2024 foi um ano memorável para o Botafogo. O time foi campeão do Campeonato Brasileiro e também garantiu o título internacional na Copa Libertadores. Mas não foi só no gramado que a estrela alvinegra brilhou. A escola de samba Botafogo Samba Clube foi uma das campeãs da Série Prata do carnaval carioca, e desfilará pela primeira vez na Marquês de Sapucaí em 2025. A estreante da Série Ouro vem com componentes felizes e, em sua maioria, botafoguenses de coração, que compartilham a emoção de representar o time
na avenida.
“É uma sensação maravilhosa estar aqui depois de um ano tão glorioso. Eu só tenho experiência com o carnaval em blocos de rua, mas estava doido para entrar no Botafogo Samba Clube. Fiquei o ano passado todo na expectativa, e no final recebi a notícia que tinha passado na audição para ser um componente da escola. Foi o meu presente de Natal, e como nasci em dezembro, também foi de aniversário”.
Torcedor fanático, ele mostra que eternizou a paixão pela Estrela Solitária no próprio corpo. “Tenho uma tatuagem que representa o meu pai que faleceu, que era botafoguense e deixou essa torcida de herança para mim. Recentemente, também tatuei meu filho na coxa. Assim como meu pai fez comigo, passei esse amor para ele, que é Botafogo desde que nasceu. Fico muito feliz”, relata Daniel Assunção, de 34 anos, bailarino da comissão de
frente.
O Botafogo virá com o enredo “Uma Gloriosa História em Preto e Branco”, desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza.
“Vamos trazer a história das origens do nosso clube de futebol. O enredo fala da criação do bairro Botafogo até o surgimento do time, homenageando os primeiros jogadores. Traremos a questão do Engenhão, e de como a gente vem lutando todos esses anos. O público pode esperar, principalmente, muita emoção na avenida, porque o Fogão é garra, é força. É uma conquista muito grande estar aqui hoje”, explica a designer Vanessa Jansen, de 40 anos, que desfila na ala de abertura da Samba Clube.
A moça acredita no poder das escolas de samba que têm clubes de futebol como base, não encarando isso como um problema para a avaliação dos jurados. “Quando a coisa é levada a sério, está valendo. Qualquer enredo que envolve trabalho duro, que alguém dá o sangue, vale. O importante é sempre trazer o melhor espetáculo possível para o pessoal que vem assistir. E carnaval é isso mesmo, o povo tem que se divertir”.
Daniel Assunção concorda com esse pensamento: “Acho a junção do carnaval com o futebol uma maravilha. Mais clubes e escolas tinham que adotar essa sintonia”.
Atualmente, no Rio de Janeiro, além da Botafogo Samba Clube, as escolas de samba ligadas a times de futebol são a Fla Manguaça, do Flamengo, e a Força Jovem, do Vasco. Elas desfilam na Estrada Intendente Magalhães, na Zona Norte da cidade.
“No Rio esse tema ainda é um pouco tabu. Em São Paulo, ninguém liga. Lá tem a Gaviões da Fiel, do Corinthians, e a Mancha Verde, do Palmeiras, que são fortíssimas. Aqui a galera fica meio cabreira. Mas no primeiro dia de carnaval, seremos a primeira escola a mostrar para o Rio de Janeiro que futebol e carnaval andam juntos”, comenta a torcedora Vitória Cristine, que desfilará no último carro alegórico do Botafogo, que homenageará os ídolos do time. A jovem advogada de 26 anos estará acompanhada pela amiga, Júlia Nicolau, alvinegra de berço.
Júlia nasceu no Espírito Santo, mas mora no Rio há dez anos. Atualmente com 27 anos, ela trabalha com marketing, e apesar das raízes capixabas, afirma ser botafoguense desde que nasceu, graças à sua família. As amigas contam que o amor pelo Glorioso fortaleceu a amizade delas, a ponto de fazerem uma tatuagem juntas.
Para elas, desfilar na escola é uma experiência incrível. “Juntamos as duas paixões que temos. A gente vive o carnaval e a gente vive o Botafogo”, diz Júlia.
“Sempre gostei muito de carnaval. Para mim é a realização de um sonho estar aqui vendo pela primeira vez o Botafogo Samba Club na avenida. É surpreendente”, conclui Vitória.
Em 2025, Evandro Malandro vai para o seu sexto carnaval como intérprete da Acadêmicos do Grande Rio. Entre seus trabalhos está o campeonato de 2022 (“Fala, Mejeté! As sete chaves de Exu”) e o vice-campeonato de 2020 (“Tata Londirá: O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias”), entre outros excelentes trabalhos.
Evandro começou no carnaval de Nova Friburgo (RJ), sua cidade natal, passou pelo Grupo de Acesso de São Paulo, pela Série Ouro do Rio de Janeiro e chegou na Grande Rio para o desfile de 2019 a convite do presidente Jayder Soares. O cantor emprestou sua identidade extrovertida ao carro de som e faz parte dessa renovação de imagem da escola caxiense.
Abaixo, está a entrevista feita com Evandro Malandro sobre sua carreira e sua conexão com a Grande Rio:
O que a Grande Rio representa na sua vida?
“Tudo! Grande Rio mudou a minha vida em tudo que você possa imaginar. Me tirou da minha terra natal, Nova Friburgo, e me deu a visibilidade e o carinho do caxiense. A Grande Rio é tudo na minha vida”.
O Jayder Soares )patrono) disse para gente que tem orgulho de ter trazido você para a Grande Rio. Foi ele mesmo? Conta essa história
“Eu tenho uma honra danada de ter conhecido seu Jayder Soares, em 2009, quando eu comecei a defender sambas. Agora, com essa virada de chave na minha vida, virando cantor da Grande Rio, todo carinho que seu Jayder Soares, Leandro Soares, Helinho de Oliveira e meu presidente Milton Perácio me passam, eu tento retribuir com muita responsabilidade e muito trabalho”.
O mestre Fafá fala que você já é o maior cantor da história da Grande Rio. O que pensa disso?
“Fafá é meu irmão! Vindo de uma pessoa que é muito Grande Rio, que é nascido mesmo da barriga da mãe, eu me sinto muito honrado por ter uma pessoa como o Fafá falando isso de mim. Me sinto um cara abençoado por Deus”.
O que representa cantar esse samba de 2025 na sua carreira?
“Cantar sobre o Pará, cantar sobre essa cultura, o paraense está muito feliz. O mínimo que eu posso fazer é transferir essa responsabilidade para todos na Sapucaí. Cantar o Pará é muito bacana. “Quem foi ao Pará parou/ Tomou açaí, ficou” (cantou)”.
É sorte e/ou competência ter cantado o samba de 2020, depois Exu e agora esse?
“É competência com muito trabalho. Sobre a sorte, eu costumo dizer desde meus 12 anos, quando eu comecei a estudar música, que, quanto mais eu estudo, mais sorte eu tenho”.
Falam que você tem o jeito de cantar da nova Grande Rio. Como é esse jeito?
“Na verdade, é a mesma Grande Rio com um Evandro Malandro que todos os presidentes aceitaram e, principalmente, toda Caxias, toda Grande Rio, aceitaram esse jeito malandro de ser, extrovertido, irreverente, um malandro que gosta de cantar com as melodias. Tem aquela coisa aguerrida, mas com muita melodia. Eu estou muito feliz com o jeito que a Grande Rio aceitou o Evandro Malandro, esse filho que a Grande Rio aceitou e eu não vou desgrudar nunca”.
É diferente trabalhar com mestre Fafá e a bateria sem correr?
“Existe uma diferença musical que é cadência e andamento. São totalmente diferentes, a cadência do andamento. Eu me dou muito bem com o Fafá porque, nas baterias que eu cantei, eu me senti muito feliz por serem baterias cadenciadas. Cubango era uma bateria muito cadenciada quando eu passei, Renascer de Jacarepaguá, em São Paulo, a Imperador do Ipiranga. Eu venho de duas baterias cadenciadas que são de Nova Friburgo que são duas escolas que eu tenho no meu coração, a Unidos da Saudade e a Vilage [no Samba], que tinham mestres que eram muito cadenciadas”.
Para o Carnaval 2025, o Águia de Ouro irá apostar em uma nova homenagem. Assim como no ano de 2024 a agremiação da Pompeia fez um tributo a um dos maiores radialistas da história do Brasil (Eli Corrêa), no próximo desfile, a azul e branca da zona oeste irá levar um consagrado artista da música brasileira para o Anhembi, Benito di Paula. Com a força das obras do artista, a agremiação pretende alçar voos maiores no carnaval paulistano, pois desde 2020, quando ganhou o seu título, não conseguiu alcançar o Desfile das Campeãs novamente. Na tentativa deste sucesso, a contratação do carnavalesco André Machado foi feita, visto que o profissional vem de um vice-campeonato e uma quinta colocação com a Mancha Verde. O artista, que realiza sua estreia no Águia de Ouro, recebeu a equipe do CARNAVALESCO na quadra da escola e concedeu entrevista, dando detalhes do tema e como a Pompeia irá para o próximo desfile. A agremiação abrirá o sábado de carnaval com o enredo “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do Jeito Que a Vida Quer”.
O carnavalesco revelou que já tinha um tema em mente, mas em conversa com o presidente Sidnei Carrioulo, optaram pela homenagem. André classificou como um presente. “Esse enredo surgiu logo após uns 20 dias do Carnaval 2024. Quando eu entrei na escola e já comecei a pesquisar um outro enredo, o presidente veio com esse presente de falar sobre o Benito de Paula. Em uma conversa que a gente teve, no almoço, ele deu a ideia do Benito de Paula. Na hora eu aceitei porque existem memórias afetivas. Meu pai sempre escutou as músicas dele. Eu ouvia quando criança e eu acho que a obra dele é muito fácil de ser contada plasticamente. Na mesma hora eu fiquei muito feliz com essa possibilidade de falar de Benito, até porque é um cara que o mundo do samba gosta demais, tanto é que quando lançou o enredo tiveram só comentários positivos na internet. O curioso é que uma galera que nasceu do ano 2000 para cá não tinha nem noção de quem era Benito di Paula. Depois do lançamento do enredo do Águia, as pessoas começaram a procurar para saber quem era e teve o feedback de pessoas mandando mensagem: ‘Eu sempre cantei essa música e não sabia que era do Benito’. Logo de cara foi bem positivo essa responsabilidade de falar desse ícone da música popular brasileira”, disse.
Homenagem às obras de Benito di Paula
Após bater o martelo sobre o tema, as lideranças da agremiação tiveram que ir ao encontro do cantor. André contou que o artista recebeu todos na sua casa e pediu que o desfile fosse desenvolvido de acordo com as suas músicas. “A gente tinha que ter uma conversa com o próprio Benito para saber um pouco da história dele. Nós fomos muito bem recebidos e ele falou que não queria muito que contasse sobre a vida dele, mas sim abordasse as obras de sua carreira. Com isso, ficou mais fácil, porque a gente ia fugir do lugar comum. Quando alguém é homenageado, a gente sempre fala da história de uma forma cronológica, mas contar só a sobre música, também pegou na minha memória afetiva. Acho que deve pegar na memória dos fãs também, de lembrar de quando o avô cantava… E eu gostei demais dessa abordagem, porque é algo inédito no carnaval. A ideia do enredo é como se o Benito estivesse em um grande show e todo grande artista gosta de estar no palco. Em cima disso, a gente vai emprestar o maior palco para nós sambistas, que é o Anhembi, para ele fazer um grande show e contar a sua obra através das fantasias, alegorias e do próprio samba enredo”, explicou
Trabalho com esculturas
O artista disse que trabalhou bastante com esculturas neste carnaval, destacando o abre-alas e a alegoria do Luiz Gonzaga, que remete à história de seus pais. “O instrumento musical que é símbolo do Benito é o violão e o piano. O nosso abre-alas vem como se fosse teclas de piano. A asa da escultura da Águia também será vista dessa forma. O primeiro carro tem esculturas na lateral, que são os mascarados. Esse ano a gente utilizou muitas penas artificiais. Acho que tem uma. A ala das baianas também vem bem colorida, em cima da música ‘Retalhos de Cetim’. É uma estética bem carnavalesca. O carro que eu considero o meu ‘xodózinho’ é o do Luiz Gonzaga, que é uma temática que eu gosto muito. Meu pai e minha mãe são nordestinos e, por isso, fiz praticamente dedicando esse carro para eles. É uma alegoria toda branca, está bem legal e a quantidade de esculturas é bem grande. Havia um bom tempo que eu não fazia tantas no meu carnaval”, finalizou.
Responsabilidade de abrir uma noite de desfiles
O Águia de Ouro terá a missão de abrir os desfiles do sábado de carnaval. Isso ocorreu no ano de 2019, quando a escola da Pompeia estava voltando de uma queda do Grupo Especial em 2017, sagrando-se campeã do Acesso em 2018 e, por conta disso, abrindo o segundo dia. Segundo André, no evento da Definição dos Desfiles, a escolha foi feita para investimento em iluminação. “O presidente preferiu abrir o sábado e logo em seguida eu perguntei o motivo. Ele falou assim: ‘André, porque eu quero gastar muito com iluminação. Eu estava com medo de ser uma das últimas e tudo que eu quero gastar de iluminação se perder por conta da luminosidade do dia’. Depois de conversas, algumas pessoas na escola também estranharam essa decisão, mas pensando bem a gente tem que fazer um trabalho independente do horário. Isso é certeza. Porque se a gente fizer tudo direitinho, dentro do regulamento, uma pasta bacana, cumprir com todos os quesitos, não tem motivos para dar errado. A gente está com um samba bom e todos os segmentos alinhados”, declarou.
Desfile dividido por músicas
“A gente dividiu este enredo não por setores. É como se fosse uma playlist do próprio Benito contando as músicas dele. A primeira coisa que, nas minhas pesquisas, eu vi que a música ‘Retalhos de Cetim’ não poderia ser em outro lugar, senão no início, porque ela já faz um chamado para as pessoas: ‘Chegou o carnaval’. Com o próprio Benito, eu perguntei qual era o significado e ele falou que se inspirou nos personagens da arte, que é Pierrot e Colombina, que é o nosso abre-alas e as nossas baianas”
“Nossa segunda alegoria é ‘Amigo do Sol, Amigo da Lua’. É uma outra música do Benito que é bem famosa e escolhemos a ala das crianças para estar nesse carro por conta da letra, que fala de criança, infância e liberdade. É uma música que o próprio Benito homenageou quando o filho dele nasceu”
“A gente tem a terceira alegoria que é o Benito nessas andanças dele e caravanas por todo o Brasil. Ele conheceu o Luiz Gonzaga e começou a ter uma amizade muito forte, uma admiração que ele já tinha, ficou maior ainda, tanto é que escreveu a música ‘Sanfona Branca’. Luiz Gonzaga fez uma outra música chamada ‘Chapéu de Cor e Gratidão’, onde ele exalta Benito de Paula. Tem algumas outras músicas, tipo ‘Maria Baiana Maria’, conhecendo a Bahia, Benito gostou da religião e também fez essa música”
“Tem outras fantasias como ‘Vai Ficar na Saudade’ que é uma canção que ele faz homenagem a uma outra pessoa que ele considera um mestre, que é o tal Ataulfo Alves. ‘Como Eu Amei’ e ‘Mulher Brasileira’ também estarão presentes no desfile”
“A gente vai fechar o nosso carnaval falando da música que é a mais conhecida de Benito de Paula, tanto é que ela foi traduzida para vários países, que é a ‘Charlie Brown’. Foi até um pedido do próprio presidente, assim que surgiu o enredo”
Ficha técnica
Alegorias – quatro
Tripés – três
2800 componentes
Diretor de barracão – Mineiro e Rai
Diretor de fantasias – Cebola
A comunidade leopoldinense desfilou nesse domingo, durante o teste de luz o som na Sapucaí, vestida com camisas brancas, em referência à Oxalá, entidade que recebe destaque no enredo deste ano da escola de Ramos. O CARNAVALESCO conversou com o diretor de carnaval Pedro Henrique Leite e com componentes, pouco antes do início do desfile, para entender melhor essa iniciativa e a importância de levar a energia de matriz africana para a Passarela do Samba.
“A Imperatriz vai realizar um cortejo fun fun. Fun fun é o branco. É Oxalá, o Orixá de tudo que é branco, de tudo que é alvo, de tudo que é límpido. Hoje, a Imperatriz vem para Marquês de Sapucaí com essa energia. Uma iniciativa da presidente Cátia Drumond. Ela tem esse lado criativo para o ensaio técnico durante os nossos encontros, nas reuniões, nas conversas. Ela falou: “Eu queria que a escola fosse toda de branco para o ensaio técnico”. E é isso. Escola de Samba precisa falar sempre, sempre, de matriz religiões de matriz africana. Precisa falar sempre, sempre da sua ancestralidade”, disse o diretor de carnaval Pedro.
Em 2025, a Imperatriz leva à avenida o enredo “Omi Tútú ao Olúfon – Água Fresca para o Senhor de Ifón”, sobre a jornada de Oxalá, o pai da criação, ao reino de Oyó para visitar o orixá e rei Xangô. Advertido pelos búzios quanto à desgraça trazida pela viagem, Oxalá é, durante o percurso, dado como ladrão e aprisionado. Depois de sete anos sofridos, é reconhecido pelo amigo Xangô, que ordena a seus súditos que limpem e acolham Oxalá. O enredo marca o primeiro enredo afro-religioso da verde e branco da Leopoldina, conhecida por temáticas históricas, desde 1979.
“A escola não deixa de lado o seu legado, a sua característica de contar história. Na verdade, a Imperatriz nos anos 90, nos anos 2000, contou muitas histórias de reis e rainhas, mas de um lado eurocêntrico. Desta vez, a gente optou por contar histórias de reis da mitologia urubá, da mitologia africana”, declarou Pedro.
A iniciativa no segundo ensaio técnico agradou os leopoldinenses. “Para a Imperatriz, que é uma escola que não via um enredo afro a mais de 50 anos, trazer a energia de Oxalá para a avenida, através do branco, é recomeçar com o pé direito. É também uma forma de apresentar para muitas pessoas que são distantes da religião. É uma energia de muito respeito, de colaboração, comunidade, família, que é uma coisa que a gente tem muito na Imperatriz. Tem sido muito bonito essa jornada de ver pessoas que não são da religião, que não conheciam, mergulhando nesse universo e se encantando realmente com essa história e com o Itan, que é uma história muito bonita”, expressou a publicitária Manoela Setta, de 25 anos, que desfila há 4 pela Imperatriz. Manoela diz não ter uma religião, embora simpatize com crenças de matriz africana.
Publicitária Manoela Setta, de 25 anos, que desfila há 4 pela Imperatriz
“Oxalá representa paz, sabedoria, calma. Pai Oxalá é caminho aberto. E amor, prosperidade que ele oferece para gente. A gente vem simbolizando isso”, afirmou a balconista Jacqueline Alencar, de 30 anos, que vai para seu segundo ano como componente da Imperatriz. Ela é da umbanda.
Balconista Jacqueline Alencar, de 30 anos, que vai para seu segundo ano como componente da Imperatriz
“Trazer Oxalá para a avenida é mostrar para as pessoas a representatividade dele, da religião e trazer uma paz para as pessoas também. Mostrar essa divindade que é a divindade maior do candomblé, da religião. É muito importante as pessoas conhecerem essa história, ainda mais a história que o Leandro tá contando da forma que ele tá contando. É bem bacana por esse sentido”, encerrou o contador espírita, criado no catolicismo, Alexandre Balon, de 55 anos. Alexandre desfila há três anos pela Imperatriz.
Contador espírita, criado no catolicismo, Alexandre Balon, de 55 anos
O casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Unidos do Viradouro, Julinho e Rute Alves, é uma das atrações mais esperadas e respeitadas do desfile da vermelho e branco de Niterói. Com movimentos coreografados e uma dança repleta de elegância, eles carregam a responsabilidade de apresentar e defender o pavilhão da escola, um dos maiores símbolos do samba carioca.
“Para gente representa o que representa todos os anos, defender o pavilhão de uma escola como a Viradouro, a gente se sente privilegiado e muito abençoado ao mesmo tempo, para mim não tem coisa melhor do que passar nessa Sapucaí lotada que hoje já não é mais apenas um ensaio técnico, é um desfile técnico a gente está vivendo esse pré-carnaval que já é carnaval literalmente”, declara Julinho.
Muito mais do que um tecido no mastro, Rute Alves representa com maestria o pavilhão da agremiação e relembra que é toda uma simbologia de uma história, de uma nação construída através de luta e muita ancestralidade. “Quantos do nosso povo foram marginalizados, apanharam, foram presos porque sambavam, a gente precisou da tia Ciata fazer um acordo para que isso não acontecesse mais na casa dela, é por isso que eu louvo, eu vou entrar nessa avenida pela Tia Ciata, pelos fundadores da minha escola, pelos fundadores de todas as escolas”, emocionada, relata a porta-bandeira.
Além da técnica, há um forte componente emocional e simbólico na dança do casal que estão juntos no samba há 18 anos expressando amor, paixão e devoção ao pavilhão, enchendo de orgulho seus integrantes, torcedores da Viradouro e admiradores do casal que os veem como referẽncia e sinônimo de excelência, mas reforçam que podem melhorar a cada momento. “Julio e eu atingimos uma maturidade no samba, na apresentação, a gente se conhece não só como mestre-sala e porta-bandeira, a gente se conhece na vida e isso também ajuda na dança. Acredito que a gente atingiu um ponto mas não é o ideal, ainda está longe do ponto que a gente quer atingir”, afirma Rute.
“Alcançamos maturidade enquanto casal de mestre-sala e porta-bandeira que entende a importância do pavilhão, entende a importância do que a gente constrói e continua construindo enquanto verdade de dança que é uma verdade nossa que foi construída durante anos e a gente está junto há 18 anos e acho que essa busca pela excelência é o que vai tornando, não só nós dois, como outros casais de repente com uma certa notoriedade, uma certa expectativa. Mas, acho que excelência é o mesmo que dizer perfeição, mas acredito que é a busca pela batida perfeita que faz levar ao êxito”, diz Julinho.
A Unidos do Viradouro tem uma tradição de grandes desfiles, sendo a atual campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. A escola está com a expectativa em um bicampeonato e o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira desempenha um papel essencial nesse sucesso, pois sua apresentação é julgada e influencia diretamente na nota da escola. “E todo um trabalho, toda uma administração e quando fizer aquela curva ali, todos os segmentos ligar um botãozinho em todos os jurados e despertar o encantamento e se calçar de todas as formas para que não tenha nenhum problema com as alegorias, para que não tenha nenhum problema com a gente, com o casal, com as fantasias, canto. A Viradouro ensaia incansavelmente, é se calcar muito e chegar aqui no desfile e fazer o possível!, relata a porta-bandeira.
Com leveza e precisão, eles encantam a Sapucaí e ajudam a construir a história de uma das maiores agremiações atualmente do Rio de Janeiro, sobre o que ainda falta no carnaval para o casal, Julinho diz que “é viver novas experiências, novas vivências maravilhosas, principalmente com muito aprendizado”.
A Unidos do Viradouro leva para a Sapucaí o enredo ‘’Malunguinho, o mensageiro de três mundos’’, exaltando as culturas afro e indígenas com muita ancestralidade, os figurinos do casal prometem trazer essa resistência. “Nossa fantasia é uma grande homenagem que a escola, através de nós, do nosso pavilhão, irá prestar à Malunguinho”, finaliza o mestre-sala.
Terceira colocada no Grupo de Acesso I logo na primeira vez em que a agremiação disputou tal pelotão na história, a Dom Bosco de Itaquera chega para o desfile em 2025 mais próxima do que nunca de chegar ao Especial. Para realizar o sonho da agremiação ligada à obra social católica de mesmo nome, Fábio Gouveia, carnavalesco estreante na agremiação, produziu o enredo “O Circo Místico das Ilusões”, que será o último a desfilar no domingo de carnaval (02 de março), já na manhã de segunda-feira. Para conhecer um pouco mais sobre o tal circo místico e, também, saber mais detalhes sobre o enredo apresentado pela agremiação itaquerense, o CARNAVALESCO foi entrevistar o profissional responsável pela produção do enredo para saber de tudo que envolve a azul e branca da Zona Leste.
Estreante na agremiação, Fábio Gouveia já falou ao CARNAVALESCO sobre como surgiu a ideia de falar do circo em 2025 na final do samba-enredo da agremiação, ainda em junho de 2024. A ideia foi complementada por ele próprio: “Quando eu vim para cá, eu não tinha uma ideia formada de qual enredo seria. E eles têm um projeto aqui que é visitar todas as ações da obra Dom Bosco. Eu fui convidado a ir em uma dessas ações, e ali eu comecei a formar a ideia do que poderia ser o enredo. Eu tinha algumas coisas na cabeça, mas nada formado. A partir do conhecimento da obra e identificar algumas situações com relação ao Dom Bosco propriamente dito, eu entendi que poderia ser o circo”. iniciou.
Vale destacar que uma das áreas sociais da Dom Bosco é, justamente, o Circo Social – localizado próximo da estação Corinthians-Itaquera do Metrô. A própria final de samba-enredo foi realizada no espaço.
O carnavalesco continuou: “Mas eu não queria que fosse apenas o circo da forma como todo mundo fazia, porque é muito clichê. Todo mundo já fez o circo e todo mundo vai ver as mesmas formas. Tem algo a mais na nossa história: Dom Bosco é o patrono do circo. Ele é o patrono dos mágicos e dos ilusionistas. Eu quis trazer essa atmosfera desse saltimbanco (ele é chamado de ‘saltimbanco de Deus’) para dentro dessa história. A narrativa parte daí. Surge esse circo místico a partir da narrativa que Dom Bosco vai contar essa história. Ele vai unir a história da união das famílias em torno da festividade, da musicalidade – como o povo cigano, que acabava se tornando os próprios artistas daquele lugar. Daí surgem as caravanas, os circos em movimento e os teatros mambembes”, contou.
A integração circense com a Dom Bosco foi citada logo na sequência: “Nós vamos viajar por esse caminho. E vamos de encontro com Dom Bosco sendo o grande narrador dessa história, de encontro com a própria história da escola de samba de 25 anos. O Padre Rosalvino, quando ele começa a escola, ele começa exatamente com o mesmo intuito de Dom Bosco com a música, com a arte e com a escola de samba. A partir disso, ele começou a unir as pessoas em torno da sua obra em torno de tudo aquilo que ele queria construir em Itaquera. Aí, surge a escola de samba. Era um jeito de reunir aquelas crianças, aquela molecada, na batucada. Aa gente une a história do santo, a própria história do Padre Rosalvino, cria-se essa alusão à história que a gente quer contar, de caravanas, de famílias, de pessoas que se uniam para fazer arte e atrair essas pessoas em torno da fé e do amor desse coração solar. É um enredo inteiro em primeira pessoa”, comentou.
Imagens valem mais que mil palavras
Ao ser perguntado sobre o que encontrou de mais interessante nas pesquisas para desenvolver o enredo, Fábio foi bastante específico: “O mais curioso de todo o desfile é uma fotografia que existe quando você entra na Obra Social da Dom Bosco. É ele se equilibrando na corda bamba da vida, tem uma corda e ele está brincando com essa corda. Ele usava esse artifício pra atrair as pessoas, trazer as pessoas para dentro de si. Vi a imagem e pensei que lá estava o enredo. Essa imagem vai e volta na minha cabeça e encerra o nosso desfile”, revelou.
Sempre presente em tudo que envolve não apenas a escola, mas, também, a obra social como um todo, o presidente da agremiação novamente foi citado pelo carnavalesco: “Eu já sabia o enredo porque eu já tinha feito essas visitas. Depois, em uma segunda visita, eu identifiquei aquele quadro, achei que era uma obra de arte que só existia naquele lugar, e eu fui perguntar para as pessoas o que era aquilo. Ouvi que era o Dom Bosco, o nosso saltimbanco. É a partir dessa imagem que surgiu toda a história dele. Eu pensei que aquilo tinha que estar no carnaval. Tudo foi se juntando: tivemos umas visitas do padre Rosalvino no barracão e ele começou a contar como ele iniciou a escola. Esse carnaval em si foi sendo construído de um projeto planejado, mas que teve acréscimos de algumas informações que ele mesmo foi me dando. A ideia do caminhão é outro desses acréscimos: quando ele começou a obra, tinha um caminhão que transportava as pessoas e o material da marcenaria. Isso está no desfile, porque faz parte da caravana o buscar e trazer pessoas, trazer essas pessoas para o entorno da obra”, comentou.
Nem um, nem outro
Cada vez mais carnavalescos em São Paulo falam que não seguem uma setorização pré-definida, preferindo montagens de desfile mais fluidos. Fabio optou por um terceiro caminho: “Eu tenho trazido uma proposta bem diferente de tudo isso que você falou. Tudo tem ligação. É impossível eu começar o desfile sem ter ligação com o final do desfile. Tudo aqui está ligado. Por mais que seja um enredo não-linear, a proposta que a gente está trazendo é de que as pessoas vejam algo na comissão de frente e elas consigam repetir o olhar dela para outra coisa que acontece em outro instante da apresentação. Eu sou artista, então eu tenho que mexer com o seu imaginário, não posso cansar a sua vista. Eu tenho que brincar com o lúdico, e é essa a proposta do enredo. Eu vou na contramão de tudo isso. Se vai dar certo, aí é outra história”, intrigou.
Trunfo
Sempre direto, Fábio foi perguntado sobre qual era o grande ponto positivo da agremiação para 2025: “A escola é muito jovem, ela tem um espírito muito jovem. Não estou falando na questão de idade, tenho falado muito isso para as pessoas sobre o espírito da agremiação. Ela tem um espírito muito jovem, é uma escola muito alegre, e o enredo propõe uma alegria ainda maior do que a gente está planejando. Eu falo muito para as pessoas aqui que o trunfo maior da escola é ser a escola. Ela alcançou o êxito que ela alcançou graças ao chão dela, graças à comunidade dela. Eu só vim para cá para dar uma pincelada na plástica, dar um outro visual para a escola, que é algo que eles queriam. Eu venho pra entregar isso. Meu trabalho se resume a dar beleza, um pouco mais de carinho com essa questão plástica”, disse.
Início de relação
Ao ser perguntado sobre o andamento dos trabalhos no barracão da Dom Bosco, Fábio foi extremamente sincero: “A escola passou por um processo muito rápido de crescimento – e isso acaba gerando uma cobrança ainda maior sobre a escola e, também, sobre o profissional que vem aqui. A escola vem de um terceiro lugar no Grupo de Acesso I, a cobrança se torna muito maior e eu tentei, de todas as maneiras, colocar isso na cabeça deles. O processo de adaptação, tanto do Fábio para a escola, quanto da escola para o Fábio, foi muito complicado, foi bem difícil. Eu às vezes estou lá na frente e a escola está aqui; ou, às vezes, a escola está lá e eu estou aqui. A gente patinou muito, e eu sou muito verdadeiro nesse ponto, mas a gente conseguiu se equilibrar, conseguiu se entender, e estamos caminhando para a finalização desse projeto. Foi um processo que a escola não tinha equipes formadas de barracão, a escola não tinha o costume de ter equipes fixas, então ela contratava grupos que vinham realizar o seu projeto em horários determinados, mas não tinha uma função. Hoje, nós temos um barracão reestruturado e eu criei um grupo de trabalho real, diário, com horário certinho, para que esse projeto acontecesse”, destacou.
O profissional prosseguiu: “A escola passou por esse processo e não é fácil. A escola não tinha esse costume, então ela teve também que aprender nesse sentido. A escola não tinha um ateliê – tinha um prédio, mas não funcionava. Tinha uma outra forma de produzir fantasias, e nós passamos a produzir dentro da escola. A escola tinha um anseio de aprender, os diretores me cobraram muito o fazer, o início, a modelagem, a costura, a primeira peça, o arame. A escola tinha necessidade desse aprendizado. Eles me pediram para que eu seguisse esse caminho. Tudo que é novo, tudo que exige uma grande mudança, gera dores, confusões e brigas. E a gente teve muito disso, falamos abertamente a respeito. Mas a escola, para entender o tamanho do projeto que ela quer entregar, tem um anseio, tem um sonho, e ela sabe que, para isso ela precisava se adaptar a muita coisa. Eu também tive que me adaptar, porque eu venho de um outro processo de carnaval, com uma outra leitura carnavalesca, com uma outra ideia”, disse.
Ele próprio, entretanto, destacou o bem que a instituição o fez e o quanto os diálogos são francos entre as duas partes: “O Fábio não se resumia só àquele tipo de projeto. O Fábio é outro tipo de projeto, também. A gente se adaptou, foi fazendo, e estamos entregando. O Fábio é isso, gente. Não adianta: é isso. E eu falo isso com eles. A gente tem uma conversa muito aberta. Eu e a Dom Bosco, a gente tem uma conversa muito aberta. Foi um processo de um ano de aprendizado para a escola e um ano de aprendizado para o Fábio. Agora, a gente espera alcançar um bom resultado”, comentou.
Indagado sobre o quão feliz estava com o primeiro ano dele na Dom Bosco, o carnavalesco, como é de praxe, foi bastante sincero: “Eu chego com 80% de satisfação. Eu acho que só o resultado completa isso. A gente está trabalhando para alcançar um resultado bacana para a escola, a gente vem de um estar em um grupo que a posição se tornou ingrata para a escola, porque ela precisa trabalhar mais. Mas a gente está em um grupo que já era difícil e se tornou mais difícil ainda – com escolas que são monstruosas. A Dom Bosco tem que ser correta, eu falo muito isso com o meu diretor de harmonia, o Ricardo Fervorini. A escola é jovem, você tem o chão na mão, a gente está conseguindo resolver a plástica em todos os campos. Nós vamos simplesmente passar com essa caravana, é esse movimento que a gente tem que ter. Quem quiser brigar pelo título, brigue lá em cima. Nós só vamos passar”, finalizou.
Ficha técnica
Enredo: “O Circo Místico das Ilusões”
Componentes: 1200
Alas: 14
Número de carros: 03
Número de tripés: 01 (comissão de frente)
Diretor de ateliê: Ninho Zago
Diretor de barracão: Dimas Antunes
Não é segredo de ninguém que ritmo de bateria de escola de samba, no grupo especial do Carnaval Carioca, é sinônimo de excelência. As qualidades técnicas dos ritmistas, o nível de exigência de comparecimento a múltiplos ensaios e as próprias notas, a cada carnaval, servem de base para comprovar essa afirmação. Mas mudanças simples e pontuais em relação ao manual do julgador de bateria do Carnaval 2024 podem acabar alterando a atual perspectiva, envolvendo a já esperada chuva de notas dez.
No manual do Carnaval 2025, alguns subitens no intuito de deixar o julgamento mais claro e direto, junto de parâmetros novos foram incluídos. Na parte de manutenção regular e sustentação da cadência em relação ao samba foi adicionado que será despontuado qualquer alteração brusca que comprometa o andamento desenvolvido. Como era mais genérica a forma anterior, a última frase atual serviu para dar um direcionamento mais preciso. Vale a atenção de cada ritmo para ficar ligado em retomadas, evitando subir correndo e assim correr risco de perder eventuais décimos.
Outros dois subitens foram incluídos após esse trecho. O primeiro disserta sobre o arranjo musical, dizendo para o julgador levar em conta a criatividade, a versatilidade e o grau de dificuldade da execução. Criatividade e versatilidade já existiam o manual do ano passado, mas nada dizia de forma expressa sobre arranjo musical, nem sobre grau de dificuldade de execução.
Avaliar a capacidade criativa de um arranjo é algo bastante subjetivo e existe certo receio quando se julga algo desse tipo, assim como a avaliação do grau de dificuldade de execução é um subitem que demanda extrema cautela. Existe um processo notório de evolução musical, no que tange a dificuldade de execução das bossas. Entretanto, arranjos musicais simples são tão eficazes quanto os mais complicados. Por vezes, inclusive, possuem maior impacto sonoro do que uma bossa bem mais elaborada e trabalhada. Até pior do que prejudicar o julgamento atual, esse é um trecho que merece uma futura revisão para que não seja consequência de futuramente só existirem bossas difíceis de serem feitas.
O último item adicionado trata da adequabilidade e perfeita execução de bossas e paradinhas. O texto é específico e bem conciso, dando um direcionamento claro. No fundo os próprios julgadores já julgavam isso, mas não estava presente de forma expressa dentro do manual, sendo sua inclusão textual necessária.
Já no trecho de “não levar em consideração”, o texto aborda de forma clara para os jurados ignorarem qualquer ausência de naipe ou mesmo questões inerentes ao estilo da agremiação, deixando evidenciado que cada bateria tem por tradição sua própria característica. Outro subitem que vale ser mencionado é que agora ficou registrado por escrito que a avaliação deve ser no campo de visão e audição direta da cabine do julgador, não podendo ser julgado um erro em outro módulo, através da caixa de som.
A última parte que levantou algumas dúvidas, gerando debates, está contida em observação. Ela aborda a questão do tempo mínimo de apresentação e diz que não é obrigatória a parada de frente para o módulo. Cabendo ao mestre avaliar o tempo de apresentação necessário para apresentar o trabalho desenvolvido e ao julgador avaliar se o tempo foi suficiente, ou não, para observar os critérios do manual. Não existe, portanto, um direcionamento claro do tempo ideal por parte do júri para poder avaliar um ritmo de uma bateria. Existe certo temor que isso abra brecha para que apresentações enxutas, mas eficazes, sejam penalizadas por abrir um perigoso precedente envolvendo a subjetividade desse trecho dentro do próprio julgamento.
Diante das mudanças pontuais, resta saber como será a avaliação do quesito que mais representa a excelência em notas, que é o de bateria. Mais ainda, se trata de um desafio sem precedentes para os julgadores de bateria do Carnaval 2025, de demonstrarem uma avaliação a altura de cada trabalho musical apresentado. O nível técnico do ritmo das baterias cariocas merece um julgamento seguindo a linha da exatidão e da coerência.
Em uma iniciativa inédita, cerca de 60 toneladas de descarte de resíduos orgânicos provenientes de cozinhas e lanchonetes dos camarotes da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, serão destinadas para compostagem, em vez de irem para aterro sanitário. Dez toneladas por dia serão transformadas em adubo, considerando os desfiles da Série Ouro, do Grupo Especial e das Campeãs.
O trabalho tem a coordenação do Sesc RJ, com a consultoria do Instituto Fecomércio de Sustentabilidade (IFeS), e envolve outros dois parceiros: o Grupo Urbam, na logística, e a Ciclo Orgânico, empresa especializada em coleta e compostagem de resíduos residenciais.
Coletado na Sapucaí, o material orgânico será compactado e transportado até a base da Ciclo Orgânico, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde será preparado para se tornar fertilizante natural para o plantio de mudas, que serão utilizadas em ações de educação ambiental. Na dispersão do setor 9, os foliões receberão mudas plantadas com o adubo produzido pela Ciclo Orgânico.
Máquinas receberão resíduos sólidos e darão recompensas
Oito máquinas Retorna Machine, equipamento que recebe seis tipos de resíduos (pet, alumínio, aço, longa vida, vidro ou plástico), também estarão distribuídas pela Sapucaí. Ao depositar seu resíduo no equipamento, o folião ganhará recompensas por meio de um aplicativo.
A ação tem caráter pedagógico e se soma ao trabalho dos mais de 100 catadores contratados para atuar no sambódromo. Os resíduos acumulados nas máquinas serão revertidos para as cooperativas de catadores. Trabalho semelhante realizado em parceria entre Sesc RJ e Liesa, em 2023, conquistou menção no Guiness Book, o livro dos recordes, naquele ano.
Fantasias serão recicladas
Uma parceria entre Sesc, IFeS e o projeto Sustenta Carnaval também permitirá o descarte sustentável das fantasias. O folião que não desejar ficar com a sua, poderá depositá-la em um caminhão posicionado na dispersão. O material arrecadado será recuperado e doado para escolas de samba do interior e servirá de insumo para oficinas de reciclagem têxtil.
Chegou o grande dia, nesta sexta-feira, dia 28 de fevereiro, sete escolas estarão na pista do Sambódromo do Anhembi, abrindo a primeira noite de desfiles no Grupo Especial do carnaval de São Paulo. Às 21h, temos o desfile das Velhas Guardas de São Paulo abrindo o evento, para depois às 23h00, a Colorado do Brás abrir oficialmente os desfiles, que só se encerra com o Camisa Verde e Branco às 5h30. Vamos trazer um guia das sete escolas do primeiro dia de Grupo do Especial com enredo, curiosidades e mais detalhes para 2025.
Abrindo a primeira noite de desfiles, a Colorado do Brás retorna ao Grupo Especial após dois anos longe. A agremiação fundada em 1975 foi vice-campeão do Acesso I em 2024, e por isso abrirá os desfiles nesta temporada. Neste ano estará com o tema “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé” desenvolvido por David Eslavick que contou sobre o enredo na Série Barracões.
“Falar sobre o Afoxé Filhos de Gandhy acho que tem tudo a ver com a cara da Colorado do Brás. É uma escola que resiste, é uma escola feliz, alegre e o povo baiano é isso. O povo baiano e os Filhos de Gandhy foram resistência, eles passaram por muitos altos e baixos, voltaram, retornaram novamente, ficaram dois anos fora e voltaram novamente através de alguns rituais, entre outras situações, é bem a cara da Colorado isso. A Colorado é uma escola que batalha muito, tem diversas dificuldades, mas não perde o sorriso. Eu acredito que por conta desses adjetivos, dessas situações, que eles escolheram fazer o enredo sobre os Filhos de Gandhy”.
A Colorado estava no Especial até 2022, mas acabou caindo após perda de ponto por merchan. Em 2023 não conseguiu retorno, mas em 2024 com o vice-campeonato cantando o enredo “Os encantos da raiz do mandacaru”.
Fundação: 1975
Melhor resultado: 6º lugar em 1987
Títulos: Terceira divisão (1979, 2000 e 2013) e Quinta divisão (2011)
Último ano: 2º lugar no Grupo de Acesso I
Barroca Zona Sul – 00h05
A verde e rosa de 50 anos de história está no Grupo Especial desde 2020, teve três anos seguidos no 10ª lugar, e em 2024 homenageando justamente os cinquenta anos, ficou em nono lugar. Em 2025, Pedro Magoo, trouxe o tema “Os Nove Oruns de Iansã” e contou um pouco sobre o tema em nossa visita ao barracão.
“Eu curto muito a setorização da história com uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Eu gosto de contar a história de uma maneira mais fluida, por isso que eu fiz essa divisão. Primeiro, dei uma pincelada como uma introdução sobre Iansã. Depois, mostro que ela é uma orixá forte, com vários poderes. Ela chegou e aprendeu um pouquinho com cada orixá, desenvolveu seus poderes e sua espiritualidade, desenvolveu tudo através desse conhecimento. Daí o enredo já entra na parte dos oruns, contando um por um. O último orun, que é o Orun Marê, é a morada final de todos os orixás. Todos os orixás vivem em comunhão com os elementos da natureza. E ele será o fechamento da nossa história. Tem um começo, um desenvolvimento e uma conclusão no final. Eu gosto assim”.
Fundação: 1974
Melhor resultado: 5ª lugar em 1982, 1985 e 1990
Títulos: Segunda Divisão (1976, 1987, 2002) e Terceira divisão (1975, 2015, 2017)
Último ano: 9ª colocado no Grupo Especial
Dragões da Real – 01h10
Desde 2012 no Grupo Especial, quando estreou na elite do carnaval paulistano, a Dragões da Real busca seu primeiro título, já são três vice-campeonatos, inclusive na última temporada. Neste ano, com Jorge Freitas desenvolvendo o tema “A vida é um sonho pintado em aquarela!” e contará com homenagem para o próprio netinho do carnavalesco que nos contou sobre o enredo.
“Esse enredo, como todos sabem, é muito especial na vida do profissional Jorge Freitas. Mas também estamos em uma competição em que, acima de tudo, a síntese do enredo é você comemorar a vida. O Jorginho tinha esse amor pela vida. Ele queria cada vez mais viver, cada vez mais estar presente em tudo que a família fazia – e o carnaval está enraizado dentro da minha família. Ele presenciava tudo e era um lugar que ele gostava de estar. Para o enredo, além do ciclo da vida, nós nos baseamos na música ‘Aquarela’, do Toquinho. Do desenrolar, do início ao fim do nosso desfile, todos vão poder se contemplar com as imagens que ficam no inconsciente coletivo dessa canção e se conectar com o ciclo da vida através da música e através do samba – que conta, na verdade, toda a trajetória do ciclo e da música citada”.
A Dragões da Real é a terceira agremiação na pista, foi a primeira a escolher por desfilar na sexta-feira e por isso optou pelo melhor horário na visão da escola que busca o título inédito.
Fundação: 2000
Participações no Grupo Especial:
Melhor resultado: Vice-campeã do Grupo Especial em 2017, 2019 e 2024
Títulos: Segunda Divisão (2011), Terceira divisão (2004), Quarta divisão (2003) e Quinta divisão (2001)
Último ano: Vice-campeão no Grupo Especial
Mancha Verde – 02h15
A Mancha Verde optou por uma comissão de carnaval para desenvolver o tema escolhido em 2025, e o diretor de carnaval, Paolo Bianchi que participa do processo, contou sobre a escolha do tema “Bahia, da Fé ao Profano” que surgiu de um documentário como nos contou em entrevista exclusiva na Série Barracões.
“A Mancha definiu de fazer o enredo por uma ideia do presidente. Alguns anos atrás, a gente tomou a decisão de sempre que possível, temas 100% cultural. A gente só acaba fazendo o enredo com patrocínio, se é uma situação interessante, mas a preferência do presidente é sempre dessa forma. Ele fica consumindo bastante produtos, programas na TV Futura e outras televisões. Sempre que vê um negócio legal, nos manda. Dessa forma, um pouquinho antes do carnaval do ano passado, ele viu essa minissérie em uma madrugada, que a gente tem de insônias pré-carnaval e nos disse. No primeiro momento algumas pessoas falaram: ‘Bahia de novo?’ Mas quando a gente assistiu, viu que era diferente. Não é sobre o local, e sim sobre o povo baiano, como eles trabalham, fazem para viver a vida dele de festa de fé, seja católica, umbanda ou candomblé. E ao mesmo tempo eles profanam, que é o título do nosso enredo. Profanar, nada mais é do que curtir a festa”.
A Mancha teve seu pior resultado em 2024, mas foi o 5ª lugar, voltando para as campeãs, como tem sido desde 2018, onde variou entre campeão, vice, terceiro lugar, e esse último resultado.
Fundação: 1995
Melhor resultado: Campeão do Grupo Especial em 2019 e 2022
Títulos: Primeira Divisão (2019 e 2022), Segunda Divisão (2014 e 2016), Terceira divisão (2002), Quarta divisão (2001), Blocos Especiais (1997 e 1998) e Grupo Especial de Escolas Desportivas (2006 e 2007)
Último ano: 5º lugar Grupo Especial
Acadêmicos do Tatuapé – 03h20
Seguindo a noite, de bicampeão para bicampeã, a Acadêmicos do Tatuapé entra na pista do Anhembi com o enredo: “JUSTIÇA – A Injustiça Num Lugar Qualquer é Uma Ameaça à Justiça em Todo Lugar”. O carnavalesco Wagner Santos que está na agremiação desde 2018, contou para o CARNAVALESCO sobre o tema escolhido.
“Foi uma proposta já criada pela diretoria. O presidente Erivelto Coelho foi a pessoa que escolheu o enredo. Eu realmente fiquei muito satisfeito porque é diferente, tem uma proposta visual maravilhosa e dá condição para o carnavalesco trabalhar. Estou muito feliz, me sinto agradecido e estou tendo a oportunidade de desenvolver esse enredo fantástico. Vou, inclusive, poder satirizar em alguns momentos, brincar um pouco com a história… isso vale muito para o meu currículo profissional. É uma grande oportunidade, agradeço muito à Tatuapé, ao Departamento Cultural que desenvolveu todo o trabalho de pesquisa – tenho eles como grandes parceiros, eles me ajudam em um dos momentos mais difíceis do carnaval – a final, quando é a hora de desenvolver a pasta que é entregue ao jurado… nessa hora, o carnavalesco não tem mais cabeça para desenvolver nada”.
A escola tem mantido uma regularidade de resultados e em 2024 ficou na 3ª colocação. Nos últimos dois carnavais optou pelo enredo CEP, mas desta vez mudou o estilo e escolheu o tema Justiça.
Fundação: 1953
Melhor resultado: Bicampeão do Grupo Especial em 2017 e 2018
Títulos: Primeira Divisão (2017 e 2018), Segunda Divisão (2003), Terceira divisão (2010), Quarta divisão (1996), Quinta Divisão (1993) e Grupo de Seleção (1985)
Último ano: 3ª colocado no Grupo Especial
Rosas de Ouro – 04h25
A Rosas de Ouro teve uma troca no carnavalesco para 2025, o Fábio Ricardo assume a parte artística da escola e em seu primeiro enredo na nova casa, contará: “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”. E o enredista Roberto Vilaronga explicou sobre o tema.
“Partimos do pressuposto de que precisávamos fazer um carnaval que aliasse ao bom gosto, aos figurinos do Fábio juntando com a história da escola, que tem o histórico de ter essa pompa, com figurinos bonitos, muita beleza, e que a escola pediu muito isso para o Fábio, que ele mantivesse o padrão de beleza da escola. Nós queríamos fazer um enredo visualmente identificável, ele tem que ser didático para quem está ali, para quem conhece o roteiro, mas também quem está lá na Monumental, lá em cima, bater o olho e se identificar. Nós entendemos que isso faz a diferença nesse enredo, e ele proporciona isso pelo contexto histórico, pelo contexto funcional e visual dele. Queríamos fazer um enredo que fosse histórico e objetivo. O nosso desfile vai ser muito narrativo com o samba. Se você ouve o samba do Rosas de Ouro, você vai entender o nosso desfile claramente, ele passa muito fácil. Isso corrobora também para o momento da escola. Escolhemos um enredo que todo mundo queria, fizemos fantasias muito legais, as alegorias do samba convergem e isso cria um clima muito aprazível na escola”.
A meta da escola é voltar ao desfile das campeãs que não acontece há algum tempo, a Roseira ficou em 7ª lugar em 2020, já em 2022 foi um 9ª lugar, em 2023 no 12º lugar e no último ano em 11º lugar, ou seja, quer algo mais.
Fundação: 1971
Melhor resultado: 7 vezes campeã do Grupo Especial
Títulos: Primeira Divisão (1983, 1984, 1990, 1991, 1992, 1994, 2010), Segunda Divisão (1974), Terceira divisão (1973)
Último ano: 11ª colocado no Grupo Especial
Camisa Verde e Branco – 5h30
Para o dia nascer feliz, o Trevo da Barra Funda vai para o segundo ano consecutivo no Grupo Especial, e aposta em uma homenagem para o lendário cantor, Cazuza. O enredo é “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”. O enredista Mangabeira contou um pouco sobre o processo do enredo, e a participação da mãe do Cazuza, Lucinha, que estará presente no desfile.
“O processo de sinopse foi uma pesquisa intensa. Quando a gente recebeu o tema, fizemos um recorte específico. A gente estava sempre pensando em uma biografia musical, pensando em trazer a música dele pela questão da memória afetiva com o Brasil afora. Então, foi um processo que começou com pesquisa, muita conversa, o carinho, a bênção da Lucinha. Conversamos também com todos os artistas que a gente pôde conversar para trazer um pouco de um Cazuza que não ficasse só nos livros, mas o Cazuza que a gente via na televisão e que a gente ouve falar. A ideia foi fazer uma sinopse que fosse emotiva, bonita e tentasse pegar um pouco da essência, da poesia do Cazuza e desse amor que a gente quer levar para o Anhembi”.
Uma das agremiações mais antigas do carnaval de São Paulo, o Camisa Verde e Branco teve algumas mudanças no desenvolvimento do projeto, dois carnavalescos acabaram saindo, casos do Cahê Rodrigues e do Leonardo Catapretta.
Fundação: 1953
Melhor resultado: 9 vezes campeã do Grupo Especial (1974, 1975, 1976, 1977, 1979, 1989, 1990, 1991 e 1993)
As agremiações da Estrada Intendente Magalhães pedem passagem para o seu Carnaval, o mais famoso da zona norte carioca. Entre os dias 1º e 8 de março, o público poderá acompanhar as apresentações de 62 escolas das séries Prata e Bronze e Grupo de Avaliação, além dos Blocos de Enredo. A festa na “passarela popular do samba”, como é conhecido o carnaval na via que corta bairros como Madureira, Oswaldo Cruz e Cascadura, terá melhorias operacionais e de infraestrutura, incluindo mudanças no trânsito e a instalação de carros de som iguais aos que são utilizados na Marquês de Sapucaí, com painéis de LED.
Foto: Alexandre Loureiro/Divulgação Riotur
A festa da Intendente Magalhães começa no sábado, 1º de março, com os desfiles dos Blocos de Enredo. De domingo, 2/03, a terça, 4/03, as escolas da Série Prata desfilarão. Na sexta, dia 7/03, e no sábado, 8/03, é vez da Série Bronze, enquanto os Grupos de Avaliação se apresentam todos os dias, com exceção de sábado.
Para facilitar o acesso ao evento, a CET-Rio montou uma operação especial de trânsito, com o reforço de apoiadores de tráfego e de veículos operacionais para desobstruir as vias. Além de interdições, proibições de estacionamento e da montagem de uma faixa reversível no sentido Cascadura, a CET Rio destacou dois painéis de mensagens variáveis que informarão sobre os horários dos diversos fechamentos e sobre as condições do tráfego.
Além do esquema operacional, a festa deste ano terá investimentos em comunicação visual, som e iluminação. A Rioluz vai reforçar a iluminação na via com a instalação de novos projetores e destacar equipes para cuidar da manutenção, em sistema de plantão.
Outra grande novidade é a melhora na sonorização dos desfiles. O mesmo modelo de carro de som usado na Marquês de Sapucaí será levado para a Intendente Magalhães, com mais caixas de som, para garantir qualidade sonora superior.
Mudanças no Trânsito
No esquema especial que a CET-Rio preparou para a Intendente Magalhães estão previstas interdições e mudanças no trânsito. No sentido Cascadura, entre as ruas Carlos Xavier e Capitão Menezes, a estrada será parcialmente interditada, das 11h de segunda-feira (24/02) e até às 11h de sexta-feira (28/02) para a montagem das estruturas do desfile. Para minimizar os impactos esperados, será montada uma faixa reversível, que funcionará sentido Cascadura, das 5h às 11h, na pista sentido Vila Valqueire, a partir de terça-feira, dia 25/02 até sexta (28/02).
Confira o calendário:
Blocos de Enredo Grupo1: desfiles dia 1º de março
Série Prata: desfiles em 2, 3 e 4 de março
INTENDENTE MAGALHÃES
Bloco de Enredo Grupo1: desfiles dia 1º de março
20h Independente Nova América
20:40h Vai barrar? Nunca!
21:20h Cometas do Bispo
22h União da Ponte
22:20h Novo Horizonte
23h Unidos dos Bandeirantes
23:40h Unidos Alto Boa Vista
00:20h Renascer Vaz Lobo
01h Império Gramacho 01:20h Do Barriga
Série Prata: desfiles em 2, 3 e 4 de março
Domingo, 2 de março
Avaliação – 18h Mocidade Unida Cidade de Deus
18:30h Império da Resistência
20h Sereno Campo Grande
20:40h Renascer
21:20h Feitiço Carioca
22h Unidos Barra
22:40h União Jacarepaguá
23:20h Unidos de Lucas
00h Arrastão Cascadura
00:40h Mocidade Santa Marta
1:20h Chatuba de Mesquita
2h Independente Praça Bandeira
Segunda, 3 de março
Avaliação – 18h Novo Império
18:30h Difícil é o Nome
20h Independente de Olaria 2
0:40h Flor da Mina Andaraí
21:20h Império de Nova Iguaçu
22h Flamanguaça 2
2:40h Engenho da Rainha
23:20h Santa Cruz
00h Vizinha Faladeira
00:40h Rocinha
1:20h Leão Nova Iguaçu
2h Alegria de Copacacabana
Terça, 4 de março
Avaliação – 18h América Samba e Paixão
18:30h Coroado de Jacarepaguá
20h Boi da Ilha do Governador
20:40h Império da Uva
21:20h Tubarão de Mesquita
22h Acadêmicos da Abolição
22:40h Alegria do Vilar
23:20h Unidos do Jacarezinho
00h Concentração Imperial
00:40h Império da Tijuca
1:20h Cubango
2h Vila Santa Teresa
Série Bronze: desfiles 7 e 8 de março
Sexta, 7 de março
Avaliação -18h Rosa de Ouro
18:30 Unidos do Valqueire
20h Leão de Quintino
20:40h Império de Brás de Pina
21:20h Unidos do Parque Curicica
22h Lins Imperial
22:40h Unidos da Vila Rica
23:20h Arame de Ricardo
00h Unidos do Cosmos
00:40h Imperadores Rubro Negro
1:20h Raça Rubro Negra
2h Acadêmicos Recreio
2:40h Bangalore
Sábado, 8 de março
Avaliação – 18h Mocidade de Inhaúma
18:30h Unidos de Manguinhos
20h Acadêmicos de Jacarepaguá
20:40h Acadêmicos do Dendê
21:20h Siri Ramos
22h Mocidade de Vicente de Carvalho
22:40h Unidos do Vila Kennedy
23:20h Gato de Bonsucesso
00h Força Jovem
00:40h Império Ricardense
1:20h Caprichosos de Pilares
2h Unidos do Cabuçu
2:40h Acadêmicos do Peixe