A peça “Limbos”, que está em cartaz até o dia 15 de setembro no Teatro Ruth de Souza, oferece uma rica e multifacetada narrativa que explora a complexidade das relações familiares enquanto celebra a tradição do Carnaval carioca, tudo isso sob os arcos da Sapucaí. Com a encenação de Renata Tavares, vencedora dos Prêmios Shell e APTR 2023, a peça mergulha nos desafios da adoção e na construção de famílias não tradicionais, destacando a representatividade preta de forma significativa.
Foto: Divulgação
A trama acompanha Augusto, interpretado por Marco Guian, um carnavalesco apaixonado da Unidos do Cachambi, da série prata, que também trabalha como motorista de aplicativo. Augusto enfrenta o medo de dar o próximo passo em sua vida e assumir o papel de pai, além de corresponder às expectativas de seu marido, Antônio. Esta jornada revela a tensão entre o desejo de formar uma família e as responsabilidades envolvidas, oferecendo uma perspectiva sensível e autêntica sobre a paternidade.
“Limbos” se destaca por integrar elementos culturais afro-brasileiros e a energia vibrante do Carnaval. A peça inclui sambas-enredo clássicos, que não apenas enriquecem a experiência sensorial do público, mas também adicionam uma camada de nostalgia e celebração à narrativa. A inclusão desses sambas-enredo clássicos evoca a essência do Carnaval carioca, criando uma conexão emocional com o público e destacando a importância cultural do evento.
Com uma equipe técnica majoritariamente preta, “Limbos” reforça o compromisso com a representatividade e a valorização da cultura negra. A peça é um reflexo da diversidade e da riqueza cultural presentes na produção artística, promovendo uma visão inclusiva e autêntica da paternidade e do Carnaval.
Com um enredo que aborda a construção de famílias e os desafios da paternidade de forma sincera e reflexiva, “Limbos” oferece uma visão abrangente e envolvente da paternidade e do Carnaval, explorando temas universais com um toque festivo e representativo. A peça promete ser uma adição significativa ao calendário cultural do Rio de Janeiro, combinando emoção, reflexão e a alegria contagiante do Carnaval.
Serviço – “Limbos”
Em cartaz: de 4 a 15 de setembro de 2024
Horário: quarta, quinta, sábado as 19h, e domingo as 17h
Local: Teatro Ruth de Souza
Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ, 20241-050
Ingressos: R$ 10,00 (inteira), R$ 5,00 (meia entrada) disponíveis em https://riocultura.eleventickets.com/#!/evento/47ebaaea82bd5d84c3eb217a4173493671e6ad9a
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos
O Acadêmicos do Salgueiro está com inscrições abertas para a nova turma do Curso de Cuidador de Idoso, voltado para quem busca formação gratuita na área. As inscrições podem ser realizadas presencialmente na Quadra do Salgueiro, localizada na Rua Silva Teles, 104, sempre às sextas e sábados, das 9h às 13h. Para efetuar a inscrição, é necessário apresentar documento de identidade, comprovante de residência, além de doar um pacote de fralda geriátrica e 1 kg de alimento não perecível.
As aulas terão início no dia 17 de setembro e ocorrerão todas as terças-feiras, das 18h às 21h. O curso oferece uma oportunidade diferenciada, já que os alunos terão experiência prática garantida por meio de estágios na área de cuidados com idosos, possibilitando a entrada no mercado de trabalho com vivência na profissão.
A União do Parque Acari realizará, no próximo domingo, 15 de setembro, a segunda aula de samba no pé. O encontro acontecerá na antiga Favo do Acari, sob a coordenação de George Louzada, responsável pelos passistas da escola, e contará com a presença especial de Larissa Reis, musa da Unidos de Padre Miguel.
Foto: Divulgação
Larissa Reis, além de musa, é uma experiente instrutora de samba no pé, com mais de 20 anos de trajetória no Carnaval. Ao longo de sua carreira, já desfilou por grandes escolas de samba como Acadêmicos do Salgueiro, Estácio de Sá, Paraíso do Tuiuti, Mocidade Independente de Padre Miguel e Renascer de Jacarepaguá. Seu talento no samba já a levou a diversos países, onde ministrou aulas em locais como Austrália, França, Suíça, Argentina, Uruguai, Paraguai, Etiópia, Nigéria e Guiné Equatorial.
No Carnaval, Larissa também acumulou diversos títulos de destaque. Já foi musa da Renascer de Jacarepaguá, Acadêmicos do Sossego e Estácio de Sá, onde também coordenou a ala de passistas. Iniciou sua trajetória no samba aos seis anos de idade, influenciada por sua mãe, que a levava às quadras das escolas de samba. Entre suas conquistas, destacam-se os títulos de rainha de bateria da Lins Imperial e rainha dos passistas do Paraíso do Tuiuti e Acadêmicos do Salgueiro.
Para o Carnaval de 2025, a União do Parque Acari se prepara para seu segundo desfile na Marquês de Sapucaí, competindo pela Série Ouro da Liga-RJ. O enredo “Cordas de Prata – O Retrato Musical do Povo”, assinado pelo carnavalesco Guilherme Estevão.
Serviço
Data: 15 de setembro
Horário: 10h30
Local: Rua Piracambu, Nº 604 – Acari (Antiga Quadra da Favo do Acari)
Valor: R$ 20,00 para não passistas da agremiação
Nesta sexta-feira, 13 de setembro, a Unidos de Padre Miguel realizará a aguardada final do concurso Musas da Comunidade, evento que promete agitar a quadra da escola, na Vila Vintém. O concurso, idealizado exclusivamente com as meninas da ala de passistas, começará às 22h. A entrada é gratuita até meia-noite; após esse horário, será cobrada uma taxa de R$ 10.
Fotos: Diego Mendes e Thiago Mattos/Divulgação UPM
Cinco talentosas finalistas disputarão o título de Musa da Comunidade, mas apenas duas serão escolhidas para integrar o quadro de musas da escola . As vencedoras representarão a agremiação em eventos e no desfile oficial do Carnaval em 2025.
“As Musas da Comunidade simbolizam a essência da nossa escola e a força da nossa gente. Este concurso é uma maneira de valorizar as raízes e o compromisso dessas jovens que carregam o nome da Unidos de Padre Miguel com tanto orgulho- ” afirmou Lara Mara, diretora de Carnaval da Unidos de Padre Miguel.
Conheça as finalistas
Laryssa Vieira (15 anos):Estudante, está na Unidos de Padre Miguel há 7 anos.Camila Villar (25 anos):Correspondente bancária e estudante de Radiologia, faz parte da escola há 14 anosIaffa de Paula (37 anos):Estudante de Odontologia, integra a Unidos há 9 anos.Crislin Andrade (32 anos): Promoter, produtora de eventos e nail designer, tem 26 anos de dedicação à escola.Thamires Mattos (29 anos):Promoter de eventos, está na Unidos de Padre Miguel há 2 anos.
Em 2025, a Unidos de Padre Miguel será a primeira escola a desfilar no Grupo Especial, marcando seu retorno à elite do carnaval carioca após 52 anos. O enredo “Egbé Iyá Nassô”, trará uma profunda imersão na história afro-brasileira, destacando o legado de Iyá Nassô e a relevância do terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, o mais antigo templo afro-brasileiro em atividade. A quadra da Unidos está localizada na Rua Mesquita, 8, em Padre Miguel
No próximo dia 13 de setembro, a quadra da Portela será o cenário de uma celebração especial do samba com a estreia da Roda de Samba A Velha Jaqueira. Inspirado nos lendários terreiros de samba de Oswaldo Cruz e Madureira, e na icônica jaqueira que fez parte da história da Portela, o evento visa prestar uma homenagem às raízes do samba carioca.
Foto: Anderson Baptista/Divulgação
A jaqueira, que durante muitos anos testemunhou os primeiros ensaios e encontros de sambistas na Portela, foi imortalizada no samba de Zé Kéti, composto após a árvore ser derrubada. Agora, a famosa jaqueira serve de inspiração para a roda de samba idealizada pelo talentoso músico Camarão Netto, o mais jovem membro da Velha Guarda Show da Portela. O evento tem como objetivo reviver e celebrar essa rica tradição do samba carioca.
“Este evento é uma forma de reverenciar a história do samba. A Velha Jaqueira é um tributo à memória da jaqueira que fez parte da história e aos terreiros que moldaram o samba. Queremos manter o samba sempre aceso na memória dos mais velhos para passar o legado a nova geração, para que assim, nossas raízes sejam valorizadas e reverenciadas“, declara Camarão Netto, que além de idealizador da roda de samba, também é Diretor da ala dos compositores da Portela.
A roda contará com a participação de renomados sambistas como Belôba, Nando Gigante, Cecília Cruz, Jane Carla, Ledjane Mota, Wallace Porto, Alex Almeida, Abel Luiz, Evandro Lima e é claro, o idealizador do evento Camarão Netto.
Com produção da ‘Inclusa Acesso e Experiência’, o evento será realizado mensalmente na quadra da Portela e promete uma noite inesquecível para todos os amantes do samba. Os ingressos estão disponíveis a partir de R$10,00 no site Sympla e também poderão ser adquiridos na bilheteira do evento no dia.
Serviço: Roda de Samba Velha Jaqueira
Data: 13 de setembro
Horário: A partir das 20h
Local: Quadra da Portela – Rua Clara Nunes, 81, Madureira, Rio de Janeiro
Ingressos: A partir de R$10,00 – à venda no site Sympla ou na bilheteira no dia do evento
A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente na segunda etapa da disputa de samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2025. Na próxima quinta-feira será divulgado quem segue no concurso. A terceira etapa acontece na terça-feira. *OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de Mariano Araújo: O primeiro samba da noite foi assinado pelos compositores Mariano Araújo, Foca, Moisés Santiago, Dionísio M. Bombeiro, Wolkester Rolleigh. A torcida compareceu com muitas bandeiras no centro da quadra. O palco foi muito bem conduzido por Tuninho Júnior, Chicão e Ciganerey, onde obtiveram um canto firme e seguro. O principal destaque foi o início da segunda parte que fazia com que o samba não caia “Meu chão tem feitiçaria (vem que vem)/ Herança de Daomé (Daomé). A cabeça do samba também passou bem na quadra e foi o outro destaque “No embalo das marés/ No azul de além mar/Três princesas embarcaram sob a decisão do rei”. A melodia do refrão de meio não pega tanto como o refrão de cabeça que passou animado. O bis “É de parailô, é de parailá” foi um outro momento animado do samba. Apresentação regular da primeira parceria da noite.
Parceria de Gabriel Simões: O segundo samba da noite teve a autoria dos poetas Gabriel Simões, Ronaldo Jr., Adam Renê, Victor Mendes e Maykon Rodrigues. A torcida compareceu de forma tímida e assim como a primeira parceria, trouxe bandeiras e alguns bandeirões. O talentoso Intérprete da São Clemente Rafael Tinguinha comandou o palco. O rendimento do samba foi satisfatório e a obra tem potencial para crescer mais. A melodia foi valorizada na parte “Contam que um sultão em guerra/Para além das suas terras/Suas filhas embarcou”. A melodia continua sendo destaque no refrão de meio “Averequete, pombo roxo, é Jurema/Senhor das Espumas, Totem das ondas do mar!” Surge do barro energia de Auí../A flor mais bonita, semente de bacuri”. O refrão principal passou bem na quadra, principalmente pelos versos “Vem pra roda, menina! Aqui ninguém fica só” e Passarinho que te trouxe? Foi o povo tricolor”.
Parceria de Elias Bililico: o terceiro samba da noite de eliminatória da Grande Rio foi assinado pelos compositores Elias Bililico, Xande de Pilares, Manfredini Henrique, Edinho Games, Sergio Daniel. A torcida compareceu e se manteve animada até o final da apresentação. Victor Cunha, Thiago Britto e Nino do Milênio conduziram o palco. O trio foi ótimo e obtiveram um canto fime, não perdendo rendimento com o decorrer das passadas. A melodia da obra é caprichada e fluída, isso fica perceptível logo na cabeça do samba “Mistério… Meu canto baila no ar/O oriente ao luar e poesia/Revela a saga das princesas/Mariana, Herondina e Jarina”. O pequeno refrão na “meiuca” do samba passou bem animado e foi um dos destaques “Chama “averequete” o chama “Vere”/Chama Averequete o “palaie”. Outra parte que passou bem no samba e bastante animada “É marajo… jureme.. jurema/Tem gente que vira bicho, magia do Rio-mar/É marajo… jureme…jurema/ Fundamento de caboclo, pena e maraca”. Animação a apresentação teve de sobra e isso também foi visível no refrão principal. A parceria realizou uma apresentação muito boa e foi uma das apresentações de destaque da noite.
Parceria de Marcio André: O quarto samba da noite foi assinados pelos poetas Marcio André, Denilson Sodré, Dinho Artigrili, Marco Moreno e Lico Monteiro. Algo inusitado aconteceu, a parceria optou por não levar nenhum torcedor. O samba foi bem defendido pelos intérpretes Charles Silva e Wantuir. É bom frisar que o palco não se abateu com a falta de torcida e defenderam bem a obra. O destaque principal foi o refrão de cabeça que obteve um bom rendimento “Vem carimbo, quero mais carimbolar/Sou Grande Rio no encontro do mar/O destino me leva…Princesa/Tá na barra da saia o balanço da correnteza”. Na melodia, uma parte que vale a pena destacar é a virada melódica “Pelo banzeiro no barco do meu Grão Pará”. A parceria optou por levar alguns bis, além dos dois refrãos ao longo da obra “Meu canto tem o poder da tempestade ” e “Maré encheu… Estremeceu”. Na saída do curto refrão de meio, o samba cai um pouco “Pajelança, quatro contas e doutrina/A garra de herondina/ O canto de Mariana ecoou”. Foi uma apresentação satisfatória da parceria.
Parceria de Dere: O quinta obra a passar pela quadra da Grande Rio nesta terça, foi dos compositores Dere, Licinho Santos, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Eduardo Queiroz. Uma das parcerias mais aguardada levou um número bem reduzido de torcedores. Igor Pitta sempre muito afinado, conduziu muito bem a obra e o palco. O samba entrega muito em melodia e chamou atenção a variação melódica no verso “Ê Curimbó, é batuque da encantaria”. Outra parte de destaque é o preparo para o refrão principal “Ererê erê arêá/A doutrina que me rege baila na preamar/Ererê erê êrá/Olha que jambu na cuia faz tremer o Grão-Pará!. Outra parte de destaque foi o refrão principal que teve um bom rendimento na quadra. Uma parte do samba que vale uma atenção especial para a próxima apresentação é a cabeça do samba, pois não passou bem como as outras partes que citei. O samba passou bem na quadra e tem potencial para crescer mais na disputa.
Parceria de Diogo Nogueira: O penúltimo samba da noite teve a autoria dos compositores Diogo Nogueira, Myngal, Inácio Rios, Federal e Igor Leal. A torcida foi a maior da noite e fez uma linda festa regada a muito curimbó. Igor Vianna foi bem demais na condução do samba, sendo um dos grandes destaques da noite. A melodia é mais diferente da disputa pois foge do habitual, como por exemplo no final da primeira parte do samba, antecendo o refrão de meio “Marejados saudade, três maresias/Muraquitã no peito/Sob um céu de azulejo/O balanço do banzeiro/Revelou as profecias. Outra parte bem diferente quanto a melodia é no final da segunda, chamando para o refrão principal “Chamegando está me chamando/O povo mandou me chamar/Pororocas Parawaras, é de parailá/É parailô… é de parailá”. O refrão de meio é um verdadeiro chiclete e animou a torcida, principalmente pelo primeiro verso “Chama Verequete… Oh Verê”. O refrão principal também obteve um bom rendimento em toda a apresentação. A obra obteve êxito na quadra realizando uma apresentação de qualidade.
Parceria de João Carlos: O último samba da noite foi assinado pelos compositores João Carlos, Adilson Quaresma Jorge Aila, Altamar Franco e Max Pierre. A torcida compareceu em número reduzido mas isso não foi um problema, pois mostraram o samba na ponta da língua. Felipe Lima foi o responsável por conduzir a obra e obteve êxito. O refrão de meio foi o grande destaque da apresentação “Jureme, jurema/Oi, da licença, quero passar/Faz da avenida, o seu gongá/De arco e flecha a desfilar”. A apresentação teve uma queda visível no início da segunda parte da obra “Arara, jiboia, onça pintada/ Trindade ajuremada, se encantou. Comparando com as outras apresentações, essa ficou levemente atrás.
A VOZ QUE VEM DA AMAZÔNIA SOU EU
CABOCLO MUNDURUKU NÃO SE ENTREGA JAMAIS
PARIWAT É O NOSSO ETERNO ALGOZ
QUEM TRAZ O PROGRESSO NA MALA, INVADE O TAPAJÓS
LIDA TEU NOME É FORD
BICHO QUE ASSOPRA E MORDE
MAL QUE SE INSTALA E NÃO SE PERDURA
COBIÇA QUE MATA E FAZ SOFRER
A PALAVRA É SOBREVIVER
NA FLORESTA ONDE MORA A CURA
NO TAPAJÓS, QUE EM SEGREDO ESSA MATA GUARDE
FORDLÂNDIA É A CIDADE
ONDE UM SONHO DE VENCER FICOU PRA TRAZ
O PESADELO NASCE COM OS SERINGAIS
SEGUE O RIO UM BARCO DE ENCANTES
NUM HORIZONTE VERDEJANTE
ONDE NADA ERA VERDADE
A ESPERANÇA RESIDIA
NO ESCURO DA ESTRADA
A PORANGA ALUMIA
QUEM VENCEU NÃO LEVOU NADA… QUE IRONIA
ACABARAM OS ENCANTOS, SILÊNCIO NA MATA
A NOITE É SOMBRIA
BRILHA UM NOVO SOL, NUM BELO DIA
O DONO DA TERRA VOLTOU PRA FICAR
DE BRANCO E ENCARNADO
MEU SAMBA É A FLECHA ANCESTRAL
AMAZÔNIA LIVRE
GRITOU SÃO GONÇALO
DE PUNHO CERRADO, NÃO QUEBRE A CORRENTE
POR TODO BRASIL, POR TODA ESSA GENTE
NA PORTO DA PEDRA, A FLORESTA VENCE!
MUNDURUKU
É O SOL QUE BRILHA LÁ NO NORTE, A NOSSA VOZ
VENTO QUE SOPRA PELO RIO TAPAJÓS
É O SOM DA MATA QUE ECOA NA RAIZ
ATIRO A PONTA DA MINHA FLECHA
MIRANDO EM SEU PEITO E NA SUA AMBIÇÃO
MEU VELHO, NÃO ESQUEÇA QUE A FLORESTA
NÃO SE RENDE FEITO OS DONOS DA NAÇÃO
BARCAÇA VAI TRAZER…
OS FERROS QUE ERGUEM A CIDADE ARREDIA
CONFUNDEM ENGRENAGEM COM SABEDORIA
IGNORANDO OS SEGREDOS DO LUGAR
BARCAÇA VAI LEVAR…
MEU OURO BRANCO, RASGADO EM SERINGAIS
A ESPERANÇA É DEIXADA PELO CAIS
PRA QUEM UM DIA SÓ QUERIA SONHAR
Ê CABOCLO DE BUBUIA… QUERO VER! QUERO VER!
QUEM VAI ACORDAR ANTES DO AMANHECER?
NO RIBEIRÃO, VÁ BUSCAR TRACAJÁ!
NÃO TEM CAPITÃO SE MEU POVO ZANGAR!
DEIXA QUE O CANTO JÁ ECOOU
QUANDO TODA FUMAÇA SE DISSIPOU
EAÊ AÊ… NOSSA LUTA NÃO DÁ PRA COMPRAR
EAÊ AÊ… AMAZONIA RESISTIRÁ
EM CADA VOZ DO JURUENA
TRANSFORMADA EM POEMA NUM ANTIGO RITUAL
NÃO TEMOS O TEMPO DOS PARIWÁ
BORRACHA NENHUMA PODE APAGAR
A NOSSA HISTÓRIA!
A NOSSA GENTE!
MEU CARNAVAL!
VERMELHO URUKUM! O TIGRE DE GUERRA!
NÃO SE ESCONDA QUANDO EU VOLTAR
EU SOU ORGULHO E PAIXÃO
BEM MAIS QUE UM PAVILHÃO
A FORÇA QUE FAZ ESSE POVO LUTAR
Na tarde do último sábado, durante a feijoada da família portelense, o presidente Fábio Pavão recebeu a Medalha Tiradentes em reconhecimento ao enredo “Um Defeito de Cor”, que foi levado à Marquês de Sapucaí este ano. Na ocasião, ao lado da presidente de honra, Tia Surica, ele falou sobre a importância dessa conquista.
Foto: Magaiver Fernandes/Divulgação Portela
“A Medalha Tiradentes é a maior honraria do nosso Estado. Para mim, como cidadão e servidor do Estado do Rio de Janeiro, é uma grande honra. Como Presidente da Portela, esta medalha é extensiva a todos da escola. Transformar as quase mil páginas de ‘Um Defeito de Cor’ em enredo carnavalesco foi um desafio, mas desde que os carnavalescos apresentaram a proposta, tivemos plena confiança de que seria um sucesso”, enalteceu o presidente.
Pavão destacou também a importância da agremiação no carnaval carioca ao levar para Marquês de Sapucaí um enredo de reflexão social. Em seu discurso ao receber a Medalha Tiradentes, ressaltou que a Portela cumpriu um papel ao transmitir uma mensagem profunda e reflexiva no desfile.
“A Portela cumpriu seu papel ao usar a Sapucaí para transmitir uma mensagem que certamente provoca reflexão. Apresentamos não apenas uma obra literária, mas contribuímos para dar visibilidade à luta das mulheres negras em busca de seus filhos. A escola desempenhou um papel significativo tanto no debate sobre gênero quanto na discussão sobre a questão racial. Agradeço à Deputada Zeidan e à Alerj por esta homenagem“, declara Fábio Pavão.