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Tucuruvi festeja retorno do manto Tupinambá ao Brasil

A Acadêmicos do Tucuruvi celebrou o retorno do manto Tupinambá do século 17 ao Brasil. Ele estava na Dinamarca e foi devolvido. O manto é uma vestimenta de 1,80 metro de altura, confeccionada com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural e foi levado ao Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet) há mais de três séculosanos, em 1689. Além do valor histórico para o Brasil, o retorno do manto traz o resgate de uma memória transcendental para o povo tupinambá, já que eles consideram o manto um material vivo, capaz de conectá-los diretamente com os ancestrais e as práticas culturais do passado.

“Estamos extremamente felizes com a notícia de que após mais de 300 anos, o manto Tupinambá do século 17, o qual estava na Dinamarca, está retornando ao Brasil, isso só prova que estamos no caminho certo. Temos um grande enredo e isso gerou grandes sambas para a disputa. Agora estamos ansiosos para ver a apresentação das obras na quadra e sentir a energia de cada um. Certamente teremos um grande hino, assim como foi neste carnaval”, revelou Rodrigo Delduque, vice-presidente.

A agremiação da Cantareira integra o Grupo Especial do carnaval de São Paulo será a 5ª escola a desfilar em 2025, no sábado, dia 1º de março, sendo a segunda noite de desfiles.

Luis Carlos Magalhães: ‘A grande e retumbante revelação de Cabral’

Luis Carlos Magalhães (artigo publicado em O DIA na Folia)

O local não poderia ser melhor. Jornalista consagrado, militante político, Sergio Cabral fez do auditório da ABI uma ambientação, um clima de tal forma acolhedor, impondo de tal forma seu imenso carisma que nos sentimos todos em um imenso botequim suburbano.
Mangueirense dos mais festejados, amicíssimo de Cartola, Nelson cavaquinho, Nelson Sargento, Dona Zica, Dona Neuma, Cabral “acarinhava” a todos ali como se estivesse no quintal da casa onde viveu sua infância em Cavalcanti.

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Foto: Reprodução de TV

A definição exata de Mario Lago deu o clima da noite de lançamento do DVD biográfico do Cabral. Disse Mario Lago: – “Sérgio Cabral é o Rio de Janeiro andando”.

O diretor Dermeval Neto teve o exato mérito de ter dado ao filme clima muito semelhante, claro que com o auxílio luxuosíssimo da narração/interpretação de Haroldo Costa.

Logo no início, ao se auto-definir, Cabral lembra o personagem Gonzaga de Sá, de Lima Barreto que ao contemplar sua cidade registra: “eu moro no Rio de Janeiro, e o Rio de Janeiro mora em mim”. “Eu também sou assim”, disse Sérgio.

E vai sua história desfilando; o início de sua carreira, a ida para o JB, sua carreira de produtor musical, seu “momento” no Pasquim, e sua não menos marcante presença literária como biógrafo de importantíssimas figuras de nossa cultura popular e por seu fundamental livro “As Escolas de Samba do Rio de Janeiro”, produto de escritos, estudos e pesquisas realizados ao longo de 30 anos no JB.

Tudo com muito Vasco e muito Roberto Dinamite, com gol-de-balãozinho-no-Osmar e tudo. Para nossa alegria, ao se referir a mega e inesperada explosão de ‘Sassaricando’, Cabral já cuidou de anunciar espetáculo semelhante, já no forno, desta vez só com sambas carnavalescos. Nada de samba-enredo ou samba de meio de ano: só sambas que rivalizavam com as marchinhas para o carioca brincar o carnaval.

O melhor momento da fita é a narrativa do momento certamente mais rico de sua vida, quando da inauguração do Zicartola na Rua da Carioca onde, segundo ele, se inaugurou a primeira casa de samba do Brasil. Sérgio foi rei ali, super querido pelos sambistas e super importante para os sambistas.

Não há uma só foto do Cabral no Zicartola em que não se veja um ser humano na sua plenitude, literalmente “um pinto no lixo”. O filme mostra bem isso.

Figura tão querida quanto conhecida, emérito contador de histórias, Sergio deu a seu diretor Dermeval Neto todos os ingredientes para fazer do filme uma perfeita “caixa de goiabada cascão”, para usar mais uma espirituosa frase de Nei Lopes, justamente dedicada a ele, Sérgio Cabral.

Única restrição foi a ausência, a ausência ou a perda da oportunidade de deixar mais uma vez registrado o que considero ser o mais importante registro jornalístico da histórico da cultura popular brasileira. Refiro-me àquela memorável entrevista do Cabral com Donga e Ismael Silva mostrando a clara diferença entre o samba da Praça XI e o samba do Estácio.
E tudo transcorreria sem surpresas não fosse a entrada em cena do chargista-carnavalesco-portelense Lan.

Lá pelas tantas, eis que Lan “sapeca” a informação que fez ecoar certo zum-zum-zum na assistência. Lan afirmou com toda certeza, toda convicção, dando seu testemunho pessoal que Sérgio não só foi pela primeira vez à Portela com ele, como também, e muito mais que isto, Sergio continuou Portelense.

Bem, eu, de minha parte, sempre desconfiei disto. Havia no ar uma história de que ele “teria sido” Portelense um dia e que depois caíra de amores pela Mangueira. Mas a verdade é que a partir dali foi criado certo clima de dúvida na platéia.

Então pensei comigo. Esta é uma informação tão relevante que certamente o filme não deixará a dúvida em branco.

Lembro uma vez que ao fazer uma pesquisa, uma busca, sobre uma entrevista marcante do Candeia para o Pasquim, mirei no que vi e acertei no que não vi.Acabei encontrando um outro exemplar do jornal onde Sergio entrevistava Clementina de Jesus, sabida e festejadamente Mangueirense.

Para minha surpresa…assim “na lata”, tranqüila e serenamente a nossa rainha maior se declara Portelense, ela à época moradora em Oswaldo Cruz. ‘Tá lá escrito, se alguém aí desse lado quiser é só olhar na coleção da Biblioteca Nacional.

Ao prosseguir a entrevista Clementina esclarece que sua fortíssima relação com a Mangueira se deve ao fato de ter se casado com Albino Pé Grande, seu companheiro de toda vida, esse sim Mangueirense purinho. Falei isso p’ro Cabral um dia e ele ficou meio incrédulo, não sei se por não lembrar ou por não acreditar. Mas agora era diferente. Como disse lá em cima, eu não conseguia compreender como uma pessoa como ele, morando por ali, freqüentando a escola, vivendo aquele grande momento azul e branco, convivendo com aquela turma toda de Madureira, poderia não se ter deixado seduzir “por uma escola tão fantasticamente sedutora”.

O filme entra em sua fase final e a cena se dá na quadra da Mangueira com Sérgio, na presença de Rildo Hora, Ataufo Júnior e Nelson Sargento. Todos conversam animadamente antes de começarem a cantar “Os Meninos da Mangueira,” samba que é seu orgulho, parceria com Rildo, e que recebeu tão bonito tratamento sinfônico do maestro Marcelo Versoni entre outros sambas da escola.

E forma-se assim o “clima”, a ótima oportunidade para Cabral aproveitar o tema Mangueirense, a presença na quadra para definitivamente esclarecer a dúvida deixada pelo depoimento de Lan. Afinal, pensei, como pode um ser como ele conviver tão intensamente com Cartola, Carlos Cachaça, Zica, Neuma, e não se deixar seduzir “por uma escola tão fantasticamente sedutora”.

E foi o que Cabral fez. Em meio ao tralalá, ao trelelé, Cabral desfere:

“ESTE PORTELENSE QUE ESTÁ AQUI TEM UM GRANDE AMOR PELA MANGUEIRA”. Vou repetir: Sérgio Cabral disse no filme a seguinte frase: “ESTE PORTELENSE QUE ESTÁ AQUI TEM UM GRANDE AMOR PELA MANGUEIRA”.

E a fita acabou. Entre canapés, cervejas e refrigerantes comentei tal fato com vários convidados. Hermínio já sabia. Confeti também, assim como João Batista Vargens e Haroldo Costa.

O resto… bem… o resto teve que dormir com esta.
Portanto, rapaziada Portelense: …é nós…
Modéstia à parte, claro…

Liesa define localização das cabines de julgamento para 2025

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro definiu, em reunião plenária realizada nesta segunda-feira, na Cidade do Samba, a localização das cabines de julgamento para o Rio Carnaval 2025. A novidade ficou por conta do terceiro módulo, que agora ficará no setor 9.

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Foto: Léo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

Ao contrário dos últimos desfiles, não haverá mais cabine dupla. O módulo 1 seguirá no setor 3, com o módulo 2 no setor 6 e, o quarto, no setor 10.

Simpósio para debater o julgamento

Outra novidade será a criação de um simpósio, que acontecerá no mês de setembro, e reunirá integrantes das escolas de samba e os jurados do Carnaval 2024.

“A cada encontro, vamos ouvir os jurados e os responsáveis das escolas de samba por cada quesito para fazer reflexões e trazer ideias que possam ser implementadas no manual do julgador e, consequentemente, no julgamento”, ressaltou o coordenador de jurados da Liesa, Thiago Farias.

Pé na porta! Parceria dos irmãos Minuetto vence samba na Estrela do Terceiro Milênio e diz: ‘Enredo nos inspirou demais’

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

O Grajaú, mais uma vez, prestigiou em peso a final de samba-enredo da Estrela do Terceiro Milênio, escola do bairro mais populoso de São Paulo. No último, a agremiação escolheu a canção que embalará o desfile do enredo “Muito Além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do Caminho Que Nós Vamos Passar Com o Amor”, idealizado pelo carnavalesco Murilo Lobo. A obra vencedora foi composta por Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel. * OUÇA AQUI O SAMBA

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Antes do evento começar de fato, já era possível notar que o domingo seria especial. Em uma área já dentro da quadra, mas fora do espaço principal, alguns ritmistas ensaiavam; já no calçadão em frente, diversos componentes da agremiação fizeram uma roda de samba – que, pouco depois, foi para dentro do terreiro da agremiação.

Já com ótima presença de público, o evento teve algumas novidades para torcedores e comunidade. A primeira delas foi a apresentação do novo casal mirim da agremiação, Guilherme Atuy e Júlia Carvalho. Depois, os campeões da Copa Buh (maior competição de futebol de base com opção de não-federados atuarem do Brasil) Sub-17 pelo Esporte Clube Terceiro Milênio, clube ligado à escola de samba, foram saudados, aos gritos de “É Campeão”. No momento em que eles estavam em campo, Silvão Leite destacou que o plano para a faceta esportiva da agremiação é pleitear a filiação à Federação Paulista de Futebol para que eles possam atuar em categorias de base federadas.

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Novo casal mirim da agremiação, Guilherme Atuy e Júlia Carvalho

Também houve espaço para o anúncio de uma contratação para o carro de som da escola: Luis Fernando Gomes, o Luisão, chega para compor a ala musical da instituição. Por fim, o grupo As Cheers, de cheerleaders masculinos, fez uma apresentação.

Na boca do povo

Durante todo o processo para a escolha do samba-enredo, foram feitos alguns eventos para que a comunidade pudesse entrar em contato com as obras – chamados de laboratórios. Tais ocasiões foram muito lembradas pelos compositores vencedores, como contou Vitor Gabriel: “É a minha primeira vez na escola. Os gêmeos já concorrem aqui há uns três anos, mas a nossa parceria completa é o primeiro ano e isso foi muito especial. Aproveito para agradecer a diretoria, que prestou um suporte e uma imparcialidade durante todo o concurso, muito bacana. Para mim foi muito prazeroso fazer samba na Milênio esse ano. A comunidade abraçou, a gente trouxe só nossos familiares, que já são vários. Só de familiares deveria ter umas 15 pessoas, mas o legal é que a comunidade abraçou. Isso é o mais gratificante”, comentou.

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Compositor Vitor Gabriel

Gui Cruz seguiu a mesma linha:”É muito importante isso, porque acho que com o tempo a gente aprendeu e a Terceiro Milênio, principalmente, a disputa, é um concurso muito saudável. Em todo momento a diretoria foi transparente com as parcerias. Eles chamaram a gente pra participar dos laboratórios que a escola fez. O Darlan cantou todos os sambas, a comunidade cantou todos os sambas. Eu não sei, é muito difícil a gente ver em eliminatória de escola de samba, a comunidade ficar presente nos três sambas. A comunidade ficou presente nas três parcerias e defendeu os três sambas de forma igualitária. Então, é muito importante exaltar isso. Porque a Terceiro Milênio deu uma aula, principalmente nesses novos momentos que se procuram versões, de formas, da melhor forma de escuta e tudo mais. Foi muito importante para gente, muito legal. É a primeira vez que a gente fez samba na Terceiro Milênio e eu gostaria de agradecer à Grazzi e ao Schumacher, que nos receberam de braços abertos”, destacou.

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Vitor também relembrou que a instituição foi recepcionada na Parada SP, o maior evento dedicado à comunidade LGBTQIA+ do planeta: “Não foi difícil fazer o samba, porque é uma coisa que a gente vivencia no nosso dia a dia. O Gui Cruz estava falando agora há pouco que o primeiro ano que a gente foi na Parada. A gente foi sentir ali, todo esse sentido mesmo. Em dois encontros a gente matou o samba. Primeiro, por uma boa construção de enredo do Murilo, e segundo pela inspiração. Foi um enredo que nos inspirou demais, foi muito rápido, foi fácil e foi gostoso de fazer samba”, relembrou.

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Laboratórios

Os laboratórios do concurso de sambas-enredo, por sinal, foram citados por outros segmentos da agremiação. Um deles foi Darlan Alves, um dos intérpretes da agremiação – juntamente com Grazzi Brasil: “Esse samba tem um conjunto que se complementa muito bem. Tem uma melodia muito forte; a letra é, de fato, um manifesto – como diz o refrão, ele mete o pé na porta. O samba tem muita força, os refrões são muito fortes. O enredo também traz essa história de luta, da comunidade LGBTQIA+. Eram três grandes sambas, os da Grazzi Brasil e do Schumacker também eram maravilhosos. Para eles, na sala da presidência, não deve ter sido fácil. A comunidade ficou muito feliz e isso é importante. Fizemos um trabalho na comunidade, ao longo dos finais de semana, cantando os sambas com os torcedores, para sentir. A escola sabia cantar todos os sambas, não tinham torcidas de fora. Foi algo só da comunidade. Fiquei muito feliz e acho que a escola também ficou muito feliz com isso”, destacou.

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Wilson Olímpio da Costa, o Japa, diretor de Harmonia da Coruja, além de citar os laboratórios, se permitiu pensar alto em relação ao desfile: “O que mais chamou minha atenção foi a alegria com que a comunidade cantou, esse samba se destacou no nosso processo interno juntamente com os outros dois sambas – todos foram muito bem. Acredito que, com esse samba, vamos fazer nossa comunidade cantar muito. Quem sabe não vamos brigar por uma posição boa nesse carnaval. Tenho certeza que a comunidade vai vir em peso e abraçar esse samba”, comemorou.

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Waleska Santos, porta-bandeira da instituição, aproveitou para exaltar quem teve a oportunidade de escolher a canção que será executada no Anhembi: “Aqui no Grajaú é difícil… esse pessoal canta demais! Eles abraçam muito cada samba. Eu brinco que, se o samba for o Parabéns da Xuxa, eles vão cantar. Em todos os nossos laboratórios eles cantavam muito. Foi um pedido da nossa direção. Nós temos três sambas campeões, então queremos que todos vibrem igual para os três sambas, até para que os compositores sentirem que há disputa. Fizemos questão de decorar os três sambas, de vibrar e cantar pelos três, para que todos sentissem que foi uma disputa igual. A parte difícil a gente deixa para o topo da pirâmide porque eles são mil vezes mais conceituados para fazer essas escolhas”, elogiou.

Boas obras

Outro ponto que chamou atenção e foi citado por Waleska passa pela qualidade dos sambas-enredo finalistas. Para alguns importantes nomes da instituição, as três obras tinham bons predicados. Carlos Pires, o Carlão, diretor de carnaval da Estrela do Terceiro Milênio, foi um deles: “Os três sambas eram muito bons e a gente veio trabalhando cada um deles. Tivemos uma percepção de que o samba escolhido vai ser o melhor a se encaixar em ser a sexta escola a desfilar em um sábado complicado, bastante competitivo. Os três sambas tinham condições, fomos para o debate na sala e, até pela resposta que o povo deu… percebemos que era o melhor caminho. Estamos felizes porque eram três grandes sambas”, comentou.

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Mestre Vitor Velloso, comandante da Pegada da Coruja, bateria da agremiação, foi na mesma linha: “A parte do ‘manifesto pé na porta’ foi o que mais me chamou atenção na obra campeã… outras partes de outros sambas também tinham muita qualidade, é importante dizer. Ele combina muito com o jeito que a Milênio quer vir ano que vem, com o pé na porta” disse, citando a canção que irá para o Anhembi em 2025.

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Já Murilo Lobo não escondeu um sentimento especial pela obra escolhida: “Foram três obras incríveis e foi muito legal, mas esse samba me pega de um jeito muito especial e acho que vai retratar muito linda e vai embalar o nosso desfile cheio de energia, força e impacto. É disso que a gente precisa”, comentou.

Um rápido spoiler

Em entrevista à reportagem, o carnavalesco aproveitou para contar brevemente como será a setorização e os assuntos abordados mais especificamente ao longo do desfile: “Se nós somos o país que mais mata LGBT, precisamos falar sério desse assunto. A gente vai ter uma entrada bem bacana, depois entramos na celebração e fechamos com um grande carnaval”, comentou.

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O profissional repercutiu um dado que teve forte repercussão internacional: o Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023, destacou que, a cada 34 horas, um integrante da comunidade LGBTQIA+ morre no Brasil – e, no ano, foram 256 vítimas de morte violenta.

Canto e dança

Intérprete da agremiação, Darlan destacou que, antes de mais nada, a obra deve passar pelo crivo do carnavalesco: “Agora, o Murilo vai adequar o samba: vai ser se está faltando algo ou se algo precisa ser adicionado. Não costuma existir um samba perfeito na eliminatória, por vezes ele quer colocar algo que surgiu no projeto. A melodia se preserva, nós vamos conversar com o Schumacker e com a ala musical para fazer os arranjos para trabalhar. Agora é ensaiar”, vociferou.

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Mantendo o mistério em relação à bateria, mestre Vitor Velloso já está com a cabeça pensando em muitas convenções: “Já tenho algumas coisas na cabeça, sim. Como não tínhamos o resultado ainda, vínhamos trabalhando com algumas possibilidades pensando nos três sambas. Começamos a pensar e criar algumas bossas, convenções e etc. Agora é começar os ensaios com o samba oficial, já que estávamos ensaiando sem a definição da canção. Agora é focar rumo ao carnaval 2025”, destacou.

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Quem também já está ensaiando é o casal de mestre-sala e porta-bandeira: “Nós já estamos pensando em muita coisa, com certeza! Como o nosso presidente diz, não tem segredo, tem trabalho. Já iniciamos nossos trabalhos há cerca de um mês, estamos fazendo todo o processo de limpeza, organização de agenda, movimentos… e, agora, é só encaixar no samba. Estamos muito felizes porque chegamos nesse estágio, estávamos muito ansiosos para isso. Agora, é criar nossa coreografia com leveza para ficar tudo certo”, finalizou Arthur Santos, revelação do carnaval 2024 no Destaques do Ano, votação popular do CARNAVALESCO.

Hora dos sambas

O primeiro samba-enredo a se apresentar foi o da parceria encabeçada por Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel. Com diversos itens vermelhos, os intérpretes Pixulé e Darlan Alves tiveram ótima recepção do público.

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Juntamente com Jorginho Soares, Grazzi Brasil interpretou o samba composto por ela e Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Salgado Luz, Fabian, Flecha, Daniel e Biel com uma torcida cheia de guardas-chuva coloridos tal qual o arco-íris – que combinam com o enredo da escola para 2025.

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Por fim, chegou a vez da parceria composta por Schumacker, Thiago Meiners, Claudio Mattos e Pitty de Menezes. O intérprete carioca esteve presente na quadra e agitou o público, relembrando que o primeiro título da carreira dele foi em 2022, ao empunhar o microfone com o enredo “Ô abre alas que elas vão passar”, levantando a taça do Grupo de Acesso I daquele ano. Cantando no meio da quadra, ele teve a companhia de Darlan Alves nos microfones.

Pitty, por sinal, recebeu uma homenagem da comissão de frente da instituição, que preparou uma encenação especial ao som de “O Aperreio do Cabra que o Excomungado Tratou com Má-querença e o Santíssimo não Deu Guarida”, samba campeão do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2023 que tinha o intérprete no comando do carro de som.

Próximos passos

Com o samba definido, a agremiação do extremo sul de São Paulo já se prepara para o carnaval 2025. E agosto é o mês em que tudo fica ainda mais sério no Grajaú, de acordo com Carlão: “A gente começa os ensaios na primeira semana de agosto. Nos próximos dias, fazemos o trabalho de maturação de todo o samba-enredo, com estúdio e tudo mais. Pretendemos começar os ensaios na primeira semana de agosto, se tudo correr bem será assim”, destacou.

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A informação foi confirmada por Japa: “A gente começa os ensaios gerais a partir da primeira semana de agosto e, a partir disso, começamos a fazer trabalhos individuais com as alas. Aqui, a gente costuma explicar para cada componente o que eles estão cantando, a importância deles dentro do nosso desfile. Fazemos até ensaios mais individualizados, explicando para eles tudo direitinho, todo o nosso processo de desfile. É por isso que eles vão com essa garra, cantando o samba. Tenho certeza que vai dar certo”, disse, trazendo mais informações sobre como é feito o trabalho de canto na instituição.

Vem aí ‘Trilogia Grande Rio’ com sambas em versões especiais pro YouTube

A Grande Rio está lançando mais uma novidade em seu canal oficial do YouTube! Vem aí a Trilogia Grande Rio, com sambas inesquecíveis com uma nova roupagem na voz de Evandro Malandro com a participação de Alceu Maia e Carlinhos Sete Cordas.

A estreia é nesta segunda-feira, com o lendário No Mundo da Lua (1993). Na próxima segunda teremos “Ô Zeca, o Pagode Onde É Que É? Andei Descalço, Carroça e Trem, Procurando por Xerém, pra Te Ver, pra Beber e Batucar!” (2023) e “Tata Londirá – O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias” (2020).

‘Terão setores que comprando os três dias você vai pagar menos do que dois dias do ano passado’, garante Gabriel David

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) anuncia ainda esse mês os valores dos ingressos e o início da venda dos bilhetes para os desfiles do Grupo Especial do Rio no Carnaval 2025. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Gabriel David garantiu que os valores vão ser menores do que os praticados até esse ano. Segundo ele, ao comprar para os três dias de desfiles (domingo, segunda e terça) o valor será menor do que quando comprado para domingo e segunda até 2024. Por decisão unânime de todos os 12 presidentes das agremiações o carnaval do ano que vem terá três dias de apresentações com quatro escolas por dia.

“Terão setores de arquibancada que comprando os três dias do ano que vem você vai pagar menos dinheiro do que comprando dois dias do ano passado. Vamos tornar os precos mais acessíveis para o povo nas arquibancadas. Também vamos proporcionar que mais pessoas estejam no Sambódromo em dias diferentes”, assegurou Gabriel David.

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Fotos: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Desde os desfiles deste ano a Liesa trabalha com a comercialização dos ingressos pela plataforma Ticketmaster. Para o presidente da Liesa, agora é possível entender em cima de dados qual é o perfil do público presente na Marquês de Sapucaí, além de dar embasamento para decisões da Liga.

“A gente tem todos os dados de venda pela primeira vez do carnaval. Com os três dias de desfiles, tenho certeza que a gente aumenta a repercussão do carnaval, aumenta a entrega, não só para sambistas, mas para a cidade, para o Estado como um todo, inclusive para pessoas que criticam o carnaval em vários momentos, ou que não gostam de alguma forma. Essas pessoas também serão beneficiadas por esse impacto, esse aumento turístico e de movimentação financeira na cidade do Rio, entre inúmeros outros fatores. Escutamos muita gente que trabalha com o carnaval há muitos e muitos anos. As tomadas de decisões regulamentares, que são as mais polêmicas, são todas tomadas por 12 presidentes que estão vivendo o carnaval há muito tempo, que discutem com seus artistas, suas comunidades. Não é uma tomada de decisão de uma ou duas pessoas, nem só dos 12 presidentes, eu tenho certeza que todo mundo quando chega numa plenária para tomar uma decisão, chega com muito embasamento ali por trás. E eu tenho certeza que a gente está tomando decisões em prol dos sambistas, em prol de quem faz o carnaval. Estou muito convicto de que a gente tem uma equipe maior do que a Liga já teve, a Liga cresceu muito nesse primeiro período, de funcionários, de número de colaboradores diretos. É muita gente capacitada que ama o carnaval, que vive o carnaval há muito tempo, não só tomando decisões, mas trabalhando em prol do espetáculo”, afirmou.

O estudo “Carnaval de dados”, feito por Rafaela Bastos (presidente da Fundação João Goulart e diretora de marketing da Liesa), e Marcelo Balassiano (subsecretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação do Rio), revela que o aumento para três dias de desfiles do Grupo Especial em 2025 trará um impacto adcional de R$ 17,4 milhões na economia carioca. Haverá também mais 16 mil trabalhadores ativos do setor privado trabalho em um dia a mais de desfiles no Sambódromo.

Dados do público em 2024

Gabriel David revelou também que um dos dados das vendas de 2024 explica que o percentual de compra dos ingressos para os dois dias dos desfiles na Sapucaí foi abaixo de 20%.

“Algumas discussões que surgiram na internet que elas são interessantes, porque a gente tem hoje fatos para comprovar que algumas coisas que estão sendo ditas ali não são verdades, com base em números do último carnaval. E uma delas é a quantidade de pessoas que compram ingresso para os dois dias, que é um percentual abaixo de 20%. É um dado muito significativo, é um dado muito significativo, oferecido diretamente pela Ticketmaster, que é uma plataforma global, que tem toda a sua credibilidade nos seus números. A gente divulgou um número que a Ticketmaster deu para a gente até agora, que foi a venda direta para 159 países. Temos mais de 50 páginas de relatório, de dados, dos mais diversos. Outro assunto polêmico é sobre como os camarotes trabalham, e como precisa ser o maior controle da Liga, inclusive, sobre as vendas dos ingressos dos camarotes. É uma forma da gente entender para onde os ingressos estão indo, como eles estão indo, quem está no Sambódromo, por que está no Sambódromo, o que está fazendo no Sambódromo. E são dados que, infelizmente, a Liga não tinha para o passado. Quantos mais carnavais vierem, a gente vai ter mais dados para analisar e tomar cada vez decisões melhores”.

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Ao site CARNAVALESCO, o presidente da Liesa manifestou o interesse de cada escola de samba fazer dois ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí na preparação para os desfiles de 2025.

“Tem o sonho de fazer dois ensaios técnicos, já conversei sobre isso com o nosso prefeito e com o novo presidente da RioTour. Tem uma série de desafios para gente poder anunciar isso, ainda não é uma afirmativa, mas é um desejo”.

Mais trechos da entrevista com o presidente da Liesa

Abertura para o público estar no sorteio da ordem dos desfiles
“Fiquei muito feliz. Primeiro que a gente conseguiu, de fato, abrir o evento. Já era um desejo antigo de ter todo o povo com a gente. Poder realizar isso logo no primeiro evento da nossa gestão na Liesa é um motivo de orgulho.Acho que isso é muito importante para o carnaval. Espero que todo mundo tenha gostado desse novo formato do sorteio”.

Horário de início dos desfiles e a grade da Globo com Big Brother
“Começa às 22h. E aí é um desafio do Amaury Soares, chefe de programação da TV Globo, para entender como é que ele vai fazer com o Big Brother e a transmissão do carnaval”.

Críticas nas redes sociais
“A internet consome muito a gente e não dá pra ficar ali o tempo inteiro respondendo. Mas eu sempre gostei, eu amo essa troca, sabe? Eu não tenho nenhum problema com receber críticas, muito pelo contrário. É um lugar até de conforto pra mim, dentro da minha vida. De muitas coisas que eu já fiz, não só no carnaval, mas fora do carnaval também. Me preparei para tomar grandes decisões, para estar à frente de um momento como esse. De poder dar voz para os presidentes, que eles tenham de fato um protagonismo cada vez maior na nossa festa, na tomada de decisão da nossa festa. No dia da minha posse, eu falei que qualquer presidente de escola de samba quisesse trazer ideias, eu levo para plenária. Eu acho que com boa ética, com boa índole, boas pessoas e bons processos, a gente vai alcançar grandes resultados”.

Ingresso setor turístico

Na semana passada foi anunciado pela Riotur, em publicação no Diário Oficial, os valores dos ingressos para o setor 9 de arquibancada e frisas da Sapucaí, que são destinados para turistas. É uma parceria da Liesa com a Abav. O valor será de R% 600 nas arquibancadas para cada dia e a frisa (seis lugares) custam R$ 6.100. As condições para comercialização dos ingressos serão estabelecidas entre a Riotur e a Liesa.

Chegou a sua vez! Liesa começa a receber currículos para novos julgadores

Liesa vai manter ‘arrastões’ após cada dia de desfile e promete parceria com poder público para melhorar o funcionamento do sistema de transporte

Mudou! Liesa muda sistema de julgamento do Grupo Especial no Carnaval 2025

Diretor da Liesa revela que álbum ao vivo do Carnaval 2024 teve um crescimento de 200%

Ouça o samba-enredo da Estrela do Terceiro Milênio para o Carnaval 2025

Compositores: Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto, Gui Cruz, Portuga, Imperial, Reinaldo Marques, Willian Tadeu e Vitor Gabriel
Intérpretes: Pixulé e Mayara Costa

PECADO É A SUA HIPOCRISIA
QUE EM NOME DE DEUS, ME SILENCIA
SE O ÓDIO CONDENA QUEM SOU
PUNHAL DO PUDOR SANGRA A POESIA
VEJA… A MALDADE DESSA GENTE
PERSEGUINDO O DIFERENTE
DESDE OS TEMPOS DE CABRAL
EU RESPEITO A SUA CRENÇA
MAS NÃO CHAME DE DOENÇA
SENTIMENTO NATURAL
NÃO HÁ MAL QUE SEJA ETERNO
QUE VÁ PRO INFERNO A SUA MORAL

ABRI MINHAS ASAS, MOSTREI MEU VALOR
ERGUENDO A BANDEIRA DO AMOR
A PAZ GANHA VOZ, ORGULHO AS RUAS
DEPOIS DO ARCO-ÍRIS, O BRILHO DA LUA

A LUZ DA ANCESTRALIDADE É A CORAGEM
QUE ENSINA A VIVER MINHA VERDADE
QUERO UM COLO PRA ME ACOLHER
NUM BANHO DE AXÉ, O MEU CAMINHO BENZER
RESISTO… PARA EXISTIR
EU SOU A ARTE QUE INSPIRA A VIDA
PRA VER ESSA AVENIDA COLORIDA
RESPEITE O QUE É DE DIREITO
SAIA DA FRENTE COM SEU PRECONCEITO
NA LIBERDADE DE UM NOVO AMANHECER
PRA SEMPRE FLORESCER

BRILHA MINHA ESTRELA, FAZ VALER A PENA
NASCI PRA VENCER CADA ALMA PEQUENA
VAI À LUTA, GRAJAÚ! MANIFESTO, PÉ NA PORTA
TODA FORMA DE AMAR IMPORTA

Conheça o enredo do Cubango para o Carnaval 2025

A Acadêmicos do Cubango divulgou neste domingo, durante a feijoada cubanguense, o enredo “Àyàn, o Espírito dos Tambores” para o carnaval do ano que vem. A temática, desenvolvida pelo carnavalesco André Tabuquine, evoca oa Cubango por meio do som, da energia dos ancestrais e da raiz, como um elo de força, proteção e comunicação dos tambores e dos atabaques com as divindades.

cubango enredo2025

O presidente da Acadêmicos do Cubango, Pablo Coutinho, destaca a força e o “chão” que a Cubango tem como um dos pontos principais para o desfile de 2025.

“A Cubango é muito mais que uma escola: ela representa a vida de muita gente. É muito gratificante ver que o meu trabalho, o trabalho do meu vice-presidente, Anderson Leko e o trabalho do meu presidente de honra, Anderson Pipico, são reconhecidos pela comunidade e estão dando frutos. Uma das maiores provas disso é o nosso enredo, que representa a raiz e a nossa verde e branca. Esse é um passo fundamental para conquistarmos o título em 2025”, pontuou o presidente.

Àyàn, o orixá dos tambores, é conhecido por unir a sonoridade das divindades. O maior símbolo que o representa – o tambor -, serve como uma espécie de “depósito” que guarda os poderes divinos, sendo, também, um veículo que propaga a voz, os sons. O carnavalesco da Acadêmicos do Cubango, André Tabuquine, explica a escolha do enredo e exalta as raizes e as ancestralidades da “Mais Querida de Niterói”.

“A Acadêmicos do Cubango é a comunidade certa para desenvolver este enredo. Àyàn representa a força primordial, o som, a raiz, a consagração. A Cubango tem raízes profundas na africanidade e tudo isso pode ser explicado pela sua fundação. Estou muito feliz com este lançamento e as expectativas para o carnaval 2025 são as melhores. Tenho certeza de que faremos um belíssimo desfile e que brigaremos por essa vaga, rumo à Sapucaí!”, afirmou Tabuquine.

Luto! Brasil perde Sérgio Cabral, uma das maiores referências da cultura brasileira

Faleceu na manhã deste domingo, aos 87 anos, o jornalista, escritor e compositor Sérgio Cabral. Uma das maiores referências da cultura brasileira, ele estava internado por mais de 60 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. Pai do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral era apaixonado por samba, futebol, escolas de samba e atuou como comentarista dos desfiles no Sambódromo.

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Foto: Reprodução/ TV Globo

Ele foi enredo da Em Cima da Hora e a escola publicou uma homenagem nas redes sociais. “É com imenso pesar que a Em Cima da Hora comunica o falecimento de Sérgio Cabral pai. Nascido em Cascadura e criado em Cavalcanti, Sérgio sempre foi uma figura marcante no mundo do samba. Embora fosse um portelense de coração, sua ligação com nossa escola era profunda e sincera, refletida em uma frase: ‘Eu sou um portelense, mas que ama a Em Cima da Hora’.

Sérgio Cabral foi enredo da nossa escola em 1997, uma homenagem que ressaltou sua enorme contribuição para a cultura do samba e seu legado inesquecível. Neste momento de luto, nos solidarizamos com seus familiares e amigos, e agradecemos por tudo o que ele representou para nossa comunidade. Descanse em paz, Sérgio Cabral”.

A Mangueira também fez uma publicação em suas redes sociais. “A Estação Primeira de Mangueira, em nome da Presidenta Guanayra Firmino, lamenta o falecimento de Sérgio Cabral. Ilustre mangueirense, jornalista, escritor e compositor, Cabral foi criado no subúrbio carioca e foi um dos principais difusores do samba”.

Artigo: Tijuca celebra safra de sambas e os caminhos escolhidos para o Carnaval 2025

A Unidos da Tijuca tomou conta do carnaval carioca no início dos anos 2010. A escola foi tricampeã na década (2010, 2012 e 2014). Porém, o ano de 2017 trouxe o início de muitas dificuldades. O acidente com uma das alegorias mexeu com toda agremiação. Foram feitas diversas tentativas de recuperação e o resultado não foi esperado, embora, em 2022, a possibilidade de voltar nas campeãs era muito clara e houve erro de avaliação por parte do júri da Liga. Agora, após dois anos complicados (2023 e 2024) com apresentações muito aquém da força da Unidos da Tijuca, a direção optou por novas mudanças e devolveu o frescor ao enredo, atendendo um pedido da comunidade, e anunciando o “Logun-Edé – Santo menino que velho respeita”. Para desenvolver o desfile foi contratado o carnavalesco Edson Pereira, que vem de um quarto lugar no Salgueiro, e já fez grandes desfiles com temática afro na Unidos de Padre Miguel.

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Foto: Rafael Arantes/Divulgação Unidos da Tijuca

Rapidamente, a escola desmontou suas alegorias de 2024 e saiu na frente na preparação para o desfile do ano que vem. Cheio de vontade, o carnavalesco Edson Pereira lançou a sinopse e já concluiu a fase de produção dos protótipos das fantasias para 2025. A expecativa do componente tijucano é alta. Os sambas concorrentes já foram entregues, a safra muito elogiada pelo público e imprensa especializada, e a certeza é que a Unidos da Tijuca terá uma grande obra na Marquês de Sapucaí. Não é errado citar que diversos sambas ou praticamente todos possuem totais condições de representar muito bem o desfile da Tijuca. É a prova concreta que pensar e executar enredo bom é fundamental para colher uma ótima safra de sambas.

Ouça todos sambas concorrentes da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025

A comissão de frente terá um novo comando. Saiu o coreógrafo Sérgio Lobato, que foi para UPM, e vieram as coreógrafas Ariadne Lax e Bruna Lopes. São apostas, mas que já produziram bons trabalhos na Série Ouro. A primeira teve ótimas performances pela Estácio de Sá e a segunda foi bem na São Clemente em 2024. São criativas e estão empolgadas com o desafio. Não é fácil “enfrentar” os jurados da Liesa, mas vejo nelas bastante vontade de superação.

Coreógrafas da Tijuca buscam sintonia ao trabalharem em dupla pela primeira vez no carnaval

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Lucinha, segue para 2025. O ano de 2024 não foi bom. Lucinha Nobre, uma das maiores do quesito na história do carnaval, foi muito massacrada nas redes sociais. Injustiça! A performance pode não ter sido como em anos anteriores e no nível classe A que se espera dela, mas é necessário respeitar o trabalho da profissional, que já produziu tantos momentos espetaculares. Matheus ainda é jovem no posto. Pode ser mais lapidado. As notas de 2024 (9,9, 9,9, 9,7 e 9.8) não foram injustas. É necessário melhorar e considero muito possível. A confiança é que a página já foi virada. O casal já está ensaiando, pegando pesado nos treinos e esse é o caminho para recuperar décimos perdidos no último desfile.

Com a página virada, Lucinha Nobre e Matheus André já se preparam para o Carnaval de 2025

A bateria “Pura Cadência”, de mestre Casagrande, é o grande orgulho tijucano. Os ritmistas recuperaram a nota 40. Merecido! Trabalho é de excelência. Tendência é manter e sempre ajudar na classificação com o quesito sendo gabaritado.

A Harmonia da Tijuca ficou devendo em 2024. Não conseguiu nenhuma nota 10. Por exemplo, em 2022, a escola teve uma ótima apresentação no quesito. Considero que o ponto fora da curva pode ter sido pelo samba-enredo de 2024. Infelizmente, a obra foi cantada pelos componentes nos ensaios, mas não teve o mesmo patamar na Avenida. A safra de 2025 já indica que o tijucano poderá se esbaldar e recuperar o quesito que sempre foi muito forte na Unidos da Tijuca.

Clima especial! Baianas e velha-guarda da Tijuca fazem recepção e abençoam os compositores na entrega dos sambas

O intérprete Ito Melodia teve um desafio gigantesco em 2024 na condução do samba-enredo. Agora, a expectativa é que o cantor arrebente com uma obra que promete estar entre as melhores, independentemente, de qual for a escolha. Aliás, o carro de som tijucano está no grupo dos melhores do Especial. Qualidade muito boa dos auxiliares de Ito Melodia.

Acho importante que a escola consiga realizar mais e mais ensaios de rua. Nos primeiros anos da década de 2010, a Unidos da Tijuca fazia os melhores ensaios de rua do Grupo Especial. O tijucano “quicava” nos treinos. Sem dúvida, eles não esqueceram. O samba será escolhido no dia 21 de setembro. Seria bonito ver a escola na rua (não quadra) desde novembro, como fazem Tuiuti e Viradouro, que sempre iniciam seus ensaios de rua neste período do ano.

Pesquisa carnavalesca: Qual samba concorrente da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025 você mais gostou?

A Unidos da Tijuca abre os desfiles na segunda-feira de carnaval. O dia não é fácil. Também estão o Salgueiro, a Beija-Flor e a Vila Isabel. O componente tijucano está empolgado com o enredo e safra de sambas. A missão é corresponder essa expecativa positiva. Os dois últimos anos foram muito perigosos para escola. É afastar de vez esse fantasma para recuperar o protagonismo no Grupo Especial.