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Portela 2025: Apresentações de bom nível marcaram o fechamento da chave azul

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Portela para o Carnaval 2025. No próximo domingo acontece mais uma fase. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Cecília Cruz: A terceira obra da noite teve a assinatura dos compositores Cecília Cruz, Cláudio Cruz, Luciano Fogaça, Binho Gomes, Osmar Fernandes e Julio Pagé. A torcida marcou presença e mostrou o samba na ponta da língua. O intérprete Digão foi ótimo na condução do samba e foi um dos destaques da apresentação. Foi uma das melhores apresentações da parceria que contou com bastante garra do palco. O falso refrão do meio foi mais uma vez um grande destaque “Roda, gira, gira sol, onde mora outra manhã/Lá detrás do arrebol, raia a luz de oxalufã/Roda, gira, gira sol, onde o canto foi saudar/Nas Gerais, a voz de Deus, Epa Babá”. A entrada da segunda parte foi corrigida e fluiu muito bem, sendo perceptível essa fluidez nas quatro passadas. O refrão de cabeça mais uma vez foi ótimo “Em busca de um sonho a Águia voou/E um anjo negro nos abençoou/A nossa mania é ter fé no samba/Bituca, a Portela te ama”. A primeira parte do samba, mais uma vez, ficou nítida a bela melodia que a obra possui. Foi uma apresentação ótima do início ao fim, sendo um grande momento da noite.

Parceria de Vinicius Ferreira: O quarto samba da noite teve a assinatura dos poetas Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Wanderley Monteiro, Jefferson Oliveira, Bira, Hélio Porto & André do Posto7. A torcida marcou grande presença na quadra e foi bastante vibrante na passagem da obra. Wander Pires e todo o palco conduziram bem o samba. A virada melódica “Vem Marias, ogãs… liberdade tem” foi mais uma vez um dos destaques. A primeira parte do samba funcionou muito bem, sendo bem cantado pelo palco. Já na segunda, tem uma parte de impacto, na virada melódica “O sol no altar da manhã” verso que o portelense coloca as mãos para o alto. O refrão principal teve um rendimento muito bom “Qualquer maneira de amor vale a pena/você é um poema que a vida escreveu/O amor é por nós, tem timbre, tem voz/ E nasceu Milton pelas mãos de Deus”. Apresentação de qualidade da parceria e foi possível notar alguns segmentos cantando o samba.

Parceria de Jorge do Batuke: Jorge do Batuke, Neizinho do Cavaco, Feijão, Marcio Carvalho, Araguaci e Claudio Russo foram a quarta apresentação da noite. A torcida foi mais uma uma que marcou grande presença. Um dos melhores intérpretes da atualidade do Carnaval, Pitty de Menezes, fez falta na apresentação e coube ao talentoso cantor da Ilha, Tem-Tem Jr, comandar o palco, contando ainda com vozes potentes, Thiago Acácio, Tuninho Junior, Daniel Silva e Roberta Barreto. Os intérpretes arrancaram com tudo lá no 220 voltz e depois acalmaram quando entrou a bateria. Destaque principal vai para o falso refrão do meio, que provocou grande interação com a galera na quadra. A melodia do samba vai mudando a todo momento e isso fica perceptível durante toda a segunda parte da obra. O refrão principal mais uma vez funcionou e foi um dos destaques “No azul da romaria, na canjica da gamela/Sob a luz de oxalufã… Portela/E no andor do nosso povo a voz de Deus/ Se alguém tem um lugar ao sol… Sou eu”. Apresentação de qualidade da parceria que vem ganhando diversos adeptos na quadra. Foi possível notar segmentos cantando o samba de forma efusiva durante toda as quatro passadas.

Parceria de Mauro Diniz: O penúltimo samba da noite teve a autoria dos compositores Mauro Diniz, Pirique Neto, Antônio Pontes, Fabrício Fontes, Diego Nicolau, Fred Camacho e Francisco Aquino. A torcida marcou presença de forma mais tímida, comparando com as duas parcerias anteriores, mas que não comprometeu em nada a apresentação. Evandro Malandro cantou demais e conduziu o palco que estava entrosado e firme. A segunda do samba foi um destaque pois a melodia foi bem valorizada pelo palco e era perceptível os desenhos melódicos. O refrão principal foi mais cantado pela torcida e foi a parte de maior impacto da apresentação “Milton Nascimento/Brasileiro vencedor/Voa nas asas da águia/Que a Portela te veste de amor”. Foi uma apresentação valente da parceria.

Parceria de Valtinho Botafogo: O último samba da noite teve a assinatura dos compositores Valtinho Botafogo, Os Gêmeos, Madalena, Rodrigo Guerra, Lico Monteiro, Orlando Ambrosio e Marcelo Lepiane. A torcida marcou presença e foi uma das mais animadas da noite. O palco foi um dos destaques, pois contou com um Zé Paulo inspirado e cantores firmes no apoio. O samba teve um rendimento muito bom com destaque principal para o refrão principal “Solto a voz/Que o dia vai clarear/Meu povo em prece a cantar na procissão/ Quero chorar, sorrir, viver cada momento/Feito menino Milton Nascimento”. A cabeça do samba passou bem também como já de costume “Lá vou eu, cantar a liberdade/No trem da eternidade/A gente se encontra na estacao”. A segunda parte do samba tem versos importantes que chamam a torcida pra cantar “Ah meu coração de estudante a palpitar” e “Vai minha águia altaneira”. A parceria mais uma vez fez uma apresentação segura e com qualidade.

Quatro parcerias se destacam no início da disputa na Mocidade

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a primeira etapa da disputa de samba-enredo da Mocidade para o Carnaval 2025. No próximo sábado acontece mais uma fase. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Jojo Toddynho: A obra de Jojo Toddynho, Betô Corrêa, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Márcia Carvalho, Giácomo e Samir Trindade abriu a noite de eliminatórias com a participação da cantora cantando o refrão. Rafael Tinguinha foi o cantor do samba. Bem defendida, a obra traz alguns momentos bem interessantes, como o próprio refrão final e o início da segunda parte “Nasce um novo dia/o meu ziriguidum não foi ilusão”, sendo um dos destaques desta primeira noite.

Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra de Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho índio, Lauro Silva, Prof. Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal. Wander Pires apresentou bem a obra, levando a ser um dos destaques desta primeira noite. Bem fluída, com destaque para momentos muito inspirados na primeira parte do samba, entre os versos e a melodia, como os que iniciam com “Quem dera amor…” e “Te anoitecer…”.

Parceria de Paulinho Mocidade: Terceira a subir ao palco, a parceria de Paulinho Mocidade, Rafael Drumond, Rafael Esteves, André Pimentel, Léo Galin, Luiz Antônio, Hermes Jr., Gilberto Paizão, Gil do Viegas e Giovane teve a voz de Thiago Brito comandando o microfone. A obra conta um com um falso refrão interessante, além de ter destaque os versos “E hoje estou aqui…/a pioneira nave mãe a desbravar”, que empolgava, além da torcida, outras pessoas na quadra. A levada do samba foi bem envolvente durante a apresentação.

Parceria de Ricardo Simpatia: O samba de Ricardo Simpatia, Franco Cava, J Giovani, Valtinho Botafogo, Juca, Jorginho Mocidade, Flavinho Avellar, Victor do Chapéu, Marcelo Vai Vai e Almir Chega Junto foi o quarto no palco da quadra, e foi bem defendida por Thiago Acácio. Com três refrões, o samba tem neles pontos muito bons, em especial o que se inicia com ‘Na tela do cinema…”, podendo crescer mais durante a disputa. A estrofe iniciada com “Carros voadores, famílias modernas” também se destaca dentro da obra.

Parceria de Jaci Campo Grande: Sexta da noite, a parceria de Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Alex Cruz, Dr. Marcelo, Duda Coelho, Marcinha Souza, Lúcio Flávio, Elian Dias, Paulo Bachini, Bimbim Portella Passou bem durante a apresentação no quadra, tem versos que se destacam durante o samba, especialmente, na segunda parte, como “meu perfil de avatar é o castorzinho apaixonado”, e o encaminhamento para o refrão final, a partir de “no samba ser independente…”, que há um bom crescimento, cumprindo bem seu papel.

Parceria de Jurandir: A parceria de Jurandir (Didi), Jorge Carvalho, Jorge Alves, Dunga, Raimundo, Tim Maia Daflon, Renilson, Leo Lopes, Altair, e Ribeirinho foi a sétima a se apresentar, e teve uma cadência mais suave em relação aos outros, o que o diferenciou dos demais durante a apresentação, lembrando um pouco sambas mais antigos, com destaque para os refrões da obra, e para a segunda parte do mesmo. Igor Pitta foi bem durante o tempo de apresentação.

Parceria de Zé Glória: Formada por Zé Glória, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Trivella, Mynagal, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax, a parceria foi a oitava da noite. Charles Silva comandou muito bem a apresentação da obra, que foi um dos destaques da noite. Com uma torcida animada e cantando bem o samba, que tem como um dos pontos altos o falso refrão no meio da obra, onde as duas estrofes começam com “Voar, voar!…”, sendo um momento que contagiou algumas das outras pessoas presentes na quadra.

Parceria de Paulo César Feital: A parceria de Paulo César Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rosário, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr. Castilho e Léo Peres encerrou muito bem a noite, sendo um dos destaques. Comandada por Tinga, o samba apresenta bons momentos, como o fim da primeira parte, com versos questionando sobre o futuro. Os refrões da obra também chamaram muita atenção, em especial os dois últimos versos de cada “A juventude vai crer/que toda estrela pode renascer”, no refrão do meio e “E Deus vai desfilar/pra ver o mago recriar a Mocidade”, fazendo alusão a volta do carnavalesco Renato Lage.

Tom Maior 2025: Festa da Retomada tem quadra cheia, shows e samba possante

A agradabilíssima tarde do último domingo em São Paulo teve um mundaréu de camisas vermelhas e amarelas na Zona Oeste da cidade. Na data, foi celebrada a Festa da Retomada, evento que marcou o início dos trabalhos de chão da Tom Maior, que disputará o Grupo de Acesso I da folia paulistana. A agremiação, que reeditará o enredo de 2009, intitulado “Uma nova Angola se abre para o mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!” em 2025, trouxe uma série de atrações para a celebração. E o CARNAVALESCO, é claro, marcou presença.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Casa cheia e muitas atrações

A tarde começou com show de Marquinhos Jaca, em um palco montado em frente à quadra da instituição, na rua Luigi Greco – que, inclusive teve seus arredores fechados já nos cruzamentos da rua do Bosque e Cruzeiro, dois quarteirões para cima do terreiro vermelho e amarelo. Após uma breve passagem do Pagotom (tradicional roda de pagode que sempre se apresenta na quadra), foi a hora de Carlos Alves, o Carlão, mestre de bateria e presidente da escola, fazer homenagens e apresentar alguns novos quadros da agremiação: Yaskara Manzini, nova coreógrafa da comissão de frente; e Erica Ferreira, apresentada como diretora-geral – responsável pela direção de Carnaval e de Harmonia.

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Em entrevista à reportagem, ao falar sobre o andamento dos trabalhos, Carlão destacou as duas novas integrantes da Tom Maior: “Está tudo correndo muito bem! Nós temos quarenta pessoas nas equipes, já trabalhando, sendo que trinta e duas são de Parintins. A estrutura continua a mesma, de Grupo Especial: desde intérprete, mestre de bateria, casal… tudo. Só tivemos duas mudanças nos nossos quadros, já estamos com fantasias em andamento, graças a Deus. O barracão também está com tudo dentro do cronograma. Estamos aí, confiantes que conseguiremos um grande resultado”, destacou.

Após as palavras do mandatário vermelho e amarelo, o conhecidíssimo samba ganhou uma introdução nova – executada cinco vezes, para mentalização de todos os presentes. Com tudo ensaiando, chegou a hora de, como diz o samba, o batuqueiro bater o tambor. Foi a senha para todos os presentes cantarem, dançarem e relembrarem o sucesso.

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Após quase duas horas com o samba-enredo executado, ainda houve espaço para uma nova participação da Pagotom na quadra e, pouco depois, um show do lendário Fundo de Quintal no palco. Já com a noite bastante agradável no céu, todos puderam acompanhar um dos maiores grupos de samba da história do Brasil de maneira gratuita, com rua fechada (e bastante cheia) e comendo um dos tantos quitutes que poderiam ser degustados na quadra – acarajé, pastel, X-Churrasco e até mesmo maçã do amor.

Retomada?

Apesar do nome da festa, muitos entrevistados destacaram que o projeto já está a mil por hora. Um deles foi Flávio Campello, carnavalesco da agremiação: “O nosso cronograma está bem legal, bem bacana. Temos o planejamento para terminar todo o nosso trabalho de ateliês, de fantasias, até o dia trinta e um de dezembro para entrarmos em 2025 de uma forma mais tranquila. Nosso barracão já está a todo vapor, já estamos na segunda alegoria – estamos deixando o abre-alas para o final. Estamos com um cronograma bacana graças à gestão do Carlão, que nos proporciona isso. Se não fosse essa gestão, talvez a gente estivesse dependendo da entrada de alguma verba ainda hoje para começar o carnaval. Já começamos e estamos com o cronograma maravilhoso. Hoje damos o pontapé inicial para que a gente sinta a energia que o samba tem. Querendo ou não, o carnaval de 2009 da Tom Maior, sobre Angola, traduz muitas coisas boas sobre e para a história da escola. Talvez, em cinquenta e um anos de história, seja o samba mais emblemático. Utilizar desse samba, desse artifício, para o carnaval 2025 através de uma reedição… hoje vamos sentir a emoção e a energia – que é o que buscamos desde o primeiro momento quanto pensamos nessa reedição”, afirmou, aproveitando para trazer prazos da vencedora do Estrela do Carnaval 2024, organizado pelo CARNAVALESCO, na categoria Conjunto de Alegorias.

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Carlão também falou a respeito: “Nós já estamos trabalhando bastante pensando em 2025. Nós começamos o trabalho em abril, com a nova direção de Carnaval, com a nova diretora de Harmonia, e hoje é o recomeço dos ensaios no terreiro, na quadra. Estamos convictos que vamos realizar um grande trabalho. Logicamente com os pés no chão e nos apresentando. É um grande desfile, um enredo maravilhoso, uma reedição sobre Angola e estamos muito confiantes”, suspirou.

Novidades em vermelho e amarelo

Ao falar sobre os trabalhos que já acontecem na instituição, Erica Ferreira, estreando nas diretorias da instituição, deixou escapar algo novo que acontecerá na Tom Maior: “Está tudo dentro do nosso cronograma e do projeto, graças a Deus e aos orixás está tudo sob controle. Nossa próxima data importante será o dia quinze de setembro, que será o nosso primeiro ensaio de rua. Treinaremos mais uma vez o canto (mas na rua, que é totalmente diferente da quadra), treinaremos a Evolução, o condicionamento físico do nosso público, componentes, casais, comissão de frente, de todo mundo”, disse.

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Quando indagada sobre mais informações acerca do novo trajeto em que a Tom Maior ensaiará, ela afirmou que tal localidade está próxima da quadra da agremiação: “Faremos ensaios de rua aqui pertinho, não mais no Bom Retiro. Fazemos um trabalho de imersão, já que eu também sou equilibradora emocional, trabalho com programação neurolinguistica, e uso essa bagagem juntamente com técnicas de carnaval. Nas duas últimas imersões, em julho e em agosto, fomos para a rua. Detectamos que podemos fazer nosso percurso nas redondezas na nossa quadra com o resultado e o condicionamento que precisamos e queremos. Temos a nossa nova quadra como base, temos o nosso CEP, e ensaiar na rua Sérgio Tomás tinha uma estrutura. Imagina levar baiana com saiote, comissão de frente, casais fantasiados… por mais que seja pertinho, é um percurso complicado de se fazer. Aqui perto, temos nossas necessidades técnicas, físicas e emocionais supridas pelo componente para, juntos, chegarmos ao nosso campeonato”, destacou.

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Quem também trouxe uma importante novidade foi Flávio, destacando que o desfile para 2025 terá uma visão bem mais alegre em relação ao de 2009 – famoso por uma “cabeça” (jargão carnavalesco para os primeiros componentes da escola, como a comissão-de-frente e carro abre-alas) que remetia aos confrontos pelos quais Angola passou a partir da década de 1970: “Como diz o nosso samba, é uma nova Angola. Buscamos uma referência totalmente diferente do que foi utilizado em 2009. Não assisti o desfile, já tinha visto anteriormente, mas não assisti o desfile para ter algum parâmetro para desenvolver o projeto de 2025 justamente para que eu pudesse ter a minha visão sobre esse tema e enredo. No dia que lançamos esse enredo, 25 de maio, pedi a permissão para o Marco Aurélio Ruffin, que era o pai dessa primeira proposta sobre Angola. Desde o princípio, sempre tentamos respeitar as pessoas, pedindo permissão. Temos, na quadra, uma placa do saudoso presidente Markinho – e, no dia em que pensamos na reedição, mentalizei ele por cinco minutos para pedir permissão para que a gente pudesse fazer essa reedição. Desde que cheguei na escola, sempre ouvi que o carnaval de 2009 era o da vida do Marko Antônio da Silva. Ele amava esse desfile e esse projeto. A responsabilidade é dobrada! Temos a missão de levar, mais uma vez, Angola; de, através dessa reedição, voltar para o Especial… temos muitas missões em torno desse projeto de 2025. Peço axé aos orixás, aos inquices, a proteção de Deus para que possamos entrar na avenida com a humildade que a gente sempre desfilou; mas, automaticamente, com o sonho de voltar ao Grupo Especial”, disse, aproveitando para rememorar o presidente da vermelho e amarelo de 1978 até o final da vida, em 2011.

Relembrando

Muitos segmentos destacaram a força que o desfile de 2009 da Tom Maior teve. Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Ruhanan Pontes e Ana Paula Sgarbi abriram as memórias à reportagem: “Quando o samba foi para a avenida, eu era espectadora. Era um samba maravilhoso, que eu gostava de assistir. A reedição ajuda na criação da parte artística, mas a gente tem que dar uma segurada na emoção, porque eu nunca me imaginei dançando esse samba. A felicidade é em dobro! Ajuda na questão da criação de uma rotina de dança, sem dúvida”, destacou Ana Paula, falando sobre a expectativa para 2025.

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Ruhanan trouxe outra visão: “Eu acho que nem ajuda tanto assim. Quando a gente chegou na Tom Maior, a gente pegou todos os sambas antológicos da escola e fizemos coreografia em cima de todos para a gente se enturmar na escola, para o pessoal ver que a gente queria estar aqui, que era uma vontade muito nossa. A gente já tinha uma pré-coreografia em cima desse samba, então ficou mais fácil de desenrolar. Quando eu tive a oportunidade de dançar Angola, acho que qualquer pessoa que seja do Carnaval, que seja sambista, se pensasse em dançar esse samba, queria estar aqui, é um samba maravilhoso. Cada escola tem os seus grandes sambas, e esse é um dos grandes sambas da Tom Maior”, pontuou ele – que também fez as vezes de apresentador nos palcos dentro e fora da quadra.

Nova coreógrafa da comissão de frente da vermelho e amarelo, Yaskara aproveitou para falar que parte dos componentes também é nova: “É um super desafio! O trabalho de 2009 foi um trabalho de excelência. A gente está dando uma outra roupagem para esse trabalho. Lógico que vai ter um link de ligação entre o passado e o presente pensando em 2025 – mas esse, como sempre é surpresa. A gente está montando um novo elenco aqui para a Tom Maior: tem o pessoal que já era da casa, o pessoal que está vindo comigo e o pessoal que está chegando. Agora, a gente está pensando nesse novo elenco que estreia hoje aqui na quadra, já projetando os personagens da nossa comissão de frente para a pista”, afirmou, aproveitando para exaltar o histórico segmento de 2009 – coreografado por Luiz Mario Vicente.

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Já para 2025…

Desde 2020 na Tom Maior, Gilsinho gostou do clima e da recepção do público na Festa da Retomada: “Eu senti que a escola está empenhada. Mais uma vez, a escola está empenhada em fazer um bom trabalho. Esse é um ano atípico para a gente. Há muito tempo que a Tom Maior participa do Grupo Especial – e, nesse ano, participa do Grupo de Acesso I. A gente sentiu que a escola deu uma desanimada, mas já voltamos à função normal – a programação normal de estar com energia, de estar com vibração, de estar com a caminhada já definida na cabeça. E o nosso intuito é, se Deus quiser, a gente voltar para o especial já no ano que vem, fazendo um grande trabalho. é um samba antológico da escola, é um samba antológico do Carnaval daqui de São Paulo. E a gente está super feliz. Fui feliz com essa retomada, a gente viu que hoje a escola vem em peso, a quadra lotada, a comunidade chegou com vontade de cantar, com vontade de participar desse momento. vamos trabalhar pra isso, vamos trabalhar pra fazer um grande carnaval com a nossa bateria, nossa aula musical, todos os segmentos. A gente está com um pensamento muito junto pra fazer com que tudo isso aconteça da melhor maneira e a gente, se Deus quiser, volta pro Especial”, comentou ele – que, em alguns momentos no palco, destacou o quanto sentia a quadra pulsando.

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Quem saiu com a mesma impressão foi Erica: “A reedição ajuda muito na Harmonia! Estamos trabalhando desde o dia onze de maio não só na letra do samba, mas também para que todo mundo possa pronunciar o samba corretamente. Isso nós vamos fazendo o trabalho com toda a comunidade: ala das baianas, crianças – que possuem mais dificuldade. Hoje, o samba está de fácil assimilação. Isso nos favorece no quesito Harmonia e para mídias, para fazermos um marketing bacana. Escolher essa reedição, para nós, veio com muita alegria, segurança e respeito aos compositores. Isso nos favorece bastante. Para o departamento de Harmonia, para coordenadores de ala, que são os nossos multiplicadores, isso nos ajuda bastante”, finalizou.

‘Quem não pode com a Morada, não carrega patuá’! Mocidade Alegre define samba em noite marcada por alto nível de disputa

Por Gustavo Lima e Fábio Martins

Aos olhos do público se viu uma final disputada na noite deste domingo na Arena Morada, palco da decisão do samba-enredo da Mocidade Alegre rumo ao Carnaval 2025. As cinco parcerias finalistas apostaram em um numeroso contingente de torcedores para fazer a sua festa particular e todas cantaram o samba com força. Das cinco obras, a vencedora foi a penúltima a se apresentar. No anúncio do título a presidente Solange Cruz fez um grande discurso dizendo que foi uma escolha difícil, mas que no final acabou sendo unânime, entre lideranças da agremiação, comissão julgadora e diretoria. Como de costume, ela começou a cantar o samba e o intérprete Igor Sorriso deu prosseguimento para sacramentar a vitória do Samba 1, que tem como compositores: Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Márcio André, Salgado Luz, Daniel Goulart, André Aleixo, Fabian Juarez, Leandro Flecha, Tomageski, Beto Colorado e Chico Maia. Para 2025, o enredo da Mocidade é intitulado como “Quem não pode como mandinga não carrega patuá”, com desenvolvimento do carnavalesco Caio Araújo e do enredista Léo Antan. A agremiação do Limão será a terceira escola a desfilar no sábado de carnaval. * OUÇA AQUI O SAMBA

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Turma que venceu o samba da Mocidade Alegre para 2025

Enredo importante e inovação dentro da obra

Um dos maiores compositores do carnaval paulistano, Aquiles da Vila já ganhou sambas em várias escolas. Na Mocidade é o segundo. O ‘poeta’, como é conhecido, contou que gosta do tema que a escola propôs e sempre estará dos lados das causas importantes.

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Compositor Aquiles da Vila

“Acho que é um dos enredos mais difíceis de desenvolver, porque é uma escola que é bicampeã do carnaval. Nos últimos 20 anos foi campeã oito vezes. Eu fiz aqui sete sambas, são sete finais e eu ganhei só duas vezes. Uma foi a junção de 2023 e essa é a primeira que a gente ganha sozinha. Eu sou muito grato pela oportunidade de poder falar de enredos desse tipo. Embora pode até não ser um lugar de fala um branco como eu, mas eu sempre vou estar do lado dessas causas. Sempre estarei desse lado. É uma escola que denuncia as mazelas, denuncia as causas urgentes e a gente está aqui para falar sobre isso. Acho que a gente vem sendo felizes nesses últimos anos falando sobre esses assuntos, porque pesquisamos e vivemos isso. Nós somos isso através de essa melodia que vem dentro do coração da gente”, disse.

Além de um refrão de cabeça muito forte, a obra conta com uma peculiaridade, que é na segunda parte se localizando nos três últimos versos. A letra se trata de: Dez: Na terça o terço na mão/ Dez: o dia da consagração/ Dez: mais uma estrela no pavilhão. É uma alusão à presidente Solange Cruz que, no dia da apuração, chama pelas notas 10 com terços nas mãos. Além do significado, a melodia aumenta o tom neste trecho. Segundo Aquiles, foi uma ideia do compositor Biel, que a parceria inteira aceitou.

“Essa ideia quem pensou foi o Biel. A letra dele dos ‘três dez’ em cima da melodia, foi comprada imediatamente pela parceria. A gente sabia que podia até causar uma dúvida pela repetição, mas concordamos porque sabíamos que não era aleatória, pelo contrário, está dentro do enredo, é o último setor e que não existe uma imagem, uma fotografia mais interessante do que uma presidente de escola de samba no país que clama por cada nota dez”, comentou.

‘Muito além de samba-enredo’ e dedicatórias dos vencedores

O compositor vencedor Marcos Vinicius exaltou a comunidade da Morada. ‘Marquinhos’, como é conhecido, diz que o samba-enredo vai além da música e da vitória. “Eu acho que tem um fator decisivo, que é o clamor do povo. A partir do momento em que o povo decide o samba, nós somos apenas um mensageiro. Deus manda mensagem e a inspiração para gente e transmitimos para o povo. Nós passamos por várias etapas nessa feitura de samba. A gente tem que curtir o nosso momento, ser feliz. O mais importante é isso aqui: Ver a alegria de uma baiana, velha guarda, porta-bandeira, da presidente e de seus departamentos. A felicidade dos nossos irmãos, que largam as famílias, largam o trabalho para poder estar aqui para a gente poder mostrar o nosso trabalho. Não é só apresentar o samba-enredo. Tem muita coisa envolvida, é muito amor, é muito sentimento”, celebrou.

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Marcos completa dizendo que está disposto a ajudar a escola com a letra e enaltece o carro de som da Mocidade, que talvez seja o melhor de São Paulo, segundo o campeão. “A ala musical da Mocidade é muito competente, uma das melhores de São Paulo. Eu não tenho dúvidas de que o samba vai ser traduzido da maneira que nós passamos aqui ou até melhor. Agora eles vão pegar a comunidade, vão fazer os ensaios com os departamentos. O samba tem muito para crescer. Nós já vimos o que aconteceu aqui. Eu tenho certeza que, de hoje até o sábado de carnaval vai crescer imensamente. Esse é o nosso sentimento. A gente também está aqui, sempre solicitando para ajudar, agregar e estar junto com a escola”, afirmou o compromisso.

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Outro escritor vencedor, Fabiano Sorriso dedicou a vitória a duas pessoas importantes da agremiação. O eterno compositor Biro-Biro e o seu tio Neco, que partiram e são grandes figuras da Mocidade Alegre; “Meu tio Neco é um dos fundadores da Mocidade Alegre e infelizmente partiu. Essa vitória nossa é de honra, é de família. Eu dedico ao meu tio Neco, que tenho certeza que de lá de cima está muito feliz por tudo que me ensinou. Vamos dedicar também ao nosso querido Biro-Biro, nosso eterno professor”, destacou.

“Quero agradecer ao Wander Pires, Grazzi Brasil, Bruno Ribas, Tiago Nascimento e toda a comunidade”, concluiu o compositor Salgado Luz

Lisura na escolha, audições internas, união da escola e rumo ao tri

A presidente Solange Cruz falou da dificuldade que foi escolher o samba, até por isso teve cinco obras na final, o que não é tão comum, mas que aconteceu na entidade em outros anos. A líder destacou o processo de escolha e toda a lisura das eliminatórias junto com a comunidade.

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“Dessa vez foi muito difícil, muitos sambas bons. A gente acabou até levando cinco para a final, mas foi muito complicado. Na quinta-feira fizemos uma audição com toda a parte da liderança da escola, as lideranças de ala, harmonia, casais de mestre-sala e porta-bandeira, passistas, destaques, bateria, velha-guarda quem foi tinha que votar. E fizemos uma audição dos sambas com Igor cantando os cinco sambas. Toda vez a gente faz isso. Ali tivemos um parâmetro para saber, pelo menos para eu saber se a comissão julgadora está com pensamento que a escola ou não. Graças a Deus mais uma vez eles escolheram o que todo mundo já tinha. Eu não conto para eles qual foi… Pego a urna e levo embora, eles vão saber agora porque eu comprovo os votos. Mas fizemos a audição também interna, porque realmente estava difícil a escolha. Cada um com algo especial. Mas dessa vez optamos por não fazer junção e amanhã já é dia de trabalho. É o dia das correções, de algumas mudanças, adequações, coisas que fazemos todo ano”, contou.

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Solange lamentou a falta de eliminatórias que a entidade vem tendo nos últimos anos, que de acordo com ela, faz falta. “Isso faz muita falta (eliminatórias de samba). Para a gente que é sambista e estamos acostumados a ouvir o samba com a bateria e com o pessoal cantando, faz uma diferença danada. Eu sei que tem escolas que já tem esse estilo, mas não é o nosso. Eu acho que escola de samba não pode perder a sua identidade. Esse apagamento é ruim e precisamos achar alguma fórmula para fazer isso acontecer, mas que não gere ônus pra eles também porque a gente entende que é um custo alto. Nós temos que pensar direitinho para saber como é que fica nas próximas”, disse.

A gestora elogiou a união da comunidade da Mocidade Alegre. Independente se ganhar ou perder, vão continuar com a escola. Uma situação legal aconteceu, onde o compositor Gui Cruz do samba 10 subiu no palco para cantar o vencedor junto aos campeões.

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“O Gui é um menino que se destaca. Um moleque inteligente, um garoto que vem despontando, que sabe falar de samba, sabe falar da nossa cultura sambista. Eu sou muito fã do trabalho dele, das coisas que ele coloca na internet, a forma como ele entende de carnaval. O Lucas Donato, que era do Samba 7, foi lá me cumprimentar e falou: ‘vamos embora, presidente. Estamos juntos’. Acredito que a escola respeita muito as pessoas porque a gente gosta de ser respeitada”, afirmou.

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Pensando em 2025, a presidente almeja o tricampeonato com todos os respeitos às coirmãs. “Vamos rumo ao tri. O nosso trabalho é esse. Quando a gente fala assim rumo ao tri, às vezes as pessoas podem achar imponência, podem achar que a gente quer ser mais que alguém. É a meta realmente de qualquer uma escola que tivesse na posição que estamos hoje. Então isso é muito normal, mas vamos que vamos faz parte do show e rumo ao tri”, completou.

‘Samba de pegada’ e alterações na letra

O diretor de carnaval Júnior Dentista falou sobre sentir falta das eliminatórias, tendo que se adaptar à escolha pelo CD. O profissional também contou o processo de definição, audições e que não tiveram dúvidas quanto ao hino vencedor.

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“A Mocidade sentiu muita falta da eliminatória. A gente fazia antigamente dois meses e meio. Eram dez eliminatórias. Nós temos certa dificuldade de escolha no CD, audição, mas temos que nos adaptar. Sobre a final, no começo estava muito dividido. Cada um gostava de uma parte de um, parte de outro… Na hora que afunilou para a semifinal, já foi tendo uma diretriz. Na audição de quinta-feira a gente fez só com as lideranças e com a nossa sala musical. Ali colocamos a galera para cantar muito, a gente faz uma cozinha da bateria, um trabalho muito técnico. Daí percebemos que esse samba é um samba de pegada. E aí os jurados hoje também não tiveram dúvida”, disse.

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Dentista comentou da última parte do samba e contou que a direção de carnaval irá se reunir para fazer mudanças pontuais. São correções, mas nenhuma mudança considerável. “Na verdade, é quando eles falam da apuração, porque o último setor da escola é a baiana entrando na quadra com todos os patuás abençoando a Mocidade Alegre. Ela abençoa principalmente quando entra na quadra e ela abençoa na apuração que a Solange está com os terços. A sequência dos 10 é essa e foi incrível. Mas amanhã a gente vai ter uma reunião com a diretoria, direção de carnaval e com a parceria que ganhou. Vamos ter alguns ajustes de letra, melodia para no meio da semana já fazer um ensaio para a gente ter apresentação no Camisa Verde e Branco sábado com tudo. Vai ter alguma alteraçãozinha de letra, mas pouca coisa”, contou.

Se adequando ao novo

Assim como a presidente e o diretor de carnaval, mestre Sombra também lamentou o formato do CD para escolher o samba-enredo. O músico se queixou, mas entendeu a questão financeira e quer se adaptar ao formato.

MocidadeAlegre et MestreSombra1

“Quanto mais você tem, mais o samba vai mostrando a sua real identidade para o que ele veio. A bateria vai se encaixando, os intérpretes que defende vão melhorando o desempenho. Porém, hoje tivemos que se adaptar à realidade financeira. Você faz uma semifinal e uma final, não é muito bom e você tem um trabalho dobrado. Na correria do dia a dia você tem que estar colocando o samba no som, mas é samba gravado e a emoção é diferente. É um samba que está gravado no estúdio. O ao vivo é ao vivo, você faz a realidade da vida, do samba, da bateria, da escola e das torcidas cantando. Mas a gente ficou bem atento para esse novo formato, estamos se adequando e vamos embora e graças a Deus e escolhemos um bom samba”, declarou.

‘Samba com muita força’

O intérprete Igor Sorriso aprovou a escolha e disse que o samba tem muita garra e força. Dois atributos que podem fazer da Mocidade tricampeã do carnaval. “Mais uma eliminatória quentíssima. A nossa escola é a Morada do Samba, onde recebemos todo mundo bem, o clima amistoso, independente dos adversários estarem ali no palco, é um clima muito respeitoso. Grandes sambas, mas disputa de samba, só ganha um, não tem jeito e ganhou um samba que vai representar muito bem nossa escola. Samba com muita força, com muita com muita alegria, com diferencial que a gente busca para conquistar esse tri campeonato”, afirmou.

MocidadeAlegre et InterpreteIgorEGloriaVelhaGuarda

Ainda entrando nas características da obra, o cantor exaltou o empenho da comunidade, que foi fundamental na escolha. Posso dizer que é um samba que tem muita força, que são características fortes da Mocidade Alegre. É do jeito que a escola gosta de desfilar e a comunidade abraçou. Nós estamos felizes, a comunidade está feliz e agora vamos trabalhar em cima do samba para fazer um grande carnaval. Nosso povo participa. É muito ativa e faz com que a gente tenha mais certeza nas escolhas a serem tomadas como foi a escolha do samba hoje”, finalizou.

Mais fotos da final

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Ouça o samba-enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval 2025

Compositores: Aquiles da Vila, Fabiano Sorriso, Marcos Vinicius, Márcio André, Salgado Luz, Daniel Goulart, André Aleixo, Fabian Juarez, Leandro Flecha, Tomageski, Beto Colorado, Chico Maia

É COISA DE PRETO!
MISTÉRIO E MAGIA
HERANÇA DO LEGADO ANCESTRAL
ABRIGO DE CADA ORAÇÃO
SINÔNIMO DE PROTEÇÃO
MACUMBA TRAZIDA NO PEITO
FEITIÇO NAS MÃOS
EM MALI O POVO ETERNIZOU
ROSÁRIO TROUXE OPELÊ -IFÁ
A CHAMA NÃO SE APAGOU
E RE-EXISTIRÁ!
NA VIDA, É PRECISO ACREDITAR

O GINGADO ATREVIDO EXALA DA COR
TEM MANDINGA NAS RUAS DE SÃO SALVADOR
OS BALANGANDÃS, PRA ENFEITAR… ABENÇOAR

CHEGA DE SOFRER!
NÃO VAMOS ACEITAR
A FACE DA CRUEL IGNORÂNCIA
GIRA BAIANA, EVOCA OS ANCESTRAIS
DERROTA A INTOLERÂNCIA!
NOSSA FAMÍLIA EM UNIÃO
ENFIM, CHEGOU A HORA
DEZ! NA TERÇA, O TERÇO NA MÃO
DEZ! É O DIA DA CONSAGRAÇÃO
DEZ! MAIS UMA ESTRELA NO PAVILHÃO

FIRMA O BATUQUE, ECOA UM CANTO DE FÉ!
MOCIDADE É NEGRITUDE… AXÉ!
É CORPO QUE ARREPIA, A FORÇA A NOS GUIAR
QUEM NÃO PODE COM A MORADA, NÃO CARREGA PATUÁ

Andrea de Andrade é coroada rainha de bateria da Porto da Pedra

No último sábado, Andrea de Andrade foi coroada rainha da bateria “Ritmo Feroz”, da Porto da Pedra, usando um look vermelho assinado pelo estilista Guilherme Alves. Anunciada como nova rainha em junho, Andrea já havia desempenhado o mesmo papel na Mocidade Independente de Padre Miguel e no Império de Casa Verde, além de ter sido musa da Vila Isabel durante 12 anos. O convite, feito após o Carnaval de 2024, pegou Andrea de surpresa, mas ela descreveu a oportunidade como um momento especial.

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Fotos: Anderson Borde/Divulgação

A festa de coroação contou com uma apresentação especial de Andrea e um show do cantor Jorge Aragão, tornando a noite ainda mais inesquecível.

“Foi uma festa única e emocionante”, declarou Andrea, que planejou cada detalhe da celebração ao lado de sua equipe e de mestre Pablo, comandante da bateria.

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Salgueiro tem noite de alto nível dos sambas no primeiro dia após junção de chaves

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo para o Carnaval 2025. Foi o primeiro dia após a junção das chaves das obras concorrentes. No início da semana será divulgado quem segue no concurso da Academia. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Luiz Pião: A parceria de Luiz Pião, Lis Salgueiro, Nego Viny, Vinicius Xavier, Licio Pádua, Vitor França, Gegê Fernandes, Alace Machado, Dário Lima e Andressa Castro foi a primeira da noite a se apresentar. Ciganerey, Wantuir e Nil Souza cantaram bravamente o samba, começando bem a noite. O refrão final “carregado de axé…” foi um dos pontos altos da apresentação, cujos primeiros versos da primeira parte também foram bem cantados pela torcida, que estava bem animada ao longo da apresentação.

Parceria de Fred Camacho: Segunda da noite, a parceria de Fred Camacho, Luiz Antonio Simas, Eri Johnson, Diego Nicolau, João Diniz, Guinga do Salgueiro, Fabrício Fontes, Wilson Tatá, Gustavo Clarão e Francisco Aquino, foi bem defendida por Evandro Malandro com o auxílio de Diego Nicolau e Juan Briggs. Com uma pegada para cima, teve o refrão do meio como destaque nessa apresentação, assim como os versos que se encaminham para o refrão final, cumprindo seu papel de empolgar os componentes da torcida, bem animada durante o tempo de apresentação do samba.

Parceria de Xande de Pilares: A obra de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W. Correa foi a terceira no palco, e teve uma apresentação muito bem feita. Pitty de Menezes e Charles Silva levantaram a torcida, que levou elementos com velas elétricas nas mãos. Bom ritmo a obra na quadra. Segunda parte do samba foi o destaque, principalmente, nos versos finais que levam ao refrão, a partir de “salve seu Zé…”.

Parceria de Tico do Gato: A parceria de Tico do Gato, Samir Trindade, Tião Casemiro, Romeu d’ Malandro, Gladiador, Geraldo M. Felicio, William Ramos, Josy Pereira, Telmo Augusto e Igor Leal foi a quarta da noite, e teve como intérpretes Ito Melodia e Pixulé. A obra foi bem defendida pela dupla, e teve seus refrões como ponto alto do samba na noite, com destaque também para a primeira parte que possui versos muito interessantes. Um destaque para a torcida que cantou muito a obra durante o tempo.

Parceria de Moisés Santiago: Moisés Santiago, Gilmar L. Silva, Aldir Senna, Orlando Ambrosio, Richard Valença, Wilson Mineiro, Gigi da Estiva, Alexandre Cabeça, Marcelo Fernandes e Leandro Thomaz formam a parceria do quinto samba que subiu ao palco. Defendido por Zé Paulo Sierra, Tem-Tem Jr., e Tuninho Jr., a obra possui melodia muito animada, contagiante e com refrões forte. Os versos da obra também chamam atenção, contagiando outras pessoas presentes na quadra, além da torcida, que cantou a plenos pulmões. Está bem forte nas eliminatórias.

Parceria de Maralhas: Sexta a se apresentar, a parceria de Maralhas, Filipe Zizou, Luciano Gomes, Felipe Petrini, Queiroga, Ailtinho, Luiz Annunciação e Rogerinho do Salgueiro fez uma apresentação animada e bem defendida por Tiganá, Igor Pitta e pelos auxiliares, que deram muita firmeza ao samba, que é mais cadenciado, com destaque para o refrão do meio. Não empolgou junto a torcida presente na quadra, que apesar da animação, poucos cantavam o samba, mesmo quando estava em algum refrão.

Parceria de Marcelo Motta: O samba de Marcelo Motta, Rafa Hecht, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Júlio Alves, Kadu Gomes, Alex Oliveira, Daniel Paixão e Fadico foi o sétimo na ordem, e um dos destaques da noite, teve uma boa apresentação sob o comando de Tinga, e com muito destaque aos apoios, que deram muito vigor a este samba. Possui uma melodia muito boa. Além da torcida animada, a obra levantou alguns dos outros presentes na quadra também.

Parceria de Marcelo Adnet: A oitava parceria a se apresentar foi de Marcelo Adnet, Fabiano Paiva, Gustavo Albuquerque, Baby do Cavaco, Andre Capá, Bruno Zullo, Rafael Castilho, Marcelinho Simon, Luizinho do Méier e Raphael Donato. Wander Pires foi o cantor do samba, e conduziu bem a obra durante a apresentação, sendo outro destaque da noite, por conta da performance dele durante o tempo no palco. A torcida ficou bem animada, fazendo diferentes coreografias.

Parceria de Ian Ruas: Ian Ruas, Caio Miranda, Zé Carlos, David Carvalho, Luiz Fernando, Luana Rosa, Fabiano Mattos e Claudia Balthazar formam a parceria que contou com Bruno Ribas e Nino do Milênio comandando os microfones. O nono samba da noite passou bem, com destaque para o refrão “Reza forte, milagre de bamba/Reza forte, no reino do samba”. A torcida também ficou bem empolgada, com espadas de São Jorge na mão.

Parceria de Edu Chagas: Décimo samba a se apresentar, a parceria de Edu Chagas, Professor Avenas, Baez, Vânia Moraes, Walter Lopes, Beto Bombeiro, Luiz Vieira, PC Lopes, Silvia Santana e Pedro Bastos trouxe um samba bem animado. Teve muitos momentos interessantes principalmente na segunda parte do samba. A torcida trouxe um adereço com o símbolo da escola e sendo benzido por uma benzedeira, e estava bem empolgada e cantando durante a apresentação.

Parceria de Paulo César Feital: A parceria de Paulo Cesar Feital, Benjamin Figueiredo, Tiãozinho do Salgueiro, Rodrigo Gauz, Tomaz Miranda, Patrick Soares, Gilberth Castro, Osvaldo Cruz, Bruno Papão e Vagner Silva foi a penúltima da noite, com as vozes de Leonardo Bessa e Wic Tavares, além dos auxiliares, que defenderam bem o samba, que é bem construído, principalmente o refrão, que é bem envolvente, com o “zum zum zum zum…”. Construção melódica muito boa, sendo mais um dos destaques da noite.

Parceria de Neth Oliveira: Encerrando a noite, o samba de Neth Oliveira, Guará Poeta, André Damazio, Claudinho do Pagode, Luiz Carpinteiro, Waltinho Raiz, T.Ferreira, Bruno Dias e Gabriel Rodrigues foi a décima segunda parceria, tendo uma apresentação bem leve e cadenciada, comandada por Bico Doce. Teve na torcida alguns dos elementos referenciados no enredo, como cangaceiros, uma benzedeira e uma mãe de santo, porém poucos eram os que estavam cantando o samba.

Vestindo a toga da justiça, Acadêmicos do Tatuapé define samba para o Carnaval 2025

O Tatuapé apresentou para a comunidade na madrugada de sábado para domingo o samba-enredo que cantarão no Sambódromo do Anhembi em 2025. A festa de lançamento também foi marcada pela reinauguração da quadra da escola após uma reforma e pela definição daquele que será o décimo samba cantado pelo intérprete Celsinho Mody defendendo a Azul e Branco da Zona Leste. A obra, escolhida em concurso realizado internamente, é assinada pelos compositores Turko, Zé Paulo Sierra, Silas Augusto, Rafa do Cavaco, Fábio Sousa e Luis Jorge. A Tatuapé será a quinta escola a se apresentar na sexta-feira de carnaval pelo Grupo Especial com o enredo “Justiça – A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”.

Rafa do Cavaco Turko e Fabio Sousa
Fotos: Lucas Sampaio/CARNAVALESCO

Construção do samba

Falar de justiça é tratar de um assunto que está sempre em destaque no debate público, e a Tatuapé optou por confiar nos versos desenvolvidos por artistas consagrados no carnaval paulistano para transmitir o recado do enredo. Turko, um dos compositores do samba escolhido, falou sobre a estratégia adotada pela parceria para chegar no resultado almejado.

“A gente adotou uma linha que a gente costuma fazer muito. É um samba alegre, para cima e é uma mensagem que o Tatuapé está passando, que é a justiça. A gente vive a injustiça diariamente, nós brasileiros, pretos, a gente sofre muita injustiça no dia a dia, então foi muito fácil, foi tranquilo de fazer o samba. E a gente foi muito feliz por quê? Porque o samba para cima é alegre e tem vários recados que a gente dá na letra do samba, várias deixas como os seus olhos enxergam, mas fingem que não vê. É o lance da injustiça, é o próprio lance do Tatuapé. Olhe e fale o que quiser, mas respeite o meu Tatuapé, é uma escola bicampeã. A gente ficou muito contente, muito satisfeito. Foi um bom resultado quando a gente terminou de fazer o samba, e agora a gente foi agraciado em ser o vencedor no carnaval 2025 representando o Tatuapé mais uma vez. Um grande abraço pra comunidade da Zona Leste, comunidade do Tatuapé, comunidade Azul e Branco. Vambora, Tatu! Que a justiça seja feita. Não calem a nossa voz”, disse o artista.

Dez vezes Celsinho

Um dos momentos mais marcantes da festa de lançamento do samba de 2025 foi o momento em que Celsinho Mody cantou seu décimo samba defendendo o pavilhão da Tatuapé. O intérprete misturou a emoção no discurso com seu tradicional estilo irreverente e forte de cantar para apresentar à comunidade mais uma obra que irão defender na Avenida. O artista aproveitou a oportunidade para fazer agradecimentos especiais a quem contribuiu para sua trajetória na escola.

Celsinho Mody

“Para mim é uma honra muito grande falar com vocês mais um ano pela Acadêmicos de Tatuapé. O décimo ano defendendo, dez sambas cantando nessa escola. Eu estou muito emocionado, muito honrado, feliz, primeiro com o presente que Deus me deu e com a honra que essa diretoria da escola, com a presidência e toda a comunidade me deram de viver dez anos tão felizes, com a aceitação altíssima da comunidade, com respeito da minha parte para a diretoria, da diretoria para a minha parte e cumprindo com o meu trabalho. Aqui é uma empresa, e eu estou prestando um serviço, mas eu presto um serviço com emoção, com amor, com a veia de samba e coloco meu coração aqui, e eu coloquei meu coração com a voz dez vezes. É muito emocionante, muito mesmo, ver uma festa como hoje, tão linda, com as pessoas felizes, esperando o resultado do samba, e eu senti as pessoas emocionadas também. Eu estou muito feliz, e quero agradecer, deixar meu agradecimento para Deus, em especial para Deus. Agradecer aos presidentes do Acadêmicos do Tatuapé, os que já passaram e os que estão por esses dez anos, e dizer que podem contar comigo para esse carnaval de 2025 com toda a minha energia, com algo a mais do que o meu coração, porque está pedindo isso, muito emocionado e vou cantar esse samba como o maior samba da minha vida”, declarou.

Baianas 1

Celsinho falou sobre a importância que a escola de samba tem para passar as mensagens as quais se propõe, além de detalhar o processo de preparação do samba para o próximo carnaval desde antes da apresentação até os próximos passos.

“A escola de samba é, como todo mundo fala e não é um clichê, um teatro a céu aberto, e cada um tem a sua parte para executar, e a nossa parte é música. É levar emoção para as pessoas e transportar as decisões da diretoria da melhor forma possível para conquistar o coração das pessoas. Nós estamos com uma ala musical muito forte, com grandes artistas, com grandes cantores, grandes músicos, com um trabalho, posso dizer, impecável. a gente pegou esse samba a partir do momento que a diretoria deu para a gente, ensaiamos cinco opções de arranjos de corda, cinco opções de arranjos de voz, de visões, gravamos com todo o amor do mundo, e o nosso papel é fazer música e levar todo esse projeto que a diretoria escolheu para o coração das pessoas. E pode ter certeza de que nós estamos muito unidos. Acabou a apresentação do enredo, nós estávamos em reunião até agora discutindo e falando coisas positivas para melhorar cada vez mais esse projeto. Podem esperar da ala musical do Acadêmicos de Tatuapé o maior espetáculo que a gente já fez na questão técnica e na questão da emoção também. O Acadêmicos do Tatuapé é uma escola muito sólida, de uma diretoria que está junta há muitos anos, que sabem o que fazem, sabem como escolhem os sambas. Rodos os anos o samba da Tatuapé é muito cantado pela comunidade. A gente faz uma matemática, um estudo musical, que possibilita que a escola cante muito. Aqui é um trabalho feito com união, com muito esmero. A gente ensaia e passa frase por frase, desde a ala musical até o mais novo e o mais experiente componente. Vocês podem esperar um trabalho muito digno, com muito afinco e com muita musicalidade para o próximo carnaval”, explicou.

Assertividade dos compositores

O carnavalesco Wagner Santos se sentiu satisfeito com a safra de sambas que a Tatuapé recebeu. O artista acredita que os compositores entenderam a proposta do enredo, e antecipou o que o público poderá esperar do desfile da Tatuapé em 2025.

“Eu gostei muito do samba. Nós tivemos vários sambas que estavam concorrendo nessa final, e foi muito difícil porque eu acredito que todos os compositores conseguiram absorver muito bem a sinopse, a ideia, a proposta, e todos fizeram muito bem o trabalho, foi um difícil resultado. Eu escolhi para chegar a dois, e para a gente foi muito difícil porque a qualidade dos sambas estava muito boa, mas eu estou contente com o samba. Nós não tivemos ainda o tempo para preparar a comunidade para cantar o samba, mas com certeza será um grande samba. Com a proposta que vamos apresentar na avenida, com o visual, o trabalho que está sendo feito para esse samba, com certeza faremos um grande desfile, uma grande noite, e as pessoas, com certeza, vão se sentir presentes no desfile da Tatuapé. Nós vamos abranger diversas críticas que envolvem a vida social das pessoas, o dia a dia dos brasileiros. Situações que hoje são muito presentes e que exigem atenção e falta justiça. Será um grande enredo, com certeza. Eu acredito que, com certeza, as pessoas vão se sentir muito presentes, as pessoas que se sentem injustiçadas no nosso país”, declarou.

Wagner Santos

Wagner exaltou o fato de o samba escolhido ter passado por ajustes mínimos antes dos compositores apresentarem a versão final da letra, o que na opinião do carnavalesco contribuirá positivamente para o andamento da construção do desfile da Tatuapé.

“Os compositores foram muito fiéis na colocação das palavras, na montagem da letra, está muito legal com tudo o que a gente vai apresentar na Avenida. Claro, as pessoas vão entender isso conforme o desfile vai acontecendo, mas o samba está perfeito, está atento. Tanto é que foi um samba que não teve alteração nenhuma. Foi alguma palavrinha, alguns detalhes, muito pouco, talvez, por interpretação, a necessidade de uma interpretação, mas foi perfeito. Foi muito perfeito, foi muito feliz, e todos absorveram a mesma ideia, foi tudo muito bacana. Estou muito feliz, cansado, porque é uma semana muito exaustiva de um momento em que a gente estará retratando no hino o que vai nos conduzir todo esse momento na Avenida, e eu acredito que as pessoas vão gostar muito do trabalho da Tatuapé. Nós vamos trazer muitas novidades em termos de visual e de proposta teatral. Nós vamos trazer um verdadeiro teatro, uma interpretação, mas também há magia da alegria porque, apesar de muitas tragédias, muitas situações negativas, vamos retratar a alegria e a esperança de um povo brasileiro que sempre tem esperança de dias melhores. O mundo sem justiça não é nada, mas o mundo com justiça pode resolver muitos problemas e pode, com certeza, solucionar problemas”, concluiu.

Desafio de transmitir a mensagem do enredo

A Tatuapé se caracterizou por definir a escolha de seus sambas internamente, seja com concurso fechado ou encomenda. Edu Sambista, um dos presidentes e diretor de harmonia da Tatuapé, explicou como foi o processo de escolha do samba para 2025.

“Como de costume da nossa escola, nós não temos eliminatórias na quadra. Quem escolhe é um processo interno de escolha do samba onde na primeira fase a diretoria da escola seleciona alguns sambas. Entre esses sambas escolhidos pela diretoria da escola, entra na segunda fase em que todos os departamentos da escola se reúnem e fazem a votação. Nós marcamos um dia em que cada responsável vai dar o voto do sambista e o respectivo departamento. Ali a gente já tem a decisão do samba escolhido, mas a gente só anuncia o dia marcado para a festa de apresentação do Samba”, explicou.

Edu Sambista

O enredo para o carnaval de 2025 marca uma mudança na característica dos enredos que a Tatuapé trouxe nos últimos anos. Ao propor um tema cultural que gera reflexão, fará com que a escola encare um desafio especial para o próximo ano.

“Realmente esse vai ser um grande desafio para a gente. Nós, quando finalizou o carnaval de 2024, a gente estava decidindo que a gente queria uma proposta diferente para enredo. Aí surgiu o tema de justiça, primeiramente entre os diretores. Nós começamos a debater e aí nós fomos tomando noção, emoção, da amplitude do enredo, de como era um enredo complexo e aí um olhou para a cara do outro e falou: ‘vamos aceitar esse desafio, vambora’, foi dessa maneira. A gente sabe que vai ser um grande desafio, mas graças a Deus conseguimos depois de muito trabalho construir uma sinopse com a cara que nós queríamos, como nós planejamos, e em cima disso, quando nós selecionamos o samba, foi justamente para a gente transformar aquela sinopse para o público no dia do desfile em 2025”, disse Edu.

Justiça para a Tatuapé e para o Brasil

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Tatuapé, formado por Diego do Nascimento e Jussara de Sousa, exaltou a importância do enredo e a forma que as características do samba refletirão no seu desempenho na Avenida.

“Para nós, a comunidade sempre abraça. A gente tem uma comunidade que é muito unida, uma comunidade que entende o projeto, sabe da dificuldade que a escola tem de colocar o desfile na pista e que faz de tudo para a gente desenvolver o melhor desfile, e em 2025 não vai ser diferente. A gente tem aí um samba que é a cara da nossa comunidade. De certa forma, a gente vem aí sendo injustiçado, sempre perdendo décimos, carro que quebra e a gente bate lá e não consegue pegar essa taça para a Tatuapé. Mas acredito que tudo tem a hora certa e, com certeza, com esse enredo da justiça, nós vamos trazer o tricampeonato para a nossa escola”, declarou Jussara.

Diego e Jussara

“Para mim é um samba que vai ficar na cabeça de muita gente porque hoje o mundo clama por justiça. Todo mundo está clamando por justiça, e o nosso samba fala detalhadamente de todas as injustiças que nós vivemos. Tem uma parte do nosso samba que fala ‘qual será a receita da paz’, porque até hoje ninguém descobriu, até hoje todo mundo está clamando por justiça. É um samba que tem muito a ver não só com o povo brasileiro, mas com o mundo, então eu creio que vai ficar na cabeça de muita gente. É um samba forte, vai vir para quebrar na Avenida, vai ficar aquele famoso samba-chiclete, que fica na ponta da língua de todo mundo e vamos lá, vamos pôr a justiça na Avenida. Como a nossa diretoria, os nossos presidentes sempre falam, com esse samba a gente vai para a Avenida para fazer o melhor desfile das nossas vidas”, afirmou Diego.

O processo de preparação do casal para o próximo desfile já está em andamento. Jussara acredita que a essência da dança se manterá, com incrementos possíveis em estudo.

Casal apresentacao

“Nós já estamos trabalhando. Nós já estamos fazendo as nossas pesquisas porque é um enredo que envolve muita coisa. A gente está buscando na parte de coreografia os pontos mais fortes do samba para gente estar podendo fazer a coreografia para o jurado, pista, e tudo mais. Acredito que não vamos precisar mexer no nosso estilo de dança, porque seria a nossa identidade, essa é a nossa identidade como vocês vêm assistindo nos últimos anos. A nossa identidade é uma dança mais para frente, é uma dança mais explosiva, então não tem porque agora, nesse enredo, a gente fazer alguma alteração no estilo de dança. Obviamente a gente vai ter que fazer alguma caracterização que a gente gosta, referente a fantasia e tudo mais, mas a gente ainda está elaborando”, explicou a porta-bandeira.

“Jussara já falou tudo, mas é isso. Não tem por que mudar. Na verdade, a gente só tem a acrescentar, então a gente já vem com o que a gente já tem, nós vamos acrescentar algo mais, porque todo ano a gente acrescenta mais e mais. A gente vai tendo a nossa bagagem aí de anos juntos e está dando certo, então vamos na mesma linhagem”, concluiu o mestre-sala.

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Oitavas de final da Imperatriz mostra que a safra de sambas para o Carnaval 2025 é ótima

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve na quadra da Imperatriz Leopoldinense, no último sábado. Das oito parcerias concorrentes, duas foram cortadas: Ricardo Ferreira e Luiz Antônio Simas. A disputa segue na próxima sexta-feira, dia 6 de setembro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Helio Porto: O primeiro samba na noite de eliminatória da Imperatriz teve a assinatura dos compositores Hélio Porto, Marcelo Viana, Dr Clay Ridolfi, Leandro Rosa, Rogério Oliveira e Luizinho das Camisas. Gilsinho e Charles Silva tiveram uma condução excelente. O palco estava firme e cantou forte, não deixando cair em nenhum momento. Um dos grandes destaques foi o refrão na meiuca da obra “Xangôôô Xangôôô/Quando o justo de Óyo/Libertou o pai maior/Foi o fim de tanta dor”, em todas as passadas esse refrão passou forte. O refrão principal também passou muito bem “Meu pai Oxalá é o Rei vem nos valer/Vem nos valer meu pai Oxalá/A fé que me transborda a retina/Deságua na Leopoldina/Xeu epa babá”. Dois versos são fundamentais para a bela melodia funcionar na segunda parte do samba “Gira yabasse, traz o Acaça bem temperado de amor” e “O brilho do Adê, renova a minha alma e ilumina o nosso otá”. Foi uma apresentação excelente da parceria, mostrando que estão crescendo bastante na disputa.

Parceria de Me Leva: O segundo samba da noite de eliminatória teve a assinatura dos compositores Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro. Tinga e Igor Vianna conduziram bem demais o samba mais uma vez. Esta parceria vem colecionando excelentes apresentações desde o início da disputa. A cabeça que começa com um refrão é fantástica e possibilita que a obra comece forte “Vai começar o itan de Oxalá/Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, babá”. Conta com vários momentos de destaques, mas é difícil não falar dessa parte “Justiça maior é de meu pai Xangô/No dendezeiro, a justiça verdadeira/Justiça maior é de meu pai Xangô/Meu pai Xangô mora no alto da pedreira”. O refrão de cabeça passou forte também na quadra. Durante toda a apresentação era possível apreciar a letra forte com a bela melodia. Foi possível observar que muitos componentes cantavam o samba da parceria. Mais uma apresentação de muita qualidade.

Parceria de Renan Gêmeo: A terceira parceria da noite foi composta pelos compositores Renan Gêmeo, Raphael Richaid, Rodrigo Gêmeo, Silvio Mesquita, Sandro Compositor e Marcelo Adnet. Tem-Tem Jr e Guto tiveram êxito em conduzir o palco e foram firmes do início ao fim. O refrão de meio foi mais uma vez um dos grandes destaques da apresentação “Arerá, Arerê!/Vinho de palma e carvão, quizila de sal e dendê/Arerê, Arerá!/A dor que Bará derramou é o fardo do meu Orixá”. A segunda do samba esbanja musicalidade com algumas variações melódicas. O refrão principal também passou bem na quadra. A cabeça do samba, mais uma vez, passou bem em todas as passadas na quadra. Foi uma boa apresentação da parceria e tem potencial para crescer ainda mais.

Parceria de Gabriel Coelho: O quarto samba da noite teve a assinatura dos compositores Gabriel Coelho, Moisés Santiago, Luiz Brinquinho, Chicão, Miguel Dibo e Orlando Ambrósio. Igor Sorriso, Wantuir e Chicão lideraram um palco que foi perfeito em toda a apresentação. O refrão principal teve um rendimento excelente “O ilê Imperatriz traz um banho de abô/Emoriô! Emoriô!/Afoxé tem axé pra purificar/E quem deve que se entenda com o cajado de Oxalá”. Excelente rendimento também teve a chamada para o refrão de cabeça “Egbe! trás o acaça/Chama Iabassê, giram Iabás/Xirê! Xirê!/Xirê guarda meu Ibá/Nossa coroa tem que respeitar”. A melodia da obra é um fantástica, pois foi perceptível ver todos os desenhos melódicos que a obra possui, como por exemplo, em “O couro marcado, a veste tingida. Assim como na parceria do samba 7 era visível a animação de alguns componentes da escola cantando o samba. Mais uma apresentação de gala do samba 13.

Parceria de Ian Ruas: O quinto samba da noite foi assinado pelos compositotes Ian Ruas, Caio Miranda, José Carlos, Sônia Ruas- Raxlen, David Carvalho e Tamara Miranda. Vitor Cunha e Bruno Ribas foram muito bem na condução do palco. Roberta Barreto brilhou mais uma vez dando o pontapé inicial cantando um trecho lindo da obra “Awó! Um brilho enfeita seu adê/Derrama água pra benzer/A minha Escola em procissão/Rainha, és minha devoção!”. Essa chamada para o refrão de cabeça é uma das partes mais belas do samba. O refrão principal teve um desempenho muito bom “Tem festança no Ilê/O tambor vai balançar/Iabassê serve o tom/Que o povo quer sambar/Omi tutu ao olufón, minha raiz/É nascente da Imperatriz!”. A obra teve um desempenho muito bom na quadra e mereceu avançar para as quartas de final.

Parceria de Guga: O sexto samba da noite teve a assinatura dos poetas Guga, Josimar, Márcio André Filho, Inácio Rios, Zé Inácio e Igor Federal. Wander Pires cantou bem a obra e o palco se manteve firme do início ao fim. O refrão principal foi bem demais na quadra “Toca o alabê, dança iabá/Nas mãos da Iabassê, Ebô e acaça Oni se/Awure trago seu adê pra Imperatriz/ Incorporar no ilê”. O refrão de meio vem crescendo de rendimento com as apresentações e também foi outro destaque da parceria. A melodia foge do habitual e isso era visível na parte que antecede ao refrão do meio. O samba que tem uma das mais belas letras da disputa, passou bem pelas oitavas da Rainha de Ramos.