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Encontro traz diversas atrações sobre carnaval e sustentabilidade

O projeto Sustenta Carnaval realiza no dia 10 de agosto, a partir das 13h, no Moby Self Storage, Zona Portuária do Rio, a ‘Sustenta Carnaval Expo II voltado para representantes de empresas, organizações, instituições, gestores, lideranças, intelectuais, artistas plásticos, performistas e atores do mundo do espetáculo, assim como para importantes atores públicos nos setores cultural, educacional e sustentável. Haverá no evento a apresentação das novas parcerias, mini palestras, roda de conversa, aula prática com profissionais e referências do setor cultural e de sustentabilidade e exposição exclusiva das fantasias e adereços recolhidos na área da dispersão do Sambódromo do Rio de Janeiro, após os desfiles das 27 escolas de samba nas noites do Carnaval 2024, um trabalho executado em conjunto com a equipe da Comlurb.

sustentabilidade
Foto: Divulgação

O acervo do Sustenta Carnaval conta com mais de 40 toneladas recolhidas no Carnaval de 2022 a 2024. Esses insumos são disponibilizados para projetos de iniciativas solidárias em forma de doação e projetos culturais e educacionais em forma de revenda por kilo. A receita de revenda é revertida em projetos de neutralização de carbono, programas de capacitação e inclusão. Idealizado em 2020 por Mariana Pinho, o Sustenta Carnaval é um projeto socioambiental e de economia circular cuja o conceito tem como objetivo gerar debates e reflexão sobre a adoção de princípios sustentáveis de circularidade no desenvolvimento de novos mercados e cadeias produtivas para a indústria criativa. O projeto integra sua ação na engrenagem cíclica do Carnaval Carioca (evento anual). Reinventando, reciclando e fazendo durar o Carnaval do Brasil, estabelecendo assim a relação com a economia circular.

O impacto direto nas ações do projeto Sustenta Carnaval vem do resultado da receita de revenda dos insumos que, uma vez concretizada, é revertida em projetos de neutralização de carbono e programas de inclusão e capacitação profissional. O objetivo do projeto Sustenta Carnaval não é apenas impedir que esses novíssimos trajes sejam descartados, mas demonstrar o potencial de reúso em diferentes eventos e propostas.

O acervo do projeto faz parte do objeto do Convênio com a Secretaria Municipal do Ambiente e Clima, dando impulso a uma série de ações sustentáveis sem fins lucrativos, em relação direta com desenvolvimento e implementação de soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, associadas às áreas temáticas que envolvem tecnologias, competências e novas oportunidades. Realizado pela Associação Brasil Cultural, o projeto não possui fins lucrativos. Os ocasionais lucros são destinados a programas de investimentos e capacitação profissional para mulheres (negras, monoparentais, trans e refugiadas).

As ações do Sustenta Carnaval estão alicerçadas nos 17 ODS da ONU, tendo como base um desenvolvimento responsável e atuante para os resultados esperados do projeto. Nossa meta é permanecer diretamente ligado à Agenda 2030 e à “Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas” que visa prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos.

PROGRAMAÇÃO
Sábado – 10 de agosto de 2024
Entrada: gratuita
Local: Moby Self Storage- filial Porto Maravilha
Rua Rivadávia Correia 127 – Gamboa – Rio de Janeiro

13h – Abertura da casa

14h – Cerimônia de Lançamento introduzindo as falas dos representantes do setor público/parcerias

15h30 – Roda de conversa com apresentações:
● Mariana Pinho – Projeto Sustenta Carnaval
● Emanuele Farias – “Mulheres do Sul Global”
● Pedro Silva – Vice-presidente da LIGA-RJ e Diego Carbonell – Diretor de Sustentabilidade LIGA-RJ
● César Leonel – Diretor plataforma de turismo educacional “Conhecer”
● G.R.E.S. Embaixadores da Alegria

16h30 – Workshop de customização e salão aberto para revenda

16h30 – 18h – Roda de negócios

Filme sobre Rosa Magalhães conquista prêmio no Festival Internacional de Cinema de Paraty

O primeiro Festival Internacional de Cinema de Paraty aconteceu de 01 a 04 de agosto no centro histórico da cidade do sul-fluminense. Entre os filmes que se destacaram na mostra, o documentário ROSA – A NARRADORA DE OUTROS BRASIS levou o público às lágrimas na sessão de encerramento. Dos diretores Valmir Moratelli e Libário Nogueira, a produção revela o último trabalho da carnavalesca Rosa Magalhães, desenvolvido em 2023 na escola de samba carioca Paraíso do Tuiuti, e que veio a falecer há uma semana, vítima de um infarto. Rosa foi a maior detentora de títulos na era Sapucaí, com sete no total. A obra passeia pelos seus principais desfiles e faz um aporte na discussão do papel da mulher na economia criativa.

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Foto: Graça Paes/Divulgação

A exibição na tarde de domingo contou com homenagem a partir de uma conhecida frase de Rosa sobre a cidade de Paraty – “Carnaval é uma cachaça. Mas daquela bem boa, lá de Paraty.” Foi servida uma dose da típica aguardente Gabriela a todos os presentes ao final da sessão, e em seguida um brinde em memória da artista a pedido dos organizadores Jane Saglia e Bruno Saglia.

O filme ganhou o troféu hors concours pelas mãos da crítica de cinema Neusa Barbosa. “Este prêmio reforça a valorização desta grande mulher, que fez história na maior festa popular do país. Sua última entrevista fica agora para a posteridade”, disse Valmir. “Que este filme ajude a perpetuar o legado da professora, cenógrafa e figurinista que contou tantas histórias sobre o Brasil, que vão muito além dos livros oficiais de História”, completou Libário.

Este é o terceiro prêmio que o documentário conquista, desde que foi lançado em 2023. O encerramento do festival contou também com a presença da atriz Miá Mello e uma homenagem à diretora Laís Bodansky.

‘Realiza nosso sonho’! Com difícil escolha, parceria é bicampeã na disputa de samba do Tucuruvi

Por Gustavo Lima e Will Ferreira

A Acadêmicos do Tucuruvi definiu no último domingo o samba-enredo que irá representar a agremiação em 2025. A final lotou a quadra na Avenida Mazzei, que contou com quatro sambas na disputa após eliminatórias e audições internas. Após discurso do vice-presidente e diretor de carnaval Rodrigo Delduque, o intérprete Hudson Luiz cantou a obra vencedora. O samba é composto por: Macaco Branco, Prof. Carlos Bebeto, Djalma Santos, Chiquinho Gomes, Dr. Marcelo, Denis Moraes e Marcelo Faria. A parceria vencedora estreou ano passado e é bicampeã consecutiva. O tema da Tucuruvi para o Carnaval 2025 é intitulado como “Assojaba – a busca pelo manto”, assinado por Dione Leite e Nicolas Gonçalves, com pesquisa do enredista Vinicius Natal. * OUÇA AQUI O SAMBA CAMPEÃO

Todos os concorrentes levaram torcidas e apostaram em intérpretes renomados para defesa de suas obras. Nomes como Pitty de Menezes, Luiz Felipe, Renê Sobral, Pixulé, Igor Sorriso, entre outros. Antes do anúncio, o grupo cênico da escola fez uma encenação indígena com músicas de Parintins, dando um spoiler do que será o tema dentro da avenida. Os integrantes se dividiram em grupos e coreografaram em volta de componentes esculpindo artesanato.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Contente com a escolha

O vice-presidente e diretor de carnaval da agremiação, Rodrigo Delduque exaltou os sambas finalistas e agradeceu todos os compositores que participaram do concurso. De acordo com o gestor maior da escola, a Tucuruvi vai trabalhar fortemente para dissecar o samba, almejando coisas maiores.

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“A disputa de samba-enredo acaba sendo um peso no bom sentido, porque esse ano tinha quatro obras muito boas, que se encaixavam, mas a gente só conseguia trazer uma para a avenida. Eu gostaria já de aproveitar também o CARNAVALESCO para agradecer todos os compositores que se dedicaram e trouxeram as suas obras para a Tucuruvi. Agora é trabalhar em cima do samba que mais se encaixa dentro do nosso projeto e maturar ele. Trazer para a galera, para o nosso componente, que aceitou. Agora é trabalhar bastante e, se Deus quiser, trazer o Tucuruvi para o lugar que tanto almeja”, declarou.

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O samba-enredo vencedor se destaca dos demais por ‘colocar o dedo na ferida’. Os versos “Não foi feito pra você, não foi feito pra vender/A vontade do manto vai prevalecer se destacam e simbolizam diretamente a característica da obra. Essa parte remete às terras sagradas indígenas e o manto, que é de propriedade total dos povos originários. Perguntado sobre essa questão, Delduque revelou que a parceria acertou em cheio, bem como no carnaval passado, pois é o que os carnavalescos idealizam para o desfile.

“É uma obra que no ano passado essa parceria já tinha entendido a proposta da Tucuruvi. Esse ano acertaram de novo em cheio quando nós recebemos. Os carnavalescos com a equipe técnica de carnaval achou uma coisa muito surreal. Se encaixava muito dentro do contexto geral do carnaval, e, graças a Deus, eles conseguiram nos ajudar em relação ao samba. Então a gente fica muito feliz com isso”, completou.

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‘Realiza o nosso sonho!’

O carnavalesco estreante na escola, Nicolas Gonçalves, demonstrou confiança no trabalho que está sendo realizado dentro do tema. O artista aprovou a obra e chamou a canção de imponente, que segundo ele, é o que a Tucuruvi precisa para colocar esse enredo na pista.

“Quando eu ganhei o Estrela do Carnaval no Grupo de Acesso, em 2024, eu também tinha uma proposta de um enredo diferenciado e emocionante. Quando eu chego na Tucuruvi, trouxe um enredo também potente e emocionante, a gente queria seguir essa mesma linha. Não à toa, cheguei aqui para agregar. O enredo depende muito do samba: por mais que a gente faça um grande enredo, a gente precisa de um samba para se comunicar. Quando escolhemos esse samba, tenho certeza que a escola acerta na escolha para trazer um samba potente e ir além em 2024. Neste ano, a escola ficou com um gosto de quero mais, ficou querendo mais. Tenho certeza que esse samba e o trabalho que estamos fazendo vai realizar o nosso sonho, como diz a canção”, disse.

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O artista demonstrou bastante felicidade. Realmente o carnavalesco está radiante na Cantareira e está se doando ao máximo. O jovem comentou que o samba-enredo é a metade do carnaval e, agora, é passar a sua mensagem com as alegorias e fantasias.

“A questão do enredo de um grupo minoritário vai além da escola: É o momento que o carnaval está vivendo. Ele é muito importante. Fico feliz ao perceber quando uma escola percebe a importância que ela tem para comunicar, da potência que a gente tem e da possibilidade que temos de ter discursos importantes. O samba é a forma que a gente acessa esses públicos para falar de algo. Quando a gente chega nesses enredos e sambas, já é 50% do meu carnaval. Agora, trabalhamos para fazer fantasias e alegorias que complementam essa comunicação. Com esse samba e com esse enredo, estou muito feliz, de novo, de conseguir trazer uma mensagem importante para o carnaval. Era o meu sonho e faço carnaval por isso. Acreditar que a nossa voz pode ser mais potente ainda. Estou pingando de suor nessa final, mas realizado e muito feliz com esse convite da Tucuruvi, de ter feito um carnaval legal no Rio de Janeiro e chegar em São Paulo para agregar com uma ‘escolona’, que tem tudo para chegar ao topo do carnaval. Estou muito feliz, muito realizado. Realiza o nosso sonho!”, afirmou.

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Estudo aprofundado no enredo, parceria forte e carinho pela escola

Um dos compositores vencedores, Macaco Branco, de fato incorporou o enredo. Ele revelou que leu livros e realmente se aprofundou no tema. Foi além da sinopse.

“Quando saiu o tema, eu já comecei a pesquisar e me aprofundar o máximo que eu pude – como eu também tinha feito com o samba de Ifá. Ler livros, ter bastante embasamento e incorporar bastante o enredo. Fazer com que a temática seja cantada na avenida de uma forma bem clara – e para que tudo que passe na avenida esteja ali no samba através de poesia. Em mais um ano fomos felizes em ter conseguido fazer um excelente samba para, se Deus quiser, a gente ajudar a escola que tá dentro do nosso coração a conquistar esse tão sonhado título do carnaval”, contou.

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O também mestre de bateria exaltou a sua parceria, pois além de parceiros de samba, são amigos.

“Hoje em dia, na era da informação, a internet ajuda em tudo – inclusive compositores de samba-enredo. A gente faz a reunião através de vídeos, marca algumas reuniões presenciais no Rio, também. Uma parte dos compositores são professores – então, às vezes, a gente está pelo Rio trabalhando, dando aula. Nossa parceria é composta de amigos, isso é primordial. Mais do que parceiros, nós somos amigos: fazemos sambas porque amamos fazer isso e amamos o carnaval. E Deus, assim como Ifá, nos presenteou mais uma vez com essa honra de poder representar o Tucuruvi através de poesia”, enfatizou.

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O músico declarou seu amor pela Tucuruvi. Contou que fez o samba de “Ifá” por ser apaixonado pela cultura e não quer mais sair da escola, se sentindo parte da família do Zaca.

“Tenho um carinho especial pela Tucuruvi. Já acompanho a escola há muito tempo, já tenho um carinho especial. O que me chamou para fazer o samba Ifá foi o enredo, sendo que eu já tinha um carinho pela escola. Eu já estava parado de disputar muito tempo, até por ser mestre de bateria. Ifá é um oráculo africano que eu sou muito apaixonado – então, quando eu vi a temática, eu tinha que fazer para poder, pelo menos, homenagear e agradecer a Deus e Ifá. E Ifá nos agradeceu com a vitória do samba-enredo. E, mais uma vez, como já tínhamos feito no Ifá, pegamos um carinho muito especial pela escola. Eu já me sinto da casa, com todo o respeito a quem já está há muito tempo aqui. Eu estou chegando aqui, apenas. Independentemente se ganhasse ou não, eu estaria aqui para desfilar com a escola – porque o Tucuruvi tem um lugar especial no meu coração”, celebrou.

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Sonho da Tucuruvi e maneira de fazer o samba

Denis Moraes, outro parceiro que faz parte da obra que venceu, exaltou o enredo e citou uma parte específica do samba, que são versos da segunda parte, onde cita o sonho da Tucuruvi, que é vencer o carnaval.

“A gente já trabalha de uma maneira específica, nós trabalhamos já com várias escolas fazendo samba. A gente acompanhou o processo em várias escolas. Foi um enredo que foi muito marcante. Ele é atual e futuro. Na época que saiu a sinopse, que saiu o enredo, que a gente começou a fazer no estudo, tentar aprofundar na história de fato, o manto ainda estava fora daqui. E aí, no meio dessa confusão, desse turbilhão todo, o manto chegou ao nosso país, chegou ao verdadeiro dono. Foi o que a gente colocou no samba: ‘clamo a ti, força maior/ seu poder não me oponho/ abençoe a nossa escola/ realiza o nosso sonho’. O sonho da tribo tupinambá era ter o manto de volta. Nosso sonho enquanto brasileiro é ter um manto de volta. Já o sonho da Tucuruvi todo mundo já sabe, né?”, felicitou.

O compositor contou como o samba foi feito. A parceria inteira mora no Rio de Janeiro foi mais fácil de realizar os encontros, além do uso da tecnologia, citado também por Macaco Branco.

“Nós moramos em Vila Isabel – eu, Macaco Branco, uma turma da parceria. Então era mais fácil a gente marcar os pontos durante a semana, bater papo, trocar ideia. Muito áudio de Whatsapp, de ideias, de melodias, e assim foi surgindo aquela discussão saudável: esse é bom, esse é ruim, esse é bom, esse é ruim, esse é bom, esse é ruim. É algo natural. Conseguimos finalizar sem ter mais o que falar. Era esse o samba final que a gente acreditou, estávamos acreditando e a Tucuruvi acreditou na gente”, comemorou.

Final disputada

Intérprete da Tucuruvi, Hudson Luiz, relembrou o samba de alto nível do último carnaval e disse que esta final foi ainda mais difícil, pois todas as obras apresentadas tinham condições de representar a escola na avenida.

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“Ano passado nós tivemos Ifá, uma grande final, um grande samba, e esse ano foi mais difícil fazer a escolha. Os quatro sambas que a gente tinha, qualquer um poderia ir para a avenida. A escola se manteve dividida o tempo todo. A gente teve que fazer uma forma de avaliação, não só a quadra, mas como um projeto como um todo, e o que se remete a barracão e tudo mais. Eu fico muito feliz em saber que a escola recebeu grandes obras e que qualquer uma delas poderia representar a escola na avenida, mas só podia vencer. Então, parabéns aos compositores. É um belíssimo samba e a gente tem total certeza que vai trabalhar forte esse ano para que a gente possa conquistar nosso sonho que é ser campeão do carnaval”, afirmou.

O cantor revelou que ficou dividido, e que no dia da explanação da sinopse foi fundamental para explicar o regulamento de São Paulo.

“A gente fez a explanação da sinopse e eu pude falar um pouco do que a escola gostaria de samba, falar um pouco do regulamento também de São Paulo e ter esse bate-papo com os compositores sobre o que a gente gostaria. Cada um foi por um caminho, tendo em vista que a gente tinha na final sambas distintos, porém de formas diferentes de serem feitas. De certa forma foi muito boa, porque nós temos uma ótima relação com os compositores. Vários deles são meus amigos, fora daqui a gente canta sambas. Eu até comentei que poderia ser igual ao Festival de Parintins, que ao invés de levar só um samba para a avenida, poderia ser os quatro, mas apenas uma brincadeira. Parabéns aos compositores vencedores”, declarou.

Apresentar um ritmo diferenciado no Anhembi

Comandante da “Bateria do Zaca”, mestre Serginho comentou que na última quinta-feira houve uma audição interna para cantarem o samba e, assim, a bateria deu o seu voto após o intérprete Hudson cantar. O músico falou que novamente é um samba difícil que foi escolhido, mas que está satisfeito com o trabalho.

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“Na quinta-feira a gente fez um fechado aqui, chamamos a bateria e ela deu seu voto. O Hudson cantou os quatro sambas. Na quinta-feira, que tem ensaio de bateria, todo mundo deu seu voto, todo mundo foi tudo certinho. De novo, um samba difícil e de novo a gente vai ter que trabalhar bastante. Agora, no começo tem os ajustes, vai voltar para o pessoal e aí daqui uns dias a gente vai começar a gravar. Mais um samba difícil, novamente, mas satisfatório. Estou muito satisfeito com o trabalho”, contou.

Serginho revelou que vai ousar novamente na avenida. De acordo com o mestre, apostar na parte musical é a chave de tudo. O regente contou todo o processo que será feito depois que o hino foi escolhido.

“Vamos acertar a questão de letra, melodia, vai parar lá no arranjador e o cara faz tudo que tem para fazer. Volta para nós e a gente vai montar de novo mais uma loucura aí, pode ter certeza disso. Vamos colocar no andamento de novo, vamos fazer uns arranjos bem bonitos. O que a gente tem de forte? A parte musical. Temos que apostar muito alto nisso porque a parte plástica eles estão resolvendo lá. Entregar o samba na mão dos tamborins, dos chocalhos para os caras montarem a passagem. Depois eles devolvem e aí a gente começa a montar um esquema. Agora a gente tem que ir com muita calma porque agora já resolveu. Respeitamos todos os sambas e eu quero enfatizar isso. Nós, como bateria, respeitamos muito todos os sambas, fizemos um trabalho igual para todos e agora a gente já tem o campeão. Acredito que nosso foco agora, nesses 20, 25 dias antes da gravação, é acertar o arranjo”, completou.

Ensaios, nota 40 e o título

A porta-bandeira Beatriz Teixeira aprovou a escolha do samba e disse que já previa que seria o vencedor.

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“Gostei do samba! A gente já estava imaginando que ia ser esse mesmo. A comunidade estava meio dividida entre dois sambas, e esse estava muito forte. Foi um samba que pega muito bem, que o refrão fica na cabeça e contagia bastante. A gente já esperava, desde o começo a gente estava vendo que ele estava muito forte para a comunidade”, comentou.

O mestre-sala também se mostrou feliz com a obra ganhadora e, segundo ele, a Tucuruvi está criando uma identidade de agremiação forte.

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“A gente já estava até com uns passos na cabeça, já. Também estávamos com o samba na ponta da língua. Foi muito gostoso descobrir que esse foi o samba escolhido. Eu acho que a Tucuruvi está criando uma identidade de samba. Desde o ano passado, um dos melhores do carnaval, se não for o melhor – até ganhou o Estrela do Carnaval. E eu acho que agora nós começamos a criar uma identidade da Tucuruvi: de uma escola forte, que sempre foi. Agora, com o samba à altura da escola, eu acho que a Tucuruvi vem para mostrar que não é uma escola de samba de brincadeira”, completou.

Almejando o desfile de 2025, o dançarino contou que já começou a imaginar passos indígenas e, em breve, se encontrará diretamente com Beatriz e sua treinadora para ensaiarem constantemente, na busca pela nota 40 outra vez.

“Já começamos a pensar em tudo, sim. Eu vou sair de viagem, vou ficar uns cinco dias off, mas, quando eu voltar (provavelmente daqui a duas semanas) já vou me encontrar com a Bia, com a Dani Renzo e já vamos começar a pensar na nossa coreografia. Já temos algumas ideias até de entrada de jurado, de meio de jurado. A gente já vem pensando e estudando um pouco os passos indígenas, acho que é legal trazer, num enredo tão importante para o Brasil e para a Tucuruvi também. Assim que eu voltar nós já começamos a ensaiar sem parar, todo sábado e toda quarta-feira lá em Mauá – onde eu encontro ela. Acho que vamos fazer um carnaval muito melhor do que foi ano passado. Ano passado foi muito bom, eu e a Bia estávamos nos conhecendo e acho que nós entregamos muito. Nesse ano, é só aprimorar nosso trabalho e abençoar com a nota quarenta, se Deus quiser”, disse.

Bia, como é conhecida, completou dizendo que quer completar gabaritando o quesito com o título da Tucuruvi.

“Mais um! Mais um quarenta, se Deus quiser! E realizar nosso sonho. Ano passado a gente realizou um sonho de tirar quarenta, mas não foi completo. A gente quer sair daqui campeão, levar a Tucuruvi ao primeiro título grandioso, tirar quarenta e vai ser lindo, se Deus quiser”, finalizou.

Mais fotos da final

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Ouça o samba-enredo do Tucuruvi para o Carnaval 2025

Compositores: Macaco Branco, Prof. Carlos Bebeto, Djalma Santos, Chiquinho Gomes, Dr. Marcelo, Denis Moraes e Marcelo Faria
Intérprete: Igor Sorriso

Kunhã Pindorama
O Paraíso Yky Ayri
Exuberância na retina refletir
Encantado Rito em Alma concebeu
O Solo é meu sagrada esperança
Na malha herança Espiritualizou
Antropofagia só engoliria quem colonizou

TECE O FIO DE ALGODÃO DA TIÚBA VEM A CERA
NO TRANÇADO JERERÉ, PRENDE A PENA FEITO TEIA

MAIRAMÊ YEGAÇAWA UNHËË KI IKATARA TUPINÃBÁ

NO TRANÇADO JERERÉ PRENDE A PENA FEITO TEIA
TECE O FIO DE ALGODÃO DA TIÚBA VEM A CERA

Minha pele representa a memória
Resistência originária dos Tupis
Patrimônio secular da Minha Historia
Joia Rara Emplumada vinde a mim
Clamo a Ti força Maior
Seu poder não me oponho
Abençoe a nossa Escola
REALIZA O NOSSO SONHO

Não foi feito pra você, Não foi feito pra vender
A VONTADE DO MANTO VAI PREVALECER

KWA YEPÉ TURUSU YURI
ASSOJABA TUCURUVI
A TRIBO DE GUERREIRO COM A ALMA BRASILEIRA
CANTAREIRA
KWA YEPÉ TURUSU YURIRI
ASSOJABA TUCURUVI
A TRIBO DE GUERREIRO COM A ALMA BRASILEIRA
CANTA CANTAREIRA

Renata Spallicci é coroada na Águia de Ouro e ressalta renascimento no retorno ao carnaval

O último domingo foi de apresentações na quadra da Águia de Ouro, a começar pela coroação da nova rainha Renata Spallicci que retorna ao carnaval após superar um câncer no intestino. O muso Igor Maxilimiano também foi apresentado para a comunidade da Pompeia. A agremiação será a primeira escola do sábado, dia primeiro de março, e com o enredo: “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”, uma homenagem para o artista Benito di Paula.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

A empresária era a rainha da Barroca Zona Sul em 2022, mas vinha sofrendo com a saúde, até descobrir um câncer no intestino. Superou a doença em 2023, portanto ficou ausente do carnaval entre 2023 e 2024. Sobre a sua história no carnaval paulistano, Renata contou para o CARNAVALESCO.

“Comecei no Tatuapé, inclusive, o Edu meu antigo presidente estava aqui. Eu fiquei muito feliz com a presença dele, sou muito grata, porque ele me abriu as portas no carnaval. Então essa vinda dele aqui significa muito para mim. Depois eu tive a oportunidade de ser rainha na Barroca, foi maravilhoso, foram anos muito felizes da minha vida. E eu saí por problemas de saúde, eu estava ficando doente toda hora. Sou atleta, fui atleta profissional, então algo que ficar doente não fazia parte da minha agenda de vida e eu sabia que tinha alguma coisa errada. E aí um ano depois eu acabei descobrindo um câncer no intestino o ano passado, graças a Deus me curei. Estou voltando para o carnaval primeiro nesta casa que eu desejei muito estar aqui muito e coroando esse momento de cura, de renascimento. Um ano depois, que o primeiro ano é conturbado, levei um tempo para me recuperar. Você pode ver que eu estou pura emoção?”

AguiaDeOuro et RainhaPresidente

O contato da nova rainha com a Águia de Ouro foi acontecendo ao longo dos últimos dias com churrasco com a bateria e também visita da escola em sua empresa familiar.

“Olha, da primeira vez que eu pisei nessa quadra, eu senti uma coisa assim inexplicável. E conforme eu fui tendo contato, conheci o presidente Sidnei, conheci a Jacqueline e depois conheci o pessoal da bateria.. E foi um namoro que foi acontecendo e a oportunidade veio, eu sou muito grata. Tive sim esse momento com a minha bateria, foi algo que eu pedi. Falei que eu quero conhecer a minha bateria antes da coroação e a gente teve esse momento. Depois tiveram outros, eu consegui vir em ensaio a gente teve outros momentos juntos”.

AguiaDeOuro et RainhaRenataSpallici

Em nova fase da vida e da carreira, Renata revelou o que podemos esperar dela como rainha: “Estarei com todos, no chão com a galera, abraçando, beijando, cativando, sou muito carinhosa. Gosto de receber o carinho deles também”, complementou ela falou sobre a importância do reinado: “Acho que a rainha com toda essa representatividade que a gente tem é justamente isso. É abraçar a comunidade, é estar com todo mundo, engajar, participar. E é isso que eu vou fazer”.

Em conversa com o CARNAVALESCO, ela confidenciou que já tem fantasia apresentada pelo carnavalesco André Machado.

“Eu já tenho a fantasia. O André já me entregou o desenho da minha fantasia e é uma joia, é a coisa mais linda. Assim, nossa, ele desenhou ali para mim mesmo”.

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Escritora e empresária, Renata Spallicci contou um pouco de como ela é fora do carnaval: “Sou uma menina mulher já com quase 43 anos, muito sonhadora, muito trabalhadora. Gosto muito de trabalhar. Acho que Deus me deu um privilégio, eu tenho a missão de ser a terceira geração de uma empresa familiar. Honro muito essa oportunidade e tento fazer isso com todo o meu amor, com todo o meu carinho como tudo que eu faço. Aqui também vai ser com todo o meu amor, com todo o meu carinho”.

O mestre da bateria há trinta e três anos, Juca ressaltou a nova rainha da “Batucada da Pompeia”: “A Renata foi uma grata surpresa. Foi o que o presidente falou, a humildade dela, o caráter dela. Muita gente torceu o nariz. Principalmente a rede social e tudo… Mas depois que a bateria, a comunidade, conheceu ela… Ela é sensacional, uma pessoa do bem, super gente boa”.

AguiaDeOuro et RainhaBateria

O presidente Sidnei Carriuolo seguiu elogios para a nova rainha da Águia de Ouro e frisou: “A Renata é uma pessoa diferenciada. Uma mulher muito especial, carisma grande, coração enorme e a nossa cara. Essa é a verdade, ela é a nossa cara. E eu espero que ela seja feliz aqui, e a gente seja feliz com ela. Estamos apostando muito nisso e estamos acreditando também muito nisso”.

AguiaDeOuro et PresidenteSidnei 2

No palco, a nova rainha recebeu homenagem das musas da escola, inclusive, um texto lido pela musa Marina Franco citou a superação do câncer, e o momento de renascimento na vida e no carnaval, emocionando Renata. Um dos pontos frisados no palco foi sobre a boa relação da nova rainha com o quadro de musas.

AguiaDeOuro et MusaMarinaFranco

Após coroação no palco, pediu licença para Douglinhas Aguiar, intérprete muito querido na comunidade, para puxar em conjunto o seu bordão: ‘tá todo mundo aí’. Ao descer para a bateria, um momento marcante foi toda a bateria ajoelhar para a rainha sambar no meio da “Batucada da Pompeia”.

AguiaDeOuro et RainhaRenataSpallicci

Novo muso, Igor Maximiliano, também foi apresentado

O muso da Império Serrano no Rio de Janeiro, mas com história no carnaval de São Paulo, se junta ao time de musos e musas da Águia de Ouro para o desfile de 2025. E contou um pouco sobre sua trajetória ao site CARNAVALESCO.

“Comecei na Leandro de Itaquera na ala das Crianças em 2001, depois fui para a Nenê de Vila Matilde ala de passo marcado e logo em seguida fui para Vai-Vai ser comissão de frente. Depois do Vai-Vai fiquei na X9 durante 10 anos na minha vida. Tive a oportunidade de ser chamado para ser muso do Império Serrano, deu tudo certo continuo lá para o Carnaval 2025. E tem uma surpresa, o Águia de Ouro é a primeira de sábado e a Império Serrano é a última de sábado. Uma em São Paulo e a outra no Rio, vamos dar um jeito”.

Igor Maximiliano recebeu convite da escola para retornar ao carnaval paulistano, e resolveu aceitar, mas tem um desafio no sábado de carnaval: “Atual muso agora do Águia de Ouro, mas antes de estar aqui eu era um antigo muso da X-9 Paulistana e fiquei lá durante 10 anos aí veio época da Covid. E nós infelizmente não conseguimos conciliar uma coisa com a outra. E aí teve esse probleminha de quando voltaram as datas eram na mesma data e aí acabou não conciliando e quando eu voltei esse retorno foi um convite da Jacque, do presidente Sidnei, né? E foi uma retomada porque eu tenho uma história aqui, mas continuo no carnaval carioca, continuo sendo muso do Império Serrano, mas ao mesmo tempo eu queria voltar para onde eu comecei, para onde criei destaque, para onde criei um nome. Com muita humildade, acho que eu ainda tenho muito o que contribuir. Acabei voltando e agora no Águia de Ouro”.

Sobre o look que mostrou empolgação ao receber das mãos do carnavalesco André Machado, resumiu: “É um look diferenciado, diferenciado”, mas não deu spoilers.

Homenageando o artista Benito Di Paula, a Águia de Ouro será a primeira escola no sábado de carnaval, cantando “Em Retalhos de cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”.

Veja abaixo mais imagens

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Vizinha Faladeira revela novo brazão mantendo símbolo

A escola de samba Vizinha Faladeira ressurgiu há 35 anos no cenário carnavalesco após um hiato de quase 50 anos. O retorno teve como destaque a exibição de seu primeiro pavilhão, que trazia a imagem de uma mulher com a língua exposta, simbolizando as fofoqueiras que deram origem ao nome da agremiação.

brazao vizinha

Conhecida como a “Pioneira”, a direção da escola decidiu apresentar uma nova imagem: a encantadora sereia. Essa figura mítica se tornou um símbolo representativo, destacando sua conexão com a Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Agora, a Vizinha Faladeira revela seu novo brasão. Mantendo a sereia como símbolo central, a escola honra a visão dos antigos diretores, que escolheram essa figura para representar sua essência. O presidente da Vizinha Faladeira, David dos Santos, comenta sobre a importância dessa atualização.

“A Sereia representa a força e a magia da Zona Portuária do Rio, local onde está situada e foi fundada, e é um símbolo que nos conecta à nossa história e à nossa comunidade. Estamos muito orgulhosos de revelar este novo brasão, que reflete nosso espírito de inovação e nossa tradição”.

Imperatriz cheia de axé para o Carnaval 2025

A Imperatriz Leopoldinense volta com uma temática afro-religiosa ligada à mitologia dos orixás, com o enredo “Ómi Tútú ao Alúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira. A última vez foi há 46 anos. Em conversa com o site Carnavalesco, a presidente da escola, Cátia Drumond, contou o que representa para ela esse momento da escola depois tanto tempo sem fazer um enredo afro. Ao longo do tempo, membros da escola, como passistas e baianas, expressaram esse desejo de explorar essa temática no desfile. Assim, o enredo nasceu em resposta a essa demanda da comunidade, combinada com a vontade pessoal do carnavalesco de atender a esse pedido e celebrar as raízes africanas e religiosas da escola. Em 1979, a escola apresentou o enredo “Oxumaré, a lenda do arco-íris”, assinado por Mário Barcellos e Caetano Costa.

leandro catia imperatriz
Foto: Divulgação/Nelson Malfacini Imperatriz

Para Cátia Drumond, a Imperatriz precisa desse axé e o momento é muito positivo com a escola fazendo um enredo afro após tanto tempo, principalmente, levando em consideração o sucesso que foi a cigana no Carnaval 2024.

“Eu vejo como um momento positivo. Somos a escola que menos fez enredos sobre a religião africana, e acho que precisamos desse axé, dessa paz. Viemos com o enredo do Lampião, que nos deu o campeonato. Depois, com a Cigana, que não nos deu o campeonato, mas acredito que foi o melhor desfile que a Imperatriz fez nos últimos anos. Tenho certeza que, com fé, amor e as bênçãos de Oxalá, faremos um excelente desfile em 2025”.

Em relação às mudanças para o Carnaval 2025, com três dias de desfile e o fechamento das notas dos jurados após cada escola passar pela Avenida, Cátia acredita que é um teste e espera que dê certo.

Ouça os sambas concorrentes da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2025

“Todas as escolas votaram a favor da mudança e eu acho que isso é um teste. Estamos torcendo para que funcione. Mesmo que não fossem três dias de desfile, mas dois, as notas seriam fechadas. Há muito tempo não vemos uma campeã saindo no domingo, e o julgador precisa entender que ser campeã no domingo não é nada errado. Observamos que as escolas que ganham geralmente desfilam na segunda-feira. O domingo pode ter mais ou menos erros, e em 2024, o domingo teve menos erros. Se você olhar o resultado, a segunda, terceira e quarta colocadas foram de domingo, mas eu sempre vejo uma diferença significativa entre o domingo e a segunda-feira. Então, também vejo isso como uma aposta. Se não der certo, damos um passo para frente e depois outro para trás”.

Em uma conversa com o site Carnavalesco, o artista compartilhou detalhes sobre a inspiração por trás do enredo, revelando como essa história chegou até ele e qual será o fio condutor dessa narrativa.

“Esse enredo chegou meio que uma vontade minha de atender a um pedido da comunidade. A Imperatriz tem quase 50 anos que não se debruça na temática afro-religiosa, e quando eu cheguei aqui, na minha primeira passagem, ainda no Grupo de Acesso, em 2020, já era um desejo que as pessoas da escola, quando eu digo as pessoas da escola, é a comunidade da escola, passistas, baianas, solicitavam esse enredo e nasce um pouco disso”, revelou Leandro.

Confira a sinopse do enredo da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2025

Leandro contou detalhes sobre o fio condutor do enredo, destacando que a narrativa se baseia na saga contada pelo Itã, que relata o desejo de Oxalá de visitar Xangô. No entanto, ao longo do percurso, Oxalá enfrenta uma série de obstáculos que o levam a uma conclusão de viagem diferente daquela que ele havia imaginado ao sair de Ifón em direção a Oyó. A história é contada por meio de recursos carnavalescos, como fantasias, alegorias e adereços, que transportam o público para o universo mágico e mitológico dos orixás.

“O fio condutor é dessa contação de história que parte de uma saga, da saga que narra, do Itã, que narra o desejo de Oxalá visitar Xangô. No meio do caminho, existe uma série de percalços que levam Oxalá a ter um término de viagem diferente daquele que ele havia pensado que teria quando pensou em sair de Ifón rumo ao Oyó. A terra onde ele era soberano, para a terra onde Xangô é soberano. Então é um pouco a contação dessa história através de recursos que são carnavalescos mesmo. E fantasias, alegorias, adereços”, explicou Leandro.

UPM 2025: samba da parceria de Marquinho Sorriso

Compositores: Marquinho Sorriso, Eli Penteado, Ricardo Simpatia, Flavinho Avellar, Jorginho, Almir Chega Junto, Marcelo Vai-Vai e Bruno Andrade

AGÔ EGBÉ YÁ NASSÔ
VINDA DE ALÉM MAR ABRIU CAMINHO
CHEGOU NOSSA MÃE TRAZENDO AXÉ
NOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ
PRETOS E PRETAS CONSTRUÍRAM UMA NAÇÃO
SOB O ORVALHO E GRATIDÃO À ALAFIN
ETERNIZANDO AS RAÍZES DE IORUBÁ
FILHOS SAGRADOS DE YALORIXÁS
RESPLANDECENDO NO REINO DE OYÓ
NO ESPLENDOR DE OÒRÚN E ÒSUPÁ

CLAMANDO NOSSOS ANCESTRAIS
NO XIRÊ DOS ORIXÁS
GUARDIÃ YÁ NASSÔ Ô Ô Ô
GEROU NO VENTRE A CRIAÇÃO NAGÔ

RENASCEU A ESPERANÇA
VENCEU PRECONCEITO E A INTOLERÂNCIA
SOMOS BRANCO DE ARÁINTILE
JUSTIÇA E AMOR
SOMOS VERMELHO DE XANGÔ
OBATOSSI SOPROU LIBERDADE
PRÁ BAMBOXÊ OBITIKÔ
COM AS BEÇÃOS DA TRINDADE
REERGUEU-SE O MAIS ANTIGO TERREIRO
ESPALHANDO A SEMENTE DA FÉ
IRRIGADA PELAS ÁGUAS DE OXUM
ARYÁ PONON OPUKUDÊ, FELICIDADE
BRILHOU O ADÊ SAGRADO DA ANCESTRALIDADE

KAÔ KABECILÊ XANGÔ! LAÓ OBÁNIXÉ KAÔ
SOU BOI VERMELHO DA VILA VINTÉM
BATO CABEÇA NESSE ALTAR
HOJE O MEU TAMBOR VAI ECOAR

UPM 2025: samba da parceria de Thiago Vaz

Compositores: Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo e Cabeça do Ajax
Intérpretes: Igor Sorriso, Diego Nicolau e Tem-Tem Jr.

EIÊÔ! KAÔ KABESILÊ BABÁ OBÁ!
COURAÇA DE FOGO NO ORÔ DO VELHO AJAPÁ
A RAÇA DO POVO DO ALAFIN, E ARDE EM MIM..
RUBRO VENTRE DE OYÓ
NA ESCURIDÃO, NUNCA ANDAREI SÓ
VOVÓ DIZIA: SANGUE DE PRETO É MAIS FORTE QUE A TRAVESSIA!
SAUDADE, QUE INVADE! FOI MARÉ EM TEMPESTADE
SOPRA A ANCESTRALIDADE NO MAR (Ê RAINHA)
PRECEITO É HERANÇA SEM MARTÍRIO
AIRÁ GUARDA SEUS FILHOS NO ILÊ DA BARROQUINHA

É A SEMENTE QUE A FÉ GERMINOU, IYÁ ADETÁ
O FRUTO QUE O AXÉ CULTIVOU, IYÁ AKALÁ
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA
YIÁ NASSÔ, Ê BABÁ ASSIKA

VOU VOLTAR MAINHA, EU VOU
VOU VOLTAR MAINHA, CHORE NÃO
QUE LÁ NA BAHIA
XANGÔ FEZ REVOLUÇÃO

OXÊ… A DEFESA DA ALMA NA PALMA DA MÃO
NO CLÃ DE OBATOSSI, HÁ BRAVURA DE OXOSSI NO MEU PANTEÃO
É D’OXUM O ACALANTO QUE GUARDA O OTÁ
DO VELHO ENGENHO, XIRÊ QUE MANTENHO NO MEU CAMINHAR
TOCA O ADARRUM QUE MEU ORIXÁ RESPONDE
OLORUM, GUIA O BOI VERMELHO SEJA ONDE FOR
GIRA SAIA AIABÁ, TRAZ AS ÁGUAS DE OXALÁ
JUSTIÇA DE AGODÔ, TAMBOR GUERREIRO FIRMA O ALUJÁ

NO EGBÉ VILA VINTÉM, DAGÔ XANGÔ!
AMOR QUE VAI ALÉM, LEGADO DE FAMÍLIA
EXEMPLO DE LUTA SEM MEDO
VOZ FEMININA DO GUETO
SAMBA ENREDO DE MÃE PRA FILHA