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Dirigentes da Portela citam importância de Rosa Magalhães para escola e legado da artista

Por Matheus Morais e Rhyan de Meira

O presidente da Portela, Fábio Pavão, esteve no velório da carnavalesca Rosa Magalhães e falou da relação que teve com a artista e a importante colaboração dela para agremiação.

velorio rosa
Foto: Site CARNAVALESCO

“Sempre fui desde jovem apaixonado pelo carnaval e foi um honra ter trabalhado com ela e aprender durante a produção. Ela teve duas passagens pela Portela. Primeira, na década de 1970, onde ela foi figurinista, o departamento cultural da Portela que fazia os enredos. Durante duas oportunidades, em 1977 (Festa da Aclamação), a Portela foi vice-campeã, muito em função do trabalho da Rosa. Ela também participou em 1978 (Mulher à Brasileira). Recentemente, ela foi carnavalesca da Portela, em 2018 e 2019, quando a escola foi duas vezes quarta colocada. Considero que tive uma experiência muito graticante em todos os aspetctos”, disse o presidente.

Junior Escafura, vice-presidente, frisou o legado do trabalho de Rosa Magalhães.

“A Rosa fez história no carnaval. O legado fica para sempre. Fez tantas coisas bonitas e inesquecíveis para nossa cultura. Torcendo para que ela lá em cima encontre os outros gênios e sigam nos abençoando”, comentou o vice.

Acompanhantes e festas de carnaval: a realidade por trás da diversão

O carnaval é uma das celebrações mais coloridas e aguardadas em muitas culturas do mundo. Caracterizado por desfiles, fantasias extravagantes, música vibrante e uma atmosfera de alegria desenfreada, o Carnaval é um evento cultural que atrai milhões de pessoas. Entretanto, por trás dessa fachada de diversão e entretenimento, há uma realidade menos visível, mas igualmente significativa: a presença de acompanhantes erechim nessas festividades.

Este artigo explora o papel dos acompanhantes nas festividades de carnaval, examinando os fatores que contribuem para sua participação, as implicações sociais e econômicas e as percepções da sociedade sobre essa prática.

A atração do carnaval para as acompanhantes

O carnaval, com sua explosão de cores, música e celebração, é um evento que atrai milhões de pessoas de todo o mundo. Essa festividade não é apenas um espetáculo cultural, mas também um ímã para uma ampla gama de serviços de turismo e entretenimento, incluindo o setor de acompanhantes. A demanda por acompanhantes durante o carnaval aumenta drasticamente, impulsionada por vários fatores que tornam esses eventos uma atração única tanto para as acompanhantes quanto para seus clientes.

Antes de tudo, é essencial entender que o Carnaval é sinônimo de liberdade e permissividade. Durante essas festividades, as normas sociais e morais tendem a se relaxar, criando um ambiente em que as pessoas se sentem mais livres para explorar experiências novas e menos convencionais. Essa atmosfera de deboche e celebração promove uma mentalidade de “vale tudo”, levando muitos participantes a buscar aventuras que normalmente não considerariam. A contratação de acompanhantes do Simpleescorts BR torna-se uma extensão dessa busca por prazer e novidade.

Além disso, os carnavais atraem um grande fluxo de turistas com alto poder aquisitivo. Eventos como o Carnaval do Rio de Janeiro, o Mardi Gras em Nova Orleans ou o Carnaval de Veneza são os principais destinos que recebem visitantes dispostos a gastar grandes somas de dinheiro para maximizar sua experiência festiva. Esse alto poder aquisitivo cria um mercado lucrativo para as acompanhantes, que podem cobrar tarifas significativamente mais altas durante esses eventos devido à alta demanda e à disposição dos clientes em pagar por serviços exclusivos e de qualidade.

Um exemplo claro é o Carnaval no Rio de Janeiro, onde foi documentado um aumento notável na contratação de serviços de acompanhantes durante a semana de comemorações. Nesse cenário, as acompanhantes não vêm apenas da localidade, mas muitas viajam de outras partes do país e até do exterior, atraídas pela oportunidade de obter rendimentos excepcionais. Esses profissionais planejam sua presença nesses eventos com antecedência, assegurando acomodações e logística para atender à demanda de forma eficiente.

A dinâmica do carnaval também influencia a escolha dos serviços de acompanhantes. Durante esses eventos, os clientes procuram companhia que se encaixe no clima festivo: pessoas que não apenas ofereçam serviços íntimos, mas que também possam ser companhias agradáveis para participar de festas, desfiles e outros eventos sociais. As acompanhantes, cientes dessas expectativas, adaptam seus serviços para incluir o acompanhamento a eventos e a participação ativa em comemorações, o que lhes permite cobrar tarifas mais altas e proporcionar uma experiência completa a seus clientes.

Além disso, é importante enfatizar o aspecto de segurança e discrição. Durante o carnaval, o ambiente lotado e festivo pode levar a situações em que encontros íntimos espontâneos nem sempre são seguros ou consensuais. Nesse contexto, os acompanhantes profissionais oferecem uma alternativa mais segura e controlada, em que limites claros são estabelecidos e o consentimento e a segurança de ambas as partes são garantidos. Esse profissionalismo e a garantia de discrição fazem com que muitos participantes prefiram contratar serviços de acompanhantes em vez de correr o risco de encontros casuais.

Impactos econômicos e sociais

A presença de acompanhantes nos carnavais tem implicações múltiplas e variadas, tanto econômicas quanto sociais. Esses impactos se manifestam de forma direta e indireta, afetando tanto as comunidades locais quanto a percepção e a estrutura dessas festividades globais.

Do ponto de vista econômico, a atividade de acompanhantes durante o carnaval representa uma injeção considerável de capital nas economias locais. Esse fenômeno é especialmente notável em cidades e regiões onde o turismo desempenha um papel fundamental na economia. Durante os dias de carnaval, a demanda por serviços de acompanhantes aumenta exponencialmente, gerando uma renda significativa para aqueles que trabalham no setor. As tarifas cobradas por acompanhantes durante esses eventos costumam ser substancialmente mais altas do que em outras épocas do ano, refletindo tanto a alta demanda quanto a disposição dos clientes de pagar por experiências exclusivas.

Além disso, o impacto econômico não se limita apenas às taxas cobradas pelos acompanhantes. Há vários setores associados que também se beneficiam do aumento da atividade. Por exemplo, os setores de hotelaria e transporte estão passando por um boom devido à necessidade de acomodações e viagens para profissionais que viajam para esses eventos. Restaurantes, bares e lojas também se beneficiam indiretamente, pois os clientes de acompanhantes geralmente procuram criar uma experiência completa, incluindo jantar, sair à noite e fazer compras.

Um exemplo tangível desse impacto pode ser visto durante o Carnaval do Rio de Janeiro. Essa celebração atrai milhões de turistas, e a presença de acompanhantes não apenas satisfaz uma demanda específica, mas também contribui para a economia local de forma significativa. Os acompanhantes que viajam para o Rio de Janeiro para trabalhar durante o Carnaval geralmente reservam acomodações de luxo e usam serviços de transporte particular, o que representa uma renda adicional para esses setores. Além disso, as transações financeiras associadas aos seus serviços geram um fluxo de capital que beneficia vários atores da economia local.

Do ponto de vista social, a presença de acompanhantes nos carnavais levanta debates e reflexões sobre a natureza dessas festividades e as dinâmicas de poder e gênero que as sustentam. Por um lado, pode-se argumentar que a participação de acompanhantes em carnavais é uma expressão legítima de autonomia pessoal e profissional. Muitos desses profissionais veem o carnaval como uma oportunidade de trabalho que lhes permite obter uma renda considerável em um curto período de tempo, melhorando assim sua qualidade de vida e a de suas famílias.

No entanto, também há preocupações sobre a exploração e a vulnerabilidade das pessoas que trabalham no setor. Em contextos em que as regulamentações e as proteções legais são insuficientes, os acompanhantes podem enfrentar situações de risco, inclusive exploração do trabalho, abuso e violência. Essa dinâmica é particularmente preocupante em eventos de massa, como o carnaval, em que o fluxo de turistas e a natureza efêmera dos relacionamentos podem facilitar situações de exploração e abuso.

As percepções sociais sobre acompanhantes em carnavais são variadas e, muitas vezes, contraditórias. Por um lado, alguns segmentos da sociedade veem essa atividade como parte integrante e natural do carnaval, refletindo a liberdade e o espírito permissivo que caracterizam essas festividades. Por outro lado, há estigmas e preconceitos que associam a profissão de acompanhante à imoralidade e à depravação, o que pode levar à discriminação e à marginalização das pessoas que escolhem essa forma de trabalho.

Esses estigmas sociais não afetam apenas os acompanhantes, mas também influenciam a percepção geral do carnaval como uma celebração cultural. A presença visível do setor de acompanhantes durante essas festividades pode gerar polêmica e debates sobre os valores e as tradições que o carnaval deve promover. Em alguns casos, essas controvérsias podem levar a tentativas de regulamentar ou restringir a atividade dos acompanhantes durante o carnaval, o que, por sua vez, levanta questões sobre liberdade pessoal e direitos trabalhistas.

Em resumo, a presença de acompanhantes nos carnavais tem um impacto econômico significativo, beneficiando vários setores da economia local. Ao mesmo tempo, levanta questões sociais importantes sobre exploração, vulnerabilidade e percepções públicas da profissão. Essa dinâmica complexa reflete a realidade multifacetada do carnaval, uma celebração que combina alegria e liberdade com desafios econômicos e sociais que merecem atenção cuidadosa e uma abordagem abrangente.

Beija-Flor 2025: samba da parceria de Edson Jacaré

Compositores: Edson Jacaré, Egildo de Nilópolis, Rogério Fabiano, Jr. Billy Mandy, Mestre Dudu 7 e Jorge Aila

SOPRAM OS VENTOS DE IANSÃ
RESSOA A JUSTIÇA DE XANGÔ
PRA COROAR LUIZ MENINO
QUE TRAÇOU O SEU DESTINO E SE IMORTALIZOU
JOELHOS DOBRADOS, A FÉ NO SAGRADO
RESPEITO AO LEGADO DOS SEUS ANCESTRAIS
PRECEITOS RITUAIS, UM BANHO DE AXÉ
GUIAS E PATUÁS PRA SE MANTER DE PÉ
FEZ DA ARTE SEU PROTESTO
PRETA GENTE EM MANIFESTO, RESISTÊNCIA E IGUALDADE
Ê QUILOMBOLA NILOPILITANO
SOBERANO E COMBATENTE NA SOCIEDADE

A INSPIRAÇÃO E O DOM QUE NA LATA ECOOU
SENTIMENTO E SOM RUFAM NO TAMBOR
BATUQUE E BATUTA, ARRANJO E LABUTA
ENCANTO QUE O MESTRE NOS ENSINOU
“E O CANTO QUE O MESTRE NOS ENSINOU”

COM A SUA VOZ…
NO SAMBA E NA VIDA É NOSSO “ESPELHO”
MESMO PROIBIDO SEMPRE OLHOU POR NÓS
NÃO ESTAMOS SÓS, POIS SOMOS SEUS HERDEIROS
LAÍLA… A SUA HISTÓRIA INSPIRA GERAÇÕES
MARCOU SEU NOME EM TANTOS PAVILHÕES
MAS EM NILÓPOLIS É SEU LUGAR
COMUNIDADE ESTAVA LOUCA DE SAUDADE
E CLAMA NO ORUM AO MAGO E AO GRIÔ
QUE DERRAMEM BENÇÃOS NA BEIJA-FLOR

EU VIM CANTAR PRA VOCÊ, MOSTRAR O QUE APRENDI
SEI QUE A SUA ALMA AINDA VIVE AQUI
SOU BEIJA-FLOR, SANGUE NOBRE AZUL E BRANCO
LAROYÊ LAÍLA DE TODOS OS SANTOS

Beija-Flor 2025: samba da parceria de Robson Batalha

Compositores: Robson Batalha, Marcelo Machado, Carlinhos da Xerox, Breno Machado, Amilton Cordeiro e Vinicius Pacifico
Intérpretes: Paulinho Cacuia e Jorgem Bombom

SOPRAM VENTOS DE OYÁ
QUEM NASCEU PRA BRILHAR TEM MAGIA
EO MENINO DA PEDREIRA DE SALGUEIRO ENCANTO FEITICEIRA
VEM DAS ESTRELAS UM RAIO TROVÃO DO CÉU
UM CLARÃO BRILHOU PRO TROVADOR MENESTREL
PRECEITO OFERENDAS RITUAIS FIOS DE CONTAS BALANGANDÃS
MISTICISMOS SINTONIA COM CABOCLO PATUÁ ENERGIA QUE EMANA
RESILIÊNCIA AOS PRETOS VELHOS E GRIÓS
NO SORTILÉGIO A CULTURA CIGANA
NO IRERÊ UM ORIXÁ OGUM YÊO
O MÚSICANTE DE REAL VALOR
PRA COMUNIDADE IMPOR RESPEITO
CANTOU BATEU NO PEITO EU SOU BEIJA

HÊ EEE MÃE NEGRA HÁ PEQUENA ÁFRICA DE OBÁ
TEM PRAS RUAS E GUETOS
O LUGAR DE FALA
DO SEU POVO PRETO

COM AS MAZELAS DA VIDA UM MONSTRO VIROU CARNAVAL
MOSTROU A BAIXADA SOFRIDA BRAVA GENTE E O PRECONCEITO SOCIAL
AS ÁGUAS DO AMAZONAS O TOQUE DO TAMBOR
O NEGRO BRAÇO FORTE QUE ERGUEU NOSSO PAÍS
SE O ÍNDIO PROTAGONIZOU A ELE ACLAMOU NOSSO POVO FELIZ
VEM VER TEM MALTRAPILHO NA AVENIDA
NA APOTEOSE DESPEDIDA HÓ PAI QUANTA EMOÇÃO
O MISSIONEIRO DEU VOZ PRA TUDO E POR AMOR
TANTA DEDICAÇÃO ESPERO QUE ESTEJA COM ELE
NO MEU CORAÇÃO TÁ AQUI O LEGADO QUE TRAGO NÓS BRAÇOS
LAILA DE JOÃO LAILAS E JOÃOS

ALAFIÔ OQUEARÔ KAÔ KABECILÉ XANGÔ
DE NILÓPOLIS PRO MUNDO UM SOBERANO SONHADOR
DE TODOS OS SANTOS E SAMBAS MESTRE BALUARTE GENIAL
LAILA BEIJA FLOR É CARNAVAL

Beija-Flor 2025: samba da parceria de Júnior PQD

Compositores: Júnior PQD, Nando Souza, Robinho Donozo, Nathan Walace, Daniel Colete e Andrezinho da Beija-Flor

SAGRADA ENTIDAE QUE NOS INSPIRA
SUA LUZ HOJE NOS GUIA, TUAS GUIAS NOSSA HERANÇA
SUA FÉ FOI ABONANÇA, ORI FEITO PRA XANGÔ
QUANDO OS VENTOS DE OYÁ SOPRAM O MENINO VENCEDOR
UM GRIÔ, O SAMBISTA POPULAR
FEZ MIRONGA, E MANDINGA, FUNDAMENTOS DE ORIXÁ
POVO PRETO SINGULAR, DA MATRIZ DE UM QUILOMBO
SOBERANA, É A BEIJA-FLOR DO VELHO SÁBIO SOBERANO
Ô Ô Ô LUIZ DO CARMO SENHOR FORJADO NO PRECEITO DO TERREIRO

NA LATA BATUQUE, ESPERANÇA
TRAÇOU O DESTINO DO BEM
DO MORRO PRO ASFALTO E MAIS ALÉM

OUVIDO APURADO, DIVINO DOM
REGENDO TAMBORES, TAMBORINS E VIOLÕES
E NA MELODIA QUE O SAMBA SE FEZ
JUNTAR POESIAS, TUA MAESTRIA
REVOLUCIONAR, NOSSO TEMPLO MARQUES
EM CADA COMPASSO, UM PASSO PRA GLÓRIA
DIVERSAS ESCOLAS, UMA ORAÇÃO
EM SEUS ENREDOS, RETRATOS DA VIDA
CORRIDA E SOFRIDA DE UM FOLIÃO
ENTRE AYE E ORUM, O MAGO E O GRIÔ MANDA ENERGIA
PRO FESTIVAL DE PRATA EM PLENA PISTA
AVANTE SOBERANOS, COMPANHEIROS
O MEU ORGULHO É SER, MAIS UM CRIA NILOPOLITANO
NA ALEGRIA OU NO CAIR DO PRANTO
EU SOU BEIJA-FLOR! EU SOU BEIJA-FLOR!

DE TODOS OS SANTOS, DE TODOS OS SAMBAS
DE OGUM PADROEIRO, IRMÃO DE XANGÔ
EPARREY OYÁ!
LAÍLA É O CANTO DO MEU BEIJA-FLOR

Beija-Flor 2025: samba da parceria de Sérginho Sumaré

Compositores: Sérginho Sumaré, Marcelo Guimarães, Rogério da Mata, Neilson Oliveira, Léo Freire e Ademir

PEÇO LICENÇA PARA O DONO DA ENCRUZA
PRO MEU CORTEJO SOBERNAO DESFILAR
GUIA NO PEITO, AGÔ, DOBRO O JOELHO
SANDÁLIA BRANCA, OFERENDA NO ALGUIDÁ
FILHO DE YANSÃ E DE XANGÔ
FUI ERÊ LA NA PEDREIRA
EU SOU CRIA DAS LADEIRAS
APRENDIZ DOS ANCESTRAIS
UM HERDEIRO DO TAMBOR
BOM MALANDRO DA AVENIDA
MINHA ESCOLA FOI A VIDA, PRESENTE DOS ORIXÁS
EPARREI, KABECILÊ, MEU PAI, PRESENTE DOS ORIXÁS

GRIÔ NO XIRÊ, SIGO PROCISSÃO
TOCO O ADARRUM
PRA NOSSA SENHORA, OXUM E À CIGANA PEÇO PROTEÇÃO
BATIZADO NO ARODOR DA FÉ E BANHADO DE AXÉ

“VEJE BEM” E “NÃO ME QUEIRA MAL”
FUI GENIOSO SIM, DIZIAM GENIAL
FIEL, ORGULHOSO, ESPIRITUOSO E O DOM NATURAL…
PRETA VOZ EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
O RITMO E A CANÇÃO EM HARMONIA
NESSA ALQUIMIA
O MAGO, O GRIÔ E UMA NAÇÃO
VENHAM QUILOMBOLAS, MACOBEBAS, CURUMINS
MONSTROS E MENDIGOS, MINHA LUTA NÃO TEM FIM
VAI MUITO ALÉM DO MEU GURUFIM
OS OLHOS MAREJADOS, QUE SAUDADE
DO CANTO FORTE DA COMUNIDADE
EU NUNCA VI IGUAL
O ROLO COMPRESSOR DO CARNAVAL

OGUM PATAKORI, JÁ FIZ O MEU ORÔ
E HOJE ESTOU AQUI, A RUA PRATEOU
DE TODOS OS SANTOS E TODOS OS SAMBAS
ETERNAMENTE UM BEIJA-FLOR

Beija-Flor 2025: samba da parceria de Picolé da Beija-Flor

Compositores: Picolé da Beija-Flor, Sebastião Tainha e Marcelinho do Estácio

PEÇO LICENÇA A UM SER DE LUZ
QUE HOJE ESTÁ NOS BRAÇOS DO CRIADOR
LAÍLA SEU LEGADO NOS CONDUZ
GUIADO PELA COROA DE XANGÔ
DO CANTO O ENCANTO SUA VOZ ECOAVA NO AR
FILHO DE TODOS OS SANTOS
COM SUAS GUIAS E TAMBÉM OS PATUÁS

O POVO NEGRO SIMBOLIZA O PENDÃO
OS ANCESTRAIS VEM CUMPRIR SUA MISSÃO
NOS RITUAIS MUITA DOUTRINA
CANTO DE FÉ DAVA FIM A ESCRAVIDÃO

NO TEATRO DA VIDA UM SONHO DE LIBERDADE
MENSAGEIRO DO AMOR EM BUSCA DE IGUALDADE
OS OLHOS FALAM O QUE A BOCA CALA
DO PALCO TINHA O DOM DA MAESTRIA
O MORRO FOI SUA FORMAÇÃO
NO PAPEL DE PÃO ESCREVIA POESIA
NAS ESQUINAS DA VIDA VENCEU
SEM AS ALAS COMERCIAIS
A SAGA DO ARTISTA VEIO TRIUNFAR
DETENTOR DE VÁRIOS CARNAVAIS
O MESTRE O MAGO SANTA UNIÃO
DEIXOU O LEGADO NA SUA PERFEIÇÃO

KABECILÊ KAÔ KABECILOBÁ
É A BEIJA-FLOR EM FORMA DE ALUSÃO
NA DANÇA DO ALUJÁ COM A COMUNIDADE
FAZ UM TRIBUTO DE VITÓRIA E REDENÇÃO

Emocionado, João Vitor fala sobre Rosa Magalhães: ‘Fiz parte do jardim da Rosa e isso não é para qualquer um’

Por Matheus Morais e Rhyan de Meira

Muito emocionado no velório de Rosa Magalhães, o carnavalesco da Beija-Flor, João Vitor, fala sobre a artista com a artista. Ele citou que os dois ficaram muito próximos e amigos quando dividiram o carnaval do Tuiuti em 2023.

joao rosa
Foto: Site CARNAVALESCO

“Quando eu cheguei no Tuiuti para dividir o carnaval com a Rosa, aí nas minhas contas eu falei: ‘nossa, tenho 37 anos e ela não divide carnaval com alguém há 37 anos, como vai ser isso?’ Para a minha felicidade a parceria foi maravilhosa, não foi só de trabalho, virou uma amiga, que eu falava praticamente todos os dias, o nosso café era sagrado, almoços e encontros. Nunca mais vou esquecer, o melhor aniversário da minha vida, porque a Rosa chegou, ela disse que iria, mas eu não acreditei. Ela apareceu, foram tantas coisas boas. Estou muito triste, porque ela partiu muito cedo e isso não estava no nosso script, ela estava combinando um churrasco, feijoada, a gente tinha tantos planos. Só quero que a minha amiga, a minha professora, descanse em paz. Acho que já valeu a pena, tudo o que eu vivi até aqui no carnaval, por fazer parte do Jardim da Rosa Magalhães e isso não é para qualquer um”, disse o artista da Beija-Flor.

Tarcísio Zanon, carnavalesco da Viradouro, sobre Rosa Magalhães: ‘pessoa extremamente generosa’

Por Matheus Morais e Rhyan de Meira

O carnavalesco da Viradouro, Tarcísio Zanon, atual campeão do Grupo Especial, esteve no velório de Rosa Magalhães, no Palácio da Cidade, e falou sobre a artista. Ele trabalhou com ela na Estácio de Sá.

julinho tarcisio rute
Foto: Site CARNAVALESCO

“A Rosa, eu tive algumas oportunidades de estar com ela, de fazer trabalho juntos, de estar na casa dela. Ela era uma pessoa extremamente generosa, eu me lembro de tremer na frente dela, porque é um grande ícone do carnaval, mas uma coisa que é muito legal do nosso trabalho, do nosso ofício, é que esse legado fica, e quanta alegria que a Rosa pôde levar para a vida das pessoas, e o legado está aí, a gente pode revisitar. É uma professora. Ela é eterna, é uma grande mulher, premiada mundialmente. A gente precisa ter muito orgulho de termos convivido, de termos vivido toda essa arte que a Rosa trouxe para nossas vidas. Se despedir dela, mas com a felicidade de saber que a gente sempre vai poder revisitá-la”, disse.

André Rodrigues sobre Rosa Magalhães: ‘é a maior de todos’

Por Matheus Morais e Rhyan de Meira

O carnavalesco da Portela, André Rodrigues, compareceu no velório da carnavalesca Rosa Magalhães, no Palácio da Cidade, Zona Sul do Rio. Ele falou ao site CARNAVALESCO sobre o legado da artista.

andre rosa

“Eu tava falando hoje de manhã, inclusive, é muito esquisito, uma sensação estranha a gente perder uma pessoa que quando a gente já nasceu, já estava ali. E a gente cresceu com essa pessoa estando ali, se desenvolveu, criou conceito, certezas, incertezas. Tudo que nós somos hoje, nós criamos com essa pessoa ali. E tudo aquilo que essa pessoa estava fazendo, estava fundamentando também isso que a gente faz. E é esquisito, do nada, não ter mais. A gente sabe que o tempo, ele é o que é, ele tem as ações que ele tem, mas é extremamente difícil pensar o que é isso que nós fazemos agora sem a Rosa. Andei pensando também muito sobre essa partida é sobre o quão dificil vai ser e que eu espero que não seja uma luta muito árdua que a gente explique para o brasileiro em comum o tamanho que é uma artista que é a Rosa Magalhães. Eu acho que a gente luta pouco, preserva pouco algumas memórias, e acho que a gente precisa explicar ainda para o Brasil inteiro qual é o tamanho de um carnavalesco. Porque um carnavalesco, diferente de todos os outros artistas plásticos, ele tem uma obra que impacta muito a vida das pessoas. Se você for contar a quantidade de pessoas que hoje gostam de escola de samba, que foram atravessadas pelo trabalho de um carnavalesco, é muito maior do que qualquer artista que esteja em qualquer museu, em qualquer um desses tempos. A obra de um carnavalesco, e de qualquer outro artista também que faça carnaval, ela é uma obra de impacto real na vida das pessoas. É difícil mensurar, por exemplo, pensando que a Rosa é a maior de todos, mensurar o que é o trabalho dela. A gente não toca com a mão, a gente não abraça com o braço, a gente não consegue entender. Porque não cabe em nada, assim, porque o trabalho dela é a história. É difícil mesmo mensurar e entender o que está acontecendo hoje e o que vai ser daqui para frente. Muito difícil”.