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Ouça o samba-enredo da Colorado do Brás para o Carnaval 2025

Compositores: Léo de Cavaco, Thiago Meiners, Sukata, Cláudio Mattos e Rafael Tubino
Intérprete: Léo do Cavaco

MAGIA…
ABRE OS CAMINHOS PRA FÉ DA BAHIA
NASCE UM BATUQUE
NA PROTEÇÃO DOS MEUS GUIAS
MENSAGENS DE AMOR E DE PAZ
ESTIVADOR ALINHADO NAS ONDAS DO MAR
BALANÇO NO CAIS DE IEMANJÁ
E NA LADEIRA DO “PELÔ”
NAS RUAS DE SALVADOR
O MEU BLOCO VAI DESFILAR

MANDOU CHAMAR TODOS ORIXÁS
A FALANGE DE OGUN RENASCERÁ
SANTA LUZIA, CAMAFEU E OXUMARÊ
VEM PRA BAHIA ME PROTEGER

NA FÉ QUE RETRATA OS MEUS ANCESTRAIS
FIRMAR ATABAQUES E RITUAIS
O AFOXÉ ME ENCONTROU
NO TRIO EU VOU ME PERDER, AMOR
(EU VOU CANTAR, EU VOU)
PRA SAUDAR…
CLARA, CAETANO, GIL E OUTROS MAIS
NESSE CORTEJO EM PROCISSÃO
ILÊ ONDE RESISTEM TANTOS CARNAVAIS
NA RUA DOS BAIANOS, O AXÉ QUE ME GUIA
DO POVO DO BRÁS VEM A ENERGIA

É TOQUE DE IJEXÁ É REZA PRO BONFIM
UM DENGO QUERO SIM
PRA VER O POVO ARRASTAR
SOU COLORADO E FILHOS DE GANDHY
TAMBOR DE AXÉ E DE OXALÁ

É toque de Ijexá! Colorado do Brás apresenta samba para carnaval de 2025

Para embalar seu retorno à elite do carnaval de São Paulo, a Colorado do Brás apresentou no domingo o samba que contará em versos a história do enredo para 2025. A obra foi encomendada pela agremiação da região central de São Paulo para a parceria de compositores formada por Léo do Cavaco, Thiago Meiners, Sukata, Claudio Mattos e Rafael Tubino. Nem mesmo o frio intenso que não cedeu em nenhum momento do dia espantou a comunidade do Brás, que compareceu em peso ao evento promovido pela escola. A Colorado será a primeira escola a se apresentar na sexta-feira pelo Grupo Especial com o enredo “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick.

compositores colorado
Fotos: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Nascido da confiança no talento do artista

Para 2025, a Colorado do Brás optou por não organizar um concurso, decidindo confiar o samba da escola a compositores conhecidos da comunidade. Um nome que se destaca na parceria é o do próprio intérprete da escola, Léo do Cavaco. O presidente da Colorado, Antônio Carlos Borges, o Ka, conversou com o site CARNAVALESCO e falou sobre a decisão de encomendar a obra.

“Quando escolhemos esse enredo, a gente já vinha amadurecendo essa ideia de encomendar. Por quê? O nosso intérprete hoje é um compositor de muitos sambas de São Paulo, e aí eu falei: ‘pô, por que não fazer uma parceria com ele, principalmente, e dar esse voto de confiança pra ele?’. Porque é um desgaste muito grande você, nas semifinais, nas quartas, nas oitavas de finais, atiça as pessoas, perde amizades, e aí a gente falou: ‘pô, vamos tentar, vamos fazer cedo’. Ficou legal? Veio uma boa arte? Vamos abraçar a causa. Não ficou legal? A gente tem um tempo hábil para fazer os trâmites legais que a maioria das escolas fazem. Quando ele me mostrou o samba eu falei que gostaria de mexer nisso e nisso, e ele falou que seria fácil de mexer. Fiquei muito feliz, muito satisfeito com o samba que ele fez, o Léo e mais quatro compositores. Estou muito feliz que a gente chegou nesse samba aí que, é, vai dar trabalho”, declarou.

O presidente exaltou o trabalho que Léo do Cavaco tem realizado à frente da ala musical da Colorado, destacando a identidade que o artista desenvolveu com a escola e a confiança em seu trabalho.

“O Léo é uma pessoa que veio meio que desacreditada. A Colorado abraçou ele, ele também abraçou a Colorado e a gente se identificou muito. Ele tem uma essência diferente, e já vinha defendendo com competência sambas que não eram de composição dele. Acho que você defendendo uma coisa que é sua, você sabe o tom, você que fez. Ele tá muito feliz, eu também tô muito feliz e todo o voto de confiança para ele. Ele vem em uma crescente muito legal, o mundo do samba vem elogiando a crescente do Léo, que é visível, é notória. A gente tá muito feliz, eu tenho muita fé nele, aposto todas as minhas fichas nele”, disse.

presidente colorado

Ka aproveitou para exaltar o novo carnavalesco da Colorado do Brás, David Eslavick, ao falar sobre os próximos passos da escola no ciclo do carnaval de 2025. “A gente tá muito feliz também com o carnavalesco. O David acabou de chegar como carnavalesco, mas ele já tinha um passado na escola. Os pilotos estão todos prontos, faltando terminar a baiana que até terça-feira agora a gente termina. Acabaram 16 alas, com todos os pilotos prontos. Aí o próximo passo, no terceiro domingo de setembro, a escola vai fazer o primeiro ensaio, e já estamos focados no andamento do barracão, nas alegorias. A gente sabe que alegorias no Grupo Especial aumenta mais uma e como a gente vem do Acesso, tivemos que fazer tudo do 100% do zero. É muita responsabilidade, é difícil pra caramba, mas a gente tá preparado, a gente tá trabalhando pra isso”, concluiu.

Desafio de cantar o próprio samba

Não é uma novidade no mundo do carnaval que intérpretes de samba-enredo participem de concursos por diferentes escolas como compositores. Alguns deles, quando as agremiações permitem, tentam a sorte nas próprias casas. Mas Léo do Cavaco recebeu da Colorado do Brás a missão especial de compor o samba da própria escola a qual defende, e viu nessa missão um desafio duplo para sua carreira.

leo colorado

“Confesso que é um desafio porque normalmente quando tem a eliminatória eu faço parte do julgamento. Eu escuto todos os sambas com o ouvido, entre aspas, fresco. Quando você está no processo da composição, você acaba se apegando com algumas questões ali, então você tem que tomar cuidado porque às vezes você tem uma opinião e a escola pode não curtir aquilo. Então a gente tem que ter esse cuidado para conseguir acertar o que a escola quer, e esse ano com a encomenda a gente foi muito feliz nisso porque a Colorado é uma escola que sempre vem com sambas marcantes, sambas fortes, sambas alegres, e a gente conseguiu trazer isso, trazer a energia também do Filhos de Gandhy para o samba. E eu acho que agora o desafio é duplo, né? Vou ter que cantar e me preocupar com a nota do samba também, que ano passado claro que eu também me preocupava, porque a nota também depende da nossa execução no carro de som, mas esse ano o desafio é duplo, então a preocupação é um pouquinho maior. Mas está tranquilo, até porque eu já era compositor antes de ser cantor oficial, então está tudo tranquilo”, afirmou o artista.

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A partir de agora a missão da Colorado será trabalhar o samba junto com a comunidade para chegar no ponto ideal, e o intérprete explicou como será esse processo.

“A gente entregou o samba para a diretoria ali por volta de junho. A diretoria de carnaval solicitou que a gente fizesse algumas alterações, e a partir daí a gente começou a fazer encontros com alguns setores da escola para a galera já ir aprendendo o samba, para chegar hoje aqui já mais ou menos decorado. Agora vão começar os ensaios, então é o processo normal de trabalho até o carnaval. Talvez, pode ser que altere alguma coisa ou outra, a gente vai sentir, porque tem muita coisa que a gente só consegue sentir com o povo cantando. Na gravação, com o time de canto, são músicos profissionais, então a gente acaba adequando algumas coisas que só sente quando vem para a comunidade. Vamos fazer esse processo agora, alguns ensaios, até a gravação oficial para ver, mas podemos dizer que estamos aí com 99% do samba tranquilo”, disse.

Parceria de amigos que superam distâncias

Os compositores do samba da Colorado do Brás para 2025 precisaram superar as barreiras impostas pelas longas distâncias que os separam. O time conta com os cariocas Thiago Meiners e Cláudio Mattos, com os paulistas Léo do Cavaco e Sukata, e com Rafael Tubino, que viajou mais de 30 horas do Rio Grande do Sul até São Paulo e explicou como a parceria consegue superar as fronteiras.

“Somos um grupo de amigos. A gente faz samba há muito tempo junto. Tem compositores de São Paulo, eu do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, o Thiago Meiners, o Cláudio, o Sukata aqui de São Paulo. A parceria é de amizade, então é muito fácil a gente trabalhar. A gente faz tudo online, pelo WhatsApp. Vai um arrumando samba, o outro ajeita, o outro manda ideia e assim vem a construção com todos participando junto. Uma das melhores partes do ano é quando a gente começa a fazer samba, que daí começa todo mundo a conversar. E agora, quando a gente vem aí para o dia das apresentações dos sambas, finais de campeonato, a gente aproveita para todo mundo estar junto aí. E pode-se dizer assim mesmo, cara. É pura amizade. Para nós estarmos aí participando na Colorado do Brás, escola que eu acredito que tenho uns quatro já com o pessoal, é samba de amigos. A escola a gente sabe que é também de família, e para nós é muito bom. Acho que o carnaval de 2025 vai ser bem bacana para a Colorado do Brás”, relatou.

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Sukata destacou a ligação que a Colorado desenvolveu com o Afoxé Filhos de Gandhy, que será homenageado pela escola, e exaltou seu filho Thiago Morganti, um dos diretores de carnaval e enredista da escola.

“Eu acho que o Filhos de Gandhy é um bloco da Bahia dos mais importantes, que é aquele negócio da paz, e isso foi tudo estudado. A Colorado abraçou e foi abraçada também por esse enredo. É muito legal porque tem um axé muito legal, e a Colorado precisa de um negócio bom, e esse ano nós vamos ganhar esse negócio. Quem fez o enredo é o meu filho que mora na Bahia, Thiago Morganti. Ele quem escreveu o enredo, ele quem foi conversar com o presidente. Ele mora em Salvador e é enredista da escola. É, enredista da escola e diretor de carnaval também”, disse.

Samba feito com várias mãos

A Colorado do Brás conta em diferentes segmentos com pessoas que também são experientes na arte da composição. Além de Thiago Morganti, enredista e um dos diretores, outro é o diretor Jairo Roizen, que contou como foi a relação da direção de carnaval com o processo de construção do samba.

jairo colorado

“O processo foi muito tranquilo. O Léo é um compositor que já teve sambas em diversas escolas e formou um time com parceiros que já ganharam samba na escola e que são do meu convívio, porque também são de parcerias que eu disputo samba em outras escolas e a gente já ganhou também. Foi um samba feito com várias mãos. Lógico que o mérito é todo dos compositores, mas em todos os momentos, em toda a construção, a direção de carnaval esteve presente. ‘Esse ponto é importante, esse ponto aqui está faltando’. É muito importante também a gente citar a participação do Thiago Morganti, que também é compositor de samba-enredo, mas não está nessa composição, assim como eu também não estou, mas é o nosso enredista e faz parte da direção de carnaval também, que fez parte também de toda essa construção do samba e eu acho que o resultado é muito mais do que satisfatório. A gente está muito feliz com o samba para a Colorado do carnaval de 2025. É um samba alegre, para cima, um samba, como eu costumo dizer, para abrir o carnaval e essa é a missão que a Colorado vai ter no próximo desfile, de abrir o carnaval para a gente deixar bem evidente e não deixar nenhuma dúvida de que o lugar da Colorado do Brás é no Grupo Especial”, declarou.

O samba da Colorado do Brás se desenvolveu com o zelo de pessoas intimamente ligadas com a arte da composição, o que permitiu com que, na visão de Jairo, a missão dada pelo presidente Ka fosse cumprida de forma satisfatória.

“Eu acho que é uma composição de vários fatores. O Thiago Morgante é filho do Sukata, e ele é o nosso enredista. O Léo é o cantor da escola, então a gente já pôde sentir o samba na voz de quem vai interpretar ele no dia do desfile. O Thiago Meiners, o Tubino, o Claudinho Mattos, são nossos parceiros de samba em outras disputas de samba por aí. Eles já sabem o que a gente espera, já sabem o que a gente quer, já sabem como a gente gosta, então foi muito fácil. Foi um samba que saiu muito fácil e que saiu exatamente da maneira como o presidente pediu para a gente. Ele deu essa missão: ‘eu quero um samba alegre, um samba explosivo’, e quando ele ouviu a primeira vez, ele se emocionou, ele mostrou o samba para o presidente do Filho Gandhy, que também se emocionou, e a gente não teve dúvida de que essa é a trilha sonora que vai fazer a gente buscar o nosso carnaval mais importante e a nossa melhor colocação, o nosso melhor resultado no Grupo Especial até hoje”, afirmou.

Papel da bateria no desenvolvimento do samba

Encarregado de comandar a bateria “Ritmo Responsa”, o mestre Acerola de Angola já teve a experiência de defender sambas encomendados no passado e falou a respeito ao comentar sobre a forma intimista que a obra da Colorado do Brás nasceu.

“É a melhor coisa. Eu já venho de escola que fazia isso. Eu era mestre do Barroca, e a gente fazia isso também. No Barroca fazem isso até hoje, de compor o samba com pessoas da casa, participando, mexendo, e isso é bom para a escola. Acho que a gente perde aquele negócio da eliminatória, que é legal, que a gente gosta, mas, por outro lado é muito bom porque o problema de errar é muito menor, porque fica muito mais na nossa cara, ainda mais quando são compositores da escola, que estão aqui no dia a dia e sabem o que está acontecendo. O samba da Colorado de 2025 ficou maravilhoso. Eles foram arrumando, mexendo, organizando para que ficasse da melhor forma. Ele veio, a gente ouviu uma vez, ele voltou para mexer algumas partes. Aí ficou bom, do jeito que a gente queria. Eu dei uns palpites da bateria para que conseguisse fazer algumas coisas no samba. Vai ser maravilhoso. O samba ficou perfeito para a bateria”, declarou o mestre.

mestre colorado

Mestre Acerola explicou como serão os próximos passos da bateria ao longo do ciclo do carnaval de 2025, e antecipou qual instrumento será introduzido para compor o conjunto dos ritmistas para levar para a Avenida uma apresentação digna do maior afoxé da Bahia.

“Os ritmistas também conheceram o samba hoje, agora a gente vai no processo de criação. Vai fazer os laboratórios, a gente tem algumas ideias já, eles têm outras, meus diretores também dão uma ideia e a gente vai criando o esqueleto para criar o mapa do que vai ser feito para o desfile. Daqui para lá é o processo de criação, até daqui dois, três meses para frente, depois a gente engata e aí começa a sair o que foi criado. A gente voltou com os timbais, que tinham na bateria antes, mas depois saiu e não usou mais. Eu, no primeiro ano aqui ano passado, não usei timbal porque era um enredo que falava muita coisa de forró, um enredo nordestino de forró. Esse ano agora a gente tem o afro, o afoxé, os ritmos afros, que dá para usar bastante timbal. Agente voltou com o timbal agora e gente vai usar bastante”.

Preparação de Brunno e Jéssica para dançar o Afoxé no Anhembi

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Colorado, formado por Brunno Mathias e Jéssica Veríssimo, falou o que acharam do samba apresentado pela escola para o carnaval de 2025.

“Pela história que a gente conhece da nossa escola, não poderia ser diferente. Homenagear os Filhos de Gandhy, que é uma instituição tão importante para a Bahia, para Salvador e para o mundo. Eu acho que a união do carnaval de São Paulo com essa comunidade de Salvador tem muito a agregar. É trazer a história deles para cá e levar um pouco da nossa história para lá. Estou muito feliz que a gente vai abrir o Carnaval com o axé da Bahia. Vai abrir os caminhos e com certeza vai dar bom para a gente. Vai ter muita energia positiva e a minha escola vai dar o melhor que puder”, disse Brunno.

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“É um samba forte. É um enredo que eu já queria, puxando o afro. Sempre falei para o Brunno que queria um enredo para a gente vir com bastante energia. É o que o meu mestre-sala falou, esse cuidado, esse carinho cultural, falando dos Filhos de Gandhy. Estive na Bahia recentemente também para conhecer um pouquinho mais sobre a cultura e entender mais até por conta do nosso personagem na pista. É um samba forte e é o que o Ka falou, nós vamos passar passando. Vamos trabalhar muito, já estamos aí trabalhando bastante. Eu amei o samba, então não tenho o que falar. É um samba que a gente queria”, afirmou Jéssica.

Um enredo de temática baiana pressupõe a presença inevitável dos ritmos tradicionais do tradicional carnaval de rua nordestino. O casal falou como a caracterização ocorrerá na dança a ser apresentada no desfile.

“Assim que o nosso presidente passou o tema, a gente tem a Dani Renzo, que é a nossa preparadora, e a gente estuda muito. A gente começa a ver vídeos, conhece um pouco da história, da cultura, para fazer os movimentos corretos na Avenida, para representar a religião que a gente vai levar para a Avenida. A gente está estudando os movimentos, estudando a história e montando a coreografia para fazer bonito para o jurado e ele dar um sorrisinho para a gente. Dez, dez, dez, fechar com quarenta e a minha escola lá em cima”, explicou Brunno.

“É isso. É coreografia, é dança afro, podem esperar, não tenham dúvida disso. É algo que eu queria muito e surpresas vêm aí”, completou Jéssica.

‘A salvação do Planeta, depende de nós’, Vila Maria apresenta samba e fantasias para o carnaval de 2025

Em noite fria em São Paulo, a Unidos de Vila Maria apresentou o samba-enredo para o carnaval de 2025 e também as fantasias pilotos do enredo: “O Planeta Terra pede socorro. É tempo de renovar e preservar!”, desenvolvido pelo carnavalesco Eduardo Caetano. Será a quarta escola a entrar na pista no domingo de carnaval, pelo Grupo de Acesso I. O samba-enredo vencedor foi da parceria formada por Panda (in memoriam), Edmilson Silva, Sandro Neves, Rick Ramos, Wilsinho Medieval, Ferreira de Matos e Renato William. As eliminatórias foram realizadas internamente, como explicou o presidente Adilson para o CARNAVALESCO.

“Nós viemos de uma sequência de escolhas de sambas e esse ano aqui optamos por uma forma que já foi utilizada em outro tempo e deu muito certo. Sabemos da dificuldade de compositores de buscar a produção, o investimento e fizemos uma escolha dessa forma e fomos muito felizes com isso. Tivemos a calma, tranquilidade, diferente de uma escolha que é feita em palco. Fizemos no dia a dia, pedimos para eles fazerem apresentações ao vivo no estúdio. Não foi um samba escolhido só por gravação, escolhemos os melhores e conseguimos com isso entender, qual o samba que conduziria a escola no Carnaval 2025 de uma forma mais positiva”.

Doze anos na Vila Maria, o mestre Moleza é símbolo da escola e contou como foi esse processo com participação da bateria, além da ala musical, em todos os sambas concorrentes para sentir como seria dentro dos quesitos da Vila Maria como bateria e a ala musical.

VilaMaria et MestreMoleza 3

“Foi um processo diferente dos últimos anos aqui na Vila Maria, nesses 12 anos que estou aqui, é a primeira vez que foi feito esse tipo de escolha. Gravamos todas as 12 obras em estúdio, com a nossa bateria. O Clayton colocou voz nos oito sambas concorrentes e isso trouxe um equilíbrio, uma padronização. Para a gente poder tomar melhor decisão, sabemos que em alguns processos habituais, um compositor grava com a bateria eletrônica o outro grava com uma bateria que não é da escola e chama o cantor X ou Y. A gente podendo escutar os oito sambas gravados pelas mesmas pessoas e cantados pelas mesmas pessoas, seja o Clayton ou o time de coral, tocado pelo mesmo cavaco e violão, nos trouxe uma decisão mais tranquila, que realmente era o samba que a maioria queria”.

VilaMaria et PavilhaEnredoSegundoCasal

O mestre complementou animado com o processo da escolha do samba para 2025: “No processo interno, bem democrático desde a presidência, vice-presidência, diretoria de carnaval, intérprete, diretor de harmonia, todos puderam opinar. Dentro desse processo, além da gravação, a gente trouxe quatro sambas que foram escolhidos pela diretoria da escola para continuar na disputa. Fizemos audições no nosso estúdio. Para tirar um pouquinho desse gelo do processo interno, trouxemos eles para escutarem. Como fizemos ano passado ensaiamos alguns arranjos e hoje na primeira vez que eles ouviram o samba, a gente já colocou ele duas bossas inéditas. O intuito disso é trazer uma motivação e um arranjo diferente para chegarmos bem preparado no carnaval”.

O intérprete Clayton Reis gravou os sambas e explicou: “Foi uma eliminatória diferente. Tivemos a ideia de fazer internamente, gravei todos e já tive a noção de como ficaria na minha voz. Vimos como o pessoal da diretoria reagiu e foi super legal, um estilo diferente”.

VilaMaria et InterpreteClaytonReis

O diretor de carnaval, Queijo, contou como foi o processo de gravação dos sambas com o intérprete que voltou para casa e revelou que foi escolha do próprio intérprete: “Essa ideia foi do Clayton. Quando ele trouxe para a diretoria foi aceita de primeira, porque é um projeto diferente. Nós sentimos o samba. Quando você abre para o público dá diversas opiniões ao contrário. Fica meio tenso e nesse formato ficou muito tranquilo e todo mundo comprou a ideia. Tivemos muito sambas bons de verdade. Estamos com um samba que a gente pretende voltar para o Grupo Especial, ser campeão. Estamos trabalhando muito para isso. Para poder vencer, tem que trabalhar, estamos quietinhos e batalhando. É o trabalho da Vila Maria”.

VilaMaria et DiretorCarnavalQueijoMestreSala

Parceria vencedora e a ligação com a agremiação da Zona Norte

A parceria vencedora tem uma tradição dentro da casa, escreve com constância, mas não vencia há algum tempo. Um dos compositores, Edmilson Silva, contou sobre o processo para escrever o samba que acabou conquistando o título na Unidos de Vila Maria.

“A partir do momento que nós pegamos a sinopse entendemos que a concepção do samba tinha que ser diferente. Decidimos que queríamos fazer uma conversa da mãe terra e quem está sofrendo com todo o processo de degradação e poluição. A gente tentou fazer como uma mãe de verdade dando conselho para o filho. Por isso, o samba fala ‘é hora de tocar a consciência’ para que os seres humanos realmente parem para pensar o mal que estão causando a si próprios. A cada dia a gente destrói um pedacinho do planeta Terra. Quem sofre as consequências somos nós, os filhos, netos, as gerações futuras. Foi diferente porque não houve eliminatória e estamos acostumados com eliminatórias. Ficamos naquela ansiedade de querer saber o que estava acontecendo nos bastidores. Até que a diretoria nos comunicou que nós estávamos entre os quatro sambas finalistas. Cheguei na Vila Maria em 2005 com o meu eterno parceiro saudoso Panda. Ganhamos em 2005, 2007 e 2009. Disputamos onze sambas da Vila Maria, com esse aqui, e essa é a nossa quarta obra que vai para a avenida. É uma honra muito grande. Temos fé em Deus e nos nossos orixás que esse samba e esse carnaval vai levar Vila Maria de volta ao topo é o lugar de onde ela nunca deveria ter saído”.

VilaMaria et Compositores

O presidente Adilson falou da parceria e da importante relação com a Vila Maria: “Nessa hora temos que ser totalmente imparciais. Conseguimos conciliar uma criação tão bonita igual a essa e uma turma tão positiva, que tem tanta história, já perdeu várias vezes, mas mesmo assim eles estão aqui compartilhando do tempo, partilhando da arte deles, é emocionante, é paixão. É o sentimento dos melhores que tem na relação de um ser humano com o outro”.

VilaMaria et PresidenteAdilson1

O compositor Edmilson ressaltou um samba marcante que construíram para a Vila e querem fazer parte do recomeço da escola que está no Acesso I: “Nossa primeira obra marcante aqui na casa é o samba de Cubatão 2007 que é a maior posição que a escola tem hoje dentro do carnaval que é um vice-campeonato. Pretendemos com essa obra deste ano levar a escola de volta ao Especial, se Deus quiser com a presença do Panda, de Deus e todos os orixás e todos os santos”.

Homenagem e presença da família de compositor

A parceria sempre coloca o nome do eterno compositor Luis Carlos Thomazetti, conhecido como Panda em ‘in memorium’ como forma de homenagem. Ele faleceu em 2021. Os compositores mostram muita emoção ao falar sobre ele, como disse Edmilson em entrevista ao CARNAVALESCO.

“É um cara que eu conheci através de outro parceiro, Dom Álvaro, nós conhecemos em 2005 e nos tornamos mais do que parceiro de samba a gente se tornou a família, eu e ele era irmão. Nós chamávamos de irmão”.

VilaMaria et Compositores 2

Outro compositor, Sandro, ressaltou: “O Panda é irmão. Eu conheço ele desde 2000, um cara que sensacional toda vez que a gente fala dele a gente chora, nos emocionamos, que é um cara que vai fazer parte da nossa vida, para eternidade toda. Ele que me apresentou Edmilson, me apresentou o Rick e a gente vem junto na construção de todos os sambas. A irmandade da gente é sem vaidade, todo mundo faz, participa, todo mundo dá sua opinião, tudo é assim é sempre em prol do time. Nunca em prol de uma só isso e isso é uma coisa que a gente aprendeu muito com ele”.

Uma homenagem para o compositor, como contou Edmilson após vencer a disputa na Vila: “O Panda ele está lá no céu, mas com certeza em qualquer obra que a gente fizer aqui na Vila Maria, ele vai estar presente e esse é mais do que nunca. Esse aqui é o Rick está comigo desde a primeira obra foi campeão comigo no primeiro samba aqui é parceiro lá de trás e vem comigo para Vila Maria”.

VilaMaria et DiretoraHarmoniaDiretorCarnaval

Outro compositor, Rick Ramos, ressaltou o tempo de parceria e a importância da disputa: “São 28 anos que a gente está junto aqui cara, 28 anos construindo coisas maravilhosas. Às vezes dá certo. Às vezes não dá certo, mas a gente sempre segue em frente na mesma pegada no mesmo intuito de fazer coisas cada vez melhores. A gente erra. Aprendemos, levantamos e sacode a poeira e vai fazer uma coisa melhor. Sabemos que uma hora vamos perder e outra vamos ganhar. O samba-enredo só ganha um, mas tem todos os compositores são merecedores cara”.

Escolha do samba e Moleza prepara bossas

O presidente Adilson apontou motivos da escolha do samba preferido e a ligação com o enredo, a sinopse, para o carnaval.

“Nós conseguimos fazer a ligação direta do samba com enredo. É um samba que ele é bem completo em relação ao que a escola se propõe colocar na avenida, ela coloca ali um grito de socorro. Um pedido da terra, depois mostra que o caminho seria ali renovando e preservando. O samba consegue passar essa imagem de uma forma muito tranquila. No começo a terra ela meio que chama a atenção dos filhos, fala que está faltando a força e fala que já está faltando as coisas para as civilizações. Depois ela fala que vai buscar a força, em antigas gerações, que é outra parte do samba, depois firma com muita clareza que ela voltou. Recomeça tudo, o conhecimento com a influência que ela consegue pôr nas civilizações, na população, preservação, renovação e equilíbrio ecológico”.

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O mestre Moleza é uma das grandes referências na comunidade, e a “Cadência da Vila”, bateria da escola, é conhecida por revelar inúmeros ritmistas. Ou seja, com identidade própria, já tem ideias ousadas com esse samba construído, como revelou em conversa com o CARNAVALESCO.

VilaMaria et PresidenteAdilson

“Já tem três bossas prontas e duas já testamos hoje aqui. Já fizemos com a ala musical e tem uma que é muito legal. Se tudo der certo como estamos idealizando será o que vai chamar atenção. Vocês vão ver e vai lembrar dessa entrevista aqui lá no primeiro ensaio técnico. Na primeira vez que a gente fez aqui já encaixou, tem uma dinâmica que envolvemos dinâmica de volume, envolve outros ritmos. Batida de bateria, não de escola de samba, bateria de instrumento mesmo. Uma variação ali de um rock, de um pop rock e aí um lance também meio de salsa. Vai estar bem musical, precisamos ensaiar bastante para concretizar e tirar a ideia maluca da mente e colocar na prática”.

Apresentação dos pilotos diverte comunidade

Em uma apresentação cheia de energia com a comunidade interagindo com cada fantasia e colegas que estavam vestindo os pilotos, a Vila Maria fez uma apresentação que começou tensa com a comissão de frente representando elementos nocivos para a natureza. Depois surgiram as fantasias que mostram um renascimento, com muitas cores representando a natureza e também que representam caminhos a serem percorridos para salvar o planeta.

O auge da apresentação dos pilotos foi a ala de baianas, que só apareceu por último, quando todos pensavam que já tinha encerrado. Toda na cor verde, e aspectos da natureza, mas de uma forma mais modernizada. Outro momento de destaque foi na apresentação da fantasia da bateria com a “Cadência da Vila” presente. Além da ala das crianças, que também levantou o público com duas crianças simbolizando o futuro.

VilaMaria et FantasiaBaianas

Em relação a apresentação dos pilotos, o diretor de carnaval, Queijo, ressaltou o momento da Vila: “O piloto está aí para todo mundo ver, estamos trabalhando quietos, estamos trabalhando há meses, não começou agora essa festa foi planejada há meses também. Graças a Deus foi tranquilo tudo no horário. Vila Maria vai vir de novo para a briga. Vamos trabalhar forte sem desmerecer as coirmãs, mas estamos na briga do título”.

O presidente Adilson mostrou otimismo com o lado visual apresentado: “A Vila Maria, ela vem buscando um carnaval na essência. Estamos trazendo fantasias grandiosas, que representam muito, por exemplo, na hora que a terra não está bem. Depois mostramos toda a beleza com uma terra de um planeta todo reestruturado, reformulado, conservado”.

Coroação da rainha cheia de carisma e apresentação de musas

Nathany Piemonte foi coroada a nova rainha da “Cadência da Vila”, e foi bem emocionante, onde a escola fez uma homenagem para ela, relembrando a história do seu tio que fazia ações sociais importantes. A frase no telão em uma foto dela com seu tio, já falecido: ‘Toda filha de um rei, um dia se torna rainha’, emocionou muito a nova rainha da Unidos de Vila Maria, que assume o cargo que era de Savia David.

VilaMaria et RainhaNathany

Nathany não é cria da Vila Maria, é musa da Rosas de Ouro há muitos anos, como ela mesmo ressaltou no palco. Reforçou todo empenho e demonstrou muita carisma com a comunidade. Ela fez parte da corte do carnaval de São Paulo em 2023 como segunda princesa, e sempre demonstrou muito samba no pé. Antes, quatro musas foram apresentadas no palco: Sheila Silva, Alane Pereira, Karina Moraes e Suellen. E a madrinha Josi Aoas que é responsável pelo departamento social da escola.

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No domingo de carnaval, a Vila Maria entra na pista do Anhembi buscando o retorno para o Grupo Especial que esteve pela última vez em 2023.

Liga-SP e Radar Records lançam álbum histórico com Sambas-Enredos Campeões de 1987 a 2024

A Radar Records, em parceria com a Liga Carnaval SP, acaba de lançar uma coletânea oficial que celebra a rica história do Carnaval de São Paulo. O álbum reúne os sambas-enredos das escolas campeãs do Grupo Especial de 1987 a 2024, oferecendo aos fãs do carnaval paulistano um verdadeiro tesouro musical.

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Com a participação de agremiações como Vai-Vai, Mocidade Alegre, Camisa Verde e Branco, Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel, o álbum é uma trilha sonora imperdível para os apaixonados por samba.

O álbum já está disponível nas principais plataformas digitais como Spotify, Deezer e Amazon Music. Ouça em: https://found.ee/ligacarnavalsp_campeas

Três parcerias se destacam em noite de eliminatórias da chave branca da Portela

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025. Os sambas das parcerias de Marcelo Luz e O Poeta do Rio foram eliminados e não seguem para a próxima etapa da disputa. * OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Poly da Portela: Além de Poly da Portela, os compositores do samba são Paulo Cesar, Guaracy Lenda Viva, Robinho Portela, Krysshow Portella, Norma Portela e Lício Pádua. A obra, que tem um tom mais melódico, foi comandada pelo intérprete Climagia. O palco teve um bom desempenho e ajudou a levantar o hino, que fez uma boa apresentação. Fora dos palcos, a torcida – apesar de não estar em grande número – mostrou animação durante a apresentação. No entanto, alguns precisaram de “colinha” para acompanhar a letra. O refrão “Solta a voz Oxalufã” foi o trecho de destaque.

Parceria de Toninho Geraes: O samba foi composto por Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. Os intérpretes Bruno Ribas, Emerson Dias e Chitão Martins ficaram responsáveis pela condução da obra, que teve um grande rendimento. Os cantores ajudaram a levantar o hino e foram apoiados pela torcida, uma das maiores e mais animadas da noite. A obra foi uma das que se destacaram na eliminatória. A cabeça do samba “Voa Águia/Desce nos braços do povo” marcava um início forte e foi um dos destaques da letra durante a apresentação deste domingo. A passagem foi boa.

Parceria fr Samir Trindade: Além de Samir Trindade, a obra foi composta por Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. O intérprete Tinga ficou responsável por conduzir o samba e, sem dúvida, foi peça fundamental para o ótimo rendimento e ajudou a elevar a obra. Fora dos palcos, a torcida, animada e a maior da noite, começou um coro antes mesmo do início da apresentação. A sintonia entre o torcedor e os cantores resultou na melhor apresentação da noite. Entre os trechos de destaque da letra estão os dois últimos versos do refrão: “Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar/Anjo negro é o sol na minha Portela/”.

Parceria de Celso Lopes: O samba foi escrito por Celso Lopes, Charlles André, Marcos Laureano, Roberto Fármaco, Gadinele, Serginho Pavuna e Soninha Jurado. O intérprete Nino do Milênio ficou responsável por comandar o microfone. A apresentação da parceria foi regular. No pré-refrão, aparentou ter ocorrido um problema de entrosamento entre os apoios e o intérprete. O problema ficou mais nítido na quarta passada, quando o intérprete foi mais “duro” nas cobranças. O refrão “Vai na ginga Tabajara/ Toca Milton Nascimento/” foi um dos destaques da obra. Já a torcida, animada, chegou junto. No entanto, nem todos cantavam e alguns precisaram de “colinhas”.

Parceria de Phabbio Salvatt: A obra foi composta por Phabbio Salvatt, Gerson PM, Alexandre Valle, Sérgio Oliveira, Rico Teixeira, Luiz Rangel e Darcy Maravilha. A apresentação foi comandada pelo intérprete Vitor Cunha, e a voz vibrante do cantor ajudou a elevar o samba. Fora dos palcos, a torcida não foi tão grande, mas ajudou. Nem todos cantaram e os integrantes precisaram de coelhinhas. Destaque para o trecho “Na calmaria/ Me embale Maria, Maria”. No geral, a parceria fez uma boa apresentação.

Parceria de Tião Sapê: O samba foi escrito por Tião Sapê, Hebinho da Portela, Bita da Portela, Luizinho da Light, Zé Maria, Marcelo Vai Vai e Ricardo Simpatia. O intérprete Wantuir ficou responsável por comandar a apresentação, que fez uma boa condução e ajudou a levantar o samba – com destaque para o refrão. Fora do palco, os alegres torcedores cantavam, mas foi preciso ter “colinha”. Após o término da apresentação, os torcedores deixaram a quadra em coro. A parceria teve uma boa passagem.

Parceria de Luiz Carlos Máximo: O samba foi composto por Luiz Carlos Máximo, Manu da Cuíca, Buchecha, Belle Lopes, Ximeninho, Régis e Heitor César. O intérprete Marquinho Art’Samba ficou responsável por comandar o microfone da parceria e teve uma apresentação muito boa. Destaque para a letra e o trecho “Nos braços de oxalá/A Portela entrega o manto/A São Milton Nascimento/ E batuca pro bituca/ Preto-rei desse congá”. Alegre, a torcida chegou junto – com direto a coro no final da apresentação. A parceria também se destacou como uma das melhores da noite.

Referência! Carnaval Inclusivo da Liga-SP se apresentará em Paris durante os Jogos Paralímpicos 2024

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (LIGA-SP), tem a honra de anunciar a apresentação do Carnaval Inclusivo em Paris, durante os Jogos Paralímpicos de 2024.

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Fotos: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP

Este projeto inovador, lançado em 2023, reúne um grupo formado exclusivamente por pessoas com deficiência física, compondo uma escola de samba completa, com bateria, passistas e estandarte.

Após a estreia internacional na Casa Brasil durante o Parapan de 2023, no Chile, o grupo levará a energia e o ritmo do samba para o palco global em Paris. Composta por 10 ritmistas, 2 passistas e uma porta estandarte, a maioria dos integrantes pertence a renomadas escolas de samba de São Paulo.

“É gratificante ver esse projeto ganhando forma e sendo exaltado no mundo. A primeira bateria inclusiva do mundo, formada por pessoas com deficiência, é da Liga-SP, e eu tenho orgulho em ter liderado essa iniciativa!” destaca o Presidente da LIGA-SP, Sidnei Carriuolo.

As apresentações ocorrerão de 29 de agosto a 3 de setembro no La Communale, onde está localizada a Casa Brasil Paralímpica.

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Conheça os integrantes do grupo:
• Agmailson Oliveira – Dom Bosco de Itaquera
• Akin Ayo – Imperatriz da Paulicéia
• Akin Cavalcante – Rosas de Ouro
• Alessandro Carmo – Acadêmicos do Tucuruvi, Dom Bosco de Itaquera, Brinco da Marquesa, e Imperador do Ipiranga
• Anderson Luiz (Mestre Bola) – Dom Bosco de Itaquera
• Carolina Custódio – SMPED
• Carlos Alberto Villas – Rosas de Ouro
Carlos Henrique – Estrela do Terceiro Milênio
• Claudinei José – Rosas de Ouro
• Gustavo Pinheiro – Tom Maior
• Luiza Berbel – Bateria Universitária
• Melina Reis – Bailarina Profissional
• Mickael Aparecido – Estrela do Terceiro Milênio
• Ricardo Rodrigues – Estrela do Terceiro Milênio
• Wagner Esteves – Estrela do Terceiro Milênio

Sobre o Carnaval Inclusivo
O Carnaval Inclusivo é uma iniciativa que visa promover a inclusão e a representatividade das pessoas com deficiência no Carnaval de São Paulo, valorizando a diversidade e demonstrando o poder transformador da cultura e da música.

Safra de alto nível! Segunda noite de eliminatórias confirma qualidade dos sambas na Viradouro

A Unidos do Viradouro realizou, no último sábado, em sua quadra de ensaios, no bairro do Barreto, em Niterói, a primeira etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2025. O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Nesta segunda noite, se apresentaram 12 sambas da chave Alabê. O anúncio dos sambas classificados, das duas chaves da Viradouro, será feito na próxima terça-feira, às 18h, nas redes sociais da escola. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de André Siqueira: O primeiro samba a se apresentar na noite foi o da parceria de André Siqueira, Bené do Cavaco, Gilson Silva, Júlio Louzada, Luba Fee, Maria Preta, Sérgio Pavão e Vinny Vieira. A obra foi defendida, com muita segurança e maestria, pelo intérprete Ito Melodia. Na torcida, a parceria apostou na utilização de um grupo performático e torcedores com galhos nas mãos. O destaque do samba foi o refrão do meio: “Quem mandou foi Juca// Cheguei pra te avisar// Meu poder é do divino// Não mexe comigo não!///Só ajudo a quem merece// Meu cachimbo vale ouro// A falange de malungos arriou na Viradouro!”.

Parceria de Paulo Sérgio: A obra composta por Celso Tropical, Declar Sodreé, Joel Vieira, Marquinho da Hora, Nilo Sérgio e Paulo Sérgio foi a segunda a se apresentar. O samba contou com uma torcida em contingente bem reduzido na quadra. A obra careceu, ainda, de maior potência na condução do palco. O refrão principal, “Salve, João Batista!//Coroado por Xangô/// Consagrado nos terreiros no batuque do tambor// Kaô kabecilê!//Viradouro é alegria, sangue, raça e poder”, foi o destaque do samba.

Parceria de André Paes: O terceiro samba a se apresentar foi o da parceria de André Paes, Gustavo Huber, Tchaca Arruda, Bernardo, Henrique e Soares. A obra foi muito bem defendida no palco pelos cantores Dowglas Diniz e Serginho do Porto. A parceria contou com torcida com bolas, bandeiras nas cores da escolas e com o pavilhão da Viradouro. O destaque da obra ficou por conta do bis na cabeça do samba, “Vim tacar fogo no Brasil”, que era bem cantado pela torcida.

Parceria de Claudio Mattos: O samba de Claudio Mattos, Júlio Alves, Claudio Russo, Anderson Lemos, Manolo, Celino Dias, Vinicius Xavier, Bertolo, Marco Moreno e Thiago Meiners foi o quarto a se apresentar na noite. A obra foi conduzida com muita força e competência pela dupla de cantores Pitty de Menezes e Tinga, que deram uma ótima pegada ao samba. A torcida da parceria esteve presente em um grande contingente, com bandeiras nas cores da Viradouro. O bis anterior ao refrão, “Sobô nirê, sobô nirê mafá//Sobô nirê mafá da falange de reis // Sobô nirê, sobô nirê mafá//Sobô nirê mafá dos kabecilês”, e o trecho em que se repete “Okê caboclo! Quem plantou a aroeira?” e “Fui eu! Fui eu!”, funcionaram muito bem. Também foi destaque o refrão principal do samba, “Fogo de alastrar, samba que incendiou// Rastilho que atiça meu tambor// Sou Viradouro, de três mundos mensageiro// Quem me cruza em sete pontas// Tem a chave do cruzeiro”.

Parceria de Sidney Sã: Sidney Sã, Cléo Di Loiola, Damião Alves, Salviano, Guilherme Euzébio, Carlinhos Japona, Sílvio Sérgio e Dirce Lima são os autores da quinta obra a se apresentar na noite de eliminatórias da Viradouro. A obra foi bem conduzida por Leandro Santos e Daniel Silva. A parceria, no entanto, não contou com torcida presente. O destaque foi o bis anterior ao refrão principal, “SOBO NIRÊ… SOBO NIRÊ MAFÁ// SOBO NIRÊ… MALUNGUINHO SOBÔ”.

Parceria de Cabral: O sexto samba a se apresentar na noite de eliminatórias da Viradouro foi o do compositor Cabral. A obra foi defendida pelos cantores Pedro Araújo e Robson Mariano. Apesar de contar com torcida presente na quadra, a apresentação do samba teve papéis picados. Durante a passagem, no entanto, a obra careceu de momentos de maior “explosão”, não empolgando tanto o público presente na quadra da Vermelha e Branca.

Parceria de Mocotó: O samba da parceria de Mocotó, PC Portugal, J. Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranguejo foi o sétimo a se apresentar. A obra foi brilhantemente conduzida por Evandro Malandro e Emerson Dias. A torcida, em bom número, contou com bandeiras. O samba, que se mostrou muito valente, teve como destaques o trecho anterior ao refrão, “Malunguinho, Malunguinho// Coroado no tambor// Guardião, Exu trunqueiro// Esse aqui é meu terreiro// Viradouro de Xangô” e o próprio refrão principal, “Sobô nirê, sobô nirê mafá// Sobô nirê mafá sobô nirê// A chama no olhar, a Viradouro acendeu// E quando se alastrar, saiba que sou eu!”.

Parceria de Heraldo Farias: O samba de Heraldo Farias, Waldeir Melodia, Dadinho, Milton Junior, Adriano Faca, Oswaldo Mendes, Denil Lima, Marquinhos Coração, Paulo Beckham e W. Canoa foi o oitavo a se apresentar, defendido por Leonardo Bessa, muito seguro na apresentação. A torcida, além de bolas e bandeiras, teve um grupo performático caracterizado de indígenas. O bis anterior ao refrão, “Sobô nirê mafá! Sobô nirê mafá!// É Malunguinho! Pisando aqui pra triunfar”, foi o ponto alto da obra.

Parceria de Juaciara: A nona parceria foi a de Juaciara (Jô da Viradouro), Diana Nascimento, Liane Harmonia, Marli Jane, Patrícia Brito, Professora Tânia e Cátia Medeiros. Além de só contar com compositoras mulheres, a apresentação da obra só teve vozes femininas (Patrícia Britto, Thaís Villela, Maya Alves e Dora Rosa), o que deu ao samba uma musicalidade diferenciada e muito bela. A torcida, mesmo em pouco número, contou com bandeiras vermelhas. O refrão do meio, “Eu sou Malunguinho, Malunguinho// Sobô nirê mafá de longe ouvi chamar// Semente, folha e raiz// Sou Malunguinho, Malunguinho// Sobô nirê, mafá// Caboclo da mata do catucá”, foi o ponto alto da apresentação.

Parceria de Carlos Barbosa: A obra de Carlos Barbosa, Yara Mathias, Alexandre Bruully, Jack Nery, Tito Dassil, Jô Borges, Preto Queiróz, Cacau Souza, Bira Amizade e Rita Barbosa foi a décima a subir ao palco. O samba foi defendido por Alexandre Simpatia e Jô Borges, que fez uma bela introdução. A torcida, mesmo em baixo contingente, contou com balões. O refrão principal, “Ô iê iê jurema, ô iê iá// Ô junçá, Vajucá// Malunguinho é o rei do catucá”, foi destaque, sobretudo pela bela melodia.

Parceria de Chumbinho: O samba de Vilton Roberto, Chumbinho, Onércio do Cavaco, Joel Fernandes, Mestre Marinho, Saúba e Edmundo Soldado, Antônio, Marcelo, Beth e Cláudia foi o penúltimo a se apresentar. A parceria não contou com torcida na quadra. O refrão principal, “A Viradouro chegou ô ô// Me leva amor que eu quero ir// Viajar nessa linda história// É Malunguinho na Sapucaí”, foi o ponto alto.

Parceria de Paulo César Feital: A segunda noite de eliminatórias da Viradouro foi encerrada em alto nível pela parceria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas. A obra foi defendida pelo intérprete Nêgo, com um forte time de canto na sustentação. Com uma bela melodia, a obra contagiou o público presente. A torcida, em bom número, portava bandeiras nas cores da escola. Os pontos altos, além da melodia, foram o refrão principal, “A chave do cativeiro// Virado no exu trunqueiro //Viradouro é catimbó// Viradouro é catimbó// Eu tenho corpo fechado// Fechado tenho meu corpo// Porque nunca ando só”, e o bis anterior, “O rei da mata que mata quem mata o Brasil”. A obra não teve queda de rendimento em nenhum momento durante as três passadas.

Mancha Verde remodela estilo de fantasias e capricha na nitidez para o Carnaval 2025

A Mancha Verde avançou mais uma etapa rumo ao Carnaval 2025. No último sábado, em sua quadra, a escola apresentou as suas fantasias em uma grande festa. Com telões, show de luzes e narrações explicando o contexto das fantasias, integrantes vestiram as roupas e desfilaram em uma passarela que guiava até o palco localizado no centro da quadra. Assim, todos os presentes no local puderam ver com nitidez a apresentação. Os figurinos da agremiação para o próximo desfile foram executados pela equipe de ateliê e decoração, idealizadas pelo artista Lucas Abelha. O destaque principal foi para a ala das baianas, que chamou a atenção da comunidade e arrancou vários aplausos. A fantasia consiste em um dourado luxuoso e luzes de LED azul no saiote.

Novo estilo de fantasias da agremiação

O diretor de carnaval Paolo Bianchi revelou que a Mancha Verde está remodelando o seu estilo de carnaval, diferente do que a escola fez em carnavais anteriores. O novo estilo, desenhado pelo projetista Lucas Abelha, agrada o comandante, também pelo fato de ser leal ao tema. “Estou muito feliz que a gente mudou o estilo esse ano. O trabalho mudou, a forma de trabalhar com a comissão, teve uma colaboração muito grande do Lucas Abelha e fez desenhos que ficaram muito legais, a gente aprovou e a reprodução que a Bibinha, a Gall e o Igor Carneiro coordenaram lá na Fábrica e foi muito fiel ao desenho. Tanto no desenvolvimento do enredo, a forma como a gente construiu de amarrar essa história e a forma como as fantasias foram feitas, deixou a gente muito feliz. As fantasias estão limpas, objetivas, vivas, com bastante detalhe, cuidado e bem equilibradas. Não tem aquela fantasia que você fala que está mais ou menos. Todas elas têm um significado, tem uma leitura muito forte para o enredo e tem um formato. Uma concepção muito moderna ou muito diferente do que a gente já fez”, explicou.

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Diretor de carnaval Paolo Bianchi

A Mancha Verde tem por si só uma organização constante de sempre entregar aos componentes a mesma qualidade daquilo que é apresentado nos pilotos. O diretor contou que a agremiação se esforça para dar conforto ao componente e proporcionar o devido espetáculo na passarela. “A gente se esforça demais para ter essa lealdade em relação ao que a gente fez de piloto. Tem ano que não dá, mas há muito esforço. A gente mostra para o nosso componente que se empolga quando recebe fantasia dele. Ele quer uma fantasia igual à que ele se interessou e saiu pensando nela. Também tem o público. Acho que quem vai para o Anhembi está cansado de ver truques. Aquela pluminha que já passou na avenida 30 vezes. A gente usou muito aquela alternativa esse ano para não depender tanto de pena de pluma. Está muito caro por causa do dólar. Mas quando a gente coloca, tem que tomar com qualidade. O cara está na arquibancada, paga ingresso e o mínimo que a gente tem por ele é respeito. O carnaval é espetáculo, é show. É o Grupo Especial de São Paulo que passa pelo mundo inteiro e esse cuidado a gente tem que ter”, declarou.

Sobre a sua fantasia predileta, Paolo não escondeu a paixão pela ala das baianas. Realmente é uma vestimenta inovadora, pois a Mancha vai apostar em iluminação LED dentro dos saiotes das mães do samba. A reação positiva da quadra foi imediata. “Quando a baiana entrou eu vi gente dando pirueta na quadra. A concepção da baiana é muito legal e ela conversa com o carro. Com certeza é a fantasia ‘queridinha’ da Mancha. O LED na fantasia é real e infelizmente o Anhembi tem a iluminação muito clara, mas a gente vai tentar aumentar um pouquinho para dar um efeito maior”, disse.

Execução com carinho e mérito dos profissionais

O presidente Paulo Serdan exaltou Bibinha e Gall, que são responsáveis pelo ateliê e decoração das fantasias. “Eu gostei bastante. Acho que a gente tinha até comentado isso na final do samba. É uma leitura que o Abelha deu para gente de um carnaval diferenciado do que a gente estava acostumado a fazer, que era carregado nas plumas antes e com bastante roupa. O mérito mesmo de verdade é da Bibinha e da Gall, que tiveram a capacidade com a equipe delas de tirar do papel e transformar no que a gente mostrou hoje. Eu estou muito feliz e tranquilo em relação a tudo que tem acontecido com a gente nesse processo de comissão de carnaval”, destacou.

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Presidente Paulo Serdan

O gestor contou que a primeira parte do desfile já está sendo feita no ateliê e citou as baianas como exemplo, falou sobre investimentos, preços que são caros, mas que não pode mexer no trabalho que a sua comissão desenvolve, pois dá liberdade à sua equipe de carnaval. “Já estamos reproduzindo, na verdade. O primeiro setor já está nos ateliês. A ala das baianas a gente segurou para fazer na Fábrica. Quase 200 fitas de LED compramos hoje. ‘Ah, não dá muito efeito na avenida’, mas vai acontecer. No local que ela tem que dar, ela vai conseguir, que é no chão para refletir aquele brilho. E assim, por exemplo, quando eu vi o desenho, eu vi aquela cauda e falei: ‘cara, como é que vão fazer isso aí? Como é que vai tirar?’ Então, vieram várias ideias. A Gall falou para eu ficar tranquilo quanto a isso. Quando eu vi, fiquei impressionado. E aí depois começamos a fazer conta. Você fala: ‘Cara quanto vai custar esse negócio?’ Agora eu não tenho o direito de mexer, porque você libera, cria, e agora eu vou lá e mexo¿ Vai ser exatamente isso. Não vai mudar nada, até com o LED. É muita coisa, mas seria desleal eu mexer no trabalho que a equipe desenvolveu”, afirmou.

Serdan destacou algumas alas que ele particularmente gostou e lamenta que o jurado e público não conseguem ver de perto a entrega e o cuidado que os profissionais da agremiação têm para executar as vestimentas. “Por exemplo, você pega a fantasia do Mestre Besouro, que não tem plumas. Tem uns faisões só na cabeça. Mas você vê a criatividade que foi colocada na fantasia, o material usado, a ala do artesanal do pescador. Aquela ala para mim é espetacular, porque ela é toda artesanal mesmo. É uma pena que o jurado e o público não consigam ter a proximidade da fantasia para ver o cuidado que ela foi confeccionada. Então, você vai olhando e vai se encantando. A fantasia de Olodum, por exemplo, a trança do Rastafari, que fizeram lá, é legal aquilo. Tem na fantasia do Carlinhos Brown também. Você vai vendo a criatividade que foi colocada na fantasia e vê que é feito com muito amor e com muito carinho”, comentou.

Sobre o andamento do barracão, a Mancha Verde tem um gosto de realizar tudo com antecedência. O mandatário explicou que isso está sendo feito novamente, com o abre-alas já sendo adiantado e, as demais partes do desfile, conversadas para possíveis mudanças. “O abre-alas de ferro termina agora. Termina agora e é semana que vem. Até sexta-feira eu acho que a gente a parte de ferragem já foi. Segunda-feira eu fechei a parte de fibra de vidro com o profissional que vai reproduzir. Na segunda-feira eu estou passando para ele a reprodução das peças de fibra de vidro que vão ser reproduzidas no carro. O pessoal de Parintins chegou e a minha maquete está lá pronta. O carro tem uma leitura muito bacana. Tem quase 200 metros de LED. É uma visão bem legal mesmo. As esculturas, que são 10 tartarugas, uns peixes, já estão até empapelando. Acho que provavelmente até quinta ou sexta-feira já começamos a reprodução da fibra de vidro dessas peças e agora eles começam a esculpir. A gente tem 10, 11, 12 orixás, mas são 10 do mesmo tamanho e dois com sete metros de altura mais ou menos. Está andando legal. A gente tem o nosso segundo carro também com planta baixa. As demais alegorias nós estamos para limpar algumas informações ou acrescentar. Mas está tudo encaminhando certo, sem atropelo. Está tudo legal”, concluiu.

Numa linda aquarela, Dragões da Real escolhe samba-enredo da parceria de Galo para o Carnaval 2025

Por Fábio Martins e Will Ferreira

A fina garoa paulistana marcou presença na noite do último sábado, mas nem ela afastou a comunidade do carnaval da Caverna do Dragão. Atual vice-campeã do Grupo Especial de São Paulo, a Dragões da Real lotou a quadra da agremiação, localizada na Vila Anastácio, Zona Oeste da cidade, para definir qual samba-enredo seria levado pela escola no Anhembi em 2025. E, para embalar o enredo “A vida é um sonho pintada em aquarela”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Freitas, venceu a parceria composta por Galo, Léo do Cavaco, Jairo Roizen, Rodrigo Dias, Thiago Meiners, Fadico, Claudio Mattos, Clairton Fonseca, Robson Valêncio, Vitor Blanco, Alves e Tubino. * OUÇA AQUI O SAMBA

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Dos compositores mais conhecidos do eixo Rio-São Paulo, Thiago Meiners destacou que, para compor a obra, o racional não teve vez: “O principal na composição do enredo foi essa questão emocional, mesmo. O samba traz uma carga emotiva muito forte. O processo de composição é o mesmo que a gente faz em todas as escolas. Nossa parceria tem gente do Rio de Janeiro, gente da Bahia, de São Paulo, do Rio Grande do Sul… a gente se fala muito pelo WhatsApp. A gente é uma parceria que não faz reunião: é tudo muito dinâmico e online. É uma parceria de amigos. A gente é amigo há muito tempo. Acho que também foi muito importante ter um enredo tão sentimental, um enredo que tem uma ligação familiar. Você faz samba com seus amigos, isso é importante e eu estou muito feliz. É a minha primeira vitória aqui na Dragões. Na parceria, o Léo do Cavaco e o Darlan já ganharam vários sambas aqui na escola, mas a parceria como um todo é a primeira vez que a gente ganha e foi bem legal. Acho que principalmente por isso: por ser um enredo diferente e pela carga sentimental que ele traz”, comentou.

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Compositor Thiago Meiners

Outro compositor da parceria, Jairo Roizen trouxe ainda mais detalhes sobre a parceria vencedora: “A nossa parceria tem pessoas de muitos lugares do Brasil. Nós temos compositores que estão em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, na Bahia. A gente se fala nessa época de disputa de samba-enredo, de construção do samba. Nos falamos vinte e quatro horas por dia por grupo de WhatsApp, ligação, mensagem no particular, chamada de vídeo. Tudo isso para fazermos sambas que vão lá para disputar, sambas competitivos. Mas, acima de tudo, sambas que fortalecem a nossa amizade. Nós fazemos sambas com os amigos e, independente de vencer ou de não vencer. Se eu não me engano é a quinta vez que eu disputo samba na Dragões, nunca tinha chegado em uma final. Mas a Dragões é uma escola que dá condições de que fortaleça a nossa amizade com os nossos parceiros. Isso é o que é o mais importante. Desta vez a gente ganhou e estamos mais felizes ainda”, afirmou.

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Compositor Jairo Roizen

Jairo também aproveitou para destacar todo o contexto envolvido na concepção do enredo: “É um enredo muito emocionante mesmo – e é emocionante por vários sentidos. Por ser um enredo baseado numa música que nós todos acompanhamos durante a nossa infância e toda a nossa vida. Quem nunca ouviu, quem nunca cantou ‘Aquarela’, do Toquinho? É emocionante pela relação que a gente tem, pela amizade que a gente tem com o Jorge Freitas. Sabemos que foi um enredo baseado no neto dele, que fez a passagem neste ano… é emocionante. A Dragões da Real é uma escola que eu particularmente tentei algumas vezes disputar samba aqui e nunca tinha chegado na final – e dessa vez a gente chegou e foi agraciado com a vitória. Foi muito prazeroso fazer esse samba, é o samba que mexe com a nossas emoções, com nossos sentimentos, com as nossas lembranças. Lembranças de pessoas que já se foram, lembranças de momentos difíceis, lembranças de barreiras que estão aí pelo caminho. Mas sempre é tempo de recomeçar. E nós vamos recomeçar com esse desfile da Dragões, com esse samba que a Dragões escolheu, que com certeza vai fazer aquele Anhembi um lugar muito feliz”.

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Carnavalesco onipresente

Para Thiago, Jorge Freitas foi extremamente solícito e ajudou bastante a parceria: “Ele deu muita abertura para as parcerias, para a gente mostrar o samba para ele. Explicar qual a narrativa que a gente queria trazer no samba. Isso foi importante. Não ficamos presos a uma sequência cronológica de enredo. Ele falou para sermos emotivos mesmo, sentimentais, tentar falar do fundo do coração e trazer sentimento pro samba. Ele deixou a gente bem à vontade. E nós, compositores, ficamos felizes. Hoje em dia, principalmente no Rio de Janeiro, estamos tendo muito problemas com narrativa, cronologias, estamos ficando muito preso. A gente já tem feito essa crítica há um tempo no Rio de Janeiro e também em São Paulo. Pelo menos aqui na Dragões a gente teve muita liberdade para fazer o samba desse ano”.

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Carnavalesco Jorge Freitas

O outro lado

Idealizador do enredo, Jorge Freitas não escondeu o quanto ficou satisfeito com a escolha da escola: “Gostei muito do samba escolhido! A final do samba foi maravilhosa, mas é um projeto que começou no final de abril, entre os dias vinte ou vinte e cinco. A Dragões resolveu, junto comigo, contar o ciclo da vida a partir dos versos da música ‘Aquarela’. Tenho que agradecer muito à escola porque é um período muito frágil da minha vida, mas eu também tinha o desafio de transformar a minha dor em arte. Essa arte nós levaremos para a avenida, para cantar o ciclo da vida: infância, juventude, maturidade (quando recebemos os obstáculos da vida e temos o nosso livre arbítrio) e final da vida. A Dragões, além de um grande enredo, no qual todos se encontrarão nele, teremos um grande samba. Todas as obras passaram, no mínimo, quatro ou cinco vezes comigo individualmente por cerca de uma hora e meia. Todos puderam ter noção do que era o nosso enredo. Falei a todos os compositores que eu queria chegar ao final sabendo que iria me emocionar. Samba, além da técnica, é emoção. O povo assiste o carnaval e só transmite emoção quando nós conseguimos emocioná-lo. A Dragões virá com emoção, com verdade e com amor para fazer mais um grande carnaval”, desabafou.

Unanimidade

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Presidente Renato Remondini, o Tomate

Um ponto destacado por muitos entrevistados pelo CARNAVALESCO foi a explosão da lotada quadra quando o anúncio aconteceu – algo presenciado pela reportagem. Um dos tantos nomes ouvidos que pontuou a situação foi Renato Remondini, o Tomate, presidente da agremiação: “Se você filmou, você viu que a escola inteira gostou. Dois sambaços, muitos sambas bons participando do concurso… a escola está muito feliz. Ao longo dessa semana, estava tudo muito dividido, foi algo muito bacana. O que eu mais gostei de hoje foi ver que a quadra estava literalmente lotada e cheia de componentes da escola. Eles já mentalizaram que, acima de qualquer preferência e resultado, tem algo chamado Dragões da Real, que está acima de qualquer gosto. Todo presidente fala que está feliz, mas eu estou feliz demais, na concepção da palavra: pelo meu povo, por ver a reação de todo mundo. Você não vê uma reclamação, um questionamento, uma discussão. Tem coisas muito valiosas que as escolas de samba precisam ter sobre o seu domínio e uma delas é o respeito. Os nossos componentes se sentem respeitados. O resultado foi fantástico”, comemorou.

Rogério Felix, diretor de Harmonia

Rogério Felix, diretor de Harmonia, também valorizou o enredo que será apresentado no Anhembi: “Estaremos muito bem representados com o samba. É um enredo que pega pela emoção. Nós traremos um grande brilho, com muito coração, para a avenida. O samba campeão está muito bem alinhado com o enredo, está perfeito. A disputa foi muito igual, dificultou bastante o nosso trabalho – e, ao mesmo tempo, nos deixou muito felizes. Faremos um excelente trabalho com o samba campeão”, destacou.

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Sempre sucinto, mestre Klemen Gioz, comandante da “Ritmo Que Incendeia”, bateria da Dragões da Real, citou o grande desejo da escola: “É clichê, mas faremos um belo trabalho para correr atrás do título que a gente ainda não tem, mas está correndo muito atrás”.

Janny Moreno, porta-bandeira da instituição, também falou sobre o sentimento que a canção desperta: “Com certeza a Dragões da Real está muito bem representada em samba-enredo! O samba traz muita emoção falando sobre a vida. Creio que vai ser algo bem encantador e emocionante”, afirmou.

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Integrante do carro de som da instituição, Jorginho Soares

Integrante do carro de som da instituição, Jorginho Soares também falou sobre a participação dele na safra: “A toalha gira da mesma da mesma forma, eu entrego do mesmo jeito. Se tiver que fazer abertura vocal, eu vou fazer, vou pular e vou agitar e é isso que sempre faço em todos os sambas. Quando deu o resultado aqui, eu acho que a resposta veio da quadra. Eu senti que a quadra explodiu, então é sinal que a diretoria acertou na escolha”, comentou, citando o gesto característico do intérprete – que gravou dezessete dos dezoito sambas da instituição.

Sucesso de safra

Parceiro de Janny, Rubens de Castro não falou apenas do samba campeão – ele preferiu falar de quem não estava mais na disputa: “A Janny falou do samba campeão, mas eu quero falar de todos que participaram das eliminatórias, os que não chegaram até aqui, que também eram muito bem escritos. Agradeço a todos, fizeram sambas lindos. Mas é uma competição, foram dois sambas incríveis. A Dragões virá em 2025 de uma maneira reflexiva: vamos pensar de qual forma você está colorindo a sua vida para depois você descolorir, para começar tudo de novo. Você, que está em casa, repensa: será que você está colorindo certo a sua vida? É uma renovação de ciclo constante. A gente fica só esperando a cada aniversário… cada dia que você acorda é uma renovação, é uma aprovação, é uma missão que você tem que cumprir, é uma frustração que você tem que superar. É disso que estamos falando. Esse samba é muito emocionante”, comentou.

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Casal da Dragões, Rubens de Castro e Janny Moreno

Aproveitando para citar o que pode ser mudado na obra campeã, Jorge Freitas destacou o quanto cada canção se encaixa no enredo desenvolvido por ele: “Eu tenho a certeza que todas as obras estavam contemplando o nosso enredo da forma que eles quiseram se expressar: mais subjetivo, mais poética… mas a narrativa de todos os sambas-enredo estavam bem consciente da proposta do nosso tema. Se tivermos que fazer alguma alteração, pode ser algo musical – parte que eu também trabalho. A questão de tonalidade, caso aja necessidade. Além da apresentação, temos também uma competição com itens técnicos. Quem é avaliado no quesito samba-enredo é o componente, a execução do samba feita pelos nossos componentes. Veremos se o nosso povo se encaixa na tonalidade do samba-enredo. A obra é maravilhosa, o outro finalista idem e todos os sambas que participaram também tinham essa característica. A obra é movida pelo sentimento – que será levado por todo o nosso desfile”, pontuou.

diretor carnaval dragoes
Márcio Santana, diretor de carnaval da escola

Com um processo tão especial para escolha do samba-enredo, Márcio Santana, diretor de carnaval da escola, também elogiou a safra da agremiação: “Foi uma escolha difícil, uma escolha que vem de uma disputa muito longa em se tratando de Dragões. O processo de escolha do nosso samba se deu desde o início das gravações, com o estúdio – tanto que tivemos vinte e cinco inscrições. Apenas vinte e um chegaram à base das gravações, dezoito vieram pra quadra, e assim a gente foi construindo essa escolha que foi trabalhosa, mas prazerosa. Eu acho que o enredo leve, os sambas leves – e, acima de tudo, uma final com uma leveza, com uma comunidade feliz, com compositores muito parceiros. Quero agradecer demais às parcerias finalistas e também as que ficaram ao longo do caminho porque foram eles que engrandeceram o concurso”, parabenizou.

DragoesDaReal et PresidenteTomate 2

Além de falar da temática, Tomate também destacou a importância da música que inspirou o samba-enredo: “Nós, esse ano, optamos por proporcionar a todos os compositores que quisessem que a escola gravaria o samba. Fizemos com intérprete, bateria oficial, tudo certinho. Tivemos vinte e cinco sambas inscritos, um recorde absurdo na Dragões. Vinte e um foram gravados, dezesseis foram gravados pela escola. Essa validação e reconhecimento dos compositores foi bem legal. Além disso, temos um enredo com os versos da música ‘Aquarela’ falando do ciclo da vida… essa música é uma das cinco músicas mais ouvidas no mundo! Quando trouxeram o enredo para a gente, me pediram para ouvir a música. Nós sempre tivemos uma identidade visual muito forte, teremos barquinho de papel, castelo e etc. Muita gente acha que Aquarela é uma música infantil, mas ela fala de amor, essência e emoção. É isso que levaremos de uma forma esplendorosa para a avenida”, arrebatou.

Metáfora

Ao falar especificamente sobre o enredo, Jorge Freitas foi além ao comparar a vida com o carnaval: “Esse enredo é como um desfile de escola de samba: quando chegamos no final, pensamos que poderia ser diferente, mas não tem mais tempo. Quando tiramos nossa fantasia e acaba o carnaval, temos um novo desfile no ano seguinte. No plano espiritual, tiramos a fantasia como forma de resgate para vestir uma fantasia nova de acordo com a nossa consciência”, refletiu.

Em busca da taça

Todos os segmentos pontuaram o quanto os trabalhos já estão adiantados para 2025. Uma das grandes revelações foi feita pelo próprio presidente da Dragões: “É claro que todo presidente e etc vai falar que esse vai ser o maior carnaval da vida. Mas o nosso abre-alas já está sendo decorado, um carro gigantesco, acoplado. É o carro mais diferente, é o maior, com mais movimentos, luxo e interatividade e é o carro com o maior número de pessoas na história: são quase trezentas pessoas em cima das bases. Tudo que podemos depositar de amor, carinho e investimento nesse carnaval nós estamos fazendo. Estamos, literalmente, depositando todas as nossas fichas. Se vai dar certo ou não, o mais importante, para mim, é, independentemente de ficar em primeiro ou em outro lugar no final da apuração, é ver o nosso povo feliz, é ser aclamado pelo público no Anhembi, pela imprensa recebendo todos os troféus. A Dragões é movida pela paixão, e, enquanto ela existir, ela será dessa forma”, revelou Tomate.

DragoesDaReal et JorgeFreitasJulioCasares

De acordo com Márcio Santana, tudo está dentro do cronograma da escola – que, inclusive, motivou outra metáfora: “A Dragões é muito chata com prazos, a gente fala que a gente é muito britânico com tudo. Não é só com cronograma de quadra, mas também com cronograma de produção de carnaval. A gente vem com uma produção muito avançada. Nossos ateliês estão trabalhando a todo vapor, nosso barracão de alegoria já tem muita coisa pronta, e agora a gente entra na fase de lapidar o samba, deixar ele pronto para ele vir ser apresentado para a nossa comunidade. Agora a gente dá aquela temperadinha com sabor de Dragões para entregar para a comunidade – e, no primeiro ensaio, explodir ainda mais do que foi a explosão no anúncio do nosso samba na noite de hoje”, explicou.

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Pensando no canto da instituição, Rogério Felix afirmou que, agora, é hora de fazer a sintonia fina do samba-enredo com os representantes da comunidade em geral: “A gente sempre tenta renovar e sempre trazer um trabalho cada vez mais forte, cada vez mais técnico, cada vez mais estudado. Nós temos uma ligação muito próxima com os nossos coordenadores, chefe de ala ou presidente de ala – como cada escola chama diferente, aqui nós chamamos de coordenadores de ala. E vamos intensificar cada vez mais a nossa força de canto, furar a bolha da escola e chegar na avenida fazendo tudo para ser a escola que mais canta na avenida”, desafiou.

DragoesDaReal et Mascote

Klemen também pontuou que a “Ritmo Que Incendeia” terá mais uma apresentação animada: “Desde quando nós gravamos todas as faixas em um estúdio, em um plano que a gente armou, eu já estou pensando em bossas, paradinhas, convenções… não tem como, tal qual no ano passado. Minha cabeça já está borbulhando! Vai vir coisa boa”, prometeu.

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Mestre Klemen

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação também já está em pleno vapor, como revela Janny: “”Eu mesma sou bitolada em ficar imaginando a nossa rotina de dança… ouvi o samba campeão, fecho os olhos, vou dançando e imaginando o que pode ser feito fora da cabine – porque, para o jurado, é algo meio que certo e fechado. Mas, fora, temos que desenhar da melhor forma possível. Já deu certo!”, pontuou. Rubens preferiu o ar misterioso: “A Janny falou em desenhar e eu já vou dar um spoiler para vocês: nós vamos desenhar vocês na avenida”, intrigou.

VEJA MAIS FOTOS DA FINAL

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Ouça o samba-enredo da Dragões da Real para o Carnaval 2025

Compositores: Galo, Léo do Cavaco, Jairo Roizen, Rodrigo Dias, Thiago Meiners, Fadico, Cláudio Mattos, Clairton Fonseca, Robson Valêncio, Vitor Blanco, Alves e Tubino
Intérprete: Renê Sobral

NUMA FOLHA QUALQUER
VOU DESENHAR O MEU CASTELO
UM REINO DE ENCANTO E MAGIA
ONDE A POESIA VESTE UM SOL AMARELO
SONHAR E PERCEBER
SE UM PINGUINHO DE TINTA CAIR NO PAPEL
QUEM SABE, IMAGINAR
UMA DOCE AVENTURA VOANDO NO CÉU
A PUREZA NO OLHAR DA CRIANÇA
PINTAR A ESPERANÇA DE LÁPIS DE COR
E QUANDO ARRANCAR UM SORRISO
O BEM MAIS BONITO QUE A ALMA GUARDOU

BARREIRAS VIRÃO POR TODO CAMINHO
SOU EU, UM MENINO, VIAJANTE DO TEMPO
FOI VOCÊ QUEM PODOU OS ESPINHOS
AO COLHER A FLOR, O MEU SENTIMENTO
QUE VAI…

SEGUIR EM FRENTE EM CADA PARTIDA
E ENSINAR QUE A CURA PRA QUALQUER FERIDA
É VALORIZAR O QUE PASSOU
VEJA BEM, A LÁGRIMA ESCORRE NO MEU ROSTO
DORES DE UM MUNDO AINDA EXPOSTO
POIS SEI QUE TODO CICLO TEM O SEU FINAL
MAS SEMPRE ESTAREI NA SUA VIDA
FEITO UM ASTRONAUTA QUE, UM DIA, ENFIM

NUMA LINDA AQUARELA
LEMBRANÇAS TÃO BELAS QUE NUNCA TEM FIM

SE AINDA É TEMPO DE RECOMEÇAR
NA TELA PINTAR AS EMOÇÕES
LIÇÃO QUE A VIDA ME FEZ ENTENDER
MEU AMOR POR VOCÊ, DRAGÕES