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Vila Isabel inicia ensaios de bateria para o Carnaval 2026 nesta quarta

A Unidos de Vila Isabel realizará nesta quarta-feira o primeiro ensaio de bateria da temporada 2026. Os ritmistas da Swingueira de Noel retornarão aos treinos para garantir os 40 pontos no desfile que levará para a Sapucaí o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”.

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Foto: Divulgação/Vila Isabel

O mestre de bateria, Macaco Branco, falou sobre a honra de pode chegar ao sétimo ano no comando da Swingueira: “É muito gratificante fazer parte da família Vila Isabel, especialmente em um trabalho tão significativo de resgate e crescimento. Graças a Deus hoje a Swingueira de Noel é reconhecida como uma das maiores baterias do Carnaval, e me sinto profundamente honrado por realizar esse projeto ao lado dos meus diretores e dos ritmistas que sempre acreditaram nessa caminhada.”

Para o mestre, a chegada dos novos carnavalescos e a escolha do enredo trouxe um novo combustível para a escola. “O enredo sobre Heitor dos Prazeres é riquíssimo em conteúdo e promete surpreender na Avenida. Acreditamos muito nesse projeto e, se Deus quiser, a Vila Isabel trará esse título tão sonhado para a nossa comunidade. Todo o trabalho já está voltado para fazer de 2026 um ano histórico para a Vila”, destacou.

Segunda escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, a Vila Isabel homenageará Heitor dos Prazeres, multiartista a quem é atribuída a criação dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze. O tema será desenvolvido a partir de um olhar onírico pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

Opinião: ‘Potência literária de Carolina Maria de Jesus na Unidos da Tijuca no Carnaval 2026’

Tem enredos que já nascem com a alma pronta antes mesmo do samba ser escolhido. É o caso da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2026. A escola do Borel resolveu olhar para uma figura que, por muito tempo, o Brasil tentou empurrar para os cantos da história. Mas Carolina Maria de Jesus nunca aceitou o silêncio. E agora, vai ecoar com força na Marquês de Sapucaí. * LEIA AQUI A SINOPSE DO ENREDO

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Foto: Reprodução de internet

Com a assinatura de Edson Pereira, que chega ao seu segundo ano consecutivo na escola, a proposta é mais que um enredo: é um chamado à consciência. A Unidos da Tijuca aposta na literatura como instrumento de resistência e na palavra como ferramenta de transformação. E escolhe, com sensibilidade, uma mulher negra, catadora de papel, mãe solo, escritora brilhante e dona de uma voz que o país teimou em não querer ouvir, mas que resiste, em cada página e agora, em cada verso de samba que está por vir.

A sinopse é poderosa. Divide a vida de Carolina em capítulos, como se sua trajetória fosse um grande livro a ser lido na avenida. E de fato é. Tem trechos que doem, outros que inspiram. Em um deles, Carolina é chamada de feiticeira por andar com um dicionário. Em outro, é retratada como uma bandeira viva, feita de palavras e esperança. A narrativa propõe um desfile com cheiro de terra vermelha, com trilhos de ferro, roupas remendadas, páginas rasgadas, barracos e sonhos. Tudo aquilo que o Brasil costuma esconder, mas que Carolina sempre teve coragem de mostrar.

SAIBA MAIS
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A escolha também traz uma crítica silenciosa, mas certeira, ao costume de romantizar a favela no carnaval. A Unidos da Tijuca não quer mostrar a miséria como paisagem exótica. Quer exaltar a mulher que escreveu o que viveu e que viveu o que muita gente não teria força nem para descrever.

E a escola tem tudo para fazer isso com grandeza. Para 2025, viveu uma das melhores safras de sambas da disputa, provando que sua ala de compositores segue criativa, inspirada e atenta. Agora, o desafio é transformar essa sinopse em um samba que cante Carolina não como mártir, mas como autora. Não como símbolo da dor, mas como potência criadora. Não como alguém que sobreviveu, mas como alguém que brilhou, mesmo quando tentaram apagá-la.

Mais do que uma homenagem, a Unidos da Tijuca nos convida a reparar uma injustiça. A tirar Carolina do quarto de despejo da história e colocá-la no centro da avenida. Onde ela sempre mereceu estar.

Que o desfile de 2026 seja mais do que bonito. Que seja necessário e verdadeiro. E que, em cada verso a gente ouça a voz de Carolina alta, firme e finalmente respeitada.

Com quadra lotada, Inocentes celebra aniversário e coroa Carolane Silva como rainha de bateria

A Inocentes de Belford Roxo viveu uma noite de festa, emoção e afirmação de sua força na Baixada Fluminense, no último domingo, ao comemorar seu aniversário com casa cheia e a coroação da nova rainha de bateria, Carolane Silva. Mais de duas mil pessoas estiveram presentes na quadra da escola, que recebeu autoridades, personalidades do samba e integrantes da comunidade para uma celebração marcada por homenagens, apresentações e uma feijoada servida gratuitamente ao público.

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Fotos: Divulgação/Inocentes

O ponto alto da noite foi a coroação da nova soberana da “Cadência da Baixada”. Carolane recebeu a faixa das mãos do presidente administrativo Ícaro Ribeiro e foi coroada por Dedê Marinho, rainha dos ritmistas da Unidos de Padre Miguel. Em um dos momentos mais emocionantes do evento, o filho da nova rainha, Felipe Neiva, de apenas seis anos, ajoelhou-se diante da mãe e lhe entregou um buquê de flores, arrancando aplausos e suspiros da plateia.

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“Minhas passistas, esse é o nosso lugar e a nossa verdade. Todas vocês podem chegar! Sintam-se representadas pelo meu samba no pé nesse chão de Belford Roxo, na Inocentes. Estou muito feliz! Obrigada comunidade, harmonia, diretores, mestre Washington”, declarou a rainha, visivelmente emocionada.

Carolane recepcionou seus convidados em um camarote decorado com flores e banners com sua imagem. No cardápio, além da feijoada coletiva, foram servidos salgados finos, mesa de frios, drinks, bebidas finas, chope, refrigerantes e sucos.

A festa contou ainda com apresentações musicais do grupo Pericão, do Projeto Samba Show e do novo intérprete oficial da escola, Ito Melodia, que levantou o público ao lado da “Cadência da Baixada” e segmentos da agremiação. O encerramento contou com a participação especial do elenco show do Salgueiro, presenteando o público com uma apresentação vibrante.

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Antes da coroação, o presidente de honra da Inocentes, Reginaldo Gomes, subiu ao palco para abrir oficialmente a noite e apresentar os novos contratados para o Carnaval 2026. Foram anunciados: o carnavalesco Edson Pereira, o diretor geral de carnaval Julinho Fonseca, os coreógrafos da comissão de frente Sergio Lobato e Patrícia Salgado, a porta-bandeira Thainá Teixeira, o mestre-sala Vinicius Jesus, os diretores de Harmonia Leonardo Brandão e Vitor Leite, além do novo intérprete Ito Melodia.

“Somos a maior divulgadora da cultura do município. Estamos muito felizes com o apoio do chefe de gabinete Marcelo Canella, do prefeito Márcio Canella e da vice-prefeita Mariana Malta, que têm estado ao nosso lado fornecendo estrutura para a realização dos nossos eventos. Agradeço a todos que vieram prestigiar a nossa festa. É muito bonito ver nossa quadra lotada. Olha ele ali, Nino do Milênio, cantor da Beija-Flor, nosso orgulho, que começou com a gente. Obrigado também ao presidente do Salgueiro, André Vaz, por nos presentear com seu elenco show. Vamos em busca do título. Viva a nova Inocentes!”, afirmou Reginaldo Gomes.

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Entre os convidados que prestigiaram a noite, estavam o chefe de gabinete Marcelo Canella, o novo cantor da Beija-Flor Nino do Milênio, a rainha de bateria da UPM Andressa Marinho, a ex-rainha da Inocentes e atual rainha da Acadêmicos de Niterói Vanessa Rangeli, o mestre de bateria da UPM Laion Jorge, o destaque da Tuiuti Marcinho, além de empresários, políticos, personalidades do samba e presidentes de alas de passistas como Gabriel Castro (Vila Isabel e Vigário Geral), Ellen Beatriz (Bangu), Pedro Telles (Estácio), Renato Metello (Porto da Pedra), Victória Bombom e Igor Walker (Arranco).

O encerramento da noite contou com o tradicional corte do bolo comemorativo, selando mais um capítulo da história da Inocentes com festa, orgulho e samba no pé.

Tradicional ‘Pagode Feijão com Louro’ está de volta na Rua Silva Teles

Nesta 25 de julho, sexta-feira, a partir das 18h, a Rua Silva Teles, no Andaraí, será palco da retomada de um clássico do samba carioca: o Pagode Feijão com Louro. Idealizado por Sheila Louro Serra em homenagem ao pai, o saudoso Mestre Louro, o evento marca a volta de uma das rodas de samba mais emblemáticas dos anos 1990, com apoio do presidente do Salgueiro, André Vaz, e da própria Academia do Samba. A entrada é gratuita.

Com rainha do pagode Day Calabresa, a roda reunirá nomes de peso como Tico do Gato, Marquinho Sathan, Helinho do Salgueiro e Pedrinho da Flor, além dos DJs Gak e Play, que completam a programação. O projeto, que nasceu entre 1994 e 1997 na mesma rua, fez história ao reunir artistas como Xande de Pilares, padrinho da roda de samba, o cantor Alexandre Pires, Mauro Júnior, entre outros. Após quase três décadas e sete anos de planejamento, Sheila conseguiu tirar o sonho do papel, impulsionada pelas cobranças da comunidade e pelo apoio de amigos e sambistas.

Serviço: Evento: Pagode Feijão com Louro
Data: Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Horário: A partir das 18h
Local: Rua Silva Teles, Andaraí – Rio de Janeiro
Entrada: Gratuita
Atrações: Day Calabresa (Rainha do Pagode), Tico do Gato, Marquinho Sathan, Helinho do Salgueiro, Pedrinho da Flor, DJ Gak e DJ Play
Realização: Sheila Louro Serra
Apoio: G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro e presidente André Vaz

UPM recebe Estácio no domingo em tarde de feijoada na Vila Vintém

A Unidos de Padre Miguel convida a comunidade e os amantes do samba para mais uma edição da sua tradicional Feijoada da UPM, que acontecerá no próximo dia 20 de julho, a partir das 13h, na quadra da escola, localizada na Rua Mesquita, nº 8, em Padre Miguel. O evento, que já faz parte do calendário cultural da Zona Oeste carioca, promete reunir música de qualidade, gastronomia típica e muito samba no pé. A grande atração do dia será a presença da G.R.E.S. Estácio de Sá, escola convidada e referência no carnaval carioca, que abrilhantará a tarde com sua bateria, passistas e demais segmentos.

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Foto: S1 Fotografia e Comunicação

Além da Estácio de Sá, o público contará com uma super apresentação dos segmentos do Boi Vermelho e shows de grandes talentos como o grupo Escolha Nossa e o cantor Lelê Carlos, garantindo um repertório variado e animado ao longo de todo o evento.

A entrada custa R$ 25,00 com direito à feijoada e R$ 10,00 sem feijoada. No entanto, quem estiver vestindo qualquer camisa da Unidos de Padre Miguel ou da coirmã Estácio de Sá terá entrada liberada, reforçando o espírito de confraternização entre sambistas e torcedores das agremiações.

SERVIÇO:
📍 Feijoada da UPM
📅 20 de julho (domingo)
🕐 A partir das 13h
📌 Quadra da Unidos de Padre Miguel – R. Mesquita, 8, Padre Miguel – RJ
🎟️ Entrada: R$ 25 (com feijoada) | R$ 10 (sem feijoada)
🎟️ Entrada gratuita com camisa da UPM ou da Estácio de Sá

Colhendo lírios, Barroca Zona Sul apresenta samba para exaltar Oxum no Carnaval 2026

Por Naomi Prado e Will Ferreira

A escola que venceu o Estrela do Carnaval — premiação organizada e concedida pelo CARNAVALESCO — na categoria “Samba-enredo” em 2025 apresentou, de maneira oficial, a canção para o desfile de 2026. Intitulado “Oro Mi Maió Oxum”, o samba da Barroca Zona Sul será assinado por Pedro Alexandre, popularmente conhecido como Magoo, com composição de Thiago Meiners, Sukata, Morganti, Claudinho, Fernando Negão, Shumacker, Valencio, L. Santos, Daniel Paixão, Léo PZ, Beto Savanna, Wilson Mineiro e Tubino. Marcando presença na apresentação do samba-enredo, o CARNAVALESCO esteve na Arena Neguinha, quadra da Faculdade do Samba, no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, e ouviu diversos personagens importantes da agremiação.

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Fotos: Naomi Prado e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Dia cheio

Como é tradicional nas escolas de samba, a canção para a próxima temporada foi revelada durante uma feijoada. Com show do projeto Quintal da Barroca, apresentação das passistas dirigidas por Val Diniz e exibição do grupo Ideia Maluka, com participação de Pinha Presidente, a Faculdade do Samba mostrou força desde a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira mirim da agremiação, formado por Gabriel de Barros e Domênica da Costa.

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Após o hino da escola e a apresentação da bateria Tudo Nosso, comandada por mestre Fernando Negão, o samba-enredo “Os Nove Oruns de Iansã” — premiado em 2025 — também foi executado. Para entrar no clima da orixá que será a temática da escola em 2026, a Confraria Olosuns, formada por filhos e filhas de Oxum, também se apresentou na Arena Neguinha. Em seguida, houve a apresentação do novo segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Luan Alencar e Fernanda Medeiros (que foi a terceira dupla em 2025).

Após a apresentação do samba-enredo para a comunidade e o mundo do samba paulistano, ainda houve tempo para um show com seis intérpretes convidados: Tinga, Pixulé, Renê Sobral, Rodrigo Xará, Agnaldo Amaral e Chitão Martins encerraram a noite com clássicos do carnaval paulistano.

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Dinâmica aprovada

Com poucas alterações, a parceria que assina os sambas-enredo do Barroca Zona Sul há cerca de uma década segue firme. Quem explica é Thiago Meiners, um dos autores de mais uma obra da Faculdade do Samba: “Acredito que tudo é uma construção. Esse é meu décimo samba no Barroca e, se a escola não estivesse feliz com os resultados anteriores, não teria mantido a parceria conosco. O que construímos aqui dentro não é só sobre composição: hoje, a parceria se sente parte da família da escola. Eles acreditam muito no nosso trabalho — e isso, com o tempo, vai se comprovando. Eu sou do Rio de Janeiro, mas digo para todo mundo, inclusive lá, que a minha escola é o Barroca”, revelou.

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Ele próprio fez questão de relembrar outro samba marcante da história da agremiação — “Okê Arô”, de 2019, com o qual a instituição foi vice-campeã do Grupo de Acesso I e retornou à elite da folia paulistana: “O Barroca, no ano passado, talvez não tenha tido o melhor samba, mas certamente teve o mais cantado pela arquibancada. Desde que falou de Oxóssi, o Barroca tem tido, se não o melhor, um dos melhores sambas dos grupos em que está. Isso reforça a confiança no nosso trabalho”, refletiu.

Sempre sucinto, Fernando Negão — mestre de bateria e também compositor — concordou com o parceiro: “O processo de composição foi semelhante ao do ano passado. São os mesmos compositores, a mesma galera que fez. E vamos com mais um samba belíssimo para o Anhembi”, destacou.

O carnavalesco da escola também fez elogios: “Essa dinâmica do Barroca me agrada bastante. Quando escrevi a sinopse após a pesquisa, já imaginei a parte plástica, os carros alegóricos, o roteiro. Pensando no samba, já destaquei que determinada parte daria um refrão, por exemplo. É muito legal a conversa que temos com os compositores. Eu explico a ideia, eles fazem a primeira entrega, a diretoria avalia e sugere ajustes. É importante estar integrado ao enredo desde o começo. Não tivemos problemas com refrões fora do enredo ou trechos fora de ordem. O próprio samba já foi feito em cima do nosso projeto. Houve uma integração muito bacana entre compositores e escola”, detalhou Magoo.

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Dodô Ananias, um dos intérpretes da verde e rosa, também elogiou a forma como a escola escolhe seus sambas: “A parceria que faz os sambas encomendados do Barroca é a mesma há muito tempo, então já existe uma sinergia com o presidente Cebolinha e toda a diretoria. O presidente dá liberdade, autonomia, mas também pondera quando algo não agrada. É um processo normal de qualquer encomenda”, comentou.

Já na ponta da língua

Diversos personagens importantes aprovaram o samba-enredo. A começar por Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio, o Cebolinha, presidente da escola: “A gente fez mais um samba que carrega a energia lá pra cima. Acho que o samba, para a história que o Barroca vai contar, vai emocionar muito. Estou bastante contente. Acho que a gente acertou de novo. Vai cair na boca do povo”, refletiu.

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Rafael Roberto dos Santos, o Tinguinha, que estreará no microfone principal em 2026, exaltou a obra: “Confesso que já me apeguei muito a ele. É um sambão! Acredito que estará entre os melhores do carnaval de São Paulo mais uma vez.”

Dodô, que chega ao segundo ano como intérprete da escola, também opinou: “A expectativa para 2026 aumentou. No ano passado, tivemos o melhor samba do carnaval. No ano anterior, eu já dizia que o Barroca estava no top 3, mesmo sem ter ouvido os demais. Para 2026, te garanto que estaremos no mínimo no top 5. É uma proposta diferente, mas muito boa, muito bonita, e atende às expectativas da escola”.

Responsável pela pesquisa do enredo, Magoo aprovou o resultado final: “Sou suspeito para falar, porque gostei muito. Desde o início, gostei. A aceitação da comunidade também foi ótima. Fizemos um ensaio à noite na quadra e eles aprenderam mais rápido do que o samba de 2025. O astral foi lá em cima! Estou animadão! O raio caiu duas vezes no mesmo lugar!”, empolgou-se.

Angélica Barbosa, da Comissão de Carnaval, destacou a agilidade do trabalho: “O samba me agradou muito. Vai ser mais um super pra cima, uma porrada. A escola tem essa vibe de enredos religiosos, e isso é muito positivo. O público da escola aceita muito bem. Estamos felizes e já trabalhando bastante. Nosso barracão está a mil. O lançamento do samba marca o início, e logo começam os ensaios pra valer”.

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Inspiração autorreconhecida

Os compositores também destacaram a força da canção: “Não sei se é bom ou ruim, mas a expectativa para 2026 aumentou muito. Em 2025, não esperávamos tanto sucesso. Já para 2026, o samba foi para o estúdio pronto, aprovado e todo mundo apaixonado. Na minha opinião, o samba de 2026 é melhor que o de 2025 — mas não posso prever o que vai acontecer”, comentou Meiners.

Fernando Negão também aprovou: “Gostei bastante do resultado final. O samba ficou maravilhoso. Foi um dos que fizemos de bate-pronto. Já mandou, já gostou, já encaixou. Realmente, está maravilhoso.”

Para evitar sustos

Mesmo com um samba elogiado, o Barroca foi despontuado no quesito em 2025. Das quatro cabines, teve duas notas máximas e dois 9,9 — um descartado. Meiners comentou:
“Acredito que o julgamento em São Paulo é difícil de trabalhar. Sei que há esforço para melhorar. Houve sim uma preocupação. Concordo com a justificativa, mas não com a penalização apenas do Barroca. Este ano, nos preocupamos mais com o regulamento. Tudo que está no samba — como palavras em iorubá — será justificado”.

Dodô também fez apontamentos: “Não há subjetividade no julgamento. Os três melhores sambas (Barroca, Gaviões e Tucuruvi) foram penalizados. Este ano, tivemos outra estratégia: o samba já estava pronto há dois meses. Até a gravação, ficamos só ajustando detalhes para não sermos penalizados. Teremos muito trabalho com a comunidade para intensificar o canto e evitar perdas”.

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Refrão (queridinho) falso

Assim como em 2025, a parceria apostou em um refrão falso com palavras em iorubá. Se na canção sobre Iansã ele vinha após o refrão de cabeça, em 2026 ele virá antes. Essa parte foi destacada por muitos: “Temos uma parte que é um bis e é a minha preferida. Mas o samba por completo é excelente”, disse Tinguinha.

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Meiners concordou: “Gosto muito do bis do refrão, inspirado em um ponto de Oxum — assim como o de Oyá em 2025. Os sambas do Barroca não têm a cara do carnaval de São Paulo, lembram os que compus no Rio. Mas o pré-refrão e o refrão principal são minhas partes preferidas”.

Calendário lotado

Angélica destacou que o lançamento do samba marca o início de uma sequência importante: “No próximo sábado, temos a feijoada da Velha Guarda. Em 10 de agosto, aniversário da escola — no Dia dos Pais, com convite para pais e filhos celebrarem juntos. Os ensaios começam em 14 de setembro”.

Mais imagens da festa

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Ouça o samba-enredo da Barroca Zona Sul para o Carnaval 2026

Compositores: Thiago Meiners, Sukata, Morganti, Claudinho, Fernando Negão, Shumacker, Valencio, L. Santos, Daniel Paixão, Léo PZ, Beto Savanna, Wilson Mineiro e Tubino
Intérpretes: Dodô Ananias e Rafael Tinguinha

AYÊYÊ OXUM…
DA SEDUÇÃO AO MENSAGEIRO, LAROYÊ!
O SAGRADO FUNDAMENTO A REVELAR
SE TORNANDO ENTÃO ELEITA DE ORUNMILÁ
A FILHA D´IEMANJÁ E OXALÁ
SENHORA DOS RIOS E DAS CACHOEIRAS
DONA DO OURO E DE TODA MINHA FÉ… AXÉ!
O JUSTICEIRO DO OXÊ SE APAIXONOU PELO ABEBÉ
E O FOGO MERGULHOU NO IGARAPÉ

EU VI MAMÃE OXUM COLHENDO LÍRIO, LÍRIO Ê
COLHENDO LÍRIO PRA ENFEITAR O SEU CONGÁ
É QUEM GOVERNA O PODER DA ENCANTARIA
É O ESPELHO QUE NUNCA VAI SE QUEBRAR

ORDENANÇA DE EXÚ, ILUSÃO
É RAINHA DE OXÓSSI, CAÇADOR
BANHO DE RIO A FEZ CHORAR, TRISTEZA
MAS A CORRENTEZA O AMOR DEIXOU
MAMÃE SEMEOU A VIDA
AS ÁGUAS DOCES VÃO DE ENCONTRO A MATA
ERU AWÔ, ERU AWÔ, ORIXÁ MENINO É LOGUN EDÉ
QUE OLORUM ABENÇOOU
ORO MI MÁ, ORO MI MAIÓ, PRA CANTAR A SUA FÉ

Ê YALODÊ IYÁ WÔ RÔ… Ê YALODÊ IYÁ
FOI NA ÁGUA DA CASCATA QUE EU VI OXUM REINAR

CANGERÊ MANDOU CHAMAR, BARRAVENTO DE OGÃ
PRA FIRMAR TEU IJEXÁ NO RAIAR DESSA MANHÃ
REFLETE OXUM NO SOL DOURADO A CLAREAR
EU SOU BARROCA, MACUMBA DE ENFEITIÇAR

Dragões da Real lança escola mirim em evento na Caverna do Dragão

Em uma noite de festa e emoção, a Dragões da Real deu um importante passo para o futuro do samba. No último sábado, a escola promoveu o lançamento oficial de sua escola de samba mirim, voltada para crianças e adolescentes de até 17 anos. O evento, realizado na tradicional Caverna do Dragão, reuniu um grande público e contou com diversas atividades pensadas especialmente para o público infantil.

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Foto: Liz Caroline Yau/Divulgação Dragões da Real

Com um espaço kids, alimentação e brincadeiras, a tarde foi de celebração, mas também de planejamento. O presidente Renato Remondini, o Tomate, conduziu a apresentação do projeto e apresentou os responsáveis por cada setor da escola mirim, que já nasce estruturada com departamentos como casal de mestre-sala e porta-bandeira, bateria, ala musical, passistas, malandros, comissão de frente, alas e até vice-presidências formadas por jovens.

A iniciativa faz parte do compromisso da Dragões da Real com a formação de novos talentos e com a perpetuação da cultura do samba dentro de sua própria comunidade. “Nosso objetivo é formar cidadãos e sambistas conscientes, que conheçam desde cedo a importância do carnaval como manifestação cultural e comunitária”, destacou o presidente.

Os ensaios da nova agremiação terão foco pedagógico e artístico, buscando ambientar os jovens ao universo do carnaval e desenvolver habilidades específicas de cada segmento.

A estreia oficial da escola de samba mirim da Dragões da Real já tem data marcada: será no próximo dia 12 de outubro, durante o desfile das crianças, organizado pela LIGA-SP, na Fábrica do Samba. A expectativa é grande, e a comunidade já abraçou o projeto como mais um capítulo da trajetória vitoriosa da vermelho e branco da Vila Anastácio.

Em noite de apresentações e reencontros, Pérola Negra divulga enredo sobre Maria Bonita para o Carnaval 2026

A Pérola Negra revelou, na noite do último sábado, seu enredo para o Carnaval 2025. O tema foi lançado durante uma festa julina e, na ocasião, o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Kawe Lacorte e Nathalia Bete, também foi apresentado. Depois de algum tempo, a comunidade pôde, enfim, reencontrar-se com o bairro do qual tanto se orgulha: a Vila Madalena. Durante a celebração, o intérprete Lucas Donato cantou os sambas mais famosos da agremiação e, em determinado momento, o carnavalesco André Machado subiu ao palco para apresentar o enredo: “Valei-me, cangaceira arretada. Maria que abala a gira. Valente e bonita, que vence demanda”. A narrativa abordará a história de Maria Bonita e seus feitos até ser cultuada como uma divindade da umbanda. A Pérola Negra é a atual campeã do Grupo de Acesso 2 e escolheu a sexta posição para desfilar no domingo de carnaval, marcando seu retorno ao Acesso 1. O CARNAVALESCO conversou com André Machado, responsável pelo enredo. O artista explicou como a Pérola Negra pretende desenvolver o tema no Anhembi.

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Carnavalesco André Machado. Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

“A gente dividiu esse enredo em três setores: o primeiro vai abordar, de fato, a história de Maria Bonita, de como ela largou a vida que levava e foi para o cangaço. Depois, vamos mostrar sua influência na cultura, na arte e no artesanato nordestino. O encerramento será com um grande panteão da umbanda, destacando a força dessa entidade na cultura nordestina — inclusive porque Maria Bonita é uma mulher valente”, explicou.

André Machado se diz confiante em realizar um grande carnaval, apesar das dificuldades do Grupo de Acesso. O profissional agradeceu à presidente Sheila Monaco por lhe dar liberdade para desenvolver o projeto do Carnaval 2026:

“A gente tem tudo para fazer um grande desfile. É um enredo com o qual estou muito feliz; fazia tempo que eu não criava um tema autoral, e a presidente Sheila me deu carta branca para brincar e desenvolver de uma forma bem alegre. Hoje, o Grupo de Acesso conta com grandes escolas de samba, mas a gente está aqui para lutar de igual para igual e fazer um grande espetáculo, se Deus quiser”, declarou.

O artista revelou que gosta de criar enredos com narrativas nordestinas, pois os leva para um campo pessoal e representam uma forma de homenagear pessoas importantes em sua vida. Ele também afirmou que trabalhar com temas autorais é mais fácil, já que não há interferência externa:

“Apesar de ter pais nordestinos, só fui a Pernambuco uma vez. Desde então, para entender melhor a cultura, sempre me apeguei aos livros e adquiri uma obra chamada Bonita Maria do Capitão. Inclusive, a autora é parente de Maria Bonita. Quando falei do xaxado na Mancha, em 2023, a bisneta da Maria Bonita visitou o barracão e autografou o livro. Esse é o tipo de enredo que sempre gostei de desenvolver. É uma forma de retribuir o carinho da minha mãe, do meu pai e de todas as pessoas do Nordeste que conheço. Trabalhar com um tema autoral é muito mais fácil, porque não há uma terceira pessoa dizendo o que tirar ou limitando a nossa liberdade”, finalizou.

Ingressos para arquibancadas especiais do Grupo Especial do Rio Carnaval 2026 esgotam em menos de cinco horas

A paixão pelo carnaval do Rio de Janeiro segue mais viva do que nunca. Os ingressos de arquibancadas especiais para os desfiles do Grupo Especial de 2026 se esgotaram em menos de cinco horas após a abertura das vendas ao público geral, na manhã deste domingo. A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) anunciou o esgotamento por meio de suas redes sociais. “Em menos de 24h com as vendas gerais abertas e temos a honra de anunciar: AS ARQUIBANCADAS DO RIO CARNAVAL 2026 ESTÃO ESGOTADAS PROS DIAS COMPETITIVOS! 🔥🤩”, publicou a entidade, celebrando a resposta do público.

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Nesta etapa de vendas, foram disponibilizados aproximadamente 80% dos ingressos de arquibancadas especiais, com oferta em todos os setores das arquibancadas especiais do Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Os outros 20% já haviam sido vendidos em ações anteriores: o projeto Ingresso Sambista e o Passaporte Rio Carnaval, ainda em março, além da pré-venda exclusiva para clientes do Mercado Pago, banco digital oficial do evento, encerrada na última sexta-feira.

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O Rio Carnaval 2026 acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro, reunindo as 12 principais escolas de samba do Rio em três dias de competição. No dia 21, o tradicional Sábado das Campeãs encerrará a temporada de desfiles com a apresentação das seis primeiras colocadas, em uma grande celebração da festa e da arte carnavalesca.

Homenagens nos enredos de 2026

O ano de 2026 será marcado por grandes homenagens na Marquês de Sapucaí. Dos 12 enredos que compõem o desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a maioria presta tributo a personalidades históricas, figuras da cultura popular, artistas consagrados e manifestações religiosas e afro-brasileiras. Confira os temas de todas as escolas que vão sacudir a Sapucaí.

A Acadêmicos de Niterói, que estreia no Grupo Especial após conquistar o título da Série Ouro, vai abrir os desfiles com um tema que promete dar o que falar. A escola apresentará o enredo “Do Alto do Mulungu Surge a Esperança: Lula, o Operário do Brasil”, uma homenagem à trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desfile desenvolvido por Tiago Martins.

A Imperatriz Leopoldinense com o enredo “Camaleônico” homenageará Ney Matogrosso, destacando sua carreira multifacetada, sua liberdade estética e seu papel na quebra de tabus. A proposta é assinada pelo carnavalesco Leandro Vieira.

A Portela apresentará o enredo “O Mistério do Príncipe do Bará”. A agremiação de Madureira vai contar a história de Custódio Joaquim de Almeida, o Príncipe Custódio, figura vinda do Benin que se tornou um dos pilares da cultura afro-gaúcha. André Rodrigues assina o desenvolvimento do desfile.

A Estação Primeira de Mangueira levará para a Sapucaí uma celebração à sabedoria da floresta amazônica. O enredo “Mestre Sacacá do Encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra” exaltará a figura do curandeiro paraense conhecido por seus saberes ancestrais e seu domínio das ervas e raízes da floresta. A criação é do carnavalesco Sidnei França.

Já a Mocidade Independente de Padre Miguel mergulha no universo do rock nacional com o enredo “Rita Lee, a Padroeira da Liberdade”. A escola da Zona Oeste celebrará a cantora como símbolo de irreverência, ousadia e independência feminina, em um desfile assinado por Renato Lage.

A campeã do último carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis, aposta na força da religiosidade ancestral. Com o enredo “Bembé do Mercado”, a azul e branca vai retratar essa manifestação religiosa afro-brasileira realizada há mais de 130 anos no Recôncavo Baiano, reconhecida como patrimônio imaterial da cultura nacional. O desenvolvimento é de João Vitor Araújo.

A Viradouro vai levar às arquibancadas uma homenagem à sua própria história. O enredo “Pra Cima, Ciça” exaltará o mestre de bateria Moacyr da Silva Pinto, o Ciça, figura icônica do carnaval e responsável por dois títulos da escola. O desfile é assinado por Tarcísio Zanon.

A Unidos da Tijuca escolheu como tema a potente história de Carolina Maria de Jesus. Com o enredo “Carolina Maria de Jesus”, a escola homenageia a escritora mineira que revolucionou a literatura ao retratar, com crueza e poesia, a vida nas favelas brasileiras. A criação é do carnavalesco Edson Pereira.

O Paraíso do Tuiuti fará um mergulho na espiritualidade afro-cubana com o enredo “Lonã Ifá Lukumi”. A proposta de Jack Vasconcelos é apresentar essa vertente religiosa pouco conhecida no Brasil, ressaltando sua força ancestral, sua estética ritualística e as pontes culturais entre América Latina e África.

A Unidos de Vila Isabel apresentará um desfile onírico e ancestral com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”. A escola prestará tributo ao multifacetado Heitor dos Prazeres, artista que se destacou como pintor, compositor e sambista, em uma narrativa assinada por Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

A Acadêmicos do Grande Rio voltará os olhos para o movimento Manguebeat. Com o enredo “A Nação do Mangue”, a tricolor de Duque de Caxias vai explorar as raízes do movimento que revolucionou a cultura pernambucana nos anos 1990, misturando regionalismo, crítica social e inovação. O tema será desenvolvido por Antônio Gonzaga.

O Acadêmicos do Salgueiro fará uma emocionante homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães. O enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau” celebrará o legado da artista, maior campeã da história da Sapucaí, falecida em 2023. O carnavalesco Jorge Silveira será o responsável pelo desfile.