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Série Barracões: Portela celebra Milton Nascimento em procissão de luz e cor

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André Rodrigues e Antônio Gonzaga preparam seu segundo Carnaval à frente da Portela. Na edição anterior, a dupla conquistou a avenida com o enredo emocionante “Um defeito de cor”, inspirado no livro homônimo da escritora Ana Maria Gonçalves. Unidos desde que assumiram a Águia Altaneira – André já havia estreado no Grupo Especial ao lado de Alexandre Louzada, após passagens por escolas de acesso, enquanto Gonzaga debutou no carnaval carioca em 2024 –, eles anunciam agora uma homenagem a outro ícone da negritude brasileira: Milton Nascimento. Com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol”, a dupla promete transformar a Sapucaí em uma jornada poética pelas veredas do artista mineiro.

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A Inspiração: Exaltar a Negritude e os Sinais do Destino

Em entrevista, os carnavalescos revelaram como surgiu a ideia de celebrar Milton, figura central da cultura nacional. Antônio Gonzaga destacou: “Sempre tivemos a missão de exaltar personalidades negras que moldam a identidade brasileira. Milton é parte da nossa trilha sonora vital. No ano passado, suas músicas embalaram nosso processo criativo. E, no Desfile das Campeãs, quando ele apareceu no camarote da Portela e postou um vídeo assistindo nosso enredo, interpretamos como um sinal: era a hora de levá-lo ao trono que merece”.

O Enredo: Uma Obra que Atravessa Gerações

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André explicou que o enredo não se limita a dados biográficos, mas investiga como a música de Milton ressoa nas pessoas: “Nosso foco é como sua obra atravessa vidas. Não buscamos detalhes pessoais, e sim entender por que ele merece ser enredo da Portela. Conversamos com ele para captar sua essência criativa, não para coletar informações. Queremos mostrar por que seu trabalho é divino para tantos”.

A Procissão: Do Asfalto às Montanhas de Minas

A ideia de uma procissão de Madureira até Minas Gerais nasceu de devaneios e da música “Bailes da Vida”. Antônio detalhou:“Milton já viajou o mundo cantando para todos. Agora, é a vez de irmos até ele em agradecimento. A obra dele é repleta de movimentos: trens, estações, romarias. Essa travessia simboliza o reconhecimento de um legado que une o físico e o espiritual”.

Alegorias e Fantasias: A Magia do Amanhecer ao Anoitecer

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Sobre o visual do desfile, a dupla adiantou: “Cada setor representa um momento do dia – manhã, tarde, noite e alvorada. As alegorias têm personalidades distintas, mas são conectadas por símbolos que remetem à procissão. As fantasias reforçam essa jornada, com cores e elementos que dialogam com a passagem do tempo”.

Desafios no Barracão: Entre Atrasos e Grandiosidade

O processo de produção não foi fácil. André admitiu: “Foi árduo colocar este Carnaval em pé, especialmente com atrasos nas verbas. Mas agora respiramos aliviados. Queremos que o portelense sinta orgulho, independente do resultado. A Portela merece competir no topo”.

As Parcerias: O Fio Condutor da Obra de Milton

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A dupla destacou a relevância das colaborações na carreira do homenageado. André ressaltou: “Milton compôs para amigos, povos e causas. Essa noção de parceria é um pilar do enredo. Assim como ele, a Portela caminha unida, celebrando a diversidade que nos move”.

O Trinômio Perfeito: Portela, Milton e a Força do Povo

Para Antônio, o trunfo está na síntese de grandezas: “A Portela sendo Portela, Milton sendo Milton e o povo em comunhão. Essa união resultará em algo histórico”.

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Com a promessa de um desfile que mistura tradição e ousadia, a Águia altaneira prepara-se para alçar voo rumo ao sol – guiada pela música de um dos maiores artistas do Brasil.

Conheça o desfile da Portela

A Portela levará para a Sapucaí cinco alegorias, dois tripés, e 27 alas. Os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga explicaram ao CARNAVALESCO a setorização do desfile da Águia de Madureira.

Setor 1: “O primeiro setor da Portela é a Portela saindo em procissão, então traz alguns aspectos do subúrbio, a Portela se enfeitando para sair nessa grande processão, essa grande travessia para encontrá-lo”.

Setor 2: “O segundo setor é o sol a pino, aquela parte entre a manhã e a tarde e basicamente trata sobre essas emoções a flor da pele, sobre esses momentos, sobre a emoção de ouvir e de relacionar as canções do Milton Nascimento e as suas próprias vidas, então a gente tem ali as baianas falando sobre Maria Maria, nós temos os encontros, por exemplo, em Duas Sanfonas, enfim, temos Vendedores de Sonhos, que é uma ala importante também para narrativa de desfile”.

Setor 3: “O terceiro setor trata dessa relação com a Terra de maneira geral, a Terra nos diversos sentidos, tanto matéria física, quanto território, quanto terra como ideia, como pertencimento, então vai falar sobre identidades, sobre povos originários, sobre os ribeirinhos, sobre os quilombolas e a gente termina com uma alegoria que faz referência à relação do Milton com o Oxalá e com a própria Terra”.

Setor 4: “O quarto setor, que é o setor da noite, que é o setor onde a gente faz essa brincadeira sobre a noite vai representar também esses períodos mais difíceis, esses períodos de repressão e tal, e como a música do Milton Nascimento ajuda essas pessoas a passarem por esse momento difícil, então terão ali muitas músicas que foram trilhas desse momento de resistência, então a noite é uma metáfora para esses momentos difíceis e a gente termina o setor com alegoria sobre o milagre dos peixes e sobre a esperança de encontrar o sol após essa noite”.

Setor 5: “E a gente fecha o desfile com a procissão chegando a Minas Gerais, a procissão sendo recebida pelos festejos locais, os festejos de três contas, a gente tem folia de reis, tem tambores de minas, a gente encontra essas lembranças, essas memórias do próprio Milton e a gente encontra ele finalmente nesse grande altar dourado, esse grande sol”.

Águas do Rio distribuirá mais de 185 mil ecocopos para foliões na Sapucaí

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A partir do dia 28 de fevereiro, a Sapucaí começa a ferver com o maior espetáculo da Terra. A estimativa é de que 120 mil pessoas passem pelo local por dia, entre os que desfilam, os que assistem e os que trabalham. Para um evento desse porte funcionar, uma grande logística de hidratação das pessoas presentes, de funcionamento de banheiros e de fornecimento de água precisa ser planejada e executada. E foi pensando nisso que a Águas do Rio adentrou a avenida e vai desfilar seu bloco em todos os dias de festa.

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Foto: Divulgação/Águas do Rio

Pelo quarto ano consecutivo, a concessionária distribuirá ecocopos reutilizáveis ao público que for ao Sambódromo em todos os dias de desfiles, inclusive no Sábado das Campeãs. Esse ano, serão 45 mil copos a mais, totalizando 185 mil destes que já viraram objeto de colecionador.

Ao colocar em prática a sustentabilidade, uma das premissas principais da empresa, a Águas do Rio estará colaborando com a retirada de mais de 3 toneladas de lixo que seriam geradas pelo uso de copos descartáveis – peso equivalente a cerca de três carros populares.

Hidratando a folia

Para hidratar quem comparecer a um dos maiores festivais culturais do mundo, 29 bebedouros estarão espalhados por toda a Sapucaí. Além disso, haverá 45 mochileiros da concessionária espalhados pela concentração e pela dispersão das Escolas de Samba para garantir a água daqueles que desfilam.

Os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro têm início na sexta-feira que representa o pontapé oficial do Carnaval deste ano, com as agremiações da Série Ouro (antigo Grupo de Acesso) apresentando seus espetáculos. Os espectadores que quiserem entrar no clima de brilho e glamour poderão comparecer ao estande da Águas do Rio, no setor 9, para ganhar uma maquiagem gratuita.

Obras finalizadas antes do início dos ensaios técnicos

Em janeiro deste ano, antes mesmo de os ensaios técnicos das agremiações começarem, a concessionária finalizou duas importantes obras no Sambódromo: foram construídos mais de 170 metros de rede de esgoto e 120 metros de tubulação de fornecimento de água para atender todas as áreas da Marquês de Sapucaí. O objetivo é garantir que não haja entupimentos no sistema de esgotamento e desabastecimento de água nos momentos de pico.

Assim como acontece desde 2022, além das equipes operacionais presentes em todos os dias de desfile, a Águas do Rio realizará o monitoramento em tempo real da qualidade da água e disponibilizará caminhões-pipa e equipamentos para desentupir tubulações de esgoto exclusivos para a Sapucaí, preparados para responder a qualquer eventualidade.

“Saneamento básico, qualidade de vida e sustentabilidade andam de mãos dadas e é exatamente isso que estamos trazendo para a Sapucaí com nossas ações antes e depois. Poder fazer parte da história do Carnaval do Rio e ainda deixar um legado para a cidade é tanto um compromisso, quanto um privilégio”, reforça Anselmo Leal, presidente da Águas do Rio.

Ingressos para os desfiles da Série Ouro são esgotados

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Os ingressos para os desfiles da Série Ouro 2025 estão esgotados. As 16 escolas filiadas irão cruzar a Marquês de Sapucaí na próxima sexta-feira e sábado, em dois dias de espetáculo que prometem emocionar o público. A grande campeã garantirá uma vaga no Grupo Especial em 2026, enquanto as duas últimas colocadas serão rebaixadas para a Série Prata, que acontece na Estrada Intendente Magalhães.

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Presidente da Liga RJ, Hugo Junior comemorou o sucesso de vendas e ressaltou a relevância do evento para o carnaval carioca. Para ele, a grande procura por ingressos reflete não apenas a paixão do público pelo samba, mas também a força e a tradição das escolas que compõem a Série Ouro.

“Estamos extremamente felizes com o sucesso nas vendas dos ingressos. A resposta do público foi incrível e isso só aumenta nossa responsabilidade de entregar um grande espetáculo na Sapucaí. Será uma festa grandiosa, digna da tradição do maior espetáculo da terra”, afirmou.

Ele também reforçou que as arquibancadas populares, dos setores 1, 12 e 13, serão distribuídas pelas escolas às suas respectivas comunidades, garantindo que as torcidas possam apoiar suas agremiações ao longo do desfile.

“O carnaval é um patrimônio do povo e nada mais justo do que garantir que as comunidades estejam presentes para prestigiar suas escolas. As arquibancadas populares serão distribuídas diretamente pelas agremiações, permitindo que os sambistas vivam esse momento de perto e celebrem suas histórias na Sapucaí”,  completou Hugo Junior.

Com a expectativa de Sapucaí lotada, os desfiles terão início às 21h em ambos os dias, seguindo a seguinte ordem:

Série Our
21h – Botafogo Samba Clube
Entre 21h45 e 21h55 – Arranco
Entre 22h30 e 22h50 – Inocentes de Belford Roxo
Entre 23h15 e 23h45 – Unidos da Ponte
Entre 00h e 00h40 – Estácio de Sá
Entre 00h45 e 01h35 – União de Maricá
Entre 01h30 e 02h30 – Em Cima da Hora
Entre 02h15 e 03h25 – União da Ilh

Sábado – 1 de março
21h – Tradição
Entre 21h45 e 21h55 – União do Parque Acari
Entre 22h30 e 22h50 – Vigário Geral
Entre 23h15 e 23h45 – Unidos de Bangu
Entre 00h e 00h40 – Porto da Pedra
Entre 00h45 e 01h35 – São Clemente
Entre 01h30 e 02h30 – Acadêmicos Niterói
Entre 02h15 e 03h25 – Império Serrano

Vale destacar que Unidos da Ponte, Unidos de Bangu e Império Serrano não serão julgadas devido ao incêndio que comprometeu suas fantasias, ficando isentas de acesso ou rebaixamento.

Série Barracões: Unidos de Bangu destaca a Aldeia Maracanã e a resistência ancestral

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O enredo que a Unidos de Bangu apresentará no Carnaval de 2025, intitulado “Maraka’Anandê – Resistência Ancestral”, coloca em evidência a rica história e a luta da Universidade Indígena Aldeia Maracanã, uma emblemática representação da cultura indígena no Rio de Janeiro. Desenvolvido pelos renomados carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel, o tema ressalta a importância da Aldeia Maracanã como um símbolo vivo da identidade dos povos originários. Para o Carnaval de 2024, a Unidos de Bangu apresentou o enredo “Jorge da Capadócia”, criado pelo carnavalesco Robson Goulart, que culminou na escola alcançando a 10ª colocação na Série Ouro.

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Em uma entrevista ao CARNAVALESCO, realizada no barracão da escola, Raphael Torres e Alexandre Rangel compartilharam suas expectativas para o desfile de 2025.

“Durante a pesquisa para o enredo, todas as partes foram cativantes, mas nos sentimos especialmente atraídos pela questão dos direitos dos povos indígenas, bem como pela Constituição. O nosso enredo gira em torno dos direitos dos povos indígenas e sua relação com a Constituição”, afirmou Raphael.

Todo desfile tem seu grande trunfo, e ao perguntarmos aos carnavalescos, eles revelaram um spoiler empolgante.

“O grande destaque do nosso enredo será um carro intitulado ‘Clamor pela Justiça’. Neste carro, haverá uma escultura da Justiça adornada com o manto Tupinambá. Acredito que este carro representa o ápice do nosso enredo!”, destacou Rafael.

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Alexandre também compartilhou a importância de trazer um tema tão relevante para 2025. “Esse enredo já está guardado desde 2017. Durante nossa passagem por outra escola naquela época, apresentamos duas propostas, e a segunda foi escolhida. Desde então, mantivemos esse enredo arquivado. Ao chegarmos à Unidos de Bangu, pretendíamos trazer uma nova abordagem e uma linguagem mais didática. Quando apresentamos o conceito à diretoria e ao presidente, foi amor à primeira vista. Ele abraçou a causa e o enredo, o que foi um momento muito significativo, pois essa narrativa é extremamente importante não apenas para os povos indígenas, mas para todos os brasileiros!”, afirmou Alexandre.

Rafael e Alexandre afirmam que este enredo tem como objetivo abrir caminhos e superar o amargo décimo lugar conquistado no ano passado.

“É um enredo que, na verdade, transmite uma mensagem completamente didática, uma proposta direta e de fácil compreensão. O comportamento do público será crucial para que eles possam ver e entender!”, declarou Alexandre.

Os carnavalescos comentaram sobre as dificuldades enfrentadas nos barracões do grupo de acesso. “No grupo de acesso, sempre encontramos desafios. Creio que esse grupo necessita de um barracão exclusivo, um espaço apropriado apenas para a construção das alegorias. Em virtude do tamanho e da grandiosidade que os desfiles têm alcançado, o barracão está se tornando insuficiente para comportar as esculturas que as escolas vêm desenvolvendo!”, afirmou Alexandre.

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Tivemos que abordar um assunto delicado: o incêndio no ateliê Maximus, onde estavam sendo confeccionadas algumas alas da escola. Os carnavalescos compartilharam o que puderam salvar e como estão trabalhando para recuperar as fantasias.

“Conseguimos recuperar uma parte significativa das fantasias, organizamos um mutirão na escola e a comunidade de Bangu se mobilizou para ajudar na reconstrução. Acredito que muitas peças serão utilizadas para contar a história do enredo; no entanto, algumas se perderam no processo. De qualquer forma, estou confiante de que conseguiremos apresentar algo interessante, que permita ao público compreender o enredo!”, disse Rafael.

Apesar de todas as dificuldades, perguntamos a eles o que podemos esperar do desfile da Bangu. Os carnavalescos demonstraram confiança e entusiasmo.

“Acredito que a Bangu vai surpreender com o conjunto de alegorias. Teremos muitas surpresas, e o segundo carro será um destaque à parte!”, disse Alexandre.

Saiba como será o desfile

A Unidos de Bangu apresentará um desfile com três alegorias, 19 alas e 1.600 componentes. A escola será a quarta a se apresentar no sábado de carnaval.

Setor 1: “No primeiro setor, faremos uma homenagem à aldeia Jabebiracica, que é a aldeia ancestral, situada no local da aldeia Maracanã”.

Setor 2: “O segundo setor abordará a questão histórica, desde a invasão dos portugueses, que trouxe o genocídio”.

Setor 3: “O terceiro setor tratará da atualidade, abordando as ações do Estado em relação aos indígenas, incluindo o conflito que ocorreu com o governo do Estado do Rio de Janeiro sobre o despejo da aldeia. Esse setor culminará com o carro intitulado ‘Clamou pela Justiça'”.

Setor 4: “No último setor, focusaremos a parte cultural que acontece dentro da aldeia, encerrando com o carro que representa a Aldeia Maracanã”.

Mangueira convida mototaxista preso após ser alvo de tiros para fazer parte do seu desfile

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A presidente da Estação Primeira de Mangueira, Guanayra Firmino, e o carnavalesco Sidnei França, receberam nesta quinta-feira o mototaxista Thiago Marques Gonçalves e sua família. Na última terça-feira, Thiago foi preso após ser alvo de tiros por um PM reformado enquanto levava o estudante Igor Melo de Carvalho, que acabou sendo baleado. Ele foi convidado a desfilar na no próximo domingo, e prontamente aceitou ser um dos destaques da escola na Marquês de Sapucaí.

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Foto: Divulgação/Mangueira

Para a presidente Guanayra Firmino, para alguns pode parecer triste ter que frisar determinadas questões, mas essa luta é constante. “Durante o período em que construímos nosso Carnaval, quantos casos como esse tivemos? Por isso nosso samba diz tão bem: o alvo que a bala insiste em achar. Somos sempre nós”, avalia. “Então essa é a nossa luta, da Mangueira, mas minha pessoalmente como alguém que nasceu na favela. Será uma oportunidade para o Thiago comemorar este verdadeiro renascimento, e de buscar por justiça”, conclui.

Ao aceitar o convite, Thiago Thiago agradeceu. “Fico honrado pelo convite. Celebrar será importante, sem dúvida. Mas será também um momento de pedir socorro, de exigir justiça para mim, para a minha família e também para o Igor”, declarou.

No dia seguinte ao ocorrido, o Jornal Extra destacou em sua capa, que trazia uma foto do estudante de publicidade e propaganda da faculdade Celso Lisboa, Igor Mello, um dos versos do samba-enredo da Mangueira: o alvo que a bala insiste em achar. Igor também atua como inspetor e garçom para complementar a renda. Ele segue internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.

“Hoje estou pedindo justiça. Mas a verdade é que meu filho poderia não estar aqui. Quem traria meu filho de volta?”, indaga Jaqueline Marques. “Ter justiça ameniza, claro. Mas quantas mães vivem essa tragédia?”, disse, ainda bastante abalada.

Em 2025, a Mangueira será a quarta e última escola a desfilar no domingo de Carnaval. A agremiação busca o campeonato com o enredo “À Flor da Terra: o Rio da Negritude entre dores e Paixões”, do carnavalesco Sidnei França. A Verde e Rosa apresentará na Marquês de Sapucaí uma narrativa baseada na historicidade preta de forte cunho social, um olhar sobre a presença dos povos bantus na cidade do Rio de Janeiro. Eles representaram a maioria dos negros que escravizados e trazidos para o Cais do Valongo, na Pequena África. A Mangueira retratará a vivência dessa população em toda a cidade, mostrando como sua história floresceu e ainda floresce em solo carioca.

Série Barracões: Assombrações na Passarela: Paulo Barros conduz a Vila Isabel em um trem-fantasma de mitos e alegorias

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Considerado uma das mentes mais revolucionárias do carnaval carioca, Paulo Barros está à frente do carnaval da Vila Isabel há três anos. Essa é sua terceira — e mais longeva — passagem pela escola do bairro de Noel, onde já realizou outros dois desfiles antes de assumir o comando em 2023. Dono de quatro títulos no Grupo Especial, o artista é conhecido por um estilo moderno, marcado por alegorias humanizadas, uso de materiais inovadores e conceitos ousados. É com essa assinatura que ele leva à avenida o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, explorando assombrações do imaginário popular e folclórico brasileiro.

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Paulo revelou que o tema surgiu de uma sugestão, assim como ocorreu com o desfile campeão de 2010. A partir da proposta, mergulhou em pesquisas sobre mitos e lendas que permeiam o cotidiano das pessoas. O carnavalesco ressaltou, porém, que não há semelhanças com seu desfile de 2011, que abordava o medo no cinema:

“Me sugeriram o tema, e eu automaticamente me apaixonei pela ideia, assim como em 2010, quando um jovem me trouxe a palavra ‘segredo’. Este ano, decidi explorar as assombrações. Pesquisei a fundo e percebi que seria uma ótima opção para a Vila. Alguns compararam ao enredo de 2011, mas são totalmente diferentes. Desta vez, o fio condutor é um trem-fantasma, um brinquedo de parque de diversões que simboliza uma jornada de emoções. Quero que o público sinta medo, suspense, mas tudo se transforme em alegria no final. 90% do enredo é baseado em mitos brasileiros, muitos com raízes europeias, mas adaptados à nossa cultura. A riqueza dessas lendas é fascinante!”, explicou.

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Sobre a escolha dos personagens, Paulo destacou a diversidade como base do enredo, sem privilegiar figuras específicas:

“Não tenho preferência. Trago desde entidades conhecidas, como o Saci Pererê e a Cuca, até lendas menos populares, como a Cobra Grande. Cada uma tem seu encanto. A pluralidade é que sustenta a narrativa”, afirmou.

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Nas alegorias e fantasias, o carnavalesco mantém seu estilo marcante: carros com movimento e estruturas repletas de integrantes.

“O público verá um conjunto alegórico diversificado, com estéticas únicas em cada setor. Sempre busco criar carros que se destacam pela arquitetura e plasticidade, algo que marca minha trajetória”, disse.

Paulo também destacou a importância da iluminação cênica da Sapucaí, incorporada ao espetáculo em 2023:

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“A luz hoje é parte essencial do desfile. Mudou a estética e nos permite criar efeitos incríveis. Foi uma iniciativa brilhante do Eduardo Paes, e estamos aproveitando ao máximo”.

Por fim, enfatizou que o verdadeiro trunfo da Vila Isabel é a comunidade: “Ninguém vence sozinho. Há especulações sobre samba, favoritismo, mas o desfile se ganha na hora. Dependo de 2.800 pessoas fazendo seu papel com excelência. Sem essa energia, não há título”.

Conheça o desfile

A Unidos de Vila Isabel pisará na avenida trazendo seis alegorias e cerca de 2.800 componentes. Paulo Barros falou ao CARNAVALESCO sobre como serão os setores do desfile da Vila Isabel.

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Setor 1: “Nesse trajeto do trem fantasma, o trem segue, parte e ele entra no universo das matas e das florestas, onde a gente vai encontrar esses seres, essas personagens que estão relacionados às florestas e às matas, como o curupira, o saci, e o boitatá”.

Setor 2: “O segundo setor eu falo dos rios e dos oceanos, das águas. São aquelas assombrações, esses seres que vivem nesse habitat, nesse ambiente”.

Setor 3: “O terceiro a gente fala nas redondezas, que pode ser numa esquina, numa vila, numa cidadezinha, num castelo, num cemitério. É tudo aquilo que está ao nosso redor, por isso que a gente chama de nas redondezas”.

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Setor 4: “Depois a gente faz uma reflexão daquelas assombrações que nos fizeram medo quando criança, que é o setor que eu falo das assombrações infantis, em que a gente tem a cuca, o bicho-papão, e a bruxa”.

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Setor 5: “E a gente termina trazendo um bloco, uma festa, que é onde a gente celebra o final desse trajeto do trem-fantasma, mas fazendo um grande baile, onde aquelas figuras tradicionais da própria festa, do Halloween, que foi incorporada por nós e por todo mundo, e a gente mistura esse Halloween com o Carnaval. Eu costumo dizer que a gente está criando aí o ‘carnaween’. Então o último setor é onde a gente acaba a viagem no trem e a gente vai rir. Aquelas figuras que são horrendas, quando você vai a um baile desse, você vê essas figuras, e o que você faz nesse baile? Você ri dessas coisas. E o nosso intuito no final é virar isso na bruxaria, que a Vila vai te pegar. E vai te pegar como? Exatamente nessa alegria”.

Comlurb realiza pré-limpeza no Sambódromo para receber escolas da Série Ouro e do Grupo Especial

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A Comlurb está realizando a pré-limpeza do Sambódromo para que tudo esteja limpo e preparado para receber os desfiles das escolas de samba da Série Ouro e das grandes agremiações do Grupo Especial. Na quarta e na quinta, uma equipe com 75 garis se dedicou à limpeza geral na concentração, na pista de desfiles, nas arquibancadas, nas frisas, nas áreas internas e nos postos médicos. Foi utilizada essência de lavanda para deixar todo o ambiente perfumado para os foliões.

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Foto: Comlurb/Divulgação

A lavagem da pista contou com água de reuso, da concentração até a Praça da Apoteose. Uma equipe da coleta seletiva fez o recolhimento de materiais potencialmente recicláveis que sobraram da montagem dos camarotes e frisas. Uma equipe fez uma grande operação de limpeza de ralos, dentro da Passarela do Samba e nas ruas de acesso, e agentes de controle de vetores do Centro de Pesquisas da Companhia realizaram inspeções e controle químico contra roedores em todo o entorno da Sapucaí. A manutenção da limpeza prossegue na sexta-feira, durante o dia.

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Nilopolitanos abraçam enredo da Beija-Flor e relembram com carinho da importância de Laíla para a construção da escola

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Laíla marcou seu nome em toda a história do carnaval carioca, e mais ainda na Beija-Flor de Nilópolis, onde seu legado é reverenciado e amado por toda a comunidade nilopolitana, assim como ele foi durante todo o tempo de sua passagem pela Deusa da Passarela. Em homenagem, a escola o escolheu como enredo para o Carnaval 2025, sob o título “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”. Assim, a agremiação levará à Avenida a vida e os feitos de um dos maiores sambistas de todos os tempos.

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Durante o ensaio técnico da Beija-Flor, o carnavalesco conversou com integrantes da escola para ouvir deles sobre o carinho e o legado de Laíla, além da importância desta homenagem.

Amanda Generoso, 35 anos, que desfila há 3 anos na Beija-Flor, destacou a emoção de ver a escola celebrando um de seus pilares:

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“Laíla representa a Beija-Flor pelos títulos que trouxe, pela história. Cantar esse samba é emocionante e resgata o orgulho que ele tinha da comunidade. É uma honra homenageá-lo, e acredito que toda a Sapucaí se unirá nesse agradecimento. É trazer a garra dele, que batia no peito e dizia: ‘Eu sou Beija-Flor!’”.

Jorge Moacir da Silva, 70 anos, componente desde 1982, falou sobre o significado cultural: “Laíla foi o maior ícone do carnaval carioca, não só para nós, mas para várias escolas. É um orgulho eternizar seu legado em um enredo”.

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Sérgio Lopes, 55 anos, enfatizou a gratidão: “É imensurável. Laíla é um ícone, e essa homenagem é um agradecimento por tudo que fez. O samba lembra dele na quadra: os ‘esporros’, as gafes, a loucura que só ele tinha. Ele marcou nossa vida”.

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Um veterano de 42 anos na Azul e Branca refletiu sobre o vínculo comunitário: “Para nós, nilopolitanos, é um reparo. Laíla não deveria ter saído daqui. Sua comunidade era nós — ele arrumava fantasia, botava gente no carro, mas todos desfilávamos felizes. Seu dedo na cara e coragem são nosso legado”.

Nelson Batista, 57 anos, destacou a revolução de Laíla: “Ele e Joãozinho Trinta transformaram o carnaval. Essa homenagem traz a energia dele de volta à quadra. É orgulho ver a escola celebrando quem tanto nos deu”.

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Série Barracões: Unidos de Padre Miguel faz o resgate histórico no Grupo Especial com a força de Iyá Nassô

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A Unidos de Padre Miguel retorna ao Grupo Especial do carnaval carioca após mais de cinco décadas de ausência, abrindo os desfiles do domingo com um enredo que mergulha nas raízes afro-brasileiras. Sob a batuta dos carnavalescos Alexandre Louzada – tetracampeão com quatro escolas diferentes – e Lucas Milato – estreante no Especial após título na Série Ouro com o Boi Vermelho –, a agremiação da Zona Oeste apresenta “Egbé Iyá Nassô”, narrativa sobre a sacerdotisa que fundou o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, a Casa Branca do Engenho Velho.

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Gênese do enredo: identidade e ancestralidade

A escolha do tema surgiu da necessidade de aliar a tradição da escola em abordagens afro-religiosas ao seu perfil matriarcal. “Buscávamos um enredo que honrasse nossa história e representasse a força das mulheres que comandam a UPM”, explica Louzada. Durante pesquisas, descobriram a trajetória pouco explorada de Iyá Nassô, figura central na resistência cultural e religiosa dos africanos escravizados.

A conexão definitiva veio em visita ao terreiro da Casa Branca. “Quando Mãe Neusa, líder espiritual, validou nossa pesquisa durante um ritual, choramos de emoção. Era como se a própria Iyá Nassō aprovasse o enredo”, revela Milato. A história entrelaça a saga da sacerdotisa – nobre do Reino de Oyó trazida ao Brasil – com a luta pela liberdade religiosa, tema que ressoa na comunidade da Vila Vintém.

Descobertas e conexões espirituais

A pesquisa revelou coincidências surpreendentes. Lisa, historiadora especializada na Casa Branca, era justamente uma filha-de-santo do terreiro. “Ela estava lá quando chegamos, como se fosse um sinal”, conta Milato. Louzada destaca a dimensão épica: “É uma novela de capítulos: tráfico negreiro, resistência, sincretismo. Trouxemos sínteses, mas cada detalhe carrega fundamento”.

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A grandiosidade do desfile reflete esse rigor. São 11 alegorias repletas de esculturas simbólicas, como tronos de orixás e navios que remetem à diáspora. “Nada é aleatório: até as 300 saias das baianas têm padrões iorubás”, enfatiza Louzada. A comunidade, porém, é o “motor”: “Eles cantam como ninguém. Serão nossa voz na avenida”, vibra Milato.

Magia da primeira vez: parceria e pressão

Para Milato, a estreia no Especial é “um turbilhão”. “Nem penso na minha carreira. O foco é garantir que a UPM nunca mais saia do Grupo”, diz. Louzada, veterano, elogia o parceiro: “Ele desenha um carro em minutos, tem energia de quem nasceu carnavalesco”. A dupla evitou conflitos criativos com diálogo constante. “Cada fantasia foi debatida. Não há ‘minha’ ou ‘sua’ ideia – é tudo nossa”, resume Milato.

O desafio é imenso: a escola subiu de grupo com estrutura limitada e precisou refazer 70% dos carros. “Mas a comunidade entendeu: este carnaval é um recomeço, não um ponto final”, afirma Louzada.

O trunfo: O boi, a comunidade e a fé

Os carnavalescos apostam em símbolos. “O Boi da UPM é tão amado quanto a águia da Portela. Ele guiará a narrativa”, adianta Louzada. Milato completa: “Nossa força vem da Vila Vintém. Eles entrarão na avenida com fome de permanecer no Especial”.

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Para encerrar, uma promessa: “Será um desfile que une arte e devoção. Quando o Boi passar, verão o coração da Zona Oeste pulsando”, concluem. A Unidos de Padre Miguel não quer apenas voltar – quer renascer.

Conheça o desfile da UPM

A Unidos de Padre Miguel virá com as seis alegorias permitidas pelo regulamento. O abre-alas é composto de três chassis. A escola ainda trará um elemento cenográfico para a comissão de frente e um tripé para contar o enredo. Os carnavalescos ressaltaram que o abre-alas tem 118 esculturas, e o segundo carro terá 98, sendo considerados todos os elementos que estão decorando o carro ou sendo inseridos no carro. Os componentes virão, além dos carros e outros segmentos, em 28 alas. Alexandre Louzada e Lucas Milato falaram ao CARNAVALESCO sobre os setores que o desfile vai apresentar para retratar a história de Iyá Nassô.

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Setor 1: “A gente abre com essa África real, um cortejo real de Oyó. O Boi vermelho vai buscar um reino de Oyó, o início da nossa história para contar essa saga, que é de onde a Iyá Nassô veio, onde ela tinha um grande cargo. Inclusive, Iyá Nassô é o cargo que ela tinha dentro do reino de Oyó. Então, esse primeiro setor é todo dedicado a essa imponência desse reino”.

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Setor 2: “A gente já parte para a travessia, que é no momento que esses impérios, tanto o de Oyó quanto o de Ketu, entram em um declínio. E essas princesas, tanto o Iyá Nassô de Oyó, e a Iyá Adetá e Iyá Kalá de Ketu, partem nessa travessia, já na condição de escravizadas, rumo a Salvador. É esse momento de travessia. Só que a gente mostra isso de uma forma que tentamos desmistificar essa travessia mais dolorosa. A gente tira isso. Não que a gente tenha apagado a dor, mas a gente quer mostrar mais, como o nosso samba fala, sangue de preto é mais forte que a travessia. Então, eles vêm ao mesmo tempo nessa saga de sacrifício, eles também vêm abençoados pelas entidades do mar, que conduzem para chegarem vivos e fazer iniciações. Então, essa é a travessia dessas realezas, da realeza de Ketu, da realeza de Oyó. A travessia é essa, realizada em decorrência desse declínio dos impérios, mas que foi realizada sob as proteções de Iemanjá, e com também ali as bênçãos e a proteção de Olokum. Então, elas chegam em Salvador, já com essas bênçãos de Iemanjá e Olokum”.

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Setor 3: “Já começa o primeiro culto, na Igreja da Barroquinha, mais precisamente nos fundos da igreja, onde a Iyá Nassô começa a difundir esse culto aos orixás, e é reconhecida pelos seus iguais, que também vieram dos mesmos lugares. E a gente faz essa alegoria três para mostrar um sincretismo, a gente mistura alguns elementos da religião católica com a iorubá. O que seria sagrado para os católicos é sagrado também para o povo iorubá que vem para cá. A gente mistura essas duas características africanas e europeias nesse cenário que a gente chama de Igreja da Barroquinha. As iás chegam a Salvador, aportam a Salvador, plantam o primeiro axé ali na região da Barroquinha e em um ceário de intenso preconceito e repressão religiosa, principalmente com as religiões de matriz africana, elas utilizavam as igrejas católicas como uma espécie de fachada. Elas se apropriam dessas irmandades para que elas consigam manifestar a sua fé nesse primeiro cenário inicial de extrema intolerância religiosa, nesse primeiro momento que elas chegam a Salvador na região da Barroquinha, já na condição de escravizadas”.

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Setor 4: “O próximo setor é um marco decisivo que é um divisor de águas. Quando eclode a Revolta dos Malês, a Iyá Nassô já estabelecida, já casada aqui, constituindo uma família, filhos. Pelo culto aos orixás, principalmente a Xangô, os filhos são confundidos com os revoltosos malês pela cor da sua vestimenta, por algumas características. Os malês também lutavam pela sua religião. E a Iyá Nassô tem um ato de inteligência, além de bravura, para livrar os filhos do castigo de uma prisão, possível até de morte. Ela escreve uma carta para o imperador pedindo que, oferecendo o banimento da sua família, em troca da liberdade, com a promessa de que retornem ao África, e nunca mais voltarem ao Brasil, mas é o que acontece.

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Setor 5: “Depois disso tudo, depois que a Iyá Nassô negocia com o governo baiano e retorna para a África, ela retorna para a África com Marcelina, uma de suas filhas, mas Marcelina depois de um tempo retorna para o Brasil para continuar o legado de Yá nasceu. Marcelina retorna para a Barroquinha, mas a Barroquinha está passando por um período de reestruturação, de uma pseudo modernização, mas na realidade não era, era mais um ato do governo para desapropriar aquela região da Barroquinha de manifestações afro-brasileiras. Então é nesse momento que Marcelina migra para o Engenho Velho e de fato levanta na estrutura do terreiro da Casa Branca onde ele está, onde ele se encontra até hoje. Então é esse momento do terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, localizado no Engenho Velho, com o terreno dedicado a Oxóssi, o Axé de Oxum e o trono dedicado a Xangô. E é ali que, com ela, que vem o que nós chamamos de Jogo de Búzios”.

Setor 6: “E, por fim, a gente fecha o nosso carnaval fazendo essa comparação do Egbé de Iyá Nassô com o Egbé da Unidos de Padre Miguel, em que a gente fala de comunidade. E a gente poderia dizer que o final tem a representatividade dos ancestrais, que respeitavam a sua ancestralidade. A gente traz a nossa ancestralidade da Unidos de Padre Miguel no último quadro, como se o Olorum, o Deus maior, estivesse abençoando e cuidando do boi, seja lá onde ele for”.

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