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A poesia venceu! Estrela do Terceiro Milênio escolhe samba para homenagear Paulo César Pinheiro

Cerca de seis quilômetros e meio ao sul do Autódromo de Interlagos, que recebia o festival The Town neste frio sábado (06 de setembro), centenas de sambistas se reuniam na quadra da Estrela do Terceiro Milênio, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, para a final da eliminatória de samba-enredo da agremiação. Para embalar o desfile de “Hoje a poesia vem ao nosso encontro: Paulo César Pinheiro, uma viagem pela vida e obra do poeta das canções”, assinado pelo carnavalesco Murilo Lobo e que será o quinto a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial paulistano em 2026, a Coruja escolheu o Samba 99, composto por Rodrigo Shumacker, Thiago Meiners, Freddy Vianna, Pitty de Menezes, Claudio Mattos, Morganti Tubino, Ítalo Pires, Herval Neto, Beto Savanna, Wilson Mineiro e Anderson Lemos. Presente nos momentos mais decisivos para o ciclo de uma escola de samba até o momento do desfile, o CARNAVALESCO entrevistou uma série de nomes importantes para a agremiação do Extremo Sul paulistano rumo à apresentação de 2026.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Percalços até o título

Normalmente tranquilos e felizes, os compositores campeões presentes na quadra da Estrela do Terceiro Milênio não esconderam que o caminho até a vitória teve momentos conturbados. Rodrigo Oliveira, popularmente conhecido como Shumaker, que também é diretor musical da instituição, foi quem fez a revelação: “Se eu disser que o processo de composição foi pacífico, eu não vou estar dizendo a verdade. Não foi aquela guerra toda, mas não foi tão pacífico assim. Quando nós nos organizamos, era um time muito maior. Ao longo do caminho, a gente foi conversando entre nós e certas opiniões divergentes apareciam. Todo processo de composição é assim, por sinal”, tranquilizou.

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Freddy Vianna, compositor e intérprete, deu mais detalhes: “O processo iniciado, até montar direitinho a parceria, deu um trabalho. Tanto que alguns antigos companheiros que começaram com a gente se separaram e formaram uma nova parceria. A história começa daí”, relembrou.

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Ponto-chave como ponto de partida

Na visão dos dois compositores entrevistados pela reportagem, uma das principais partes da canção foi encontrada quase que de imediato: “Do guia que colocamos no nosso grupo, a gente identificou um refrão com muito potencial – que é o do meio do samba vencedor. A gente não tinha quase nada: a cabeça tinha uma letra torta e uma melodia torta – foi o Freddy quem consertou a melodia, por sinal. Mas a gente tinha o refrão: eu mexi nesse refrão e o Freddy disse que eu estava maluco, que a gente não podia perder esse refrão”, afirmou Shumaker.

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Citado pelo parceiro, o também intérprete assumiu a bronca: “Eu fui o chato da parada em relação ao refrão! Foi aí que começou a briga para a construção desse lindo samba. Mandaram a melodia do refrão do meio para a gente (que é a minha parte favorita do samba, por sinal) e eu disse que a gente não poderia perder essa parte. A gente podia fazer qualquer coisa: mudar a letra da cabeça, da primeira, da segunda… mas do refrão do meio não pode. Toda a construção do samba aconteceu a partir do refrão do meio, já que ele tem uma sutileza, tem algo diferenciado”, opinou.

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Mais dúvidas antes da consagração

Shumaker destacou que, ao menos em outro momento, houve a chance de trilhar um novo caminho – mas a parceria seguiu acreditando no trecho tão decantado da canção: “A gente partiu desse refrão e fomos mostrando toda a construção para a diretoria, eles foram dando o norte para a gente ser mais assertivo em relação aos nossos caminhos. Quando chegou no refrão da cabeça, a gente viu que a melodia não voltava. Tivemos, então, um dilema: ou a gente sacrifica o refrão do meio e ia com a melodia em que estávamos seguros na cabeça ou a gente mantinha o refrão do meio e começava do zero o samba. Optamos pela segunda opção, e o Freddy foi fundamental nesse aspecto. Ele trouxe uma melodia inteirinha de cabeça!”, comemorou.

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Modesto, o intérprete destacou que, após mais um momento em que era possível dar alguns passos para trás, tudo começou a caminhar até o resultado final: “Eu coloquei a melodia da cabeça do samba encaixando com o refrão do meio. A partir daí a gente percebeu que estávamos no caminho certo para todo o restante da composição. Todo mundo comprou a ideia e começou a fluir”, pontuou.

Outro trecho marcante

Se o refrão do meio tem o coração de Freddy Viana, há outro verso que também chama atenção de outros defensores da canção: “Eu adoro os refrãos, mas gosto ainda mais do ‘poeta, sim!’, essa parte me pega muito”, resume Shumaker.

Tuca Maia, outro intérprete que defendeu o Samba 99, foi na mesma linha: “O samba inteiro é maravilhoso e vou na onda do Shumaker: o “poeta, sim!’ é lindo, você entrega tudo para a escola. Foi uma honra e uma imensa satisfação defender esse samba lindo – que, com certeza, vai brigar pelo prêmio de melhor samba do carnaval de São Paulo”, vaticinou.

Eliminatórias disputadíssimas

Conforme a Estrela do Terceiro Milênio lançava os sambas que concorriam na disputa interna, muitos sambistas que acompanham o carnaval paulistano passaram a observar atentamente a competição por conta do alto nível das obras recebidas pela Coruja. Tal fato, é claro, trouxe muita felicidade para outros nomes ligados à escola.

Gilberto Rodrigues, o Giba, presidente da Estrela do Terceiro Milênio, foi um deles: “Vou ser bem sincero: tivemos grandes obras na nossa eliminatória, ao menos cinco sambas que, qualquer um que chegasse, nós iríamos para a avenida com um grande samba. Foi muito difícil. Mas nós tivemos que escolher um, e escolhemos uma obra fantástica. Vamos ver o que vem aí. Escolhemos a canção sempre pensando no melhor da Terceiro Milênio”, comentou.

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Citando um verso do refrão principal da obra escolhida, Murilo Lobo, carnavalesco da Coruja, tratou de comemorar, também, a ótica de cada parceria em relação ao enredo: “O nível das eliminatórias foi alto, o nível da final foi altíssimo e o samba campeão é de excelente qualidade. A diferença entre cada um deles é a visão de cada compositor sobre a história que vai ser contada. Eu fico muito feliz que diversos times receberam essa tarefa, trouxeram para si a vontade de homenagear um outro grande compositor. Era um desafio, principalmente sendo um poeta da grandeza de Paulo César Pinheiro. Então, para mim, a poesia venceu”, comemorou.

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Opinião do microfone

Sempre atuantes, a dupla de intérpretes da Estrela do Terceiro Milênio foi protagonista na noite. Os três finalistas tinham, ao menos, um dos dois cantores defendendo-os. Grazzi Brasil foi bem sincera ao falar sobre o sentimento que permeou a noite: “Eu achei sensacional o nível da final! São compositores maravilhosos e eu respeito demais cada um deles. Hoje o dia é inteiro do compositor, a gente vem falando de um compositor e, com ele, dá para a gente homenagear todos. Não nego que fiquei um pouco nervosa nessa final, o samba vencedor é excelente”, elogiou.

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Já Darlan Alves citou nominalmente cada uma das parcerias: “Eu achei incrível o nível técnico da final, achei muito bacana – e olha que eu estou sempre nas finais, me jogo, achei bem bacana. O Shumaker é um grande compositor e veio junto com o Thiago Meiners, um supercampeão tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. O James, que não precisa nem falar, também são grandes campeões. E uma parceria nova, do Rapha Moreira, um grande irmão, junto até com um compadre aqui da minha parceira da Grazzi – que, na verdade, é afilhado do próprio Paulo César da Pinheiro. Três parcerias incríveis, três grandes sambas. A gente está muito feliz. Deram um show hoje aqui. Estou bastante feliz porque um desses três sambas vai abrir o caminho para um grande carnaval da Milênio. A gente está bem em torno dessa expectativa, estamos bem felizes com os três sambas”, finalizou.

Além da final

Desde o final da tarde, a Zona Sul de São Paulo era a capital cultural da América do Sul. Se grande parte das pessoas ia ao Autódromo de Interlagos assistir ao The Town vindo de regiões mais centrais da maior cidade sul-americana e de toda a Grande São Paulo, quem desembarcava duas estações depois na Linha 9-Esmeralda da CPTM estava pronto para horas de samba e momentos importantes da Estrela do Terceiro Milênio.

Após a Pegada da Coruja, bateria da agremiação comandada por mestre Vitor Velloso, esquentar, as ritmistas deram o tom com a Bateria Feminina. A agremiação também diplomou as lideranças formadas pela instituição, além de dar posse à nova formação do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da instituição: Lucas Souza segue, agora ao lado de Bruna Pregigueiro. Ambos, inclusive, já receberam o pavilhão de enredo relativo a 2026.

Um nome reconhecido Brasil afora também foi oficialmente apresentado: Sávia David tomou posse como nova rainha da Pegada da Coruja, formando a corte ao lado das princesas Geovanna Pyetra e Marcella Cavalcanti.

Arthur Santos e Waleska Gomes, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da instituição, se apresentaram ao som de “Ô abre alas que elas vão passar”, samba-enredo de 2022 da Estrela do Terceiro Milênio. A comissão de frente, coreografada por Régis Santos, embalou a despedida do samba-enredo de 2025, “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”, segmento premiado pelo Estrela do Carnaval, organizado e concedido pelo CARNAVALESCO.

O samba-enredo de 2023, “Me dê sua tristeza que eu transformo em alegria! Um tributo à arte de fazer rir”, foi o pano de fundo de uma apresentação de composições da agremiação, enquanto “Muito Obrigado Axé”, de Carlinhos Brown, embalou a passagem da ala das baianas. Já as passistas e os malandros se apresentaram com “Amor de Matar”, originalmente gravada por Tânia Alves e eternizada pelo grupo Art Popular.

Temos uma disputa! Parceria de Gabriel Coelho alcança seu ápice e vai para a final da Imperatriz como favorita

A Imperatriz realizou a sua semifinal de samba-enredo neste sábado, durante a feijoada da escola. 4 sambas se apresentaram e a parceria de Gabriel Coelho foi classificada para a final e desponta como a grande favorita, depois de uma apresentação espetacular. A parceria de Hélio Porto fez boa apresentação e se mostrou como opção para ser a vencedora. Já a parceria de Jeferson Lima também está na final, mas parece sem chances. A Imperatriz eliminou a parceria de Me Leva. A final da disputa de samba-enredo na Imperatriz, será no dia 19 de setembro.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Parceria de Jeferson Lima: O primeiro samba a se apresentar foi o dos compositores Jeferson Lima, Rômulo Meireles, Chico de Belém, Mirandinha Sambista, Alfredo Júnior e Tuninho Professor, que fez boa apresentação e mostrou que merecia estar na semifinal. Sem um cantor titular, a parceria conduziu o samba com um coro, que foi muito competente na passagem deste sábado. A parceria contou com o apoio de uma algumas na quadra, que aplaudiram o final da apresentação. O pré-refrão “louco, como quis, louco e aprendiz…” é muito cantado, como uma preparação para explodir os torcedores no refrão principal. Uma apresentação suficiente para levar a obra deles até a final, mas foi pouco para entrar na briga para ser o samba de 2026.

Parceria de Hélio Porto: O segundo samba da semifinal da Imperatriz, foi da parceria formada por Hélio Porto, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Miguel Dibo, Marcelo Vianna e Wilson Mineiro. Uma grande apresentação, que colocou gás na disputa para a final. Muitas pessoas e algumas baianas acompanharam os compositores. Cantado de forma potente por Igor Sorriso, intérprete do Salgueiro, e Charles Silva, a dupla e o coro empolgaram os torcedores do samba. O trecho “O sangue latino que vira, vira vira lobisomem” caiu nas graças de boa parte da quadra, que acompanhou os compositores na coreografia. No mais, era gente pulando, de braços e abertos e até grupos organizados com a lanterna dos celulares ligadas. Com essa passagem, a parceria se colocou na briga para vencer o concurso e mostrou que ainda tem disputa em Ramos.

Parceria de Gabriel Coelho: O samba da quadra da Imperatriz tem nome. O povo está com a parceria formada por Gabriel Coelho, Alexandre Moreira, Guilherme Macedo, Chicão, Antônio Crescente e Bernardo Nobre. Parecia que já era a exibição da final. O samba do público presente, de algumas baianas e que fez o primeiro casal da Imperatriz pular e gravar vídeos cantando. Uma apresentação fantástica, que colocou esta parceria não só na final, mas como favorita para vencer a disputa. A obra foi muito bem conduzida pelos intérpretes Wantuir, do Porto da Pedra, e Nêgo. O refrão é um baile e todo mundo pula, com os braços para o alto. Alguns mais empolgados, se abraçam. A apresentação é uma festa e o trecho “Jurei mentiras, mas não tô sozinho / fui tudo o que eu sempre quis / camaleônico Imperatriz, camaleônica é a Imperatriz” é uma sacada que caiu nas graças do povo. Além do refrão que é fácil e faz até quem não era torcida cantar. No final, o público ovacionou a apresentação e gritou “é campeã”.

Mangueira celebra conquista de caminhão próprio para auxiliar nas atividades da escola

A Estação Primeira de Mangueira vive mais um momento de celebração em sua trajetória rumo ao centenário. Neste sábado, a gestão da presidente Guanayra Firmino anunciou a aquisição de um caminhão que passará a atender às demandas logísticas da Verde e Rosa, reduzindo a dependência de serviços externos considerados essenciais para o funcionamento da escola. O veículo, devidamente identificado com as cores e símbolos da Mangueira, já está à disposição da agremiação e será utilizado no dia a dia, revezando entre o barracão de alegorias e o Palácio do Samba, sede da escola em Mangueira.

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Foto: Divulgação/Mangueira

“É com grande satisfação que anuncio mais essa conquista, que vai contribuir para a agilidade e a eficiência da nossa rotina”, destacou a presidente Guanayra Firmino. “Vamos chegar mais rápido no Centenário!”, completou em tom de descontração.

A iniciativa é mais um passo dentro da proposta de modernização e fortalecimento da estrutura da Mangueira, que se prepara para o desfile do Carnaval 2026 com a meta de unir tradição, inovação e autossuficiência.

Luana Estrela é anunciada como nova rainha do Império Serrano para o Carnaval 2026

O Império Serrano anunciou, neste sábado, a escolha de sua nova rainha para o Carnaval 2026. A coroada é Luana Estrela, que tem uma trajetória marcada pela dedicação e pelo amor à escola de Madureira. Criada na comunidade, ela iniciou sua caminhada como passista, ganhou destaque como musa e, posteriormente, encantou o público no posto de princesa. Agora, assume o posto máximo abrindo o desfile da verde e branco na Sapucaí.

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“Minha escola amada, eu não tenho palavras para descrever este momento tão especial e importante para mim. Meu coração é só gratidão, por todo carinho que recebo da minha comunidade. Meu presidente @oflaviofranca muito obrigada pela oportunidade e confiança. Saiba que vou dar o meu melhor! 🥹💚 Minha eterna gratidão ao Sandro Avelar e Rosana Farias, que foram os primeiros a me darem a oportunidade como musa da comunidade. 💚 @dhiegogerv meu amado diretor, obrigada por tudo! 🥹💚 E meu agradecimento especial a todos, pelo carinho e acolhimento”, publicou Luana nas redes sociais.

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Foto: Divulgação/Império Serrano

Portela lança projeto de saúde com atendimento médico gratuito em sua quadra

A Portela, em parceria com a HSMED Saúde, inaugurou um consultório médico que oferecerá atendimento ambulatorial. O objetivo do projeto é atender a população de Madureira e dos bairros adjacentes dentro da quadra da tradicional escola de samba, no coração da Zona Norte do Rio de Janeiro. A iniciativa prevê atendimentos médicos gratuitos com a atuação de clínicos gerais, entre outras especialidades vinculadas à HSMED.

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Foto: Gil Lira/Divulgação Portela

Para o presidente da Portela, Junior Escafura, a inauguração do consultório representa o fortalecimento do Departamento de Cidadania da escola, liderado pela Dra. Helen Mary.

“Este consultório representa muito mais do que um espaço de atendimento, é um símbolo do nosso compromisso com quem faz a Portela ser o que é. Cuidar da saúde da nossa gente é uma forma de retribuir todo o amor e dedicação que recebemos da comunidade”, declarou Escafura.

Já para o CEO da HSMED Saúde, a inauguração do consultório é fundamental para levar atendimento médico de qualidade para mais perto do cotidiano das pessoas.

“A inauguração dessa unidade médica dentro da Portela é um sonho em plena realização. Um projeto idealizado com muito carinho por mim e viabilizado pelo presidente da escola, Junior Escafura. Acreditamos que todos devem ter acesso a um atendimento médico de qualidade, e oferecer nossos serviços à família portelense será muito gratificante, pois esse cuidado com as pessoas reforça a nossa ideologia de trabalho”, afirmou Pablo Mendonça, diretor-executivo da HSMED.

Para viabilizar a ação, o espaço passou por uma reforma estrutural, garantindo condições adequadas e acolhedoras para o atendimento ao público. O serviço começará a ser oferecido ainda no mês de setembro. Além do atendimento à comunidade, todos os funcionários da escola também terão direito ao plano ambulatorial.

Império de Casa Verde apresenta seu samba-enredo para o Carnaval 2026

Com o enredo “O Império dos Balangandã”, assinado pelo carnavalesco Leandro Barbosa e o enredista Tiago Freitas, nossa escola mergulha na ancestralidade, na força feminina e na riqueza cultural dos adornos que carregam histórias, fé e resistência.

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E o samba vem poderoso, com uma composição de peso assinada por: Diogo Nogueira, Arlindinho Cruz, Evandro Bocão, Darlan Alves, Fabiano Sorriso e André Diniz, um verdadeiro time de ouro que traduz em melodia a alma do nosso desfile.

Parceria de André Diniz incendeia quadra e chega favorita à final da Vila Isabel

A Unidos de Vila Isabel realizou, na última sexta-feira, a semifinal de sua disputa de samba para o Carnaval 2026. Com o enredo “Macumbebê, Samborembá. Sonhei que um sambista sonhou a África”, assinado pelo enredista Vinícius Natal e pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a escola de Martinho levou três sambas para a final, com a eliminação da parceria de Cláudio Mattos. A safra de sambas da azul e branca pode ser considerada uma das melhores da pré-temporada, com destaque para a parceria de André Diniz, que incendiou a quadra da 28 de Setembro. Veja abaixo a análise do CARNAVALESCO.

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Foto: Divulgação/Vila Isabel

Parceria de Moacyr Luz: Abrindo a noite, a parceria de Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Inácio Rios, Márcio André Filho, João Martins, Dani Baga e Igor Federal teve Bruno Ribas à frente do microfone principal. A performance do intérprete, junto com os cantores de apoio, já colocou a semifinal em alto nível. Embora a obra tenha sido pouco cantada, de forma geral, pela comunidade na quadra, o samba explodiu nos versos que antecedem o refrão: “Macumbembê, Samborembá / ‘Sonho de um sonho’, seu moço / A luz que vem de Dakar / Macumbembê, Samborembá / Samba é macumba / E macumba é samba”.

Parceria de André Diniz: A numerosa torcida da parceria de André Diniz e Evandro Bocão abriu os caminhos defumando a quadra da Vila Isabel com incenso. Logo na primeira passada, bastou Wander Pires cantar o pré-refrão “De todos os tons, a Vila negra é…” para que torcedores, ritmistas e comunidade entoassem em coro incendiário o refrão: “Oraiêiê Oxum, Kabecilê Xangô / Meus sonhos e tambores, tintas e prazeres pra você, Heitor”. Mesmo após o fim da apresentação, a quadra continuou cantando a obra com força, ecoando o som negro da Vila Isabel e reforçando o favoritismo do samba na etapa final da disputa.

Parceria de PC Feital: A parceria de PC Feital, Gustavinho Oliveira, Thales Nunes, Danilo Garcia, Gabriel Simões, Hugo Oliveira, Telmo Augusto e Washington Motta fechou a noite. Rafael Pinguinha deu um show no comando do microfone. Mesmo com a quadra mais vazia, a performance do cantor levantou o público. O trecho: “Sou Vila, ‘Nossa Escola de Samba é madeira’ / Do Morro do Pau da Bandeira / Aos palcos do Senegal” despertou na comunidade o orgulho de ser Vila Isabel. O sentimento fez o refrão seguinte ser cantado com ainda mais pertencimento: “Toca macumba, aqui é Casa de Bamba / Toca macumba, é o Povo do Samba a cantar / É Heitor o sonho que eu sonhei / Em Vila Isabel é lei: jamais deixar de sonhar”.

Arranco 2026: ouça o samba-enredo

Compositores: Gaia da Cuíca, Marcelo Vieira, Ricardo Ferreira, Sampaio Imóveis, Victor Gimenes e Yuri Branco
Intérpretes: Pamela Falcão e Rodrigo Tinoco

A alegria tomou conta de mim
Rufem tambores pra anunciar
Sou eu Falcão pairando em trampolim
No circo da ilusão brilhar
Ó, Guarany!
Da arte, alforria pra resistir
A pretitude às bençãos do Rosário
A trupe em família se consagrou
Deixa o legado:
Ser palhaço é revolucionário

Ê, chamego num xote pra lá de bão
Reina amor no coração
Vem cheio de graça
Com seu par, chamegando aqui e acolá
No picadeiro, nosso altar

Será que ela é homem
Ou ele é mulher?
Será que isso importa? Pois é…
Não é Benjamin,
Carlitos não é
O nome é Maria
Aplauda de pé
E assim, quando a dor torturar
A camélia secar, sorri
Ainda que a lona desbote
A Estrela não morre, sorri
Artista-mãe que nos inspira
Não é delírio, é fantasia!
Nas encruzilhadas da felicidade a sambar
Não tem corda bamba que faça meu riso tombar

Dou gargalhada feliz da vida
O meu Arranco é Xamego na avenidaHistória de garra, coragem e fé
De tantas Marias, de toda mulher

Voz da quadra: comunidade do Arranco abraça samba e parceria de Gaia da Cuíca vence disputa para o Carnaval 2026

Por Luiz Gustavo e Matheus Morais

A parceria dos compositores Gaia da Cuíca, Marcelo Vieira, Ricardo Ferreira, Sampaio Imóveis, Victor Gimenes e Yuri Branco foi a grande vencedora da final de samba-enredo do Arranco do Engenho de Dentro para o Carnaval 2026. O resultado saiu após às 5h deste sábado. A obra vai embalar o desfile da agremiação com o enredo “A Gargalhada é o Xamego da Vida!”, desenvolvido pela carnavalesca Annik Salmon. O Arranco será a terceira escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 14 de fevereiro de 2026, pela Série Ouro da Liga-RJ. * OUÇA AQUI O SAMBA DE 2026

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Compositores Gaia da Cuíca, Marcelo Vieira, Ricardo Ferreira, Sampaio Imóveis, Victor Gimenes e Yuri Branco. Fotos: Luiz Gustavo e Matheus Morais/CARNAVALESCO

“A ficha ainda não caiu. A gente está realmente muito feliz, já fomos finalistas, já perdemos, soubemos perder, e agora vencemos, e todo mundo realmente gostou muito, o feedback foi muito positivo. Agora é curtir essa conquista, fazer esse samba realmente crescer, primeiro dentro da escola e depois pra arrebentar na Sapucaí também”, disse o compositor Gaia da Cuíca.

Com lágrimas nos olhos, o compositor Ricardo Ferreira comemorou sua primeira vitória como compositor na Marquês de Sapucaí, que também marca sua despedida das disputas de samba. “É a primeira vez que eu ganhei um samba na Sapucaí. Estou me despedindo como compositor, é a última dança. Estar nesse samba, nesse enredo, com a presidente Tati e com a Annik, é uma honra enorme. Agradeço ao Arranco e à comunidade, prometo estar em todos os ensaios e eventos para levar o Arranco ao lugar que merece”, destacou.

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Compositor Ricardo Ferreira

O compositor revelou ainda qual é o trecho mais especial para ele: “Eu sempre dedico uma parte do samba para minha namorada Bárbara. Então, quando canto ‘o meu Arranco é Xamego na Avenida’, lembro dela, meu xamego da vida inteira”.

Para o compositor Victor Gimenes, a força do samba está em traduzir a garra e a resistência do povo brasileiro. “Não tenho dúvida de que meu trecho favorito é ‘não tem corda bamba que faça meu riso tombar’. O enredo não é sobre uma pessoa, mas sobre força e superação. Essa frase resume o espírito do nosso trabalho e a essência do brasileiro”, ressaltou.

O compositor Marcelo Vieira celebrou a conquista como um marco da parceria. “É uma sensação formidável. Gostamos que a escola queria o melhor para o carnaval. Fizemos o samba com muito amor e carinho, trocando muito com a Annik e com a Tati. Fomos abraçados pela agremiação e isso é maravilhoso”, disse.

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Compositor Marcelo Vieira

O compositor destacou ainda um trecho que considera simbólico: “Com tanta liderança feminina no Arranco, não poderia faltar a parte que diz ‘história de garra, coragem e fé, de tantas Marias, de toda mulher’. É a cara do nosso samba”.

Annik Salmon: enredo nascido do circo e da vida

A carnavalesca Annik Salmon vive um momento especial na escola. Em 2025, levou o Arranco à sua melhor colocação dos últimos anos na Sapucaí, o sétimo lugar. Para 2026, aposta em um enredo que mistura emoção e alegria.

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“Esse enredo estava guardado há quatro anos, desde que descobri a história do Palhaço Xamego e de sua esposa, Maria Elisa. Trabalhei em circo e sempre quis trazer esse universo. É uma mensagem de alegria e superação. Maria Elisa nasceu no mesmo dia do Arranco, o que me fez sentir que era destino”, contou.

Annik elogiou a qualidade dos sambas finalistas e destacou o que era essencial na obra escolhida: “Não podia faltar alegria e uma melodia gostosa. Como seremos a terceira escola a desfilar no sábado, precisávamos de um samba para cima”.

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Tatiana Santos: ‘um carnaval inesquecível’

A presidente Tatiana Santos reforçou que o Arranco prepara um grande espetáculo para 2026. “Vamos para a Sapucaí em busca de um carnaval inesquecível, com gargalhada, alegria e força. Cada ano é um aprendizado, e 2026 será mais um passo importante para a nossa escola”, afirmou.

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Tatiana destacou ainda a permanência de Annik Salmon: “É um orgulho ter a Annik conosco. Em 2025 ela fez um trabalho brilhante, e para 2026 já entregou um projeto luxuoso, emocionante e grandioso. Ela já escreveu o nome dela dentro do Arranco”.

Laisa: bateria com identidade e ousadia

À frente da “Bateria Sensação”, a mestra Laisa aposta no entrosamento e na identidade comunitária. “Em 2025 mantivemos a base da casa e fortalecemos nossa escolinha, que já tem 171 alunos. Hoje, 80% da bateria vem dessa formação. O enredo pede alegria, pede xaxado, pede circo. As bossas virão depois, em cima do samba escolhido, mas já temos algumas batidas que remetem ao universo circense”, adiantou.

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Laisa também revelou um destaque para 2026: “O meu xodó sempre será o tamborim, mas também quero valorizar o agogô, que sempre me acompanhou em outros trabalhos”.

Diretores de carnaval: foco na leveza e no crescimento

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Cosme Márcio

Cosme Márcio avaliou o último desfile como positivo e projetou evolução: “O Arranco passou leve, alegre e brincante em 2025. Para 2026, queremos manter a alegria e ampliar a presença da comunidade, visando um desfile com até 2.200 componentes”.

Já Múcio Travassos celebrou a mudança para a Cidade do Samba 2: “Teremos mais estrutura para desenvolver o carnaval. O enredo é diferente, leve, e vai surpreender. Os componentes estão muito animados e isso faz toda a diferença”.

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Múcio Travassos

Dupla de intérpretes: vozes que se completam

A estreia de Rodrigo Tinoco ao lado de Pâmela Falcão no carro de som promete ser um dos pontos altos do desfile. “Recebi o convite da presidente em um momento de transição da escola e fiquei muito feliz. Formamos uma dupla com muita garra e amor”, disse Tinoco.

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Pâmela destacou a complementaridade das vozes: “Eu tenho um estilo mais reto, enquanto o Tinoco é mais melodioso. São diferenças que se casam perfeitamente. Além disso, o trabalho com a Laisa e a bateria está sendo muito integrado”.

Diego Falcão e Denadir: reencontro de força e tradição

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Denadir, retoma uma parceria iniciada em 2011. “Já dançamos juntos na Porto da Pedra, temos muito entrosamento. A Denadir tem uma força que combina com a minha dança. Isso é meio caminho andado”, afirmou Diego.

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Denadir comemorou o convite: “Foi uma surpresa maravilhosa voltar a dançar com o Diego. Somos muito amigos e temos um estilo de dança forte, tradicional e entrosado. Minha fantasia para 2026 está linda e combina comigo. Agora, com o samba definido, vamos intensificar os ensaios”.

Como foram as parcerias na final

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Parceria de Gaia da Cuíca: A parceria de Gaia da Cuíca, Marcelo Vieira, Ricardo Ferreira, Sampaio Imóveis, Victor Gimenes e Yuri Branco abriu a final com Clara Vidal e Digão comandando o samba. O refrão de cabeça “Dou gargalhada feliz da vida, o meu Arranco é xamego na avenida, história de garra, coragem e fé, de tantas Marias, uma mulher” teve excelente rendimento e esquentou a passagem da obra. O samba se mostrou leve ao tratar de um tema que também possui densidade, como nos versos “e assim, quando a dor torturar, a camélia secar, sorri, ainda que a lona desbote, a estrela não morre, sorri”. Essa leveza contribuiu para uma apresentação muito boa, que se manteve firme durante todas as passadas com os intérpretes. Nas passadas apenas com o apoio da torcida, alguns trechos apresentaram queda no canto, principalmente na primeira parte. O rendimento crescia na segunda parte, alcançando maior explosão no refrão. Quando o samba retornava para o carro de som com o acompanhamento da bateria, a performance voltava a ser mais consistente.

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Parceria de Thales Nunes: Emerson Dias defendeu o samba de Thales Nunes, Daniel Guimarães, Pedro Henrique Leite, Carlinhos Professor, Rafael Zimmermann e Hugo Oliveira com sua animação habitual, puxando o samba para cima durante a apresentação. A obra foi calcada em seu refrão de cabeça: “Ouça o toque do tambor no quilombo de Espinguela, abre a roda, sobe a lona, tem xamego nessa festa, traz o sorriso mais verdadeiro, esse terreiro vai virar um picadeiro”, ponto de maior empolgação na quadra. A primeira parte, com melodia mais reta, apresentou desempenho mediano. Já a segunda parte teve rendimento superior, com destaque para os versos “e na sagrada encruzilhada ser mãe não é delírio, é felicidade”. No entanto, o samba não conseguiu sustentar o mesmo nível ao longo da apresentação e foi perdendo força. Nas passadas apenas com o canto da torcida, o rendimento foi irregular: o início teve boa resposta, mas logo caiu, mesmo com Emerson chamando os torcedores insistentemente para cantar mais forte, sem grande sucesso. No geral, foi uma apresentação de altos e baixos.

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Parceria de Junior Fionda: O samba da parceria de Junior Fionda, Gabriel Sorriso, Gabriel Machado, Paulo Marrocos, Gilsinho da Vila e Alessandro Falcão teve João Vitor como intérprete principal. A torcida investiu em efeitos visuais, com sinalizadores e fogos. A apresentação contou com um refrão principal de fácil assimilação, que funcionou bastante: “Xamego, xamego ê, quero o teu sorriso franco, que remédio cura a alma? Arranco, da folia, o terreiro, alegria dos confins, a razão de todo amor que habita em mim”. O verso “xamego, xamego ê” pegou na quadra e foi o ponto mais marcante. A primeira parte apresentou rendimento firme, em trechos como “Nossa Senhora do Rosário quem nos guia, qual alforria exalando a sua força, o ventre livre que forjou minha família”. Já a segunda parte foi o ponto de irregularidade, com canto travado em alguns momentos e desempenho inferior ao restante do samba. Nas passadas sem bateria, a torcida não conseguiu sustentar o canto até o refrão de cabeça, resultando em queda acentuada. O fôlego foi recuperado apenas no retorno das passadas com os intérpretes e a bateria.