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Juliana Souza não é mais rainha de bateria da Ilha

Juliana Souza publicou nas redes sociais, na noite de segunda-feira, que não poderá seguir no posto de rainha de bateria da União da Ilha para o Carnaval 2025. Ela explicou que sofreu uma entorse no tornozelo direito. Veja abaixo a publicação.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

“Querida Família Insulana 💙❤️🤍

É com o coração apertado que venho comunicar meu afastamento da função de rainha de bateria da nossa amada Escola. Nascida e criada aqui, tive o privilégio de reinar por três anos consecutivos à frente da nossa querida “ @baterilha.oficial ”, comandada com maestria pelo mestre @mestremarcelosanto Juntos, vivemos momentos vibrantes e inesquecíveis, sempre com a esperança de conquistar o título 🏆

Eu acreditei que, mais uma vez, poderia lutar ao lado de vocês, trazendo toda a minha garra para a avenida, mas infelizmente, por uma ironia do destino, sofri uma entorse no tornozelo direito. Esse imprevisto me obriga a focar na minha recuperação e, por isso, estarei impossibilitada de continuar desempenhando minhas funções como rainha de bateria neste momento.

Saio com a certeza de que essa comunidade guerreira continuará brilhando e lutando por suas conquistas. Agradeço imensamente a todos pelo carinho, pelo apoio de sempre, e por cada sorriso, abraços que trocamos durante esses anos. Espero voltar em breve, mais forte e recuperada.

Com amor e gratidão”.

Feijoada do Cacique de Ramos chega à 130ª edição com homenagem ao Dia do Cliente

A Feijoada do Cacique de Ramos alcança a marca de 130 edições, e, em setembro, o evento será uma grande homenagem àqueles que tornam cada encontro possível: os clientes. A equipe de Bira Presidente, composta pela Diretoria de Ouro, a Corte do Carnaval e as Alas Reunidas do bloco, se unirá para organizar uma festa ainda maior do que as anteriores, em celebração ao Dia do Cliente, no próximo 15 de setembro. A entrada para o evento é gratuita, garantindo a participação de todos os que desejam prestigiar esse dia especial.

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A partir das 13h, o público poderá desfrutar de uma superprodução que incluirá apresentações musicais de artistas convidados, a roda de samba residente, o show das mais belas da tribo, exibindo todo o seu gingado e simpatia, o desfile do Estandarte do Cacique, além de surpresas emocionantes. Todo o evento terá a cobertura completa da Cacique TV, que registrará cada detalhe.

No line-up, destacam-se o grupo Batuque Lek, que pela segunda vez será uma das atrações do evento, e o grupo Pratas da Casa, que fará sua estreia. O sambista Marcelo Salut, a Dupla do Samba, e Marquynhos Diniz também confirmaram presença.

Um dos grandes sucessos do Doce Refúgio em todas as edições, o tradicional feijão, preparado com os temperos característicos do Cacique, será servido ao custo de R$ 35,00 o prato. As mesas, disponíveis no local pelo valor padrão de R$ 25,00, garantem conforto para os participantes. Chegar cedo é recomendável para assegurar um lugar privilegiado. Outra excelente opção é o buffet de churrasco, perfeito para degustar ao som do legítimo samba de raiz.

Informações sobre camarotes e outros serviços podem ser obtidas através do WhatsApp (21) 3251-4374.

SERVIÇO
130ª FEIJOADA DO CACIQUE DE RAMOS – EDIÇÃO DE SETEMBRO 2024
DIA: Domingo
DATA: 15/09/2024
HORÁRIO: 13h
CONVIDADOS: Grupo Batuq Lek, Grupo Pratas da Casa, Marquynho Diniz, Dupla do Samba e Marcelo Salut
LOCAL: Rua Uranos, 1326 – Olaria
ENTRADA FRANCA

Porto da Pedra 2025: samba da parceria de Vadinho

Compositores: Vadinho, Zé Alex, Marcão, Robinho Porto, Karina Porto, Cláudinha Sing, Pedro Dentinho, Baiano, Bigode e Alexandre Borges

VEZ EM QUANDO A GANANCIA SE ANUNCIA
VESTE FEITO RAINHA PRA SEDUZIR BRASILEIRO
DE VEZ EM SEMPRE TEM UNS TONTO QUE ACREDITA
QUE A COBIÇA É MAIS BONITA
QUE UM RIACHO E UM BANZEIRO
E VEIO GENTE DE TUDO QUE É LUGAR
NÃO SE PODE APAGAR O QUE A FEBRE DA BORRACHA NOS FEZ
VOMITARAM A MESMA LADAINHA
QUE A FORDILÂNDIA TRARIA
ARES DE PROSPERIDADE
BUSCAVAM ALMAS, PASSARADAS, UTOPIAS
ERAM AVES DE RAPINA, OUTRA VEZ ERA MIRAGEM

SOU MUNDURUKU DE KARUSAKAIBÊ
A SEMENTE DE URUCUM, SOU MAIS UM PRA DEFENDER
FLECHA DERRADEIRA DE GUERREIROS PAIKSÉS
PELAS MATAS , SOU MADEIRA, E DAS ÁGUAS, AS MARÉS

OLHOS DE FOGO, LABAREDAS E DRAGÕES DE FERRO
MAQUINÁRIO SANGUINÁRIO PELO VIL METAL
PONTEIROS ENLSANDECIDOSS POR DINHEIRO
FERRUGENS, ENTRANHAS DO MAL
MAS GOTA DE JUREMA, IMPUROS NÃO BEBEM
O VENTRE DA MÃE TERRA SE IMPÕE, ELES SOMEM
AS CHAGAS ME SANGRAM A PELE
NÃO VALEM O PRATO QUE COMEM
E CERCAM DE NOVO MEU CHÃO PRA GARIMPO
PRESSINTO E JÁ COMEÇO A SALIVAR
O MARCO NÃO MARCA MEU POVO, IREMOS LUTAR

SOU PORTO DA PEDRA DE VOLTA PRA FLORESTA
FELINO FERIDO, DESTINO VENCEDOR
MINHA TRIBO VEM DIZER PRA QUEM ACHA QUE UM DIA NOS VENCEU
A LUTA APENAS COMEÇOU

Artigo: Junção da Imperatriz em 2024 pode ditar nova tendência no quesito?

Não é segredo de ninguém que escolhas musicais e artísticas exitosas costumam ditar tendências no carnaval. O sucesso, quando é reconhecido, inspira a ponto de espelhar atitudes, em prol de um trabalho a ser desenvolvido. Ainda mais numa festa onde o julgamento tem sido cada vez mais comparativo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Inúmeros foram os quesitos que já sentiram na prática esse efeito. Mas o samba-enredo, enquanto gênero musical popular contínuo é quem mais eterniza dentro de seus modelos e eras os impactos das inúmeras transformações sociais, políticas e comerciais da folia popular.

O carnaval carioca, assim como sua criação musical e artística, muda de acordo como se transforma a sociedade. A própria “Era do Lacre”, inserida na sociedade digital, tem impactado letras de samba de forma efetiva, por simbolizar discursos que dentro de uma organização social em redes tem potencial suficiente para viralizar virtualmente. A tônica política foi amplamente abraçada, inclusive, na gestão do prefeito anterior e principal vilão da folia momesca, mostrando exatamente que a sociedade e sua produção cultural, musical e artística popular do carnaval andam de mãos dadas.

Musicalmente falando, a busca eterna dentro do gênero samba-enredo numa Avenida será sempre pelo eventual sacode. Não basta somente o samba passar bem. Tem que sacudir! Cair na boca do povão. A briga pelo topo das paradas voltou a colocar em evidência alguns sambas. As rodas de samba espalhadas pela cidade produzem sim um clima de reoxigenação do gênero, que auxilia demais na perpetuação e propagação da nossa amada arte. E uma coisa que a pista da Sapucaí sempre deixa bem claro é qual samba foi amplamente abraçado pelo povo.

No Carnaval 2024 o êxito do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense foi completo. A junção que inicialmente boa parte torceu o nariz, gradualmente, foi se mostrando uma canção que uniu bom gosto musical e uma explosão sonora ininterrupta. Tudo isso acentuado pelos trabalhos brilhantes do intérprete Pitty de Menezes e da bateria “Swing da Leopoldina”, de mestre Lolo. O alinhamento musical entre canção, cantor e ritmo ficou evidente em cada apresentação da Rainha de Ramos pelas quadras das coirmãs durante toda temporada. A ousadia de juntar sambas se converteu literalmente num sucesso antológico na pista de desfile.

A verdade é que se o assunto é musicalidade, simplesmente todas as agremiações do Grupo Especial do Rio de Janeiro possuem departamentos musicais estruturados, caso seja necessário escolher como alternativa uma junção de sambas. Ainda que a maioria delas trate essa possibilidade praticamente como última solução possível, primeiro por muitas considerarem desrespeito aos compositores e também para evitar desgastes políticos internos.

A escolha pela junção da Imperatriz no carnaval passado teve um norte conceitual delimitado de modo bem claro: produzir a melhor canção possível para brigar pelo carnaval. Uma fusão de sambas com intenção musical bem definida, portanto, sempre mostrará coerência, principalmente se for para explicar um enredo que nenhuma letra conseguiu absorver por completo ou mesmo unir canções cujo alinhamento musical proporcione uma experiência auditiva que potencialize possíveis virtudes explosivas.

Com a proximidade das escolhas de samba essa reflexão se torna necessária e pertinente. Paradigmas serão modificados e as agremiações buscarão cada vez mais junções como soluções musicais para elevarem o potencial de suas canções? Será que é possível surgir alguma junção num curto prazo capaz de ser comparada ao sucesso do “Vai Clarear” cigano de Ramos? Em samba não se tem receita de bolo. A inspiração genuína de um compositor é o que aglutina um tema e uma música através do talento, na condução da maior festa audiovisual do planeta. O melhor caminho a seguir sempre estará brilhando dentro do coração do sambista verdadeiro. Em samba-enredo, uma arte essencialmente subjetiva, não se escuta com os ouvidos, sim com o fundo da alma de quem ama esse gênero. Escolham sambas com o coração, é o que o CARNAVALESCO deseja do fundo da alma. Amém!

Porto da Pedra recebe inscrições de sambas concorrentes nesta segunda

A Porto da Pedra dá mais um passo importante na preparação para o carnaval 2025 recebendo, nesta segunda, a inscrição dos sambas que irão concorrer na disputa que vai eleger o hino oficial do enredo “A Borracha que o Tempo Não Apagou”, do carnavalesco Mauro Quintaes. Este é o terceiro enredo de uma sequência produzida por Quintaes desde que retornou à vermelha e branca.

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Foto; Divulgação/Porto da Pedra

“Antes de tudo, quero desejar uma grande boa sorte para todos os compositores. A Porto da Pedra tem uma ala de compositores muito respeitada, que sempre trazem obras muito relevantes, interessantes e bonitas. Dentro dessa trilogia que eu e o nosso enredista Diego Araújo, oferecemos com temas de representatividade indígena, mas com uma pitada de curiosidade, uma pitada de assunto pitoresco. Então, o primeiro olhar é você se interessar pela sua história e, a partir daí você desenvolve o enredo com o olhar político. Eu acho que os compositores da Porta da Pedra já pegaram esse nosso jeito de apresentar enredos, e eu tenho certeza de que vai ser uma audição bem interessante com relação a isso”, diz o carnavalesco que, diferentemente de anos anteriores, não marcou datas definidas para tirar dúvidas com os poetas da escola de São Gonçalo, disponibilizando-se para reunir-se com as parcerias, sempre que fosse acionado.

A partir das 19h e até a meia noite, a diretoria da ala comandada por Fernando Macaco estará disponível na quadra do Tigre para receber as parcerias. Os grupos tiveram cerca de 50 dias para elaborar a composição que vai disputar a preferência do público nas eliminatórias que acontecerão após as eleições municipais

“Eu confio muito no olhar do compositor da Porta da Pedra e tenho certeza de que a gente vai ter obras muito bacanas e vai ser muito difícil escolher. Mais uma vez, desejo boa sorte para todos, na certeza da idoneidade da escolha e de que sempre vai ganhar o melhor samba para a Porta da Pedra como um conjunto, não como uma opinião pessoal. Durante esses últimos três anos, não tivemos dúvidas sobre a transparência e democracia deste processo. Ganhará, sem dúvida nenhuma, o melhor”, pontua Mauro.

As regras para inscrição dos sambas encontram- se disponíveis no site da agremiação. A quadra da Porto da Pedra fica na Travessa João Silva, 84.

Celebrando Quinho do Salgueiro, Doentes da Sapucaí define samba para o Carnaval 2025

A saudade da irreverência de Quinho do Salgueiro tomou conta do Pra Ti Faria Bar, em São Paulo, na noite de domingo. O bloco Doentes da Sapucaí definiu em concurso o samba com o qual recordará no carnaval de 2025 a trajetória de um dos maiores intérpretes da história do carnaval. A obra vencedora foi a da dupla Daniel San e Bertola, e foi escolhida através de votação secreta de um júri composto por convidados presenciais e online. Os Doentes desfilarão inspirados pelo enredo “Quinho do Salgueiro… Alegria do povo” no dia 22 de fevereiro com saída programada a partir da Rua Marselha, na Vila Mariana. Como se não bastassem as homenagens póstumas à Quinho, que foi celebrado através de sambas que marcaram sua carreira no Acadêmicos do Salgueiro e na União da Ilha do Governador, a festa promovida pelos Doentes da Sapucaí contou com a presença ilustre de um nome icônico do carnaval de São Paulo. O compositor Grego, autor de sambas históricos dos Gaviões da Fiel, foi aplaudido pelo público presente ao som de sua obra autoral “Coisa boa é pra sempre”, campeã do carnaval de 1995. Veja a letra e ouça o samba no fim desta matéria.

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Daniel San e Bertoga

Como foi o concurso

O concurso promovido pelos Doentes da Sapucaí foi marcado pelo bom humor. Os sambas inscritos se apresentaram em ordem definida por sorteio, e cada candidato teve a oportunidade cantar quatro passagens de suas obras, sendo as duas últimas com time de percussão todo tocando. Quem tinha cantor levou o seu, quem não tinha improvisou por conta própria ou contou com os cantores da casa para se apresentar. A alegria e nostalgia transmitidas pelas obras candidatas divertiram o público do começo ao fim, e mesmo aqueles que estavam torcendo para uma parceria específica caíram no samba ao som de todos.

A obra vencedora contou com uma numerosa torcida que embalou a apresentação do início ao fim. Os compositores campeões Daniel San e Bertola conversaram com o CARNAVALESCO e falaram sobre o que representa levar a história de Quinho do Salgueiro através de seu próprio samba.

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“Primeiro falando de Quinho, eu frequento o Salgueiro há muito tempo. O Quinho é nosso ídolo, meu ídolo, ídolo da minha família. A hora que apareceu esse enredo eu falei: ‘cara, eu vou fazer um samba para o Quinho’. O Quinho é talvez um dos ‘top 3’ puxadores da Sapucaí. A emoção é muito grande porque a gente conseguiu retratar em um samba conciso, em um samba de bloco, as principais etapas da carreira do Quinho. Ilha, Salgueiro, a bateria ‘Furiosa’, o ‘Tambor’, o ‘Explode Coração’. A gente conseguiu retratar de uma maneira muito concisa a história inteira do Quinho e o que o Quinho representa para os Doentes da Sapucaí. Toda vez em que ele esteve aqui ele abraçava a gente. A gente conseguia fazer grandes festas muito legais com ele. É uma emoção muito grande poder retratar o Quinho em uma letra de samba em que a gente tentou ser um samba de bloco. Estou muito feliz”, disse Daniel San.

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“Eu sou aqui de São Paulo, mas sou salgueirense desde sempre e conheço todos os sambas do Quinho. Sou fã do Quinho e sempre gostei muito dele. A hora que o Doentes anunciou o enredo do Quinho como homenagem para mim foi demais. Falar do Quinho é falar muita coisa legal. Para mim ele é um dos melhores intérpretes que já existiram na história. Depois de Jamelão, o Quinho era demais. É muito legal falar do Quinho, e me empolguei com o tema porque realmente era o Quinho. Quem já foi na Sapucaí e escutou o Quinho várias vezes viu que o Quinho era diferente. Ele não era nem melhor e nem pior, ele era apenas diferente. Era o Quinho”, declarou Bertola.

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Bertola demonstrou gratidão pelo carinho com o qual Quinho tratou o bloco sempre que esteve presente em São Paulo. “Se tratando do Quinho do Salgueiro, ele foi um cara que abraçou os Doentes da Sapucaí. Ele veio há dois, três anos e puxou os Doentes da Sapucaí. Ele incorporou o projeto dos Doentes da Sapucaí. Há três, quatro anos atrás o Quinho tocou no Na Aba e já tocou aqui. Quando ele viu o projeto dos Doentes da Sapucaí ele gostou demais. É um projeto da galera de São Paulo que gosta do samba do Rio de Janeiro, e ele já fez várias participações aqui com a gente. Quinho do Salgueiro, a alegria do povo”, disse.

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Daniel San explicou a estratégia por trás da construção da letra do samba desenvolvido pela dupla. “A gente tentou num samba curto, samba de bloco, reunir as principais coisas que o Quinho fez na vida. Ilha, Salgueiro, Academia, Furiosa. A gente tentou trazer os cargos do Quinho para gente conseguir reproduzir no samba, de uma maneira curta, tudo que o Quinho representa no samba. Eu acompanho o Quinho desde 1990, desde o Salgueiro, e a gente quis trazer o que era o Quinho. Acho que a gente conseguiu resumir num samba curto, de bloco, tudo o que o Quinho fez”, explicou.

“Ou seja: pimba! Pimba! Ai que lindo! Vai pegar fogo no congá! Esse é o Quinho, imortal”, concluiu Bertola.

Amigo dos Doentes da Sapucaí

O presidente Odilon Cardoso falou sobre última vez em que Quinho esteve presente no Pra Ti Faria e cantou com os Doentes da Sapucaí. Coincidentemente, a ocasião foi a mesma em que a equipe de São Paulo do CARNAVALESCO esteve pela primeira vez no local que recebeu a festa do Prêmio Estrela do Carnaval.

Presidente Odilon

“Acho que foi o último evento que o Quinho participou em vida foi aqui em um dos nossos encontros em que a gente teve ele e o Neguinho da Beija-Flor. Depois que ele faleceu, a gente ficou pensando sobre qual o enredo que a gente iria fazer. Fizemos uma votação dentro da diretoria do bloco e venceu o Quinho. O Quinho é uma alegria, tudo que ele fez pelo samba-enredo, é aquela irreverência, e o que veio mais para exaltar foi a participação dele. Ele esteve várias vezes com a gente aqui cantando, virou um amigo nosso. Acho que nada melhor como homenagear um cara que a gente homenageou em vida e agora homenagear depois que ele se foi”, recordou.

Odilon avaliou como positiva a escolha do samba vencedor para representar os Doentes da Sapucaí no carnaval de 2025. “Gostei, realmente é um samba de bloco. É um samba curto, que é fácil de decorar. Eu acho que vai pegar na Avenida. Acho que vai ser bastante cantado na apresentação que a gente vai fazer no ano que vem. Fica o convite para quem quiser participar no dia 22 de fevereiro, um sábado antes do carnaval. Nós vamos sair ali na Rua Marselhesa, na Vila Mariana. Espero que essa alegria a gente possa mostrar no desfile porque o samba é bem alegre, um samba curto, para bloco mesmo, e acho que vai pegar no desfile”, afirmou.

Nem melhor, nem pior, apenas diferente

Marcos Sores, o Dino, um dos diretores dos Doentes da Sapucaí falou sobre a importância de exaltar a vida e obra de Quinho do Salgueiro através da festa que marcou sua carreira. Dino recordou a trajetória do artista e exaltou a capacidade do homenageado de transmitir alegria por onde passou.

Diretor Dino

“Quando o Quinho vinha pra São Paulo fazer nossos eventos, era uma alegria imensa quando ele chegava e muito maior quando ele saía. Ele conseguia trazer gente para dentro do recinto, para dentro do evento. Só que quando ele saía, as pessoas falavam assim: ‘esse cara é uma bomba atômica de alegria’. O Quinho era uma ‘bomba atômica’ de alegria, o meu conceito do Quinho é esse. Era um baita de um cara ‘família’. Um dos filhos dele foi um dos jurados online desse nosso evento, e a gente vê o quanto ele era um cara família. Um cara que gostava de estar em casa, gostava de valorizar a família. Só que quando o cara estava na quadra, ele se transformava de uma forma que ele levava alegria, sem nenhum pudor de mostrar a alegria que ele tinha, e ele levava mesmo. Os cacos dele são os cacos mais representativos do carnaval para mim não só do carioca, mas de São Paulo e de todo o mundo. A gente tem alguns intérpretes que considera os principais da história que são, obviamente, Jamelão, Neguinho da Beija-Flor, que graças a Deus ainda está com a gente, Dominguinhos do Estácio, Ito Melodia, Aroldo Melodia, vários caras, mas o Quinho era um cara diferente de todos esses. Ele conseguia ser diferente. Nem melhor, nem pior, apenas diferente. Ele conseguia levar esse lema do Salgueiro para onde ele fosse. Para a Vila Maria, para o Peruche, para a Ilha. Ele não era melhor nem pior que ninguém e ele não queria fazer isso. Ele falou: ‘eu não sou intérprete, eu sou cantor. Eu sou igual a todo mundo’. Ele queria estar no mesmo patamar que todo mundo, mas ele não era do mesmo patamar que todo mundo. Ele queria parecer que era, mas ele não era. O Quinho era um cara que representava muito para a gente como amantes do samba-enredo e para a gente como parte da direção dos Doentes da Sapucaí. A gente o trouxe algumas vezes para cá e sempre que a gente o trouxe sempre foi um cara ímpar, um cara incrível, e que faz muita falta para a gente”, declarou o diretor.

Dino acredita que o samba vencedor do concurso será capaz de transmitir para o público a história de Quinho através de sua essência. “Esse samba que ganhou é um samba de dois compositores que já tem uma história nos Doentes da Sapucaí. Um deles inclusive é da oficina de bateria dos Doentes da Sapucaí. Eles conseguiram trazer um pouco mais da essência do bloco através da ‘voz’ do Quinho. A gente ouviu vários sambas muito bons, mas muito bons que isoladamente conseguiriam disputar com o samba que ganhou fácil. Só que o samba que ganhou trouxe uma essência um pouquinho maior de bloco, então foi por isso que eles conseguiram ganhar. Vai ser um samba que vai levar para a Avenida a história do Quinho de forma alegre, de forma diferente. Nem melhor, nem pior, apenas diferente”, afirmou.

Samba de 2025 dos Doentes da Sapucaí

Compositores: Daniel San e Bertola

Explode coração, na maior felicidade
O Quinho do Salgueiro vai deixar saudade
Explode coração, na maior felicidade
Canto Quinho o ano inteiro, para matar saudade

(Sou mais minha ilha)

Ilha
Porre de felicidade
Academia
Furiosa inspiração
de um tambor apaixonado
cantava com emoção

Pimba Pimba ai que lindo
Pega Fogo no Congá
O Doentes na avenida
Vai fazer vc sambar

Sorriso no rosto
Alegria irreverente
Na Terra da Garoa
Ou no Andaraí
Virou Quinho dos Doentes
Da Sapucaí

Três obras se destacam em definição da chave branca da Portela

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025. Abaixo, ao longo do texto, você pode conferir a análise de cada apresentação. Neste domingo, a escola definiu os classificados da Chave Branca. Sete sambas se apresentaram e as parcerias de Phabbio Salvatt e Poly da Portela foram cortadas ao final das apresentações e não continuam na disputa. Agora, com a junção das duas chaves, dez parcerias ainda sonham em embalar o carnaval 2025 da Azul e Branca de Madureira que vai homenagear Milton Nascimento.

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Parceria de Celso Lopes: O samba foi escrito por Celso Lopes, Charlles André, Marcos Laureano, Roberto Fármaco, Gadinele, Serginho Pavuna e Soninha Jurado. Comandada por Nino do Milênio, intérprete da União de Maricá, a equipe de vozes mostrou entrosamento e mostrou estar bem ensaiada permitindo que Nino ficasse à vontade com os cacos, vocalizações e comandando a galera no geral. A obra tem um tempero bem “mineirinho” como o homenageado, carioca de nascimento, grande ícone da música brasileira, mas, também, bastião da música mineira e da cultura da região como um todo. A linha melódica escolhida enfatizou tons mais alegres e o andamento permitiu, para a Tabajara do Samba, a sua já conhecida cadência aprimorada por mestre Nilo Sérgio. O samba tem mesmo um andamento “gostoso”, uma levada agradável, o único “senão” é talvez a falta de um trecho mais explosivo no samba. Os refrãos são muito bons, bastante melódicos, mas não tem o caráter de ataque. A quadra se envolveu um pouco mais com a obra do que com as duas primeiras parcerias e a torcida mostrou que veio bem ensaiada cantando boa parte da obra. Destaque melódica para a segunda do samba em especial no trecho Tem canoa descendo o rio de fiéis em devoção/Batuques… Rituais e cantorias caminham juntos na procissão”.

Parceria de Tião Sapê: O samba foi escrito por Tião Sapê, Hebinho da Portela, Bita da Portela, Luizinho da Light, Zé Maria, Marcelo Vai Vai e Ricardo Simpatia. Comandado por uma voz que tem história em Madureira, a parceria teve em Wantuir um grande fator para defender sua apresentação. A voz potente do cantor esteve bem ajustada com a obra e com os “apoios”. Wantuir, aliás, veio homenageando Milton Nascimento através da boina característica do “Bituca”. A linha melódica da obra combina muito bem com o caráter do enredo, tem a preciosidade melódica característica de um enredo que homenageia um grande ícone da música brasileira e tem uma pitada do “mineirês” característico da música que Milton defendeu por muito tempo e há muito tempo é referência. A obra “casa” muito bem com o andamento da ” Tabajara do Samba”, cadenciada. Entretanto, talvez, o único porém da apresentação, seja, justamente, que o andamento apresentado na quadra da Portela poderia ser ainda um pouco mais pra frente, até para valorizar ainda mais os bons e fortes refrãos como “Solto a voz, sou Portela!” E o trecho “É preciso ter força/É preciso ter raça!”. Contando com um bom número de componentes na torcida, a parceria apostou em trazer até passistas que dançaram bastante na apresentação. A quadra até que se envolveu com a obra, mas de forma ainda tímida.

Parceria de Samir Trindade: Além de Samir Trindade, a obra foi composta por Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. O desempenho de Tinga em eliminatórias é algo que já dispensa comentários, o cantor da Vila Isabel, como sempre, conduziu muito bem a obra junto de um time de vozes que já tem bastante entrosamento e conhecimento do trabalho do artista. Destaque para Gera que já foi intérprete oficial da Majestade do Samba. A obra traz uma negritude muito forte que marcou não só a música, mas a história de Milton Nascimento. Essa negritude, esse molejo, essa força já está presente de cara no refrão principal “Oxalá preto rei pra sambar Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar Anjo negro é o Sol na minha Portela”. A obra também tem um caráter de versos construídos em uma linha melódica de notas mais alegres, pontuando bastante as finalizações antes dos refrãos, como nos versos “Onde Candeia é chama/Brilha Milton Nascimento”. O andamento mais cadenciado “casou” de forma bastante competente com a Tabajara do Samba, não se caracterizando em nenhum momento em arrastado, ao contrário, a firmeza principalmente dos refrãos puxava a obra para cima. A torcida fez sua parte , cantou bastante , pulou, sem muitos truques ou pirotecnia. E a quadra veio junto de uma forma concreta, ainda que não tenha sido um sacode.

Parceria de Toninho Geraes: O samba foi composto por Toninho Geraes, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. A obra tem como virtude ser bastante puxada para um samba mais melodioso. A composição melódica é muito bonita e rica, utilizando-se de construções de harmonia que combinaram bastante ao longo da canção, não se caracterizando em nenhum momento no lugar comum das melodias, ainda que de fácil assimilação. No palco, a parceria apostou em unir os experientes Bruno Ribas e Emerson Dias auxiliados ainda por Chitão Martins, o que rendeu uma grande apresentação no palco com bastante energia e bem combinada na função de cada um. Bruno muito bem nas terças, vocalizações, Chitão mais reto e Emerson mais solto mexendo com a galera. A obra apresenta uma linha melódica muito interessante, muito própria que permite e favorece o canto, enfatizando uma linha mais alegre. Destaque para os dois refrãos e também o início da segunda do samba “Único, sopro sagrado, solfejo da américa/Acorde miscigenado e olhos de áfrica/Do lado esquerdo do peito, as notas e a métrica/Arrebatando poetas, compondo por mágica, bastante original”. O andamento também é algo importante de se elogiar, talvez o que mais permitiu que a “Tabajara do Samba” se soltasse dentro da sua linha mais cadenciada, com uma levada de caixas bem gostosa e dançante. O samba teve um bom retorno da quadra e trouxe uma torcida bem ensaiada que assim como algumas poucas da noite chegou e saiu cantando a obra a capela, quando não se tinha mais as vozes dos cantores.

Parceria de L. C. Máximo: O samba foi composto por Luiz Carlos Máximo, Manu da Cuíca, Buchecha, Belle Lopes, Ximeninho, Régis e Heitor César. Outra obra que apostou em trazer Milton a partir do ícone que é acima de tudo para a negritude deste país, com este aspecto sendo ressaltado no próprio caráter da obra. O samba trouxe referências do cantor, mesclando com a música a partir de uma melodia que também acaba se referindo a Milton por ser original e não ficar presa a harmonias convencionais. A virada do excelente refrão principal “Tá que tá caindo flor Senhora do Rosário Vem benzer nosso griô” em contraste com a cabeça do samba é um dos destaques da obra. Música bem característica e com assinatura da parceria. O andamento também foi positivo ao também se encaixar direito com as levadas da Tabajara do Samba. A parceria trouxe uma torcida que cantou de modo geral a obra. Foi mais uma torcida que também entrou e saiu cantando a obra a capela. A apresentação conseguiu mexer de forma interessante com a quadra, que não se manteve indiferente, ainda que não tenha sido o samba que mais empolgou. O trabalho do palco, comandado pela voz de Luiz Paulo Jr, mostrou entrosamento e bastante solidariedade com os apoios que participavam efetivamente do canto nos momentos certos.

Vai-Vai 2025: ouça o samba-enredo

Compositores: Naio Denay e Francis Gabriel

MEU ALVENEGRO, MANTO SAGRADO
RAÍZ COROADA EM TANTOS CARNAVAIS
QUEM NUNCA VIU O SAMBA AMANHECER
VAI NO BIXIGA PRA VER, SÓ NO BIXIGA PRA VER

RAIOU! NO MAIS INSANO RITUAL
VAI VAI NESTE BANQUETE CULTURAL
PROFANO, DEVORA A ARTE
A ESSÊNCIA DE UM SONHADOR
BACANTE DE SER
O MAIS GENIAL MUNDANO DO VIVER
QUANTO PRAZER,
ESTE SANGUE BOM SABOREAR
COMER, BEBER ATÉ
TOMAR UM PORRE MUITO LOUCO

É “POIS ZÉ” REVOLUÇÃO DEU OFICINA
BIS: “POIS ZÉ” EIS A DESORDEM TEATRAL
“POIS ZÉ” INSPIRAÇÃO DA BELA VISTA
“ZÉ” REFERÊNCIA É XAMÃ É CARNAVAL

NA OUSADIA DA LIBERDADE
TROPICALISTA NA VADIAGEM
NO CAOS, NA LUXÚRIA NA LIBERTINAGEM
A LUZ NUA E CRUA DA SUA CORAGEM
TEM FOGO ARDENTE DE QUEM É VIRADO NO EXU!!
VOLTA “ZÉ” AO SOM DA MINHA BATUCADA
ASSINA DIREÇÃO DESSA FOLIA POPULAR
QUILOMBO SARACURA, EVOÉ! SARAVÁ!!

‘Pois Zé!’ Vai-Vai volta às origens, lota rua e define samba-enredo para 2025

Por Gustavo Lima e Fábio Martins

Uma noite inesquecível marcou este domingo para a escola de samba Vai-Vai. A comunidade da Saracura pôde enfim retornar ao seu chão na Bela Vista. Uma final de samba-enredo na rua, grandiosa e lotada, que remeteu aos grandes tempos que a agremiação tanto gostava. Um evento em que o Vai-Vai viveu as suas características na mais pura essência. Sem dúvidas o componente e torcedor apaixonado pela escola retornou aos seus lares sorrindo de orelha a orelha, mostrando que o lema ‘Escola do Povo’ vive e muito. Se tratando da final, três obras estavam em disputa para ser a trilha-sonora alvinegra para o próximo desfile. O segundo samba-enredo a se apresentar, composto por apenas dois compositores, saiu vencedor. Por ter um refrão forte e de fácil assimilação, também era de agrado da comunidade. A parceria, formada por Naio Denay e Francis Gabriel contou com bastante torcidas, bandeiras e sinalizadores. Era perceptível o favoritismo da parceria. Assinado pelo carnavalesco Sidnei França, o tema do Vai-Vai para o Carnaval 2025 é intitulado como “O xamã devorado e a deglutição bacante de quem ousou sonhar desordem”. Uma homenagem ao ator e dramaturgo de teatro, Zé Celso.

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VaiVai et CompositoresCampeao
Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

Obra feita em dupla: A primeira conquista e a experiência de vencer

O experiente compositor Naio Denay, que já venceu 11 sambas na escola, contou que persistiu em manter a parceria, mesmo que em dupla seja mais difícil, decidindo apostar no entrosamento com seu parceiro, que começou em 2017. “Você vê 15 caras, mas na verdade quem faz são três ou quatro no máximo. Esse ano a gente decidiu não fazer isso. Vamos lá se der os dois ou não. Como a gente já vem fazendo samba, decidimos continuar. Temos um entrosamento de muito tempo”, disse.

VaiVai et UmdosCompositores

Com família do Bixiga, o compositor Francis Gabriel venceu o seu primeiro samba na escola do coração. É um sonho de infância, disse o escritor. “É um sonho de infância. A minha família é do Bixiga. Desde que eu me entendo por gente eu frequento o Bixiga, mas sempre como músico ou folião. Em 2017 foi o meu primeiro samba com o tio Naio Denay e mais alguns parceiros. Agora é a realização de um sonho ganhar na minha escola do coração. Estou feliz da vida. Agora é festejar por três dias, três noites ou oito dias, oito noites”, declarou.

Como citado, o refrão forte e fácil pegou facilmente com a comunidade, especialmente pela frase “Vai no Bixiga pra ver, só no Bixiga pra ver”, que faz referência a um dos principais sambas alusivo da agremiação. Naio disse que os versos conquistaram o povo e aproveitou para falar sobre sua trajetória na Saracura e a diferença de vencer na rua. “É o tipo de refrão que pega no coração da comunidade. A gente como Vai-Vai, mesmo quando escuta um refrão tipo esse, pega no coração. Nós os pegamos. Eu cresci aqui, dentro do samba. Eu não tenho mais outra escola. Esse é o 11º samba que eu venço. Eu cresci ganhando samba aqui. Estar de volta aqui é a mesma emoção que eu tinha há anos atrás. O Vai-Vai é Bela Vista, Bixiga e não pode sair daqui”, comentou.

VaiVai et TrofeuCampeao

Francis aproveitou para agradecer à organização chamada Bate Fundo, que ajudou a parceria com camisas e outras questões financeiras. “Aqui a gente também vem de uma comunidade do movimento do samba, que é o Bate Fundo. Aquele povo lá correu junto com a gente. Fizemos camiseta, fizemos rifa, fizemos pagode e o povo veio junto. Estamos levando esse título para essa galera também”, completou.

Dinâmica diferente e importância do Vai-Vai na rua

O presidente Clarício Gonçalves falou sobre a dinâmica feita para a escolha do samba, que primeiramente começou com audições internas, depois passou para a Fábrica do Samba, até chegar à final. De acordo com o presidente, a decisão na rua foi crucial para ouvir melhor a melodia, pois o som ajudou juntamente à bateria. “Nós começamos a eliminatória dentro da Fábrica, o som lá é abafado. A comunidade em si, cada um opinou por um samba, mas só que, aqui na rua deu para sentir que a melodia junto com a bateria a céu aberto e como funciona. Chamamos o pessoal, os representantes de cada samba e dissemos que qualquer um deles teria que ser mexido na letra e não na melodia. Porém, o samba que na nossa visão se destacou, foi o samba oito, que vai ser o nosso hino para o Carnaval 2025”, explicou.

VaiVai et PresidenteClaricio2

Contando do evento na Rui Barbosa, o gestor agradeceu os órgãos públicos, a bancada feminista e ao prefeito Ricardo Nunes. “Eu não posso deixar de agradecer o prefeito Ricardo Nunes e a todos os órgãos. A bancada feminista que nos ajudou, porque nós somos uma escola apartidária. Agradecemos também a comunidade em geral. Nós abraçamos esse momento único. O horário era até às 21h, nós sempre vamos procurar respeitar para que a gente não incomode os vizinhos que estão nas redondezas, mesmo sendo no bairro do Bixiga. Isso é que o povo do Vai-Vai entendeu e graças a Deus terminamos no horário combinado. Passamos 10 minutos, mas só a satisfação de ver essa comunidade em peso no nosso chão, no nosso solo é muito gratificante. Eu espero que através dessas parcerias, nós consigamos repetir esse evento maravilhoso que foi essa final”, afirmou.

VaiVai et PresidenteClaricio 1

Diretor geral da agremiação, Luiz Robles, também comentou sobre a dinâmica e exaltou o refrão da obra escolhida. De acordo com o gestor, fala muito sobre a história do homenageado Zé Celso. “Foi mudada toda a dinâmica do que o Vai-Vai vinha fazendo e a gente até mesmo se perguntava se isso tudo ia dar certo. Quando a gente começou a fazer os tiras dúvidas, os próprios compositores começaram a elogiar a organização e a forma de trabalho. E aí já pensamos que estamos no caminho certo. E curiosamente esse samba oito na audição e alguns momentos que ele teve com a gente tirando dúvida, esse refrão guardou. Ele falou: ‘Não vou apresentar para vocês que é meu trunfo para ganhar a disputa’. A gente quando escutou a primeira vez na apresentação, tinha a certeza de que era um refrão com uma sacada muito boa. Ele resume praticamente toda a história do Zé Celso. A escolha foi a melhor para a escola levando em conta vários fatores. Vamos desfilar de manhã, a melodia, toda essa característica do samba que é forte, para frente e exalta muito a escola também. Isso mexe com o brio da comunidade”, destacou.

robles vaivai

Entrega da batucada não vai faltar

Um dos mestres da ‘Pegada de Macaco’, mestre Beto, disse que ficou satisfeito com a obra escolhida e que venceu a correta. Da parte dele não vai falar entrega. “A gente tinha 19 obras, duas desistiram, fomos com 17 e foi indo até sobrar as melhores entre as melhores. Eu falei para o presidente da escola, para o diretor-geral e para o mestre Tadeu, que da minha parte ia fazer arranjos, entregar a bateria pronta para a escola desfilar, qualquer que fosse o samba que ganhasse. O 2, o 12 e o 8 eu ia abraçar como se fosse a minha filha e fazer o melhor para a escola. Foi uma eliminatória muito boa, a bateria tinha 165 pessoas, a escola permaneceu e ganhou o samba oito, que era o que tinha que ganhar”, declarou.

mestre beto vaivai

Beto falou sobre o formato e exaltou a grande festa que o público vai-vaiense proporcionou nesta noite. “Vamos trabalhar com a verdade: O Vai-Vai não tem um CEP hoje. A gente tem a Fábrica do Samba, que é cedida para as 14 escolas do Grupo Especial e o presidente Clarício está correndo para alugar um lugar para realizar os ensaios. A gente teria que fazer seja no estúdio do CARNAVALESCO ou na minha casa a escolha do samba. Tivemos a primeira eliminatória interna e depois fomos para a Fábrica aos finais de semana. Hoje foi uma bela festa na bela vista com um público muito grande”, afirmou.

VaiVai et MestreBeto 1

Missão de jurado e critério de escolha

O carnavalesco Sidnei França citou o processo de escolher o hino vencedor, visto que segundo o próprio, não havia uma certeza absoluta na sua ótica. Mesmo assim, o profissional opinou que a letra é rica e a melodia combina com o componente alvinegro. “Foi um processo um tanto quanto doloroso porque nós tínhamos algumas opções de sambas para escolher e foi bastante difícil. Não foi um concurso que tinha um samba disparado que você falava ‘tem que ser esse’. Nós tínhamos pelo menos três opções de sambas para escolher para o Vai-Vai e acabou escolhendo o samba do Naio e do Francis. O samba oito tem uma capacidade para além da informação que a letra traz. A melodia conversa muito com o vai-vaiense e com a identidade da escola. Hoje isso se afirmou, porque nós fizemos três domingos. Dois na Fábrica do Samba e a final aqui na rua na Rua Rui Barbosa”, disse.

VaiVai et CarnavalescoSidneiFranca

O artista contou sobre os jurados que tiveram a missão de debater e definir o samba-enredo da Saracura para o Carnaval 2025. Sidnei e membros da sua equipe entram com o contexto do enredo e outras pessoas falam da parte musical. “Os jurados foram a Tati que é uma pessoa da minha equipe. A Tatinha faz as pastas de jurados do Vai-Vai. Ela trabalha nessa questão de defesa. Eu, a Tati, Paulo Rogério, Danilo que é o diretor musical da escola, Mestre Tadeu e Zé Carlinhos. Também teve o Coque da direção musical da escola. Fomos nós sete que tivemos essa missão de escolher o samba. É claro que eu busco neles um amparo musical, porque eu não sou da música, eu sou da visualidade e eles buscam em mim a certeza de que o enredo, a identidade do desfile que eu estou pensando está contemplada por esse samba. Neste encontro de letra e melodia, os outros cinco falaram muito de musicalidade e eu e a Tati falamos muito de letra, de entendimento da narrativa do enredo a partir do samba contado e não só cantado e é isso então buscamos. Foi um processo onde conseguimos um consenso através de algumas reuniões de discussões internas para o melhor para o Vai-Vai”, revelou.

VaiVai et 1

Sidnei é uma das pessoas que mais bate na tecla sobre a identidade cultural do Vai-Vai. O carnavalesco se viu em um dia especial na volta da comunidade para o seu lugar. “E aí tinha uma incógnita como a escola vai reagir na rua, que é onde o Vai-Vai é mais Vai-Vai, inclusive. É na rua que o Vai-Vai se revela uma escola realmente de fato do povo e aqui apenas chancelou que a gente já vinha percebendo o quanto o samba vencedor dialoga não só com enredo, mas com o coração da comunidade e hoje eu vejo que foi um dia muito especial para além da escolha do samba: O Vai-Vai retornar para Bela Vista”, concluiu.

‘Só no Bixiga pra ver’

Intérprete do Vai-Vai sendo cria da escola, Luiz Felipe enalteceu as eliminatórias e a final feita na rua, onde diz que ali mora a agremiação. “Foi uma eliminatória muito produtiva, onde tiveram 17 obras e classificaram-se oito (para semifinal). Chegamos à escolha de uma que é a que vamos embalar no Carnaval 2025. Na rua é um resgate. A gente se emocionou até no começo com muita gente da escola chorando, porque o Vai-Vai é rua, Vai-Vai é povo, Vai-Vai é isso aqui que a gente viu. Isso resgata o nosso orgulho de ser Vai-Vai a cada dia”, afirmou.

VaiVai et InterpreteLuizFelipe 2

O cantor tem uma característica de ficar no meio do povo e da bateria durante as apresentações. Luiz contou que isso é feito para sentir o clima do samba e qual a comunidade prefere, pois não é jurado. “Eu sou do povo, eu sou o cantor. Não sou jurado, mas faço parte do povo. Eu fico sentindo a comunidade, qual o samba que eles gostam. É um samba que é a cara do Vai-Vai também. A bateria estando junto na rua com o povo, nós sentimos o termômetro da coisa e é o samba oito”, comentou.

VaiVai et Enredo

O músico foi mais um a falar que o samba é a cara da escola. Sendo assim, com a aprovação dos departamentos e comunidade, a escolha do Vai-Vai foi certeira. Luiz diz que almeja estar no Desfile das Campeãs em 2025. “É um samba que tem a cara da escola. O refrão muito apelativo, um refrão que já orgulha o vai-vaiense: ‘Meu alvinegro manto sagrado’. Frases impactantes e um samba com o nosso carnavalesco também participando ativamente com a comissão dentro do enredo. Agora vamos buscar nosso objetivo, se Deus quiser é estar nas campeãs”, finalizou.

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Após sucesso da ‘Noite dos Enredos’, Liesa prepara três dias de minidesfiles em dezembro

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), na última semana, bateu o recorde de público da Cidade do Samba, quando oito mil pessoas estiveram na festa de apresentação dos enredos para o Carnaval 2025. Chamada de ‘Noite dos Enredos”, o evento mexeu com o público e com os dirigentes da Liesa. Agora, o presidente Gabriel David revelou ao site CARNAVALESCO que os minidesfiles, que acontecem em dezembro, vão ter mais um dia de exibições. As datas ainda vão ser definidas, mas provavelmente na primeira quinzena de dezembro.

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gabriel liesa
Foto: Vítor Melo/Divulgação Rio Carnaval

“Esperem três dias de minidesfiles. Sexta, sábado e domingo. Com entrada franca. O máximo que eu puder a minha gestão terá entrada franca na Cidade do Samba. Quero que o local pertença a todos. Todos eventos que as escolas quiserem fazer para elas a Cidade do Samba sempre será cedida de graça”, disse Gabriel David.

O presidente da Liesa revelou ainda que para os desfiles do ano que vem, pela primeira vez, todas 12 escolas de samba do Grupo Especial vão poder testar o som e luz oficial da Marquês de Sapucaí.

“Os ensaios técnicos vão ser em janeiro. Já comecemos simpósios sobre os quesitos de julgamento e vamos receber todos os candidatos a prefeito do Rio. Teremos também, uma semana antes dos dias dos desfiles oficial, os ensaios técnicos, abertos ao público, com teste de som e luz, pela primeira vez, para todas 12 escolas, com entrada grátis, de quinta a domingo (20 a 23 de fevereiro de 2025), com três agremiações por dia”, contou Gabriel.

Perguntado sobre o balanço da ‘Noite dos Enredos’, Gabriel David disse que o evento foi histórico e entrou para o calendário anual da Liga.

“Foi uma noite histórica para todos. O carnaval está em alta e na moda. Uma união de forças que abraçou essa ideia e fez acontecer. No início queria fazer o evento para o público tocar no palco e foi muito mais do que isso. O maior evento, em quantidade de público, da história da Cidade do Samba. Motivo de orgulho para todos. Os diretores de carnaval das escolas foram os maiores produtos. Depois do sorteio, que tivemos alguns deslizes, tomei decisão de chamar para que eles pudessem produzir com os diretores da Liesa. Foi um evento muito difícil, principalmente, pela troca de palco entre as escolas, mas que deu tudo certo. Tentei não assistir aos ensaios das escolas. Fiquei mais olhando a produção. Queria me surpreender. Elas tiveram um palco para trabalho o enredo. Vieram criações inovadoras e únicas. Tivemos oito mil pessoas na Cidade do Samba. O público assistiu e interagiu com os espetáculos. Mostra a força do carnaval, em pleno agosto, e o evento mais popular foi de carnaval, de escola de samba. Fizemos um evento em uma sexta-feira e a lotação foi máxima”, finalizou Gabriel David.