GOSTO DE RESPEITO, SOU RESPEITADOR
PEDIRAM LICENÇA, EU VIM NA BATIDA DO TAMBOR
NA FUMAÇA DA MAGIA NO VENTO QUE GIRA NO MUNDO
MEUS CAMARADAS FIRMAM A GIRA DE MALUNGO
NAÇÃO COROADA REINO DE XANGÔ
DESPERTA “NEGO” A JUSTIÇA LHE CHAMOU
SANGUE BANTU NÃO ACEITA CATIVEIRO
FOGO QUE QUEIMA ENGENHO CANAVIAL
ASSOMBRO DOS TIRANOS DESALMADOS
SANTO NO ALTAR DOS RENEGADOS
ENCANTADOS ÁRVORE ANCESTRAL GRITAM MALUNGO MALUNGUINHOS SOMOS NÓS
LUTEI POR MINHA GENTE NOS MOCAMBOS RESSURGI MENSAGEIRO DE TRÊS MUNDOS
MATA JUREMA ENCRUZILHADA CABOCLO CATUCÁ SUA MORADA
CAMINHOS ABRI Ó MANO MEU FOLHA SAGRADA QUE CURA MEU CAMINHAR
A QUEM MERECE ESSA TERRA PISARÁ
COROADO CABOCLO PREACA NA MÃO COCARES PAJÉS UNIÃO ALUMIA O BREU DA NOITE DEFENDE NOSSA GENTE ESSA NAÇÃO
MALUNGUINHO É REI DA MATA REI DA MATA É MALUNGUINHO
CORRE MINHA VIRADOURO TIRA ESTREPE DO CAMINHO
TRIUNFEI
TRIUNFEI MESTRE TRIUNFÁ SOU CUIA DA SAPUCAIA DA SAGRADA JUREMÁ MIRAÇÃO VEJO AQUI E ACOLÁ PORTAL DO MUNDO ENCONTROS CRUZADOS
GUARDIÃO JUREMEIRO AFAMADO HÁ MINHAS SETE CIDADES
CATIMBÓ ME CHAMA VIM SARAR NECESSIDADES
É SAGRADO, É PROFANO, EXU TRUNQUEIRO
ARCO FLEXA COM OXÊ FIRMA NO CRUZEIRO
SANTO COROADO REI DA PROCISSÃO CALUNGA MARACATU ESTANDARTE VEM NA MÃO
FUMAÇA SUBIU INIMIGO CAIU
JOÃO BATISTA REIS MALUNGO TACA FOGO NO BRASIL
SOBÔ NIRÊ MAFÁ SOBÔ NIRÊ MAFÁ
MALUNGO É A CHAVE DA VITÓRIA DO QUILOMBO VIRADOURO TERRA DE ARARIBÓIA
SOBÔ…
Compositores: Argentina Caetano, Dandara Alves, Karla Basket, Silvia Pereira, Vânia Moraes, Fernando Viradouro, Alisson Oliveira, Beto Machado, Elias Andrade e Rafael Lima
O VENTO SOPRA A FUMAÇA DO TERREIRO
SOU DERRADEIRO DO QUILOMBO CATUCÁ
TENHO A CHAVE DA SENZALA PRO MEU BANTU LIBERTAR QUEBRO CORRENTES, CASA GRANDE SE DESFAZ
PELA CHAMA E OS ESTALOS VINDOS DOS CANAVIAIS
O REBELADO, MALASSOMBRO, FORASTEIRO
SOU ALGOZ DA TIRANIA
EXTERMINO CATIVEIRO
JÁ FUI FINDADO RENASCI NOS ENCANTADOS
HERDEI NAS MATAS A ESSÊNCIA DO PAJÉ
REIS MALUNGUINHO O CABOCLO COROADO
VIM AO SOM DOS MARACÁS TRAZER LUZ PRA SUA FÉ
ACENDE A RAMA DO CACHIMBO, ÓH JUREMEIRO,
QUE EU ASSENTO NA JUREMA, FAZ CONSULTA AO CURANDEIRO
SOU AFAMADO O MESTRE NOS RITUAIS
VENHO LÁ DO CATIMBÓ PARA ABRIR NOVOS PORTAIS
E NAS ENCRUZAS RASTRO DE REDEMOINHO
O TRUNQUEIRO DOS CAMINHOS E MISTÉRIOS DESSE CHÃO
OXÊ TRANÇADO SOB O ARCO E A FLECHA
EU TAMBÉM ESTOU NAS FESTAS E SEARAS DA NAÇÃO
SEGUE O CORTEJO NESSE MEU AMOR PROFUNDO
ME CHAMO JOÃO BATISTA
MENSAGEIRO DE TRÊS MUNDOS
HOJE EU VOU INCORPORAR, NO CANTAR DA VIRADOURO
TACO FOGO NO BRASIL, PRA JUSTIÇA DO MEU POVO
FIRMA PONTO NA AVENIDA, TOCA FORTE O ALUJÁ
A FALANGE NITERÓI
É SOBÔ NIRÊ MAFÁ!
EU SOU! ÁH! EU SOU! DE BATISMO SOU JOÃO
MENSAGEIRO DE TRÊS MUNDOS
HERÓI E PROTETOR DESSA NAÇÃO EVOCO A FALANGE DOS MALUNGOS SOBÔ NIRÊ MAFÁ
A MINHA MAGIA QUE A FÉ ME CONDUZ
ABRIU AS SENZALAS, CAMINHOS DE LUZ
NASCIDO PRA VENCER DEMANDAS
AQUELE QUE AOS MAUS ASSOMBRA
A NAÇÃO COROADA DE XANGO! KAÔ, MEU PAI…KAÔ!
DO BANTO FUI HERÓI DO AVESSO
LIBERTÁRIO QUE O FOGO ALASTROU
AUÊ! AUÊ! AUÊ! SOU O CABOCLO LÁ DA MATA
COM A PREACA NA MÃO
MEU PORTÃO É DE OURO, TRAZ A CHAVE DO TESOURO
NÃO MEXE COMIGO NÃO
DAS FOLHAS E NA FUMAÇA VOU DEFUMAR
É JUREMEIRO! É JUREMA! É JUREMÁ!
NA PLANTA SAGRADA AS ERVAS QUEM MANDA?
SOU REIS O GUARDIÃO DAS SETE BANDAS
EM NOITE PRATEADA ABRO AS PORTEIRAS AO POVO DE FÉ
SOU EXÚ-TRUNQUEIRO NA ENCRUZA VOU FESTEJAR
MARACATU, NO CATIMBÓ, A GIRA VAI GIRAR
MEU DOM DIVINO, VOU CUMPRINDO MEU DESTINO
LEVANDO OS CONTRAS E ABRINDO OS CAMINHOS
SOBÔ NIRÊ MAFÁ! SOBÔ NIRÊ MAFÁ!
É MALUNGUINHO! PISANDO AQUI PRA TRIUNFAR
SOU FURACÃO DA VIRADOURO!
MEU QUILOMBO! MEU AMOR! MINHA RAIZ!
QUERO A QUARTA ESTRELA NO MEU PEITO
SOU MALUNGUINHO, VOU INCENDIAR O MEU PAÍS
Compositores: Diego Thekking, Roberto Doria, Professor Jandré, Gabriel Machado, Ricardo Sato, Juliano Centeno, Karol Kon, Toncá Burity, Ionalda Belchior, Julio Pagé
Fumaça que chama
É chama vermelha
Falange na mata, é sombra, é centelha
Essa nação que traz o brilho no olhar
Vai fazer Sapucaí cantar: Sobô Nirê Mafá
Sou força da Jurema, na folha fiz altar
Na guerra visto pena, herdei missão no Catucá
E consagrado pelos encantados
Trilhei magia, coroado Reis
Não se arrisca, tenho alma arisca
Sou João Batista, to virado em três
“E lá na mata canta ai o que ele é
E lá na mata, canta ai o que ele é”
Sou caboclo rebelado, flechada no que vier
Amolei corpo fechado, planto a cura do pajé
Corre triunfo, vento no catimbozeiro
Pro aflito, curandeiro
Pro inimigo, assustador
O meu cachimbo sopra miração no cheiro
Que o portão do cativeiro
Viu chave do protetor
Na encruza, trunqueiro é
Estrela pra alumiar
Sustento poder na fé
Caminho pra te encontrar
Resisto no meu quilombo
Onde curo a dor que dói
Tirano me quer perdido
E o povo me quer herói
Deixa arder canavial, deixa arder todo engenho
Gira no Maracatu…
Se tem samba na curimba, tem repique com Ilú
Malunguinho firma ponto lá na Jurema
E pra quem tentar me derrubar, é problema
A coroa é de palha, o meu povo é juremeiro
Taca fogo nesse chão, a Viradouro é um terreiro
Compositores: Mocotó, PC Portugal, J.Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranquejo
Participação especial: Renato Pacote e Reinaldo Guimarãoes
GALOPEI NO VENTO
ARRIEI QUANDO OUVI O ALUJÁ
E A FUMAÇA ANUVIOU
SOU JOÃO BATISTA JUREMEIRO
A NOITE E O LUAR
MENSAGEIRO PROTETOR
FOGO QUE ARDE O ENGENHO
MALASOMBRO DO CANAVIAL
ARREPIO DO QUILOMBO, ASSOVIO DE MOCAMBO
MARGEANDO A PAZ DO MANGUEZAL…
CHAVE DA SENZALA, ARTE DO ENGANO
AOS OLHOS TIRANOS, UM PESADELO SEM FIM
ANTI-HERÓI PERNAMBUCANO, A ESPADA DO MOTIM
ALMA DE CABOCLO, REIS DO CATUCÁ
COROA DE PALHA, PENA DE QUEM ENFRENTÁ
FOLHA MACERADA, TRAMA DE CIPÓ
RENASCIDO DA JUREMA
PORQUE A FORÇA DA JUREMA
É A RAIZ DO CATIMBÓ
VENCI, VIREI CIÊNCIA NESSE CHÃO
NO MEU CACHIMBO A PURIFICAÇÃO
RESITO NOS RITUAIS
EU FECHO O CORPO E ABRO PORTAIS
SETE PONTAS DA ESTRELA ME ENCATAM
SETE FLECHAS E CALUNGAS SE ENCONTRAM
NAS RODAS DE CÔCO, PELOS CORTEJOS PRA MIM
FIRMAM PONTO CANTANDO ASSIM
MALUNGUINHO, MALUNGUINHO…
COROADO NO TAMBOR
GUARDIÃO, EXU TRUNQUEIRO
ESSE AQUI É MEU TERREIRO
VIRADOURO DE XANGÔ
SOBÔ NIRÊ… “SOBÔ NIRÊ MAFÁ”
“SOBÔ NIRÊ MAFÁ” SOBÔ NIRÊ…
A CHAMA NO OLHAR, A VIRADOURO ACENDEU
E QUANDO SE ALASTRAR, SAIBA QUE SOU EU!
A gélida noite de sábado teve muito samba na Zona Leste de São Paulo. A Nenê de Vila Matilde, onze vezes campeã do Grupo Especial do carnaval da cidade e atualmente no Grupo de Acesso I, escolheu o samba para defender o enredo “Um quê de poesia e um tanto de magia, a arte de encantar o imaginário popular”, desenvolvido pelo carnavalesco Danilo Dantas. Com três canções finalistas, venceu a obra composta por Adauto Alves, Dadô Poeta, China, Akash, Samuel Bussunda e Marcio Pessi.
Novidades e tradição
Após todos serme recepcionados por componentes da Ala das Baianas, foi realizada a cerimônia de posse dos casais. Apresentados pelas redes sociais no dia 03 de março, Edgar Carobina e Graci Araújo, enfim, se apresentaram como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira à frente da comunidade. Depois, os tão tradicionais alusivos da azul e branca foram executados. Homenagens para baluartes da Vila Matilde foram feitas, e uma surpresa também aconteceu: juntamente com outras tantas agremiações (casos de Gaviões da Fiel, Imperador do Ipiranga, Amizade Zona Leste, Leandro de Itaquera e as X-9 [tanto a Pioneira, da cidade de Santos, quanto a de São Paulo]), uma roda de pavilhões se fez presente ao som de históricos sambas da instituição – como “Narciso Negro” (1997) e “Em Não Se Plantando, Tudo Nos Dão?… Não!” (2002).
Também houve espaço para uma apresentação do Grupo Independente de Ginástica Geral e Acrobática (GIGGA), com elementos circenses e acrobacias bastante arriscadas, que causaram frisson na reportagem e em todo o público presente.
Hora da verdade
A disputa, então, começou. O primeiro samba a se apresentar, com o público repleto de bexigas azuis e brancas, foi composto por Marcelo Casa Nossa, Fredy Vianna, Nando do Cavaco, Bruno Rodrigues, Daniel Cava, Helber Medeiros, Rodnei Machado, André Filosofia, Polonês e Xandinho Nocera – e interpretado pelo atual cantor da Mancha Verde.
Veio, então, a canção escrita por Kaska, Turko, Silas Augusto, Fabio Souza, Rafa do Cavaco, Vitão e Bruno Gianelli, interpretado por Tiganá.
O samba campeão foi o último a se apresentar, com muitas bandeiras azuis e brancas na quadra. A gravação original, interpretada por Ito Melodia, ficou a cargo de Luiz Felipe e Tiago Nascimento no palco.
Definição clara
Ao contrário de outras tantas, a parceria campeã tem um modus operandi bastante bem dividido, com cada componente tendo uma função específica. Quem explica é Dadô Poeta: “Quando chegou a sinopse, o Adauto começou a rascunhar a letra e a métrica que seria o samba. Trouxe isso para todo mundo já mastigado, para já concluirmos na melodia. A nossa canção veio em cima dessa situação, da concepção dele e do entendimento do enredo”, comentou.
Citado pelo parceiro, Adauto Alves também exaltou os demais compositores: “Na nossa parceria, geralmente fazemos assim: eu cuido da adequação com o enredo e o Marcio Pessi, o Dadô e todos os demais são ótimos na melodia e me ajudam com o samba”, refletiu.
Mais do que isso: Adauto já destacou quem foi o responsável por tomar a iniciativa de já trazer uma parte importantíssimo da canção: “Fizemos poucas reuniões, mas o Dadô já mandou o refrão logo de primeira e eu já complementei com a letra. Um vai dando uma ideia para o outro e o samba saiu”, disse. Boêmio, Dadô revela que a parceria se rendeu às inovações tecnológicas: “Tivemos umas duas ou três reuniões, mas também conversamos muito por WhatsApp. Eu sou do modo antigo: gosto de ter aquela cerveja, a resenha, e ter a discussão, no bom sentido”, comentou.
Ambos também disseram não esconderam que aproveitaram todo o tempo possível dado pela diretoria quanto às entregas dos sambas: “Gostamos de fazer tudo no final. Nos últimos quinze dias, quando já tínhamos o refrão, que pegamos firme na letra e acabamos. Terminamos e entregamos o samba na última semana possível”, assumiu.
Elogios à safra
Como é de praxe em finais de sambas-enredo, diversos integrantes-chave de segmentos elogiaram não apenas a canção campeã – mas, também, todos os finalistas. Foi o caso de Rinaldo José Andrade, o Mantega, presidente da Águia Guerreira: “Eu gostei da nossa safra para 2025. Fomos felizes e os compositores também foram felizes. Escolhemos um samba bom e estamos bem representados, não temos dúvida”, resumiu.
Quem também sintetizou a própria opinião foi Bruna Moreira, diretora de carnaval da agremiação: “Para a gente, para a nossa grande surpresa, os sambas estão maravilhosos. Tivemos muita dificuldade para escolher qual desses sambas vamos levar para a avenida, todos tinham muita qualidade”, comentou.
Um dos estreantes na escola da Zona Leste, Edgar seguiu a linha dos demais ouvidos pela reportagem: “Todas as obras que estiveram aqui e foram escritas pelos compositores eram lindas. Os três finalistas estão de parabéns. Qualquer uma que ganhasse representaria bem a Nenê”, disse. Já Graci aproveitou para comentar certa angústia antes da escolha da canção: “Até agora, estávamos ensaiando em cima dos três sambas – e, agora, isso vai mudar. Estávamos ansiosos e na torcida – e, agora, isso acabou”, revelou.
Outro sentimento também foi relatado por Agnaldo Amaral, intérprete da Nenê: “Estamos muito bem, com certeza! Foram três sambas maravilhosos, qualquer um que escolhermos vai ser de bom grado para a Nenê. Está tudo dentro do contexto e da formação da escola. Estava louco de vontade de soltar o samba campeão!”, destacou.
Quem também pontuou o nível da disputa foi Matheus Machado, mestre da Bateria de Bamba: “A Nenê teve uma safra muito boa de sambas-enredo e o samba escolhido segue essa linha. A disputa foi bem acirrada. Sambas bonitos, melodias encantadoras. Foi uma disputa muito bonita”, elogiou.
Mais detalhes
Dois importantes nomes da Nenê de Vila Matilde para 2025 detalharam um pouco mais o que estavam sentido. Danilo Dantas foi um deles: “Acredito que, de tudo que foi apresentado para nós, tínhamos até mais que três sambas para trazer para a final. Falei para todos que, dos treze sambas, praticamente todos estavam dentro do enredo. A minha parte será a mais fácil: todos seguiram à risca a proposta que apresentei para a escola. Agora, falando de melodia, os três finalistas são os que melhor possuem o nível de qualidade que a escola precisa. O resultado fica por parte do nosso júri interno, um de cada setor da escola – que escolherá o melhor para a Nenê. Mas, qualquer um deles, se tivermos que mexer, será pouco. Os três finalistas possuem tudo do enredo, com coesão e melodia”, pontuou.
Já Rodrigo Oliveira, ao ser perguntado sobre o samba vencedor, começou falando sobre os motivos pelos quais ele foi o vencedor: “O carnaval está se ajustando a cada momento, virou algo natural da disputa. Você percebe que, a cada ano, se reavalia o critério de julgamento – e não é por instabilidade, é que a festa está ficando tão grandiosa que ela pede, sempre, reavaliações na medida em que a gente precisa readequar para que a disputa seja equilibrada. E isso vem acontecendo, na minha opinião. E não falo apenas de jurados: falo da forma como tudo está se propondo para que tudo se equilibre. É bacana ver que o objetivo é essa. Em alguns quesitos, isso já pode ter acontecido; em outros, não. Em 2024, a Liga-SP já rediscutiu o quesito samba-enredo. As escolas já trazem para os seus formatos de disputa ou escolha essa questão. Já tem uma segurança maior. Na Nenê, estamos com uma disputa nesses critérios: sambas muito ricos e dentro do que o enredo fala, dentro da sinopse. Fomos contemplados de uma forma muito precisa. Tínhamos três sambas na final com grande capacidade de vencer e representar a escola em 2025. Quando um samba vence, a escola tem que se reunir novamente, avaliar o formato dentro da voz do intérprete e do time de canto, já que elas são diferentes do que a parceria apresentou. Também temos que ver qual a necessidade, dentro do critério de samba-enredo, se é necessário fazer algum ajuste ou não. Hoje, os sambas vem mais prontos para o critério. Se houver ajustes, serão muito pequenos. Te falo com segurança que o samba vencedor vai representar muito bem o carnaval 2025 da Nenê”, comemorou.
Sobre a dinâmica
Rodrigo também aproveitou para destacar o quanto as eliminatórias de sambas-enredo são importantes para a agremiação: “O samba é uma disputa dentro da disputa do carnaval. Primeiro acontece aqui dentro e depois disputamos o carnaval. E essa primeira disputa é da comunidade. As pessoas ficam naturalmente divididas: um grupo com um, outro com outro. No final das contas, como a escola tem que escolher tecnicamente, às vezes não ganha o samba que a comunidade quis, mas o samba que dará um melhor julgamento para a escola. No decorrer do ano, a comunidade absorve isso e abraça a causa. A Nenê tem um chão forte e abraça o enredo e o samba”, disse, aproveitando para elogiar a comunidade matildense.
Danilo também pontuou que a observação para votar em uma canção não vem apenas do gosto pessoal dele: “Eu faço algo que eu nem sei se é normal: além de ouvir só comigo, fico circulando pela quadra para ver a sustentação dele com o canto, com a bateria e com alguns setores da escola. Acho que todos os setores devem estar bem integrados com a escolha feita”, refletiu.
Novos nomes
Danilo Dantas fará a estreia do carnavalesco na Nenê de Vila Matilde, tal qual Edgar e Graci. Perguntado sobre os novos quadros, Mantega foi enfático: “A gente ajustou o que tinha que ajustar. Fomos ajustando, fazendo outros detalhezinhos aqui com gente, pra não dar meia volta e ficar muito competitivo. A gente está procurando a excelência. Sem excelência, vai ficar difícil. A Nenê vem pra brigar, como sempre. Se Deus quiser, vamos voltar pro nosso lugar”, vociferou.
Próximos passos
Outros segmentos preferiram focar no que será feito a partir de agora, com o samba já definido. Matheus foi um deles: “Nossos trabalhos já com o samba escolhido começam já na segunda-feira. Nesse dia, já nos reunimos na quadra com a nossa direção de bateria e com mais uma rapazeada, a base da nossa bateria. A gente sabe que o carnaval vai ser no começo de março, mas a gente precisa se reunir e trabalhar para alcançar o nosso objetivo. Parece que está longe, mas está bem perto. Já vamos trabalhar duro em cima desse samba”, pontuou.
Aproveitando para relembrar o trabalho já feito até aqui, Agnaldo focará na própria personalidade: “Eu gravei cinco dos sambas – e olha que eram apenas três finalistas. Por conta disso, estou com todos os sambas na mente. Cantei os sambas para a diretoria e para o presente, então sempre fica um ponto de interrogação por todos eles serme bons, todos caíram na graça do pessoa. Procuramos fazer o mais simples possível para ficar todo mundo igual na disputa. Agora, com o samba escolhido, a gente vai colocar a canção com a minha interpretação, do jeito que tem que ser, para ele ficar bem legalzinho. Estamos firmes e fortes, foram treze sambas de obras boas à beça, mas vai só um. Sentimos se os sambas estavam arrastando o pessoal e isso também contou para a nossa escolha”, pontuou.
Bruna já trouxe uma estimativa de data para o próximo grande evento da escola: “Nós já estamos trabalhando para e pensando no próximo carnaval. Daqui duas semanas, já vamos lançar as fantasias do próximo desfile. Estamos a todo vapor! A Nenê, em 2025, vem com um grandioso carnaval”, comemorou.
O figurino, por sinal, foi tema das falas de Graci: “Nós já vimos o figurino, recebemos a sinopse do que representa a fantasia do casal, o carnavalesco já contou como viremos e todo o contexto. Ensaiamos muito para o dia de hoje e já pegamos vários trechos que cabem para aproveitar algo na avenida. A gente visiona desenhos coreográficos que super dá pra aproveitar”, contou. Já Edgar focou na dança de ambos: “Vocês podem aguardar que vai vir muita coisa boa na pista. A gente tem feito um trabalho muito intenso, bastante dedicado. Eu e a Graci estamos trabalhando muito pra gente atingir o nosso ápice da dança. A gente sempre está buscando o nosso melhor. E, esse ano, posso dizer que está sendo muito especial. Vem muita coisa boa na avenida, é só um spoilerzinho aí que eu posso dizer”, finalizou.
ACENDA TUDO QUE FOR DE ACENDER
DEIXA A FUMAÇA ENTRAR
SOBÔ NIRÊ MAFÁ, SOBÔ NIRÊ
EVOCO, DESPERTO
NAÇÃO COROADA
NÃO TEMO O INIMIGO
GALOPO NA ESTRADA
A NOITE É ABRIGO
TRANSBORDO A REVOLTA DOS MAIS OPRIMIDOS
EU SOU CABOCLO DA MATA DO CATUCÁ
EU SOU PAVOR CONTRA A TIRANIA
DAS MATAS O ENCANTADO
CACHIMBO, JÁ FOI FACÃO AMOLADO
SALVE MALUNGUEIRO, JUREMÁ
Ê JUREMEIRO, CURANDEIRO OH
VINHO DA ERVA SAGRADA
EU VIRO NUM GOLE SÓ
CATIÇO SUSTENTA O ZELOSO GUARDIÃO
CAPANGUEIRO DA JUREMA
NÃO MEXE COMIGO NÃO
ENTRE A VIDA E A MORTE, ENCANTARIAS
NAS VEREDAS DA ENCRUZA, PROTEÇÃO
O ESTANDARTE DA SORTE É QUEM ME GUIA
ALUMIA MINHA PROCISSÃO
NO PARLAMENTO DAS TRAMAS
PARA OS QUILOMBOS MODERNOS
A QUEM DO MAL SE PROCLAMA
LEVO DO CÉU PRO INFERNO
TOCA O ALUJÁ LIGEIRO
TEM COCO DE GIRA PRA SER INVOCADO, KAÔ, CONSAGRADO
REIS MALUNGUINHO ENCARNADO, PERNAMBUCANO MENSAGEIRO BRAVIO
O REI DA MATA QUE MATA QUEM MATA O BRASIL
A CHAVE DO CATIVEIRO
VIRADO NO EXU TRUNQUEIRO
VIRADOURO É CATIMBÓ
VIRADOURO É CATIMBÓ
EU TENHO CORPO FECHADO
FECHADO TENHO MEU CORPO
PORQUE NUNCA ANDO SÓ
Compositores: Dan Passos, Zé Glória, Wilson Mineiro, Clay Ridolfi, Hélio Porto, Miguel Dibo, Marcus Lopes e Bira
Intérpretes: Marquinho Art’samba & Charles Silva
DÁ LICENÇA PRA CABOCLO LÁ DA MATA DA JUREMA
A FLORESTA É UM POEMA E A VIDA UM PERGAMINHO
SOBÔ NIRÊ! TEM CACHIMBO E VELA ACESA
NO MEU PEITO UMA CERTEZA, QUE LÁ VEM REIS MALUNGUINHO
Ê JOÃO , É BATISTA E LIBERTÁRIO
O REBELDE INCENDIÁRIO
O ALGOZ DO CATIVEIRO
Ê JOÃO, É A PERNA DE AÇOITE
SOL DO DIA , LUZ DA NOITE
INCORPORA O DERRADEIRO
(REVIRA…)
REVIRA CABOCLO NA BRECHA DO MATAGAL
A FLECHA QUE ACERTA O MAL SAI DO ARCO DO CURANDEIRO
REI DOS MISTÉRIOS E SUA COROA DE PALHA
É FORÇA E FÉ QUE NÃO FALHA
DIVINDADE DO MEU TERREIRO
NA MATA DA JUREMA É REI
CATIMBOZEIRO DE COCAR
MIRAÇÃO É DELÍRIO QUE CONGRAÇA
NA CORTINA DE FUMAÇA ENQUANTO TOCA O MARACÁ
RAIZ DA FOLHA SAGRADA
O AXÉ QUE ME GUARDA
ENCONTRO DOS MUNDOS NO MEU LABOR
AÍ NA ENCRUZA DA VIDA
A CURA PRA ALMA FERIDA
EU CLAMO MEU PROTETOR
EXU, SEU MALUNGUINHO É JUREMÁ
EXU TRUNQUEIRO, SEU MALUNGUINHO É JUREMÁ
SOBÔ NIRÊ MAFÁ!
Ê JUREMEIRO
A CHAVE PRA VITÓRIA VEM DAS MÃOS DO MENSAGEIRO
TACA FOGO NO BRASIL, VIRADOURO DE XANGÔ
TEM CATIMBÓ NO ALUJÁ DO MEU TAMBOR!
Compositores: Felipe Filósofo, Fabio Borges, Russo da Festa, Elenice Baptista, Cacá Nascimento, Marcio Nascimento, André Braga, Evaldo Silva, Guilherme Kauã e Felipe Trotta
É lua nova, Malunguinho,MalunguinhoABRE a mesa
meu quilombo Viradouro, firma oponto de defesa:
Arriei…Kaô licença Rei Xangô
Quando encarnado libertei gente do mato
Fogo no cativeiro
faca na estrada
Fugi deemboscada
terror dos canaviais
A florestame acolheucom as ervas ancestrais
Hoje encantado, sou Caboclo do Catucá
Minha foice vai cortar o malefício que surgir
Ando por cima das folhas ouvindo o pitiguari
Rondeia, rondeia, balança o maracá
Flecha certeira derruba mal olhado
amansa touro brabo se quiser desafiar
Mestre no catimbó, cachimbo que inverte a dor
A Jurema é amarga, mas pra mim é um licor
Bebo cachaça, bato com pé, sopro a fumaça nos filhos de fé
Viajo nas Cidades do tesouro, minha chavetraz ciência epoder
Reza o corpo e cura a alma na quentura do dendê
Corre, corre pela mata, Galo preto do pé amarelo
tira, tira a mandinga, faça tudo o que eu quero
Cisca, cisca pela mata, Galo preto do bico de ouro
Feiticeiro não te pega, vai levar um suadouro
Gira Calunga, pisada de coco, bruxaria
Vigio a porteira dessa aldeia que Arariboia bradou
com a justiça de João Batista, Reis Malunguinho eu sou
Subi no tronco, cuspi fogo
Provei na mata quem é que manda
Na encruzilhada tirei agouro
pra Viradouro vencer demanda
Adeus, vou embora, vou FECHAR o Juremá
Os compositores Aline Bordalo, Ricardo Góes, Gutemberg Kunta, Julinho Dojuara, Mauricio Almeida, Fernando de Lima, Daniel Bomfim, Serginho Machado estão na história da Botafogo Samba Clube. Eles assinam o samba-enredo, escolhido vencedor, na noite deste sábado, em General Severiano, Zona Sul do Rio, e vão conduzir a estreia da escola na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025. O enredo é “Uma gloriosa história em preto e branco”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza. * OUÇA AQUI O SAMBA
Fotos: Matheus Vinícius e Rhyan de Meira/CARNAVALESCO
“Ainda não estou em condições de falar. Não caiu minha ficha ainda. É um dia para ficar na minha lembrança para o resto da vida. Estou muito emocionada. Juntou minhas duas paixões: carnaval e o Botafogo. Ganhar samba do meu clube, desfilando pela primeira vez na Sapucaí, é muito emocionante. A segunda parte do samba é a minha preferida. A fala do sentimento de ser botafoguense, dos ídolos que cedemos para Seleção e do nosso hino. É maravilhosa essa parte”, disse a compositora Aline Bordalo.
“Sou Botafogo. Estou desde o início dessa escola. Vamos ser o samba que fará o primeiro desfile da escola na Sapucaí. Minha parte preferida do samba é ‘E “bota fogo” na avenida, incendeia!/Sangue alvinegro na veia”, contou o compositor Gutemberg Kunta.
‘Textor vai aparecer no momento certo’, garante presidente
Presidente da escola, Sandro Lima, explicou o projeto da agremiação e que em seis anos de fundação chegou no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
“É o que planejamos desde o início. Era um sonho bem distante, mas sempre acreditamos. A gente convive muito tempo junto, nos conhecemos há mais de 20 anos na arquibancada, era botar em prática, passar pelos desafios, contar um pouco com a sorte e fizemos nossa parte. Fizemos carnaval e em seis anos de escola vamos estrear na Marquês de Sapucaí. Tivemos uma reunião com o presidente do Botafogo, ele está contente com a parceria, temos parceria com a SAF de fazermos feijoada lá (Nilton Santos) e o social e a SAF estão empenhados em estarem com a gente. É maravilhoso para gente jogar em casa, o clima é diferente. Trabalhar dentro do Botafogo é gratificante demais. Reforçamos nossa equipe, trouxemos pessoas com experiência na Sapucaí e não medimos esforços. Todos estão super empenhados e esperamos um grande carnaval”, garantiu o presidente da escola.
Perguntado sobre a presença do dono da SAF do Botafogo, John Textor, o presidente da Botafogo Samba Clube disse no “momento certo” ele vai aparecer com a escola de samba.
“Fizemos alguns contatos com o presidente da SAF e com algumas pessoas com ligação direta com o Textor. A gente tem certeza que no momento exato ele vai aparecer. É o enredo que conta nossa história, agrada o Botafogo, e ele não vai querer ficar de fora”.
‘Abrir o carnaval de uma maneira inesquecível’, diz carnavalesco
Contratação gigantesca da Botafogo Samba Clube para o Carnaval 2025, o carnavalesco Alex de Souza falou sobre o convite para ser o artista responsável pelo desfile, como projetou o enredo e o que é possível esperar da estreia na Sapucaí.
“Tive um primeiro contato com a direção, fiz uma pesquisa para conhecer a história da escola, a origem, que é a torcida, e fui indo mais a fundo, querendo saber origem do bairro, além do nome Botafogo. Quando fomos ter o bate-papo, já tinha o pacote completo e falei que minha sugestão de fazer enredo era o apanhado geral contando essa história. Achei extremamente interessante e que daria um desfile muito legal. O enredo começa no século XVI, tem relação com a conquista do Rio de Janeiro, o Botafogo bairro nobre e de muito história, chegando ao Botafogo clube e a torcida que é a grande joia. Não pode faltar paixão no nosso desfile. A maioria é torcedora do clube e quer extravassar e contar sua história. Espero que que a gente consiga concretizar o projeto na Avenida e contar uma boa história. Abrir o carnaval de uma maneira inesquecível para o bem”.
Vascaíno, Emerson Dias diz que respeita a bandeira e é profissional
Outra contratação gigantesca da Botafogo Samba Clube para o Carnaval 2025, o intérprete Emerson Dias fez um balanço de 2024, a saída do Salgueiro e o trabalho na escola para o desfile do ano que vem.
“O Salgueiro passou e o sentimento foi de dever cumprido. Nota 40. Vida que segue e agora novos projetos, desafios e bola para frente. O presidente Sandro Lima me chamou e sou profissional, não importa o grupo, preciso trabalhar. Estou feliz e contribuindo no que eu puder. Sou muito vascaíno, mas aqui desempenho o papel de cantor oficial do Botafogo, respeito demais a bandeira da escola, como respeito meu clube de futebol. O trabalho aqui está com um entrosamento bacana com a bateria. Estamos nos conhecendo. Estou montando com o Rafael Prates (diretor musicial) o carro de som novo. A diretoria está dando todo o suporte”.
‘Queremos integrar a torcida com a nossa escola’, diz diretor
O experiente e competente, Valber Frutuoso, diretor de carnaval da escola, traçou todo o trabalho que será feito para o desfile de 2025.
“Não tem mistério. É o trabalho que o carnaval pede, com ensaio, canto, bateria e todo o processo de preparação. O trabalho de alegorias e fantasias no barracão. São vários anos fazem isso. É um desafio de ser o primeiro ano e a chegada na Série Ouro. É uma escola de sambistas botafoguenses. Chegamos com humildade, respeito e vamos brigar. Por isso, escolher o samba já no início de agosto, facilita para podemos trabalhar bem o canto dos componentes. Vamos desfilar 1200 em 19 alas e teremos três alegorias e um tripé. É a nossa estrutura básica e vocês podem esperar uma escola alegre e que possa desfilar com bastante canto e desenvoltura. O clube Botafogo nos inspira de sermos vibrantes. Queremos integrar a torcida com a nossa escola, o clube está muito atuante conosco e o presidente Sandro está sempre dialogando para ampliar essa parceria”, contou o diretor de carnaval.
Casal é torcedor do Botafogo
Para a estreia na Sapucaí em 2025 o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Botafogo Samba Clube é formado por Diego Moreira e Beatriz Paula. A dupla conversou com o CARNAVALESCO e revelou detalhes do trabalho e a expectativa para o desfile do ano que vem.
“É muita alegria chegar na Sapucaí. Estamos desde a fundação da escola. Todo mundo tem carinho pela gente. Vamos dar nosso melhor. A nossa responsabilidade aumenta, porque defendemos as cores da escola e do time do nosso coração. Já vimos a fantasia, é um grande presente do Alex de Souza”, disse o mestre-sala.
“É uma satisfação enorme e sonhamos muito com esse momento que a escola está vivendo. A gente sabe que vai dar certo, vamos trabalhar muito para continuar dando orgulho ao pessoal alvinegro. Somos botafoguenses. Sobre o desfile, a minha característica vai ser mais clássica, vai ter coreografia, mas a dança terá a postura de porta-bandeira”, explicou Beatriz Paula.
Nova batida de caixa no carnaval
Após passar pela Unidos da Ponte, mestre Branco Ribeiro foi contratado pela Botafogo Samba Clube e ao CARNAVALESCO ele projetou o trabalho para 2025.
“Quando houve a dispensa do antigo mestre fui procurado pela direção da escola e o projeto que a Botafogo apresentou era compatível com o meu objetivo de trabalho e aceitei o convite para integrar a equipe. Estamos padronizando a bateria, criando identidade, na Série Ouro temos rotatividade de ritmistas, por isso, fizemos algumas adequações. A caixa é o nosso principal instrumento. Implementamos uma batida de caixa que é totalmente diferente do canaval do Rio de Janeiro, já foi utilizada na bateria da Restinga (Porto Alegre), e fizemos esse intercâmbio. Em função da batida ter nuance de rufada, isso tira o ímpeto do ritmista de acelerar o andamento e vai ser muito mais ameno para conseguirmos implantar a complexidade dos nossos arranjos. Além disso, o Emerson Dias tem o estilo alegre que casa com o temos de propósito para escola. Ele é o elemento-chave para escola ter uma visibilidade maior e apresentar um grande espetáculo”, explicou o mestre.
Como passaram os sambas na final
Parceria de Aline Bordalo: Segunda a se apresentar, a parceria de Aline Bordalo teve uma torcida volumosa e empolgou a comunidade. Os refrões foram cantados alto na quadra. O início da segunda parte do samba animou o público, mas a estrofe acaba no verso “Meu time virou seleção” que foi pouco cantado.
Parceria de Paulo Bachini: A parceria liderada por Paulo Bachini trouxe bastante bandeira e confete para animar o público. O segundo refrão demonstrou ser bastante cativante, assim como o trecho “É gol!” da segunda parte que fazia os foliões cantarem. No geral, o canto da comunidade não foi tão forte.
Parceria de Paulo Marrocos: Com um boneco de Olinda e uma torcida muito animada, o Samba 13 encabeçado por Paulo Marrocos foi o terceiro a ser cantado nesta noite. O refrão principal foi entoado forte na quadra e as últimas estrofes da segunda parte, em que se cita os ídolos do clube de futebol Botafogo, encantaram o público. O segundo refrão, apesar de não ter tantas rimas, foi cantado com empolgação principalmente o verso que o encerra “O Alvi Negro é coroado”.
Parceria de Rodrigo Tinoco: O samba cantado pelo próprio compositor Rodrigo Tinoco encerrou a apresentação da final. Ambos os refrões são fáceis de cantar, principalmente, o do meio, que foi o mais acompanhado pelo público. Apesar da forte animação e do canto dos torcedores, a comunidade não acompanhou na mesma intensidade.