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De volta à Estrela-Guia! Renato e Márcia Lage se sentem em casa na volta para Mocidade

O enredo “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar” marca a volta do casal Renato Lage e Márcia Lage à Verde e Branco da Zona Oeste após mais de vinte anos. O CARNAVALESCO conversou com o casal durante a feijoada da Mocidade, no último domingo, onde foi dada a largada na disputa de samba da escola. Os dois começaram falando sobre o retorno à Mocidade, onde Renato fez grandes carnavais e levou vários títulos para a escola, contando como é muito gratificante este momento, e como foi de encontro a um desejo que a escola também tinha.

marcia renato mocidade
Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Márcia Lage comentou: “É um renovo de novo. Principalmente depois da gente ter dado aquela parada meditativa para repensar, para dar uma descansada. Foi um presente você recomeçar aonde, eu particularmente, comecei com ele. Indo de encontro a um desejo há muito tempo sonhado pela escola de nos ter aqui de volta. É a sensação de pinto no lixo”.

Já Renato Lage fez uma analogia ao filho que retorna a casa para falar desta nova etapa na Mocidade: “Para mim é aquele filho que se desgarrou e foi pra luta, para vida, e voltou para casa de novo. É muito prazeroso, me sinto em casa. Com carinho dessas pessoas que curtem a Mocidade, que gostam da Mocidade e que reconhecem tudo aquilo que a gente fez com eles aqui no passado. Momentos de glórias! O ano 90 foi um ano consagrador para a escola e a gente participar disso com eles foi maravilhoso. E a nossa volta é aquela coisa: a gente partiu para luta, para a vida, como um filho que sai de casa e depois volta para o carinho, para o abraço, nos braços da mamãe Mocidade”.

Ouça os sambas que seguem na disputa da Mocidade para o Carnaval 2025

Renato falou em seguida sobre as mudanças que encontrou neste retorno à escola citando o resgate da atmosfera da sua primeira passagem pela Estrela-Guia: “As coisas mudam. As pessoas mudam. O que a gente encontrou aqui foram pessoas novas, outras pessoas. Não tem o mesmo espírito daquelas pessoas da época. Mas, o nosso patrono quando nos chamou de volta ele queria justamente isso, para a gente resgatar aquela autoestima da escola, aquele clima, aquela atmosfera positiva de união e isso para gente está sendo maravilhoso”.

Márcia complementou, citando como foi aquela escola que brilhou nos anos 1990 que alimentou os componentes e torcedores de hoje, que representam essa renovação: “Por incrível que pareça, essa história do passado construído lá nos anos 1990, do qual, sem presunção, a gente construiu junto com a escola, foi uma química que deu certo, foi a que alimentou os jovens que aqui estão hoje. Mesmo sem eles terem vivido aquele carnaval lá dos anos 90, eles têm uma espécie de DNA, um negócio desejoso de ver aquela estrela. Então, é muito bacana você ver um renovo, sangue novo, jovem. Ainda com esse sentimento que não morre dentro da Mocidade, que são desses enredos mais abstratos, mais voltados para o futuro, mais voltado para essa cabeça fresca”.

Casal da Mocidade festeja chegada de Márcia e Renato Lage: ‘expectativa está enorme’, diz porta-bandeira

O casal comentou sobre a ideia do enredo, e como foi pensado a ideia do enredo, com Márcia afirmando trazer novidades, buscando referências estéticas nos enredos dos anos 90, mas trazendo algo novo: “O que a gente olhou para os anos 90, no nosso “Voltando para o futuro” foi resgatar ou rever aquela estética, aquela forma de fazer carnaval, aquele espírito que havia na Mocidade. Mas, com certeza, a gente não está trazendo nada de antes. A gente está trazendo o agora, o que está acontecendo”.

Renato destacou em seguida a química que o casal possui com a escola, e como ela está sendo retomada, também falando sobre o início da disputa de samba: “Para a gente está sendo interessante porque houve uma química nossa com a Mocidade, e a gente está revendo essa química. É uma química que está retornando. E hoje é o ponto de partida para o início do futuro. Hoje é o dia da apresentação dos sambas-enredo, já começa a eliminatória hoje. Hoje para a gente é um dia crucial, fundamental”.

Em seguida, foi falado sobre como a Mocidade vem de alguns desfiles que não foram bem sucedidos, e como a dupla traz esperança para os torcedores da escola. Nisso, Márcia ressalta que o casal também não veio de desfiles bem avaliados pela crítica, e como essa esperança também é um sentimento que eles compartilham: “Diga-se de passagem, nós também estamos vindo de carnavais não tão bem sucedidos, pelo menos no aspecto da crítica. Então, eu acho que é uma esperança, uma luta, um querer que acende a todos nós, não só aos componentes, os mocidadenses, mas como nós também como carnavalescos, ainda a fim de estar brincando na avenida, ou seja, prestando o nosso serviço e a nossa obra. Tudo isso está em xeque”.

Diretor de carnaval da Mocidade enaltece safra de sambas para 2025

Renato, ao falar também sobre o assunto, comentou sobre a buscar novamente a química que funcionou entre ele e a escola, e como é importante retomar essa identidade da Mocidade: “Hoje a nossa volta, a ansiedade, a expectativa desse povo da Mocidade de reaver aquela química que deu certo na época. Só que agora é a química, o espírito é o mesmo, só que é uma coisa atualizada. Isso para gente está sendo fundamental. Trazer um toque de felicidade para a escola. Realmente a Mocidade, com a nossa saída, não quero dizer que, mas ela se perdeu, perdeu um pouco a identidade. A gente está buscando essa identidade de novo, na qual o nosso patrono acredita. Já conhecia a gente daquela época e sabe. Para a gente está sendo uma responsabilidade, mas tranquila, consciente. Tomara que dê certo”.

Por fim, o casal falou sobre o samba que a escola levará para a avenida, com Márcia Lage comentando: “Que vença o melhor. O que a escola, em primeiro lugar, vai querer cantar na avenida. Temos bons sambas, que Deus nos abençoe para escolher o melhor. E como mensagem final: quem não arrisca, o medo e a insegurança não avança! Quem não cai se levanta também. E eu acho que a gente está nesse momento: arriscar para avançar. Caímos, mas vamos tentar nos levantar de novo”.

Renato espera também um samba maravilhoso para o próximo carnaval: “Eu disse que hoje é um dia fundamental para o início da partida do carnaval, com o hino da escola. A gente está muito feliz. Graças a Deus começou tudo bem. A Estrela Guia está iluminando. Temos bons sambas, a Mocidade vai crescer com um samba maravilhoso, com certeza. Isso eu tenho certeza. Desde já é, para a gente, fundamental”.

Alane Dias será musa da Grande Rio no Carnaval 2025

Do “Rainha das Rainhas” para a Marquês de Sapucaí! Alane Dias é a mais nova musa da Acadêmicos do Grande Rio para o Carnaval de 2025. A escola de samba de Duque de Caxias fará o anúncio neste sábado, em evento realizado em Belém, no Pará – terra natal da bailarina e que será homenageada pela agremiação tricolor. Com a presença da rainha de bateria da Grande Rio, Paola Oliveira, do destaque de chão David Brasil e de membros da diretoria, o evento também vai marcar a seletiva paraense para a escolha do samba enredo.

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Foto: Divulgação/Fred Othero

Morando no Rio de Janeiro desde o fim do Big Brother Brasil 2024, Alane está se preparando para a maratona de ensaios e o tão esperado desfile. “Estou muito honrada em ser musa do Carnaval da Grande Rio em uma homenagem ao meu Pará. Poder representar meu estado e ajudar a levar a nossa cultura para a maior festa popular do mundo vai ser incrível. Sou bailarina, amo dançar e o carimbó tem muito do molejo do samba, então acho que vou tirar de letra essa parte. Mas é preciso ter fôlego para todo o percurso do sambódromo, então vou me dedicar cada vez mais aos exercícios”, afirma.

Para a apresentação do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, que acontecerá na primeira semana de março, a Grande Rio escolheu o tema “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”. O enredo promete mergulhar nos mistérios das florestas e dos rios amazônicos, exaltando os costumes do estado do Pará na avenida.

Velha-Guarda Show e Simone são as atrações da feijoada da família portelense

A tradicional feijoada da família portelense será especial nesse mês de setembro, além do evento ter como show de abertura o grupo “Essas Mulheres”, o público será agraciado com a apresentação da lendária Velha-Guarda Show da Portela e a participação especial da cantora Simone, cantando alguns de seus sucessos. O encerramento da feijoada será com a apresentação do clássico show da escola com todos os segmentos. O evento será realizado no dia 07 de setembro, a partir das 13h, na quadra da agremiação (Rua Clara Nunes, 81 – Madureira). Os ingressos estão à venda pelo site Ingresse.com.

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Foto: Magaiver Fernandes/Divulgação Portela-

Com 51 anos de carreira, Simone é uma das vozes mais marcantes da música brasileira. Sendo destaque na MPB com seu estilo único, a cantora ficou conhecida com os sucessos “Então é Natal” e “Começar de Novo”. Construindo uma carreira sólida ao longo dos anos, Simone lançou diversos álbuns e se tornou uma referência de talento e sensibilidade, conquistando fãs pelo Brasil e pelo mundo.

Serviço
Feijoada da Família Portelense edição de novembro
Atrações: Essas Mulheres, Velha Guarda Show, Simone e Elenco Show da Portela.
Data: Sábado, 07 de setembro.
Horário: A partir das 13h
Local: Quadra da Portela (Rua Clara Nunes 81, Madureira)
Ingressos: Ingressos à venda no site Ingresse.com

Alto nível! Parcerias fazem apresentações fortes em mais uma etapa da disputa de samba-enredo na Beija-Flor

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou mais uma etapa da disputa de samba-enredo da Beija-Flor para o Carnaval 2025. Duas parcerias foram eliminadas: Xande de Pilares e Rodrigo Cavanha. Agora, a escola gravará na voz do intéprete Neguinho da Beija-Flor os seis sambas que seguem na disputa. A próxima etapa é somente no dia 19 de setembro. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Romulo Massacesi: Segundo samba a se apresentar, a obra de Romulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar, Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena teve Nino do Milênio à frente do microfone. O samba é um dos que mais chama a atenção na quadra, com alguns componentes cantando, para além da torcida, que cantou a pleno pulmões durante toda a apresentação. Destaque para os refrões da obra, tanto “O brado no tambor, feitiço” quanto “Da casa de Xangô, Ogum me guia” cumprem bem essa função. Além disso, dos versos “Chama João pra matar a saudade/Vem comandar sua comunidade” em diante até a subida para o refrão, cresce bem sendo bem melódico e animado na obra.

Parceria de Júnior PQD: A parceria de Júnior PQD, Nando Souza, Robinho Donozo, Nathan Walace, Daniel Colete e Andrezinho da Beija-Flor. Contou com o próprio Daniel Colete como intérprete do samba, como nas outras apresentações. A obra possui um excelente refrão que contagiava ao ver tanto os cantores quanto a torcida cantando: “De todos os santos/De todos os sambas…” em diante. A torcida fez um teatro encenando momentos do último campeonato de Laíla na escola, em 2018, e não deixando de cantar ainda que alguns estivessem em seus papéis, ajudando o samba que já é bem animado e para cima. Para além do refrão, a segunda parte também é bem envolvente com destaque para os versos “Juntar poesia, tua maestria/Revolucionar nosso templo Marquês”.

Parceria de Serginho Sumaré: O samba de Serginho Sumaré, Marcelo Guimarães, Rogério da Mata, Neilson Oliveira, Léo Freire e Ademir. Gilsinho conduziu muito bem o samba dando muita vida a composição, ajudada também pela presença da torcida. Ambos os refrões são os destaques da apresentação, chamando a atenção para ela, entretanto, em alguns momentos, principalmente, durante a segunda parte do samba, o ritmo ficava mais lento caindo o rendimento da obra.

Parceria de Diogo Rosa: A obra de Diogo Rosa, Julio Assis, Diego Oliveira, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso foi a sexta da noite. Com o comando fundamental de Tinga e Emerson Dias, a obra foi muito impulsionada com o canto da torcida também. Com um samba melódico, cujos versos da primeira parte chamam muita atenção, o refrão final também muito bom, e o samba como um todo bem melódico tendo crescido desde o início da disputa. Destaque para o refrão do meio, iniciado com “Gangazumba, ê! Luiz!/Reparação do Gueto, a minha raíz…”, muito bem cantado durante a apresentação.

Parceria de Kirraizinho: A parceria de Kirraizinho, Dr. Rogério, Ronaldo Nunes, Clay Ridolfi, Miguel Dibo, Ramon via 13 foi a penúltima da noite. Pitty dr Menezes e Charles Silva, com o apoio de Tem-Tem Jr. e Igor Vianna foram as vozes da apresentação, o que garantiu muita energia durante o tempo no palco. Animado, bem cantado, contou com uma torcida cantando forte e empolgada, além de outros componentes presentes na quadra. Destaque para os versos “Lágrimas transbordam a retina/É o filho de Corina/Meu menino de Xangô”, também tendo destaque a segunda parte do samba, bem cadenciada.

Parceria de Sidney de Pilares: Último samba da noite, a parceria de Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Marcelo Lepiane, Valtinho Botafogo, João Conga e Dr. André Lima. Zé Paulo conduziu muito bem o samba, encerrando a noite pra cima, com muito ânimo e canto também da torcida. O início de ambas as partes são muito boas para se cantar, com “Acende vela para o rei dessa pedreira” em saudação a Xangô e “Luiz Fernando do Carmo e do Morro” evocando o nome de batismo de Laíla. Destaque também para o refrão final do samba pedindo caminhos abertos para a vitória da escola.

Reta final da disputa na Tijuca mostra briga forte entre parcerias

A equipe do CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, acompanhou a etapa de quartas de final da Unidos da Tijuca. Na próxima segunda será divulgada as parcerias que vão para semifinal de samba-enredo. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES

Parceria de Gabriel Machado: O primeiro samba da noite teve a assinatura dos poetas Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos. A torcida compareceu e fez barulho durante toda a apresentação. O palco comandado pelo intérprete da Mocidade, Zé Paulo, teve um ótimo rendimento. O samba, que é um dos mais bonitos da disputa, passou bem demais na quadra. Durante as seis passadas o samba não caiu em nenhum momento e isso foi perceptível. O forte refrão principal mais uma vez foi destaque “Loci Loci, meu pai/Quando o morro descer/Vai ter Xirê, vai ter Xirê/Loci Loci, meu pai/Quando o morro descer/Vai ter mandinga da Tijuca no ilê”. Na segunda parte do samba, o verso “Coia coia, Brasil” foi utilizado como contra canto, dando um destaque a mais. Outra parte de destaque é na virada melódica “Seguindo os caminhos de Exu”, nessa parte começa o preparo para chamar o refrão de cabeça. A cabeça do samba, mais vez, passou bem demais “Orunmulá anunciou/No olho d’água derramou o seu axé/Akofá, Logun Edé!/Nasceu o filho de Oxum e Erinlé”. Outra parte que chama atenção na obra é parte que antecede o refrão de meio “Logun, Logun/Santo menino que velho respeita/Logun, Logun/Santo herdeiro que aprendeu a ensinar”. Mais uma apresentação ótima e sólida da parceria que briga para chegar na final.

Parceria de Wantuir: O segundo samba da noite teve a assinatura dos compositores Wantuir, Robson Ramos, Gegê Fernandes, Vinicius Xavier, Guilherm Ckokito e Rafael Lopes. A torcida cantou forte durante toda a apresentação e foi um dos trunfos da parceria. Wantuir e Niu Souza foram bem demais na condução da obra no palco. O ponto de maior destaque, mais uma vez, foi o excelente refrão de cabeça “Alofá, Arô… Logun Edé/Akofá, Arô… Logun Edé/Toca aguerê, firma o ijexá/Desce o morro do Borel pra Tijuca guerrear”. Uma parte que vai crescendo a cada apresentação é o refrão de meio. Outro ponto de destaque é na virada na melodia do verso “Êh Bahia que aportou o Axé”. O samba se apresentou muito bem nessa noite e tem passado cada vez mais encorpado, podendo sonhar sim em chegar mais longe na disputa.

Parceria de Sereno: A terceira parceria da noite teve a assinatura dos compositores Sereno, Dinny Marcelo do Ouro, André Aleixo, Ricardo Castanheira, Mano Kleber e Rogério Só Filé. A torcida compareceu em um número menor comparando as outras parcerias, mas também fez bonito cantando o samba dos compositores. Bruno Ribas liderou o palco e seguro teve um bom desempenho. O refrão principal foi o grande destaque da parceria e também a parte que a torcida mais cantava “Me chamo Logun Edé/Leva Tijuca todo meu axé/Teus inimigos não te alcançarão/Incorporei na alma do pavão”. O samba mais melodioso da disputa carecia de uma força maior, pois faltam alguns pontos de explosão e depois de algumas passadas ele cai um pouco. Mas, se por um lado falta força, por outro a melodia é muito bonita. Isso fica perceptível logo na cabeça do samba e também no início da segunda.

Parceria de Lico Monteiro: O quarto samba da noite teve a autoria dos compositores Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, G. da Esriva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas. A torcida, mais uma vez, deu um show como de costume. É uma torcida que tem o hábito de ter um canto homogêneo durante toda a apresentação. Wander Pires mandou bem na condução do samba, valorizando a linda melodia que a obra possui. Ele contou com um forte time de apoio, Charles Silva, Digão e Vandinho. O único ponto obervado no palco para a parceria ficar atenta na próxima apresentação é aumentar de leve os apoios, pois estavam bem baixos, principalmente, o Charles. A parceria vem fazendo apresentações consistentes e vibrantes desde o início. A “meiuca” da obra chama muita atenção por ter diversos momentos bons: Primeiro momento “Orayeyeo mamãe, orayeyeo/Veste a lama da floresta/Pra semente florescer”, Segundo momento: Mandei preparar/Axoxo e Omoloķô na doçura do lelê/Pro cortejo coroar”. Terceiro momento: “Ê Logun edé girou (É guerra!)/Contra o invasor(Defender a nossa terra)/Pra vencer a ambição, a maldade que espreita/Santo menino, mais velho respeita!”. O refrão principal foi um estouro, sendo o maior momento de explosão da apresentação. A parceria vem chegando forte nessa reta final para beliscar uma vaga na final.

Parceria de Anitta: A penúltima parceria teve a assinatura dos compositores Anita, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau. A torcida fez um espetáculo na quadra, marcando presença até nos camarotes. Igor Sorriso foi excelente na condução do samba e contou com time afinado e entrosado no palco. A primeira parte do samba realça a bela melodia e a letra inspirada que a obra possui, como por exemplo: Príncipe nascido desse grande amor/Herdeiro da bravura e da beleza/É da minha natureza a dualidade e o fulgor”. O refrão de meio teve um rendimento ótimo nas seis passadas “Oakofaê, odoiá/Oakofaê, desbravei o mar/Não ando sozinho montei no cavalo marinho/Abri caminho pro povo de Ijexá”. A preparação para o refrão de cabeça chama muita atenção também “Orixá menino que velho respeita/Recebi sentença de pai Oxalá/Eu não descanso depois da missão cumprida/A minha sina é recomeçar”. Foi notório o refrão principal sendo berrado pela torcida presente. Uma ótima apresentação da parceria e que teve uma grande comunicação com o público presente. Dificilmente este samba não estará na final.

Parceria de Júlio Alves: O último da noite teve a assinatura dos poetas Júlio Alves, Totonho, Fadico, Dudu, Chico Alves e Claudio Russo. A torcida mostrou o samba na ponta da língua, não deixando de cantar em nenhum momento. Assim como na parceria anterior, a torcida marcou presença também nos camarotes. Tinga liderou o palco fortíssimo que contou com Pitty de Menezes, Tem-Tem Jr e Thiago Chaffin. O palco começou fazendo uma apresentação impressionante com bastante força. Só precisam ter atenção para as próximas apresentações, na entrada do falso refrão de meio, com o verso “Exú o ensinou o poder de transformar”. Refrão principal foi mais uma vez um grande destaque, pois teve um rendimento forte nas seis passadas na quadra “Aê abaissá fara logun fá/Aê abaissá fara logun fá/Guardiã do meu destino/A Tijuca tem axé/ Loci loci logun Edé”. Outro momento de destaque é o bis “Ilexá preparou omolocum/Ijexá no tambor, um baticum”. A cabeça do samba passou bem demais nas seis passadas também “Alafiou/Jogo aberto, jogo feito/E uma flor rasgando o peito/Desse nobre caçador”. Fechou com muita qualidade a noite das quartas de final. É uma obra que dificilmente não estará na final de samba da Tijuca, por todas as apresentações fortes que já fez.

Presidente da Liesa recebe intérpretes e casais para ouvir demandas dos segmentos

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Gabriel David, recebeu nesta quinta-feira os intérpretes e os casais de mestre-sala e porta-bandeira do Grupo Especial para um encontro na sede da entidade, no Centro do Rio. O objetivo foi ouvir as demandas dos segmentos, além de levantar possíveis ideias para aprimorar questões de logística.

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Fotos: Divulgação/Rio Carnaval

“Conversar diretamente com os artistas que fazem o Carnaval é muito importante para aprimorarmos ainda mais a nossa organização. As portas da minha sala e a de todos os diretores da Liga estão sempre abertas para receber vocês”, afirmou o presidente.

Para a porta-bandeira da Viradouro, Rute Alves, as melhorias que venham a ocorrer na logística de chegada e preparação dos casais têm tudo para ser um legado no Carnaval: “Agradeço, em nome não só dos primeiros casais, mas também dos segundos e terceiros”, ressaltou.

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Quem também celebrou o encontro foi o cantor Tinga, da Vila Isabel: “Estamos todos muito agradecidos e felizes por estarmos aqui. Essa é a primeira vez que somos convidados para um encontro como esse para falarmos sobre as nossas ideias”, destacou. “Nos sentimos acolhidos”, complementou Igor Sorriso, do Salgueiro.

Senado aprova lei de autoria que reconhece o samba e seus instrumentos como manifestações da cultura nacional

Se contar, ninguém acredita. O samba, justamente o samba, que faz parte da nossa identidade nacional, até ontem não era reconhecido oficialmente como uma manifestação da cultura nacional. Mas o Senado Federal corrigiu essa injustiça e aprovou o projeto de lei que reconhece não só o samba, mas instrumentos e suas práticas como manifestações da cultura nacional. O texto de Chico D’Ângelo (PDT-RJ) que vai para a sanção do presidente Lula determina que pandeiro, tantã, cuíca, surdo, tamborim, rebolo, frigideira, timbas e repique de mão, desde que sigam, nos meios de produção, as práticas e as tradições culturais a ele associados, sejam protegidos pela lei.

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Foto: Divulgação/Fundo de Quintal

“Foi um projeto que apresentei em 2016 depois de procurado por vários sambistas de todo o país, que me convenceram da importância de se preservar estes instrumentos. O Sereno, do Fundo de Quintal, por exemplo, foi quem criou o tantã, instrumento que hoje está em toda roda de samba. O saudoso Ubirany, também do Fundo, criou o repique de mão. Proteger a tradição e a memória na produção destes instrumentos significa garantir a continuidade e o futuro do samba”, justificou o niteroiense Chico D’Ângelo, hoje assessor especial de Ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Parceria inédita leva mobilização pelo Feminicídio Zero ao Carnaval 2025

Uma parceria inédita pelo enfrentamento à violência contra mulheres no carnaval foi firmada nesta quinta-feira. A Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) assinaram a Carta-Compromisso da Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero, do Ministério das Mulheres, em reunião na sede da Liesa, no Rio de Janeiro, com as presenças da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e do presidente da Liesa, Gabriel David.

feminicio zero sapucai
Foto: Marcio Menasce/Divulgação Embratur

A proposta é que sejam levadas à Marques de Sapucaí, durante o desfile das escolas de samba do Rio, mensagens de conscientização pelo enfrentamento a todos os tipos de violência contra mulheres, como a doméstica e familiar, sexual, patrimonial, moral e online. Também deverá ser construída uma ação para o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, que no próximo ano coincidente com o desfile das campeãs.

Brasília (DF), 15/08/2024 – A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante o lançamento da nova plataforma do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, no ministério do Planejamento. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Mministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ministra Cida Gonçalves ressaltou que o Feminicídio Zero é uma mobilização permanente do Ministério das Mulheres. “É papel e responsabilidade do Estado construir e executar políticas públicas para atender às mulheres em situação de violência, mas não daremos conta se a sociedade também não se envolver. Se cada indivíduo não se meter em uma situação de agressão de pessoas conhecidas, de amigos, familiares e dos vizinhos. Para mudar no coletivo tem que mudar no individual. Por isso usar espaços que chamem a atenção do público, como estamos fazendo nos jogos de futebol atualmente e queremos fazer com o Carnaval, é essencial para dar visibilidade a esse tema”, disse.

“Não há outro evento que chame mais a atenção do mundo do que o carnaval do Rio de Janeiro. O mundo inteiro estará olhando para a Sapucaí. É um instrumento poderosíssimo de comunicação, e por isso uma grande oportunidade para passarmos a mensagem de enfrentar a violência contra a mulher. Será um espaço essencial também para reforçarmos que, durante essa festa linda, com turistas do mundo todo, a mulher brasileira não é um objeto, não é uma mulher exótica”, disse o presidente da Embratur, Marcelo Freixo. “Criar uma consciência de que é responsabilidade de todas as pessoas reagir contra a violência é muito importante”, acrescentou sobre a Mobilização pelo Feminicídio Zero.

“A Liesa e as escolas de samba querem se engajar cada vez mais na causa pelo feminicídio zero. O carnaval tem um papel fundamental na conscientização da sociedade, com uma capacidade de diálogo única no mundo por meio da arte e da cultura”, ressaltou o presidente da Liesa, Gabriel David.

De acordo com dados da Liesa, pessoas oriundas de 159 países, em todos os continentes, acessaram a plataforma para comprar ingressos para assistir ao carnaval de 2024 na Marquês de Sapucaí, o que torna o carnaval do Rio o maior evento do mundo. O número de países presentes é comparável apenas a uma Olimpíada, que é realizada a cada quatro anos. Além disso, brasileiros de todos os estados assistiram presencialmente ao desfile.

  • As informações são da Agência Brasil

Glória ao Almirante Negro! Tuiuti e o presidente Renato Thor recebem o diploma Adbias Nascimento na Alerj

O presidente do Paraíso do Tuiuti, Renato Thor, recebeu na noite desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o diploma Abdias Nascimento, em reconhecimento a atuação no fortalecimento da luta por empreender esforços na luta pela conquista e afirmação de uma sociedade democrática plural, com pleno respeito e igualdade de oportunidade entre os seus componentes raciais e culturais.

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Foto: Reprodução de TV

“Esse momento é único. Represento aqui minha comunidade do Morro do Tuiuti e o bairro de São Cristóvão. Vou guardar essa homenagem com muito carinho. É fruto de muito trabalho e dedicação. O Paraíso do Tuiuti sempre procura fazer enredos culturais e históricos. Estamos sempre contra o preconceito racial. No simpósio da Liesa, um dos julgadores mencionou três enredos, e um deles era o do Tuiuti. Lutamos para colocar a escola no lugar mais alto. O Tuiuti não coloca carnaval para ficar no grupo, mas para brigar pelo título. O carnaval de 2025 faz a passagem do Almirante Negro para Xica Manicongo. Eu sei o que o carnaval representa para todas comunidades. O nosso enredo, muitas vezes, vira pauta escolar. Isso prova que estamos no caminho certo”, disse o presidente do Tuiuti, Renato Thor.

O deputado Carlos Minc, autor do homenagem, destacou que o Paraíso do Tuiuti trouxe esse ano o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, contando a história do marinheiro brasileiro João Cândido Felisberto. “Esta foi uma homenagem mais que merecida ao Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata, em 1910. E, seu presidente Renato Marins Thor empreendeu esforços para realizar essa valorosa homenagem. Sua gestão traz como diferencial enredos enriquecidos pela história afro-brasileira”, disse o deputado.

Sobre a premiação

Esse prêmio tem como objetivo destacar a atuação na luta pela defesa dos direitos da população afro-brasileira. Nesse sentido saldamos a agremiação que promoveu esse importante resgate e valorização da nossa história com o devido reconhecimento de João Cândido como herói do povo brasileiro. Nas palavras do carnavalesco Jack Vasconcelos, é o povo usando o carnaval para falar ‘olha aqui o nosso herói’. Novamente, só foi possível pelo empenho e compromisso do presidente da agremiação.

Marcelinho Calil sobre o sucesso da Viradouro: ‘Não tem segredo, é trabalho’

A Unidos do Viradouro, atual campeã do carnaval carioca, segue impressionando com a qualidade de suas composições para o desfile de 2025. Segundo Marcelinho Calil, uma das principais lideranças da escola, o sucesso de mais uma safra de sambas elogiada se deve a um processo de trabalho minucioso e dedicado, sem grandes segredos.

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Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO

“Segredo? Não tem, é trabalhar”, afirma Calil. Ele explica que tudo começa com a escolha do enredo e a construção de uma narrativa clara e poética, com o apoio de grandes nomes como do enredista João Gustavo e do carnavalesco Tarcísio Zanon. “A sinopse precisa ter clareza, setorização e poesia. Depois, trabalhamos de forma exaustiva para tirar dúvidas e deixar os compositores prontos para traduzir a ideia do enredo”, detalha.

Ainda que todo esse processo técnico seja fundamental, Marcelinho Calil ressalta que não há garantias de sucesso. “São ferramentas que tentamos usar para conseguir uma boa safra de samba, mas isso não é garantia de nada. O que posso afirmar é que a Viradouro, mais uma vez, vai para a avenida com um grande samba”, afirma com confiança.

Ouça os sambas que seguem na Viradouro para o Carnaval 2025

A safra de sambas deste ano foi numerosa, com 24 obras inscritas. Para Calil, esse número reflete o momento positivo da escola e a credibilidade conquistada nos últimos anos. “Já é o terceiro ano que a gente recebe mais sambas, e isso tem a ver com o enredo, o momento da Viradouro e, claro, com a atitude da escola. Fico ainda mais feliz porque a maioria dos sambas são de compositores da casa”, comemora.

Quando questionado sobre o que faz um samba se destacar na disputa, Marcelinho é claro: “O samba precisa traduzir bem o enredo, mas, mais do que isso, precisa captar o espírito do que queremos contar. O desfile deste ano traz uma história com uma vertente muito clara, ligada ao espírito de João Batista e de Malunguinho. Precisamos de um samba que taque fogo na avenida”, finaliza, demonstrando a confiança de quem sabe que a Viradouro está no caminho certo.