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Wagner Gonçalves é o novo carnavalesco do Império da Tijuca

O Império da Tijuca anunciou nesta terça-feira a contratação do carnavalesco Wagner Gonçalves. O artista será o responsável pelo desfile da escola, que desfilar na Série Prata, em 2025, na Intendente Magalhães. Veja abaixo o anúncio da escola.

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Foto: Divulgação

“O Império da Tijuca anuncia o novo carnavalesco para o Carnaval 2025! Com uma trajetória de criatividade e dedicação, Wagner Gonçalves chega para somar e levar nossa escola de volta à Sapucaí! Vamos juntos, comunidade do Morro da Formiga, rumo a mais um desfile inesquecível”.

Fenasamba celebra sete anos de fundação e anuncia parceria com o Governo Federal

A Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba) está comemorando sete anos de existência e fará, pela primeira vez, um convênio com o Governo Federal para capacitar dirigentes, artistas e profissionais do carnaval. O presidente da Fenasamba, Kaxitu Ricardo Campos, celebra a nova parceria.

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Foto: Divulgação

“Faremos um grande curso de formação de gestores e profissionais, curso esse que vai atingir seis estados brasileiros, abrangendo todas as regiões. Formaremos milhares de pessoas”, afirma o dirigente que conta como nasceu a Federação.

“É um momento de festa pra gente. Há sete anos, no dia 15 de julho, no Rio de Janeiro, no Centro de Convenções Sul América, durante a feira Carnavália Sambacom, no stand da União das Escolas de Samba Paulistana, foi fundada a Federação. Foi no final daquela tarde, depois de uma conversa que tivemos com o presidente Jorge Castanheira, presidente da Liesa à época, que depois de quatro anos de muitos debates, resolvemos fundar Fenasamba”.

Em 2013, houve uma primeira audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília em que foi diagnosticado a necessidade de criar uma entidade que pudesse coordenar diálogo com o governo federal para a criação de políticas públicas para as escolas de samba. Foram quatro anos de debates até surgir a Fenasamba.

Nesses sete anos, a Fenasamba ajudou a construir duas frentes parlamentares, duas legislaturas, sendo que a primeira, em 2017, era uma frente parlamentar mista, com deputados e senadores. A segunda, em 2023, foi constituída uma segunda frente parlamentar. Ao longo dos anos, a Federação triplicou de tamanho, passando de 25 entidades para mais de 90 afiliadas.

“Fizemos a elaboração de protocolos para a realização do carnaval a partir de 2022, além de defender os direitos das escolas na época da pandemia. Recentemente também conseguimos ajudar em campanhas durante essas enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul”.

‘Laíla era revolucionário, um visionário’, diz Bianca Behrends ao voltar a equipe criativa da Beija-Flor

Bianca Behrends retornou para equipe criativa da Beija-Flor de Nilópolis. A pesquisadora foi autora da sinopse do enredo da escola para o próximo carnaval, junto de Guilherme Niego e Vivian Pereira. Em entrevista ao CARNAVALESCO, ela contou sobre a relação com Laíla, a quem considera seu padrinho profissional, a história dele na escola, e como ele foi visionário no mundo do samba. A enredista está muito emocionada e feliz de retornar a equipe criativa da Beija-Flor, no ano em que a escola vai levar Laíla como enredo para a Sapucaí. Bianca salientou que a escola é a sua casa, nunca saindo da mesma, e ressaltou como a disputa pelo título de campeã está com o nível elevado nos últimos anos.

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Bianca Behrends é uma das autoras da sinopse da Beija-Flor. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Eu já estive fora da equipe, mas nunca fora da escola. Eu não estava Beija-Flor, eu sou Beija-Flor. A Beija-Flor é a minha casa, é a casa que sempre me recebeu, mais do que de braços abertos, de portas abertas. Então, voltar para a equipe já seria… A Beija-Flor é um enorme pedaço de mim, de verdade, são 21 anos, eu tenho 45, é quase a metade da minha vida aqui dentro. Mas voltar para a escola para ajudar a contar a história do Laíla, que foi meu chefe por 16 anos e que, junto com o senhor Anísio, é o meu padrinho profissional, eu estou vivendo um sonho. Com uma responsabilidade absurda, porque talvez por ter tido a oportunidade de conviver com ele na equipe, eu acho que convivi com ele por mais tempo e de perto. E tem uma cobrança que jamais veio, nem da comunidade, nem da escola, veio de mim mesma, porque o fato de eu ter a informação não significa que eu vá saber colocar isso no papel, nem que isso vire carnaval, porque não é um artigo, por exemplo, é um projeto carnavalesco. Mas eu estou felicíssima e transbordando gratidão pela oportunidade, pela equipe, pelo voto de confiança, pelo acolhimento. Eu já estou brincando carnaval desde que eu voltei, mas com a consciência de que é muito trabalho. O carnaval está com o sarrafo lá em cima. São 12 com o mesmo objetivo, é muito coração, muita felicidade, mas muito pé no chão para ter a responsabilidade. A gente tem que ter consciência, assumir a responsabilidade que nos compete”.

Sinopse da Beija-Flor de Nilópolis para o Carnaval 2025

A pesquisadora continuou explicando como foi o processo de construção do texto e o que foi mais difícil de colocar na sinopse, que foi carregada com a emoção e as memórias, não só dela, mas de todos os entrevistados pelos enredistas, além de ressaltar a impossibilidade de fazer fazer um texto imparcial por se tratar justamente de Laíla.

“Na verdade, foi tão difícil que ficou impossível, a imparcialidade. Aspas como acadêmica ou como pesquisadora, a imparcialidade é um critério fundamental do nosso objeto de estudo ou de retratação. Impossível, não tinha como. A influência que o Laíla tem na escola, contar a história dele é contar parte da história da escola. Na minha vida individual também. E acho que também não se fez necessário se eu não tivesse tido liberdade para junto com a equipe a gente colocar a nossa emoção, talvez o projeto tivesse ficado muito técnico. Então, acho que o diferencial foi isso é que nos foi permitido trazer essa emoção e tentar usar essa emoção a nosso favor. Mas o que seria mais difícil seria imparcialidade, a gente abdicou disso e acho que o que academicamente ou em um primeiro momento seria questionável, acho que na verdade virou o grande tempero do texto que a gente conseguiu entregar no final para mexer com a emoção das pessoas. De colocar a alma, de trazer um Laíla de verdade, com todas as suas versões. E tentar a ideia de pertencimento, de brincar com a ideia de pertencimento da comunidade nesse projeto e se identificando com Luiz Fernando humano”.

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Bianca continuou falando sobre o histórico de Laíla na Sapucaí, demonstrando como ele se destacou durante o tempo que o carnaval foi ao encontro da academia, mesmo com o homenageado não tendo o mesmo conhecimento acadêmico de outros grandes nomes da época.

“Eu acho que mais do que a homenagem, a história e a trajetória do Laíla como pessoa física ou como sambista, acima disso tudo que já é grandioso a gente tem as bandeiras que ele sempre defendeu ao longo da sua vida. O Laíla começa como sambista ‘profissionalmente’ com oito anos de idade. Quando ele já se projeta de fato no carnaval ele está num grupo com o Fernando Pamplona, com Rosa Magalhães, com Maria Augusta e com toda honra, todo mérito, são minhas referências, minhas fontes de inspiração diárias, mas a gente está falando de um grupo de artistas brancos e acadêmicos e de classe média, de uma outra condição étnico social. O Laíla estudou, se eu não me engano, até a segunda ou quarta série do ensino fundamental, era um homem preto, pobre, favelado. A família queria que ele fosse gari. Via no concurso para gari uma grande oportunidade da vida dele. Para ele se impor, talvez, até essa personalidade que ele tenha seja essa resistência que ele traz desde o início”.

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Ela destacou também a importância dos temas que ele trouxe aos desfiles, através dos enredos que ele propunha e levava para a Avenida.

“Mas, acima disso tudo, eu acho que a importância das bandeiras que ele sempre defendeu há quarenta, cinquenta anos atrás, de temas que continuam atuais, em uma época que ninguém falava com tamanha veemência, que é a questão da liberdade religiosa, do brado contra a intolerância, de respeito à diversidade. Eu tenho o direito de ser diferente. Eu tenho orgulho da minha ancestralidade, dos meus antepassados, eu carrego isso literalmente no meu peito. Da questão do protagonismo do povo preto e de um discurso antirracista onde a gente não falava de lugar de fala e ele sempre se reconheceu e defendeu e bradou por isso. Das dificuldades que ele vivia, que ele teve uma infância extremamente humilde e de falar sobre essas mazelas sociais, dessa violência atroz, porque as favelas, as comunidades, continuam sendo vistas como senzalas contemporâneas. Ele traz isso há trinta, quarenta, cinquenta anos atrás. A gente não falava sobre isso. Hoje a gente está em 2024 e o óbvio ainda precisa ser dito e repetido. Todos os dias a gente tem diversas formas de mídia, algum caso de intolerância. Os centros espíritas continuam sendo destruídos. As pessoas pretas, pardas, mestiças, continuam em uma classificação como se fossem pessoas inferiores. Tudo isso que ele vinha bradando é muito acima do que ele foi”.

Pontuando como foi a importância de Laíla para o carnaval como um todo, Bianca destacou seu legado que pode ser observado até hoje nos desfiles, e a importância, para o carnaval como um todo, dessa homenagem a um sambista visionário.

“E como sambista, embora já seja o maior sambista de todos os tempos, é o que mais tem títulos e o que mais colaborou para o Carnaval ser o que é hoje, tanto na estrutura dos desfiles das escolas de samba como da fundação da Liesa, das transformações. O Laíla era um revolucionário, era um visionário. É poder trazer esse caldeirão que ele era e celebrar isso tudo dentro do caldeirão que é o Carnaval, no maior palco que é a Avenida Marquês de Sapucaí. Eu acho que a felicidade da equipe conseguiu transbordar para a comunidade. E a gente espera que, independente do pavilhão de coração de cada um, que as pessoas venham brincar e homenagear um dos nossos. Homenagear um cara que era sambista, que era popular. Qualquer um de nós que tem uma origem simples, uma origem humilde, chegar onde ele chegou. A vitória dele é uma vitória de representatividade, de pertencimento. Eu acho que é isso que a gente quer mostrar, uma versão do Laíla de verdade, uma versão crua, com todo aquele personagem multifacetado que ele era, mas era um personagem de verdade. Que essa verdade contagie as pessoas. Que o amor que ele tinha pelo samba e por essa festa sagrada, dita profana, determinada curiosamente pelo calendário da Igreja, que as pessoas vão brincar com a gente, celebrar o samba. O samba cura. O samba é a maior expressão da nossa cultura. Então, que as pessoas venham celebrar um grande personagem do samba e da nossa cultura conosco. Ele é um de nós”.

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Por fim, Bianca Behrends pontuou momentos e desfiles que Laíla considerava como seus grandes momentos na avenida, além do maior momento dela com ele na Sapucaí.

“O maior desfile da vida dele, para ele mesmo, eu não participei. Ele tinha ‘Agotime’ como o maior desfile, o mais representativo da vida dele. Eu não tive a oportunidade de viver isso com ele, mas ele falava que foi. Tinha alguma coisa na avenida e a energia foi descomunal. Vou responder por ele daquilo que eu ouvi do próprio. E, sem dúvida nenhuma, o maior desfile da Beija-Flor, para mim foi 2018, ‘Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar’. Eu acho que esteticamente, em termos de cultura, 2007, ‘Áfricas – Do Berço Real à Corte Brasiliana’ foi um escândalo. Até hoje a imagem daquelas girafinhas entrando, foi capa, manchete, de tudo. Foi talvez o desfile estéticamente mais primoroso que eu tenha participado na escola. Mas a energia de 2018, aquele samba, o que aconteceu naquela avenida para quem estava lá, porque o carnaval visto pela televisão é completamente diferente do carnaval de quem está lá. O que aconteceu na avenida, conforme a escola ia passando e as pessoas acho que elas foram se reconhecendo de uma maneira tal da nossa realidade, acho que foi um desfile tão visceral, eu nunca vi acontecer na avenida o que eu vi em 2018. As pessoas pegavam na gente, as pessoas choravam, as pessoas gritavam o samba e a gente não está, eu pelo menos não estou, muito acostumada com essa reação da avenida, tirando a parte que a gente tem a torcida. Foi tão visceral, aquilo foi tão catártico na minha cabeça. Ousaria dizer que depois do nascimento do meu filho, de experiências particulares, está ali, das experiências da minha vida que valeram a minha reencarnação”.

Ela concluiu na torcida para que o próximo carnaval supere as emoções de 2018, e agradecendo a todas as oportunidades que ela teve através da escola, na área profissional e pessoal, e que essa é a maneira dela de realmente agradecer a tudo, estando muito feliz de estar com a equipe.

“Espero que 2025 supere e seja superior a tudo isso, porque se lá já não tinha nenhuma relação pessoal com o enredo e foi o que foi 2025 que tem, eu acho que eu vou estar ali com três gotinhas de Rivotril para acalmar o coração, porque eu sou muito emotiva. Já virei meme de mim mesma, porque eu sou muito chorona, mas que tem muito haver com o amor realmente que eu tenho por essa escola, e da gratidão que eu tenho por ambos, por ele e por esse pavilhão. A Beija-Flor é um enorme pedaço de mim mesmo. São vinte e um anos, não são vinte e um dias, nem vinte e um meses”.

Tucuruvi festeja retorno do manto Tupinambá ao Brasil

A Acadêmicos do Tucuruvi celebrou o retorno do manto Tupinambá do século 17 ao Brasil. Ele estava na Dinamarca e foi devolvido. O manto é uma vestimenta de 1,80 metro de altura, confeccionada com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural e foi levado ao Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet) há mais de três séculosanos, em 1689. Além do valor histórico para o Brasil, o retorno do manto traz o resgate de uma memória transcendental para o povo tupinambá, já que eles consideram o manto um material vivo, capaz de conectá-los diretamente com os ancestrais e as práticas culturais do passado.

“Estamos extremamente felizes com a notícia de que após mais de 300 anos, o manto Tupinambá do século 17, o qual estava na Dinamarca, está retornando ao Brasil, isso só prova que estamos no caminho certo. Temos um grande enredo e isso gerou grandes sambas para a disputa. Agora estamos ansiosos para ver a apresentação das obras na quadra e sentir a energia de cada um. Certamente teremos um grande hino, assim como foi neste carnaval”, revelou Rodrigo Delduque, vice-presidente.

A agremiação da Cantareira integra o Grupo Especial do carnaval de São Paulo será a 5ª escola a desfilar em 2025, no sábado, dia 1º de março, sendo a segunda noite de desfiles.

Luis Carlos Magalhães: ‘A grande e retumbante revelação de Cabral’

Luis Carlos Magalhães (artigo publicado em O DIA na Folia)

O local não poderia ser melhor. Jornalista consagrado, militante político, Sergio Cabral fez do auditório da ABI uma ambientação, um clima de tal forma acolhedor, impondo de tal forma seu imenso carisma que nos sentimos todos em um imenso botequim suburbano.
Mangueirense dos mais festejados, amicíssimo de Cartola, Nelson cavaquinho, Nelson Sargento, Dona Zica, Dona Neuma, Cabral “acarinhava” a todos ali como se estivesse no quintal da casa onde viveu sua infância em Cavalcanti.

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Foto: Reprodução de TV

A definição exata de Mario Lago deu o clima da noite de lançamento do DVD biográfico do Cabral. Disse Mario Lago: – “Sérgio Cabral é o Rio de Janeiro andando”.

O diretor Dermeval Neto teve o exato mérito de ter dado ao filme clima muito semelhante, claro que com o auxílio luxuosíssimo da narração/interpretação de Haroldo Costa.

Logo no início, ao se auto-definir, Cabral lembra o personagem Gonzaga de Sá, de Lima Barreto que ao contemplar sua cidade registra: “eu moro no Rio de Janeiro, e o Rio de Janeiro mora em mim”. “Eu também sou assim”, disse Sérgio.

E vai sua história desfilando; o início de sua carreira, a ida para o JB, sua carreira de produtor musical, seu “momento” no Pasquim, e sua não menos marcante presença literária como biógrafo de importantíssimas figuras de nossa cultura popular e por seu fundamental livro “As Escolas de Samba do Rio de Janeiro”, produto de escritos, estudos e pesquisas realizados ao longo de 30 anos no JB.

Tudo com muito Vasco e muito Roberto Dinamite, com gol-de-balãozinho-no-Osmar e tudo. Para nossa alegria, ao se referir a mega e inesperada explosão de ‘Sassaricando’, Cabral já cuidou de anunciar espetáculo semelhante, já no forno, desta vez só com sambas carnavalescos. Nada de samba-enredo ou samba de meio de ano: só sambas que rivalizavam com as marchinhas para o carioca brincar o carnaval.

O melhor momento da fita é a narrativa do momento certamente mais rico de sua vida, quando da inauguração do Zicartola na Rua da Carioca onde, segundo ele, se inaugurou a primeira casa de samba do Brasil. Sérgio foi rei ali, super querido pelos sambistas e super importante para os sambistas.

Não há uma só foto do Cabral no Zicartola em que não se veja um ser humano na sua plenitude, literalmente “um pinto no lixo”. O filme mostra bem isso.

Figura tão querida quanto conhecida, emérito contador de histórias, Sergio deu a seu diretor Dermeval Neto todos os ingredientes para fazer do filme uma perfeita “caixa de goiabada cascão”, para usar mais uma espirituosa frase de Nei Lopes, justamente dedicada a ele, Sérgio Cabral.

Única restrição foi a ausência, a ausência ou a perda da oportunidade de deixar mais uma vez registrado o que considero ser o mais importante registro jornalístico da histórico da cultura popular brasileira. Refiro-me àquela memorável entrevista do Cabral com Donga e Ismael Silva mostrando a clara diferença entre o samba da Praça XI e o samba do Estácio.
E tudo transcorreria sem surpresas não fosse a entrada em cena do chargista-carnavalesco-portelense Lan.

Lá pelas tantas, eis que Lan “sapeca” a informação que fez ecoar certo zum-zum-zum na assistência. Lan afirmou com toda certeza, toda convicção, dando seu testemunho pessoal que Sérgio não só foi pela primeira vez à Portela com ele, como também, e muito mais que isto, Sergio continuou Portelense.

Bem, eu, de minha parte, sempre desconfiei disto. Havia no ar uma história de que ele “teria sido” Portelense um dia e que depois caíra de amores pela Mangueira. Mas a verdade é que a partir dali foi criado certo clima de dúvida na platéia.

Então pensei comigo. Esta é uma informação tão relevante que certamente o filme não deixará a dúvida em branco.

Lembro uma vez que ao fazer uma pesquisa, uma busca, sobre uma entrevista marcante do Candeia para o Pasquim, mirei no que vi e acertei no que não vi.Acabei encontrando um outro exemplar do jornal onde Sergio entrevistava Clementina de Jesus, sabida e festejadamente Mangueirense.

Para minha surpresa…assim “na lata”, tranqüila e serenamente a nossa rainha maior se declara Portelense, ela à época moradora em Oswaldo Cruz. ‘Tá lá escrito, se alguém aí desse lado quiser é só olhar na coleção da Biblioteca Nacional.

Ao prosseguir a entrevista Clementina esclarece que sua fortíssima relação com a Mangueira se deve ao fato de ter se casado com Albino Pé Grande, seu companheiro de toda vida, esse sim Mangueirense purinho. Falei isso p’ro Cabral um dia e ele ficou meio incrédulo, não sei se por não lembrar ou por não acreditar. Mas agora era diferente. Como disse lá em cima, eu não conseguia compreender como uma pessoa como ele, morando por ali, freqüentando a escola, vivendo aquele grande momento azul e branco, convivendo com aquela turma toda de Madureira, poderia não se ter deixado seduzir “por uma escola tão fantasticamente sedutora”.

O filme entra em sua fase final e a cena se dá na quadra da Mangueira com Sérgio, na presença de Rildo Hora, Ataufo Júnior e Nelson Sargento. Todos conversam animadamente antes de começarem a cantar “Os Meninos da Mangueira,” samba que é seu orgulho, parceria com Rildo, e que recebeu tão bonito tratamento sinfônico do maestro Marcelo Versoni entre outros sambas da escola.

E forma-se assim o “clima”, a ótima oportunidade para Cabral aproveitar o tema Mangueirense, a presença na quadra para definitivamente esclarecer a dúvida deixada pelo depoimento de Lan. Afinal, pensei, como pode um ser como ele conviver tão intensamente com Cartola, Carlos Cachaça, Zica, Neuma, e não se deixar seduzir “por uma escola tão fantasticamente sedutora”.

E foi o que Cabral fez. Em meio ao tralalá, ao trelelé, Cabral desfere:

“ESTE PORTELENSE QUE ESTÁ AQUI TEM UM GRANDE AMOR PELA MANGUEIRA”. Vou repetir: Sérgio Cabral disse no filme a seguinte frase: “ESTE PORTELENSE QUE ESTÁ AQUI TEM UM GRANDE AMOR PELA MANGUEIRA”.

E a fita acabou. Entre canapés, cervejas e refrigerantes comentei tal fato com vários convidados. Hermínio já sabia. Confeti também, assim como João Batista Vargens e Haroldo Costa.

O resto… bem… o resto teve que dormir com esta.
Portanto, rapaziada Portelense: …é nós…
Modéstia à parte, claro…

Liesa define localização das cabines de julgamento para 2025

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro definiu, em reunião plenária realizada nesta segunda-feira, na Cidade do Samba, a localização das cabines de julgamento para o Rio Carnaval 2025. A novidade ficou por conta do terceiro módulo, que agora ficará no setor 9.

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Foto: Léo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

Ao contrário dos últimos desfiles, não haverá mais cabine dupla. O módulo 1 seguirá no setor 3, com o módulo 2 no setor 6 e, o quarto, no setor 10.

Simpósio para debater o julgamento

Outra novidade será a criação de um simpósio, que acontecerá no mês de setembro, e reunirá integrantes das escolas de samba e os jurados do Carnaval 2024.

“A cada encontro, vamos ouvir os jurados e os responsáveis das escolas de samba por cada quesito para fazer reflexões e trazer ideias que possam ser implementadas no manual do julgador e, consequentemente, no julgamento”, ressaltou o coordenador de jurados da Liesa, Thiago Farias.

Pé na porta! Parceria dos irmãos Minuetto vence samba na Estrela do Terceiro Milênio e diz: ‘Enredo nos inspirou demais’

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

O Grajaú, mais uma vez, prestigiou em peso a final de samba-enredo da Estrela do Terceiro Milênio, escola do bairro mais populoso de São Paulo. No último, a agremiação escolheu a canção que embalará o desfile do enredo “Muito Além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do Caminho Que Nós Vamos Passar Com o Amor”, idealizado pelo carnavalesco Murilo Lobo. A obra vencedora foi composta por Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel. * OUÇA AQUI O SAMBA

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Antes do evento começar de fato, já era possível notar que o domingo seria especial. Em uma área já dentro da quadra, mas fora do espaço principal, alguns ritmistas ensaiavam; já no calçadão em frente, diversos componentes da agremiação fizeram uma roda de samba – que, pouco depois, foi para dentro do terreiro da agremiação.

Já com ótima presença de público, o evento teve algumas novidades para torcedores e comunidade. A primeira delas foi a apresentação do novo casal mirim da agremiação, Guilherme Atuy e Júlia Carvalho. Depois, os campeões da Copa Buh (maior competição de futebol de base com opção de não-federados atuarem do Brasil) Sub-17 pelo Esporte Clube Terceiro Milênio, clube ligado à escola de samba, foram saudados, aos gritos de “É Campeão”. No momento em que eles estavam em campo, Silvão Leite destacou que o plano para a faceta esportiva da agremiação é pleitear a filiação à Federação Paulista de Futebol para que eles possam atuar em categorias de base federadas.

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Novo casal mirim da agremiação, Guilherme Atuy e Júlia Carvalho

Também houve espaço para o anúncio de uma contratação para o carro de som da escola: Luis Fernando Gomes, o Luisão, chega para compor a ala musical da instituição. Por fim, o grupo As Cheers, de cheerleaders masculinos, fez uma apresentação.

Na boca do povo

Durante todo o processo para a escolha do samba-enredo, foram feitos alguns eventos para que a comunidade pudesse entrar em contato com as obras – chamados de laboratórios. Tais ocasiões foram muito lembradas pelos compositores vencedores, como contou Vitor Gabriel: “É a minha primeira vez na escola. Os gêmeos já concorrem aqui há uns três anos, mas a nossa parceria completa é o primeiro ano e isso foi muito especial. Aproveito para agradecer a diretoria, que prestou um suporte e uma imparcialidade durante todo o concurso, muito bacana. Para mim foi muito prazeroso fazer samba na Milênio esse ano. A comunidade abraçou, a gente trouxe só nossos familiares, que já são vários. Só de familiares deveria ter umas 15 pessoas, mas o legal é que a comunidade abraçou. Isso é o mais gratificante”, comentou.

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Compositor Vitor Gabriel

Gui Cruz seguiu a mesma linha:”É muito importante isso, porque acho que com o tempo a gente aprendeu e a Terceiro Milênio, principalmente, a disputa, é um concurso muito saudável. Em todo momento a diretoria foi transparente com as parcerias. Eles chamaram a gente pra participar dos laboratórios que a escola fez. O Darlan cantou todos os sambas, a comunidade cantou todos os sambas. Eu não sei, é muito difícil a gente ver em eliminatória de escola de samba, a comunidade ficar presente nos três sambas. A comunidade ficou presente nas três parcerias e defendeu os três sambas de forma igualitária. Então, é muito importante exaltar isso. Porque a Terceiro Milênio deu uma aula, principalmente nesses novos momentos que se procuram versões, de formas, da melhor forma de escuta e tudo mais. Foi muito importante para gente, muito legal. É a primeira vez que a gente fez samba na Terceiro Milênio e eu gostaria de agradecer à Grazzi e ao Schumacher, que nos receberam de braços abertos”, destacou.

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Vitor também relembrou que a instituição foi recepcionada na Parada SP, o maior evento dedicado à comunidade LGBTQIA+ do planeta: “Não foi difícil fazer o samba, porque é uma coisa que a gente vivencia no nosso dia a dia. O Gui Cruz estava falando agora há pouco que o primeiro ano que a gente foi na Parada. A gente foi sentir ali, todo esse sentido mesmo. Em dois encontros a gente matou o samba. Primeiro, por uma boa construção de enredo do Murilo, e segundo pela inspiração. Foi um enredo que nos inspirou demais, foi muito rápido, foi fácil e foi gostoso de fazer samba”, relembrou.

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Laboratórios

Os laboratórios do concurso de sambas-enredo, por sinal, foram citados por outros segmentos da agremiação. Um deles foi Darlan Alves, um dos intérpretes da agremiação – juntamente com Grazzi Brasil: “Esse samba tem um conjunto que se complementa muito bem. Tem uma melodia muito forte; a letra é, de fato, um manifesto – como diz o refrão, ele mete o pé na porta. O samba tem muita força, os refrões são muito fortes. O enredo também traz essa história de luta, da comunidade LGBTQIA+. Eram três grandes sambas, os da Grazzi Brasil e do Schumacker também eram maravilhosos. Para eles, na sala da presidência, não deve ter sido fácil. A comunidade ficou muito feliz e isso é importante. Fizemos um trabalho na comunidade, ao longo dos finais de semana, cantando os sambas com os torcedores, para sentir. A escola sabia cantar todos os sambas, não tinham torcidas de fora. Foi algo só da comunidade. Fiquei muito feliz e acho que a escola também ficou muito feliz com isso”, destacou.

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Wilson Olímpio da Costa, o Japa, diretor de Harmonia da Coruja, além de citar os laboratórios, se permitiu pensar alto em relação ao desfile: “O que mais chamou minha atenção foi a alegria com que a comunidade cantou, esse samba se destacou no nosso processo interno juntamente com os outros dois sambas – todos foram muito bem. Acredito que, com esse samba, vamos fazer nossa comunidade cantar muito. Quem sabe não vamos brigar por uma posição boa nesse carnaval. Tenho certeza que a comunidade vai vir em peso e abraçar esse samba”, comemorou.

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Waleska Santos, porta-bandeira da instituição, aproveitou para exaltar quem teve a oportunidade de escolher a canção que será executada no Anhembi: “Aqui no Grajaú é difícil… esse pessoal canta demais! Eles abraçam muito cada samba. Eu brinco que, se o samba for o Parabéns da Xuxa, eles vão cantar. Em todos os nossos laboratórios eles cantavam muito. Foi um pedido da nossa direção. Nós temos três sambas campeões, então queremos que todos vibrem igual para os três sambas, até para que os compositores sentirem que há disputa. Fizemos questão de decorar os três sambas, de vibrar e cantar pelos três, para que todos sentissem que foi uma disputa igual. A parte difícil a gente deixa para o topo da pirâmide porque eles são mil vezes mais conceituados para fazer essas escolhas”, elogiou.

Boas obras

Outro ponto que chamou atenção e foi citado por Waleska passa pela qualidade dos sambas-enredo finalistas. Para alguns importantes nomes da instituição, as três obras tinham bons predicados. Carlos Pires, o Carlão, diretor de carnaval da Estrela do Terceiro Milênio, foi um deles: “Os três sambas eram muito bons e a gente veio trabalhando cada um deles. Tivemos uma percepção de que o samba escolhido vai ser o melhor a se encaixar em ser a sexta escola a desfilar em um sábado complicado, bastante competitivo. Os três sambas tinham condições, fomos para o debate na sala e, até pela resposta que o povo deu… percebemos que era o melhor caminho. Estamos felizes porque eram três grandes sambas”, comentou.

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Mestre Vitor Velloso, comandante da Pegada da Coruja, bateria da agremiação, foi na mesma linha: “A parte do ‘manifesto pé na porta’ foi o que mais me chamou atenção na obra campeã… outras partes de outros sambas também tinham muita qualidade, é importante dizer. Ele combina muito com o jeito que a Milênio quer vir ano que vem, com o pé na porta” disse, citando a canção que irá para o Anhembi em 2025.

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Já Murilo Lobo não escondeu um sentimento especial pela obra escolhida: “Foram três obras incríveis e foi muito legal, mas esse samba me pega de um jeito muito especial e acho que vai retratar muito linda e vai embalar o nosso desfile cheio de energia, força e impacto. É disso que a gente precisa”, comentou.

Um rápido spoiler

Em entrevista à reportagem, o carnavalesco aproveitou para contar brevemente como será a setorização e os assuntos abordados mais especificamente ao longo do desfile: “Se nós somos o país que mais mata LGBT, precisamos falar sério desse assunto. A gente vai ter uma entrada bem bacana, depois entramos na celebração e fechamos com um grande carnaval”, comentou.

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O profissional repercutiu um dado que teve forte repercussão internacional: o Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023, destacou que, a cada 34 horas, um integrante da comunidade LGBTQIA+ morre no Brasil – e, no ano, foram 256 vítimas de morte violenta.

Canto e dança

Intérprete da agremiação, Darlan destacou que, antes de mais nada, a obra deve passar pelo crivo do carnavalesco: “Agora, o Murilo vai adequar o samba: vai ser se está faltando algo ou se algo precisa ser adicionado. Não costuma existir um samba perfeito na eliminatória, por vezes ele quer colocar algo que surgiu no projeto. A melodia se preserva, nós vamos conversar com o Schumacker e com a ala musical para fazer os arranjos para trabalhar. Agora é ensaiar”, vociferou.

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Mantendo o mistério em relação à bateria, mestre Vitor Velloso já está com a cabeça pensando em muitas convenções: “Já tenho algumas coisas na cabeça, sim. Como não tínhamos o resultado ainda, vínhamos trabalhando com algumas possibilidades pensando nos três sambas. Começamos a pensar e criar algumas bossas, convenções e etc. Agora é começar os ensaios com o samba oficial, já que estávamos ensaiando sem a definição da canção. Agora é focar rumo ao carnaval 2025”, destacou.

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Quem também já está ensaiando é o casal de mestre-sala e porta-bandeira: “Nós já estamos pensando em muita coisa, com certeza! Como o nosso presidente diz, não tem segredo, tem trabalho. Já iniciamos nossos trabalhos há cerca de um mês, estamos fazendo todo o processo de limpeza, organização de agenda, movimentos… e, agora, é só encaixar no samba. Estamos muito felizes porque chegamos nesse estágio, estávamos muito ansiosos para isso. Agora, é criar nossa coreografia com leveza para ficar tudo certo”, finalizou Arthur Santos, revelação do carnaval 2024 no Destaques do Ano, votação popular do CARNAVALESCO.

Hora dos sambas

O primeiro samba-enredo a se apresentar foi o da parceria encabeçada por Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel. Com diversos itens vermelhos, os intérpretes Pixulé e Darlan Alves tiveram ótima recepção do público.

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Juntamente com Jorginho Soares, Grazzi Brasil interpretou o samba composto por ela e Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Salgado Luz, Fabian, Flecha, Daniel e Biel com uma torcida cheia de guardas-chuva coloridos tal qual o arco-íris – que combinam com o enredo da escola para 2025.

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Por fim, chegou a vez da parceria composta por Schumacker, Thiago Meiners, Claudio Mattos e Pitty de Menezes. O intérprete carioca esteve presente na quadra e agitou o público, relembrando que o primeiro título da carreira dele foi em 2022, ao empunhar o microfone com o enredo “Ô abre alas que elas vão passar”, levantando a taça do Grupo de Acesso I daquele ano. Cantando no meio da quadra, ele teve a companhia de Darlan Alves nos microfones.

Pitty, por sinal, recebeu uma homenagem da comissão de frente da instituição, que preparou uma encenação especial ao som de “O Aperreio do Cabra que o Excomungado Tratou com Má-querença e o Santíssimo não Deu Guarida”, samba campeão do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2023 que tinha o intérprete no comando do carro de som.

Próximos passos

Com o samba definido, a agremiação do extremo sul de São Paulo já se prepara para o carnaval 2025. E agosto é o mês em que tudo fica ainda mais sério no Grajaú, de acordo com Carlão: “A gente começa os ensaios na primeira semana de agosto. Nos próximos dias, fazemos o trabalho de maturação de todo o samba-enredo, com estúdio e tudo mais. Pretendemos começar os ensaios na primeira semana de agosto, se tudo correr bem será assim”, destacou.

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A informação foi confirmada por Japa: “A gente começa os ensaios gerais a partir da primeira semana de agosto e, a partir disso, começamos a fazer trabalhos individuais com as alas. Aqui, a gente costuma explicar para cada componente o que eles estão cantando, a importância deles dentro do nosso desfile. Fazemos até ensaios mais individualizados, explicando para eles tudo direitinho, todo o nosso processo de desfile. É por isso que eles vão com essa garra, cantando o samba. Tenho certeza que vai dar certo”, disse, trazendo mais informações sobre como é feito o trabalho de canto na instituição.

Vem aí ‘Trilogia Grande Rio’ com sambas em versões especiais pro YouTube

A Grande Rio está lançando mais uma novidade em seu canal oficial do YouTube! Vem aí a Trilogia Grande Rio, com sambas inesquecíveis com uma nova roupagem na voz de Evandro Malandro com a participação de Alceu Maia e Carlinhos Sete Cordas.

A estreia é nesta segunda-feira, com o lendário No Mundo da Lua (1993). Na próxima segunda teremos “Ô Zeca, o Pagode Onde É Que É? Andei Descalço, Carroça e Trem, Procurando por Xerém, pra Te Ver, pra Beber e Batucar!” (2023) e “Tata Londirá – O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias” (2020).

‘Terão setores que comprando os três dias você vai pagar menos do que dois dias do ano passado’, garante Gabriel David

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) anuncia ainda esse mês os valores dos ingressos e o início da venda dos bilhetes para os desfiles do Grupo Especial do Rio no Carnaval 2025. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Gabriel David garantiu que os valores vão ser menores do que os praticados até esse ano. Segundo ele, ao comprar para os três dias de desfiles (domingo, segunda e terça) o valor será menor do que quando comprado para domingo e segunda até 2024. Por decisão unânime de todos os 12 presidentes das agremiações o carnaval do ano que vem terá três dias de apresentações com quatro escolas por dia.

“Terão setores de arquibancada que comprando os três dias do ano que vem você vai pagar menos dinheiro do que comprando dois dias do ano passado. Vamos tornar os precos mais acessíveis para o povo nas arquibancadas. Também vamos proporcionar que mais pessoas estejam no Sambódromo em dias diferentes”, assegurou Gabriel David.

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Fotos: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Desde os desfiles deste ano a Liesa trabalha com a comercialização dos ingressos pela plataforma Ticketmaster. Para o presidente da Liesa, agora é possível entender em cima de dados qual é o perfil do público presente na Marquês de Sapucaí, além de dar embasamento para decisões da Liga.

“A gente tem todos os dados de venda pela primeira vez do carnaval. Com os três dias de desfiles, tenho certeza que a gente aumenta a repercussão do carnaval, aumenta a entrega, não só para sambistas, mas para a cidade, para o Estado como um todo, inclusive para pessoas que criticam o carnaval em vários momentos, ou que não gostam de alguma forma. Essas pessoas também serão beneficiadas por esse impacto, esse aumento turístico e de movimentação financeira na cidade do Rio, entre inúmeros outros fatores. Escutamos muita gente que trabalha com o carnaval há muitos e muitos anos. As tomadas de decisões regulamentares, que são as mais polêmicas, são todas tomadas por 12 presidentes que estão vivendo o carnaval há muito tempo, que discutem com seus artistas, suas comunidades. Não é uma tomada de decisão de uma ou duas pessoas, nem só dos 12 presidentes, eu tenho certeza que todo mundo quando chega numa plenária para tomar uma decisão, chega com muito embasamento ali por trás. E eu tenho certeza que a gente está tomando decisões em prol dos sambistas, em prol de quem faz o carnaval. Estou muito convicto de que a gente tem uma equipe maior do que a Liga já teve, a Liga cresceu muito nesse primeiro período, de funcionários, de número de colaboradores diretos. É muita gente capacitada que ama o carnaval, que vive o carnaval há muito tempo, não só tomando decisões, mas trabalhando em prol do espetáculo”, afirmou.

O estudo “Carnaval de dados”, feito por Rafaela Bastos (presidente da Fundação João Goulart e diretora de marketing da Liesa), e Marcelo Balassiano (subsecretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação do Rio), revela que o aumento para três dias de desfiles do Grupo Especial em 2025 trará um impacto adcional de R$ 17,4 milhões na economia carioca. Haverá também mais 16 mil trabalhadores ativos do setor privado trabalho em um dia a mais de desfiles no Sambódromo.

Dados do público em 2024

Gabriel David revelou também que um dos dados das vendas de 2024 explica que o percentual de compra dos ingressos para os dois dias dos desfiles na Sapucaí foi abaixo de 20%.

“Algumas discussões que surgiram na internet que elas são interessantes, porque a gente tem hoje fatos para comprovar que algumas coisas que estão sendo ditas ali não são verdades, com base em números do último carnaval. E uma delas é a quantidade de pessoas que compram ingresso para os dois dias, que é um percentual abaixo de 20%. É um dado muito significativo, é um dado muito significativo, oferecido diretamente pela Ticketmaster, que é uma plataforma global, que tem toda a sua credibilidade nos seus números. A gente divulgou um número que a Ticketmaster deu para a gente até agora, que foi a venda direta para 159 países. Temos mais de 50 páginas de relatório, de dados, dos mais diversos. Outro assunto polêmico é sobre como os camarotes trabalham, e como precisa ser o maior controle da Liga, inclusive, sobre as vendas dos ingressos dos camarotes. É uma forma da gente entender para onde os ingressos estão indo, como eles estão indo, quem está no Sambódromo, por que está no Sambódromo, o que está fazendo no Sambódromo. E são dados que, infelizmente, a Liga não tinha para o passado. Quantos mais carnavais vierem, a gente vai ter mais dados para analisar e tomar cada vez decisões melhores”.

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Ao site CARNAVALESCO, o presidente da Liesa manifestou o interesse de cada escola de samba fazer dois ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí na preparação para os desfiles de 2025.

“Tem o sonho de fazer dois ensaios técnicos, já conversei sobre isso com o nosso prefeito e com o novo presidente da RioTour. Tem uma série de desafios para gente poder anunciar isso, ainda não é uma afirmativa, mas é um desejo”.

Mais trechos da entrevista com o presidente da Liesa

Abertura para o público estar no sorteio da ordem dos desfiles
“Fiquei muito feliz. Primeiro que a gente conseguiu, de fato, abrir o evento. Já era um desejo antigo de ter todo o povo com a gente. Poder realizar isso logo no primeiro evento da nossa gestão na Liesa é um motivo de orgulho.Acho que isso é muito importante para o carnaval. Espero que todo mundo tenha gostado desse novo formato do sorteio”.

Horário de início dos desfiles e a grade da Globo com Big Brother
“Começa às 22h. E aí é um desafio do Amaury Soares, chefe de programação da TV Globo, para entender como é que ele vai fazer com o Big Brother e a transmissão do carnaval”.

Críticas nas redes sociais
“A internet consome muito a gente e não dá pra ficar ali o tempo inteiro respondendo. Mas eu sempre gostei, eu amo essa troca, sabe? Eu não tenho nenhum problema com receber críticas, muito pelo contrário. É um lugar até de conforto pra mim, dentro da minha vida. De muitas coisas que eu já fiz, não só no carnaval, mas fora do carnaval também. Me preparei para tomar grandes decisões, para estar à frente de um momento como esse. De poder dar voz para os presidentes, que eles tenham de fato um protagonismo cada vez maior na nossa festa, na tomada de decisão da nossa festa. No dia da minha posse, eu falei que qualquer presidente de escola de samba quisesse trazer ideias, eu levo para plenária. Eu acho que com boa ética, com boa índole, boas pessoas e bons processos, a gente vai alcançar grandes resultados”.

Ingresso setor turístico

Na semana passada foi anunciado pela Riotur, em publicação no Diário Oficial, os valores dos ingressos para o setor 9 de arquibancada e frisas da Sapucaí, que são destinados para turistas. É uma parceria da Liesa com a Abav. O valor será de R% 600 nas arquibancadas para cada dia e a frisa (seis lugares) custam R$ 6.100. As condições para comercialização dos ingressos serão estabelecidas entre a Riotur e a Liesa.

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Ouça o samba-enredo da Estrela do Terceiro Milênio para o Carnaval 2025

Compositores: Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel
Intérpretes: Pixulé e Mayara Costa

PECADO É A SUA HIPOCRISIA
QUE EM NOME DE DEUS, ME SILENCIA
SE O ÓDIO CONDENA QUEM SOU
PUNHAL DO PUDOR SANGRA A POESIA
VEJA… A MALDADE DESSA GENTE
PERSEGUINDO O DIFERENTE
DESDE OS TEMPOS DE CABRAL
EU RESPEITO A SUA CRENÇA
MAS NÃO CHAME DE DOENÇA
SENTIMENTO NATURAL
NÃO HÁ MAL QUE SEJA ETERNO
QUE VÁ PRO INFERNO A SUA MORAL

ABRI MINHAS ASAS, MOSTREI MEU VALOR
ERGUENDO A BANDEIRA DO AMOR
A PAZ GANHA VOZ, ORGULHO AS RUAS
DEPOIS DO ARCO-ÍRIS, O BRILHO DA LUA

A LUZ DA ANCESTRALIDADE É A CORAGEM
QUE ENSINA A VIVER MINHA VERDADE
QUERO UM COLO PRA ME ACOLHER
NUM BANHO DE AXÉ, O MEU CAMINHO BENZER
RESISTO… PARA EXISTIR
EU SOU A ARTE QUE INSPIRA A VIDA
PRA VER ESSA AVENIDA COLORIDA
RESPEITE O QUE É DE DIREITO
SAIA DA FRENTE COM SEU PRECONCEITO
NA LIBERDADE DE UM NOVO AMANHECER
PRA SEMPRE FLORESCER

BRILHA MINHA ESTRELA, FAZ VALER A PENA
NASCI PRA VENCER CADA ALMA PEQUENA
VAI À LUTA, GRAJAÚ! MANIFESTO, PÉ NA PORTA
TODA FORMA DE AMAR IMPORTA