A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025. Os sambas das parcerias de Marcelo Luz e O Poeta do Rio foram eliminados e não seguem para a próxima etapa da disputa. * OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Poly da Portela: Além de Poly da Portela, os compositores do samba são Paulo Cesar, Guaracy Lenda Viva, Robinho Portela, Krysshow Portella, Norma Portela e Lício Pádua. A obra, que tem um tom mais melódico, foi comandada pelo intérprete Climagia. O palco teve um bom desempenho e ajudou a levantar o hino, que fez uma boa apresentação. Fora dos palcos, a torcida – apesar de não estar em grande número – mostrou animação durante a apresentação. No entanto, alguns precisaram de “colinha” para acompanhar a letra. O refrão “Solta a voz Oxalufã” foi o trecho de destaque.
Parceria de Toninho Geraes: O samba foi composto por Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. Os intérpretes Bruno Ribas, Emerson Dias e Chitão Martins ficaram responsáveis pela condução da obra, que teve um grande rendimento. Os cantores ajudaram a levantar o hino e foram apoiados pela torcida, uma das maiores e mais animadas da noite. A obra foi uma das que se destacaram na eliminatória. A cabeça do samba “Voa Águia/Desce nos braços do povo” marcava um início forte e foi um dos destaques da letra durante a apresentação deste domingo. A passagem foi boa.
Parceria fr Samir Trindade: Além de Samir Trindade, a obra foi composta por Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. O intérprete Tinga ficou responsável por conduzir o samba e, sem dúvida, foi peça fundamental para o ótimo rendimento e ajudou a elevar a obra. Fora dos palcos, a torcida, animada e a maior da noite, começou um coro antes mesmo do início da apresentação. A sintonia entre o torcedor e os cantores resultou na melhor apresentação da noite. Entre os trechos de destaque da letra estão os dois últimos versos do refrão: “Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar/Anjo negro é o sol na minha Portela/”.
Parceria de Celso Lopes: O samba foi escrito por Celso Lopes, Charlles André, Marcos Laureano, Roberto Fármaco, Gadinele, Serginho Pavuna e Soninha Jurado. O intérprete Nino do Milênio ficou responsável por comandar o microfone. A apresentação da parceria foi regular. No pré-refrão, aparentou ter ocorrido um problema de entrosamento entre os apoios e o intérprete. O problema ficou mais nítido na quarta passada, quando o intérprete foi mais “duro” nas cobranças. O refrão “Vai na ginga Tabajara/ Toca Milton Nascimento/” foi um dos destaques da obra. Já a torcida, animada, chegou junto. No entanto, nem todos cantavam e alguns precisaram de “colinhas”.
Parceria de Phabbio Salvatt: A obra foi composta por Phabbio Salvatt, Gerson PM, Alexandre Valle, Sérgio Oliveira, Rico Teixeira, Luiz Rangel e Darcy Maravilha. A apresentação foi comandada pelo intérprete Vitor Cunha, e a voz vibrante do cantor ajudou a elevar o samba. Fora dos palcos, a torcida não foi tão grande, mas ajudou. Nem todos cantaram e os integrantes precisaram de coelhinhas. Destaque para o trecho “Na calmaria/ Me embale Maria, Maria”. No geral, a parceria fez uma boa apresentação.
Parceria de Tião Sapê: O samba foi escrito por Tião Sapê, Hebinho da Portela, Bita da Portela, Luizinho da Light, Zé Maria, Marcelo Vai Vai e Ricardo Simpatia. O intérprete Wantuir ficou responsável por comandar a apresentação, que fez uma boa condução e ajudou a levantar o samba – com destaque para o refrão. Fora do palco, os alegres torcedores cantavam, mas foi preciso ter “colinha”. Após o término da apresentação, os torcedores deixaram a quadra em coro. A parceria teve uma boa passagem.
Parceria de Luiz Carlos Máximo: O samba foi composto por Luiz Carlos Máximo, Manu da Cuíca, Buchecha, Belle Lopes, Ximeninho, Régis e Heitor César. O intérprete Marquinho Art’Samba ficou responsável por comandar o microfone da parceria e teve uma apresentação muito boa. Destaque para a letra e o trecho “Nos braços de oxalá/A Portela entrega o manto/A São Milton Nascimento/ E batuca pro bituca/ Preto-rei desse congá”. Alegre, a torcida chegou junto – com direto a coro no final da apresentação. A parceria também se destacou como uma das melhores da noite.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (LIGA-SP), tem a honra de anunciar a apresentação do Carnaval Inclusivo em Paris, durante os Jogos Paralímpicos de 2024.
Fotos: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP
Este projeto inovador, lançado em 2023, reúne um grupo formado exclusivamente por pessoas com deficiência física, compondo uma escola de samba completa, com bateria, passistas e estandarte.
Após a estreia internacional na Casa Brasil durante o Parapan de 2023, no Chile, o grupo levará a energia e o ritmo do samba para o palco global em Paris. Composta por 10 ritmistas, 2 passistas e uma porta estandarte, a maioria dos integrantes pertence a renomadas escolas de samba de São Paulo.
“É gratificante ver esse projeto ganhando forma e sendo exaltado no mundo. A primeira bateria inclusiva do mundo, formada por pessoas com deficiência, é da Liga-SP, e eu tenho orgulho em ter liderado essa iniciativa!” destaca o Presidente da LIGA-SP, Sidnei Carriuolo.
As apresentações ocorrerão de 29 de agosto a 3 de setembro no La Communale, onde está localizada a Casa Brasil Paralímpica.
Conheça os integrantes do grupo:
• Agmailson Oliveira – Dom Bosco de Itaquera
• Akin Ayo – Imperatriz da Paulicéia
• Akin Cavalcante – Rosas de Ouro
• Alessandro Carmo – Acadêmicos do Tucuruvi, Dom Bosco de Itaquera, Brinco da Marquesa, e Imperador do Ipiranga
• Anderson Luiz (Mestre Bola) – Dom Bosco de Itaquera
• Carolina Custódio – SMPED
• Carlos Alberto Villas – Rosas de Ouro
Carlos Henrique – Estrela do Terceiro Milênio
• Claudinei José – Rosas de Ouro
• Gustavo Pinheiro – Tom Maior
• Luiza Berbel – Bateria Universitária
• Melina Reis – Bailarina Profissional
• Mickael Aparecido – Estrela do Terceiro Milênio
• Ricardo Rodrigues – Estrela do Terceiro Milênio
• Wagner Esteves – Estrela do Terceiro Milênio
Sobre o Carnaval Inclusivo
O Carnaval Inclusivo é uma iniciativa que visa promover a inclusão e a representatividade das pessoas com deficiência no Carnaval de São Paulo, valorizando a diversidade e demonstrando o poder transformador da cultura e da música.
A Unidos do Viradouro realizou, no último sábado, em sua quadra de ensaios, no bairro do Barreto, em Niterói, a primeira etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2025. O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Nesta segunda noite, se apresentaram 12 sambas da chave Alabê. O anúncio dos sambas classificados, das duas chaves da Viradouro, será feito na próxima terça-feira, às 18h, nas redes sociais da escola. *OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de André Siqueira: O primeiro samba a se apresentar na noite foi o da parceria de André Siqueira, Bené do Cavaco, Gilson Silva, Júlio Louzada, Luba Fee, Maria Preta, Sérgio Pavão e Vinny Vieira. A obra foi defendida, com muita segurança e maestria, pelo intérprete Ito Melodia. Na torcida, a parceria apostou na utilização de um grupo performático e torcedores com galhos nas mãos. O destaque do samba foi o refrão do meio: “Quem mandou foi Juca// Cheguei pra te avisar// Meu poder é do divino// Não mexe comigo não!///Só ajudo a quem merece// Meu cachimbo vale ouro// A falange de malungos arriou na Viradouro!”.
Parceria de Paulo Sérgio: A obra composta por Celso Tropical, Declar Sodreé, Joel Vieira, Marquinho da Hora, Nilo Sérgio e Paulo Sérgio foi a segunda a se apresentar. O samba contou com uma torcida em contingente bem reduzido na quadra. A obra careceu, ainda, de maior potência na condução do palco. O refrão principal, “Salve, João Batista!//Coroado por Xangô/// Consagrado nos terreiros no batuque do tambor// Kaô kabecilê!//Viradouro é alegria, sangue, raça e poder”, foi o destaque do samba.
Parceria de André Paes: O terceiro samba a se apresentar foi o da parceria de André Paes, Gustavo Huber, Tchaca Arruda, Bernardo, Henrique e Soares. A obra foi muito bem defendida no palco pelos cantores Dowglas Diniz e Serginho do Porto. A parceria contou com torcida com bolas, bandeiras nas cores da escolas e com o pavilhão da Viradouro. O destaque da obra ficou por conta do bis na cabeça do samba, “Vim tacar fogo no Brasil”, que era bem cantado pela torcida.
Parceria de Claudio Mattos: O samba de Claudio Mattos, Júlio Alves, Claudio Russo, Anderson Lemos, Manolo, Celino Dias, Vinicius Xavier, Bertolo, Marco Moreno e Thiago Meiners foi o quarto a se apresentar na noite. A obra foi conduzida com muita força e competência pela dupla de cantores Pitty de Menezes e Tinga, que deram uma ótima pegada ao samba. A torcida da parceria esteve presente em um grande contingente, com bandeiras nas cores da Viradouro. O bis anterior ao refrão, “Sobô nirê, sobô nirê mafá//Sobô nirê mafá da falange de reis // Sobô nirê, sobô nirê mafá//Sobô nirê mafá dos kabecilês”, e o trecho em que se repete “Okê caboclo! Quem plantou a aroeira?” e “Fui eu! Fui eu!”, funcionaram muito bem. Também foi destaque o refrão principal do samba, “Fogo de alastrar, samba que incendiou// Rastilho que atiça meu tambor// Sou Viradouro, de três mundos mensageiro// Quem me cruza em sete pontas// Tem a chave do cruzeiro”.
Parceria de Sidney Sã: Sidney Sã, Cléo Di Loiola, Damião Alves, Salviano, Guilherme Euzébio, Carlinhos Japona, Sílvio Sérgio e Dirce Lima são os autores da quinta obra a se apresentar na noite de eliminatórias da Viradouro. A obra foi bem conduzida por Leandro Santos e Daniel Silva. A parceria, no entanto, não contou com torcida presente. O destaque foi o bis anterior ao refrão principal, “SOBO NIRÊ… SOBO NIRÊ MAFÁ// SOBO NIRÊ… MALUNGUINHO SOBÔ”.
Parceria de Cabral: O sexto samba a se apresentar na noite de eliminatórias da Viradouro foi o do compositor Cabral. A obra foi defendida pelos cantores Pedro Araújo e Robson Mariano. Apesar de contar com torcida presente na quadra, a apresentação do samba teve papéis picados. Durante a passagem, no entanto, a obra careceu de momentos de maior “explosão”, não empolgando tanto o público presente na quadra da Vermelha e Branca.
Parceria de Mocotó: O samba da parceria de Mocotó, PC Portugal, J. Lambreta, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Ronilson Fernandes e Carlão do Caranguejo foi o sétimo a se apresentar. A obra foi brilhantemente conduzida por Evandro Malandro e Emerson Dias. A torcida, em bom número, contou com bandeiras. O samba, que se mostrou muito valente, teve como destaques o trecho anterior ao refrão, “Malunguinho, Malunguinho// Coroado no tambor// Guardião, Exu trunqueiro// Esse aqui é meu terreiro// Viradouro de Xangô” e o próprio refrão principal, “Sobô nirê, sobô nirê mafá// Sobô nirê mafá sobô nirê// A chama no olhar, a Viradouro acendeu// E quando se alastrar, saiba que sou eu!”.
Parceria de Heraldo Farias: O samba de Heraldo Farias, Waldeir Melodia, Dadinho, Milton Junior, Adriano Faca, Oswaldo Mendes, Denil Lima, Marquinhos Coração, Paulo Beckham e W. Canoa foi o oitavo a se apresentar, defendido por Leonardo Bessa, muito seguro na apresentação. A torcida, além de bolas e bandeiras, teve um grupo performático caracterizado de indígenas. O bis anterior ao refrão, “Sobô nirê mafá! Sobô nirê mafá!// É Malunguinho! Pisando aqui pra triunfar”, foi o ponto alto da obra.
Parceria de Juaciara: A nona parceria foi a de Juaciara (Jô da Viradouro), Diana Nascimento, Liane Harmonia, Marli Jane, Patrícia Brito, Professora Tânia e Cátia Medeiros. Além de só contar com compositoras mulheres, a apresentação da obra só teve vozes femininas (Patrícia Britto, Thaís Villela, Maya Alves e Dora Rosa), o que deu ao samba uma musicalidade diferenciada e muito bela. A torcida, mesmo em pouco número, contou com bandeiras vermelhas. O refrão do meio, “Eu sou Malunguinho, Malunguinho// Sobô nirê mafá de longe ouvi chamar// Semente, folha e raiz// Sou Malunguinho, Malunguinho// Sobô nirê, mafá// Caboclo da mata do catucá”, foi o ponto alto da apresentação.
Parceria de Carlos Barbosa: A obra de Carlos Barbosa, Yara Mathias, Alexandre Bruully, Jack Nery, Tito Dassil, Jô Borges, Preto Queiróz, Cacau Souza, Bira Amizade e Rita Barbosa foi a décima a subir ao palco. O samba foi defendido por Alexandre Simpatia e Jô Borges, que fez uma bela introdução. A torcida, mesmo em baixo contingente, contou com balões. O refrão principal, “Ô iê iê jurema, ô iê iá// Ô junçá, Vajucá// Malunguinho é o rei do catucá”, foi destaque, sobretudo pela bela melodia.
Parceria de Chumbinho: O samba de Vilton Roberto, Chumbinho, Onércio do Cavaco, Joel Fernandes, Mestre Marinho, Saúba e Edmundo Soldado, Antônio, Marcelo, Beth e Cláudia foi o penúltimo a se apresentar. A parceria não contou com torcida na quadra. O refrão principal, “A Viradouro chegou ô ô// Me leva amor que eu quero ir// Viajar nessa linda história// É Malunguinho na Sapucaí”, foi o ponto alto.
Parceria de Paulo César Feital: A segunda noite de eliminatórias da Viradouro foi encerrada em alto nível pela parceria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas. A obra foi defendida pelo intérprete Nêgo, com um forte time de canto na sustentação. Com uma bela melodia, a obra contagiou o público presente. A torcida, em bom número, portava bandeiras nas cores da escola. Os pontos altos, além da melodia, foram o refrão principal, “A chave do cativeiro// Virado no exu trunqueiro //Viradouro é catimbó// Viradouro é catimbó// Eu tenho corpo fechado// Fechado tenho meu corpo// Porque nunca ando só”, e o bis anterior, “O rei da mata que mata quem mata o Brasil”. A obra não teve queda de rendimento em nenhum momento durante as três passadas.
A Mancha Verde avançou mais uma etapa rumo ao Carnaval 2025. No último sábado, em sua quadra, a escola apresentou as suas fantasias em uma grande festa. Com telões, show de luzes e narrações explicando o contexto das fantasias, integrantes vestiram as roupas e desfilaram em uma passarela que guiava até o palco localizado no centro da quadra. Assim, todos os presentes no local puderam ver com nitidez a apresentação. Os figurinos da agremiação para o próximo desfile foram executados pela equipe de ateliê e decoração, idealizadas pelo artista Lucas Abelha. O destaque principal foi para a ala das baianas, que chamou a atenção da comunidade e arrancou vários aplausos. A fantasia consiste em um dourado luxuoso e luzes de LED azul no saiote.
Fotos de Woody Henrique/Samba na Pista
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Foto de Woody Henrique/Samba na Pista
Novo estilo de fantasias da agremiação
O diretor de carnaval Paolo Bianchi revelou que a Mancha Verde está remodelando o seu estilo de carnaval, diferente do que a escola fez em carnavais anteriores. O novo estilo, desenhado pelo projetista Lucas Abelha, agrada o comandante, também pelo fato de ser leal ao tema. “Estou muito feliz que a gente mudou o estilo esse ano. O trabalho mudou, a forma de trabalhar com a comissão, teve uma colaboração muito grande do Lucas Abelha e fez desenhos que ficaram muito legais, a gente aprovou e a reprodução que a Bibinha, a Gall e o Igor Carneiro coordenaram lá na Fábrica e foi muito fiel ao desenho. Tanto no desenvolvimento do enredo, a forma como a gente construiu de amarrar essa história e a forma como as fantasias foram feitas, deixou a gente muito feliz. As fantasias estão limpas, objetivas, vivas, com bastante detalhe, cuidado e bem equilibradas. Não tem aquela fantasia que você fala que está mais ou menos. Todas elas têm um significado, tem uma leitura muito forte para o enredo e tem um formato. Uma concepção muito moderna ou muito diferente do que a gente já fez”, explicou.
Diretor de carnaval Paolo Bianchi
A Mancha Verde tem por si só uma organização constante de sempre entregar aos componentes a mesma qualidade daquilo que é apresentado nos pilotos. O diretor contou que a agremiação se esforça para dar conforto ao componente e proporcionar o devido espetáculo na passarela. “A gente se esforça demais para ter essa lealdade em relação ao que a gente fez de piloto. Tem ano que não dá, mas há muito esforço. A gente mostra para o nosso componente que se empolga quando recebe fantasia dele. Ele quer uma fantasia igual à que ele se interessou e saiu pensando nela. Também tem o público. Acho que quem vai para o Anhembi está cansado de ver truques. Aquela pluminha que já passou na avenida 30 vezes. A gente usou muito aquela alternativa esse ano para não depender tanto de pena de pluma. Está muito caro por causa do dólar. Mas quando a gente coloca, tem que tomar com qualidade. O cara está na arquibancada, paga ingresso e o mínimo que a gente tem por ele é respeito. O carnaval é espetáculo, é show. É o Grupo Especial de São Paulo que passa pelo mundo inteiro e esse cuidado a gente tem que ter”, declarou.
Sobre a sua fantasia predileta, Paolo não escondeu a paixão pela ala das baianas. Realmente é uma vestimenta inovadora, pois a Mancha vai apostar em iluminação LED dentro dos saiotes das mães do samba. A reação positiva da quadra foi imediata. “Quando a baiana entrou eu vi gente dando pirueta na quadra. A concepção da baiana é muito legal e ela conversa com o carro. Com certeza é a fantasia ‘queridinha’ da Mancha. O LED na fantasia é real e infelizmente o Anhembi tem a iluminação muito clara, mas a gente vai tentar aumentar um pouquinho para dar um efeito maior”, disse.
Execução com carinho e mérito dos profissionais
O presidente Paulo Serdan exaltou Bibinha e Gall, que são responsáveis pelo ateliê e decoração das fantasias. “Eu gostei bastante. Acho que a gente tinha até comentado isso na final do samba. É uma leitura que o Abelha deu para gente de um carnaval diferenciado do que a gente estava acostumado a fazer, que era carregado nas plumas antes e com bastante roupa. O mérito mesmo de verdade é da Bibinha e da Gall, que tiveram a capacidade com a equipe delas de tirar do papel e transformar no que a gente mostrou hoje. Eu estou muito feliz e tranquilo em relação a tudo que tem acontecido com a gente nesse processo de comissão de carnaval”, destacou.
Presidente Paulo Serdan
O gestor contou que a primeira parte do desfile já está sendo feita no ateliê e citou as baianas como exemplo, falou sobre investimentos, preços que são caros, mas que não pode mexer no trabalho que a sua comissão desenvolve, pois dá liberdade à sua equipe de carnaval. “Já estamos reproduzindo, na verdade. O primeiro setor já está nos ateliês. A ala das baianas a gente segurou para fazer na Fábrica. Quase 200 fitas de LED compramos hoje. ‘Ah, não dá muito efeito na avenida’, mas vai acontecer. No local que ela tem que dar, ela vai conseguir, que é no chão para refletir aquele brilho. E assim, por exemplo, quando eu vi o desenho, eu vi aquela cauda e falei: ‘cara, como é que vão fazer isso aí? Como é que vai tirar?’ Então, vieram várias ideias. A Gall falou para eu ficar tranquilo quanto a isso. Quando eu vi, fiquei impressionado. E aí depois começamos a fazer conta. Você fala: ‘Cara quanto vai custar esse negócio?’ Agora eu não tenho o direito de mexer, porque você libera, cria, e agora eu vou lá e mexo¿ Vai ser exatamente isso. Não vai mudar nada, até com o LED. É muita coisa, mas seria desleal eu mexer no trabalho que a equipe desenvolveu”, afirmou.
Serdan destacou algumas alas que ele particularmente gostou e lamenta que o jurado e público não conseguem ver de perto a entrega e o cuidado que os profissionais da agremiação têm para executar as vestimentas. “Por exemplo, você pega a fantasia do Mestre Besouro, que não tem plumas. Tem uns faisões só na cabeça. Mas você vê a criatividade que foi colocada na fantasia, o material usado, a ala do artesanal do pescador. Aquela ala para mim é espetacular, porque ela é toda artesanal mesmo. É uma pena que o jurado e o público não consigam ter a proximidade da fantasia para ver o cuidado que ela foi confeccionada. Então, você vai olhando e vai se encantando. A fantasia de Olodum, por exemplo, a trança do Rastafari, que fizeram lá, é legal aquilo. Tem na fantasia do Carlinhos Brown também. Você vai vendo a criatividade que foi colocada na fantasia e vê que é feito com muito amor e com muito carinho”, comentou.
Sobre o andamento do barracão, a Mancha Verde tem um gosto de realizar tudo com antecedência. O mandatário explicou que isso está sendo feito novamente, com o abre-alas já sendo adiantado e, as demais partes do desfile, conversadas para possíveis mudanças. “O abre-alas de ferro termina agora. Termina agora e é semana que vem. Até sexta-feira eu acho que a gente a parte de ferragem já foi. Segunda-feira eu fechei a parte de fibra de vidro com o profissional que vai reproduzir. Na segunda-feira eu estou passando para ele a reprodução das peças de fibra de vidro que vão ser reproduzidas no carro. O pessoal de Parintins chegou e a minha maquete está lá pronta. O carro tem uma leitura muito bacana. Tem quase 200 metros de LED. É uma visão bem legal mesmo. As esculturas, que são 10 tartarugas, uns peixes, já estão até empapelando. Acho que provavelmente até quinta ou sexta-feira já começamos a reprodução da fibra de vidro dessas peças e agora eles começam a esculpir. A gente tem 10, 11, 12 orixás, mas são 10 do mesmo tamanho e dois com sete metros de altura mais ou menos. Está andando legal. A gente tem o nosso segundo carro também com planta baixa. As demais alegorias nós estamos para limpar algumas informações ou acrescentar. Mas está tudo encaminhando certo, sem atropelo. Está tudo legal”, concluiu.
A fina garoa paulistana marcou presença na noite do último sábado, mas nem ela afastou a comunidade do carnaval da Caverna do Dragão. Atual vice-campeã do Grupo Especial de São Paulo, a Dragões da Real lotou a quadra da agremiação, localizada na Vila Anastácio, Zona Oeste da cidade, para definir qual samba-enredo seria levado pela escola no Anhembi em 2025. E, para embalar o enredo “A vida é um sonho pintada em aquarela”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Freitas, venceu a parceria composta por Galo, Léo do Cavaco, Jairo Roizen, Rodrigo Dias, Thiago Meiners, Fadico, Claudio Mattos, Clairton Fonseca, Robson Valêncio, Vitor Blanco, Alves e Tubino. * OUÇA AQUI O SAMBA
Dos compositores mais conhecidos do eixo Rio-São Paulo, Thiago Meiners destacou que, para compor a obra, o racional não teve vez: “O principal na composição do enredo foi essa questão emocional, mesmo. O samba traz uma carga emotiva muito forte. O processo de composição é o mesmo que a gente faz em todas as escolas. Nossa parceria tem gente do Rio de Janeiro, gente da Bahia, de São Paulo, do Rio Grande do Sul… a gente se fala muito pelo WhatsApp. A gente é uma parceria que não faz reunião: é tudo muito dinâmico e online. É uma parceria de amigos. A gente é amigo há muito tempo. Acho que também foi muito importante ter um enredo tão sentimental, um enredo que tem uma ligação familiar. Você faz samba com seus amigos, isso é importante e eu estou muito feliz. É a minha primeira vitória aqui na Dragões. Na parceria, o Léo do Cavaco e o Darlan já ganharam vários sambas aqui na escola, mas a parceria como um todo é a primeira vez que a gente ganha e foi bem legal. Acho que principalmente por isso: por ser um enredo diferente e pela carga sentimental que ele traz”, comentou.
Compositor Thiago Meiners
Outro compositor da parceria, Jairo Roizen trouxe ainda mais detalhes sobre a parceria vencedora: “A nossa parceria tem pessoas de muitos lugares do Brasil. Nós temos compositores que estão em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, na Bahia. A gente se fala nessa época de disputa de samba-enredo, de construção do samba. Nos falamos vinte e quatro horas por dia por grupo de WhatsApp, ligação, mensagem no particular, chamada de vídeo. Tudo isso para fazermos sambas que vão lá para disputar, sambas competitivos. Mas, acima de tudo, sambas que fortalecem a nossa amizade. Nós fazemos sambas com os amigos e, independente de vencer ou de não vencer. Se eu não me engano é a quinta vez que eu disputo samba na Dragões, nunca tinha chegado em uma final. Mas a Dragões é uma escola que dá condições de que fortaleça a nossa amizade com os nossos parceiros. Isso é o que é o mais importante. Desta vez a gente ganhou e estamos mais felizes ainda”, afirmou.
Compositor Jairo Roizen
Jairo também aproveitou para destacar todo o contexto envolvido na concepção do enredo: “É um enredo muito emocionante mesmo – e é emocionante por vários sentidos. Por ser um enredo baseado numa música que nós todos acompanhamos durante a nossa infância e toda a nossa vida. Quem nunca ouviu, quem nunca cantou ‘Aquarela’, do Toquinho? É emocionante pela relação que a gente tem, pela amizade que a gente tem com o Jorge Freitas. Sabemos que foi um enredo baseado no neto dele, que fez a passagem neste ano… é emocionante. A Dragões da Real é uma escola que eu particularmente tentei algumas vezes disputar samba aqui e nunca tinha chegado na final – e dessa vez a gente chegou e foi agraciado com a vitória. Foi muito prazeroso fazer esse samba, é o samba que mexe com a nossas emoções, com nossos sentimentos, com as nossas lembranças. Lembranças de pessoas que já se foram, lembranças de momentos difíceis, lembranças de barreiras que estão aí pelo caminho. Mas sempre é tempo de recomeçar. E nós vamos recomeçar com esse desfile da Dragões, com esse samba que a Dragões escolheu, que com certeza vai fazer aquele Anhembi um lugar muito feliz”.
Carnavalesco onipresente
Para Thiago, Jorge Freitas foi extremamente solícito e ajudou bastante a parceria: “Ele deu muita abertura para as parcerias, para a gente mostrar o samba para ele. Explicar qual a narrativa que a gente queria trazer no samba. Isso foi importante. Não ficamos presos a uma sequência cronológica de enredo. Ele falou para sermos emotivos mesmo, sentimentais, tentar falar do fundo do coração e trazer sentimento pro samba. Ele deixou a gente bem à vontade. E nós, compositores, ficamos felizes. Hoje em dia, principalmente no Rio de Janeiro, estamos tendo muito problemas com narrativa, cronologias, estamos ficando muito preso. A gente já tem feito essa crítica há um tempo no Rio de Janeiro e também em São Paulo. Pelo menos aqui na Dragões a gente teve muita liberdade para fazer o samba desse ano”.
Carnavalesco Jorge Freitas
O outro lado
Idealizador do enredo, Jorge Freitas não escondeu o quanto ficou satisfeito com a escolha da escola: “Gostei muito do samba escolhido! A final do samba foi maravilhosa, mas é um projeto que começou no final de abril, entre os dias vinte ou vinte e cinco. A Dragões resolveu, junto comigo, contar o ciclo da vida a partir dos versos da música ‘Aquarela’. Tenho que agradecer muito à escola porque é um período muito frágil da minha vida, mas eu também tinha o desafio de transformar a minha dor em arte. Essa arte nós levaremos para a avenida, para cantar o ciclo da vida: infância, juventude, maturidade (quando recebemos os obstáculos da vida e temos o nosso livre arbítrio) e final da vida. A Dragões, além de um grande enredo, no qual todos se encontrarão nele, teremos um grande samba. Todas as obras passaram, no mínimo, quatro ou cinco vezes comigo individualmente por cerca de uma hora e meia. Todos puderam ter noção do que era o nosso enredo. Falei a todos os compositores que eu queria chegar ao final sabendo que iria me emocionar. Samba, além da técnica, é emoção. O povo assiste o carnaval e só transmite emoção quando nós conseguimos emocioná-lo. A Dragões virá com emoção, com verdade e com amor para fazer mais um grande carnaval”, desabafou.
Unanimidade
Presidente Renato Remondini, o Tomate
Um ponto destacado por muitos entrevistados pelo CARNAVALESCO foi a explosão da lotada quadra quando o anúncio aconteceu – algo presenciado pela reportagem. Um dos tantos nomes ouvidos que pontuou a situação foi Renato Remondini, o Tomate, presidente da agremiação: “Se você filmou, você viu que a escola inteira gostou. Dois sambaços, muitos sambas bons participando do concurso… a escola está muito feliz. Ao longo dessa semana, estava tudo muito dividido, foi algo muito bacana. O que eu mais gostei de hoje foi ver que a quadra estava literalmente lotada e cheia de componentes da escola. Eles já mentalizaram que, acima de qualquer preferência e resultado, tem algo chamado Dragões da Real, que está acima de qualquer gosto. Todo presidente fala que está feliz, mas eu estou feliz demais, na concepção da palavra: pelo meu povo, por ver a reação de todo mundo. Você não vê uma reclamação, um questionamento, uma discussão. Tem coisas muito valiosas que as escolas de samba precisam ter sobre o seu domínio e uma delas é o respeito. Os nossos componentes se sentem respeitados. O resultado foi fantástico”, comemorou.
Rogério Felix, diretor de Harmonia
Rogério Felix, diretor de Harmonia, também valorizou o enredo que será apresentado no Anhembi: “Estaremos muito bem representados com o samba. É um enredo que pega pela emoção. Nós traremos um grande brilho, com muito coração, para a avenida. O samba campeão está muito bem alinhado com o enredo, está perfeito. A disputa foi muito igual, dificultou bastante o nosso trabalho – e, ao mesmo tempo, nos deixou muito felizes. Faremos um excelente trabalho com o samba campeão”, destacou.
Sempre sucinto, mestre Klemen Gioz, comandante da “Ritmo Que Incendeia”, bateria da Dragões da Real, citou o grande desejo da escola: “É clichê, mas faremos um belo trabalho para correr atrás do título que a gente ainda não tem, mas está correndo muito atrás”.
Janny Moreno, porta-bandeira da instituição, também falou sobre o sentimento que a canção desperta: “Com certeza a Dragões da Real está muito bem representada em samba-enredo! O samba traz muita emoção falando sobre a vida. Creio que vai ser algo bem encantador e emocionante”, afirmou.
Integrante do carro de som da instituição, Jorginho Soares
Integrante do carro de som da instituição, Jorginho Soares também falou sobre a participação dele na safra: “A toalha gira da mesma da mesma forma, eu entrego do mesmo jeito. Se tiver que fazer abertura vocal, eu vou fazer, vou pular e vou agitar e é isso que sempre faço em todos os sambas. Quando deu o resultado aqui, eu acho que a resposta veio da quadra. Eu senti que a quadra explodiu, então é sinal que a diretoria acertou na escolha”, comentou, citando o gesto característico do intérprete – que gravou dezessete dos dezoito sambas da instituição.
Sucesso de safra
Parceiro de Janny, Rubens de Castro não falou apenas do samba campeão – ele preferiu falar de quem não estava mais na disputa: “A Janny falou do samba campeão, mas eu quero falar de todos que participaram das eliminatórias, os que não chegaram até aqui, que também eram muito bem escritos. Agradeço a todos, fizeram sambas lindos. Mas é uma competição, foram dois sambas incríveis. A Dragões virá em 2025 de uma maneira reflexiva: vamos pensar de qual forma você está colorindo a sua vida para depois você descolorir, para começar tudo de novo. Você, que está em casa, repensa: será que você está colorindo certo a sua vida? É uma renovação de ciclo constante. A gente fica só esperando a cada aniversário… cada dia que você acorda é uma renovação, é uma aprovação, é uma missão que você tem que cumprir, é uma frustração que você tem que superar. É disso que estamos falando. Esse samba é muito emocionante”, comentou.
Casal da Dragões, Rubens de Castro e Janny Moreno
Aproveitando para citar o que pode ser mudado na obra campeã, Jorge Freitas destacou o quanto cada canção se encaixa no enredo desenvolvido por ele: “Eu tenho a certeza que todas as obras estavam contemplando o nosso enredo da forma que eles quiseram se expressar: mais subjetivo, mais poética… mas a narrativa de todos os sambas-enredo estavam bem consciente da proposta do nosso tema. Se tivermos que fazer alguma alteração, pode ser algo musical – parte que eu também trabalho. A questão de tonalidade, caso aja necessidade. Além da apresentação, temos também uma competição com itens técnicos. Quem é avaliado no quesito samba-enredo é o componente, a execução do samba feita pelos nossos componentes. Veremos se o nosso povo se encaixa na tonalidade do samba-enredo. A obra é maravilhosa, o outro finalista idem e todos os sambas que participaram também tinham essa característica. A obra é movida pelo sentimento – que será levado por todo o nosso desfile”, pontuou.
Márcio Santana, diretor de carnaval da escola
Com um processo tão especial para escolha do samba-enredo, Márcio Santana, diretor de carnaval da escola, também elogiou a safra da agremiação: “Foi uma escolha difícil, uma escolha que vem de uma disputa muito longa em se tratando de Dragões. O processo de escolha do nosso samba se deu desde o início das gravações, com o estúdio – tanto que tivemos vinte e cinco inscrições. Apenas vinte e um chegaram à base das gravações, dezoito vieram pra quadra, e assim a gente foi construindo essa escolha que foi trabalhosa, mas prazerosa. Eu acho que o enredo leve, os sambas leves – e, acima de tudo, uma final com uma leveza, com uma comunidade feliz, com compositores muito parceiros. Quero agradecer demais às parcerias finalistas e também as que ficaram ao longo do caminho porque foram eles que engrandeceram o concurso”, parabenizou.
Além de falar da temática, Tomate também destacou a importância da música que inspirou o samba-enredo: “Nós, esse ano, optamos por proporcionar a todos os compositores que quisessem que a escola gravaria o samba. Fizemos com intérprete, bateria oficial, tudo certinho. Tivemos vinte e cinco sambas inscritos, um recorde absurdo na Dragões. Vinte e um foram gravados, dezesseis foram gravados pela escola. Essa validação e reconhecimento dos compositores foi bem legal. Além disso, temos um enredo com os versos da música ‘Aquarela’ falando do ciclo da vida… essa música é uma das cinco músicas mais ouvidas no mundo! Quando trouxeram o enredo para a gente, me pediram para ouvir a música. Nós sempre tivemos uma identidade visual muito forte, teremos barquinho de papel, castelo e etc. Muita gente acha que Aquarela é uma música infantil, mas ela fala de amor, essência e emoção. É isso que levaremos de uma forma esplendorosa para a avenida”, arrebatou.
Metáfora
Ao falar especificamente sobre o enredo, Jorge Freitas foi além ao comparar a vida com o carnaval: “Esse enredo é como um desfile de escola de samba: quando chegamos no final, pensamos que poderia ser diferente, mas não tem mais tempo. Quando tiramos nossa fantasia e acaba o carnaval, temos um novo desfile no ano seguinte. No plano espiritual, tiramos a fantasia como forma de resgate para vestir uma fantasia nova de acordo com a nossa consciência”, refletiu.
Em busca da taça
Todos os segmentos pontuaram o quanto os trabalhos já estão adiantados para 2025. Uma das grandes revelações foi feita pelo próprio presidente da Dragões: “É claro que todo presidente e etc vai falar que esse vai ser o maior carnaval da vida. Mas o nosso abre-alas já está sendo decorado, um carro gigantesco, acoplado. É o carro mais diferente, é o maior, com mais movimentos, luxo e interatividade e é o carro com o maior número de pessoas na história: são quase trezentas pessoas em cima das bases. Tudo que podemos depositar de amor, carinho e investimento nesse carnaval nós estamos fazendo. Estamos, literalmente, depositando todas as nossas fichas. Se vai dar certo ou não, o mais importante, para mim, é, independentemente de ficar em primeiro ou em outro lugar no final da apuração, é ver o nosso povo feliz, é ser aclamado pelo público no Anhembi, pela imprensa recebendo todos os troféus. A Dragões é movida pela paixão, e, enquanto ela existir, ela será dessa forma”, revelou Tomate.
De acordo com Márcio Santana, tudo está dentro do cronograma da escola – que, inclusive, motivou outra metáfora: “A Dragões é muito chata com prazos, a gente fala que a gente é muito britânico com tudo. Não é só com cronograma de quadra, mas também com cronograma de produção de carnaval. A gente vem com uma produção muito avançada. Nossos ateliês estão trabalhando a todo vapor, nosso barracão de alegoria já tem muita coisa pronta, e agora a gente entra na fase de lapidar o samba, deixar ele pronto para ele vir ser apresentado para a nossa comunidade. Agora a gente dá aquela temperadinha com sabor de Dragões para entregar para a comunidade – e, no primeiro ensaio, explodir ainda mais do que foi a explosão no anúncio do nosso samba na noite de hoje”, explicou.
Pensando no canto da instituição, Rogério Felix afirmou que, agora, é hora de fazer a sintonia fina do samba-enredo com os representantes da comunidade em geral: “A gente sempre tenta renovar e sempre trazer um trabalho cada vez mais forte, cada vez mais técnico, cada vez mais estudado. Nós temos uma ligação muito próxima com os nossos coordenadores, chefe de ala ou presidente de ala – como cada escola chama diferente, aqui nós chamamos de coordenadores de ala. E vamos intensificar cada vez mais a nossa força de canto, furar a bolha da escola e chegar na avenida fazendo tudo para ser a escola que mais canta na avenida”, desafiou.
Klemen também pontuou que a “Ritmo Que Incendeia” terá mais uma apresentação animada: “Desde quando nós gravamos todas as faixas em um estúdio, em um plano que a gente armou, eu já estou pensando em bossas, paradinhas, convenções… não tem como, tal qual no ano passado. Minha cabeça já está borbulhando! Vai vir coisa boa”, prometeu.
Mestre Klemen
O casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação também já está em pleno vapor, como revela Janny: “”Eu mesma sou bitolada em ficar imaginando a nossa rotina de dança… ouvi o samba campeão, fecho os olhos, vou dançando e imaginando o que pode ser feito fora da cabine – porque, para o jurado, é algo meio que certo e fechado. Mas, fora, temos que desenhar da melhor forma possível. Já deu certo!”, pontuou. Rubens preferiu o ar misterioso: “A Janny falou em desenhar e eu já vou dar um spoiler para vocês: nós vamos desenhar vocês na avenida”, intrigou.
NUMA FOLHA QUALQUER
VOU DESENHAR O MEU CASTELO
UM REINO DE ENCANTO E MAGIA
ONDE A POESIA VESTE UM SOL AMARELO
SONHAR E PERCEBER
SE UM PINGUINHO DE TINTA CAIR NO PAPEL
QUEM SABE, IMAGINAR
UMA DOCE AVENTURA VOANDO NO CÉU
A PUREZA NO OLHAR DA CRIANÇA
PINTAR A ESPERANÇA DE LÁPIS DE COR
E QUANDO ARRANCAR UM SORRISO
O BEM MAIS BONITO QUE A ALMA GUARDOU
BARREIRAS VIRÃO POR TODO CAMINHO
SOU EU, UM MENINO, VIAJANTE DO TEMPO
FOI VOCÊ QUEM PODOU OS ESPINHOS
AO COLHER A FLOR, O MEU SENTIMENTO
QUE VAI…
SEGUIR EM FRENTE EM CADA PARTIDA
E ENSINAR QUE A CURA PRA QUALQUER FERIDA
É VALORIZAR O QUE PASSOU
VEJA BEM, A LÁGRIMA ESCORRE NO MEU ROSTO
DORES DE UM MUNDO AINDA EXPOSTO
POIS SEI QUE TODO CICLO TEM O SEU FINAL
MAS SEMPRE ESTAREI NA SUA VIDA
FEITO UM ASTRONAUTA QUE, UM DIA, ENFIM
NUMA LINDA AQUARELA
LEMBRANÇAS TÃO BELAS QUE NUNCA TEM FIM
SE AINDA É TEMPO DE RECOMEÇAR
NA TELA PINTAR AS EMOÇÕES
LIÇÃO QUE A VIDA ME FEZ ENTENDER
MEU AMOR POR VOCÊ, DRAGÕES
A equipe do CARNAVALESCO acompanhou mais uma etapa de eliminatória de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2025. Abaixo, ao longo do texto, você pode conferir a análise de cada apresentação. Nesta noite se apresentaram 10 sambas da Chave Vermelha e o que ficou bem claro foi o equilíbrio entre as parcerias, tanto das que contam com nomes mais reconhecidos historicamente na competição de samba-enredo da academia quanto as que mais recentes ou com compositores não ainda sentiram o gostinho da vitória. A previsão é de que nesta segunda-feira aconteça o anúncio de quais parcerias vão continuar na disputa do Torrão Amado. * OUÇA AQUI OS SAMBAS
Parceria Tico do Gato: Abrindo a noite, a primeira parceria foi formada por Tico do Gato, Samir Trindade, Tião Casemiro, Romeu d’ Malandro, Gladiador, Geraldo M. Felicio, William Ramos, Josy Pereira, Telmo Augusto e Igor Leal. A obra foi interpretada por Ito Melodia, Pixulé e Marquinho Art’Samba, aposta em um trio experiente de cantores do Grupo Especial. Os artistas mostraram bastante disposição e implementaram muita potência na obra, ainda que ela ainda não esteja 100% na veia e que permitisse mais interação na melodia, até pelo tempo de três passadas. Destaque para o refrão principal, “eu vou seguir sem medo…”, mostrando uma melodia bem gostosa, remetendo a sambas antigos, ainda que a segunda parte tivesse algumas frases melódicas mais parecidas, trazendo pouca variação. A torcida compareceu com bandeiras e foi um destaque pela energia e interação. A quadra se manteve interessada, ainda que sem uma grande explosão.
Parceria Luiz Orlando: A segunda parceria a se apresentar na noite era formada pelos compositores Luiz Orlando Baptista (representante Oficial), Antônio Miguel Fernandes, Maurício da Fontoura, Cláudio Glutter, Paulo Roberto Andel e Joel Correia de Lima. A parceria não apostou em nenhum nome de maior impacto nos microfones para a apresentação. Com dignidade e animação deu o seu recado através dos próprios compositores cantando. Destaque para o refrão principal “Laroye, oyê, exu, Exu da capa preta” que apresentava o ponto alto da obra. Música de estrutura um pouco diferente dos sambas da contemporaneidade, mas com um charme de melodias mais antigas. Faltou um pouco mais de clareza na apresentação para a questão de melodia. Não conseguiu arrebatar muito o público.
Parceria Paulo César Feital: De composição de Paulo César Feital, Benjamin Figueiredo, Tiãozinho do Salgueiro, Rodrigo Gauz, Tomaz Miranda, Patrick Soares, Gilberth Castro, Osvaldo Cruz, Bruno Papão e Vagner Silva, a obra foi interpretada pelos cantores Leonardo Bessa, Wic Tavares, Chitão Martins e Dowglas Diniz. O quarteto esquentou a noite de apresentações com muita energia. O refrão “zum zum zum, é escola de malandro seu Zé” foi o destaque com uma pegada bastante para frente. Aliás, a obra, no geral, tem essa característica, de ser para frente, explosiva. Não é tão melódica, mas tem pontos muito fortes de potência e energia. Boa apresentação. A torcida também veio em peso, cantando bastante, com bandeiras e muita animação. Pode crescer nas próximas apresentações.
Parceria Edu Chagas: A parceria formada por Edu Chagas, Professor Avenas, Baez, Vânia Moraes, Walter Lopes, Beto Bombeiro, Luiz Vieira, PC Lopes, Silvia Santana e Pedro Bastos, foi a quarta da noite. Comandados por Maninho e o próprio Edu Chagas no palco, a parceria apresentou uma obra com variações melódicas interessantes, em sua maioria com construções melódicas aludindo a obras mais antigas, e com outras construções menos óbvias do que temos visto nos últimos anos. O andamento casou bem com a “Furiosa”, evoluindo de forma bem gostosa, cadenciada, ainda que sem tanta explosão. É uma obra que talvez seja interessante apostar em sua evolução ao longo da disputa, pode construir coisas interessantes. Destaque para o desempenho do intérprete Edu Chagas que mostrou qualidade na voz, afinação e desenvoltura no palco.
Parceria Alexandre Guerra: Formada pelos poetas Alexandre Guerra, Toni Bach, China do Cavaco, Wolkester Rolleigh, Jorge Blaublau, Eliezer meia noite, Geffson Coimbra, Luiz Vaz, Fernando Silva e Paulo Larrê a parceria não apostou em grande nomes para comandar o microfone, mas trouxe um grupo bem afinado e animado para defender a obra. Mostraram qualidade e desenvolveram bem um samba que parte por procurar um caminho melódico mais tradicional, aludindo bastante a melodias de obras mais antigas. Andamento bom, ainda que um pouco mais cadenciado para a tradição da furiosa. Destaque para o trecho na segunda parte com o “Ê Juremê, Ê Jurema” que trazia bastante balanço para a obra. A torcida veio em menor número, com alguns balões e bastante animação.
Parceria Xande de Pilares: Com a autoria de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W.correa, a sexta parceria desta eliminatória foi comandada no palco por Pitty de Menezes e Charles Silva, com o reforço de Igor Vianna. A apresentação trouxe mais público para o meio da quadra, pessoas que estavam nas mesas, além de um grande contingente de torcedores. A obra mostrou uma boa energia para esse momento ainda inicial de disputa. É um samba com andamento mais para frente, bem ajustado às características da “Furiosa”. Pode crescer bastante, principalmente, na linha melódica, destaque para o refrão “Macumbeiro, mandingueiro…” , que apresenta muita energia e potência. Já a torcida trouxe, além das bandeiras, uma espécie de velas elétricas aludindo ao enredo.
Parceria Bernardo Nobre: Formada por Bernardo Nobre, João Moreira, Vitor Lajas, André Aleixo e Barreirinha, a parceria esteve sob o comando do cantor Chicão no microfone principal, reforçado de boas vozes de apoio, principalmente, as femininas. A parceria trouxe uma obra de linha melódica bastante interessante, não muito óbvia para o que se entende de Salgueiro, mas trazendo uma rica coleção de variações melódicas. Destaque para os dois refrãos, “Lá vem Salgueiro” e “Eu não ando só”, mas principalmente o início da segunda parte com ” E assim, do corpo fechado…”. Mostrou boa energia, apesar de a apresentação acontecer em um momento de quadra mais vazia. A torcida foi pequena, mas mostrou animação. A obra pode crescer ao longo da disputa.
Parceria Moisés Santiago: De composição dos autores Moisés Santiago, Gilmar l Silva, Aldir Senna, Orlando Ambrosio, Richard Valença, Wilson Mineiro, Gigi da Estiva, Alexandre Cabeça, Marcelo Fernandes e Leandro Thomaz, a oitava apresentação da noite foi comandada por Serginho do Porto, tendo como reforço Tem-Tem Jr e Tuninho Jr. A parceria trouxe um samba que encaixou muito bem, tendo andamento confortável e característico para a “Furiosa”. A obra também tem características melódicas bem relacionadas com a tradição do Salgueiro. Apresentação muito boa, com vibração e participação da quadra. Na torcida, a parceria tem como característica trazer elementos teatrais. Dessa vez, alguns personagens das religiões de matriz africana se fizeram presentes até interpretados por alguns passistas da Academia do Samba.
Parceria Luiz Mangará: Penúltimos a subir no palco, a parceria, formada por Luizão Mangará, Rico Teixeira, Ananias, Hemínio, André Lino, Jota Ailton, Vinícius e André Monteiro, não apostou em nenhuma grande voz, mas trouxe um time de vozes que era reduzido, entretanto, bem afinado e conhecendo muito bem a obra. O samba passeia por uma linha melódica não tão característica do Salgueiro e o andamento mais cadenciado também não é tão característico da furiosa. E, a apresentação, por ser já no final, e acontecer após uma boa sequência de obras, acabou se colocando de uma forma mais fria e com a quadra já esvaziada. Poucos componentes na torcida também contribuíram para uma apresentação que teve pouca receptividade do público.
Parceria Maralhas: Encerrando esta eliminatória do Salgueiro, a obra, dos autores Maralhas, Filipe Zizou, Luciano Gomes, Felipe Petrini, Queiroga, Ailtinho, Luiz Annunciação e Rogerinho do Salgueiro. Comandado pelo trio de vozes principais formado por Nêgo, Tiganá e Igor Pitta, a obra teve energia e contou ainda com mais alguns bons reforços nas vozes de apoio. Samba mais cadenciado do que a “Furiosa” está acostumado a levar de andamento, mas com um balanço gostoso, principalmente no refrão do meio “Na Bahia, a cura do patuá….”. O samba tem uma pegada diferente do que normalmente se vê recentemente de Salgueiro, mas pode retomar tempos mais antigos quando a Academia apostava neste balanço e nesta cadência. A torcida compareceu em bom número e mostrou animação com bandeiras e balões. Apresentação positiva, sem grande explosão, mas que encerrou bem a noite.
“O que espanta miséria é festa”. É sob esse título que o Império Serrano vai levar para a Sapucaí em 2025 a obra de Beto Sem Braço em busca do retorno ao Grupo Especial. Desenvolvido pelo carnavalesco Renato Esteves, a escola da Serrinha vai homenagear um dos seus grandes nomes, o compositor Laudeni Casimiro, autor de sambas de enredo inesquecíveis, como “Bum Bum Paticumbum Prugurundum”, “Mãe, Baiana Mãe”, dentre outros. O anúncio foi realizado no início desta noite, diante de uma quadra lotada, durante a Feijoada Imperial.
Segundo Renato Esteves, o Império Serrano vai mostrar verdadeiras crônicas suburbanas através da visão musical de Beto Sem Braço. A feira, o povo, as lutas do dia a dia e, claro, o carnaval vão ditar o ritmo do enredo “O que espanta miséria é festa”, célebre frase do homenageado.
“O desfile do Império Serrano será uma grande celebração. Vamos mostrar a festa em todos os sentidos que a compete: como celebração, manifestação cultural e política, além da festa como resposta à miséria que assola este país. A intenção é mostrar que a festa não é motivo de alienação, mas sim um discurso de posição ante a sociedade e que a miséria vai além da que vemos nos jornais todos os dias. Miséria intelectual, de consciência social e política talvez seja a origem de todas as outras. Beto tinha uma consciência e um letramento político-social bem à frente do seu tempo e conseguia traduzir essas críticas em suas composições de maneira bem-humorada”, explicou Renato.
A arte de divulgação do enredo foi inspirada nos populares cartazes de lambe-lambe, que fazem parte do cotidiano do subúrbio carioca, também usado como instrumento de voz pelas minorias, local de inspiração para tantas composições de Beto Sem Braço. Segundo Renato, a genuinidade e essência carioca estarão presentes durante todo o desenvolvimento desta homenagem. O carnavalesco também conclama a família imperiana para “cantar, sambar”, como nos versos do samba de 1992, mostrando a sua tradição e celebrar o seu grande compositor.
“Está na hora de cantarmos nossas raízes e celebrarmos o que o Império tem de melhor. Através da sua veia política, sempre com muita alegria, deixando marcado na história do carnaval histórias contadas com sambas inesquecíveis e vamos em busca de mais um. Avante, imperianos! Vamos fazer o carnaval de nossas vidas, por nós e por Beto Sem Braço”, finalizou o carnavalesco.
Na próxima segunda-feira, às 19h30, o Império Serrano reunirá os compositores para a explanação da sinopse do enredo, na quadra, em Madureira. O Reizinho vem se preparando para encerrar os desfiles da Série Ouro, em 1º de março de 2025.
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a primeira etapa da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2025. Abaixo, você pode acompanhar como passaram as parcerias. A próxima fase é no dia 6 de setembro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Jefinho Rodrigues: O primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas Jefinho Rodrigues, Samir Trindade, Ribeirinho, Jonas Marques, Dr Castilho, Fábio Bueno, Domingos PS e Igor Leal. A torcida marcou presença e cantou durante toda a apresentação. Wander Pires conduziu bem demais o palco e foi um dos trunfos para que a exibição fosse ótima. O refrão principal foi o grande destaque, pois nas seis passadas ele teve um rendimento muito bom: “Egbé Iyá Nassô Padre Miguel // Congá de cangerê// O povo pediu meu boi vermelho chegou// Ninguém derruba filho de Xangô”. A palavra Xangô é usada de uma forma bem inteligente logo na cabeça do samba também. Quanto a melodia, a palavra “Xangô” tem um papel importante também na cabeça do samba. Na primeira do samba tem uma virada melódica de destaque “E chegaram a Salvador… Okê Okê”. Outra parte de destaque na apresentação foi quando dá uma acelerada na melodia da segunda parte que antecede a chamada para o refrão de cabeça: “Na casa branca terreiro de preto// Engenho velho ancestral// Meu Refúgio, meu segredo// A sombra de um bambuzal”. A obra teve um ótimo rendimento nessa noite.
Parceria de Chacal do Sax: O segundo samba da noite foi de autoria de Chacal do Sax, Júlio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Cláudio Russo. A torcida marcou grande presença e se manteve bastante animada até o fim. O Intérprete Tinga obteve o êxito habitual junto com o forte palco, sendo um dos trunfos da parceria para uma grande apresentação. O refrão de cabeça foi uma explosão na quadra “Awurê Obá Kaô! Awuré Obá Kaô! // Vila vintém é terra de macumbeiro// No meu Egbé, governado por mulher//Iyá Nassô é Rainha do Candomblé”. Na segunda do samba eles souberam explorar muito bem a linda melodia. O refrão do meio teve um rendimento excelente na quadra. A cabeça do samba também passou muito bem, já mostrando a força da obra logo de cara. Uma apresentação forte da parceria.
Parceria de Jaci Campo Grande: O terceiro samba da noite teve a autoria dos compositores Jaci Campo Grande, Laio Lopes, Rogerinho, Alex Cruz, Dr Marcelo, Elian Dias, Pablo Paixão e Aurélio Brito. A torcida compareceu de forma tímida comparada com as parcerias anteriores. Pixulé com toda a sua simpatia mandou bem na condução do samba. A cabeça do samba foi um destaque da apresentação, evidenciando a beleza na letra “Agô, matriarca gera a verve// Da retinta epiderme, a força Yorubá// Nagô resplandece na cabeça// O adê da realeza atrai a princesa Iyá”. Logo depois tem uma variação melódica que chama atenção “Sopra a fúria em Oyó, griva o barco pelo enfuno”. Os refrãos poderiam ter funcionado mais. O maior senão da apresentação foi o “buraco” que ficou antes de chegar no refrão principal, pois o palco ficava um bom tempo sem cantar antes de chegar no refrão principal.
Parceria de Marquinho Sorriso: Penúltimo samba da noite teve a assinatura dos compositores Marquinho Bombeiro, Eli Penteado, Ricardo Simpatia, Flavinho Avellar, Jorginho Almir Chega Junto, Marcelo Vai-Vai e Bruno Andrade. A torcida compareceu reduzida, mas nada que comprometesse a apresentação. O palco sentiu muito a falta de Marquinho Art samba mas souberam defender bem a obra. O refrão principal foi o maior destaque da parceria “Kaô Kabecilê Xangô! Laó Obánixé Kaô// Sou voi vermelho da Vila vintém// Bato cabeça nesse altar// Hoje o meu tambor vai ecoar”. Já o refrão de meio não funcionou bem na quadra e pode crescer na próxima apresentação. A obra tem uma letra trabalhada, mas vai precisar de mais força na próxima apresentação para ir mais além na competição.
Parceria de Thiago Vaz: O último samba da noite foi dos compositores Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Miguel Dibo e Cabeça do Ajax. A torcida deu um show, marcando grande presença e cantando bastante o samba todo. Igor Sorriso e todo o palco foram bem demais na condução do samba. A obra tem bastante riqueza poética e isso já fica evidente logo na cabeça do samba. Um momento importante do samba é parte que antecede o refrão de meio “É a semente que a fé germinou, Iyá Adetá// O fruto que o axé cultivou, Iyá Akalá// Yiá Nassô ê babá Assika// Yiá Nassô, ê babá assika”. O refrão de meio passou muito bem e se destaca pela levada que tem. Já o refrão principal conta com palavras chaves como “Legado e Família” que ajudam a causar um efeito, além de ter funcionado bastante. Foi mais uma apresentação forte, fechando a noite no Boi Vermelho.
A Imperatriz Leopoldinense realizou, na noite da última sexta-feira, a segunda eliminatória de samba-enredo para o carnaval de 2025, em sua quadra de ensaios, o CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Dez sambas se apresentaram na noite. Os sambas das parcerias de Paulo César Feital (samba 1) e Diego Thekking (samba 19) foram cortados. As obras restantes se apresentam novamente no próximo sábado, na etapa de oitavas de final da disputa da Verde e Branca. * OUÇA AQUI OS SAMBAS
Parceria de Ian Ruas: O samba 1, de Ian Ruas, Caio Miranda, José Carlos, Sônia Ruas-Raxlen, David Carvalho e Tamara Miranda, foi o segundo a se apresentar na noite. A obra foi bem defendida pelos intérpretes Vitor Cunha e Bruno Ribas. A se destacar, também, a presença da intérprete feminina, Roberta Barreto, que fez uma belíssima introdução na apresentação do samba. A passagem da obra se deu de modo segura, porém sem empolgar muito o público presente na quadra da Imperatriz. O destaque positivo e ponto alto do samba foi o refrão de cabeça “Awo! Um brilho enfeita o seu adê!//Derrama água pra benzer//A minha Escola em procissão//Rainha, és minha devoção”.
Parceria de Ricardo Ferreira: A quarta parceira a se apresentar foi a de Ricardo Ferreira, Breno Medeiros, Arthur Gabriel, Fábio Henrique, Nego Léo e J. Kaoma. Os intérpretes Gabriel Chocolate e Thiago Acacio defenderam de modo brilhante a obra, contribuindo muito para a boa apresentação. O grande momento do samba se dava no refrão principal: “Vou me banhar nas águas de Oxalá//O grande Obá vai ser coroado//Ao swing dos ogãs da Leopoldina//A verdade genuína de um povo abençoado”.
Parceria de Guga: A parceria de Guga, Josimar, Márcio André Filho, Inácio Rios, Zé Inácio e Igor Federal foi a quinta a se apresentar. O samba, defendido impecavelmente pelo intérprete Wander Pires, foi um dos destaques da noite de eliminatórias da Imperatriz. A obra possuía uma bela melodia e letra, o que cativou o público presente na quadra da Verde e Branca. O refrão principal, “Toca o alabê, dança iabá//Nas mãos da iabassê, ebó e acaça//Oni se awure trago seu adê//Pra Imperatriz incorporar no ilê”, foi o grande destaque. Além disso, era nítida a empolgação do público e o rendimento do bis na cabeça do samba: “Ofereça, nunca se esqueça de exú”, um outro destaque na apresentação da obra.
Parceria de Gabriel Coelho: Gabriel Coelho, Moisés Santiago, Luiz Brinquinho, Chicão, Miguel Dibo e Orlando Ambrósio são os autores do sexta samba que se apresentou na noite de eliminatórias da Imperatriz Leopoldinense. A obra foi defendida pelos cantores Igor Sorriso, Wantuir e Chicão de forma magistral. O refrão principal, “O ilê Imperatriz traz um banho de abô//Emoriô! moriô!//Afoxé tem axé pra purificar//E quem deve que se entenda com o cajado de Oxalá!”, “pegou” na quadra e era possível ver diversas pessoas e segmentos da escola cantando. Além disso, o refrão do meio também funcionou bem. A obra mostrou muita valentia na apresentação.
Parceria de Luiz Antônio Simas: O samba composto por Luiz Antônio Simas, Gustavo Clarão, Guilherminho, Gigi da Estiva, Fred Camacho e Diego Nicolau foi o sétimo a se apresentar. A inspirada letra do samba contagiou o público presente na quadra sob a condução de Evandro Malandro e Diego Nicolau. O único senão foi um erro de Evandro, por duas vezes, que acabou antecipando a chamada para o começo do samba (“Quem reina…”) antes do refrão principal, “Epa babá xeu epa babá//Exu travesso no caminho de oxalá//Epa babá xeu epa babá//Nunca se esqueça do agrado de bará”. Mesmo assim, a obra teve ótimo desempenho e foi muito cantada na quadra. O destaque fica por conta do refrão do meio Roubaram o cavalo de xangô// Foi ele! Foi ele, acusaram Oxalá!// Quem roubou? Quem roubou, como assim?// Aquele é o cavalo do alafim!, que gerou enorme interação dos intérpretes com o público e segmentos da Imperatriz.
Parceria de Renan Gêmeo: A oitava obra a se apresentar foi a de Renan Gêmeo, Raphael Richaid, Rodrigo Gêmeo, Silvio Mesquita, Sandro Compositor e Marcelo Adnet. Celsinho Mody, Marquinhos Art Samba, Tem-Tem Jr e Guto foram muito bem na condução do samba e contribuíram muito para o destaque da obra. O refrão principal, “O filá lá ewo, o lê lêua//Imperatriz nas águas de Oxalá//No meu ibá vai reinar seu adê//Vem do orum coroar meu ilê”, foi a parte mais forte do samba. Durante a passagem, também era possível notar diversas pessoas e segmentos entoando o samba.
Parceria de Hélio Porto: O samba de Hélio Porto, Marcelo Viana, Dr Clay Ridolfi, Leandro Rosa, Rogério Oliveira e Luizinho das Camisas foi o penúltimo a se apresentar na noite de eliminatórias da Imperatriz. Os dois refrões, tanto o principal (“Meu pai Oxalá é o rei vem nos valer//Vem nos valer meu pai Oxalá//A fé que me transborda a retina//Deságua na Leopoldina//Xeu epa babá”), quanto o do meio (“Xangôôô Xangôôô//Quando o justo de Óyo//Libertou o pai maior//Foi o fim de tanta dor”) tiveram grande destaque na apresentação. A obra contagiou o público presente, muito por conta da condução brilhante dos intérpretes Gilsinho , Tinguinha e Charles Silva.
Parceira de Me Leva: A noite de eliminatórias da Imperatriz na última sexta-feira foi encerrada de forma magistral pelo samba da parceria de Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro. A obra, conduzida por Tinga e Igor Vianna, foi um dos grandes destaques da noite, em excelente exibição. Durante a passagem, muitos componentes e segmentos da escola cantaram a obra. A se destacar o bis na cabeça do samba “Vai começar o itan de Oxalá//Segue o cortejo funfun//Pro senhor de ifo, babá”, que é muito forte. Além disso, o refrão principal do samba foi um dos pontos altos na apresentação, “Oní sáá wúre! Awure awure!//Quem governa esse terreiro ostenta seu adê//Ijexá ao pai de todos os oris//Rufam atabaques da Imperatriz”.