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Grande Rio 2025: samba da parceria de Diogo Nogueira

Compositores: Diogo Nogueira, Myngal, Inácio Rios, Federal e Igor Leal

EH EH O MAR…
AZUL TURQUESA, LEVA O BARCO A NAVEGAR
EH EH UM MAR…
DE LAMPARINAS NO HORIZONTE A ME GUIAR
TEMPO FORA DO TEMPO
VENTO DE ENCRUZILHADA
LEITO SE FEZ TERREIRO
NO CONTO DAS ÁGUAS
MAREJANDO SAUDADE, TRÊS MARESIAS
MUIRAQUITÃ NO PEITO
SOB UM CÉU DE AZULEJO
O BALANÇO DO BANZEIRO
REVELOU AS PROFECIAS

CHAMA VEREQUETE… OH VERÊ
ME DE PROTEÇÃO
”BÁIA” NAS AREIAS ESPUMAS DE ALGODÃO
CHAMA VEREQUETE… OH VERÊ
PAJEIA O MAJARÓ
TEM FUMAÇA E REVOADA, MAGIA DE CATIMBÓ

PRA CONTAR HISTÓRIAS TEM QUE IR FUNDO NESSE RIO
TANTOS SEGREDOS ENTRE A PENA E O MARACÁ
MUNDO SUBMERSO NO ESPELHO DO ENCANTE IGARAPÉ
SOB A REGÊNCIA DAS MATAS
JUREMÔ… JUREMÁ…
BOTO ASSOVIA, CAIPORA RODOPIA
JUREMÔ… JUREMÁ…
QUANDO A BOIÚNA SERPENTEIA ENCANTARIA
ELA É HERONDINA, FEITICEIRA E TURQUIANA
IRMÃ DE JARINA E MARIANA
EJIPONERÊ, NA LEVADA DO BABAÇUÊ
VIBRA O SOM DO TAMBOR DE MINA, JEJE, NAGÔ

CHAMEGADO ESTÁ ME CHAMANDO
O POVO MANDOU ME CHAMAR
POROROCAS PARAWARAS, É DE PARAILÁ

É PARAILÔ… É DE PARAILÁ…

RODA GIRA, VEM BALANCEAR..
PEGA NA BARRA DA SAIA, DEIXA GIRAR
QUATRO CONTAS NO MEU PEITO
OLHA QUE EU NÃO ANDO SÓ
NO PEJI DA GRANDE RIO
TEM CURIMBA E CARIMBÓ

Benito di Paula visita o barracão da Águia de Ouro para conhecer sambas finalistas e fantasias

Nesta segunda-feira, o lendário cantor e compositor Benito di Paula fez uma visita especial ao barracão da escola de samba Águia de Ouro, localizada no bairro da Pompeia, São Paulo. Acompanhado pelo presidente da agremiação, Sidnei Carriuolo, e pelo carnavalesco André Machado, Benito conheceu de perto os sambas finalistas que concorrem para o desfile de 2025, além de conferir as fantasias piloto que serão usadas no próximo Carnaval.

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Foto: Divulgação/Águia de Ouro

Durante a visita, Benito di Paula, conhecido por suas composições que integram o samba e a MPB, expressou sua admiração pela escola e pela qualidade do trabalho desenvolvido para o próximo Carnaval. “É emocionante ver de perto o empenho e a criatividade que transformam o sonho do Carnaval em realidade. A Águia de Ouro está de parabéns pelo que vi aqui hoje,” comentou o artista.

O presidente Sidnei Carriuolo, destacou a importância da visita de Benito para a escola. “Receber uma figura icônica como o Benito di Paula é uma honra para todos nós. Ele é uma inspiração para muitos sambistas e sua presença aqui reforça ainda mais a nossa paixão pelo samba,” afirmou.

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André Machado, carnavalesco responsável pelo desenvolvimento do enredo, também compartilhou sua empolgação. “Estamos trabalhando intensamente para fazer um Carnaval inesquecível. Poder mostrar nossas criações para Benito di Paula é um incentivo a mais para toda a nossa equipe,” declarou.

A visita de Benito di Paula marca um momento importante na preparação da Águia de Ouro para o Carnaval 2025, trazendo ainda mais energia e inspiração para os sambistas, compositores e toda a comunidade envolvida.

Selminha Sorriso e Claudinho recebem desenho de figurino para o Carnaval 2025

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis, Selminha Sorriso e Claudinho, viveu um momento emocionante na última sexta-feira. Prestes a completar 29 anos de atuação defendendo o primeiro pavilhão da Beija-Flor, o casal recebeu das mãos do carnavalesco João Vitor Araújo o desenho da fantasia que usará no desfile do Carnaval 2025, em uma cerimônia especial realizada no barracão da escola.

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Foto: Divulgação/Beija-Flor

O figurino faz parte do enredo que homenageará Laíla, o mestre que moldou a trajetória de Selminha e Claudinho na Beija-Flor. O tema do próximo Carnaval, “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”, celebra a contribuição do grande diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, que foi fundamental na história da escola e do carnaval brasileiro.

Selminha, emocionada, falou sobre a importância de Laíla em sua vida e carreira. “Recebemos um presente divino, esse figurino encantador que faz parte da nossa história e homenageia o nosso mestre Laíla, o homem que nos trouxe para a grande família Beija-Flor. Ele enxergou em nós, lá na década de noventa, dois moleques que poderiam se tornar gigantes”, declarou a porta-bandeira.

Claudinho também compartilhou suas emoções, destacando o legado deixado por Laíla e a importância do momento: “Foi um dia de muita emoção. Estávamos lá no barracão ao lado do nosso carnavalesco João Vitor, do presidente Almir Reis, e do querido Edmilson Lima, que confecciona nossa fantasia. Somos frutos do Laíla, e é uma honra homenageá-lo. João Vitor, com toda sua equipe, fez um trabalho maravilhoso”, afirmou o mestre-sala.

O Carnaval 2025 marcará a 29ª apresentação de Selminha e Claudinho pela Beija-Flor e o 33º ano da parceria do casal. Em 2025, a Beija-Flor de Nilópolis será a segunda escola a entrar na avenida na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março.

Comemoração dos 60 anos da Velha-Guarda da Vila Isabel reúne baluartes

A Unidos de Vila Isabel comemorou no último domingo os 60 anos de fundação de sua Velha Guarda em um evento que reuniu mais de 50 galerias de Velha Guarda na quadra da azul e branca do bairro de Noel. O evento teve como objetivo valorizar a contribuição dos baluartes, que ajudam a preservar a tradição e a memória cultural das escolas de samba.

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Foto: Divulgação/Vila Isabel

Estiveram presentes representantes das Velhas Guardas de todas as agremiações do Grupo Especial e da Série Ouro do Rio de Janeiro e de escolas do Carnaval de São Paulo. “É um prazer poder reunir galerias de tantas lugares na nossa festa. Nós estamos aqui para dar o exemplo para os mais jovens e esperamos que eles vejam a nossa força”, afirmou Cheila Rangel, presidente da Velha Guarda da Vila Isabel.

Durante o evento, a dupla de coreógrafos da comissão de frente, Marcio Jahú e Alex Neoral, foi homenageada pelo profissionalismo e dedicação à escola. Após a apresentação da comissão de frente do Carnaval 2024, que mostra Oxalá, criador do mundo, sendo curado pelas crianças, Neoral destacou a beleza do encontro de gerações no samba: “Esse é um reconhecimento que vai além das notas. É muito simbólico apresentar nossa comissão de crianças em uma festa da velha guarda. A base para chegar na velha guarda é exatamente ser uma criança com esperança, como apresentamos no enredo de Gbalá.”

Para Marcio Jahú, é recompensador ver o chão da escola admirar seu trabalho. “Quando surgiu o convite, eu fiquei bem surpreso e muito feliz. É muito gratificante ser reconhecido pelos segmentos da escola e perceber o respeito pelo nosso trabalho. Foi uma felicidade muito grande trazer essa comissão que foi tão prazerosa de trabalhar”, afirmou o coreógrafo.

Venda de ingressos para os desfiles do Carnaval 2025 do Grupo Especial do Rio começa nesta terça-feira

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) inicia nesta terça-feira a venda de ingressos de arquibancadas especiais e cadeiras individuais para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2025. Será possível adquirir entradas avulsas para cada dia de apresentação do Grupo Especial ou um combo, que dará acesso ao Sambódromo nos três dias competitivos.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Batizado de “Passaporte Rio Carnaval”, o pacote promocional garantirá ao folião a entrada no domingo, na segunda e na terça-feira de Carnaval por um valor único de R$ 450. Ele estará disponível para os setores de arquibancadas 2 ao 8 e 10 ao 11, que deverá ser selecionado conforme disponibilidade no momento da compra. Para essa categoria, só será possível adquirir uma unidade por CPF, sendo o mesmo nominal e intransferível.

“Sempre foi uma vontade do sambista e do folião mais apaixonado poder garantir um lugar no Sambódromo com uma antecedência maior. Além de ingressos mais baratos, estamos antecipando a abertura de vendas em quase três meses, em comparação ao ano passado”, destacou o presidente da Liesa, Gabriel David.

Quem também pagará menos do que no anterior é o folião que deseja comprar ingressos para dias avulsos. Os setores 2, 3, 4, 5, 10 e 11, além das cadeiras individuais do setor 12, custarão R$ 190 (R$ 95 a meia) por dia. Já os setores 6 e 8 sairão por R$ 230 (R$ 115 a meia) e, o setor 7, por R$ 200 (R$ 100 a meia). Vale destacar que cada CPF poderá adquirir até quatro ingressos, sendo apenas uma meia-entrada.

Para comprar os ingressos e garantir um lugar no maior espetáculo da Terra, basta acessar o site www.riocarnaval.com/ingressos e acessar a plataforma da Ticketmaster.

Em breve, serão divulgados detalhes sobre como funcionarão as arquibancadas populares dos setores 12 e 13, além da venda de frisas.

Imperatriz Leopoldinense leva 20 crianças ao teatro no fim de semana

O fim de semana foi de teatro para 20 alunas de ballet do projeto “Imperatriz Social”, da Imperatriz Leopoldinense. No último domingo, a convite do Sesc Ramos, as alunas da professora Stephany Hansen, todas moradoras do Complexo do Alemão e de toda a Zona da Leopoldina, puderam assistir o espetáculo infantil “O Brincado Romance de Flora e Valentim”.

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Foto: Divulgação/Imperatriz

Na peça, a personagem Flora tem seu coração levado feito folha rio abaixo. Enquanto o outro personagem, Valentin, parte em missão beirando as águas do Rio São Francisco, o Velho Chico, até resgatar o coração de sua amada.

Além da peça de teatro, as alunas acompanharam a exposição “Santidades”, do artista Jeff Seon, de graça.

João Felipe Drumond, diretor executivo da Imperatriz e atual diretor financeiro da LIESA, celebrou a ação, além de destacar o trabalho social da agremiação e reafirmar o compromisso com a comunidade.

“É maravilhoso poder proporcionar, ao longo de todo ano, atividades tão incríveis para as nossas crianças. E ver o sorriso de cada uma delas só nos motiva ainda mais. Esse é o nosso compromisso, e só tenho a agradecer, em nome de cada aluna do projeto e de seus pais, a oportunidade que o Sesc proporcionou. Cultura é fundamental, e que venham outras ações”, afirmou João.

Ouça o samba-enredo da Colorado do Brás para o Carnaval 2025

Compositores: Léo de Cavaco, Thiago Meiners, Sukata, Cláudio Mattos e Rafael Tubino
Intérprete: Léo do Cavaco

MAGIA…
ABRE OS CAMINHOS PRA FÉ DA BAHIA
NASCE UM BATUQUE
NA PROTEÇÃO DOS MEUS GUIAS
MENSAGENS DE AMOR E DE PAZ
ESTIVADOR ALINHADO NAS ONDAS DO MAR
BALANÇO NO CAIS DE IEMANJÁ
E NA LADEIRA DO “PELÔ”
NAS RUAS DE SALVADOR
O MEU BLOCO VAI DESFILAR

MANDOU CHAMAR TODOS ORIXÁS
A FALANGE DE OGUN RENASCERÁ
SANTA LUZIA, CAMAFEU E OXUMARÊ
VEM PRA BAHIA ME PROTEGER

NA FÉ QUE RETRATA OS MEUS ANCESTRAIS
FIRMAR ATABAQUES E RITUAIS
O AFOXÉ ME ENCONTROU
NO TRIO EU VOU ME PERDER, AMOR
(EU VOU CANTAR, EU VOU)
PRA SAUDAR…
CLARA, CAETANO, GIL E OUTROS MAIS
NESSE CORTEJO EM PROCISSÃO
ILÊ ONDE RESISTEM TANTOS CARNAVAIS
NA RUA DOS BAIANOS, O AXÉ QUE ME GUIA
DO POVO DO BRÁS VEM A ENERGIA

É TOQUE DE IJEXÁ É REZA PRO BONFIM
UM DENGO QUERO SIM
PRA VER O POVO ARRASTAR
SOU COLORADO E FILHOS DE GANDHY
TAMBOR DE AXÉ E DE OXALÁ

É toque de Ijexá! Colorado do Brás apresenta samba para carnaval de 2025

Para embalar seu retorno à elite do carnaval de São Paulo, a Colorado do Brás apresentou no domingo o samba que contará em versos a história do enredo para 2025. A obra foi encomendada pela agremiação da região central de São Paulo para a parceria de compositores formada por Léo do Cavaco, Thiago Meiners, Sukata, Claudio Mattos e Rafael Tubino. Nem mesmo o frio intenso que não cedeu em nenhum momento do dia espantou a comunidade do Brás, que compareceu em peso ao evento promovido pela escola. A Colorado será a primeira escola a se apresentar na sexta-feira pelo Grupo Especial com o enredo “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé”, assinado pelo carnavalesco David Eslavick.

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Fotos: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Nascido da confiança no talento do artista

Para 2025, a Colorado do Brás optou por não organizar um concurso, decidindo confiar o samba da escola a compositores conhecidos da comunidade. Um nome que se destaca na parceria é o do próprio intérprete da escola, Léo do Cavaco. O presidente da Colorado, Antônio Carlos Borges, o Ka, conversou com o site CARNAVALESCO e falou sobre a decisão de encomendar a obra.

“Quando escolhemos esse enredo, a gente já vinha amadurecendo essa ideia de encomendar. Por quê? O nosso intérprete hoje é um compositor de muitos sambas de São Paulo, e aí eu falei: ‘pô, por que não fazer uma parceria com ele, principalmente, e dar esse voto de confiança pra ele?’. Porque é um desgaste muito grande você, nas semifinais, nas quartas, nas oitavas de finais, atiça as pessoas, perde amizades, e aí a gente falou: ‘pô, vamos tentar, vamos fazer cedo’. Ficou legal? Veio uma boa arte? Vamos abraçar a causa. Não ficou legal? A gente tem um tempo hábil para fazer os trâmites legais que a maioria das escolas fazem. Quando ele me mostrou o samba eu falei que gostaria de mexer nisso e nisso, e ele falou que seria fácil de mexer. Fiquei muito feliz, muito satisfeito com o samba que ele fez, o Léo e mais quatro compositores. Estou muito feliz que a gente chegou nesse samba aí que, é, vai dar trabalho”, declarou.

O presidente exaltou o trabalho que Léo do Cavaco tem realizado à frente da ala musical da Colorado, destacando a identidade que o artista desenvolveu com a escola e a confiança em seu trabalho.

“O Léo é uma pessoa que veio meio que desacreditada. A Colorado abraçou ele, ele também abraçou a Colorado e a gente se identificou muito. Ele tem uma essência diferente, e já vinha defendendo com competência sambas que não eram de composição dele. Acho que você defendendo uma coisa que é sua, você sabe o tom, você que fez. Ele tá muito feliz, eu também tô muito feliz e todo o voto de confiança para ele. Ele vem em uma crescente muito legal, o mundo do samba vem elogiando a crescente do Léo, que é visível, é notória. A gente tá muito feliz, eu tenho muita fé nele, aposto todas as minhas fichas nele”, disse.

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Ka aproveitou para exaltar o novo carnavalesco da Colorado do Brás, David Eslavick, ao falar sobre os próximos passos da escola no ciclo do carnaval de 2025. “A gente tá muito feliz também com o carnavalesco. O David acabou de chegar como carnavalesco, mas ele já tinha um passado na escola. Os pilotos estão todos prontos, faltando terminar a baiana que até terça-feira agora a gente termina. Acabaram 16 alas, com todos os pilotos prontos. Aí o próximo passo, no terceiro domingo de setembro, a escola vai fazer o primeiro ensaio, e já estamos focados no andamento do barracão, nas alegorias. A gente sabe que alegorias no Grupo Especial aumenta mais uma e como a gente vem do Acesso, tivemos que fazer tudo do 100% do zero. É muita responsabilidade, é difícil pra caramba, mas a gente tá preparado, a gente tá trabalhando pra isso”, concluiu.

Desafio de cantar o próprio samba

Não é uma novidade no mundo do carnaval que intérpretes de samba-enredo participem de concursos por diferentes escolas como compositores. Alguns deles, quando as agremiações permitem, tentam a sorte nas próprias casas. Mas Léo do Cavaco recebeu da Colorado do Brás a missão especial de compor o samba da própria escola a qual defende, e viu nessa missão um desafio duplo para sua carreira.

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“Confesso que é um desafio porque normalmente quando tem a eliminatória eu faço parte do julgamento. Eu escuto todos os sambas com o ouvido, entre aspas, fresco. Quando você está no processo da composição, você acaba se apegando com algumas questões ali, então você tem que tomar cuidado porque às vezes você tem uma opinião e a escola pode não curtir aquilo. Então a gente tem que ter esse cuidado para conseguir acertar o que a escola quer, e esse ano com a encomenda a gente foi muito feliz nisso porque a Colorado é uma escola que sempre vem com sambas marcantes, sambas fortes, sambas alegres, e a gente conseguiu trazer isso, trazer a energia também do Filhos de Gandhy para o samba. E eu acho que agora o desafio é duplo, né? Vou ter que cantar e me preocupar com a nota do samba também, que ano passado claro que eu também me preocupava, porque a nota também depende da nossa execução no carro de som, mas esse ano o desafio é duplo, então a preocupação é um pouquinho maior. Mas está tranquilo, até porque eu já era compositor antes de ser cantor oficial, então está tudo tranquilo”, afirmou o artista.

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A partir de agora a missão da Colorado será trabalhar o samba junto com a comunidade para chegar no ponto ideal, e o intérprete explicou como será esse processo.

“A gente entregou o samba para a diretoria ali por volta de junho. A diretoria de carnaval solicitou que a gente fizesse algumas alterações, e a partir daí a gente começou a fazer encontros com alguns setores da escola para a galera já ir aprendendo o samba, para chegar hoje aqui já mais ou menos decorado. Agora vão começar os ensaios, então é o processo normal de trabalho até o carnaval. Talvez, pode ser que altere alguma coisa ou outra, a gente vai sentir, porque tem muita coisa que a gente só consegue sentir com o povo cantando. Na gravação, com o time de canto, são músicos profissionais, então a gente acaba adequando algumas coisas que só sente quando vem para a comunidade. Vamos fazer esse processo agora, alguns ensaios, até a gravação oficial para ver, mas podemos dizer que estamos aí com 99% do samba tranquilo”, disse.

Parceria de amigos que superam distâncias

Os compositores do samba da Colorado do Brás para 2025 precisaram superar as barreiras impostas pelas longas distâncias que os separam. O time conta com os cariocas Thiago Meiners e Cláudio Mattos, com os paulistas Léo do Cavaco e Sukata, e com Rafael Tubino, que viajou mais de 30 horas do Rio Grande do Sul até São Paulo e explicou como a parceria consegue superar as fronteiras.

“Somos um grupo de amigos. A gente faz samba há muito tempo junto. Tem compositores de São Paulo, eu do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, o Thiago Meiners, o Cláudio, o Sukata aqui de São Paulo. A parceria é de amizade, então é muito fácil a gente trabalhar. A gente faz tudo online, pelo WhatsApp. Vai um arrumando samba, o outro ajeita, o outro manda ideia e assim vem a construção com todos participando junto. Uma das melhores partes do ano é quando a gente começa a fazer samba, que daí começa todo mundo a conversar. E agora, quando a gente vem aí para o dia das apresentações dos sambas, finais de campeonato, a gente aproveita para todo mundo estar junto aí. E pode-se dizer assim mesmo, cara. É pura amizade. Para nós estarmos aí participando na Colorado do Brás, escola que eu acredito que tenho uns quatro já com o pessoal, é samba de amigos. A escola a gente sabe que é também de família, e para nós é muito bom. Acho que o carnaval de 2025 vai ser bem bacana para a Colorado do Brás”, relatou.

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Sukata destacou a ligação que a Colorado desenvolveu com o Afoxé Filhos de Gandhy, que será homenageado pela escola, e exaltou seu filho Thiago Morganti, um dos diretores de carnaval e enredista da escola.

“Eu acho que o Filhos de Gandhy é um bloco da Bahia dos mais importantes, que é aquele negócio da paz, e isso foi tudo estudado. A Colorado abraçou e foi abraçada também por esse enredo. É muito legal porque tem um axé muito legal, e a Colorado precisa de um negócio bom, e esse ano nós vamos ganhar esse negócio. Quem fez o enredo é o meu filho que mora na Bahia, Thiago Morganti. Ele quem escreveu o enredo, ele quem foi conversar com o presidente. Ele mora em Salvador e é enredista da escola. É, enredista da escola e diretor de carnaval também”, disse.

Samba feito com várias mãos

A Colorado do Brás conta em diferentes segmentos com pessoas que também são experientes na arte da composição. Além de Thiago Morganti, enredista e um dos diretores, outro é o diretor Jairo Roizen, que contou como foi a relação da direção de carnaval com o processo de construção do samba.

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“O processo foi muito tranquilo. O Léo é um compositor que já teve sambas em diversas escolas e formou um time com parceiros que já ganharam samba na escola e que são do meu convívio, porque também são de parcerias que eu disputo samba em outras escolas e a gente já ganhou também. Foi um samba feito com várias mãos. Lógico que o mérito é todo dos compositores, mas em todos os momentos, em toda a construção, a direção de carnaval esteve presente. ‘Esse ponto é importante, esse ponto aqui está faltando’. É muito importante também a gente citar a participação do Thiago Morganti, que também é compositor de samba-enredo, mas não está nessa composição, assim como eu também não estou, mas é o nosso enredista e faz parte da direção de carnaval também, que fez parte também de toda essa construção do samba e eu acho que o resultado é muito mais do que satisfatório. A gente está muito feliz com o samba para a Colorado do carnaval de 2025. É um samba alegre, para cima, um samba, como eu costumo dizer, para abrir o carnaval e essa é a missão que a Colorado vai ter no próximo desfile, de abrir o carnaval para a gente deixar bem evidente e não deixar nenhuma dúvida de que o lugar da Colorado do Brás é no Grupo Especial”, declarou.

O samba da Colorado do Brás se desenvolveu com o zelo de pessoas intimamente ligadas com a arte da composição, o que permitiu com que, na visão de Jairo, a missão dada pelo presidente Ka fosse cumprida de forma satisfatória.

“Eu acho que é uma composição de vários fatores. O Thiago Morgante é filho do Sukata, e ele é o nosso enredista. O Léo é o cantor da escola, então a gente já pôde sentir o samba na voz de quem vai interpretar ele no dia do desfile. O Thiago Meiners, o Tubino, o Claudinho Mattos, são nossos parceiros de samba em outras disputas de samba por aí. Eles já sabem o que a gente espera, já sabem o que a gente quer, já sabem como a gente gosta, então foi muito fácil. Foi um samba que saiu muito fácil e que saiu exatamente da maneira como o presidente pediu para a gente. Ele deu essa missão: ‘eu quero um samba alegre, um samba explosivo’, e quando ele ouviu a primeira vez, ele se emocionou, ele mostrou o samba para o presidente do Filho Gandhy, que também se emocionou, e a gente não teve dúvida de que essa é a trilha sonora que vai fazer a gente buscar o nosso carnaval mais importante e a nossa melhor colocação, o nosso melhor resultado no Grupo Especial até hoje”, afirmou.

Papel da bateria no desenvolvimento do samba

Encarregado de comandar a bateria “Ritmo Responsa”, o mestre Acerola de Angola já teve a experiência de defender sambas encomendados no passado e falou a respeito ao comentar sobre a forma intimista que a obra da Colorado do Brás nasceu.

“É a melhor coisa. Eu já venho de escola que fazia isso. Eu era mestre do Barroca, e a gente fazia isso também. No Barroca fazem isso até hoje, de compor o samba com pessoas da casa, participando, mexendo, e isso é bom para a escola. Acho que a gente perde aquele negócio da eliminatória, que é legal, que a gente gosta, mas, por outro lado é muito bom porque o problema de errar é muito menor, porque fica muito mais na nossa cara, ainda mais quando são compositores da escola, que estão aqui no dia a dia e sabem o que está acontecendo. O samba da Colorado de 2025 ficou maravilhoso. Eles foram arrumando, mexendo, organizando para que ficasse da melhor forma. Ele veio, a gente ouviu uma vez, ele voltou para mexer algumas partes. Aí ficou bom, do jeito que a gente queria. Eu dei uns palpites da bateria para que conseguisse fazer algumas coisas no samba. Vai ser maravilhoso. O samba ficou perfeito para a bateria”, declarou o mestre.

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Mestre Acerola explicou como serão os próximos passos da bateria ao longo do ciclo do carnaval de 2025, e antecipou qual instrumento será introduzido para compor o conjunto dos ritmistas para levar para a Avenida uma apresentação digna do maior afoxé da Bahia.

“Os ritmistas também conheceram o samba hoje, agora a gente vai no processo de criação. Vai fazer os laboratórios, a gente tem algumas ideias já, eles têm outras, meus diretores também dão uma ideia e a gente vai criando o esqueleto para criar o mapa do que vai ser feito para o desfile. Daqui para lá é o processo de criação, até daqui dois, três meses para frente, depois a gente engata e aí começa a sair o que foi criado. A gente voltou com os timbais, que tinham na bateria antes, mas depois saiu e não usou mais. Eu, no primeiro ano aqui ano passado, não usei timbal porque era um enredo que falava muita coisa de forró, um enredo nordestino de forró. Esse ano agora a gente tem o afro, o afoxé, os ritmos afros, que dá para usar bastante timbal. Agente voltou com o timbal agora e gente vai usar bastante”.

Preparação de Brunno e Jéssica para dançar o Afoxé no Anhembi

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Colorado, formado por Brunno Mathias e Jéssica Veríssimo, falou o que acharam do samba apresentado pela escola para o carnaval de 2025.

“Pela história que a gente conhece da nossa escola, não poderia ser diferente. Homenagear os Filhos de Gandhy, que é uma instituição tão importante para a Bahia, para Salvador e para o mundo. Eu acho que a união do carnaval de São Paulo com essa comunidade de Salvador tem muito a agregar. É trazer a história deles para cá e levar um pouco da nossa história para lá. Estou muito feliz que a gente vai abrir o Carnaval com o axé da Bahia. Vai abrir os caminhos e com certeza vai dar bom para a gente. Vai ter muita energia positiva e a minha escola vai dar o melhor que puder”, disse Brunno.

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“É um samba forte. É um enredo que eu já queria, puxando o afro. Sempre falei para o Brunno que queria um enredo para a gente vir com bastante energia. É o que o meu mestre-sala falou, esse cuidado, esse carinho cultural, falando dos Filhos de Gandhy. Estive na Bahia recentemente também para conhecer um pouquinho mais sobre a cultura e entender mais até por conta do nosso personagem na pista. É um samba forte e é o que o Ka falou, nós vamos passar passando. Vamos trabalhar muito, já estamos aí trabalhando bastante. Eu amei o samba, então não tenho o que falar. É um samba que a gente queria”, afirmou Jéssica.

Um enredo de temática baiana pressupõe a presença inevitável dos ritmos tradicionais do tradicional carnaval de rua nordestino. O casal falou como a caracterização ocorrerá na dança a ser apresentada no desfile.

“Assim que o nosso presidente passou o tema, a gente tem a Dani Renzo, que é a nossa preparadora, e a gente estuda muito. A gente começa a ver vídeos, conhece um pouco da história, da cultura, para fazer os movimentos corretos na Avenida, para representar a religião que a gente vai levar para a Avenida. A gente está estudando os movimentos, estudando a história e montando a coreografia para fazer bonito para o jurado e ele dar um sorrisinho para a gente. Dez, dez, dez, fechar com quarenta e a minha escola lá em cima”, explicou Brunno.

“É isso. É coreografia, é dança afro, podem esperar, não tenham dúvida disso. É algo que eu queria muito e surpresas vêm aí”, completou Jéssica.

‘A salvação do Planeta, depende de nós’, Vila Maria apresenta samba e fantasias para o carnaval de 2025

Em noite fria em São Paulo, a Unidos de Vila Maria apresentou o samba-enredo para o carnaval de 2025 e também as fantasias pilotos do enredo: “O Planeta Terra pede socorro. É tempo de renovar e preservar!”, desenvolvido pelo carnavalesco Eduardo Caetano. Será a quarta escola a entrar na pista no domingo de carnaval, pelo Grupo de Acesso I. O samba-enredo vencedor foi da parceria formada por Panda (in memoriam), Edmilson Silva, Sandro Neves, Rick Ramos, Wilsinho Medieval, Ferreira de Matos e Renato William. As eliminatórias foram realizadas internamente, como explicou o presidente Adilson para o CARNAVALESCO.

“Nós viemos de uma sequência de escolhas de sambas e esse ano aqui optamos por uma forma que já foi utilizada em outro tempo e deu muito certo. Sabemos da dificuldade de compositores de buscar a produção, o investimento e fizemos uma escolha dessa forma e fomos muito felizes com isso. Tivemos a calma, tranquilidade, diferente de uma escolha que é feita em palco. Fizemos no dia a dia, pedimos para eles fazerem apresentações ao vivo no estúdio. Não foi um samba escolhido só por gravação, escolhemos os melhores e conseguimos com isso entender, qual o samba que conduziria a escola no Carnaval 2025 de uma forma mais positiva”.

Doze anos na Vila Maria, o mestre Moleza é símbolo da escola e contou como foi esse processo com participação da bateria, além da ala musical, em todos os sambas concorrentes para sentir como seria dentro dos quesitos da Vila Maria como bateria e a ala musical.

VilaMaria et MestreMoleza 3

“Foi um processo diferente dos últimos anos aqui na Vila Maria, nesses 12 anos que estou aqui, é a primeira vez que foi feito esse tipo de escolha. Gravamos todas as 12 obras em estúdio, com a nossa bateria. O Clayton colocou voz nos oito sambas concorrentes e isso trouxe um equilíbrio, uma padronização. Para a gente poder tomar melhor decisão, sabemos que em alguns processos habituais, um compositor grava com a bateria eletrônica o outro grava com uma bateria que não é da escola e chama o cantor X ou Y. A gente podendo escutar os oito sambas gravados pelas mesmas pessoas e cantados pelas mesmas pessoas, seja o Clayton ou o time de coral, tocado pelo mesmo cavaco e violão, nos trouxe uma decisão mais tranquila, que realmente era o samba que a maioria queria”.

VilaMaria et PavilhaEnredoSegundoCasal

O mestre complementou animado com o processo da escolha do samba para 2025: “No processo interno, bem democrático desde a presidência, vice-presidência, diretoria de carnaval, intérprete, diretor de harmonia, todos puderam opinar. Dentro desse processo, além da gravação, a gente trouxe quatro sambas que foram escolhidos pela diretoria da escola para continuar na disputa. Fizemos audições no nosso estúdio. Para tirar um pouquinho desse gelo do processo interno, trouxemos eles para escutarem. Como fizemos ano passado ensaiamos alguns arranjos e hoje na primeira vez que eles ouviram o samba, a gente já colocou ele duas bossas inéditas. O intuito disso é trazer uma motivação e um arranjo diferente para chegarmos bem preparado no carnaval”.

O intérprete Clayton Reis gravou os sambas e explicou: “Foi uma eliminatória diferente. Tivemos a ideia de fazer internamente, gravei todos e já tive a noção de como ficaria na minha voz. Vimos como o pessoal da diretoria reagiu e foi super legal, um estilo diferente”.

VilaMaria et InterpreteClaytonReis

O diretor de carnaval, Queijo, contou como foi o processo de gravação dos sambas com o intérprete que voltou para casa e revelou que foi escolha do próprio intérprete: “Essa ideia foi do Clayton. Quando ele trouxe para a diretoria foi aceita de primeira, porque é um projeto diferente. Nós sentimos o samba. Quando você abre para o público dá diversas opiniões ao contrário. Fica meio tenso e nesse formato ficou muito tranquilo e todo mundo comprou a ideia. Tivemos muito sambas bons de verdade. Estamos com um samba que a gente pretende voltar para o Grupo Especial, ser campeão. Estamos trabalhando muito para isso. Para poder vencer, tem que trabalhar, estamos quietinhos e batalhando. É o trabalho da Vila Maria”.

VilaMaria et DiretorCarnavalQueijoMestreSala

Parceria vencedora e a ligação com a agremiação da Zona Norte

A parceria vencedora tem uma tradição dentro da casa, escreve com constância, mas não vencia há algum tempo. Um dos compositores, Edmilson Silva, contou sobre o processo para escrever o samba que acabou conquistando o título na Unidos de Vila Maria.

“A partir do momento que nós pegamos a sinopse entendemos que a concepção do samba tinha que ser diferente. Decidimos que queríamos fazer uma conversa da mãe terra e quem está sofrendo com todo o processo de degradação e poluição. A gente tentou fazer como uma mãe de verdade dando conselho para o filho. Por isso, o samba fala ‘é hora de tocar a consciência’ para que os seres humanos realmente parem para pensar o mal que estão causando a si próprios. A cada dia a gente destrói um pedacinho do planeta Terra. Quem sofre as consequências somos nós, os filhos, netos, as gerações futuras. Foi diferente porque não houve eliminatória e estamos acostumados com eliminatórias. Ficamos naquela ansiedade de querer saber o que estava acontecendo nos bastidores. Até que a diretoria nos comunicou que nós estávamos entre os quatro sambas finalistas. Cheguei na Vila Maria em 2005 com o meu eterno parceiro saudoso Panda. Ganhamos em 2005, 2007 e 2009. Disputamos onze sambas da Vila Maria, com esse aqui, e essa é a nossa quarta obra que vai para a avenida. É uma honra muito grande. Temos fé em Deus e nos nossos orixás que esse samba e esse carnaval vai levar Vila Maria de volta ao topo é o lugar de onde ela nunca deveria ter saído”.

VilaMaria et Compositores

O presidente Adilson falou da parceria e da importante relação com a Vila Maria: “Nessa hora temos que ser totalmente imparciais. Conseguimos conciliar uma criação tão bonita igual a essa e uma turma tão positiva, que tem tanta história, já perdeu várias vezes, mas mesmo assim eles estão aqui compartilhando do tempo, partilhando da arte deles, é emocionante, é paixão. É o sentimento dos melhores que tem na relação de um ser humano com o outro”.

VilaMaria et PresidenteAdilson1

O compositor Edmilson ressaltou um samba marcante que construíram para a Vila e querem fazer parte do recomeço da escola que está no Acesso I: “Nossa primeira obra marcante aqui na casa é o samba de Cubatão 2007 que é a maior posição que a escola tem hoje dentro do carnaval que é um vice-campeonato. Pretendemos com essa obra deste ano levar a escola de volta ao Especial, se Deus quiser com a presença do Panda, de Deus e todos os orixás e todos os santos”.

Homenagem e presença da família de compositor

A parceria sempre coloca o nome do eterno compositor Luis Carlos Thomazetti, conhecido como Panda em ‘in memorium’ como forma de homenagem. Ele faleceu em 2021. Os compositores mostram muita emoção ao falar sobre ele, como disse Edmilson em entrevista ao CARNAVALESCO.

“É um cara que eu conheci através de outro parceiro, Dom Álvaro, nós conhecemos em 2005 e nos tornamos mais do que parceiro de samba a gente se tornou a família, eu e ele era irmão. Nós chamávamos de irmão”.

VilaMaria et Compositores 2

Outro compositor, Sandro, ressaltou: “O Panda é irmão. Eu conheço ele desde 2000, um cara que sensacional toda vez que a gente fala dele a gente chora, nos emocionamos, que é um cara que vai fazer parte da nossa vida, para eternidade toda. Ele que me apresentou Edmilson, me apresentou o Rick e a gente vem junto na construção de todos os sambas. A irmandade da gente é sem vaidade, todo mundo faz, participa, todo mundo dá sua opinião, tudo é assim é sempre em prol do time. Nunca em prol de uma só isso e isso é uma coisa que a gente aprendeu muito com ele”.

Uma homenagem para o compositor, como contou Edmilson após vencer a disputa na Vila: “O Panda ele está lá no céu, mas com certeza em qualquer obra que a gente fizer aqui na Vila Maria, ele vai estar presente e esse é mais do que nunca. Esse aqui é o Rick está comigo desde a primeira obra foi campeão comigo no primeiro samba aqui é parceiro lá de trás e vem comigo para Vila Maria”.

VilaMaria et DiretoraHarmoniaDiretorCarnaval

Outro compositor, Rick Ramos, ressaltou o tempo de parceria e a importância da disputa: “São 28 anos que a gente está junto aqui cara, 28 anos construindo coisas maravilhosas. Às vezes dá certo. Às vezes não dá certo, mas a gente sempre segue em frente na mesma pegada no mesmo intuito de fazer coisas cada vez melhores. A gente erra. Aprendemos, levantamos e sacode a poeira e vai fazer uma coisa melhor. Sabemos que uma hora vamos perder e outra vamos ganhar. O samba-enredo só ganha um, mas tem todos os compositores são merecedores cara”.

Escolha do samba e Moleza prepara bossas

O presidente Adilson apontou motivos da escolha do samba preferido e a ligação com o enredo, a sinopse, para o carnaval.

“Nós conseguimos fazer a ligação direta do samba com enredo. É um samba que ele é bem completo em relação ao que a escola se propõe colocar na avenida, ela coloca ali um grito de socorro. Um pedido da terra, depois mostra que o caminho seria ali renovando e preservando. O samba consegue passar essa imagem de uma forma muito tranquila. No começo a terra ela meio que chama a atenção dos filhos, fala que está faltando a força e fala que já está faltando as coisas para as civilizações. Depois ela fala que vai buscar a força, em antigas gerações, que é outra parte do samba, depois firma com muita clareza que ela voltou. Recomeça tudo, o conhecimento com a influência que ela consegue pôr nas civilizações, na população, preservação, renovação e equilíbrio ecológico”.

VilaMaria et RainhaNathany1

O mestre Moleza é uma das grandes referências na comunidade, e a “Cadência da Vila”, bateria da escola, é conhecida por revelar inúmeros ritmistas. Ou seja, com identidade própria, já tem ideias ousadas com esse samba construído, como revelou em conversa com o CARNAVALESCO.

VilaMaria et PresidenteAdilson

“Já tem três bossas prontas e duas já testamos hoje aqui. Já fizemos com a ala musical e tem uma que é muito legal. Se tudo der certo como estamos idealizando será o que vai chamar atenção. Vocês vão ver e vai lembrar dessa entrevista aqui lá no primeiro ensaio técnico. Na primeira vez que a gente fez aqui já encaixou, tem uma dinâmica que envolvemos dinâmica de volume, envolve outros ritmos. Batida de bateria, não de escola de samba, bateria de instrumento mesmo. Uma variação ali de um rock, de um pop rock e aí um lance também meio de salsa. Vai estar bem musical, precisamos ensaiar bastante para concretizar e tirar a ideia maluca da mente e colocar na prática”.

Apresentação dos pilotos diverte comunidade

Em uma apresentação cheia de energia com a comunidade interagindo com cada fantasia e colegas que estavam vestindo os pilotos, a Vila Maria fez uma apresentação que começou tensa com a comissão de frente representando elementos nocivos para a natureza. Depois surgiram as fantasias que mostram um renascimento, com muitas cores representando a natureza e também que representam caminhos a serem percorridos para salvar o planeta.

O auge da apresentação dos pilotos foi a ala de baianas, que só apareceu por último, quando todos pensavam que já tinha encerrado. Toda na cor verde, e aspectos da natureza, mas de uma forma mais modernizada. Outro momento de destaque foi na apresentação da fantasia da bateria com a “Cadência da Vila” presente. Além da ala das crianças, que também levantou o público com duas crianças simbolizando o futuro.

VilaMaria et FantasiaBaianas

Em relação a apresentação dos pilotos, o diretor de carnaval, Queijo, ressaltou o momento da Vila: “O piloto está aí para todo mundo ver, estamos trabalhando quietos, estamos trabalhando há meses, não começou agora essa festa foi planejada há meses também. Graças a Deus foi tranquilo tudo no horário. Vila Maria vai vir de novo para a briga. Vamos trabalhar forte sem desmerecer as coirmãs, mas estamos na briga do título”.

O presidente Adilson mostrou otimismo com o lado visual apresentado: “A Vila Maria, ela vem buscando um carnaval na essência. Estamos trazendo fantasias grandiosas, que representam muito, por exemplo, na hora que a terra não está bem. Depois mostramos toda a beleza com uma terra de um planeta todo reestruturado, reformulado, conservado”.

Coroação da rainha cheia de carisma e apresentação de musas

Nathany Piemonte foi coroada a nova rainha da “Cadência da Vila”, e foi bem emocionante, onde a escola fez uma homenagem para ela, relembrando a história do seu tio que fazia ações sociais importantes. A frase no telão em uma foto dela com seu tio, já falecido: ‘Toda filha de um rei, um dia se torna rainha’, emocionou muito a nova rainha da Unidos de Vila Maria, que assume o cargo que era de Savia David.

VilaMaria et RainhaNathany

Nathany não é cria da Vila Maria, é musa da Rosas de Ouro há muitos anos, como ela mesmo ressaltou no palco. Reforçou todo empenho e demonstrou muita carisma com a comunidade. Ela fez parte da corte do carnaval de São Paulo em 2023 como segunda princesa, e sempre demonstrou muito samba no pé. Antes, quatro musas foram apresentadas no palco: Sheila Silva, Alane Pereira, Karina Moraes e Suellen. E a madrinha Josi Aoas que é responsável pelo departamento social da escola.

VilaMaria et MadrinhaJose

No domingo de carnaval, a Vila Maria entra na pista do Anhembi buscando o retorno para o Grupo Especial que esteve pela última vez em 2023.

Liga-SP e Radar Records lançam álbum histórico com Sambas-Enredos Campeões de 1987 a 2024

A Radar Records, em parceria com a Liga Carnaval SP, acaba de lançar uma coletânea oficial que celebra a rica história do Carnaval de São Paulo. O álbum reúne os sambas-enredos das escolas campeãs do Grupo Especial de 1987 a 2024, oferecendo aos fãs do carnaval paulistano um verdadeiro tesouro musical.

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Com a participação de agremiações como Vai-Vai, Mocidade Alegre, Camisa Verde e Branco, Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel, o álbum é uma trilha sonora imperdível para os apaixonados por samba.

O álbum já está disponível nas principais plataformas digitais como Spotify, Deezer e Amazon Music. Ouça em: https://found.ee/ligacarnavalsp_campeas