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Noite de eliminatória na Viradouro é palco de confrontos de alto nível

A Unidos do Viradouro realizou no último sábado, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2025. O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Nesta noite se apresentaram seis sambas da chave “Menino Rei”, o anúncio das obras que seguem na disputa será feito após a apresentação da chave “Debret”, no próximo sábado, dia 7 de setembro. * OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Franco Cava: A primeira obra a se apresentar nesta noite foi composta por Franco Cava, André Freitas, Rute Labre, Eloi Ferreira, Breno Melo, Luiz Felipe Soares e Ricardo Simpatia. A quadra ainda estava fria e o samba passou de forma protocolar, foi uma apresentação correta, mas que não causou comoção no público presente. O cantor Marcelo Rodrigues e seus auxiliares foram competentes, porém, a primeira parte do samba não emplacou e nem mesmo o refrão interessante foi capaz de elevar a apresentação. A parceria contou com uma boa torcida, que apesar de não estar numerosa esteve animada durante toda a passagem. Como mencionado, vale destacar o refrão principal, por ser curto ele foi bem executado e cantado, principalmente o verso “sobo nire mafá! Teu destino é triunfar… Viradouro”.

Parceria de Felipe Filósofo: o segundo samba a se apresentar foi composto por Felipe Filósofo, Fabio Borges, Russo da Festa, Elenice Baptista, Cacá Nascimento, Marcio Nascimento, André Braga, Evaldo Silva, Guilherme Kauã e Felipe Trotta. O responsável por conduzir o samba foi o cantor Pixulé, que contou com o auxílio de Thiago Acácio e Cacá Nascimento, ela inclusive deu um tom diferente ao samba e casou perfeitamente com a obra. Por ser um samba de fácil entendimento e com passagens extremamente alegres, ele passou com muita energia. A obra apresentou crescimento em relação a primeira eliminatória, além dos intérpretes estarem mais entrosados, foi observado que a torcida cantou com mais empolgação, numerosa e com vários elementos de adereços, como balões e bandeiras, eles embarcaram na proposta do samba e cantaram com bastante alegria e empolgação. Várias partes merecem destaque, mas fica como menção o verso “Bebo cachaça, bato com pé, sopro a fumaça nos filhos de fé”.

Parceria de Argentina Caetano: A terceira parceria da noite foi composta por Argentina Caetano, Dandara Alves, Karla Basket, Silvia Pereira, Vânia Moraes, Fernando Viradouro, Alisson Oliveira, Beto Machado, Elias Andrade e Rafael Lima. O intérprete Wantuir foi o responsável por comandar o microfone principal, porém, o destaque da apresentação ficou por conta da presença feminina como apoio, além de realizar a introdução do samba com maestria, ela foi responsável por realizar alguns contra cantos que fizeram uma diferença enorme na condução do samba, principalmente no refrão do meio. Em uma comparação com a primeira apresentação, a obra cresceu de forma acentuada, sendo a passagem dessa noite extremamente positiva, a torcida, apesar de menos numerosa, cantou com empolgação. O refrão “Já fui findado, renasci nos encantados/ Vim ao som dos maracás trazer luz pra sua fé” foi o principal momento do samba.

Parceria de Renan Gêmeo: A parceria de Renan Gêmeo, Lucas Macedo, Diego Nicolau, Carlinhos Viradouro, Jeferson Oliveira, Silvio Mesquita, Orlando Ambrosio, Marcelo Adnet, Neném Perigo e Rodrigo Gêmeo deu sequência a noite de apresentações e conseguiu elevar o nível que já era bom, com um carro de som de impressionar, composto pelos intérpretes Igor Sorriso e Gilsinho, o samba mostrou toda sua competência e passou de forma extremamente satisfatória nesta noite, os cantores demonstraram entrosamento, conhecimento do samba e muito vigor, a presença deles contagiou a enorme torcida, que apesar de não estarem com adereços, mostraram sua força no canto, antes mesmo do início da apresentação entoaram o refrão para aquecer. Foi observado que alguns segmentos da escola também estavam com o samba na ponta da língua.

Parceria de Paulo César Feital: O penúltimo samba da noite teve autoria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas. A obra foi defendida pelo intérprete Nêgo, com auxílio de Bico Doce, o samba teve uma crescente em relação a sua primeira apresentação e se destacou nesta noite com uma passagem exatamente aguerrida, do jeito que essa obra “pede”. A apresentação mexeu com inúmeros presentes na quadra, seja segmentos, ou quem foi apenas para acompanhar a disputa. O jogo de palavras utilizado no refrão principal é um achado e fez com que todos fossem “obrigados” a cantar, principalmente na parte “Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo”. Outros momentos da letra merecem destaque, como o verso que abre a primeira parte do samba “Acenda tudo que for de acender”, assim como a melodia que se difere dos demais e por isso acaba se destacando. Vale mencionar ainda a torcida que cantou durante toda a passagem da obra. O único senão ficou por conta do desempenho irregular do intérprete Nego, apesar de muito vigor no início, ao longo da apresentação foi possível perceber um pequeno desconforto dele com algumas partes do samba.

Parceria de Deco: O sarrafo estava alto por conta do nível dos sambas concorrentes e assim se manteve com a última obra a se apresentar, de autoria de Deco, Samir Trindade, Fabrício Sena, Victor Rangel, Deniy Leite, Robson Moratelli, Felipe Sena, Jeiffer e Ricardo Castanheira. Os intérpretes Freddy Vianna e Guto defenderam a obra com maestria e muito vigor, assim como a torcida que comprou a briga e não desanimou em nenhum momento. Houve uma crescente em relação a primeira noite de eliminatórias (que já havia sido boa) e desde o início a parceria mostrou que estava disposta e encerrar a noite com chave de ouro, foram usados fogos de artifício durante a apresentação, outro destaque foi a torcida, uma das mais numerosas da noite. O refrão principal, que diz em uma parte “Esse carnaval é meu, hoje sou a Viradouro e a Viradouro sou eu” foi um dos momentos de maior impacto, assim como todo o refrão do meio.

O jogo vai virar! Rosas de Ouro escolhe samba da parceria de Aquiles da Vila para o Carnaval 2025

A madrugada de sexta para sábado marcou a definição do samba que a Rosas de Ouro levará para a Avenida no carnaval de 2025. A comunidade da Brasilândia compareceu em peso para a grande final do concurso de sambas-enredo realizada na quadra da escola Azul e Rosa, que contou com a participação de três parcerias finalistas. Ao fim das apresentações, a obra declarada vencedora foi a de número 40, assinada pelos compositores Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Salgado Luz, Leandro Flecha, Fábio Gonçalves, Fabian Juarez, Marcos Vinicius, Daniel, Wagner Forte e Biel. A Roseira será a sexta agremiação a se apresentar na sexta-feira dos desfiles do Grupo Especial com o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, assinado pelo carnavalesco Fábio Ricardo.

Parceria campea
Fotos: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Como foi a final

A final do concurso da Rosas de Ouro contou com três sambas assinados por compositores veteranos, acostumados a erguer troféus nas mais variadas escolas do carnaval de São Paulo. A parceria vencedora se destacou na apresentação ao levar uma numerosa torcida e contar no palco com um conjunto de instrumentos próprios que permitiram ditar o ritmo especialmente do refrão de cabeça, que se destacou em todas as passagens da obra. Um dos compositores do samba campeão, Aquiles da Vila, conversou com o CARNAVALESCO sobre a inspiração que tornou possível para chegar nas características marcantes da obra. O artista fez questão de exaltar seus companheiros de equipe.

“Honestamente, vou abrir meu coração aqui. Acho que a grande inspiração, mais do que o enredo, foi encontrar a parceria. Não é nem encontrar, é reencontrar a parceria e voltar a fazer samba na Rosas de Ouro. É sempre uma tentativa de a gente voltar, mas com uma série de dificuldades. Apesar de as pessoas acharem que, por gente ter uma carreira bonita na escola, não é simples não. A gente trouxe uma série de questões e voltamos abraçados, unidos, para defender esse grande enredo. Uma parceria sólida, convicta de que dá certo. Acho que o primeiro ponto é reunir pessoas que a gente confia”, declarou.

A recepção positiva ao samba da parceria de Aquiles foi evidente ao longo da apresentação, e o compositor credita a conquista do público no concurso à experiência de longa data com a qual o time tem em criar para a Rosas de Ouro.

“Eu acho que a gente realmente tem uma característica que a gente encontrou na escola, de fato. Isso vem desde o Fabiano Sorriso, desde 2005, o ‘Mar de Rosas’. Depois a gente, do ‘Meu Sonho Vale Ouro’. O título na escola, o último, o grande título na escola de 2010. Trinta anos na escola, tem um título, encontramos um caminho. É uma mistura de um samba raiz, como o ‘Mar de Rosas’, e uma mistura de uma coisa mais moderna, como a gente acabou trazendo nos últimos anos. É isso, acho que vem contagiando toda a comunidade do Rosas de Ouro. A gente está muito feliz com tudo e agradece por conquistar esses corações maravilhosos Azul e Rosa”, afirmou.

Essência do enredo com a característica da escola

O diretor de carnaval Evandro Rosas acredita que o samba escolhido pela Rosas de Ouro se enquadra tanto no que o enredo pede quanto nas características das obras que a escola costuma levar para a Avenida. “Eu acho que esse samba conseguiu juntar a essência do enredo com a característica da escola. Acho que ele conseguiu juntar a essência do que a escola tem levado para a Avenida nos últimos anos, então eu acho que foi o grande sucesso desse samba foi isso, conquistar a escola, levar esse grande projeto para a Avenida em 2025”, avaliou.

Evandro Rosas

Evandro disse que o samba passará por ajustes para uma melhor adequação à proposta da escola, mas apontou que a obra possui elementos que poderão fazer a diferença no desfile da Roseira.

“Eu acho que a gente tem uma comunidade muito aguerrida, muito forte. A gente vai sentar nos próximos dias com os compositores para fazer alguns ajustes com relação ao enredo, para ficar tudo cem porcento, e eu tenho certeza de que a nossa comunidade vai levar isso com a maior garra possível para a Avenida. Além do samba conseguir ter o enredo, eu acho que ele consegue pegar. Ele é um samba fácil de as pessoas assimilarem ele. Eu acho que a gente vai chegar na Avenida fortes. Nossa comunidade costuma comprar a briga na escola. A gente tem tudo para chegar lá e dar um recado maravilhoso”, disse.

Favorito dos ritmistas

Comandante da “Bateria com Identidade”, mestre Rafa exaltou o fato de o samba ser o favorito dos ritmistas ao falar da escolha da obra para representar a Rosas de Ouro em 2025, além de apontar características que permitirão a bateria trabalhar suas características próprias.

Mestre Rafa

“Ganhou o samba que a comissão julgadora escolheu. Eu, mestre Rafa, tinha um samba como preferido e que não veio para a final. Quando o samba que era o meu preferido não vai pra final, eu adoto outro samba como samba favorito, e deu o meu samba favorito. Tem gente que: ‘ah, mas é o samba do Fulano de Tal, do Ciclano, é o samba que era número tal, mudou pra número tal’, não tem nada disso aqui. Rosas de Ouro é uma escola séria que luta e trabalha para sair lá da zona de rebaixamento que tá lá, todo mundo sabe. Muitas pessoas, acho que 90% de pessoas do carnaval que entendem, acha igual eu acho que a Rosas de Ouro não merece aquela colocação que tá vindo amargando faz algum tempo. É o resultado que tivemos e a gente entende e estamos trabalhando para mudar. A gente não fala de jurado A, jurado B, jurado C, não fala da Liga, não fala de nada. A gente vai querer melhorar para alcançar, alçar grandes voos. Na Rosas de Ouro, deu o samba que a comissão escolheu. Eu, mestre Rafa, durante a semana, abri enquetes na minha página do Instagram e dentro dos grupos da bateria, e deu esse samba como favorito. Então é isso, agora é trabalhar, é o samba que ganhou. Volto a dizer, não foi o meu samba favorito desde os primórdios. Depois adotei o samba como meu favorito e graças a Deus ganhou. É um samba que a bateria gosta, que nos oportuniza de fazer várias coisas naquele nosso estilo que a gente já faz. Estilo maluco mesmo, da rua de terra, do Trem-Bala, da Tropa dos Bruxos e é isso. Ganhou o samba que eu acho que a maioria queria que ganhasse, graças a Deus”, declarou.

A introdução que a parceria vencedora fez antes de apresentar o samba é inspirada em uma música da cantora Elis Regina, e mestre Rafa adiantou que pretende convencer a escola a mantê-la na versão final que será apresentada ao público no dia do desfile oficial.

“A introdução, que é uma música de Elis Regina, ‘Aprendendo a jogar’. ‘Vivendo e aprendendo a jogar’ é a frase mais forte da música, e eu quero pôr isso aí como introdução. Se a escola correr atrás de direitos, que a gente tem que pagar direito e correr atrás, eu gostaria muito. Nós da bateria gostaríamos muito que essa parte fosse como introdução, como esquenta, então essa é a primeira coisa que a gente já tem como trunfo, que é pra gente dar um ‘boom’, sacudir a nossa galera. Aquela coisa de a gente estar num esquenta lá que vocês conhecem muito bem, para sacudir, para ter algo bem diferente, como a Rosas de Ouro nunca fez. Mais ou menos parecido com o Vai-Vai em 2015. A gente não vai colocar isso no samba, mas eu gostaria muito de colocar isso como introdução, como esquenta da nossa bateria, da nossa escola e tudo mais. Vamos ver o que a escola decide, o que fala. Essa é uma ideia em primeira mão, que é uma coisa que eu já vinha pensando e conversei com alguns diretores, que se esse samba se consagrasse campeão e fosse o nosso hino para 2025, que eu daria essa ideia pra direção. Eu acho que o samba é bacana para bateria tocar. É um samba que dá para tocar para frente. É um samba que dá para tocar com garra, pulsação, firme e a gente vai tentar fazer o melhor, com certeza, não só para a Rosas de Ouro, mas para o carnaval. O carnaval todo aí que a gente gosta de fazer coisas loucas mesmo, que é abrilhantar o carnaval e apresentar um espetáculo”, concluiu.

Enredo que chama atenção para o samba

A presidente Angelina Basílio destacou o interesse das pessoas pelas características do enredo ao falar sobre a escolha do samba vencedor. “Foram três obras. A comissão de carnaval, que escolheu o samba-enredo, optou por fazer só a final. Mas não foi fácil, porque foram três grandes obras e tinha que escolher uma. Foi muito bacana quando a gente escolheu esse enredo desde o começo, foi muito simpático. A comunidade abraçou. Todo mundo gosta de falar de jogos, já desperta um ‘frisson’, e tinha que escolher um. Eu só sou o voto minerva, então não me chamaram. Eles entraram em consenso e foi escolhido o melhor, com certeza. A melodia é muito gostosa de assimilar. Os três eram boas obras, mas eu acho que venceu o melhor”, declarou.

Angelina Basilio

Angelina falou a respeito das próximas etapas relacionadas ao samba, e comentou sobre o andamento dos preparativos da Rosas de Ouro para o carnaval de 2025.

“Sempre há ajustes a serem feitos, tanto que a gente vai ter o nosso ensaio só no dia 20 de setembro. (O samba) ele vai crescer muito ainda, mais e mais. Agora a gente tem um enredista também, que é o Beto, e posso te afirmar que esse samba vai crescer mais com os ajustes. Nós estamos a tanto vapor. Estamos trabalhando diariamente, já nas fantasias. Dia 7 de setembro vai ser a apresentação dos pilotos, as fantasias das alas que compõem o enredo. Estamos trabalhando direto. É lindo esse enredo por quê? Porque dá pra falar da antiguidade e vai evoluindo até chegar nos jogos de agora, então dá pra dividir bem. Nós estamos dividindo em quatro setores e você vê nitidamente a história dos jogos, é muito legal”, disse.

Samba que permite maior expressão

O primeiro mestre-sala da Rosas de Ouro, Uilian Cesário, exaltou a presença em bom número da comunidade na final ao falar sobre o samba escolhido para o carnaval de 2025.

“Eu acho que esse momento é muito especial de a gente reencontrar a comunidade, voltar até aquele laço forte que a gente tinha ali próximo do período do carnaval. Vieram três sambas muito fortes para a final, e confesso que entre os grupinhos eu não consegui identificar de fato o samba campeão. Eu acho que ficou mesmo para o final, onde o samba 40 acabou tirando e acabou se destacando entre os outros. Estamos muito felizes é um samba muito bonito, muito expressivo, então a nossa expectativa é que cabe muito em coreografia e em passos para gente conseguir apresentar na pista. Eu acho que é essa a energia de expectativas positivas de alegria e de muita emoção. Com certeza foi uma festa muito bonita, a casa estava cheia, então a expectativa é que também os ensaios sejam da mesma maneira”, declarou.

Uilian Cesario Mestre Sala

O samba vencedor possui uma personalidade marcante, a qual Uilian afirma que será explorada na dança junto com sua parceira, a porta-bandeira Isabel Casagrande.

“Confesso que é muito mais fácil. Às vezes temos alguns sambas um pouco mais subjetivos, onde dá corpo, onde dá alma, fica um pouco mais complicado, mas com os sambas mais alegres, mais divertidos, o corpo ele age sozinho. Basicamente a gente vai ter que trabalhar para conseguir pontuar dentro dos momentos que pedem coreografia expressões físicas muito marcadas, mas e se divertir. Eu acho que a ideia aqui, o objetivo com esse samba gostoso, é a gente conseguir entrar na pista de uma forma leve e só, de fato, curtindo com responsabilidade, com muita responsabilidade”, afirmou.

Mais fotos da final

Carlos Jr 1 Baianas Aquiles da Vila Carlos Jr 3 Mestre Rafa e Rainha Ana Beatriz Godoi Segundo casal

Com rápida assimilação da comunidade, Mocidade Unida da Mooca apresenta samba-enredo para 2025

Um enredo indígena irá dar o tom do carnaval da Mocidade Unida da Mooca para o Carnaval 2025. Isso será feito na figura de Ailton Krenak, um importante ambientalista, escritor e filósofo que defende o seu povo e suas terras nas obras desenvolvidas. Sendo assim a escola da Zona Leste paulistana deu mais um passo importante rumo ao próximo desfile, apresentando nesta sexta-feira, o samba-enredo que irá embalar a comunidade da ‘MUM’ no próximo ano. Com a quadra no bairro da Mooca recebendo um público agradável, a comunidade conheceu o hino e participou da gravação do clipe oficial realizado pela própria escola. O samba é fruto de uma encomenda escrita pelos compositores: Arlindinho, Lucas Donato, Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Biel e Salgado. A obra tem como característica questionar e ao mesmo tempo exaltar o povo indígena perante à sociedade que se acha superior. O enredo da agremiação é intitulado como “Krenak – O Presente Ancestral” ,desenvolvido pelo estreante carnavalesco Renan Ribeiro.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Reuniões naturais e enredos questionadores

Um dos compositores, Marcos Vinícius, popularmente conhecido como Marquinhos, relatou como foi o processo do samba. De acordo com o escritor, reuniões leves, divertidas e aleatórias fizeram o samba nascer, tudo com convite do presidente Rafael Falanga. “Eu tive uma relação com a MUM como músico da escola, já desfilei há uns três anos aqui, mas nunca tinha feito samba. Eram os meus amigos que faziam samba antes. Eu encontrei o Falanga em uma reunião e ele para começarmos o samba. Aí fizemos. Foi uma coisa muito natural. Uma reunião nada a ver e o samba começou a sair. Depois fui convidado para ser diretor musical da escola e trabalhar com o Emerson, que é meu amigo de carnaval de Uruguaiana e Rio de Janeiro. É uma coisa mágica. O samba está aí e agora a gente tem que lapidar alguns pontos para a comunidade. Eu espero que o samba leve a escola ao tão sonhado e Grupo Especial”, contou.

Marquinhos exaltou a importância dos enredos que a agremiação propõe ao carnaval. Segundo o diretor musical, é uma escola que foge do comum e educa, que é uma das funções do samba. “A Mooca já tem essa cultura de usar enredos emblemáticos. Nossa escola sempre vem fora da curva do que as demais geralmente fazem. O Rafael tem essa veia de resgatar ícones da nossa história, do nosso Brasil. Eu acho isso muito importante. Uma história tão rica do nosso país que temos tantas pessoas escondidas. Eu acho que essas pessoas têm que aparecer realmente para ser um tema. É porque o samba, na verdade, é a educação do nosso futuro. Eu acho que é muito importante a gente resgatar isso e no momento certo tudo vai acontecer da melhor maneira possível”, disse.

compositor mooca
Compositor Marcos Vinícius

Surpreso com a força da comunidade

O estreante intérprete Emerson Dias se disse surpreso com a comunidade da Mocidade Unida da Mooca, pois com pouco tempo de contato com a obra, os componentes já pegaram a letra. “Para mim é muita surpresa, porque nas primeiras horas de contato com a música, com o samba novo, o povo já está cantando, pulando, se emocionando com o samba quase que 100% na ponta da língua. Então isso é para ser respeitado e muito enaltecido, porque não é qualquer escola que faz isso”, opinou.

emerson mooca

Novamente enaltecendo o desempenho da comunidade da MUM, o renomado cantor carioca utilizou deste argumento para falar da qualidade do samba-enredo. O músico aproveitou para agradecer os compositores pelo presente dado no primeiro ano de carnaval paulistano. “Quando o povo tem esse desempenho, que a escola canta da forma que cantou, a qualidade já tá mais do que comprovada. Então, acho que os compositores foram muito felizes, deram um presente para mim. Eu estou chegando aqui agora na MUM. Um grande samba seria um grande privilégio, um grande presente. Eu acho que eles foram muito felizes. Eu estou feliz também”, afirmou.

Mostrando confiança, o intérprete disse que está em um ótimo momento da carreira e citou o carinho recíproco com a comunidade da Zona Leste, cujo é recíproco. “Eu acho que estava escrito isso, que tinha acontecido isso nesse momento especial. Estou em um momento legal da minha carreira. Mais maduro e experiente. Vim para uma escola que tem uma projeção muito grande, uma ambição de chegar ao Grupo Especial. Está mais do que na hora. Estou extremamente feliz de estar aqui. Eu estava aqui ontem, gravei o samba, fui embora para o Rio às 22h, cantei na Beija-Flor, acordei, trabalhei, peguei o carro, vim para cá, cheguei aqui agora 21h sem ensaiar. Foi na correria, mas de coração, porque são as pessoas. É uma troca, é energia e para mim tem muito valor”, completou.

Andamento será fundamental

O mestre de bateria Dennys Silva falou da ‘correria’ que foi para colocar o samba na rua antes do evento. O percussionista comentou sobre bossas que já estão sendo desenvolvidas pela ‘Chapa Quente’. “A MUM faz fechado o samba. O Rafael escolheu esse ano outra equipe de compositores e ali eles foram montando as melodias, foram entendendo a letra e eu já fui montando algumas passagens de tamborim, algumas coisas de surdo de terceira pensando em um projeto de bossa. Claro que agora temos alguns meses para lapidar. A bateria já vem ensaiando muito ritmo, muitos fundamentos, só que a gente já tinha mais ou menos a noção do samba. Aí nós gravamos ontem com uma grande equipe de grandes mestres do carnaval. Hoje foi a mixagem, eu saí de lá direto para cá. Aí tinha um projeto de soltar na internet às 17h. Eu consegui terminar 16h45 de mixar. O presidente ouviu uma vez e, antes dele aprovar, já soltou. Ele tem essa fama de vazar tudo. A galera em poucas horas já curtiu o samba e saiu cantando”, comentou.

mestre mooca

Um andamento crucial e ensaios com a ala musical são os próximos passos que a batucada da MUM irá realizar. Desenhos de levadas de outros instrumentos serão feitos em cima da obra. “Primeiro a gente vai definir o andamento, porque gravamos em um andamento mais para trás para mostrar melhor a melodia. Primeiro eu quero entender o andamento junto com a ala musical. Agora a gente tem um diretor novo que é o. Marquinhos, meu grande amigo. Vamos fazer para a comunidade, não para a bateria. Eu já tenho uma ‘bossinha’ que eu até coloquei nessa prévia de gravação e que vai para a avenida. O diretor de tamborim vai terminar essa semana os desenhos de tamborim, chocalho, e surdo de terceira e, depois, a gente vai começar a fazer as outras coisas”, concluiu.

Resgate do DNA

O presidente Rafael Falanga enalteceu o evento e se diz contente com o trabalho desenvolvido peça comunidade na hora de pegar o samba, comprando o que o enredo propõe. “O lançamento de samba sempre é uma oportunidade de celebrar a união, de celebrar a essência da raiz do samba, canto e evolução. Eu estou muito feliz porque a comunidade compareceu em peso, porque é um samba de fácil assimilação. Entre meia hora e 40 minutos de ensaio a gente já tem uma amostra do que vai ser isso na avenida. A escola cantando e comprando a ideia do enredo, da causa, da luta e dos princípios desse enredo”, disse.

falanga mooca

Sobre novamente a agremiação propor um tema questionador e temática forte, Falanga contou que essa é a essência da entidade desde a sua fundação, e assim vai continuar. “Vamos falar da Mooca de 1987: Ela é fundada com um enredo político. Essa retomada de temas políticos relevantes, não só afros ou com temática negra, indígena e que contempla a sociedade. Eles são uma construção de DNA da escola. Isso tem dado muito certo. A gente vai seguir nesse caminho. Por enredos afros, por enredos negros, por enredos com diversidade, por enredos que tragam proposta que dialoguem com a sociedade, que tragam reflexão e que ensinem. Eu acho que é, acima de tudo, isso que a gente vai fazendo, baseado nesse resgate do que é uma época de verdade”, finalizou.

bainas mooca comunidade mooca

Tem que respeitar! É o carnaval do Rio! Mais de 8 mil pessoas lotam a Cidade do Samba para ‘Noite dos Enredos’

A noite de sexta-feira, dia 30 de agosto de 2024, entrou para história das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Após um “tenebroso inverno”, sem a festa de apresentação dos enredos, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), sob a gestão do presidente Gabriel David, realizou novamente a “Noite dos Enredos”, dessa vez, na Cidade do Samba, com um público de 8 mil pessoas, entrada grátis, sendo recorde total de pessoas em eventos no local que abriga os barracões das agremiações.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

Ao CARNAVALESCO, o presidente Gabriel David revelou que a festa entrará de vez no calendário anual da Liesa. Empolgado com a repercussão, o dirigente revelou também que os minidesfiles para o Carnaval 2025, vão acontecer em três dias, novamente na Cidade do Samba, e estão previstos para o começo de dezembro, em data que ainda será divulgada pela Liesa.

Balanço: festa dos enredos do Grupo Especial do Rio para o Carnaval 2025

“O Carnaval 2025 terá uma diversidade cultural incrível nos enredos. Ver a Cidade do Samba lotada nessa época do ano, com as agremiações e o público vivenciando essa magia de perto, é motivo de muita alegria”, comemorou o presidente da Liesa, Gabriel David.

Como é perfil da nossa cobertura apresentamos abaixo um panorama de cada apresentação, que teve 12 minutos por escola, na “Noite dos Enredos”.

Unidos de Padre Miguel: A escola da Vila Vintém abriu a festa. Foi bem didática na explicação do enredo “Egbé Iya Nassô”. Através de um vídeo a proposta foi exibida, com uma narradora passando por diversas etapas do tema. Foi possível ver a força das mulheres na apresentação e como essa energia será fundamental no desfile. O Boi Vermelho não usou pirotecnia, pelo contrário, foi cirúrgico ao apresentar o desenvolvimento do que será visto no domingo de carnaval em 2025. Mexeu com o público ver o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius e Jéssica, com o pavilhão no “altar” do Grupo Especial do Rio. Linda homenagem no vídeo também para todas figuras importantes da escola, principalmente, a comunidade, que estava com seus rostos no telão.

Unidos da Tijuca: A escola mostrou toda potência do enredo que possui para o desfile do ano que vem. Somando desfiles e apresentações em eventos, como o minidesfile, fazia tempo que não percebíamos a Tijuca com tanta vontade. Ótimo sinal para 2025. O momento emocionante foi quando um menino do Borel recebeu o pavilhão tijucano do casal Matheus e Lucinha. Arrancou milheres de aplausos dos presentes. Depois, o cria da comunidade foi no embalo do batidão e a Cidade do Samba “caiu dentro” fazendo a “Tijuca virar baile”. Com uma das melhores safras de sambas-enredo do ano é possível o tijucano sonhar alto.

Mocidade: O clima esquentou com o samba de 2024 cantado antes do início da apresentação. Foi uma overdose de alegria no público. A escola optou por não revelar quase nada do enredo “Voltando para o futuro – não há limites para sonhar”. Fez uma apresentação baseada na dança do talentoso casal Diogo e Bruna e a performance do intérprete Zé Paulo, que deu show de caracterização, simulando o homem na lua, mas com a pavilhão da Mocidade. Ele cantou sambas históricos e vencedores da Estrela Guia, acompanhado dos passistas e da rainha Fabíola de Andrade. O mascote Castrozinho deu o charme da exibição. Dois robôs interagiram no palco. Agora, se projetarmos o desfile, mesmo na base do achismo, é possível pensar que a Mocidade pode emocionar lembrando do passado de glórias e títulos, resgatando seus melhores momentos no futuro.

Paraíso do Tuiuti: Exibição fantástica do “Quilombo do Samba”. A escola de São Cristóvão foi didática ao explicar o enredo “Quem tem medo de Xica Manincongo?”. Leitura fácil do enredo e dedo na ferida no tom correto. Um dos momentos mais impactantes foi quando um integrante, crucificado, foi “queimado”. Certamente, o Tuiuti pisará na Sapucaí com um dos melhores e principais enredos do ano. Com o samba já encomendado e apresentado, o intérprete Pixulé cantou a obra, comprovando ainda mais sua perfeição na letra e capricho na melodia. Apresentação vibrante e que gerou um entendimento fácil da proposta da agremiação. Sem dúvida, uma das melhores da noite.

Beija-Flor: a escola de Nilópolis vive outro clima. O momento é especial. A homenagem para Laíla trouxe a força costumeira de uma das maiores campeãs do carnaval carioca. Para falar de um dos maiores sambistas da história, no enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, a exibição teve fé, dança vibrante, e o ritual do menino, discípulo de Xangô. O vídeo arrancou aplausos do público. Cada imagem remetia ao mestre Laíla. Aliás, o encerramento com o casal Claudinho e Selminha, o intérprete Neguinho da Beija-Flor e o esquadrão de Nilópolis é a certeza que Laíla estava lá e estará na segunda-feira de carnaval na Marquês de Sapucaí. O cara que doutrinou a comunidade nilopolitana receberá um lindo tributo com sede de vitória e redenção.

Mangueira: A Verde e Rosa levou muito a sério a festa dos enredos de 2025. A apresentação começou com muita dança e representatividade. Houve capricho nos figurinos e leitura da exibição. Trabalho muito forte do carro de som. Quando a música “Sorriso Negro”, de Dona Ivone Lara, foi cantada, muita gente ficou emocionada na plateia. A escola não deixou de cantar um de seus melhores sambas-enredo, “100 Anos de Liberdade, Realidade Ou Ilusão”, de 1988, e que teve no palco a dança do casal Matheus e Cintya. Para enfeitar ainda mais a apresentação foram levadas grande pipas para o público. A Mangueira mostrou que quem é raiz tem o domínio da narrativa. Ela pode, porque é preta, é Mangueira e sempre será o Jequitibá do Samba.

Vila Isabel: A escola caprichou na exibição no palco e no vídeo do enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”. Uma super produção de Paulo Barros, do diretor artístico, Fábio Costa, e equipe. Foi o momento em que o público na Cidade do Samba parou a maior parte do tempo para filmar a atração. Figurino e dança impecáveis. O ator Rodrigo Sant’Anna foi o protagonista. Em uma performance engraçada, ele se agarrava em amuletos, mas enfrentava assombrações. Em um dos momentos, os integrantes tiravam suas roupas e apareciam como “esqueletos dançantes”. Show puro da escola do bairro de Noel. Houve quem reclamasse da exibição não ter “quase nada” da cultura brasileira, principalmente, a trilha sonora, mas a proposta de fazer um espetáculo, através do enredo, foi atingida com êxito. Mais uma vez, como no lançamento da sinopse, Paulo Barros participou da performance, foi ovacionado pelo público, e deixou no ar que tentará novamente surpreender e deixar o Sambódromo embasbacado com seus truques e assombrações.

Portela: A maior campeã do carnaval carioca levou um grande musical sobre Milton Nascimento para a Cidade do Samba. A abertura já emocionou com Gilsinho cantando. Passaram ainda Teresa Cristina e Roberta Sá. O encerramento foi com o homenageado, presencialmente, no palco. Exibição de gala portelense. Deixou no ar um sentimento que a manhã da quarta-feira de cinzas será de muita emoção na Marquês de Sapucaí. Já é bom separar os lenços para chorar de emoção e felicidade. A primeira impressão é que o portelense pode acreditar em um resultado especial em 2025. A exibição foi fantástica, e, se levarmos em conta, apenas a emoção, não teve para ninguém. Deu Águia na cabeça!

Salgueiro: apresentação muito potente do Salgueiro na Cidade do Samba. O coreógrafo Paulo Pinna foi o narrador da exibição. Dança vibrante e figurinos exuberantes. Leitura fácil do enredo. História de fé, repleta de riqueza cultural. O intérprete Igor Sorriso e o carro de salgueirense conduziu com maestria todas músicas. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella, no início, recebeu a benção de Tia Glorinha, como aconteceu no lançamento da sinopse. Aliás, o mestre-sala estampa a camisa-enredo de 2025. A maravilhosa passista, Maryanne Hipólito, apareceu como Maria, figurino deslumbrante. O Salgueiro deixou no ar, em uma das melhores apresentações da noite, a certeza que vai vir forte no desfile de 2025.

Grande Rio: a escola fez uma apresentação muito respeitosa com a cultura de Belém. O samba estendeu o “tapete vermelho” para o carimbó. Impressionou a qualidade musical da escola de Caxias. Mestre Fafá, Evandro Malandro e a equipe do carro de som deram espetáculo. Os diretores artísticos da escola, crias da comunidade, mostraram muito talento e estudo no desenvolvimento de uma apresentação da cultura típica da região norte do Brasil. A Grande Rio levou até um barco para o palco da Cidade do Samba. A exibição foi muito correta e alinhada com o enredo. Teve leitura. Foi bonito e simbólico o casal Daniel e Taciana dançando ao som do carimbó. O vídeo no telão agregou leitura para a dança na apresentação do enredo. Nas mãos dos craques, Leonardo Bora e Gabriel Haddad, o enredo “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós” tem totais condições de gerar um desfile para brigar forte pelo título do Grupo Especial.

Imperatriz: A atual vice-campeã do Grupo Especial caprichou na apresentação do enredo “ÓMI TÚTU AO OLÚFON – Água fresca para o senhor de Ifón”. O intérprete Pitty de Menezes, monstruoso, mostrou porque é hoje o principal cantor do carnaval carioca. Impressionante a afinação e o talento para cantar, principalmente, o “Emoriô”. Espetáculo também foi o balé, coreografado por Sabrina Sant’Ana e Márcio Dellawegah, que exibiu a ancestral coreografia associada aos ritos iorubás. Aliás, o figurino era tão exuberante que já poderia ser utilizado no desfile oficial. Emocionante, no fim da apresentação, a cigana, personagem do vice de 2024, passar o pavilhão gresilense para as mãos do orixá que agora é o protagonista. Alto nível a exibição leopoldinense. Não é mais segredo que estará sempre na briga pelo topo.

Viradouro: a atual campeã do Grupo Especial mostrou que está viva e cheia de vontade de lutar pelo bicampeonato consecutivo, que não acontece no carnaval desde 2008, a última escola que conseguiu o feito foi a Beija-Flor. O enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundo” é um banho de bom gosto da dupla Tarcísio Zanon e Gustavo Melo. A exibição na Cidade do Samba teve tudo que foi pedido pela Liesa e esperado pelos sambistas: leitura, simbolismo e espetáculo. A escola conseguiu unir todos os segmentos, que formam o padrão de excelência da Vermelho e Branco de Niterói, dentro da apresentação. Em um dos momentos, eles “depositavam” adereços no altar de Malunguinho. Mestre Ciça foi ovacionado pelo público quando surgiu. Sempre atento, Marcelinho Calil, diretor executivo, acompanhou do palco toda exibição. Por mais um ano fica claro que quem quiser ganhar o carnaval tem que superar a Viradouro.

Diretor de carnaval da Mocidade enaltece safra de sambas para 2025

A Mocidade Independente de Padre Miguel terá 10 sambas-enredo concorrendo na disputa que definirá o hino oficial da agremiação no Carnaval 2025. As obras foram inscritas na noite de quinta-feira. A primeira eliminatória ocorrerá neste domingo, na quadra da Vila Vintém, localizada na Rua Coronel Tamarindo, 38, em Padre Miguel, com direito à tradicional feijoada da agremiação. Para o diretor de carnaval da escola, Mauro Amorim, as composições recebidas são de muita qualidade.

Ouça os sambas concorrentes da Mocidade para o Carnaval 2025

“Estou muito feliz com a safra que chegou e com o entendimento da nossa ala de compositores. O processo de tira-dúvidas com nossos carnavalescos foi fundamental. Agora, chegou a hora da quadra. Vamos mostrar a força da nossa Estrela”, ressaltou.

A verde e branca levará à Marquês de Sapucaí, no próximo ano, o enredo “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage. A Mocidade será a primeira escola a desfilar na terça-feira, dia 4 de março.

Bateria do Império Serrano abre audição para pessoas que toquem reco-reco, pandeiro, tantã e repique

Os trabalhos para o Carnaval 2025 seguem a todo vapor no Império Serrano. Após revelar o enredo “O que espanta miséria é festa”, sobre o compositor Beto Sem Braço, o Reizinho de Madureira promete mais uma grande celebração na Marquês de Sapucaí. Para isso, a Bateria Sinfônica do Samba, do mestre Vitinho, realizará audição para pessoas que toquem reco-reco, pandeiro, tantã, repique de mão e repique de anel na próxima terça-feira, às 20h, na quadra da escola, em Madureira. Segundo Vitinho, o objetivo da audição é reforçar a bateria em busca de mais um inédito trabalho, desta vez com toda a essência de Beto Sem Braço e suas melodias inconfundíveis.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

“Estamos sempre em busca da inovação. A Sinfônica do Samba é o coração do Império Serrano e queremos garantir que ela continue pulsando forte, com um ritmo que se adapte ao que o enredo pede. Queremos fazer uma homenagem bacana para Beto Sem Braço e por isso estaremos selecionando novos músicos para que possam somar conosco”, disse Vitinho.

A audição será gratuita e representa uma oportunidade única para os músicos que desejam integrar a premiada bateria do Reizinho de Madureira. Em 2025, o Império Serrano vai encerrar os desfiles da Série Ouro, em 1º de março, na Sapucaí, em busca do título e o retorno ao Grupo Especial.

Três sambas se destacam em quarta eliminatória de samba na Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca realizou, na noite da última quinta-feira, em sua quadra de ensaios, a quarta etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2025. O CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. As obras que vão seguir na disputa serão divulgadas na próxima segunda-feira, nas redes sociais da escola. Na próxima quinta-feira, a agremiação tijucana realiza mais uma etapa da disputa de samba. Ao todo, sete obras se apresentaram na última quinta-feira. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Wantuir: O primeiro samba a se apresentar na noite foi o de Wantuir, Robson Ramos, Gegê Fernandes, Vinicius Xavier, Guilherme Ckokito e Rafael Lopes. A obra foi grandemente defendida pelos intérpretes Wantuir e Niu Souza, que deram boa sustentação ao samba. A torcida, mesmo em um número relativamente modesto, tinha bolas, bandeiras e pompons e estava bastante animada. O refrão principal, “Akofá, Arô … Logun Edé //Akofá, Arô…. Logun Edé///Toca o aguerê, firma o ijexá//Desce o morro do Borel pra Tijuca guerrear”, foi o grande destaque da boa apresentação do samba.

Parceria de Gabriel Machado: A segunda obra a se apresentar foi a de Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos. O samba foi conduzido pelo intérprete Zé Paulo Sierra, com o apoio de nomes como Nino do Milênio e Thiago Brito. A se destacar a bela introdução da apresentação feita por Matheus Teixeira, que deu um belo início a apresentação. O refrão principal, sobretudo a parte “Loci Loci, meu pai, quando o morro descer vai ter mandinga da Tijuca no Ilê”, foi o momento de grande explosão do samba, se destacando. A torcida contou com bolas e bandeiras.

Parceria de Leandro Gaúcho: O samba da parceria de Leandro Gaúcho, Chacal Do Sax, Luciano Fogaça, Simões Feiju, Miguel Dibo e Léo Freire foi o terceiro a se apresentar na noite. A obra foi muito bem conduzida por Evandro Malandro e Tinguinha, que deram a pegada necessária para o estilo da obra. A torcida, mesmo em menor número se comparada a outras da noite, cumpriu bem seu papel, com bandeiras e bolas. Os dois refrões, sobretudo o principal, “Aceita meu ojá, aceita meu quelê!//Sou Unidos da Tijuca, de ofá e abebê!// Akofá Olwuaô! Firma ponto no Agueré!// Meu pavão é a força de Logunedé!”, foram destaques.

Parceria de Sereno: O samba de Sereno, Dinny Marcelo do Ouro, André Aleixo, Ricardo Castanheira, Mano Kleber, Rogério Só Filé foi o quarto a se apresentar na noite. A obra foi bem defendida pelo intérprete Bruno Ribas. A torcida, também em um contingente médio, estava animada e contou com bandeiras. A obra, porém, apesar de ótimas passagens, sobretudo na melodia, careceu de um momento de maior explosão. De destaque, o belo refrão do meio: “Quem me ensinou foi Exu// Quem me forjou foi Ogum// Oyá meu deu da luta o poder// Quem me curou Obaluaê// Ossain , Ewa mantiveram de pé// Me fiz senhor das guerras de edé”.

Parceria de Júlio Alves: O quinto samba a se apresentar foi o de Júlio Alves, Totonho, Fadico, Dudu, Chico Alves e Claudio Russo. A obra foi brilhantemente defendida pelos intérpretes Tinga e Pitty de Menezes, que deram muita garra e valentia ao samba-enredo. A torcida esteve presente em peso, com bandeiras nas cores da escola. O trecho anterior ao refrão, “Na paz de Oxalá incorpora na São Miguel// Pra revolucionar incorpora na São Miguel”, e o próprio refrão, “Aê Abaissá fara logun fá//Aê Abaissá fara logun fá//Guardiã do meu destino//A Tijuca tem axé// Loci loci Logun Edé”, foram os momentos mais fortes do samba na quadra. A obra foi, sem dúvida, um dos destaques da noite.

Parceria de Lico Monteiro: Penúltima parceria a se apresentar, a de Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, Gigi da Estiva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas foi a sexta da noite. A obra foi bem defendida pelo intérprete Wander Pires. A torcida esteve presente em ótimo número e cantou muito o samba, com a utilização de bandeiras. O refrão principal se destacou na apresentação, “Toca o agueré akofá erô//Ifá confirmou vai dar Tijuca//Respeita quem é cria do Borel (do meu Borel)”. O rendimento da obra não caiu em nenhum momento durante a apresentação.

Parceria de Anitta: A noite de eliminatórias da Unidos da Tijuca foi encerrada de maneira muito forte pelo samba da parceria de Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Cam cho e Diego Nicolau. A obra foi defendida por Freddy Vianna, que conduziu muito bem o samba, apesar de algumas dificuldades com a letra. A torcida contou com balões e cantou muito. Os refrões, tanto o do meio, “Oakofaê, odoiá// Oakofaê, desbravei o mar/ Não ando sozinho montei no cavalo marinho// abri caminho pro povo de ijexá”, quanto o principal, “Logun edé//Logum arô//Logun edé loci loci Logun arô//A juventude do Borel//Desce o morro pra cantar em seu louvor”, foram destaques. O rendimento se manteve ao longo de toda a apresentação.

Eliminatória de samba na Beija-Flor para o Carnaval 2025 mantém disputa acirrada

A equipe do CARNAVALESCO, na série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Beija-Flor para o Carnaval 2025. A parceria de Raymundo Venâncio, Toninho Z10 e Erasmo Vasconcelos foi eliminada da disputa. Veja abaixo como passou cada parceria. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Júnior PQD: A primeira parceria da noite foi dos compositores Júnior PQD, Nando Souza, Robinho Donozo, Nathan Walace, Daniel Colete e Andrezinho da Beija-Flor. A torcida foi numerosa e ajudou a empurrar o samba. Daniel Colete teve uma boa performance no palco e foi um trunfo da parceria. O refrão de meio, embora seja bem curto, passou bem na quadra. O grande destaque da apresentação ficou por conta do refrão principal que animou a torcida “De todos os santos, de todos os sambas/De Ogum padroeiro, irmão de Xangô Eparrey Oyá!/Laíla é o canto do meu Beija-Flor”. O samba ainda pode crescer, principalmente, na primeira parte após a cabeça. Foi uma apresentação valente da parceria.

Parceria de Rodrigo Cavanha: A terceira obra da noite teve a assinatura de Rodrigo Cavanha, Mauro Naval, Gylnei Bueno, Jorge Matias, Alí Gringo e Doguinho. A torcida também marcou presença e cantou principalmente no refrão principal. Pixulé foi o responsável por conduzir o palco e tirou isso de letra, contribuindo muito com a apresentação. Destaque principal foi o refrão de cabeça por toda a interatividade que ele proporcionava entre a torcida e o palco “Rodeia, rodeia/ Não me mexe com a Beija-Flor/ Deixa a gira girar/ Vibra o tambor/Teu filho vai baixar/Laíla renasceu em orixá”. Outra parte de destaque foi o início da segunda parte do samba devido a boa melodia que ele possui “Genioso e tão divino/O dom de ouvir o tom no ar/Regente do seu destino/Maestro da orquestra popular”.

Parceria de Serginho Sumaré: A quarta obra da noite teve a assinatura dos poetas Sérginho Sumaré, Marcelo Guimarães, Rogério da Mata, Neilson Oliveira, Léo Freire e Ademir. A torcida fez a festa com bolas e bandeiras. Um fato que chamou atenção foi a presença dos compositores do samba 2 vibrando com a passagem do samba 54 que estava se apresentando, mostrando que rivalidade ficou de lado e caíram no samba juntos. Gilsinho mandou bem na condução do samba com o seu talento habitual. A cabeça do samba foi um dos destaques, pois foi bem em todas as passadas. Outro destaque foi a chamada para o refrão principal “Os olhos marejados, que saudade/Do canto forte da comunidade/Eu nunca vi igual/O rolo compressor do carnaval”. E o grande destaque ficou para o refrão principal “Ogum PataKori, já fiz o meu orô/E hoje estou aqui, a rua prateou/De todos os santos, de todos os sambas/Eternamente um Beija-Flor. Foi uma boa apresentação do samba 54.

Parceria de Diogo Rosa: O quinto samba da noite teve a assinatura dos compositores Diogo Rosa, Julio Assis, Diego Oliveira, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso. A torcida deu um show na quadra, cantando o samba antes de começar a apresentação e quando terminou também. Tinga e Emerson Dias foram bem demais na condução do samba, trunfos importantes da parceria. Foi uma excelente apresentação, com vários momentos de destaques durante a passagem. A cabeça do samba passou muito bem “Ele bradou no alto da pedreira/Corpo menino, alma de orixá/Baixou xangô pra ver a sua cria/Sob a ventania de mamãe oyá”. O refrão do meio foi outro destaque passando com força em todas as passadas. A melodia aplicada no início da segunda parte fez com que o samba não caísse em nenhum momento. Há uma preparação muito bem trabalhada para o refrão de cabeça e foi um ponto de desequilíbrio, a partir do verso “Meu velho, da encruza até a quadra”. O rendimento do refrão principal foi excelente, levantantando a torcida e foi perceptível alguns componentes cantarolando o samba. Foi uma apresentação com muita força do samba 1.

Parceria de Xande de Pilares: O sexto samba da noite teve a autoria dos poetas Xande de Pilares, Igor Leal, Nurynho Almawi, Sormany, Cabeça Vinícius e Felipe Mussili. A torcida marcou presença de forma tímida, mas deu conta do recado. Vitor Cunha com a sua voz potente conduziu bem o samba. O rendimento da obra poderia ter sido melhor, muito por conta da melodia em algumas partes, como por exemplo, na cabeça do samba. Mas se a melodia não pega tanto, há um capricho evidente na letra. Destaque principal da apresentação foi o refrão principal “No meu coração mora um Beija-Flor/Foi essa paixão que me despertou/Voltei pra matar a saudade/É pra comunidade esse canto de amor”. Foi uma apresentação aguerrida, mas sem impacto.

Parceria de Rômulo Massacesi: Oitavo samba na noite de eliminatória, teve a autoria dos poetas Romulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar, Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena. A torcida também deu um show, cantando bastante. Evandro Malandro e Nino do Milênio valorizaram a bela melodia da obra. O refrão de cabeça foi um dos grandes destaques “Da casa de Ogum, Xangô me guia/Da casa de Ogum, Xango me guia/Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor/Terreiro de Laila meu griô”. No refrão principal foi visível alguns segmentos cantando. A variação melódica “Eu vou seguir sem esquecer essa jornada” é bonita demais. O samba possui soluções melódicas bem bacanas, como por exemplo, “Desce o morro de Oyó/ Benedito e catimbó/o alabá doum”. O refrão do meio também passou bem na quadra. Apresentação de qualidade do samba 5, mas pode ter mais força para as próximas apresentações.

Parceria de Sidney de Pilares: Penúltimo samba da noite teve a autoria dos poetas Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Marcelo Lepiane, Valtinho Botafogo, João Conga e Dr. André Lima. A torcida deu um show de canto e marcou grande presença. Zé Paulo foi bem na condução, interagindo bastante com a torcida. Logo na cabeça do samba fica perceptível a qualidade da obra no bis “Lá vem o filho de Xangô com Iansã/Reviver nesse terreiro/Toda luz do seu afã”. Refrão de meio possui uma melodia gostosa e também passou bem na quadra. Um dos momentos de maior destaque foi na variação melódica “Em oração meu pai/Cortejo, em revogada, Beija Flor”. E a chamada para o refrão principal também foi outro ponto de destaque “Oh mestre/Mesmo proibido olhai por nós/Não estamos sós”. Foi uma apresentação muito boa de um dos principais sambas da disputa e ainda tem margem para crescer nas próximas apresentações.

Parceria de Kirraizinho: Último samba da noite foi assinado pelos compositores Kirraizinho, Dr. Rogério, Ronaldo Nunes, Clay Ridolfi, Miguel Dibo e Ramon via 13. A torcida também compareceu em grande público e deu outro show. Charles Silva e Pitty tiveram excelente desempenho. Aliás, o palco do samba 23 foi absurdo, ainda contou com Tem-Tem Jr e Igor Vianna. A apresentação foi forte, sendo um dos grandes destaques da noite. O refrão principal passou de forma avassaladora “Obákossôkao, kabesilê/Orum ordenou, tem festa no ayê/Laíla eternamente soberano/No coração do Nilopolitano”. O pré refrão também teve um ótimo desempenho “Quando a saudade apertar/ Lembre que amor não tem fim/ Nós somos um só, você vive em mim”. O refrão do meio também foi outro ponto de destaque para a apresentação de qualidade da obra. O samba 23 fechou a noite com chave de ouro.

Entrada gratuita! Noite dos enredos movimenta a Cidade do Samba nesta sexta-feira

Chegou o momento de conhecer os detalhes sobre os temas que as escolas de samba do Grupo Especial levarão para a Sapucaí em 2025. A Cidade do Samba recebe nesta sexta-feira, a partir das 19h, a “Noite dos Enredos”. A entrada será franca, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível.

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Com enredos de temáticas variadas, as escolas de samba terão liberdade criativa para transmitir a mensagem do enredo ao público da maneira que desejarem, com elementos como arte, dança, música e teatro, dentro de um tempo pré-definido.

Além disso, o evento contará com uma apresentação especial da roda de samba do Cacique de Ramos, que trará convidados especiais como Cacá Nascimento, Moisés Santiago, Flavia Saolli, Carlos Caetano, Leonardo Bessa e Chacal do Sax.

Grupo Especial Rio Carnaval 2025: leia todas sinopses dos enredos

A Cidade do Samba fica na Rua Rivadávia Correa, 60, na Gamboa.

NOITE DOS ENREDOS
Data: 30/8
Horário: 19h
Local: Cidade do Samba – Rua Rivadávia Correa, 60 – Gamboa
Entrada: 1 kg de alimento não perecível

Sambas Concorrentes