, Keila Andréa. O Navio, a esquadra, os faróis e a espada: a performance da Toya Turca Cabocla Mariana, no Tambor de Mina em Belém do Pará. Instituto de Ciências da Arte da UFPA. Belém: 2009.
In: https://pt.scribd.com/document/444937192/Toya-Turca-Cabocla
CORDEIRO, Rosilene da Conceição. “Cabocla Mariana mora nas ondas do mar, faixa encarnada ela ganhou pra guerrear!” Um estudo sobre performance cotidiana e memória cultural paraense. In: ANDRADE, Simei; BEZERRA, José Denis de Oliveira (org.). Peraus da Memória. Pesquisas em Artes Cênicas na Amazônia. Belém: Paka-Tatu, 2023.
ERTEN, Oguz; ERTEN, Ozlem. Turkish Tiles. Istambul: SilkPublications, 2023.
ESPÍRITO SANTO, Max Silva do; FAVACHO, Ailton Silva. Pajé Zé Piranha: histórias de cura e encantaria no Marajó. Soure: Editora Cromos, 2021.
LARÊDO, Salomão. Remos de Faia. As mil e uma noites amazônicas. Belém: Secult, 2023.
LIMA, Zeneida. O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó. Belém: Cejup, 2002.
LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura amazônica hoje. Uma poética do imaginário revisitada. Belém: Secult/PA, 2019.
MALCHER, Monique (org.). Trama das águas. São Paulo: Monomito, 2021.
MAUÉS, Raymundo Heraldo; VILLACORTA, Gisela Macambira (org.). Pajelanças e Religiões Africanas na Amazônia. Belém: EDUFPA, 2008.
MENEZES, Bruno de. Batuque. Belém: Sagrada Família, 2005.
MORAES, Eneida de. Banho de Cheiro. Belém: Secult, 1997.
OLIVEIRA, Odaisa. Vocabulário Terminológico Cultural da Amazônia Paraense. 6 volumes. Belém: Cultural Brasil, 2015.
PEREIRA, Anderson Lucas da Costa. A Cabocla Mariana e a sua Corte Ajuremada. Modos de pensar e fazer festa em um Terreiro de Umbanda em Santarém, Pará. Dissertação – PPGAS, Museu Nacional. Rio de Janeiro: 2017.
PEREIRA, Anderson Lucas da Costa. A festa da Princesa Mariana: a dança revelando a “Turquia Cabocla” na Amazônia. Revista de Antropologia e Arte – UNICAMP, 2018.
SAVARY, Olga. Coração subterrâneo. São Paulo: Todavia, 2021.
SIMAS, Luiz Antonio. Almanaque Brasilidades. Um inventário do Brasil popular. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.
SIMAS, Luiz Antonio. Umbandas: uma história do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2023.
SIMAS, Luiz Antonio. Bela Turca, a senhora do tambor. In: Pedrinhas miudinhas. Ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
VERGOLINO E SILVA, Anaíza. O Tambor das Flores. Belém: Paka-Tatu, 2015.

Exposições:
Miriti das Águas. Realização: SECULT- PA, Belém, 2012.
Caboclos da Amazônia. Projeto, direção: Carlos Alcantarino. Rio de Janeiro, 2024.

Músicas ligadas ao universo da sinopse:
Chama Verequete – Mestre Verequete; Dona Mariana – Pinduca; Festa no Reino das Encantarias – Dona Onete; Aruanda: As Três Princesas – Geovane Bastos, Boi Caprichoso; Ciranda das Turcas Encantadas – Luiz Antonio Simas; Guiança – Jane Cerdeira e Marcelle Almeida; Sereia do Rio-Mar – Mestre Chico Malta.

Filmes:
A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados, de Luiz Arnaldo Campos – https://www.youtube.com/watch?v=kATYZK5Zp7M
Pena e Maracá – A Encantaria do Fundo, de Leonardo Carrato e Daniel Meneguelli – https://www.youtube.com/watch?v=Cman1gaUTn4&t=222s
Mina Dois Irmãos – Raiz, Tambor e Fé, de André dos Santos – https://www.youtube.com/watch?v=OtjB_0ElTcw
Dona Mariana: a Princesa Turca da Amazônia, de Zeca Ligiéro – https://www.youtube.com/watch?v=-BKqGqW6FLo&t=428s
Dona Onete – Documentários Biográficos da Amazônia – https://www.youtube.com/watch?v=iewm9wMorgY
Mariana: Histórias de Vida e Encantaria, de Luiza Braga –

Carimbó, de Eduardo Souza – https://www.youtube.com/watch?v=VlTK6yu3P6c
Boi Pavulagem é Boi do Mundo, de Homero Flávio e Ursula Vidal – https://www.youtube.com/watch?v=rjAgMkw0hMs
O Carimbó de Alter do Chão: Pau e Corda do Oeste do Pará, de Leandro Gonçalves – https://www.youtube.com/watch?v=rUoVlGU_8rA
A Encantadora de Botos – Visceral Brasil – Plataforma Looke
https://www.looke.com.br/episode/visceral-brasil-as-veias-abertas-da-musica-ep-04-a-encantadora-de-botos
Ocupação Dona Onete – Itaú Cultural

CollectionPetitesPlanètes – Dona Onete, de Vincent Moon – https://www.youtube.com/watch?v=6bv5e56vI7
Chama Verequete – Curtas Paraenses, de Luiz Arnaldo Campos e Rogério José Pereira – https://www.youtube.com/watch?v=JWiAcAzeSrY

Mocidade realiza aula prática com alunos universitários durante feijoada

A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou, durante a feijoada que ocorreu no último domingo, uma aula prática com os alunos universitários do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Estácio de Sá.

aula mocidade
Foto: Divulgação/Mocidade

A aula, ministrada por Bryan Clem e Erick Baere, do setor de marketing da agremiação, teve como objetivo a troca de experiências e conhecimentos nas áreas de marketing, setor em que a Mocidade é referência no Carnaval carioca. Sob supervisão, as mídias sociais da escola ficaram sob a responsabilidade dos universitários, que realizaram entrevistas, vídeos, lives, entre outras atividades, ficando assim com toda a comunicação da escola durante o evento.

“Desde quando surgiu o convite, os alunos ficaram encantados pelo fato de ter a possibilidade de pôr a mão na massa e ver como as coisas funcionam na prática. Está sendo extremamente importante para eles essa experiência e mergulhar nesse universo digital e aprender ainda mais, principalmente em uma escola tão consolidada nessa área”, afirmou o coordenador do curso, Rodrigo Perestrelo.

A Mocidade será a primeira escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar!”.

Imperatriz Leopoldinense realiza recadastramento de comunidade e abre inscrições para novos componentes

A Imperatriz Leopoldinense, atual vice-campeã do Carnaval carioca, segue focada nos preparativos para o desfile de 2025. E no próximo fim de semana (15 e 16/06), a partir das 09h, na quadra da escola, em Ramos, Zona da Leopoldina do Rio, a verde, branco, e dourado começará a realizar o recadastramento obrigatório de sua comunidade.

imperatriz desfile24 50
Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Até às 15h, os componentes que desfilaram em 2024 e entregaram suas fantasias deverão comparecer, munidos de um documento original com foto, para garantir a sua vaga no próximo Carnaval. Quem não puder estar presente neste fim de semana terá uma data extra aberta, no próximo dia 18/06 (terça-feira), das 19h às 22h.

Já as inscrições para novos componentes irão acontecer toda terça e sábado, a partir do dia 22/06. Às terças, o horário será de 19h às 22h, e aos sábados, de 09h às 13h.

A quadra da Imperatriz Leopoldinense fica na Rua Professor Lacé 235, em Ramos. Mais informações nas redes sociais da escola.